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História dos Média Docente: Mª Inácia Rezola Discentes: Inês Castro, nº 5028 Lara Longle Ribeiro, nº 5081 Patrícia Abelha, nº 5087

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História dos MédiaDocente: Mª Inácia Rezola

Discentes: Inês Castro, nº 5028

Lara Longle Ribeiro, nº 5081

Patrícia Abelha, nº 5087

A Radiodifusão : a construção do

império da BBC

Os autores

James Curran Jean Seaton

• Professor de Comunicação

• Representante britânico na

Comissão Europeia

• Autor de cerca de 18 livros

• Principais aréas incidentes do

seu trabalho : economia politica

dos média, a influência, história

e teorias dos média.

• Professora de História dos

Média na Universidade de

Westminster

• Historiadora Oficial da BBC

A Radiodifusão

“...transmissão de programas a serem ouvidos simultaneamente

por um número indefinido de pessoas através de ondas

hertzianas – invenção social, não técnica.”

David Sarnoff

Lord Northcliffe

Os produtores percebem que a radiodifusão é

um mercado amplo a ser gerido

Postmaster General convenceu produtores

rivais a investirem conjuntamente numa

pequena estação de radiodifusão: A British

Broadcasting Company.

“A solução vantajosa para um problema técnico.”

British Broadcasting Company

Director Geral : John Reith

• Engenheiro escocês

• Calvinista

• Severo e Implacável

• Mal-humorado

• Arrogante

• Paranóico

• Autopiedoso

“... A BBC era o navio e Reith o leme...”

Financiamento da BBC

• Financiada por taxas aplicadas sobre os aparelhos

de rádio e por uma licença.

MAS...

Os ouvintes fugiam às tarifas e a rentabilidade não corresponde à

esperada.

Reith não aceita a publicidade como fonte de rendimento.

MESMO ASSIM...

De Company...

• Necessidade de monopólio da Radiodifusão.

“... Comissão pública a operar no interesse nacional...”

“ A BBC manteve o seu monopólio público. Onde a transmissão comercial foi tolerada, esperava-se ainda assim que acatasse a voz oficial.”

Eric Hobsbawm, A Era dos Extremos

.... a Corporation (1926)

• Modelo para a administração de outros serviços nacionais – empresa pública

• A BBC pretendia um distanciamento da indústria capitalista, estando assim acessível a

um número infinito de consumidores.

“Não existe limite para a quantidade que se pode retirar. Não importa quantos milhares podem estar a ouvir, existe sempre que chegue para todos!”

John Reith

Prioridade social e não financeira

• Não pretendia ser um serviço de propaganda do governo – “A BBC fundada numa

rejeição da política”

Legitimação do modelo de radiodifusão:

• enorme audiência

• elites educavam sobre todos os assuntos

Componente estabelecida da cultura

britânica.

Em Suma:

• Reith: queria evitar a

manipulação política e fugir

ao controlo do Governo.

• Governo: não queria ter

responsabilidade triviais.

BBC sem uma

gerência eficaz.

BBC e a Greve Geral

• Imparcialidade da BBC testada enquanto meio de maior autoriedade comunicacional;

• Para uma gerencia da informação a BBC tinha que ganhar a confiança do Governo e

dos grevistas: “ noticias verdadeiramente imparciais.”

• “Corporação Britânica da Falsidade”- nenhum representante do trabalho organizado

podia difundir e Reith, apesar de discordar, não estava preparado para lutar contra o

Governo.

BBC censura-se

Crescimento da BBC: • aumento do pessoal, dos salários e das infraestruturas;

• triunfos da radiodifusão exterior.

MAS...

•Surgem diversos escândalos sobre os direitos do pessoal.

“É um jogo de burros puxar em direcção contrária à do patrão”.John Reith

Ainda assim, a BBC considerava-se “um patrão humano e esclarecido”.

• O Governo deixa de ter capacidade de controlar todas as notícias;

• Jornalistas de advogados apaixonados a profissionais independentes.

• Churchill excluído das emissões – queixa-se de que a BBC discriminava a vida

pública britânica.

• A BBC prepara-se para a guerra, mas retira dos microfones todos os que falam

sobre o rearmamento – público mantido em ignorância.

• 1937 - Reith demite-se, olhando para a BBC com ressentimento.

Finais de 1930...

A BBC assume-se enquanto solução natural e inevitável para o problema de administrar

um sistema nacional de difusão.

Esta ganhou o direito de discutir políticas controversas, perante uma imprensa

ciumenta, mas desenvolveu convenções desnecessárias e era demasiado defensiva.

Derradeiro teste: 2ª Guerra Mundial

Radiodifusão e o Blitz

BBC como instrumento mais importante de propaganda doméstica durante a guerra –

Parte da história da Nação

1939: A 2ª Guerra Mundial é declarada – espera-se um “cataclismo”: colapso da

sociedade civil

«Moral Pública»:

• indivíduos susceptíveis de manipulação – sociedade de massas moderna;

• «moral» única e maleável;

• êxito da propaganda comercial – indivíduos persuasíveis.

A devastação do Blitz, em Londres

Início da Guerra – Blackout noticioso

• A BBC fez exactamente aquilo que o governo pretendia.

