trabalho final madeira

Upload: joao-teibao

Post on 13-Oct-2015

50 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Madeira Lamelada ColadaEscola Superior Artstica do PortoArquitectura 3 Ano 2 Semestre

Manual de Utilizao:

Madeira Lamelada Colada

Trabalho realizado no mbito da Unidade Curricular Concepo Estrutural IIIDocente: Prof. FranklimDiscente: Joo Teibo 5652 Diogo Pinho | 5675| Turma A

PortoMaio de 2012NDICE Introduo.4 Origem dos Lamelados Colados.5-6 Definio...7-8 Razo da Utilizao da Madeira como elemento estrutural...9-11 Composio12 Tipos de Madeira.13-15 Escolha da Madeira e da Cola...14-15 Caractersticas: Elevada Resistncia Mecnica, nomeadamente flexo, compresso, traco e corte16 Flexibilidade e Adaptabilidade17 Fiabilidade e Durabilidade.17 Excelente poder de Isolamento Trmico...18 Ausncia de empenos, possibilidade de ligaes.18 Supresso de juntas de dilatao em Coberturas.18 Rapidez na aplicao.19 Excepcional Estabilidade e Conforto ao Fogo19 Segurana...19 Material ecolgico, Confortvel e Esttica19-20 Aspectos Tcnicos-.20-22 Formas de utilizao: Arcos ou Prticos Curvos.23 Vigas Planas23 Formas Standarts das estruturas de lmina colada23 Informao: Ligao entre as peas.24-25 Importncia da Secagem25-27 Processo Produo...28 Processo de Fabrico e Certificao..29-32 - Motorizao32-33 - Inspeces Peridicas..33-35 - Medio de Deslocamentos.35-36 - Medio de teor em gua e condies ambientais.36-37 Normas relativas a Madeira Lamelada Colada..38 Normalizao Aplicvel e Classificao LMC..38-42 A produo e aplicao do lamelado colado em Portugal.43 Fornecedores..44 Referncias Bibliogrficas....45 Anexos Anexo 1.46 Anexo 2...47-54 Anexo 3.55 Anexo 4.56 Anexo 5.57 Anexo 6....58 Anexo 7.59 Anexo 8.60 Anexo 9.61

INTRODUO

Com este trabalho pretendemos no s, saber principalmente, como se fabrica a madeira lamelada colada, a sua composio, as suas caractersticas, as suas vantagens e desvantagens, como tambm, o seu papel na arquitectura e consequentemente na construo.Assim este trabalho ir servir para compor um manual de utilizao sobre o tema e para aferirmos o nosso sentido crtico em relao seleco de informao relacionado com este tema, ou seja, sabermos filtrar a informao que nos interessa daquela que no tem relevncia Ao analisar, pesquisar, caracterizar, observar, recolher, dividir e compreender o processo das madeiras lameladas coladas e as suas aplicaes, esperamos por um lado que a realizao deste trabalho seja o incio de uma reflexo sobre sistemas construtivos, como por outro lado, sirva para aprender, analisar e compreender a arquitectura como um todo.Em suma, pretendemos assimilar conhecimentos sobre o mundo da construo/materiais, nomeadamente, uma das suas subclasses: as estruturas de Madeira Lamelada Colada.

