trabalho faculdade - violencia domestica

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  • 8/4/2019 Trabalho Faculdade - Violencia Domestica

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    VIOLNCIA DOMSTICA

    Violncia Contra a Mulher

    Flavio Aurlio da Silva BrimProfessora: Daniela Regina da Silva

    Centro Universitrio Leonardo da Vinci UNIASSELVIPedagogia Psicologia da Educao e Aprendizagem

    16/Janeiro/2009

    RESUMO

    Por considerar que a violncia domstica tem um leque muito grande, nesse momento, decidimos

    nos restringir rapidamente no aspecto da violncia domstica contra a mulher. Queremos provocarsua mente com reflexes sobre o tema. Longe de ns vai a idia de esgotarmos o assunto, pois essa

    no nossa proposta, ao contrrio, queremos apenas fazer uma breve introduo sobre o assunto.Ao trmino dessa leitura voc saber um pouco sobre o tema violncia domstica, seus muitos

    aspectos, em especial a violncia contra a mulher, sua dura realidade a nvel nacional e mundial,

    qual tem sido a reao da sociedade, seus aparentes resultados e finalmente qual a nossaesperana.

    Palavras-chave: Mulher, Violncia, Domstica.

    1 INTRODUO

    Aps tanta insistncia eu cedi aos seus galanteios e juras de amor. Decide baixar minhasguardas e confiar minha vida ao lado daquele homem, o meu amado. Fiquei surpresa porque logoaps o casamento tudo comea a mudar. Eu no conseguia entender seus motivos, mas ainda assimacreditando que tudo poderia mudar me submeti quela situao aguardando novos tempos. Asituao ficou cada vez mais sria: Ele comeou a me agredir fisicamente. Embora pensasse na

    separao no a pedia por medo de que a situao piorasse ainda mais. Mas como eu ia imaginarque pelas minhas costas ele iria fazer o que fez? A desculpa que ele deu para a justia foi a detentativa de roubo. A eles, ele convenceu, mas eu conhecia a verdade. Agora minha no havia outro

    jeito a no ser amargar o meu destino ser uma paraplgica pelo resto da minha vida. Em meucorao eu ainda tentava me enganar: as coisas podem mudar. Quem sabe eles tm razo, eu tenhouma imaginao frtil demais. Mas se ainda existiam dvidas as mesmas acabaram duas semanasmais tarde quando eu tomava meu banho. Fiquei apavorada, ele abre o Box e com fio de luz eletenta me eletrocutar. Aquele homem que ao me tirar da casa dos meus pais dizia me amar, jurandono altar diante de Deus que cuidaria de mim at que a morte nos separe. O problema era esse: elequeria que minha morte desse um fim a tudo aquilo.

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    Voc j ouviu alguma coisa parecida com a histria acima? Infelizmente histrias comoessa, esto estampadas em jornais e nas imagens da maioria das TVs pelo Brasil a fora.

    2 UMA DURA REALIDADE

    O CFEMEA nos revela uma dura realidade: A violncia domstica, no algo apenas doreduto brasileiro. Infelizmente tem uma amplitude mundial.

    Mais de um bilho de mulheres no mundo (uma em cada trs) foramespancadas, foradas a manterem relaes sexuais ou sofreram outro tipo deabuso, quase sempre cometido por amigo ou parente. (Relatrio Est emnossas mos. Pare a violncia contra a mulher. Anistia Internacional, 2004)(CFEMEA, 2007, p. 16).

    Mas de nada adiantar focarmos nossos olhos para fora das nossas fronteiras quando aquidentro temos muito do que nos envergonhar. O CFEMEA ao escrever Lei Maria da Penha: dopapel para a vida nos traz grandes informaes. Essas no so informaes l de fora, mas aquidentro do territrio nacional.

    Segundo a Sociedade Mundial de Vitimologia (IVW) ligada ao governo da Holanda e aONU, o Brasil o pas que mais sofre com a violncia domstica: 23% das mulheres brasileirasesto sujeitas a este tipo de violncia (CFEMEA, 2007, p. 12).

    Voc sabia que no Brasil, que se intitula pas cristo, a cada 15 segundos, uma mulher espancada. Isso nos revela que quase, 2,1 milhes de mulheres esto sendo espancadas anualmente,aqui dentro do territrio nacional.

