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Faculdade de Economia Universidade de Coimbra O SUICÍDIO Renato Ferreira Coimbra, 2008

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Faculdade de Economia Universidade de Coimbra

 

   

 

O SUICÍDIO

Renato Ferreira

Coimbra, 2008

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Faculdade de Economia Universidade de Coimbra

O SUICÍDIO Trabalho de avaliação contínua, realizado no âmbito da unidade curricular de Fontes de Informação Sociológica, sob a orientação do Professor Paulo Peixoto.

Renato Ferreira

Coimbra, 2008

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Ficha Técnica

Título: O Suicídio

Trabalho académico realizado por: Renato Emanuel Campino Ferreira

N.º: 20080952

1.º Ano da Licenciatura de Sociologia

Imagem da Capa

Fonte: http://www.redetv.com.br/siteredetv/grupos/series/donasdecasadesesperadas/episodios.aspx?pcdGaleria=538#

Coimbra, 27 de Dezembro de 2008

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

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“Se te queres matar, porque não te queres matar?

Ah! Aproveita! que eu, que tanto amo a morte e

[a vida,

se ousasse matar-me, também me mataria…

Ah, se ousares, ousa!

(…)

Encara-te a frio e encara a frio o que somos…

Se queres matar-te, mata-te…

Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência!…

Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?

Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera

[as seivas e a circulação do sangue, e o amor?

Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?

Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.

Não vês que não tens importância absolutamente

[nenhuma?” Álvaro de Campos, pseudónimo de Fernando Pessoa, Poeta

 

 

 

 

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Índice 1. Introdução……………………………………………………………………... 1

2. Estado das Artes……………………………………………………………… 3

2.1. Suicídio ou Morte Voluntária…………………………………….. 3

2.1.1. O que é o Suicídio?..................................................... 3

2.1.2. O Suicídio e a Sociedade……………………………………. 7

2.1.3. Jovens Suicidas………………………………………………. 11

2.2. Tentativa de Suicídio ou Parassuicídio…………………………. 13

2.2.1. O que é a Tentativa de Suicídio?................................. 13

2.3. Eutanásia ou Suicídio Assistido………………………………….. 15

2.3.1.O que é a Eutanásia?................................................... 15

3. Descrição da Pesquisa Efectuada…………………………………………. 18

4. Ficha de Leitura………………………………………………………………. 21

5. Avaliação de uma Página da Internet……………………………………. 26

6. Conclusão………………………………………………………………………. 28

7. Referências Bibliográficas…………………………………………………… 29

Anexo A Cópia do Texto de Suporte da Ficha de Leitura

Anexo B Cópia da Página Avaliada da Internet

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Fontes de Informação Sociológica -1 -

1. Introdução

No âmbito do regime de avaliação contínua da disciplina de Fontes

de Informação Sociológica, é-nos pedida a elaboração de um trabalho

académico, no qual podemos aplicar os conhecimentos que fomos

assimilando ao longo das aulas do semestre. Tendo optado por este

procedimento de avaliação, e apesar de todos os temas sugeridos serem

bastante aliciantes, resolvi escolher um tema que fosse menos usual,

mas igualmente moderno e actual. Sendo assim, surgiu o tema “O

Suicídio”, pois além de preencher esses requisitos, abrange a sociedade

no seu todo e indiscriminadamente. Além disso, penso que não é um

tema que seja tratado com a importância que merece, o que me levou a

querer debruçar-me um pouco mais sobre ele e a tentar conhecer os

seus meandros.

O suicídio é cada vez mais um fenómeno social de relevo em todas

as sociedades pelo mundo fora. Cada vez mais homens e mulheres

enveredam pelo caminho da morte voluntária, e nem sempre se

consegue compreender porquê. Porque será que quem parece ter tudo

para ser feliz, de repente decide cometer um acto tão macabro? É isto

que nos choca e nos leva muitas vezes, a repensar sobre o verdadeiro

valor que a vida tem para nós.

Na actualidade, este é um facto que lentamente vai aumentado o

seu número nas estatísticas, especialmente na faixa etária dos jovens, o

que o transforma num problema social preocupante não só pelos efeitos

sobre a pessoa que o comete, como também pelas consequências

psicológicas nefastas que pode provocar nos familiares e pessoas

próximas ao suicida.

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Fontes de Informação Sociológica -2 -

Para estruturar devidamente este trabalho, decidi subdividir o

Estado das Artes em três subtemas, denominados: “2.1. Suicídio ou

Morte Voluntária”, “2.2. Tentativa de Suicídio ou Parassuicídio” e “2.3.

Eutanásia ou Suicídio Assistido”. Por sua vez, estas subtemas foram

divididos em mais cinco subtemas, que se intitulam: “2.1.1. O que é o

Suicídio?”, “2.1.2. O Suicídio e a Sociedade”, 2.1.3. “Jovens Suicidas”,

“2.2.1. Tentativa de Suicídio, o que é?”, e “2.3.1. Eutanásia, o que é?”.

São estes os pontos que resumem o trabalho em si.

Subsequentemente, elaborei o ponto 3, onde descrevo

pormenorizadamente a pesquisa que levei a cabo, ao que se segue o

ponto 4, no qual elaborei uma ficha de leitura de um capítulo cujo teor

está relacionado com o tema do trabalho. Finalmente, elaborei o ponto 5

que se destina à avaliação de uma página da Internet, que contém

informação de relevo para a elaboração deste trabalho. Por último, cito

o ponto 7, que se refere às Referências Bibliográficas, as quais foram

essenciais para a composição deste trabalho académico.

 

 

 

 

 

 

 

 

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Fontes de Informação Sociológica -3 -

2. Estado das Artes 2.1. SUICÍDIO OU MORTE VOLUNTÁRIA

2.1.1. O QUE É O SUICÍDIO?  

A palavra suicídio vem da expressão latina “sui caedere”, que

significa “matar-se”, e foi utilizada pela primeira vez em 1717 por

Desfontaines. Por vezes designado como “morte voluntária”, “morte

intencional” ou “morte auto-infligida”, na língua portuguesa esta

palavra significa o acto deliberado pelo qual um indivíduo possui a

intenção e provoca a própria morte.