ORIGEM DOS LAMELADOS COLADOS

A origem das estruturas fabricadas com lamelados colados atribuda a Otto Hetzer, que no inicio do seculo XX, substituu os pernos metlicos por colas como meio de ligao entre as tbuas. Estas estruturas tiveram desde logo uma larga aceitao em toda a Europa, nomeadamente na Suia, Alemanha, Dinamarca e Sucia (processo industrializado sobre a designao de Estrtuturas Toreboda). Actualmente, devido principalmente ao aparecimento e desenvolvimento de novas colas (Ex. MUF), este tipo de material garante uma elevada resistncia, durabilidade e conforto.Ofabrico da madeiralamelada colada rene duas tcnicas bastante antigas. Como o prprio nome indica, a mesma foi concebida a partir da tcnica da colagem aliada tcnica da laminao, ou seja, da reconstituio da madeira a partir de lminas (neste caso entendido como tbuas).Chama-se, portanto, Madeira Lamelada Colada, reconstitudas a partir de lminas (tbuas), que so de dimenses relativamente reduzidas se comparadas s dimenses da pea final assim constituda. Essas lminas, que so unidas por colagem, ficam dispostas de tal maneira que as suas fibras estejam paralelas entre si.Pelo que se tem conhecimento a sua aplicao concreta teve incio no sculo XIX. O exemplo mais marcante que pode ser citado o de arcos compostos por lminas (tbuas) encurvadas e sobrepostas, mantidas unidas por ligaes mecnicas. Essa tcnica foi introduzida pelo coronel Emy no final do sculo passado. No entanto, a juno das duas tcnicas, para dar origem Madeira Laminada Colada (MLC) empregue no fabrico de elementos estruturais a serem utilizados na construo civil, s foi possvel, com o surgimento de colas de alta resistncia. Foi portanto, em 1906, com o aparecimento da cola de casena (derivada do leite) que o mestre carpinteiro suo Otto Hetzer teve a ideia de substituir a cola pelas ligaes metlicas de braadeiras e parafusos, utilizadas pelo coronel Emy. Com isso, obteve-se uma seco mais homognea e sem a ocorrncia de deslizamentos entre as lminas.Da para a frente, a MLC evoluiu em paralelo com o progresso ocorrido com as colas, que foram-se tornando cada vez mais eficientes.No entanto, foi em 1940, com o aparecimento das colas sintticas que o sistema laminado-colado conheceu o seu grande progresso.Essa tcnica, que de alguma maneira surgiu tambm da necessidade de utilizao da madeira de reflorescimento, basicamente formada por pinus encontrado em abundncia em pases do hemisfrio norte, encontrou nessa madeira de fcil maquinao, a sua grande aliada.

Figura 1 - Esquema geral de uma pea de MLC.

Lminas - apresentam espessura varivel de acordo com o tipo do elemento estrutural, podendo variar de 1cm (3/8") a 5cm (2"); Lminas de Cola - so constitudas por um tipo de adesivo compatvel com a madeira e a finalidade do elemento estrutural; Emendas longitudinais - so utilizadas para a obteno de lminas de comprimentos suficientemente grandes; Emendas de borda - so empregadas para obteno de largura superior largura das tbuas disponveis.

DEFINIO

Para que fosse possvel desfrutar de todas as vantagens da madeira tendo em conta os seus inconvenientes, foi desenvolvida a tcnica dos lamelados colados, pela utilizao de colas de elevada resistncia e durabilidade.Este material, sendo composto por lamelas de madeira coladas por sobreposio, permite que se proceda a uma escolha criteriosa das peas de madeira e eliminao das deficincias maiores antes da colagem. Esse processo torna as vigas mais homogneas e evita a tendncia para a fendilhao, uma vez que as tenses geradas por uma lamela so contrariadas e absorvidas pelas outras. assim possvel obter elementos com caractersticas superiores aos que se obteriam com uma pea macia de madeira de igual seco. tambm possvel com a tcnica dos lamelados colados obter-se elementos de grandes dimenses e harmonia de formas, que com a madeira macia seriam impensveis.O material chamado Madeira Lamelada Colada consiste em rguas de madeira seca e classificada, que so coladas entre si, quer em comprimento, quer pelas suas faces, de modo a obter um material contnuo, com qualquer dimenso que se pretenda, com uma estabilidade de forma e dimensional garantidas e sem fendas.Este tipo de material permite a obteno de peas de maiores dimenses e melhores caractersticas do que as pecas de madeira macia de igual seco. Entre as principais vantagens das vigas Trio salientam-se a boa estabilidade de forma, reduzido risco de abertura de fendas, caractersticas muito uniformes que aproxima este produto aos produtos industriais fabricados. um produto apto para usos estruturais. A sua aplicao em diferentes condies ambientais depende do tipo de cola, da espcie da madeira e/ou da aplicao de produtos preservadores.As evolues tcnicas e a nova regulamentao permitem utilizar a madeira com inteira segurana, segundo os padres de exigncia actuais.Com recurso a matria-prima natural, a madeira - Pinho Bravo Nacional - e novas tcnicas de fabricao foi criado um produto resistente e robusto: O LAMELADO COLADO.A Madeira Lamelada Colada um excelente produto para usos estruturais. Permite criar construes com grande leveza, estruturas de cobertura de grande vo e desenhos muito variveis, aliando esttica e funcionalidade.