    No Brasil, quase 2,1 milhes de mulheres so espancadas por ano, sendo175 mil por ms, 5,8 mil por dia, 4 por minuto e uma a cada 15 segundos.Em 70% dos casos o agressor uma pessoa com quem ela mantm oumanteve algum vnculo afetivo. A mulher brasileira nos espaos pblicos e

    privados Fundao Perseu Abramo, 2001 (CFEMEA, 2007, p. 15).

    Quem da populao brasileira no conhece alguma mulher que j foi agredida pelo seucompanheiro. O CFEMEA afirma que 51% da populao brasileira conhecem uma mulher que oufoi agredida pelo companheiro. Percepo e reaes da sociedade sobre a violncia contra amulher. Ibope/Instituto Patrcia Galvo, 2006 (CFEMEA, 2007, p. 31).

    3 REAO DA SOCIEDADE

    Graas coragem de diversos segmentos da sociedade mundial e brasileira, o que estavaescondido, est sendo trazido tona, dia-a-dia. A sociedade mundial est se posicionando.

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    Paris, 8 jul (EFE).- A violncia domstica subiu 31,3% na Frana entre 2004e 2007, segundo um estudo do Observatrio Nacional da Delinqnciadivulgado hoje. (Rede Globo, 2008).

    Hong Kong, 27 abr (EFE).- Os casos de violncia domstica em Hong Kongaumentaram 120% durante o primeiro trimestre de 2007, uma alta atribuda

    ao maior nmero de vtimas que denunciam abusos, informou o jornal local"South China Morning Post". as autoridades policiais, graas mdia, asvtimas esto agora mais propensas a denunciar os incidentes. Alm disso,contam com mais ferramentas para intervir. (Rede Globo, 2008).

    Nova Dlhi, 25 out (EFE).- A Lei de Proteo das Mulheres contra aViolncia Domstica entra em vigor amanh na ndia, pas em que 70% dasmulheres sofrem maus-tratos em casa, disse hoje a ministra RenukaChowdhury. A partir de amanh, uma mulher poder obter de um juiz umaordem de afastamento contra seu agressor, cuja violao levar a at um anode priso e ao pagamento de uma multa de 20.000 rupias (cerca de 350

    euros). (Rede Globo, 2008).

    Mas essas manifestaes no uma realidade somente no exterior. Notcias como as aseguir, esto sendo veiculadas nos rgos de comunicao constantemente nos ltimos dias.

    Uma manifestao com cerca de 400 pessoas foi realizada hoje, vspera dodia da mulher, no municpio de So Gonalo (RJ), para pedir pelo fim daviolncia domstica contra as mulheres e a instalao de um juizadoespecial para tratar desses casos. Os manifestantes percorreram as ruas dacidade segurando cartazes e placas com fotos de vtimas e frases de protesto.

    Agncia Estado. (Rede Globo, 2008).

    A lei 11.340, que cria mecanismos para coibir a violncia domstica e familiar contra amulher, foi aprovada por unanimidade no Congresso Nacional e sancionada em 7 de agosto de2006. Ficou conhecida como Lei Maria da Penha em homenagem a biofarmacutica Maria daPenha Fernandes, que, em 1983, foi atingida por dois tiros disparados pelo marido. Maria da Penhafoi atingida nas costas e ficou paraplgica. Voc poder conseguir detalhes dessa lei no seguinteendereo: http://www.ouvidoria.al.gov.br/atribuicoes/leis-federais/lei-11340-de-07-de-agosto-de-2006.pdf

    Maria Berenice Dias, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Famlia(IBDFAM), provocou um novo olhar sobre a Lei Maria da Penha durante palestra proferida ontem,no ltimo dia do II Congresso Cearense de Direito de Famlia e Sucesses.

    "A Lei Maria da Penha no busca somente reconhecer o crime cometidocontra mulheres, no uma lei penal. Ela mais aberta e determina quesejam aplicadas medidas de proteo, ocorrendo crime ou no. Isso umaquesto de famlia e tem de ser enfrentado no mbito do direito de famlia"(Dias, 2008)

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    4 AS LEIS ESTO FUNCIONANDO?

