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FACULDADE ASSIS GURGACZ FACULDADE ASSIS GURGACZ ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE SORVETE FUNCIONAL COM ADIÇÃO DE SORO DE LEITE E FIBRAS 1

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Page 1: Trabalho Final Bruna Brasil

FACULDADE ASSIS GURGACZFACULDADE ASSIS GURGACZ

ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE SORVETE FUNCIONAL COM ADIÇÃO DE SORO DE LEITE E FIBRAS

CASCAVEL

2009

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Page 2: Trabalho Final Bruna Brasil

BRUNA BRASIL RODRIGUES FURTADO

ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE SORVETE FUNCIONAL COM SORO DE LEITE E FIBRAS

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Faculdade Assis Gurgacz, FAG, Curso de Farmácia.

Prof. Orientador: Fernanda Zanchet Saraiva

CASCAVEL

2009

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BRUNA BRASIL RODRIGUES FURTADO

ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE SORVETE FUNCIONAL COM ADIÇÃO DE SORO DE LEITE E FIBRAS

Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da FAG, como requisito parcial

para obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob a orientação da Professora

Fernanda Zanchet Saraiva.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________Fernanda Zanchet Saraiva

Química Industrial

_______________________________Janesca Alban Roman

Tecnóloga em Alimentos

_______________________________Patrícia Stadler Rosa Lucca

Farmacêutica Industrial

Cascavel, 27 de Novembro de 2009.

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Page 4: Trabalho Final Bruna Brasil

“As pessoas se convencem

De que a sorte me ajudou,

Mas plantei cada semente

Que o meu coração desejou”

(Coração Pirata – Roupa Nova)

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Page 5: Trabalho Final Bruna Brasil

AGRADECIMENTOS

Primeiramente ao Criador, pelo dom da vida, pela oportunidade de realização de mais uma missão em benefício desse plano.

A minha mãe, Catarina Rosa Brasil, pelo exemplo de vida, maior força promotora do meu crescimento e desenvolvimento, por todo amor e paciência, mesmo quando eu não merecia.

Aos meus irmãos, Magno Brasil e Lara Maria Brasil, por todos os momentos de descontração que me proporcionam na minha caminhada.

A toda a minha família Brasil, por toda alegria e encorajamento que sempre me deram.

Ao meu avô, Antônio Brasil (in memorian), por toda ajuda, por todas as histórias, todas as brincadeiras, toda a sabedoria de homem simples do campo, mas grande no conhecimento dos mistérios da vida.

A todos os meus gatos que de alguma maneira me surpreendem com sua sensibilidade, inocência e inteligência, e por todas as vezes que me esperam na porta de casa, demonstrando o seu enorme amor.

A Juliana Maria Zanatta, Mara Patrícia Bertola Machado, César Machado, Cristiane Regina Lubke, Patrícia Nascimento e Paola Amarante pela amizade de todos esses anos de convívio.

Aos amigos que fiz na faculdade, Lucimara Bolsoni Boeira, Josiclea Garbin Locatelli, Sheila Danuza Oenning, Bruna Samways Simonatto, Jonas Kazmirczak e a todos aqueles que mostraram o melhor de si durante esses quatro anos de graduação.

A professora Fernanda Zanchet Saraiva, por toda paciência e compreensão durante a realização desse trabalho.

A professora Rosecler Pereira Machado pela amizade e por ter acreditado em mim na realização do projeto de “Controle de Qualidade de Leite Pasteurizado”.

A todos os docentes que dispensaram um pouco de seu tempo na nobre e árdua tarefa de ensinar durante toda a minha vida.

Aqueles que passaram em minha vida e de alguma forma causaram feridas, emocionais, mentais ou mesmo físicas, pois me ensinaram que dessa vida não se sai ileso.

Aqueles que passaram em minha vida e de alguma forma mostraram que existe algo de bom no ser humano, mesmo em toda essa sujeira moral na qual vivemos.

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Page 6: Trabalho Final Bruna Brasil

SUMARIO

1 - REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................7

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................17

2 - ARTIGO................................................................................................................20

NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA

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Page 7: Trabalho Final Bruna Brasil

REVISÃO DE LITERATURA

Sorvetes são produtos alimentícios apreciados como guloseimas geladas,

pertencendo à classe dos gelados comestíveis, geralmente preparados a partir do leite

e seus derivados, com consistência tipicamente cremosa e aerada, que se deve a

presença de lipídeos e proteínas e a adição de ar na mistura durante o preparo por

meio de agitação. Sua introdução no Brasil ocorreu em 1934, mas sua evolução foi

maior a partir de 1941, quando foi fundada no Rio de Janeiro, a primeira indústria de

sorvete do país, U.S. Harkson do Brasil (atual Kibom®) (PRADO, BUENO & BOLZANI,

2007).

São classificados como gelados comestíveis e devidamente regulamentados

pela legislação.

“Gelados Comestíveis: são produtos alimentícios obtidos a partir de uma emulsão de gorduras e proteínas, com ou sem adição de outros ingredientes e substâncias, ou de uma mistura de água, açúcares e outros ingredientes e substâncias que tenham sido submetidas ao congelamento, em condições tais que garantam a conservação do produto no estado congelado ou parcialmente congelado, durante a armazenagem, o transporte e a entrega ao consumo”.(BRASIL, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÀRIA, Portaria nº 379 de 26 de abril de 1999 - Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Gelados Comestíveis, Preparados, Pós para o Preparo e Bases para Gelados Comestíveis)

Segundo a Portaria nº 379 de 26 de abril de 1999, os gelados comestíveis

podem ser classificados pela composição básica e pela apresentação.

Pela classificação básica, podem ser:

1 Sorvetes de creme: elaborados basicamente com leite e/ou seus derivados e

gorduras comestíveis. Possui 3% de gordura láctea, 2,5 de proteínas lácteas. Os

sólidos totais são de 32%, com ou sem a adição de ovo; porém com adição de

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Page 8: Trabalho Final Bruna Brasil

fruta é permitido 30% de sólidos totais;

2 Sorvetes de leite: preparados com leite ou seus derivados. Deve possuir 2,5% de

gorduras lácteas, 2,5% de proteínas lácteas. Os sólidos totais são de 28%, com

ou sem a adição de ovo e, de 26% com adição de fruta;

3 Sorvetes: produzidos com leite e/ou seus derivados e/ou outras matérias-primas

alimentares, nos quais os teores de gordura e/ou proteína são total ou

parcialmente de origem láctea. Deve possuir 3% de gorduras lácteas, 2,5% de

proteínas (lácteas ou não), sólidos totais de 28% para sorvetes com ou sem ovo

e, de 26% com frutas;

4 Sherbets: produzidos com leite ou seus derivados e com uma pequena porção

de gorduras ou proteínas, total ou parcialmente de origem láctea. Deve possuir

1% de gorduras lácteas, 1% de proteínas totais e 20% de sólidos totais;

5 Gelados de frutas ou sorbets: elaborados com polpas, sucos ou pedaços de

frutas e açúcares. Deve possuir 0% de gordura láctea e de proteína e 20% de

sólidos totais;

6 Gelados: produzidos basicamente com açúcares, com ou sem adição de polpas,

sucos, pedaços de frutas e outras matérias-primas. Deve possuir 0% de gordura

e de proteína, 10% de sólidos totais.

Dentro de cada uma dessas classificações é possível adicionar outros

ingredientes alimentares permitidos pela legislação, de acordo com a Resolução nº 384,

de 5 de agosto de 1999.

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Page 9: Trabalho Final Bruna Brasil

Pela classificação da apresentação, os gelados comestíveis podem ser:

1 Massa ou cremosos: massa batida e resfriada, sendo aerada;

2 Picolés: porções individuais de gelados comestíveis, geralmente sustentados por

haste, obtidas por resfriamento até o congelamento, ou não;

3 Produtos especiais gelados: gelados mistos constituídos por qualquer uma das

classificações presentes no regulamento, em combinação com alimentos não

gelados como sanduíche de sorvete, bolo de sorvete e torta gelada).

No presente trabalho o enfoque será o desenvolvimento de um produto

classificado como sorvete cuja apresentação é um sorvete de massa ou cremoso.

É um produto com elevada aceitabilidade no país, principalmente no verão.

Segundo a Associação Brasileira de Indústria de Sorvete (ABIS) em 2008 foram

consumidos 954 milhões de litros do produto, uma média de 4,98 litros por pessoa ao

ano. Contudo essa é uma média ainda baixa, quando se compara o consumo da

população de outros países (principalmente os de clima frio) como Canadá, Estados

Unidos e Nova Zelândia (sendo este o país em que o consumo per capita de gelados

comestíveis é de 26,30 litros por ano). Isto ocorre, pois é hábito corrente em países

frios o consumo do sorvete no inverno também (ABIS, 2009).

Os sorvetes são fabricados a partir de uma emulsão estabilizante (calda de

sorvete), que através de um processo de batimento e congelamento produz uma

substância cremosa, suave e agradável ao paladar. As emulsões são compostas de

produtos lácteos, água, gordura, açúcares, estabilizantes, aromatizantes e outros

(DUAS RODAS, 2009).