RAZO DA UTILIZAO DA MADEIRA COMO ELEMENTO ESTRUTURAL

A madeira um dos materiais estruturais mais antigos utilizados pelo homem na construo de edificaes.No entanto, verificou-se nas ltimas dcadas em Portugal, uma quase total substituio da sua utilizao como material estrutural pelo beto armado e pelo ao, tendo passado a madeira apenas a ser utilizada em elementos secundrios e revestimentos. Agora, e medida que vai crescendo uma tomada de conscincia para as questes de preservao do nosso planeta, o impacto ambiental dos materiais de construo torna-se cada vez mais um critrio de escolha, tomando nveis de importncia quase to elevados como o preo e a qualidade. A madeira constitui actualmente, o nico material de construo estrutural oriundo de uma fonte de regenerao contnua, a floresta, desde que sejam adoptadas regras para a sua utilizao e reflorestao. Sublinha-se que a floresta labora sem concorrer com o homem no consumo de energia, na sua funo de produo de matria-prima. Por outro lado, a transformao dos produtos florestais para a construo realizada com um consumo mnimo de energia decorrente da sua facilidade de laborao e baixo peso especfico. Alm de que os desperdcios resultantes desse processo so totalmente aproveitveis. A madeira como material de construo, alm de contribuir para o desenvolvimento sustentvel, permitindo satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das geraes futuras de satisfazerem as suas prprias, no constitui resduo no final da sua vida til uma vez que poder ainda ser reutilizada.

Vantagens e desvantagens da madeira maciaAs suas principais vantagens so:

- Abundncia na natureza- Elevada resistncia em relao baixa densidade- Facilidade de trabalho e de ligao das peas entre si- Bom isolante trmico- Amortecedor de ondas sonoras- Regulador higro-trmico do ambiente- Baixo ndice de emissividade radioactiva- Estabilidade comportamental ao fogo, quando em elementos de mdias dimenses- Inalterabilidade perante ambientes qumicos

As suas desvantagens so:

- Variaes dimensionais originadas pela humidade- Consequente tendncia para fender- Combustibilidade, quando em elementos de pequenas dimenses- Ataque por agentes biolgicos- Degradao pelos agentes atmosfricos- Baixa durabilidade quando em situaes de secagem/molhagem- Alguma deformao por fluncia ao longo do tempo

Comparao de caractersticas entre a madeira macia e outros materiais estruturaisCondutibilidade trmica ( - W/mC)- Madeira resinosa: 0,18- Beto armado: 1,5- Ao: 52- Alumnio: 230Massa volmica ( - kg/m3)- Madeira resinosa: 650- Beto armado: 2.500- Ao: 7.850- Alumnio: 2.700

Relao entre a Energia necessria para a produo de uma tonelada de matria relativamente da madeira

- Beto: 4 vezes mais- Ao: 60 vezes mais- Alumnio: 250 vezes mais

Relao entre o peso dos principais materiais estruturais e o da madeira macia, para a mesma resistncia mecnica

- Ao: 1,5 vezes mais- Beto Pr-esforado: 3,5 vezes mais- Beto: 5 vezes mais

COMPOSIO E UTILIZAO

As vigas de madeira lamelada so constitudas por lamelas de madeira de espessura pr-dimensionada, nunca superior a 45mm, as quais so fortemente coladas entre si.A madeira de cada tbua, epcea nrdica (Scandinavian Spruce), previamente seleccionada e classificada segundo a sua resistncia mecnica aos vrios tipos de solicitao.A cola utilizada, MUF (Melamina-Urea-Formaldado) resistente a elevadas temperaturas, tem aptido para utilizaes interiores e exteriores. Esta encontra-se classificada como weather and boil proff, segundo a norma BS1204.Devido prvia seleco da madeira e aos processos de fabrico utilizados, este material apresenta caractersticas superiores s de uma pea macia de madeira com igual seco.As vigas lameladas coladas tm tido uma crescente procura para fins estruturais, como so os casos:- Vigas de pavimentos e coberturas (flexo simples);- Vigas de prticos (flexo desviada);- Pilares de fachadas (flexo composta).