“(…) o «suicídio» pode alcançar-se pelas próprias mãos, com o auxílio de terceiros ou colocando-se a pessoa, voluntariamente, em condições de a morte ocorrer.

O elemento essencial é a vontade de pôr termo à vida, sendo secundária a forma de o fazer: - por suas próprias mãos, com auxilio solicitado a outrem (…) ou pela criação ou sujeição a situações donde inevitavelmente ou com muita probabilidade decorrerá a morte (…)” (Lopes-Cardoso, 1986:17).

Este é um fenómeno especificamente atribuído à raça humana.

Tanto quanto se conhece, apenas o ser humano poderá desejar este tipo

de morte, e matar-se a si próprio. Apesar de alguns animais se

comportarem de uma maneira que lhes provoca a morte, não há provas

que tal esteja relacionado com uma vontade própria de morrer que lhes

esteja inerente.

Apesar de este ser um acto principalmente individual, existem

casos de práticas deste género em grupo, nomeadamente no contexto de

seitas religiosas ou de grupos suicidas on-line.

Por vezes, acontece também, o suicídio comum de duas pessoas,

que usualmente estão ligadas afectivamente. É um acto que se

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Fontes de Informação Sociológica -4 -

consuma com a convicção “de que a morte em comum proporcionará

uma união feliz depois da morte (…)” (Stengel, 1980). Este tipo em

especial denomina-se Pacto de Suicídio, sendo extraordinariamente raro

que aconteça.

Os métodos de que o indivíduo dispõe para consumar o suicídio

são poucos, pelo que a sua escolha depende principalmente da sua

disponibilidade no momento. Eis alguns deles, de acordo com Lopes-

Cardoso (1986):

→ Afogamento ou submersão;

→ Tiro com armas de fogo;

→ Deglutição de corpos estranhos;

→ Precipitação1;

→ Despedaçamento2;

→ Electrocussão;

→ Enforcamento ou estrangulamento;

→ Intoxicação por gases;

→ Instrumentos Perfurantes e Cortantes;

→ Incineração;

→ Envenenamento;

→ Etc.

A maioria dos actos suicidas é praticada em condições que

permitem o socorro ao suicida mais ou menos imediato. A ausência de

precauções para evitar sobreviver demonstra que geralmente o suicídio

não é uma acção ponderada e meditada, mas sim algo impulsivo.

O suicida poderá também deixar ou não, uma nota de suicídio.

                                                            1 Suicídio por Precipitação: acto suicida em que o indivíduo se precipita do alto de

um lugar elevado com o intuito de acabar com a sua vida, como de um penhasco ou um monumento.

2 Suicídio por Despedaçamento: acto suicida em que o indivíduo mutila o corpo em partes mais ou menos numerosas.

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Fontes de Informação Sociológica -5 -

Geralmente o suicídio não se pode prever, mas existem alguns

indicadores de risco que se podem detectar numa pessoa que o

pretenda cometer:

→ Depressão, melancolia, grande tristeza, desesperança e

pessimismo (falar muito na morte, tudo parece negativo,

perdido…); 

→ Insucesso escolar, especialmente se acompanhado de

angústia e tentativas de melhoria de resultados, mas sem

sucesso;

→ Apatia pouco usual, letargia3, falta de apetite;

→ Insónia persistente, ansiedade, grande impulsividade e

agressividade;

→ Abuso de álcool, droga ou fármacos;

→ Dificuldades de relacionamento e integração na família ou

no grupo;

→ Afastamento ou isolamento social;

→ Dizer adeus, como se não o(a) voltássemos a ver;

→ Oferecer objectos ou bens pessoais valiosos sem razão

aparente;

→ Luto pela perda de alguém próximo;

→ Historial de suicídios na família;

→ Outros agentes.

Doenças físicas como o cancro, a epilepsia ou a SIDA; ou doenças

mentais como alcoolismo, dependência tóxica e esquizofrenia, compõem

alguns dos motivos que induzem um indivíduo a atentar contra a sua

                                                            3 Letargia: (do latim lethargia) é a perda temporária e completa da sensibilidade e do movimento por uma causa fisiológica, ainda não identificada, levando o indivíduo a um estado mórbido em que as funções vitais estão de tal forma atenuadas que parecem estar suspensas, dando ao corpo a aparência de morte.

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Fontes de Informação Sociológica -6 -

própria vida. Algumas situações sociais também conduzem ao suicídio,

como por exemplo o insucesso no matrimónio ou não ser casado, não

ter filhos, não ser religioso, o isolamento social ou o fracasso financeiro.

A depressão também está aliada às causas dos casos de suicídio.

Porém, no auge das crises depressivas o indivíduo fica menos

vulnerável a tais tentativas. Isto porque a depressão é caracterizada

principalmente pela desmotivação, desinteresse e letargia do raciocínio.

Nesse momento, o indivíduo não se dispõe a nenhuma actividade,

inclusive o acto de se matar. Alcançado este estágio, a tendência é a

omissão, que também é considerado uma das formas de suicídio.

Importa ainda acrescentar que, do ponto de vista do indivíduo, o

suicídio não é visto como um fim para tudo. Pelo contrário, ele é visto

como a única alternativa possível para uma determinada situação

considerada insuportável, e aparentemente sem resolução.

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2.1.2. O SUICÍDIO E A SOCIEDADE

O ser humano, quando inserido nos diferentes grupos sociais,

oferece-lhes toda a complexidade que o caracteriza e que está na sua

natureza. A família, como grupo elementar que é para cada indivíduo e

para a Sociedade, quando confrontada com a morte, reage de acordo

com as suas especificidades. Mesmo quando o confronto é com as

diferentes situações que podem levar um indivíduo a lutar pelo direito a

morrer, essas especificidades não esmorecem.