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Page 10: Trabalho Final Bruna Brasil

Os sorvetes têm elevado teor nutricional, por que os mais consumidos (derivados

de leite) possuem uma quantidade satisfatória de proteínas lácteas (caseína,

lactoalbumina, lactoglobulina, etc) que além de ajudarem na aeração desse alimento,

ainda disponibilizam aminoácidos ao organismo. Mais do que isso, ainda contribui com

quantidade considerável de cálcio. Além disso, sorvetes que possuem polpa, sucos ou

pedaços de frutas, carregam para o sorvete os aportes nutricionais da fruta, como

vitaminas, minerais, fibras. Sorvetes ainda podem ser elaborados com fibras, solúveis

ou insolúveis, que ajudam a regular o trânsito intestinal. O sorvete também tem elevado

valor energético, contribuição dos teores elevados de lipídeos e açúcares (DUAS

RODAS, 2009; CAMPOS, 2009; QMCWEB, 2009).

Em virtude do seu elevado valor calórico algumas pessoas restringem o seu

consumo, para evitar conseqüências na massa corporal e até mesmo pessoas em

processo de dieta. A restrição desse tipo de alimento que pode prejudicar a saúde é

cada vez maior, pois o consumidor a cada dia está mais atento a seus direitos e

também buscando e exigindo produtos que contribuam na alimentação balanceando,

que consequentemente traz benefícios ao organismo (GÓES & DINIZ, 2008).

Percebendo essa necessidade do consumidor, não só o de sorvetes, a indústria de

alimentos vem buscando alternativas que modifiquem a idéia de que o alimento

industrializado fazem mal a saúde (ABIS, 2009).

O surgimento do conceito de alimentos funcionais veio auxiliar a indústria de

alimentos como um todo, na elaboração de novos produtos que atendam as exigências

do consumidor (ABIS, 2009).

A legislação brasileira diz que:

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“Todo aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica.”(BRASIL, SECRETARIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução nº 19 de 30 de abril de 1999 – Aprova o regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos)

Para Sgarbieri & Pacheco (1999), alimento funcional é qualquer alimento, natural

ou preparado, que contenha uma ou mais substâncias, classificadas como nutrientes,

capazes de atuar no metabolismo e na fisiologia humana, promovendo efeitos

benéficos para a saúde, podendo retardar o estabelecimento de doenças crônico-

degenerativas e melhorar a qualidade e a expectativa de vida das pessoas.

Os alimentos e ingredientes funcionais podem ser classificados de acordo com

sua origem (animal, vegetal, mineral, etc), por sua natureza química e molecular

(isoprenóides, compostos fenólicos, proteínas, carboidratos e derivados, ácidos graxos

e lipídeos, os minerais e os microbióticos) (MORAES & COLLA, 2006; GÓES & DINIZ,

2008). Podem ser classificados também por quatro categoria propostas por Craveiro e

Craveiro (2003) apud GÓES & DINIZ (2008):

1 Alimentos que tradicionalmente apresentam benefícios para a saúde em

relação a outros similares. Exemplo: hortaliças, obtidas por técnicas

adequadas de cultivo;

2 Alimentos processados que tenham sofrido algum tipo de modificação.

Exemplo: alimento com teor reduzido de gordura ou enriquecimento com

antioxidantes;

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Page 12: Trabalho Final Bruna Brasil

3 Ingredientes especificamente incorporados a alimentos. Exemplo: fibras e

organismos probióticos;

4 Novos alimentos produzidos por biotecnologia ou métodos diferenciados.

Exemplo: ovos enriquecidos com ácido graxo poliinsaturado ômega-3.

Para a indústria de sorvetes o nicho de alimentos funcionais é bastante

interessante, não só pela elevada aceitabilidade do produto, mas também pela

interação que potenciais ingredientes funcionais podem desempenhar junto a

formulação tradicional dos sorvetes. Atualmente já estão disponíveis no mercado

coberturas para sorvete com redução de até 50% de calorias quando comparadas as

coberturas tradicionais. Também já existem no mercado formulações-base de sorvete

com a opção sem açúcar e com menor quantidade de gorduras. Segundo Miriam

Pavani, da Blending do Brasil, “já é possível fazer um sorvete tão bom quanto o normal,

com textura, doçura, sabor e cremosidade. Basta apenas acrescentar leite em pó, água

e saborizante também diet. Isso é muito importante, já que o Brasil tem cerca de 10

milhões de diabéticos” (ABIS, 2009; BRAZIL TRADE SHOWS, 2009).

Já são conhecidos também sorvetes a base de soja, fornecendo isoflavonas,

sorvetes sem lactose, sorvetes produzidos a partir de leite de castanha ou aveia, que

são muito interessantes para consumidores que não possuem tolerância a lactose ou a

imunoglobulinas do leite, como no caso dos sorvetes produzidos a partir de fontes

vegetais (soja, aveia, castanha, etc) (INSUMOS, 2009).

As fibras têm sido ingredientes funcionais com abundante estudo na atualidade

para sua aplicação na produção de sorvetes devido suas propriedades prebióticas.

Define-se como ingrediente funcional prebiótico compostos alimentícios que atingem o

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Page 13: Trabalho Final Bruna Brasil

cólon intactos, não sofrendo digestão no trato gastrintestinal superior pela acidez

estomacal e enzimas digestivas, porém, são fermentáveis atuando como substrato

seletivo de grupos específicos de microorganismos benéficos a saúde, já presentes na

microbiota intestinal, destacando-se os gêneros Bifidobacterium e Lactobacillus

(FRANÇOLIN, 2007; FAVERO, 2008). Contudo, apesar da grande diversidade de fibras

prebióticas disponíveis na natureza, apenas a inulina e os frutooligossacarídeos (FOS)

possuem estudos suficientes para serem classificados como componentes ativos de

alimentos funcionais. Ambos prebióticos podem ser encontrados no trigo, frutas e

vegetais (principalmente cebola, chicória, alho, alcachofras, batata yacon, aspargos,

beterraba, banana e tomate) e sua obtenção se dá principalmente pela via

biotecnológica (frutooligossacarídeos e inulina) e hidrólise (inulina), com posterior

purificação (FAVERO, 2008).

Eles são frutanos que possuem ligações glicosídicas β (2-1) entre as moléculas

de frutose, o que não permite a hidrólise das mesmas no trato gastrintestinal superior,

sendo somente fermentadas no cólon por bactérias endógenas para substratos

metabólicos e energéticos, promovendo melhoria das funções intestinais por meio do

estímulo do crescimento dessas bactérias benéficas. Os efeitos englobam o aumento

da absorção e biodisponibilidade de minerais como cálcio e magnésio, redução do

colesterol, inibição do crescimento de microorganismos patogênicos, aumento da

absorção de isoflavonas, modulação do sistema imune (de acordo com a quantidade de

frutose presente na cadeira), melhora da fisiologia gastrintestinal, aumentando o volume

fecal e normalizando a freqüência fecal (FAVERO, 2008; FRANÇOLIN, 2007; SALES et

al, 2008).

O sucesso da utilização dessas fibras prebióticas no alimento depende da

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aceitação do mesmo pelo consumidor, tornando desse modo indispensável a

determinação da preferência pelo consumidor durante o desenvolvimento do produto.

Em seus estudos, SALES et al (2008), incorporaram dois tipos de fibra (granola e FOS)

a sorvetes comerciais já prontos e avaliaram a aceitação de cada tipo pelos

consumidores. A granola diferiu estatisticamente dos FOS, sendo que as amostras

contendo FOS foram as que mais se aproximaram do produto tradicional, não diferindo

significativamente quanto à aceitação global.

A inulina permite a substituição de 100% de gordura em sorvetes enquanto

garante um paladar cremoso, suave e similar à gordura. Além disso, a inulina influencia

positivamente a estabilidade, evitando a textura áspera que pode ocorrer durante a vida

útil do produto e não influencia no sabor. Os frutooligossacarídeos permitem uma

substituição parcial ou total de açúcar. Devido ao nível menor de doçura desses

compostos em comparação à sacarose é necessário fazer combinações com

edulcorantes de alta intensidade como aspartame ou acessulfame K (DUAS RODAS,

2009).

Outro ingrediente funcional que a cada dia tem despertado mais interesse na

formulação de novos produtos é o soro do leite. O soro de leite é um subproduto

resultante da indústria de queijos, por coagulação da caseína, obtido por adição de

ácido ou enzima (CAPITANI et al, 2005). Até recentemente, tinha pouco ou nenhum

valor econômico e, com isso era descartado no meio ambiente, causando problemas

aos responsáveis (AGUIAR et al, 2005).

Essa situação está mudando radicalmente pelo desenvolvimento de aplicações

tecnológicas ou nutricionais, tornando-o co-produto da indústria queijeira (AGUIAR et al,

2005). Isso foi possível graças à descoberta do elevado valor nutricional do soro, que é

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Page 15: Trabalho Final Bruna Brasil

conferido pela presença de proteínas com elevado teor de aminoácidos essenciais,

especialmente nos sulfurados (CAPITANI et al, 2005). as proteínas presentes em seu

conteúdo, representam cerca de 20% das proteínas do leite (80% é representado

principalmente pela caseína, que é precipitada na produção de queijos) (AGUIAR et al,

2005). As duas principais proteínas do soro, α-lactalbumina e β-lactoglobulina,

perfazem de 70-80% das principais proteínas totais do soro, sendo que o restante do

percentual protéico é destinado a proteínas tais como soroalbumina (ou albumina

simplesmente), imunoglobulinas, proteases-peptonas, lactoferrina, transferrina e

enzimas (SGARBIERI, 1996). As proteínas do soro superam as doses recomendadas a

crianças de dois a cinco anos e aos adultos (CAPITANI et al, 2005).