TIPO DE MADEIRAAptido do Pinho Bravo em Lamelado Colado

Sendo a madeira de Pinho Bravo uma matria-prima com vasta oferta em Portugal, vrios testes foram efectuados com interesse de comparar as caractersticas fsicas e mecnicas de outras espcies de madeira, usadas no fabrico do Lamelado Colado como as do Pinho Bravo Nacional, de modo a tentar averiguar potenciais vantagens ou desvantagens do Pinho Bravo para o fabrico de estruturas lameladas coladas.Observa-se que, globalmente, o Pinho Bravo tem acentuada semelhana com as espcies utilizadas na Europa e na Amrica em estruturas de madeira lamelada colada, apresentando no entanto valores de densidade e mdulo de elasticidade bastante superiores generalidade das espcies de Resinosas, com excepo do Pitespaine que se aproxima bastante dos valores do Pinho Bravo.A adequao do Pinho Bravo para o fabrico de estruturas lameladas coladas reconhecida na norma EN 386 (2001), que refere um conjunto de espcies que tm sido utilizadas no fabrico de madeira lamelada colada, entre as quais figura o Pinho Bravo, como resultado da experincia francesa com esta madeira proveniente das florestas francesas do Landes.Para alm de vrias campanhas experimentais, efectuadas em Laboratrios Nacionais nos ltimos anos, foram realizados estudos de viabilidade econmica, baseado em estimativas de custo. Destes trabalhos concluiu-se a viabilidade tcnica e econmica das estruturas de madeira lamelada colada de Pinho Bravo.

Escolha da madeira e da cola

possvel colar praticamente todas as madeiras. No entanto, algumas espcies possuem caractersticas fsicas e qumicas que exigem o emprego de colas especiais ou a modificao das colas normalmente comercializadas para o uso em madeiras.Normalmente, as espcies mais aconselhadas para o emprego em MLC so as das conferas e algumas dicotiledneas, com massa volumtrica entre 0,40 e 0,75 g/cm. De qualquer maneira, devem ser evitadas as madeiras com alta taxa de resina ou gordura.Em todo caso, como o processo da MLC pouco utilizadoem determinados pases, evidente que os estudos devem ser realizados no sentido de se proceder a cada regio ou estado, uma investigao botnica, qumica, fsica e mecnica para a caracterizao das madeiras quese possamadaptar melhora essa tcnica. Devem ter destaque nessa investigao, principalmente as madeiras provenientes de florestas plantadas.Na maioria dos casos a escolha da cola, entre casena, resorcina ou uria-formol, e mais recentemente a melamina, depende maisdas condies de uso da estrutura do que do tipo da madeira. Logo, preciso levar em considerao principalmente o meioem que a estrutura vai estar submetida, ou seja, temperatura e o teor de humidade.Portanto, a escolha da cola est directamente ligada s condiesem que a estrutura estar submetida, ou seja, se a mesma vai estar abrigada no interior da edificao ou exposta variao das condies atmosfricas, como alternncia do sol e da chuva. Estes so factores determinantes na escolha da cola.

CARATERSTICAS

ELEVADA RESISTNCIA MECNICA, NOMEADAMENTE FLEXO, COMPRESSO, TRACO E CORTE

Os lamelados colados trazem um melhoramento das caractersticas prprias da madeira. Os elementos estruturais da madeira so a celulose e a lenhina, que se encontram nas paredes das suas clulas. Estas fibras apresentam grande afinidade colagem estabelecendo facilmente ligaes covalentes com os elementos ligantes das colas, o que contribui para o aumento da resistncia da madeira lamelada comparativamente resistncia da madeira macia de igual seco. Este facto, aliado grande beleza e conforto que a madeira propcia justifica a sua crescente procura para fins estruturais, como so os casos: vigas de pavimentos e coberturas (flexo simples); vigas de prticos (flexo desviada) e pilares de fachadas (flexo composta).Em mdia, a sua relao resistncia/ peso 1,3 vezes superior do ao e 10 vezes superior do beto. Para uma igual resistncia s solicitaes exteriores possvel reduzir as cargas permanentes (peso prprio), contribuindo assim para assegurar uma economia dos materiais utilizados em obra.

Caractersticas mecnicas e tipos de agresses a que resiste

Principais caractersticas mecnicas:- Excelente relao entre o peso e a resistncia mecnica,- Perfeita homogeneidade e isotropia;- Grande estabilidade dimensional;

Tipos de agresses a que resiste:- Fogo;- Ambientes quimicamente agressivos- Variaes higrotrmicas, tanto de exterior como de interior;- Solicitaes mecnicas ligadas ao transporte, montagem e manuteno- Cloro das piscinas- Ambientes martimos FLEXIBILIDADE E ADAPTABILIDADE possvel moldar os lamelados colados das mais variadas maneiras, conferindo-lhes vrias formas de acordo com os desejos do cliente. Sendo assim, este produto oferece inmeras possibilidades de design na construo de estruturas: parte estrutural de coberturas e pisos; armazns; garagens; pavilhes industriais; ginsios; piscinas; passadios, reconstruo de Monumentos Histricos, etc.