Na sociedade, o suicídio é pois tratado como um autêntico tabu4. É

algo que as famílias preferem esquecer e que quem já tentou quase

sempre oculta dos outros.

“As atitudes em relação ao suicídio estão estreitamente relacionadas com ideologias de morte. Isto explica as similaridades e diferenças entre as reacções de diversas sociedades perante o suicídio. (…) A sociedade também considera o suicídio permissível em certas condições.” (Stengel, 1980: 63).

Deve-se ter em conta que o facto de o Homem se arrogar em

escolher a hora da sua própria morte, é um acto de rebeldia, não só

contra as concepções que a sociedade tem como mais queridas para si,

como é desafiar o próprio poder de Deus e da religião.

As reacções à morte voluntária variam pois de cultura para cultura

e de religião para religião. É uma acção que varia entre ser vista como

uma via de libertação ou como um pecado gravíssimo.

No Japão, por exemplo, desde a antiguidade que o suicídio é aceite

na sociedade, considerando-se uma maneira de exprimir a coragem e o

autodomínio. É pois um acto honroso para quem o pratica. Já na                                                             4 Tabu: tema sobre o qual se devem evitar maiores aprofundamentos teóricos ou

acaloradas discussões.

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Fontes de Informação Sociológica -8 -

Grécia e no Império Romano, as atitudes para com este acto variavam

entre a condenação, pois era considerado por alguns filósofos como

uma forma de assassínio, e a admiração, pois também se considerava

que o suicídio era a melhor via para se alcançar a liberdade em relação

ao sofrimento.

No que diz respeito às religiões, são poucas as que não reprovam

totalmente o suicídio e o que a ele esteja relacionado.

No caso das religiões orientais, existem opiniões análogas quanto à

reprovação deste acto. No entanto é dominante a tolerância com quem o

pratica, especialmente entre Hindus, Budistas e Bramanistas. Isto deve-

se ao facto de estas religiões considerarem que a vida é uma constante

renascimento e uma constante renovação e, sendo assim, quando um

homem atinge plenamente os seus objectivos de vida, considera-se que

é tempo de se retirar e procurar a paz.

Já o Judaísmo, o Cristianismo Romano e Protestante e os

Muçulmanos, ou seja, as maiores religiões do mundo proíbem esta

prática, que para todos eles representa a negação suprema das suas

doutrinas e da soberania de Deus. Apesar disso, a Igreja Católica

Romana tem sido um pouco mais condescendente que as outras três

religiões, concedendo ritos funerários mais ou menos idênticos aos de

quem morre de morte natural. Nas restantes, o corpo é simplesmente

enterrado, sem qualquer cerimónia, e normalmente sem a presença da

família.

Não é apenas nas teorias religiosas ou nas concepções da

sociedade que a Humanidade busca informações para explicar o

suicídio. Ao longo da História, vários foram os grandes sociólogos e

psicanalistas que tentaram explicar a auto-destruição humana. Deles

destacam-se as obras do psicanalista Sigmund Freud e do sociólogo

Émile Durkheim.

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Fontes de Informação Sociológica -9 -

Foi este sociólogo quem dedicou um maior estudo ao fenómeno do

suicídio, na obra “O Suicídio – Estudo Sociológico”, cuja primeira

publicação data de 1897. Para este sociólogo, a explicação está na

relação entre o indivíduo e a sociedade onde está inserido, a qual terá

uma certa inclinação colectiva para o suicídio. Quanto mais profunda

for a integração do indivíduo nos grupos sociais, menor a probabilidade

de este se suicidar e vice-versa. Neste contexto, Durkheim (1980)

distingue três tipos de suicídio, de acordo com as diferentes

perturbações na relação Homem-Sociedade. São eles:

→ Suicídio Altruísta – diz respeito às sociedades que praticam

um nível de integração do indivíduo em demasia, pelo que

justifica o sacrifício pelo grupo ou por um bem maior.

→ Suicídio Anómico – diz respeito às sociedades em que impera

a anomia5, o que não permite que se assegure a satisfação

das necessidades mais elementares do indivíduo, pelo que o

suicídio se torna mais frequente.

→ Suicídio Egoísta – é o efeito do desleixo do indivíduo em

relação à Sociedade, o que o deixa mais vulnerável à

inclinação colectiva para o suicídio. Caracteriza-se pelo

aumento exponencial do individualismo.

A teoria de Durkheim foi alvo de duras críticas, acusada

principalmente de não se basear em dados completamente fidedignos.

Um dos maiores críticos foi John Douglas, que se apoiou em psiquiatras

e psicanalistas para estudar melhor o suicídio.

Já Freud interpretou o impulso para a autodestruição humana de

duas maneiras diferentes. Em 1905, cria a teoria de que esta é como o

ataque contra uma pessoa amada com a qual o indivíduo se identificou.

                                                            5 Anomia: Diz-se que uma sociedade está em anomia se não for capaz de controlar e

regular o comportamento dos indivíduos, pelo que não lhes satisfaz as necessidades mais básicas.

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Fontes de Informação Sociológica -10 -

Dado que não pode atingir o objecto verdadeiro (a pessoa em questão), a

agressividade do homem volta-se contra ele próprio. Mais tarde, por

volta de 1920, surpreende com uma nova teoria, que é extremamente

criticada e contestada. Este autor constata que existe no Homem dois

instintos antagonistas desde o começo da vida: o Instinto de Morte ou

Destrudo que se opõe ao Instinto de Vida e de Reprodução ou Libido, e

que ambos se poderiam sobrepor um ao outro, dependendo das

condições a que a pessoa está exposta na sociedade. Sendo assim,

muitos dos aspectos do comportamento humano seriam explicados com

base na influência maior de um dos instintos sobre a pessoa.

Apesar de opostas, estas teorias têm algo em comum: ambas

relacionam as acções do indivíduo com forças poderosas (a sociedade,

no inconsciente), sobre as quais têm fraco domínio e um conhecimento

incompleto.