Além dessas propriedades nutricionais, as proteínas do soro do leite têm

importantes propriedades funcionais tecnológicas como ingredientes em produtos

alimentícios, por sua elevada solubilidade e capacidade de gelificação (CAPITANI et al,

2005). Sua versatilidade permite a aplicação em variados produtos com grande

aceitação.

Sucos de frutas e raízes, como de abacaxi e inhame, foram enriquecidos com

proteínas de soro do leite por CARRASQUEIRA (2008) e apresentaram aceitação

global de mais de 75%.

Na preparação de bebidas lácteas fermentadas, MAUS et al (2007) assim como

JUNQUEIRA & LACERDA (2008) obtiveram sucesso na aplicação do soro de leite

como substrato para a fermentação realizada por bactérias ácido-láticas.

Na substituição parcial de sólidos não-gordurosos do leite (SNGL), PRADO,

BUENO & BOLZANI (2007), obtiveram um produto com aceitação de 97,5%, sendo que

como ponto negativo tiveram apenas uma alteração da cor tendendo para uma

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Page 16: Trabalho Final Bruna Brasil

coloração amarelada, que se estuda para melhorar.

Com isso pode-se perceber que existe possibilidade de elaboração de um novo

sorvete com propriedades funcionais e nutritivas que atendem as expectativas do

consumidor sem que com isso as características sensoriais tão apreciadas no sorvete

sejam perdidas.

Na elaboração do sorvete serão utilizadas frutas que sejam produzidas

satisfatoriamente na região, que serão adquiridas de pequenos produtores rurais, pois

desse modo é um novo emprego para as mesmas e uma nova fonte de renda para

esses produtores. A fruta escolhida é a amora-preta (Rubus spp), pois além de ser bem

adaptada ao solo e clima da região do município de Cascavel, apresenta relevante

abundância e as partes utilizadas para o procedimento tem maior disponibilidade entre

os meses de julho a outubro, época em que serão realizadas a preparação e as

análises pertinentes ao projeto.

A amora-preta (Rubus spp) também pertence à família Rosaceae, possuindo seu

crescimento em árvores. Rica em pectina, fibras solúveis, pigmentos antociânicos,

compostos fenólicos, etc. Chama a atenção atualmente pelo baixo custo de

implantação da cultura e manutenção do pomar, assim como reduzida utilização de

defensivos agrícolas e rápido retorno. A cultura vem se estendendo cada vez mais na

região sul do Brasil e a sua aplicação em doces, geléias, compotas, sorvetes e licores

está cada vez mais ampla, agregando desse modo mais valor a produção familiar

(ANTUNES, 2006). O seu emprego no sorvete se dará pela aplicação de um xarope

artesanal (feito com a fruta e açúcar comum) e pedaços da fruta, para aumentar o flavor

do produto.

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Page 17: Trabalho Final Bruna Brasil

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, C. L.; CORÓ, F. A. G.; PEDRÃO, M. R. Componentes Ativos de Origem Animal. Boletim Ceppa, v. 23, nº 2, jul/dez. 2005, p. 412-434.

ANTUNES, L. E. C. Amora-preta (Rubus spp). Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal (SP), v. 28, nº 3, p. 339.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INDÚSTRIAS DE SORVETE – ABIS. Disponível em http://www.abis.com.br/ (Acesso em 15/03/2009).

BRASIL, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÀRIA. Portaria nº 379 de 26 de abril de 1999 - Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Gelados Comestíveis, Preparados, Pós para o Preparo e Bases para Gelados Comestíveis. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/379_99.htm (Acesso em 15/03/2009).

BRASIL, SECRETARIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução nº 19 de 30 de abril de 1999 – Aprova o regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/alimentos/comissoes/tecno.htm (Acesso em 27/02/2009).

BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução nº 384 de 05 de agosto de 1999 – Regulamento Técnico que Aprova o uso de Aditivos Alimentares, Estabelecendo suas funções e seus limites máximos para a categoria de alimentos 3 – Gelados Comestíveis. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/384_99.htm (Acesso em 15/03/2009).

BRASIL. Resolução RDC n360, de 23 de dezembro de 2003. Aprova o regulamento técnico sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados. Diário Oficial da União, Brasília, 26 dez. 2003.

BRASIL, AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Rotulagem Nutricional Obrigatória. Manual de Orientação às Indústrias de Alimentos. 2 versão, Brasília, 2005, 44p.

BRAZIL TRADE SHOWS. Tecnolátea & Sorvetes 2009. Disponível em http://www.btsmedia.biz/noticia.asp?cod_noticia=104&cod_evento=17&cod_nucleo=4&cod_menutop=77 (Acesso em 15/03/2009).

CAMPOS, S. Composição dos Gelados Comestíveis. Disponível em http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/4261 (Acesso em 15/03/2009).

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Page 18: Trabalho Final Bruna Brasil

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DUAS RODAS. Disponível em http://www.duasrodas.com.br/ (Acesso em 15/03/2009).

FAVERO, S. M. DEL. Alimentos Funcionais: Os Prebióticos. Nutrociência Assessoria em Nutrologia. 2008. Disponível em http://www.unirio.br/dmp/Extensao/Arquivos/Probi%C3%B3ticos/Alimentos%20funcionais%20-%20os%20prebi%C3%B3ticos..pdf (Acesso em 15/02/2009).

FRANÇOLIN, E. Benefícios de Fibra Solúvel Prebiótica no Consumo de Sorvetes. Corn Products Brasil, 2007. Disponível em http://www.abis.com.br/palestras/BeneficiosdeFibraSoluvelPrebiotica.pdf (Acesso em 15/03/2009).

GÓES, L. B.; DINIZ, D. C. P. Alimentos Funcionais: Uma Alternativa Nutricional? Trabalho de Conclusão de Curso – Nutrição. Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel (PR), 2008.

JUNQUEIRA, M. M.; LACERDA, T. H. M. Preparação de Bebidas Lácteas Fermentadas a Base de Soro de Queijo e Derivados de Soja: Viabilidade das Culturas Comerciais. Anais da 6ª Mostra Acadêmica da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), 2008. Disponível em http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/6mostra/1/191.pdf (Acesso em 27/02/2009).

MAUS, D.; FONSECA, L. X.; RODRIGUES, R.; MACHADO, M. Caracterização Físico-Química de Soro de Leite Fermentado com Lactobacillus acidophilus NCFM. Anais do XVI Congresso de Iniciação Científica e IX Encontro de Pós-Graduação. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel: Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pelotas (RS), 2007. Retirado de http://www.ufpel.tche.br/cic/2007/cd/pdf/CA/CA_01243.pdf, em 10/02/2009.

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Page 19: Trabalho Final Bruna Brasil

MORAES, F. P.; COLLA, L. M. Alimentos Funcionais e Nutracêuticos: Definições, Legislação e Benefícios à Saúde. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 3, nº 2, 2006, p. 109-122. Disponível em http://www.farmacia.ufg.br/revista/_pdf/vol3_2/artigos/ref_v3_2-2006_p109-122.pdf (Acesso em 15/02/2009).

PRADO, C.; BUENO, L. A.; BOLZANI, I. C. R. Soro de leite aplicado a 8% como substituto de sólidos não gordurosos do leite na formulação de sorvete. Anais da V Semana de Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR), Ponta Grossa (PR), 2007. Retirado de ...

QMCWEB. Química do Sorvete. Disponível em http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/icecream/index.html (Acesso em 15/03/2009).

SALES, R. L.; VOLP, A. C. P.; BARBOSA, K. B. F.; DANTAS, M. I. S.; DUARTE, H. S.; MINIM, V. P. Mapa de preferência de sorvetes ricos em fibra. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas (SP), dez. 2008, p. 27-31. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/cta/v28s0/05.pdf (Acesso em 15/03/2009).

SGARBIERI, V. C. PACHECO, M. T. B. Alimentos Funcionais Fisiológicos. Brazilian Journal of Food Technology, v. 2, ITAL, Campinas (SP), 1999, p. 7-19.

SGARBIERI, V. C. Proteínas em Alimentos Protéicos. São Paulo: Editora Varela, 1996.

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Page 20: Trabalho Final Bruna Brasil

ARTIGO

FOLHA DE ROSTO

O presente trabalho teve por objetivo formular um produto funcional que agregasse soro

de leite, oligossacarídeos e frutas regionais do Oeste do Paraná. A adição do soro de

leite e de fibra ajudam a minimizar dois grandes problemas da população, que são uma

dieta pobre em proteínas de alto valor biológico e a constipação intestinal, fator que

predispõe ao câncer de cólon, além de que ambos possuem diversas outras atividades

benéficas. Agregar frutas regionais ao produto, valoriza o produto local assim como a

pequena propriedade que o produz, estimulando o agronegócio sustentável.

DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE SORVETE FUNCIONAL COM

ADIÇÃO DE SORO DE LEITE E OLIGOSSACARÍDEOS

DEVELOPMENT AND CHARACTERYZATION OF FUNCTIONAL ICE CREAM WITH

ADDITION OF MILK POWDER SERUM AND OLIGOSSACCHARIDES

TÍTULO DE CABEÇALHO: Desenvolvimento e Caracterização de Sorvete Funcional

com Adição de Soro de Leite e Oligossacarídeos

20

Page 21: Trabalho Final Bruna Brasil

PÁGINA DE AUTORIA

Informações do Autor para correspondência: Avenida das Pombas, nº 1383,

CEP: 85814-800, Jardim Clarito, Cascavel – PR. Telefone: (0xx45) 9953-1432.

Email: [email protected].