FIABILIDADE E DURABILIDADEO grau de corroso em ambientes qumicos, alcalinos ou cidos e hmidos mnimo comparativamente a outros materiais (ex: ao). O estado de conservao das primeiras estruturas em lamelados colados, incio do sculo XX, um bom exemplo. Devido s suas caractersticas anti-corroso, este material muito utilizado em estruturas de piscinas e estaes de tratamento de guas residuais. A madeira lamelada um material estvel dado que a colagem das lamelas de madeira anula as tenses a que a madeira fica sujeita quando sob a aco de esforos. Este material apresenta tambm uma mnima higroscopicidade, permitindo assim a supresso das juntas de dilatao.Em relao, s questes de durabilidade fsica da madeira, bastar que os cuidados a ter com o seu corte, secagem e manuteno dos elementos seja o correcto. Tambm devero os projectistas ter o pleno conhecimento do tipo de elementos da construo que podem ser realizados em madeira, para que o edifcio possa apresentar um comportamento de longevidade. Relativamente madeira macia, os lamelados colados apresentam as vantagens do aproveitamento de peas de pequena espessura, de constiturem um material mais homogneo onde os defeitos que reduzem a resistncia mecnica na madeira macia esto dispersos e limitados espessura da lmina onde ocorrem. Como outra vantagem refere-se uma relativa imunidade ao ataque de xilfagos em grande parte devido s colas empregues, que so normalmente possuidoras de toxinas. Alm disso, a devida impregnao de produtos preservadores faz parte da sua tecnologia.

EXCELENTE PODER DE ISOLAMENTO TRMICOAs madeiras empregues no fabrico dos lamelados colados possuem um baixo coeficiente de condutibilidade trmica (0,12 w/m2C), evitando assim as pontes trmicas.A seguinte tabela refere o coeficiente de condutibilidade trmica de alguns dos materiais mais utilizados na construo:

MATERIAISCONDUTIBILIDADE TRMICA 8W/M2C)RELAO

Alumnio2001650

Ao60500

Beto1,512

Vidro1,159

Madeira Lamelada0,121

Materiais Isolantes0,040.1

Exceptuando os isolantes trmicos, a madeira o material que apresenta a mais elevada capacidade de isolamento trmico.

AUSNCIA DE EMPENOS, POSSIBILIDADE DE LIGAESA Madeira LameladaColadapor ser constituda pela juno de elementos de madeira de diferentes comportamentos, contrariando entre si as tendncias para empenos. O conjunto apresenta-se extremamente estvel nas suas dimenses e na sua forma.

SUPRESSO DE JUNTAS DE DILATAO EM COBERTURASA madeira no se dilata com a elevao de temperatura, antes pelo contrrio, reduz o nvel de humidade, produzindo contraces ligeiras no sentido radial e tangencial. No sentido longitudinal (comprimento das vigas), as variaes so desprezveis.

RAPIDEZ NA APLICAOPor ser um material leve, 410Kg/m3, os lamelados colados so um material de fcil e rpida aplicao.

EXCEPCIONAL ESTABILIDADE E COMPORTAMENTO AO FOGOA madeira utilizada, epicea nrdica, apresenta muito baixo teor em resina, resultando da um baixo potencial de combusto. A combusto das camadas superficiais da madeira proporciona uma superfcie da carbonizao protectora que isola a restante seco da madeira do oxignio, diminuindo a propagao do fogo. Em caso de incndio, a ausncia total de dilataes ou deformaes devido aco do calor, permite a manuteno da estrutura durante mais tempo comparativamente a outras estruturas alternativas (ex: ao), sendo evitado o colapso da estrutura pela aco do calor.Por sua vez, as vigas de grande espessura so mais seguras aos incndios do que as estruturas de ao e mesmo as de beto armado. Os ensaios realizados em laboratrios credenciados dizem-nos que o fogo apenas consome 1 cm em cada 15 minutos j que uma viga, uma vez sujeita aco do fogo, forma uma camada carbonizada superfcie, que isola a madeira interior do oxignio, dificultando assim a sua progresso. Uma viga de 40 cm de espessura mantm a sua capacidade resistente mais de uma hora num incndio de grandes dimenses.