Estas e outras teorias destacam tanto a complexidade do acto

suicida, como quais os sentimentos que o suicida possui e que ajudam

a que este consume o acto. Apesar de, claro está, a decisão de pôr fim

aos seus dias ser a consequência de toda uma série de factores, muitas

vezes independentes da vontade própria. Mas não se pode esquecer que

a última decisão cabe sempre ao indivíduo.

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Fontes de Informação Sociológica -11 -

2.1.3. JOVENS SUICIDAS

 

A convicção da sociedade de que suprimindo o tema do suicídio o

afasta das mentes mais susceptíveis, em especial das mais jovens,

revela-se uma opção errada. Na verdade, o espectro deste fenómeno

cada vez mais atinge as pessoas, destacando-se os jovens

(compreendidos na faixa etária dos 15 aos 24 anos), onde o suicídio é

particularmente elevado. É a terceira causa de morte nesse espaço de

idades, apenas ultrapassado pelos acidentes e pelos homicídios

(Wikipedia, 2007).

Na verdade, cada vez mais os jovens se mostram interessados

neste problema e no que ele acarreta. Reflectem sobre ele e dão às suas

causas uma cada vez maior relevância. Num estudo levado a cabo pelo

NES – Núcleo de Estudos do Suicídio, numa amostra de 822 jovens

dessa mesma faixa etária, concluiu-se o seguinte:

“Não é fácil entendermos os múltiplos factores – internos e externos – e os vários contextos – familiares, culturais, psicossociais – que podem conduzir um(a) jovem ao suicídio. Quão confuso e desesperado se sentirá um(a) jovem para, num derradeiro acto, tentar a sua morte? Se um(a) jovem se suicida é porque não conseguiu encontrar razão e estímulo para viver, não suportou as suas preocupações, não foi capaz de perceber a vida ou não encontrou quem o auxiliasse a equilibrar-se. E então, um pedaço de nós, morre com ele.” (Núcleo de Estudos do Suicídio, 2002).

O suicídio é maioritariamente causado pelas representações de

natureza afectivo-emocional, onde se destacam os conflitos na

educação, criação e conduta familiar dos indivíduos. O sentimento de

culpa imposto por chantagens emocionais, agressões, castigos

exagerados, criação e imposição de uma auto-imagem irreal ao

indivíduo, abandono ou superprotecção são factores que influenciam os

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Fontes de Informação Sociológica -12 -

jovens a pensarem em pôr fim à sua vida. O somatório destas causas

resulta na desorganização da personalidade e consequentemente, vários

desequilíbrios de ordem mental, que por vezes desencadeiam o acto

suicida.

Mas não são só os factores psicológicos que importam para

explicar o cada vez maior número de suicídios na juventude. Também

há factores exteriores que ajudam bastante a este fenómeno, em

especial os que dizem respeito ao comportamento dos meios de

comunicação de massas quanto ao tema. A presença deste sob várias

formas nos meios de comunicação social (na ficção televisiva, na

literatura, etc.), muitas vezes de uma maneira que não é a mais

correcta, influencia o aumento das taxas de suicídio juvenil. Este facto é

bastante natural, dada a influência que os media exercem sobre os

jovens actuais. Este é pois um tema que deve ser debatido com os

jovens, para que se possa prevenir que aconteça.

Igualmente importante é a informação de que os jovens dispõem

sobre o suicídio, como salienta o trabalho de investigação empírica

intitulado “O suicídio adolescente em Portugal”, desenvolvido pelo NES:

“Em relação à prevenção do suicídio, a medida mais considerada pela quase totalidade dos jovens foi: Os pais falarem mais com os filhos sobre os problemas. (…) Depois salientou-se a necessidade de ter uma disciplina onde se abordem temas que digam respeito às dificuldades dos jovens e a criação de um espaço na escola onde possam falar com pessoas mais experientes. De facto, a necessidade de informação e de formação específica, foi um importante factor que obtivemos.” (NES – Núcleo de Estudos do Suicídio, 2002).

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Fontes de Informação Sociológica -13 -

2.2. TENTATIVA DE SUICÍDIO OU PARASSUICÍDIO 2.2.1. O QUE É A TENTATIVA DE SUICÍDIO?

 

 

Considera-se uma Tentativa de Suicídio ou Parassuicídio, qualquer

acto não fatal de auto-mutilação ou de auto-envenenamento. A intenção

de morte não pode ser incluída nesta definição, dado que nem sempre

esta se manifesta. A gravidade da tentativa relaciona-se deste modo com

a potencialidade destrutiva do método que o suicida utiliza e também

com a probabilidade de uma intervenção de terceiros durante o decorrer

do acto.

Sendo assim, podemos concluir que qualquer consequência que

advenha de um acto suicida dependerá de intervenções exteriores à

vontade do indivíduo, independentemente do grau de seriedade que ele

possa imprimir ao acto.

Apenas nas últimas décadas se tem procedido ao estudo das

pessoas que efectuaram estas tentativas e sobreviveram. Até aí, apenas

se tinha estudado esta tentativa com base em problemas originários

iguais aos do suicídio que efectivamente se consumam. Isto está errado,

pois nem sempre o indivíduo que tenta o suicídio, tem como objectivo a

morte. Como refere Stengel (1980: 77):

“Crê-se em geral que a maior parte, se não todas as pessoas que cometem actos suicidas estão claramente resolvidas a morrer. O estudo das tentativas de suicídio não confirma isto. Muitas tentativas de suicídio e bastantes suicídios são cometidos na ideia de «Tanto se me dá viver como morrer» (…). Uma pessoa que depois do que parece ter sido uma óbvia tentativa de suicídio nega que tivesse realmente querido matar-se, pode estar a dizer a verdade.”

Deve-se ter em conta que estas tentativas na sua maioria, não são

mais do que maneiras de chamar a atenção. Logicamente, acontecem

num ambiente em que é previsível ou pelo menos possível o socorro à

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -14 -

vítima em caso de necessidade. No entanto, apesar de ser uma

chamada de atenção, deve ser tomada em conta com seriedade, pois

das pessoas que tentam suicidar-se, de 20% a 30% fazem uma nova

tentativa dentro de meses e 10% acabam mesmo por concretizar o acto.