Autores: Bruna Brasil Rodrigues Furtado (citação: BRASIL, B)

Fernanda Zanchet Saraiva

Instituição: Faculdade Assis Gurgacz

ABSTRACT

21

Page 22: Trabalho Final Bruna Brasil

Ice-creams are products with high nutritional value, but, also present high caloric value,

even if there is a restriction about their consumption, what directly affect the productive

market. To transform this situation, the productive sector has been trying to offer to the

public differentiated products that supply different necessities and, ensure the sensorial

features of the final product that have made the ice cream that appreciated. Functional

ingredients are the main research source for ice cream preparation with beneficial

properties to health and that also provide suitable sensorial features to the consumer. In

this research we made a functional ice cream with fruits that have excellent adaptation

to West Region of Paraná with addition of oligosaccharides, because of their prebiotic

functional properties, and also the milk powder serum to increase the product’s protein

quality and change the milk solid not fatty (SNGL). With the ice cream ready, we

executed bromatological and microbiological analysis, to analyze the ice cream quality

that was made. And the sensory analysis from the hedonic scale built with 9 points

about the ice cream made comparing with a commercial ice cream with the same flavor.

The acceptance rate of the formula with functional ingredients was considered

satisfactory, it exceed 86%.

KEY-WORDS: Food Development, Nutraceuticals, Bovine Serum Protein and Inulin.

RESUMO

22

Page 23: Trabalho Final Bruna Brasil

Sorvetes são produtos com elevado valor nutricional, porém, apresentam também

elevado valor calórico, o que ainda haja uma restrição do seu consumo, afetando

diretamente o mercado produtivo. Para modificar essa situação o setor produtivo vêm

procurando oferecer ao público produtos diferenciados que atendam diversas

necessidades e, que ainda garantam as características sensoriais do produto final que

tornaram o sorvete tão apreciado. Ingredientes funcionais são a principal fonte de

pesquisa para a elaboração de sorvetes com propriedades benéficas a saúde e que

ainda proporcionam características sensoriais adequadas ao consumidor. No presente

trabalho elaborou-se um sorvete funcional de frutas de excelente adaptação a região

Oeste do Paraná com adição de oligossacarídeos, por suas propriedades funcionais

prebióticas, e também de soro de leite em pó para aumentar a qualidade protéica do

produto e ainda substituir os sólidos não-gordurosos do leite (SNGL). Com o sorvete

elaborado, realizaram-se as análises bromatológicas e microbiológicas a fim de analisar

a qualidade total do sorvete formulado. E ainda a análise sensorial a partir da escala

hedônica estruturada de nove pontos do sorvete formulado comparando-o com um

sorvete comercial do mesmo sabor. O índice de aceitação da fórmula com ingredientes

funcionais foi considerado satisfatório, pois foi superior a 86%.

PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento de alimentos, Nutracêuticos, Proteínas do Soro

Bovino e Inulina.

1. INTRODUÇÃO

23

Page 24: Trabalho Final Bruna Brasil

Os gelados comestíveis ou sorvetes são produtos alimentícios obtidos a partir de

uma emulsão de gorduras e proteínas, com ou sem adição de outros ingredientes e

substâncias, ou de uma mistura de água, açúcares e outros ingredientes e substâncias

que tenham sido submetidas ao congelamento, em condições tais que garantam a

conservação do produto no estado congelado ou parcialmente congelado, durante a

armazenagem, o transporte e a entrega ao consumo. Além disso, a cada ano tem seu

consumo e produção cada vez mais ampliado, especialmente pelo surgimento de

produtos diferenciados que atendem diversas necessidades do consumidor como

produtos diet, light, sabores exóticos, etc. (BRASIL, 1999; ABIS, 2009).

Além disso, é um produto de elevado valor nutricional, contendo quantidades

satisfatórias de biomoléculas e outros elementos (gorduras, proteínas, carboidratos,

minerais) advindos do leite ou de outros aditivos, podendo ser enriquecido com

nutrientes ou ter melhora na disponibilidade de outros, como por exemplo, do cálcio

quando o leite usado na preparação é desnatado. Contudo, além do elevado valor

nutricional, o sorvete é um alimento de elevado valor calórico, o que faz com que haja

restrições de seu consumo por determinadas pessoas, afetando diretamente o

consumo desses produtos (MARSHALL & ARBUCKLE, 1996; MAIA et al, 2008).

Esse é o novo desafio da indústria de alimentos como um todo: modificar a idéia

de que alimentos industrializados, como os sorvetes, fazem mal à saúde,

especialmente porque o consumidor está mais exigente com produtos saudáveis, que

de fato melhorem seu bem estar e qualidade de vida (ABIS, 2009).

O surgimento do conceito de alimentos funcionais ou nutracêuticos foi bastante

oportuno nessa nova necessidade da indústria de alimentos, pois esses produtos tem

24

Page 25: Trabalho Final Bruna Brasil

maior valor agregado pelos seus benefícios a saúde, tendo como exemplo leites

fermentados com probióticos e queijos com fibras que melhoram o funcionamento do

aparelho digestivo (ABIS, 2009; BRASIL,1999).

Com a indústria de sorvetes não poderia ser diferente, principalmente na busca

de novas alternativas com menor teor calórico e maior valor nutricional, sem que com

isso as propriedades organolépticas do produto final não sejam prejudicadas.

Experimentos com fibras, como frutooligossacarídeos (FOS) e granola,

demonstraram resultados promissores da adição desses ingredientes funcionais

(principalmente FOS) em sorvetes de massa, sem que a aceitação do produto fosse

prejudicada (SALES et al, 2008). Os frutooligossacarídeos se encaixam na classe de

ingredientes funcionais definidas como prebióticos (MORAES & COLLA, 2006). Estes

são indigeríveis, porém fermentáveis, que afetam o indivíduo por estimulação seletiva

do crescimento e atividade de determinadas bactérias do cólon, como Bifidobacterium e

Lactobacillus (FAVERO, 2008).

Estudos com o soro do leite como substituto parcial dos sólidos não-gordurosos

do leite (SNGL) obtiveram também excelentes resultados em nível de aceitação do

produto (PRADO, BUENO & BOLZANI, 2007). Atualmente o soro do leite é um dos

subprodutos da indústria de laticínios mais estudado devido suas propriedades

funcionais, conferidas especialmente por proteínas de elevado valor nutritivo que são

perdidas no processo de fabricação de queijo (CAPITANI et al, 2005). O

desenvolvimento de novos produtos com soro de leite é bastante interessante, pois com

isso atinge um número maior de potenciais consumidores que podem ser beneficiados

pelos nutrientes do soro (já foram desenvolvidos sucos, iogurtes, bebidas fermentadas

e, com o soro em pó, enriquecem-se misturas de pães, bolos e biscoitos)

25

Page 26: Trabalho Final Bruna Brasil

(CARRASQUEIRA, 2006). Atribuem-se ainda propriedades funcionais fisiológicas,

capazes de produzir um importante controle na modulação do metabolismo e nos

mecanismos de defesa dos organismos humano e animal (SGARBIERI & PACHECO,

1999). Além de todos os benefícios que o desenvolvimento desses produtos

proporciona a população, consegue-se através disto evitar o descarte desse soro no

meio ambiente, pois o soro até pouco tempo era um grande poluídos do solo,

mananciais e lençóis subterrâneos de água (AGUIAR et al, 2005).

O estudo sobre frutas também evidenciou diversas atividades funcionais que

compostos presentes nas mesmas poderiam realizar in vivo. A capacidade de prevenir

o envelhecimento precoce assim como a formação de mutações e tumores que

determinados compostos, como os fenólicos possuem é algo que pode melhorar em

muito a qualidade de vida das pessoas. Frutas como a amora (Rubus SP) são ricas em

pigmentos antociânicos, uma classe de compostos fenólicos que tem um papel decisivo

na proteção do fruto contra a incidência de raios solares. Seu emprego em alimentos

está cada vez maior, seja por suas propriedades funcionais, ou o baixo custo da cultura

e do manejo e ainda a agregação de valor em pequenas propriedades rurais,

melhorando as condições financeiras de quem cultiva (FERREIRA, 2008).

O objetivo do presente trabalho foi elaborar um sorvete que consiga a aliar

substituição parcial de sólidos não-gordurosos do leite (SNGL) por soro de leite com a

adição de fibra solúvel (inulina), juntamente com um xarope de amora em um sorvete

de massa, para conferir ao mesmo propriedades funcionais e nutritivas, sem que

percam-se as características sensoriais do produto. Para tanto será necessária a

realização de uma análise de aceitação global do produto, para verificar se o produto

possui características satisfatórias ao consumidor.

26

Page 27: Trabalho Final Bruna Brasil

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Elaboração da Formulação

No presente trabalho foi definido que o gelado elaborado seria segundo a

classificação da Portaria nº 379 de 26 de abril de 1999 classificado com sorvete,

devendo ser formulado com leite e/ou seus derivados e/ou outras matérias-primas, que

garantam que o produto final tenha no mínimo 3% de gordura láctea, 2,5% de proteína

e no mínimo 26% de sólidos totais.