SEGURANAAs estruturas em Madeira Lamelada Coladaso muito seguras, quando se encontrem cumpridas todas as normas de clculo, fabrico, transporte e utilizao.

MATERIAL ECOLGICO, CONFORTVEL E ESTTICOProduto ecolgico por ser favorvel ao meio ambiente e reciclvel. A sua produo requer menos energia que praticamente todos os outros materiais de construo. A madeira utilizada no fabrico dos lamelados colados o pinho nrdico (Scandinavian Spruce) proveniente da Sucia, pas que pertence ao Conselho Nrdico da madeira, o qual desde cedo revelou uma boa gesto na conservao das suas Florestas e por consequncia o meio ambiente.As possibilidades de concepo, a harmonia das formas e a agradvel sensao de conforto que nos traz a madeira lamelada colada revelam um equilbrio no comparvel ao de nenhum outro material. Assim, os lamelados colados adaptam-se aos tempos modernos respeitando sempre todo o classicismo e nobreza da madeira. Possibilita, tambm, a diversidades de desenhos com conciliao dos elementos estticos com elementos funcionais.

ASPECTOS TCNICOSMADEIRA LAMELADA COLADA, GL-24C,GL-28C E GL-32C.

EN 1194 - Estruturas de Madeira: Classes de resistncia e determinao dos valores caractersticos (Norma portuguesa 1999)A mesma funo da EN 338 mas agora para GLULAM

VALORES CARACTERSTICOS DAS PROPRIEDADES MECNICAS GLULAM COMBINADO - GL24C

Resistncia caracterstica flexo (N/mm2)f m,g,k24

Resistncia caracterstica traco (N/mm2)Paralelo ao Fioft,0,g,k14

Perpendicular ao fiof t,90,g,k0,35

Resistncia caracterstica compresso (N/mm2)Paralelo ao Fiof c,0,g,k21

Perpendicular ao fiof c,90,g,k2,4

Resistncia caracterstica ao corte (N/mm2)f v,g,k2,2

Mdulo de Elasticidade (N/mm2)Paralelo mdioE 0,g,mean11600

Paralelo CaractersticoE 0,g,059400

Perpendicular mdioE 90,g,men320

Mdulo de distoro (N/mm2)Gg,mean590

Densidade_g,k350

(Resistncias e rigidez em N/mm2; Massa Volumica em N/mm3)

VALORES CARACTERSTICOS DAS PROPRIEDADES MECNICAS GLULAM COMBINADO - GL28C

Resistncia caracterstica flexo (N/mm2)f m,g,k28

Resistncia caracterstica traco (N/mm2)Paralelo ao Fioft,0,g,k16,5

Perpendicular ao fiof t,90,g,k0,4

Resistncia caracterstica compresso (N/mm2)Paralelo ao Fiof c,0,g,k24

Perpendicular ao fiof c,90,g,k2,7

Resistncia caracterstica ao corte (N/mm2)f v,g,k2,7

Mdulo de Elasticidade (N/mm2)Paralelo mdioE 0,g,mean12600

Paralelo CaractersticoE 0,g,0510200

Perpendicular mdioE 90,g,men390

Mdulo de distoro (N/mm2)Gg,mean720

Densidade_g,k410

(Resistncias e rigidez em N/mm2; Massa Volumica em N/mm3)

VALORES CARACTERSTICOS DAS PROPRIEDADES MECNICAS GLULAM COMBINADO - GL32C

Resistncia caracterstica flexo (N/mm2)f m,g,k32

Resistncia caracterstica traco (N/mm2)Paralelo ao Fioft,0,g,k19,5

Perpendicular ao fiof t,90,g,k0,45

Resistncia caracterstica compresso (N/mm2)Paralelo ao Fiof c,0,g,k26,5

Perpendicular ao fiof c,90,g,k3

Resistncia caracterstica ao corte (N/mm2)f v,g,k3,2

Mdulo de Elasticidade (N/mm2)Paralelo mdioE 0,g,mean13700

Paralelo CaractersticoE 0,g,0511000

Perpendicular mdioE 90,g,men420

Mdulo de distoro (N/mm2)Gg,mean780

Densidade_g,k410

(Resistncias e rigidez em N/mm2; Massa Volumica em N/mm3)