Salienta-se pois que as pessoas que fazem tentativas de suicídio

constituem um grupo sociologicamente diferente do daquelas que de

facto se suicidam.

Em termos estatísticos, a tentativa de suicídio é três vezes mais

vulgar nas mulheres do que nos homens, apesar de estes escolherem

maneiras mais violentas de o efectuarem.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -15 -

2.3. EUTANÁSIA OU SUICÍDIO ASSISTIDO 2.3.1. O QUE É A EUTANÁSIA?

  

A palavra eutanásia deriva do grego ευ θάνατος, que significa

“morte suave”. Utilizado pela primeira vez em 1869 por W.E.H. Lecky,

esta palavra designa a acção de induzir harmoniosa e facilmente a

morte, especialmente em casos de doentes incuráveis ou com doenças

graves em estado terminal, com o mínimo de sofrimento (Lopes-

Cardoso, 1986; Wikipédia, 2007).

Esta designação desdobra-se em outras que lhe estão ligadas pelo

uso da designação:

→ Eutanásia Eugénica – traduz-se por induzir a morte

independentemente da vontade de quem a possui,

nomeadamente nos casos de malformações, deterioração

física ou mental.

→ Eutanásia Activa – se durante o processo que conduz o

indivíduo à morte, se esta for inevitável e próxima, a pessoa

que assiste o doente lhe fornece substâncias que apressam

a morte. 

→ Eutanásia Passiva - se durante o processo que conduz o

indivíduo à morte, se esta for inevitável e próxima, a pessoa

que assiste o doente lhe fornece substâncias que atrasam a

morte. 

→ Eutanásia Voluntária – é a mais usual e igualmente a mais

discutida e polémica. Traduz-se no acesso à morte pelos

indivíduos que, sofrendo de doenças incuráveis ou doenças

terminais passíveis de lhe produzir sofrimento, manifestem

conscientemente a sua vontade de que a morte lhe seja

facultada pelos métodos menos dolorosos. 

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -16 -

Por tudo isto se compreende que a eutanásia se designe

igualmente por “suicídio assistido”, apesar de ser diferente do conceito

de suicídio puro. Na verdade, segundo Lopes-Cardoso (1986: 91):

 

“Ao contrário do «suicídio», existe portanto aqui a necessidade duma conjugação de vontades, a do indivíduo e a de quem o assiste, já que, por postulado, a actividade do indivíduo, por si só, não é bastante (estaríamos, nesta hipótese, perante um caso de «suicídio»), como não é bastante a vontade daquele que o assiste (estaríamos, nesse caso, perante um homicídio […]) ”.

Ao tomar conhecimento de possuir um estado de saúde precário, o

enfermo tem então a hipótese de solicitar a «eutanásia», assinando

usualmente uma declaração para que se ateste a sua lucidez no

momento do requerimento. No entanto, o cumprimento dessa vontade,

caso ocorra a inconsciência e permanente incapacidade do indivíduo

dependerá do valor que essa declaração representará tanto para os

terceiros como para a lei em vigor.

Podemos dizer que, sendo o resultado de duas vontades, a

eutanásia apenas acontecerá se ambas coincidirem, tanto a de quem

pede o abreviamento da sua vida como a de quem lhe poderá

proporcionar isso mesmo. Mas terá de haver disponibilidade de quem

assiste o indivíduo nestes casos, quer seja amigo, familiar ou o próprio

médico, para que este respeite a sua vontade e produza o efeito

desejado

“A dita «eutanásia passiva», (…) é muito mais frequente do que se imagina, porque pode ser levada a cabo (e é-o efectivamente) com a maior descrição. E ainda, porque, pelo menos no caso do indivíduo lúcido, ele o pode impor, como se viu. No caso da «eutanásia activa» o problema complica-se, porque se torna necessária a cooperação «activa» (e não a simples omissão) de um terceiro (…)” (Lopes-Cardoso, 1986: 99).

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -17 -

No entanto, nem sempre a sociedade está disposta a aceitar este

procedimento. Com a certeza de uma morte próxima, o indivíduo tem o

pleno direito de exigir que a morte lhe seja abreviada, ou pelo menos de

se negar a receber tratamentos que, teoricamente lhe prolongariam

inutilmente a vida (eutanásia passiva). No entanto, estando

incapacitado de causar a sua própria morte, nas condições clínicas

extremas atrás citadas, carece pois de ajuda exterior para atingir esse

objectivo com o mínimo de sofrimento (eutanásia activa). Mas essa

atitude do terceiro, para além dos problemas de consciência que

acarreta, é de um modo geral penalizada pela lei. Além disso, a

sociedade encara semelhante actividade como um homicídio, apesar de

não se enquadrar, dado que a morte é ministrada, não contra a vontade

da pessoa, mas por seu exclusivo desejo.

A eutanásia continua a suscitar grande polémica na sociedade, de

argumentos supostamente válidos entre os que defendem a sua total

legalização e os que a totalmente a condenam, havendo assim

necessidade de compreender a moral à prática concreta dos homens

enquanto membros de uma dada sociedade, com condicionalismos

diversos e específicos, e reflectir, pois afinal a vida humana é um direito

inalienável em qualquer sociedade.

Na maioria das legislações que existem no mundo, incluindo em

Portugal, o auxilio à eutanásia é tão punível como o auxílio ao suicídio.

No entanto, a despenalização desta prática tem vindo a ser cada vez

mais defendida, especialmente entre os membros da classe médica.

Afinal, bem pensado, numa doença terminal ou extremamente dolorosa,

deixa de interessar a salvaguarda da vida. Afinal para quê prolongar a

vida, condenando o indivíduo a um sofrimento inútil e exagerado? O

que passa a importar nestes casos é que o paciente passe o que lhe

resta de vida de maneira tão confortável e digna quanto possível.