Definiu-se como ingredientes leite pasteurizado (Lactobom), açúcar refinado

comercial (Companhia União), creme de leite pasteurizado (COOPAVEL), Selecta

Cream Livre Trans (Duas Rodas Industrial Brasil Ltda.), Super Liga Neutra Extra

Industrial (Duas Rodas Industrial Brasil Ltda.), emulsificante (Duas Rodas Industrial

Brasil Ltda.), glicose (Marvi Sorvetes), Selecta Real Sabor (Duas Rodas Industrial Brasil

Ltda.), soro de leite em pó (Cooperativa Sooro) e inulina a 90% (Pharmassani). Para

saborizar o sorvete optou-se pela formulação de um xarope artesanal de amora,

composto exclusivamente pela fruta e açúcar comum (Companhia União) e após a

perda da água da fruta para o meio, levou-se esse preparado para cozimento em fogo

médio até fervura durante 15 minutos, para que as propriedades nutritivas e aromáticas

da fruta não fossem prejudicadas.

O processo de desenvolvimento do sorvete foi definido no fluxograma

apresentado na figura 1:

2.2 Análises Bromatológicas e Microbiológicas

27

Page 28: Trabalho Final Bruna Brasil

As análises bromatológicas e microbiológicas foram realizadas em laboratório

terceirizado de modo a garantir que não houvesse interferência dos pequisadores na

metodologia. Os resultados obtidos em ambas as análises foram expressos por meio de

um laudo, emitido pelo técnico responsável.

As análises bromatológicas ou físico-químicas foram realizadas de acordo com a

Instrução Normativa nº 62 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(MAPA), abrangendo as determinações de sólidos totais, cinzas, proteínas, lipídeos,

fibra alimentar e carboidratos por diferença total.

As análises microbiológicas foram realizadas de acordo com a Instrução

Normativa nº 62 do MAPA, para a determinação de psicrófilos, contagem de bolores e

leveduras, coliformes totais, contagem de mesofilos a 37ºC e pesquisa de Salmonella

sp. As análises microbiológicas foram realizadas no sorvete funcional antes da análise

sensorial, com o intuito de avaliar a qualidade e segurança microbiológica da

formulação elaborada.

.

2.3 Análise Sensorial

O presente trabalho foi realizado de acordo com a Resolução nº 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde (CNS) que regulamenta pesquisas envolvendo seres

humanos. Foi executado após apreciação e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

da Faculdade Assis Gurgacz – FAG, de acordo com o parecer 141/2009.

Para a realização da análise sensorial foram utilizados 30 provadores não

treinados que foram selecionados entre acadêmicos de Farmácia da Faculdade Assis

28

Page 29: Trabalho Final Bruna Brasil

Gurgacz. Cada provador recebeu duas vias do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido, sendo que uma ficava em seu domínio e a outra via em propriedades dos

pesquisadores deste trabalho. Além de receberem informações quanto ao

procedimento a ser realizado e elucidando eventuais dúvidas.

A coleta dos dados foi realizada no Laboratório de Técnica Dietética da FAG

durante o mês de outubro de 2009, através da degustação das amostras que foram

servidas em copos descartáveis codificados com números de 3 dígitos aleatórios,

definindo-se que a amostra código “SF8” seria a correspondente para o produto

formulado e amostra código “AC1” seria a amostra comercial (figura 2). A avaliação

sensorial consistiu em avaliar a preferência dos provadores e a intenção de compra em

ficha de avaliação própria (figura 3).

No teste de preferência os provadores analisaram o quanto gostaram ou

desgostaram do produto em uma ficha de avaliação, utilizando escala hedônica

estruturada de nove pontos indo de 9 “gostei extremamente” até 1 “desgostei

extremamente” (CHAVES, SPROESSER, 2005). Cor, textura, sabor, aroma e aparência

foram os atributos avaliados. Os atributos foram calculados quanto ao índice de

aceitabilidade (IA) (NEMATI et al., 2004), tendo como base notas médias obtidas no

teste de preferência. O IA com boa repercussão tem sido considerado superior a 70%

(MONTEIRO, 1984 e DUTCOSKY, 1996). Na avaliação de intenção de compra, Para

avaliação da intenção de compra será utilizada a escala estruturada de 5 pontos, na

qual 5 representa a nota máxima "certamente compraria", e 1 representa a nota mínima

"certamente não compraria", empregando-se para isso, os procedimentos descritos

para análise sensorial (SILVA, 1997).

29

Page 30: Trabalho Final Bruna Brasil

2.6 Análise Estatística

A análise estatística foi efetuada pelo teste de variância (ANOVA) e as diferenças

entre médias pelo teste de Tukey 5% de probabilidade, utilizando o programa Statística:

Basic Statistics and Tables.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Análises Bromatológicas

De acordo com a resolução nº 379 de 26 de abril de 1999, o gelado comestível

definido como sorvete deve conter no mínimo 3% de gorduras lácteas (para a

estabilização da formulação), 2,5% de proteínas (lácteas ou não – para formar a

emulsão), sólidos totais (para garantir a forma) de 28% para sorvetes com ou sem ovo

e, de 26% com frutas (BRASIL, 1999; MARSHALL & ARBUCKLE, 1996). As análises

bromatológicas (tabela 1) demonstraram que a substituição parcial da gordura total pelo

soro e pela inulina não foi eficiente para reduzir a quantidade de gordura mínima, mas

aumentou de forma discreta a quantidade de proteínas:

Essa quantidade de gorduras totais, que apesar de estar dentro do que a

resolução exige, mas acima do objetivo proposto no estudo, pode ser resultado de ter-

se substituído somente parte da gordura do creme de leite, não do leite (que foi do tipo

integral) utilizado no estudo, e que também é rico em gorduras.

Para melhorar esse panorama, poderia-se ter realizado a substituição total do

30

Page 31: Trabalho Final Bruna Brasil

creme de leite pela adição de soro de leite ou ainda inulina. A inulina pode substituir

totalmente a gordura no sorvete, pois possui propriedades tecnológicas que garantem a

maciez e a cremosidade do produto final e não interfere no sabor do sorvete, de modo a

diminuir ou aumentar dulçor, diferente de outros oligossacarídeos como a oligofrutose

(MCCLEARY & PROSKY, 2001).

Alguns autores também afirmam a possibilidade de conseguir a redução de

gorduras com a adição de 8% até mesmo 30% de soro de leite bovino, com boas

características tecnológicas e, inclusive boa aceitação sensorial (PRADO et al, 2007;

SILVA & BOLINI, 2006). Contudo, no presente estudo, constatou-se que nas condições

de trabalho do laboratório de tecnologia de alimentos da FAG, incluindo como fatores

limitantes os ingredientes utilizados e as próprias condições ambientais (temperatura,

umidade, etc.) formulações com teor de soro de leite superior a 4% interferiam

substancialmente em toda a formulação, deixando-a gomosa, com muita liga e sabor

salgado, o que seria refletido futuramente na análise sensorial. Para que não houvesse

tanta interferência desse modo no sabor, optou-se pela substituição nesse caso de 4%

de gordura por soro de leite.

A quantidade de sólidos totais, apesar de estar dentro do mínimo exigido pelo

Regulamento Técnico de Sorvetes, estava muito acima do mínimo recomendado (26%

de formulações elaboradas com frutas). Esse resultado pode ser advindo da grande

quantidade de insumos sólidos de fabricação de sorvete sólidos, que tem um impacto

importante na formulação final, contudo, são importantes para a estabilização e forma

do produto final. Além disso, é necessário lembrar que o leite utilizado na elaboração do

sorvete também contribui no percentual de sólidos totais do sorvete final (MARSHALL &

ARBUCKLE, 1996).

31

Page 32: Trabalho Final Bruna Brasil

A quantidade de fibras que a análise bromatológica indicou foi considerada

satisfatória dentro dos objetivos do estudo, pois pretendeu-se substituir a gordura com

parte de fibra e que desse modo, o alimento ainda fosse considerado um produto rico

em fibras, podendo ainda ser enquadrado após alguns estudos de validação da

atividade prebiótica, que o mesmo é um alimento funcional. As fibras solúveis, como a

inulina, são atualmente ingredientes de muito estudo na ciência e tecnologia de

alimentos, não somente por suas características tecnológicas, mas principalmente por

suas propriedades funcionais de atuar como prebiótico, ou seja, ser substrato

fermentador seletivo para bactérias lácticas do intestino, aumentar o volume fecal,

modular a atividade imunológica por impedir a adesivisidade de bactérias patogênicas

que estimulam a produção de substâncias sensibilizantes como a histamina, além de

seu consumo prevenir substancialmente o câncer de cólon (BRASIL, 1999; MCCLEARY

& PROSKY, 2001; FRANÇOLIN, 2007; FAVERO, 2008).

3.2 Análises Microbiológicas

A análise microbiológica é uma parte essencial na elaboração e na produção de

quaisquer alimentos. Estes são de uma forma geral, matrizes biológicas complexas,

ricas em diversos nutrientes, constituindo-se um ambiente favorável ao crescimento dos

mais diversos microorganismos, inclusive os patógenos como Salmonella sp, Bacillus

cereus, EIEC e ETEC, além de parasitos como Taenia sp, Giardia lamblia, Ascaris

lumbricóides, etc. Os tratamentos de conservação que se baseiam pelo controle de

temperatura, principalmente aqueles em que se usa o calor são muito importantes para

promover a destruição e a inativação desses microorganismos. Com isso, verifica-se

32

Page 33: Trabalho Final Bruna Brasil

que a realização das análises microbiológicas são importantes não somente para

avaliar o produto final, mas também o processo, o manipulador, etc (FRANCO, 2006).