RELAO ENTRE AS CLASSES DE RESISTNCIA DA MADEIRA LAMELADA COLADA HOMOGNEA E COMBINADA

O quadro seguinte, retirado da EN1194, exemplifica as combinaes de madeira lameladas requeridas para a obteno de cada classe de gulam (homogneo ou combinado)

CLASSE RESISTENTEGL24GL28GL32

Gulam HomogneoC24C30C40

Gulam CombinadoC24/C18C30/C24C40/C30

Existem pelo menos duas lamelas de maior resistncia quer na superfcie quer no interior

Nota: (1) No caso de gulam combinado, as laminaes externas tero uma espessura mnima de 1/6 da altura da seco. (2) Uma alternativa para o dimensionamento com glulam combinado a de homogeneizar a seco, procedendo depois como se uma viga homognea se tratasse.

Este o material estrutural mais apropriado para ambientes quimicamente agressivos, quer sejam indstrias qumicas quer laboratrios, uma vez que no sofre qualquer corroso ou oxidao. tambm imune s aces dos cloretos da gua do mar e aco do cloro das piscinas, razo pela qual a sua larga utilizao em coberturas desse tipo. Podem-se produzir madeiras lameladas coladas a partir de vrias espcies de rvores, sobretudo resinosas, no entanto a mais utilizada a Epicea, rvore de grande porte, muito comum nos pasesNrdicos. Em termos de normalizao, a produo e projecto das estruturas em lamelado colado devem-se submeter ao seguinte, nos pases da Unio Europeia: EN 386 Regulamenta a produo dos lamelados colados; EUROCDIGO 5 (EC5) (desde 1 Janeiro 1999) Regulamenta a construo em madeira serrada e em madeira lamelada colada.

FORMAS DE UTILIZAO

Arcos ou Prticos Curvos

Este tipo de produtos permite o vencimento dos maiores vos (at mais de 100 m), com largas vantagens relativamente a quaisquer outros produtos estruturais. No entanto tornam-se bastante dispendiosos, s sendo aplicveis em grandes obras ou de grande importncia social.

Vigas PlanasPodem ser de inrcia constante ou varivel, apresentando trs grandes tipos de utilizao: Vigas simplesmente apoiadas no ultrapassando em geral os 25 metros. Pequenas vigas associadas em trelias, formando grandes elementos. Elementos secundrios funcionando traco ou compresso, com utilizao em escadas e guardas, ou como complemento aos grandes elementos.

Formas Standarts das estruturas de lmina colada

INFORMAES

LIGAO ENTRE AS PEAS

Existem dois tipos essenciais de ligaes: as que se efectuam durante o processo de fabrico para a constituio das lamelas (j referido) e as que se destinam a ligar em obra as vigas j fabricadas. As ligaes realizadas em obra so normalmente necessrias por questes do processo construtivo e impossibilidade de transportar vigas alm de determinada dimenso e formato, mas representam inevitavelmente uma perda de resistncia aos momentos flectores, sendo por vezes significativa. por isso que muitas vezes os projectistas optam por assumir a perda da continuidade estrutural e realizar as ligaes por rtulas. Os diversos tipos de ligaes a realizar em obra, so: Por encaixe de madeira com madeira; Por rgos metlicos; Por juno de elementos metlicos e colaDo primeiro tipo tm-se as unies finger-joints que, se forem realizadas paralelas s fibras de madeira lamelada, conduzem a uma eficincia da ligao de 80% para os momentos flectores. Se as ligaes forem executadas formando um certo ngulo com as fibras, a eficincia da unio desce para valores mais baixos, devido inferior resistncia da madeira.Apresentam-se de seguida alguns exemplos de ligaes:ABCD

A) Mini finger joints para colagem de peas constituintes das lamelas;B) Finger-joints para colagem de elementos estruturais; C) Ligao por elementos metlicos e colagem (sem rotao); D) Ligao por rtula