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -18 -

3. Descrição Pormenorizada da Pesquisa Efectuada

Quando me decidi por este tema de trabalho e obtive permissão do

professor para o realizar, imediatamente me apliquei às pesquisas que

me permitiriam levá-lo em frente.

A principal fonte que utilizei foi sem dúvida os livros, os quais

como sempre me ofereceram uma vasta panóplia de informação. No

entanto, também encontrei na Internet alguma informação de relevo. As

palavras-chave que utilizei para as pesquisas em ambos os meios foram

as mesmas: “suicídio”, “suicídio juvenil”, “suicida”, “tentativa de

suicídio” e “eutanásia”. Inicialmente, dirigi-me à Biblioteca da

Faculdade de Economia, na qual acedi à sua base de dados

bibliográficos, para iniciar. Com a pesquisa simples, e na opção

“assunto”, pesquisei “suicídio”, pelo que obtive 5 registos, 3 dos quais

exclui, um por ser em inglês, e os outros por possuírem dados já um

pouco ultrapassados. Sendo assim, sobraram dois registos, que são:

Suicídio e Tentativa de Suicídio de Erwin Stengel (1980) e História do

Suicídio de Georges Minois (1995). Um pouco desapontado pelos

resultados escassos, progredi nas mesmas condições para pesquisar

“suicídio juvenil” e “suicida”, que não obtiveram resultados, apenas

alguns títulos aproximados e nada relevantes para este tema. Com a

pesquisa de “tentativa de suicídio”, apenas me surgiu como relevante o

livro de Stengel. Com a pesquisa da palavra “eutanásia”, surgiram 2

registos, dos quais descartei um por ser em francês. Ficou então o livro

O Direito de Morrer de Álvaro Lopes-Cardoso (1986).

Tendo esgotado as palavras-chave, decidi fazer nova pesquisa, mas

desta vez no Catálogo da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra,

onde pensei obter melhores resultados.

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -19 -

Novamente com pesquisa simples e na opção “assunto”, pesquisei

“suicídio”. Obtive 13 registos, dos quais seleccionei como relevantes

para o trabalho 2 deles: O deus selvagem. Um estudo sobre o Suicídio

de A. Alavarez (2002) e A Dimensão do Vazio. Os Jovens e o Suicídio de

Paolo Crepet (2002), que contém o capítulo para a ficha de leitura.

Com as palavras “suicídio juvenil”, obtive apenas um título de relevo:

Tudo o Que Temos Cá Dentro de Daniel Sampaio (2000). Com “suicida”,

novamente nada encontrei. Decidi não pesquisar mais “tentativa de

suicídio”, por considerar que um dos livros que já encontrara

anteriormente possuía informação mais do que satisfatória sobre o

assunto. Assim, segui para a palavra “eutanásia”, onde elegi apenas

uma obra com relevância: Derradeira Solução: Aspectos práticos do

suicídio e do suicídio assistido, de Derek Humphry, que acabei por

descartar. Posteriormente, dirigi-me a ambas as bibliotecas e adquiri os

títulos atrás referidos para utilizar.

Quanto à pesquisa na Internet, optei apenas por um motor de

busca on-line: o Google. Primeiramente, pesquisei “suicídio” e obtive

7.900.000 resultados. Dada a quantidade exagerada de informação,

após seleccionar alguma de relevo, restringi a busca para “suicídio

juvenil”, tal como fizera anteriormente. O resultado modificou-se para

uns meros 260.000 resultados, dos quais extrai também alguma

informação. Seguidamente, pesquisei “suicida”, e apesar dos 5.590.000

resultados, não havia nada de interessante para este trabalho. Passei

para “eutanásia”, encontrando 2.530.000 itens relacionados. Mais uma

vez, escolhi a informação mais pertinente que pude encontrar.

Depois de observar as informações recolhidas, seleccionei como

pertinentes para este trabalho os seguintes sites:

→ www.tu-importas.com

→ pt.wikipedia.org/wiki/Suic%C3%ADdio

 

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -20 -

→ http://pt.wiwww.spectrumgothic.com.br/gothic/suicidio.ht

ml

→ pt.wikipedia.org/wiki/Eutan%C3%A1sia

→ ocasionalwords.blogspot.com/2006/06/perceber-as-

causas-do-suicdio.html

→ aeiou.visao.pt/Actualidade/Sociedade/Pages/Suicidioaume

ntaentreosjovens.aspx

→ www.spectrumgothic.com.br/gothic/suicidio.htm

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -21 -

4. Ficha de Leitura Dados Gerais da Obra

Título do Livro: A Dimensão do Vazio. Os Jovens e o Suicídio. Autor: Paolo Crepet Colecção: As Mãos e os Frutos Local: Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra Data de Publicação: 2002 Editora: Âmbar Cota: 6-1-29-83 Título do Capítulo: A Sedução Fatal. N.º de Páginas: 16 Assunto: A influência da comunicação de massas nos comportamentos suicidas juvenis. Palavras-Chave: suicídio, adolescência, media, informação, imitação. Data da Leitura: Dezembro de 2008 Sobre o Autor

Paolo Crepet nasceu no ano de 1951, em Turim, Itália. É doutorado em Psiquiatria e Sociologia, sendo um investigador conceituado, nomeadamente sobre a tentativa de suicídio, a epidemiologia social e a psiquiatria social.

Resumo do Capítulo

Neste capítulo, o autor tenta explicitar-nos até que ponto os métodos que os meios de comunicação de massa utilizam para demonstrar o suicídio influenciam os jovens a cometê-lo. Para isso, além de se apoiar em teorias de grandes sociólogos, igualmente exemplifica com casos reais e algumas investigações empíricas que demonstram isso mesmo. Finalmente, Crepet interroga-se se poderemos difundir informação sobre o suicídio sem aumentar a sua tendência.

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -22 -

Estrutura

Com o crescente aumento do número de suicídios na sociedade, o

autor procura relacioná-los com a influência dos mass midia na

população, e mais especificamente nos adolescentes. Partindo do

exemplo de um suicídio triplo ocorrido em Itália, amplamente divulgado

nos meios de informação, o autor conclui que o aumento significativo de

suicídios que se verificou está relacionado com a notícia e a maneira

como esta foi divulgada.