No sorvete, pela sua complexa formulação que envolve ingredientes sólidos que

predispõe o crescimento de bolores e leveduras, e ingredientes líquidos como o leite

que favorecem o crescimento de bactérias gram-negativas, que além de indicarem um

mal processamento, também podem carrear para o alimento bactérias patogênicas

como a Salmonella, a análise microbiológica é essencial, pois após o seu congelamento

ele não passa por quaisquer processos de calor como a pasteurização ou a

esterilização, sendo que a pasteurização deve ser uma etapa prévia do processamento

de sorvetes industriais (MARSHALL & ARBUCKLE, 1996).

Nas condições do presente estudo, contudo, a pasteurização do mix não pôde

ser realizado, utilizando-se para a formulação leite integral pasteurizado que antes de

ser incorporado a formulação foi fervido até a ebulição para minimizar qualquer carga

microbiana da própria embalagem. Em função disso realizou-se a contagem de

psicrófilos, de bolores e leveduras, de coliformes totais, de mesófilos a 37ºC e ainda

pesquisa de Salmonella sp (tabela 2):

A contagem de psicrófilos é essencial para alimentos refrigerados como o

sorvete, pois pode detectar microorganismos que crescem em temperaturas baixas (5 a

13º C) como o Bacillus cereus, que é uma bactéria patogênica resistente a processos

de pasteurização e de esterilização no leite, e que pode causar alterações indesejáveis

no sabor e no odor pala produção de lipases e proteases, assim como outros

microorganismos psicotróficos deteriorantes. Apesar da RDC nº 12 de 02/01/2001 não

conter nenhum dado acerca da quantidade máxima permitida de psicrófilos no sorvete,

pode-se utilizar como critério o que a instrução normativa nº 51 do Ministério da

33

Page 34: Trabalho Final Bruna Brasil

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estabelece como requisito

microbiológico de qualidade para o leite que o produto final contenha no máximo em

contagem de psicrófilos 10% do total de mesófilos. Como o sorvete é um produto

derivado do leite, é aplicável essa contagem a esse produto. Porém, verificando as

contagens microbiológicas observa-se que a contagem de psicrófilos ficou acima de

40% da contagem de mesófilos, muito acima do que a instrução nº 51 do MAPA

estabelece, exigindo-se desse modo um maior controle na produção e no

armazenamento do produto para evitarem-se problemas nas etapas de transporte,

armazenamento e consumo (FOOD INGREDIENTS BRASIL, 2008; BRASIL, 2001;

BRASIL, 2002).

A contagem de bolores e leveduras é outro parâmetro microbiológico que não foi

abrangido pela legislação vigente, o que não significa que esse grupo de

microorganismos não possua relevância, pois sua quantidade está diretamente

relacionada com a qualidade higiênico-sanitária de matérias-primas e durante o

processamento. Além disso, é conhecida a toxicidade de algumas toxinas produzidas

por determinados bolores e que permanecem mesmo após tratamentos térmicos,

gerando um grande problema de saúde pública. A contagem baixa observada no

estudo é satisfatória de acordo com alguns autores que situam 10 UFC/g como limite

máximo desses microorganismos em alimentos mantidos sobre refrigeração (BORGES,

2004).

A contagem de coliformes totais foi considerada satisfatória, pois o valor obtido

foi bem menor do que aquele estabelecido pela legislação (5 x 10 UFC/g) assim como a

contagem de mesófilos (5 x 102 UFC/g) e Salmonella (BRASIL, 1999),

34

Page 35: Trabalho Final Bruna Brasil

3.3 Análise Sensorial

A avaliação sensorial baseia-se em técnicas que são fundamentais na percepção

psicológica e fisiológica, ou seja,a análise sensorial nada mais é que uma análise feita

em um determinado alimento utilizando os cinco sentidos: visão, olfato, tato, paladar e

audição (DUTCOSKY, 1996). O índice de aceitabilidade (IA) entre as duas amostras

está apresentado no gráfico 1, sendo que para realização do índice de aceitabilidade

total somou-se o IA de todos os atributos de cada amostra e fez-se uma média para

determinar o IA total.

A aparência de um produto está relacionada com fatores como tamanho, brilho,

viscosidade. É através da aparência que se aceita o alimento. O IA da amostra

comparado ao padrão foi ligeiramente maior (COBUCCI, 2009).

A cor é um atributo que geralmente está relacionado com a aparência. Contudo,

em razões de as colorações serem diferenciadas para cada sorvete, mesmo sendo de

sabor semelhante (amora), as variações na nuances da coloração contribuíram para

adicionar esse atributo na avaliação. Possivelmente o fato da cor do sorvete elaborado

ser de um tom violáceo mais intenso remeter a fruta levou a um maior índice de

aceitabilidade em comparação com o sorvete comercial, pois foi mais atraente na

percepção visual dos provadores (SILVA, 1997).

O aroma de um produto está relacionado às partículas voláteis que estão em sua

composição, podendo ser interferido por diversos componentes do próprio alimento

assim como pelo material de embalagem. É possivelmente o atributo com maior

variação entre as pessoas, pois a percepção de aromas está condicionada também a

fatores emocionais e biológicos, principalmente nas mulheres (COBUCCI, 2001). No

35

Page 36: Trabalho Final Bruna Brasil

presente estudo, foi o atributo com maior diferença entre as duas amostras, com clara

evidência de que o sorvete elaborado foi superior para os provadores nesse quesito,

possivelmente também pela interação de pedaços da fruta que provavelmente

aumentavam o flavor, o que a amostra comercial não possuía, o que pode ainda ser

notado no atributo sabor de forma semelhante.

O atributo textura foi o qual as amostras tiveram a avaliação mais semelhante.

Alguns participantes sugeriram que o produto elaborado tivesse uma textura menos

gomosa e mais suave na deglutição. Isso é possivelmente um efeito causado pelo soro

do leite em pó, o mesmo efeito que prejudicava na formulação inicial do sorvete. Não foi

encontrada nenhuma literatura que relatasse esse efeito de liga após a estabilização e

armazenamento da formulação. Talvez o processo de maturação, que não foi utilizado

no presente trabalho, contribuísse de forma mais significativa na estabilização desse

ingrediente na fórmula.

Mesmo com essas diferenças, o índice de aceitação total não obteve diferença

tão exacerbada entre as duas amostras, sendo que ambas obtiveram avaliação de mais

de 80%, sendo considerado um índice satisfatório.

4. CONCLUSÕES

São necessários novos testes para adequar a formulação em menores níveis de

gordura, contribuindo assim para a prevenção de doenças relacionadas a esse

nutriente. Aumentar um pouco mais a quantidade de proteínas também seria

interessante, para melhorar a biodisponibilidade dessa biomolécula na alimentação da

36

Page 37: Trabalho Final Bruna Brasil

população. O ideal seria diminuir a quantidade gordura, enquanto as quantidades de

proteína e fibra aumentassem inversamente na concentração, até o ponto em que não

interferissem nas características sensoriais e reológicas do sorvete.

Garantir que os alimentos possuam quantidades satisfatórias de fibras é muito

importante, pois contribui de maneira significante na redução de doenças de nível

intestinal, especialmente o câncer de cólon que vem sendo um grande problema de

saúde pública.

Melhorar o perfil microbiológico desse alimento, diminuindo a contagem de

bactérias psicrófilas, como medida de evitar a deterioração do alimento no

armazenamento, assim como evitar o crescimento de bactérias patogênicas dessa

classe não causem surtos alimentares.

O perfil sensorial demonstrou que há sim possibilidade de formular um produto

agregando diversos benefícios funcionais, obtendo aceitação junto ao público similar ao

produto convencional. Contudo, o melhoramento das formulações a fim de garantir a

segurança do consumidor também deve ser bastante estudada, para garantir a

qualidade total do produto final.

37

Page 38: Trabalho Final Bruna Brasil

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 39: Trabalho Final Bruna Brasil

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BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº

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q=cache:vFZDT8RCztoJ:www.ucg.br/ACAD_WEB/professor/SiteDocente/admin/

arquivosUpload/6729/material/Aula%252002%2520Caracteristicas%2520sensoriais

%2520e%2520aceita%C3%A7%C3%A3o.pptx+percep%C3%A7%C3%A3o+da+apar

%C3%AAncia+em+an%C3%A1lise+sensorial&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso

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<http://www.abis.com.br/palestras/BeneficiosdeFibraSoluvelPrebiotica.pdf>. Acesso em

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109-122. Disponível em

<http://www.farmacia.ufg.br/revista/_pdf/vol3_2/artigos/ref_v3_2-2006_p109-122.pdf> .

Acesso em 15 fev. 2009.

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PRADO, C.; BUENO, L. A.; BOLZANI, I. C. R. Soro de leite aplicado a 8% como

substituto de sólidos não gordurosos do leite na formulação de sorvete. Anais da

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<http://www.pg.cefetpr.br/setal/index.php?pag=anteriores&ano=2007>. Acesso em 15

mar. 2009.

SALES, R. L.; VOLP, A. C. P.; BARBOSA, K. B. F.; DANTAS, M. I. S.; DUARTE, H. S.;

MINIM, V. P. Mapa de preferência de sorvetes ricos em fibra. Ciência e Tecnologia

de Alimentos, Campinas (SP), dez. 2008, p. 27-31. Disponível em

http://www.scielo.br/pdf/cta/v28s0/05.pdf (Acesso em 15/03/2009).

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SILVA, M. A. A. P. Métodos de avaliação sensorial de alimentos. Apostila: Escola de

Extensão da UNICAMP. 1997. 71 p.        