Durante a «Guerra Falsa», a BBC teve um

enorme crescimento – os dirigentes não

conheciam todos os funcionários.

• “Era difícil controlar os indisciplinados do novo

pessoal e isso levou (...) a um período de

anarquia e mudança”, acentuado pela

convivência entre autoridades conservadoras

administrativas e intelectuais criativos.

Discurso do Churchill

William Joyce faz a propaganda alemã para a Inglaterra: 30% da população britânica ouvia-o regularmente – a BBC falha, não assegurando uma audiência.

1940: queda da França – o potencial da propaganda inimiga é visto como uma das razões para a não-resistência francesa.

Dunquerque: viragem fundamental na guerra

Derrota vista como um triunfo:• “O público decidiu tentar sobreviver o melhor que podia”, envolvendo-se na guerra.

Batalha da Grã-Bretanha Blitz• Começa a guerra devastadora – o povo adapta-se às novas condições• “«A infalível regularidade» dos ataques alemães aumentou (...) a capacidade de ajustamento e criou o melhor centro organizado do país”.

“ Numa qualquer noite do

Blitz, sete em cada dez

londrinos dormiram nas

suas camas. Mas numa

qualquer semana durante

o Blitz, quase todos

passaram pelo menos

uma noite nos abrigos.”

A guerra trouxe à rádio a piada mórbida e o assalto anarquista à autoridade.

ITMA – (“It’s That Man Again”) – resumia as frustrações do público

1940 – Período de exortação do público pelo Governo. O ITMA aproveitava-se disso. – “O mais próximo que a rádio alguma vez tinha estado das piadas que as pessoas comuns faziam”.

Personagens principais: • Mrs. Mopp• Vera Lynn= importância das mulheres

BBC: pensava que as pessoas estavam demasiado cansadas para uma informação séria

“O apetite do público pela emissão de notícias tornou-se insaciável”.

Exemplo: Brains Trust – algures entre uma cultura e uma instituição, cria um novo

curso de conversas

Durante a guerra, as famílias reuniam-se em torno da rádio, dando êxito aos discursos

de Churchill ou às conferências de Priestley.

• apelavam aos valores nacionais, ligando o presente ao passado.

Era mentira.

• Programa mais importante durante a Guerra: Notícias - Estar informado determinava o moral.

BBC – “exactidão e objectividade” arma de propaganda

«voz da Grã-Bretanha» - reflectia a política e a opinião oficial

Ausência de notícias levava o povo a criar as suas próprias ou por falta confiança nas publicações, ou como reflexo da ansiedade.

BBC – “Rumores podem ser detidos por notícias mais compreensivas.”

• Vários departamentos governamentais pretendiam controlar a BBC.

Jornais ou Emissões?

• Havia falta de confiança em ambos, mas a rádio acabou por ser o meio de informação mais importante durante a Guerra.

2ª Guerra Mundial: actualidade = valor dominantesuperioridade da avaliação da opinião pública

Mudanças na BBC:

• Locutores passam a ter nome;• Simplificação da sintaxe e do vocabulário;• Necessidade de levar as classes trabalhadoras aos microfones;• Tom de voz torna-se importante

BBC no estrangeiro

“Provocadora, espia e apoiante dos movimentos de resistência” –

alimentava a fome de notícias no estrangeiro.

• Exortava os países ocupados, em vez de informar.

Exemplo: campanha «V», 1941

“O Papel da radiodifusão era «manter o mecanismo dos portões do canal da liberdade

oleados, em boa ordem, até que os níveis da água da flutuante opinião pública pudessem

subir e descer outra vez»”.

1939: “A BBC diria «a verdade e nada mais do que a verdade, mesmo que as notícias

fossem horríveis»”. No final da Guerra, diz-se ter atingido o objectivo.

Não tinha outra hipótese:

• As derrotas eram evidentes;

• A veracidade era a propaganda mais eficaz para enfrentar a guerra.

MAS...

O trabalho da BBC é visto com cepticismo e a sua independência quanto ao Governo um

mito britânico.

Radiodifusão: instrumento crucial no esforço de guerra.

BBC: doméstica, invade os lares

Torna-se menos distante, mais vigorosa em termos de discurso e humor, comum ao

do homem britânico.

No entanto, não denunciava outra Guerra: a da vida nos abrigos.

Depois da guerra, as pessoas exigiam maior justiça social – mudança na BBC e

no critério do público .

BBC staff sleeping at Concert Hall of Broadcasting House

“No entanto, no dia a seguir à

Guerra ter terminado na

Europa, o público mudou

novamente. A audiência das

notícias caiu para metade e

nunca regressou aos níveis de

guerra”.

Bibliografia

Livros:• CURRAN, James, SEATON, Jean, Imprensa, Rádio e Televisão. Lisboa: InstitutoPiaget, 2001

- Capítulo 8: Reith e a Negação da política, pp. 137 – 155- Capítulo 9: A Radiodifusão e o Blitz, pp. 157 – 181

• HOBSBAWM, Eric, A Era dos Extremos. Lisboa: Editorial Presença, 2008• PARKER, R. A. C., História da II Guerra Mundial. Lisboa: Edições 70, 2006

WEB:• www.bbc.co.uk• www.westminster.ac.uk• www.gold.ac.uk• Imagens – www.google.com