O conceito de imitação, segundo Durkheim:

Apesar de na época deste sociólogo os meios de comunicação não

serem tão comuns, já nessa altura se falava na imitação das mensagens

que os meios de comunicação vinculavam. Durkheim estabeleceu o

conceito de imitação referindo que este é facilitado pelo fenómeno do

nivelamento, pela vontade de harmonia do indivíduo para com a cultura

dominante e pela tendência para a repetição de um acto unicamente

porque ouvimos falar dele. Assim, conclui que as condutas individuais

podem ser influenciadas por contágio imitativo. Apesar de Durkheim

considerar que é restrito o número de casos onde tal acontece, com a

evolução que se deu no universo dos meios de comunicação social, tal é

cada vez mais possível.

A explosão dos media e o seu consumo por parte dos adolescentes:

O crescimento extraordinário dos media originou modificações no

nosso quotidiano. Apesar da diminuição dos consumos culturais de

massas, o consumo de produtos domésticos de evasão cultural

disparou. Aqui se compreende o aumento da influência dos meios de

comunicação.

A hipótese de os media influenciarem o comportamento dos jovens,

avançada com prudência no passado, é agora utilizada para estudar

factos que perturbam o mundo juvenil, como o homicídio, roubo à mão

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -23 -

armada e estupros. Estes cada vez mais estão relacionados com os

conteúdos violentos que os media veiculam à juventude. O maior

defensor desta hipótese é David Phillips, que a designou por “efeito

Werther”.

O efeito Werther: as hipóteses de David Phillips sobre o suicídio

imitativo:

Sendo o suicídio um fenómeno causado por factores crónicos e

agudos, Phillips estabelece duas variáveis para estudo: a frequência do

suicídio (variável dependente) e o fenómeno que se admite estar

relacionado com o suicídio (variável independente). Reflectido sobre

eles, conclui-se que ambos estão relacionados, dado que há correlação

entre eles. Esta demonstra-se dado o aumento da taxa de suicídio nas

horas e nos dias que se seguem à publicação de uma notícia sobre tal

assunto.

Os estudos sobre os efeitos provocados pelas notícias extraídas dos

jornais e dos telejornais:

Vários estudos levados a cabo sobre esta matéria demonstraram

que quando os jornais decidem dar alguma relevância a um caso de

suicídio, especialmente de alguém conhecido, nos dias seguintes as

taxas de suicídio aumentam proporcionalmente à importância atribuída

à notícia.

Apesar de nem todos os especialistas concordarem completamente

com as teorias de Phillips, são unânimes ao concordar que estas

possuem uma base científica.

Os estudos sobre os efeitos provocados pela ficção:

São igualmente vários os estudos levados a cabo sobre o suicídio

nos géneros de ficção, para determinar qual a sua influência neste

fenómeno. As conclusões foram várias.

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Fontes de Informação Sociológica -24 -

No caso dos romances e das peças de teatro, as taxas não se

alteraram significativamente, pelo que se pode determinar.

Já quanto à ficção televisiva e cinematográfica, a situação é

bastante diferente. A exibição de séries, telenovelas e filmes onde o

suicídio de uma personagem é explicitado, faz com que o número de

suicídios iguais ou semelhantes a esse se multipliquem.

As condutas suicidas como processos imitativos veiculados pelos

media: limites metodológicos e interpretativos do fenómeno:

As investigações que são referidas ao longo do capítulo tiveram de

enfrentar alguns problemas, que suscitaram dúvidas quanto aos

resultados obtidos. São eles: a influência dos factores exteriores nos

resultados, como a sazonalidade, o facto de a morte ser sempre um

evento funesta para as pessoas, o facto de haver outras condições que

possam ter causado o suicídio, independentemente dos media, e ainda

de o contágio imitativo poder funcional apenas como um factor

precipitante para uma decisão já tomada. No entanto, as investigações

que são citadas contariam estas objecções.

Existem condições experimentais que determinam se os mass

media possuem alguma indução no que diz respeito ao suicídio: o efeito

dos mass media deve ser mensurável, numa área geograficamente

circunscrita, o crescimento do número de suicídios deve ser contido e a

consistência deste dado deve ser associada à importância conferida

pelos media ao acontecimento. Além destas é ainda importante o grau

de semelhança dos indivíduos na população que é medido o aumento do

número de suicídios e as características do suicida descritas pelos mass

media.

No entanto, as questões principais mantêm-se pois, como afirma

Ronald Maris (apud Crepet, 2002), não é suficientemente demonstrativo

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -25 -

por si o aumento de suicídios a seguir à mensagem dos media, o

problema é compreender como é que isto acontece.

É possível dar informações sobre o suicídio sem correr o risco de o

induzir?

Tendo como exemplo o suicídio triplo do inicio do capítulo, o

número de jovens que escolheram o mesmo método é revelador de que a

maneira como o assunto foi tratado pela imprensa é igualmente

importante para influenciar o público. Estão aqui em causa dois

princípios fundamentais, que se digladiam: a do direito à informação e a

de não influenciar negativamente quem a ela tem acesso.

Por esse motivo, alguns jornais esforçaram-se por elaborar

algumas regras base comuns, a aplicar nestes casos. São elas:

→ Não referenciar as atitudes suicidas como eventos positivos

e aceitáveis

→ Evitar publicar notícias de suicidas nas primeiras páginas

→ Evitar publicar uma foto da vítima, para que o público não

se identifique com ela.

→ Evitar utilizar a palavra suicídio no título da notícia

→ Evitar voltar ao tema nos dias posteriores à notícia

→ Evitar publicar pormenores sobre a modalidade do suicídio

Com a prática contínua destas regras, haverá uma redução dos

efeitos perversos que os media possivelmente possam ter sobre o

indivíduo. Isto não se pode aplicar à ficção, pois não está em causa o

direito à informação mas sim a liberdade cultural.