42

Page 43: Trabalho Final Bruna Brasil

Tabelas

Tabela 1: Composição do sorvete funcional

NUTRIENTE g % VD(*)Carboidratos 26,85g 8,83%Proteínas 3,30g 4,71%Gorduras Totais 4,83g 8,9%Resíduo Mineral Fixo 0,79g **Sólidos Totais 42,62g **Fibra Alimentar 6,85g 27,4%

Fonte: Dados do autor

Tabela 2: Perfil Microbiológico do sorvete funcional

ANÁLISE UFC/gPsicrófilos 8,0x101

Bolores e Leveduras 2,0x102

Coliformes Totais <1,0x101

Mesófilos 1,9x102

Salmonella Ausente em 25 gFonte: Dados do autor

Figuras

Figura1: Fluxograma do processamento do Sorvete

Fonte: Dados do autor

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Page 44: Trabalho Final Bruna Brasil

Figura 2: Apresentação das amostras para teste sensorial

Fonte: Dados do autor

Figura 3: Ficha de Avaliação do Sensorial e Intenção de Compra

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Page 45: Trabalho Final Bruna Brasil

Fonte: Dados do autor

Gráfico 1: Índice de aceitabilidade dos provadores em relação ao sorvete

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Page 46: Trabalho Final Bruna Brasil

formulado (SF8) e o sorvete comercial (AC1):

Fonte: Dados do Autor

Gráfico 2: Perfil de Intenção de Compra entre as amostras

Fonte: Dados do autor

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Page 47: Trabalho Final Bruna Brasil

NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA – ARTIGO CIENTÍFICO

ISSN 0101-2061 versão impressaISSN 1678-457X versão online

 Ciência e Tecnologia de Alimentos publica artigos e comunicações científicas na área. Os trabalhos podem ser apresentados em inglês, devendo observar as disposições normativas relacionadas neste documento.

POLÍTICA EDITORIAL

Ciência e Tecnologia de Alimentos aceita submissões de artigos e comunicações que contenham resultados de pesquisa original. Os trabalhos podem ser escritos em inglês, com texto claro e conciso. A Revista engloba aspectos relacionados a:

caracterização de novas matérias-primas e ingredientes;

identificação de novos componentes ou contaminantes;

avaliação de produtos típicos;

desenvolvimento, melhoria ou avaliação de processos e equipamentos para obtenção de alimentos tradicionais ou novos produtos.

Ciência e Tecnologia de Alimentos adota política de avaliação anônima. O aceite dos trabalhos depende do parecer fornecido por dois relatores indicados pela Comissão Editorial. Em caso de discordância entre os pareceres, um terceiro relator será consultado, e os três pareceres serão analisados pela Diretoria de Publicações da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia – sbCTA, que tomará a decisão final.

Os pareceres dos relatores serão encaminhados aos autores para que verifiquem as sugestões e procedam às modificações que se fizerem necessárias.

Trabalhos aceitos serão publicados na versão impressa da Revista e on-line no SciELO, dentro um prazo médio de oito meses. O fornecimento de separatas deverá ser previamente encomendado à sbCTA.

AUTORIA

A autoria deve ser limitada a aqueles que participaram e contribuíram substancialmente para o desenvolvimento do trabalho. O Autor para Correspondência deve ter obtido permissão de todos os autores para realizar a submissão do artigo e para realizar qualquer alteração na autoria do mesmo. Adicionalmente o Autor para Correspondência deverá assinar e encaminhar à Diretoria de Publicações da sbCTA o Termo de Concordância e Cessão de Direitos de Reprodução Gráfica.

DOCUMENTAÇÃO EXIGIDA

Termo de Concordância e Cessão de Direitos de Reprodução Gráfica

Autor para Correspondência deverá assinar e encaminhar à Diretoria de Publicações da sbCTA o Termo de Concordância e Cessão de Direitos de Reprodução Gráfica em nome de todos os autores.

Assinando o Termo de Concordância e Cessão de Direitos de Reprodução Gráfica, os autores concordam com o seguinte, exposto no formulário:

o trabalho não foi submetido para avaliação de outra publicação de mesma finalidade;

os autores concordam em submeter o trabalho e nomear o Autor para Correspondência indicado;

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Page 48: Trabalho Final Bruna Brasil

os autores cedem o direito de reprodução gráfica para a sbCTA caso o trabalho seja aceito para publicação.

 

Normas para a apresentação de trabalhos

CONTEÚDO DA PUBLICAÇÃO

Artigos Originais

Trabalhos que descrevam descobertas originais e de maior importância e devem ser escritos de maneira clara e sucinta. Artigos originais não podem exceder 5.000 palavras (excluindo resumo, abstract, tabelas, figuras, legendas e referências) e preferencialmente não devem ultrapassar o limite conjunto de 7 figuras e tabelas. Cada manuscrito deve fornecer palavras-chave, resumo de 200 palavras ou menos que delineie as principais descobertas da pesquisa, e ser acompanhado por uma folha de rosto e página de autoria.

Comunicações

Comunicações sobre tópicos de amplo interesse dentro da área de tecnologia de alimentos serão aceitas para avaliação desde que escritas de maneira clara e sucinta. Comunicações não podem exceder 5.000 palavras (excluindo resumo, abstract, tabelas, figuras, legendas e referências) e preferencialmente não devem ultrapassar o limite conjunto de 7 figuras e tabelas. Cada manuscrito deve fornecer palavras-chave, resumo de 200 palavras ou menos que delineie claramente os tópicos de amplo interesse abordados na comunicação, e ser acompanhado por uma folha de rosto e página de autoria.

FORMATAÇÃO DOS MANUSCRITOS

Primeira página

A primeira página de manuscritos submetidos deve conter obrigatóriamente as seguintes informações nesta ordem:

relevância do trabalho: breve texto de no máximo 100 palavras que descreva sucintamente a relevância do trabalho;

títulos do trabalho: em inglês e português, e título para cabeçalho;

título para cabeçalho de página, com no máximo 15 palavras.

Página de autoria

A página de autoria do manuscrito deverá conter as seguintes informações:

informação para correspondência do Autor para correspondência (endereço postal completo, números de telefone e FAX, e endereço de e-mail).

nomes completos de todos os autores;

nomes das instituições onde o trabalho foi desenvolvido.

Página do Resumo e palavras-chave

Todos os artigos e comunicações precisam obrigatoriamente vir acompanhados de um resumo. Trabalhos devem incluir também o resumo em português. O resumo deve sempre:

estar em um único parágrafo de no máximo 200 palavras;

explicitar claramente o objetivo principal do trabalho;

se aplicável, descrever materiais, métodos e resultados;

discutir possíveis implicações do trabalho;

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Page 49: Trabalho Final Bruna Brasil

sumarizar as conclusões;

ser legível também por não-especialistas da área;

definir abreviações e siglas utilizadas;

incluir de três a seis palavras-chave, evitando-se a utilização de termos já utilizados no título e resumo.

O resumo não deve conter:

notas de rodapé;

dados e valores estatísticos significativos;

referencias bibliográficas.

Texto

O trabalho deverá ser dividido nas seguintes partes, quando apropriado, numeradas nessa ordem:

1. Introdução;

2. Material e métodos;

3. Resultados e discussão (podendo ser separados, se necessário);

4. Conclusões;

5. Referências bibliográficas;

Agradecimentos;

Tabelas;

Figuras;

Quadros.

No texto:

abreviações, siglas e símbolos devem ser claramente definidos na primeira ocorrência;

notas de rodapé não são permitidas;

tabelas, figuras e quadros devem ser numerados com numerais arábicos seguindo a ordem em que são citados;

títulos e subtítulos são recomendados, sempre que necessários, mas devem ser utilizados com critério, sem prejudicar da clareza do texto;

equações devem ser geradas por programas apropriados e identificadas no texto com algarismos arábicos entre parêntesis na ordem que aparecem;

as referências devem ser numeradas em ordem alfabética;

as legendas das figuras e quadros devem estar em ordem numérica no final do texto.

Todo material submetido deve estar digitado em espaçamento duplo, em uma coluna somente e alinhado à esquerda, deixando as margens esquerda e direita de pelo menos 2,5 cm. As linhas devem estar numeradas sequencialmente, sendo esta numeração iniciada em cada página. As páginas devem ser numeradas seqüencialmente.

Nomes proprietários

Matérias-primas, equipamentos especializados e programas de computador utilizados deverão ter sua origem (marca, modelo, cidade, país) especificada.

Unidades de medida

todas as unidades devem estar de acordo com o Sistema Internacional de Unidades

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Page 50: Trabalho Final Bruna Brasil

(SI);

temperaturas devem ser descritas em graus Celcius.

Símbolos e abreviações

Defina símbolos, abreviações e siglas em sua primeira ocorrência, tanto no resumo quanto no texto. Abreviações criadas pelos autores devem ser evitadas, mas se utilizadas devem estar claramente definidas na primeira ocorrência, tanto no resumo quanto no texto.

Notas de rodapé

Notas de rodapé não devem ser utilizadas.

Referências Bibliográficas

Citações no texto

As citações bibliográficas inseridas no texto devem ser indicadas pelo(s) sobrenome(s) do(s) autor(es) em letra maiúscula, seguido(s) pelo ano da publicação (ex.: SILVA et al, 2005), sendo que:

artigos com um ou dois autores, citam-se os sobrenomes de ambos;

artigos com três ou mais autores, cita-se o sobrenome do primeiro autor, seguido da expressão “et al.”;

se o nome do autor não é conhecido, cita-se a primeira palavra do título.