A IMPORTNCIA DA SECAGEM

Na Natureza, a madeira encontra-se disponvel em grandes quantidades, mas geralmente com um contedo de humidade muito elevado.Para ser utilizada na construo, esse contedo de humidade deve ser substancialmente reduzido, para a grande maioria das aplicaes.Embora, para algumas utilizaes, a questo do contedo de humidade seja pouco importante (como o caso da utilizao para construes hidrulicas, para aplicaes em vedaes rsticas, etc.), a verdade que a reduo da humidade para parmetros de segurana assume uma enorme importncia.Para que seja possvel compreender melhor esta questo, necessrio conhecer alguns conceitos bsicos:

Humidade da MadeiraToda e qualquer rvore e, consequentemente, a sua madeira, contm uma certa quantidade de gua, quantidade que depende da sua espcie, estrutura, localizao geogrfica, entre outros factores.Define-se humidade da madeira como o rcio entre o peso de gua nela contido e o peso dessa madeira absolutamente seca, isto , sem gua alguma.Este rcio mximo enquanto a rvore est viva, e mnimo quando deixamos que a gua se evapore at ao nvel mnimo, de longo prazo.Em algumas espcies a reteno de gua absolutamente espantosa; o abeto recm abatido pode conter at 150% de humidade, e o choupo pode conter at 200%. Quando verde, a balsa pode atingir os 600% de contedo de gua.

Humidade da Madeira = Contedo actual em gua = % Peso seco da madeira

Humidade Inicial e Humidade FinalDistinguem-se dois tipos de humidade: a humidade inicial, que designa aquela que encontramos numa madeira antes de iniciar o processo de secagem, e que expressa em percentagem (%), e a humidade final, que se refere humidade resultante de um processo de secagem, e que deve ser, em princpio, a humidade de equilbrio de longo prazo, que a seguir se define.

Humidade de Equilbrio de Longo Prazo (ou Equilbrio Higroscpico)Sabendo-se que a madeira, quando cortada, tem um determinado percentagem de gua, e sendo a madeira constituda por clulas porosas, a evaporao acontecer at que seja atingido um equilbrio entre a atmosfera envolvente e a madeira em causa.Este processo pode levar anos, e depender sobretudo da espessura a que a madeira estiver cortada e do grau de interaco da madeira com a atmosfera envolvente.Toda e qualquer madeira, aps o corte, tende a reduzir o seu contedo de gua por evaporao, at uma determinada percentagem abaixo da qual no desce, nem que haja alteraes no clima ambiente.A esse teor de humidade chama-se Humidade de Equilbrio no Longo Prazo, ou Equilbrio Higroscpico, que nunca ser 0% porque a humidade atmosfrica tambm nunca de 0%.Este valor de equilbrio varia de clima para clima, em funo dos valores mdios de humidade atmosfrica, ao longo do ano.

Humidade LivreA madeira no mais que uma aglutinao de vrios tipos de clulas vegetais, que se entrecruzam de forma particular em cada espcie.A humidade que se encontra na madeira, entre as vrias clulas, designada por Humidade Livre. A proporo de humidade livre que no retida pelas clulas muito elevada; a maior parte da gua acima de 25-30% humidade livre e pode ser retirada de forma relativamente fcil.Esta perda de humidade no provoca grandes alteraes dimensionais na madeira, uma vez que no altera a sua estrutura.

Humidade IntrnsecaDesigna a humidade que se encontra no interior das clulas e nas suas paredes. as humidades que encontramos do nvel 25-30% at ao nvel 0%.Esta humidade difcil de extrair, e tanto mais difcil quanto menor a percentagem de humidade residual.

Saturao das Fibras o ponto em que a humidade livre cede lugar humidade intrnseca. Dependendo da espcie da madeira, situa-se em mdia em torno dos 26% de humidade.Este conceito de grande importncia pois, como foi dito anteriormente, a humidade livre refere-se gua que se encontra fora das clulas. A perda desta humidade no afecta a estrutura da madeira, uma vez que lhe exterior.Contudo, quando a humidade ultrapassa na descida a saturao das fibras, a madeira reduz-se em tamanho e, se esta saturao for de forma descontrolada, podem acontecer descompensaes entre as vrias fibras, originando empenos e rachas. Quando nos propomos utilizar qualquer madeira para a construo ou para o fabrico de mobilirio, se queremos que o trabalho resultante apresente uma boa estabilidade dimensional, teremos forosamente que utilizar madeira que se encontre com um teor de humidade prximo do equilbrio de longo prazo.

PROCESSO PRODUO

Preparao das lamelas Secagem em estufa (w