Todavia, ninguém tem o direito de impor certas condutas a

ninguém, apenas para sua protecção. Afinal, uma vida isenta de riscos

não nos fará crescer enquanto pessoas.

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -26 -

5. Avaliação de uma Página da Internet

 

 

 

 

Escolhi este site para ser avaliado porque dos que tive

oportunidade de visitar, no contexto da elaboração deste trabalho,

pareceu-me o mais completo e explicativo. Além disso, é dos poucos que

não se contradiz em nenhuma das explicações que faculta aos

visitantes.

Este sítio é da responsabilidade do NES – Núcleo de Estudos do

Suicídio, criado em 1987 no Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa

Maria, em Lisboa. É uma página online que podemos classificar como

interessante e bem elaborada. O seu objectivo principal não é a mera

apelação ao tema do suicídio e ao que lhe está subjacente, mas sim de

elucidar o visitante sobre as razões que levam as pessoas a tomar uma

decisão tão drástica como acabar com a própria vida. Além disso, tem

também um excelente programa de prevenção do suicídio, através do

incentivo ao potencial suicida de entrar em contacto com eles, para que

se possa prestar-lhe o devido apoio psicológico.

A página principal é bastante inteligível e básica, pelo que o

público que porventura possa a visitar não terá qualquer dificuldade em

encontrar o que procura sobre o tema. Nela podemos encontrar

esclarecimentos sobre o que realmente é o suicídio e a tentativa de

suicídio, quais os sinais de alarme do suicida, dados estatísticos,

bibliografia relacionada, investigações empíricas, etc. Oferece

igualmente links para outros sites de relevância sobre o assunto.

http://www.tu-importas.com/

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -27 -

O final da página, apresenta uma série de links destinados a

auxiliar à ajuda que porventura possamos querer prestar a alguém que

saibamos que está em risco de cometer suicídio.

No que diz respeito à complexidade desta página Web, penso que

esta é bastante simples e consequentemente de grande acessibilidade

para o internauta. Os menus e links que contém são claros e concisos,

o que facilita o visitante a encontrar rapidamente a informação que

procura.

Inaugurada apenas em 2002, esta página está em permanente

actualização com dados recentes, que nos dão uma perspectiva

actualizada do suicídio nos dias de hoje.

Em conclusão, considero que esta página, apesar de talvez não ser

a mais apelativa de todas sobre o assunto, é talvez a mais bem

construída e a que fornece dados mais consistentes sobre o suicídio.

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Fontes de Informação Sociológica -28 -

6. Conclusão Apesar da minha inexperiência na elaboração de trabalhos

académicos, acho que tive sucesso nesta composição. Penso também

que este trabalho me ajudou a crescer enquanto pessoa e estudante,

pelo que foi um marco na minha vida enquanto estudante de sociologia.

Durante a elaboração deste trabalho, tentei ao máximo explicitar

com clareza o que é o suicídio e o que lhe está subjacente. No entanto,

houve alguns obstáculos.

Em primeiro lugar, deparei-me com o facto de a informação se

bastante maçuda e extensa, pelo que tive de efectuar um rigoroso

trabalho de selecção e tratamento. Seguidamente, debati-me com

algumas contradições entre os escritos de alguns autores sobre os

mesmos assuntos. Tive pois de proceder a comparações de informação

para chegar a consensos.

Este trabalho foi para mim muito importante, não só como mais

um item de avaliação para uma disciplina, mas porque me permitiu

aprender, e também a oportunidade de compreender melhor este tema.

Com efeito, na minha opinião, já que apenas traduz algo a que todos

estamos condenados desde o nascimento, que é a morte, o suicídio

isolado ou assistido acaba por não ser mais do que um direito dos

indivíduos. O direito de dispor do corpo e da própria vida. Coisa que a

sociedade não compreende e não se esforça minimamente por entender.

Afinal, como diz Minois (1995: 406):

“O buraco negro e medonho do aniquilamento, revolta e causa medo e aqueles que nele se precipitam voluntariamente são tidos como loucos. Mas essa recusa colectiva e individual não será ditada pela invencível repulsa de cada um poder evocar um destino que inelutavelmente sabe será seu?”

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Fontes de Informação Sociológica -29 -

7. Referências Bibliográficas i) Em Suporte Escrito

Alvarez, A. (2002), O deus selvagem. Um Estudo sobre o Suicídio. Barcarena: Editorial Presença.

Crepet, Paolo (2002), A Dimensão do Vazio. Os Jovens e o Suicídio. Porto: Âmbar.

Lopes-Cardoso, Álvaro (1986), O Direito de Morrer. Suicídio e Eutanásia. Mem Martins: Publicações Europa-América.

Minois, Georges (1995), História do Suicídio. A sociedade ocidental perante a morte voluntária. Lisboa: Editorial Teorema.

Sampaio, Daniel (2000), Tudo o Que Temos Cá Dentro. Lisboa: Editorial Caminho.

Stengel, Erwin (1980), Suicídio e Tentativa de Suicídio. Lisboa: Publicações Dom Quixote.

ii) Na Internet

NES – Núcleo de Estudos do Suicídio (2002), O suicídio adolescente em Portugal, página consultada 30 de Novembro de 2008. Disponível em: <http://www.tu-importas.com/geral/Investigacao.asp>

Wikipédia (2007), Suicídio, página consultada em 6 de Dezembro de 2008. Disponível em < pt.wikipedia.org/wiki/Suic%C3%ADdio>

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Fontes de Informação Sociológica -30 -

 

 

 

 

 

 

 

Anexo A Texto de Suporte da Ficha de Leitura

“A Sedução Fatal”, capítulo da obra A Dimensão do Vazio. Os Jovens e o Suicídio, de Paolo Crepet

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O Suicídio

 

Fontes de Informação Sociológica -31 -

Anexo B Cópia da Página Avaliada da Internet

www.tu-importas.com, a página oficial do Núcleo de Estudos do Suicídio

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