Lista de referências

Toda a literatura citada ou indicada no texto deverá ser listada em ordem alfabética. Artigos em preparação ou submetidos a avaliação não devem ser incluídos nas referências. A formatação das referências deve seguir o padrão estabelecido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em “Regras Gerais de Apresentação” - NBR-6023, de agosto, 2002.

Segundo determinação da diretoria de publicações da SBCTA artigos aceitos cujas referências bibliográficas estejam fora do padrão determinado ou com informações incompletas NÃO SERÃO PUBLICADOS até que os autores tenham as referências totalmente adequadas às normas.

Exemplos de referências:

Livros

BACCAN, N.; ALEIXO, L. M.; STEIN, E.; GODINHO, O. E. S. Introdução à semimicroanálise qualitativa, 6ª. edição. Campinas: EDUCAMP, 1995.

Capítulos de livro

SGARBIERI, V. C. Composição e valor nutritivo do feijão Phaseolus vulgaris L. In: BULISANI, E. A (Ed.) Feijão: fatores de produção e qualidade. Campinas: Fundação Cargill, 1987. Cap. 5, p. 257-326.

Artigos em periódicos e anais

KINTER, P. K.; van BUREN, J. P. Carbohydrate interference and its correction in pectin analysis using the m-hydroxydiphenyl method. Journal Food Science, v. 47, n. 3, p. 756-764, 1982.

Artigos apresentados em encontros científicos

JENSEN, G. K.; STAPELFELDT, H. Incorporation of whey proteins in cheese. Including the use of ultrafiltration. In: INTERNATIONAL DAIRY FEDERATION. Factors Affecting the Yield of Cheese. 1993, Brussels: International Dairy Federation Special Issue, n. 9301, chap. 9, p. 88-105.

Dissertações, teses e relatórios

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Page 51: Trabalho Final Bruna Brasil

CAMPOS, A C. Efeito do uso combinado de ácido láctico com diferentes proporções de fermento láctico mesófilo no rendimento, proteólise, qualidade microbiológica e propriedades mecânicas do queijo minas frescal. Campinas, 2000, 80p. Dissertação (Mestre em Tecnologia de Alimentos), Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Trabalhos em meio-eletrônico

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Tratados e organizações ambientais em matéria de meio ambiente. In: _____. Entendendo o meio ambiente. São Paulo, 1999. v. 1. Disponível em: <http:://www.bdt.org.br/sma/entendendo/atual.htm>. Acesso em: 8 mar. 1999.

Legislação

BRASIL. Portaria n. 451, de 19 de setembro de 1997. Regulamento técnico princípios gerais para o estabelecimento de critérios e padrões microbiológicos para alimentos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 22 set. 1997, Seção 1, n. 182, p. 21005-21011.

Tabelas

As tabelas devem ser intituladas e citadas com numerais Arábicos e estar inseridas diretamente no corpo do texto no local de preferência. Caso o autor precise enviar a tabela em arquivo separado este deve ser nomeado de maneira clara (ex. tabela1.doc etc). As tabelas devem ser elaboradas utilizando-se o recurso de tabelas do programa Microsoft® Word, e devem:

ter o número de algarismos significativos definidos com critério;

ser em número reduzido para criar um texto consistente, de leitura fácil e contínua;

não apresentar os mesmos dados na forma de gráfico e tabela;

utilizar o formato mais simples possível, evitando sombreamento, cores ou linhas verticais e diagonais;

utilizar somente letras minúsculas sobrescritas para denotar notas de rodapé que informem abreviações, unidades etc. Demarcar primeiramente as coluna e depois as linhas e seguir esta mesma ordem no rodapé;

Figuras e quadros

Devem ser citados e numerados em ordem numérica utilizando-se numerais Arábicos. Enviar obrigatoriamente em arquivos separados, com a máxima qualidade possível. Enviar os arquivos preferencialmente no formato original em que foram gerados (TIF, XLS, EPS, BMP, JPG ou DOC). Os arquivos devem ser adequadamente identificados com o número citado na legenda (ex.: figura1.tif, figura2.eps, figura3.doc etc). Ao enviar figuras com fotos ou micrografias certifíque-se que estas sejam escaneadas em alta resolução para que cada foto fique com no mínimo 1.000 pixels de largura. Para representar fichas, esquemas ou fluxogramas utilize quadros.

Trabalhos envolvendo humanos

Quando houver apresentação de resultados de pesquisas envolvendo seres humanos, citar o número do processo de aprovação do projeto no Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, conforme Resolução n° 196/96, de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde.

INSTRUÇÕES GERAIS PARA SUBMISSÃO ON-LINE

Taxa de submissão

Ciência e Tecnologia de Alimentos, embora receba uma média de 35 submissões mensais, exigindo grande demandade trabalho da diretoria de publicações, não cobra taxa de submissão. Espera-se em troca, que os colaboradores aceitemeventualemente, realizar

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Page 52: Trabalho Final Bruna Brasil

o trabalho de avaliação de artigos, atuando assim como relatores da revista.

Formatos de arquivo

Durante a submissão são aceitos os arquivos do tipo DOC, TIF, XLS, EPS, BMP ou JPG, independente da plataforma Windows® ou Macintosh®, onde forem gerados. O texto principal dos manuscritos deve ser submetido em duas (02) versões e arquivos separados:

manuscrito.doc: versão final para publicação na revista

formato Microsoft® Word (.doc) ;

texto completo do manuscrito incluindo as tabelas mas sem as figuras;

figuras devem ser submetidas em arquivos separados;

não deve ter as linhas numeradas;

deve ser nomeado manuscrito.doc.

manuscrito.doc versão para avaliação pelos relatores

formato Microsoft® Word (.doc);

deve ter a folha de rosto excluída;

deve ter os nomes dos autores e instituições removidos da página de título;

deve ter as linhas numeradas a partir do inicio de cada página;

deve ser nomeado manuscrito.doc.

Fontes

Devem ser utilizadas preferencialmente as fontes Times New Roman, Arial, Helvetica ou Courier.

SUBMETENDO UM TRABALHO ON-LINE NO SUBMITCENTRAL

http://cta.submitcentral.com.br/login.php

Antes de realizar a submissão on-line o Autor para Correspondência deverá preencher e assinar o Termo de Concordância e Cessão de Direitos de Reprodução Gráfica. Esse formulário pode ser abaixado on-line no endereço http://cta.submitcentral.com.br/terms_sbcta_br.pdf. Encaminhar o formulário por e-mail ou FAX à Diretoria de Publicações da sbCTA para +55 19 32410527 ou [email protected]. O processo de avaliação não será iniciado até que o Termo de Concordância e Cessão de Direitos de Reprodução Gráfica seja recebido.

O programa Submitcentral para submissão dos artigos está otimizado para os seguintes navegadores e versões: Internet Explorer 6, Internet Explorer 7, Firefox 1.5+, Opera 9.2+, Safari 3+

Os Autores devem acessar o programa Submitcentral no endereço http://cta.submitcentral.com.br e no “Painel do Autor“ clicar em “Iniciar uma nova submissão >>“.

Passo 1: Título, Resumo e Palavras-chavePreencha o campo ‘Título’.Cole ou digite o Resumo no campo ‘Resumo’.Adicione no mínimo três palavras-chave preenchendo o coampo ‘Palavras-chave’ e clicando no botão ‘adicionar’.Clique no botão ‘continuar’.

Passo 2: Autores e InstituiçõesPreencha as informações de cada Autor do trabalho. É necessário preencher todos os campos e clicar em ‘adicionar’, antes de passar ao próximo Autor. Para acertar a ordem utilize as

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Page 53: Trabalho Final Bruna Brasil

setas na coluna ‘Ordem’.Marque o Autor para Correspondência clicando no botão ‘Autor para Correspondência (troca)’.Informe pelo menos uma (01) instituição para cada Autor. Se necessário clique no botão ‘Editar Instituições’.Clique no botão ‘continuar’.

Passo 3: RefereesInforme Revisores ‘preferidos’ e ‘não-preferidos’ para avaliar seu trabalho. Esta etapa pode ajudar muito a agilizar o início do processo de avaliação.Clique no botão ‘Mudar Preferência’ para alternar entre ‘preferido’ e ‘não-preferido’.Clique no botão ‘continuar’.

Passo 4: Envio de ArquivosEnvie todos os arquivos do seu trabalho utilizando o botão ‘procurar’ ou ‘browse’.Escolha o tipo de arquivo: Manuscrito em DOC sem os autores (para revisores), Manuscrito em DOC< completo (para produção), Folha de Rosto, Figura, Tabela ou Arquivo Suplementar.Clique no botão ‘enviar’. Repita a operação até ter enviado todos os arquivos.Clique no botão ‘continuar’.

Passo 5: Informações GeraisInforme se o manuscrito é convidado e caso afirmativo quem fez o convite.Escolha o Tipo de Contribuição da caixa de seleção.Escolha a Área do Trabalho da caixa de seleção.Confirme que assinou e enviou o Termo de Concordância e respondas às outras perguntas.Escreva sua Carta ao Editor.Clique no botão ‘continuar’.

Passo 6: Checar e SubmeterVerifique todas as informações e corrija se necessário clicando no botão ‘editar’.Abaixe todos os arquivo e abra-os para certificar-se de que não estejam corrompidos.Marque a caixa informando que abaixou e abriu todos os arquivos.Clique no botão ‘Finalizar Submissão’ para concluir o processo de submissão.

Uma confirmação será exibida para ser impressa, e você também receberá uma confirmação por e-mail.

 

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