    Marta Berard, num artigo intitulado como Endurecimento da Lei no impede aumento decrimes contra mulher na ndia afirma: afirma que o nmero de crimes contra a mulher continuaaumentando na ndia, enquanto seus agressores, que, em 41% dos casos, so o marido ou outros

    familiares, com freqncia ficam impunes devido a uma ineficaz aplicao da lei. (G1.Globo,2009).

    A ativista Ranjana Kumari, diretora da ONG de defesa dos direitos da mulher Centre ForSocial Research (CSR) afirma: "Os criminosos no sentem a presso da lei. A aplicao judicialest fracassando".

    O Dirio de Portugal no dia 03 de Janeiro de 2009 destaca a manchete: ViolnciaDomstica: 10 mil casos e apenas 12 presos preventivos. Esses nmeros se referem a uma lei criadaa partir de setembro de 2008.

    Alm dessas, muitas outras notcias nos preocupam: Violncia contra a mulher aumenta 50% em 2008 (Correio de

    Sergipe apud Portal Violncia Contra a Mulher, 11.1.2009). Governo registra 169 mil denncias de agresses a mulheres em

    2008 (Portal G1 apud Portal Violncia Contra a Mulher, SP,9.1.2009).

    A cada ms 50 mulheres so agredidas em Teresina (180 graus apudPortal Violncia Contra a Mulher, PI, 9.1.2009).

    O ano terminou com 93 mulheres assassinadas no estado do Cear

    (Dirio do Nordeste apud Portal Violncia Contra a Mulher, CE,4.1.2009). Em Alagoas 955 mulheres espancadas ou ameaadas em 2008

    (Gazetaweb.com apud Portal Violncia Contra a Mulher, AL,31.12.2008).

    5 MINHA ESPERANA

    Uma das cenas mais impactantes desenhadas nos evangelhos que retrata a histria de umamulher, pega em adultrio, sendo levada por um grupo de homens para ser julgada por Jesus Cristo.

    Posso imaginar o constrangimento familiar, ela sendo arrancada de seu quarto, de sua casa, epublicamente levada diante de todos os olhos at a presena pblica de Jesus Cristo.

    Voc poderia dizer: uma prostituta. No tem nada a ver com violncia domstica. Maslano aqui algumas perguntas: Onde estava o homem com quem ela se prostitua? Quem eram osagressores nesse cenrio, homens ou mulheres? Porque julgavam somente a mulher e no o homemcom quem ela se prostitua? Que direito os homens teriam de julg-la a revelia, sem percorrerem ostrmites legais? Voc no acha que essa cena muitas parecida com aqueles que temos visto dentro

    do mbito domstico, quando um homem se sente no direito de julgar, condenar e punir com asprprias mos?

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    O silncio a essas perguntas muitas vezes tem como objetivo esconder os preconceitos deuma cultura predominantemente machistas.

    Ainda hoje, muitos homens se acham no direito de agir, dentro do seu lar, como aqueles quearrastaram a prostituta at diante de Jesus Cristo. Conheciam a Cristo, mas no sua mensagem:

    Vs, maridos, amai a vossas mulheres, como tambm Cristo amou a igreja, e a si mesmo seentregou por ela (Bblia, Efsios 5.25)

    Na poca de Jesus Cristo, Israel era colonizado por Roma. Na cultura romana a mulher tinhaa cidadania romana, mas num estado jurdico inferior. O modelo predominante o da famlia

    patriarcal. O pai exercia o domnio sobre a mulher, os filhos e os escravos, tendo direito de decidirsobre o destino das crianas recm-nascidas e tambm na vida da mulher e de todos que residiamcom ele na mesma casa. Naturalmente, a famlia judaica recebeu influncia dos seus colonizadores.Mas nem sempre foi assim.

    Na poca dos Patriarcas as mulheres tambm eram Matriarcas, eram ouvidas, respeitadas eadmiradas. Havia profetisas e juzas. Mas com o decorrer do tempo por fora das influnciasestrangeiras, especialmente a grega, foram excludas de todas as atividades pblicas e passaram aficar relegadas ao lar. Em hebraico a palavra "marido" baal, que significa "dono, patro,

    proprietrio e donos do mundo."

    dentro desse contexto que a mensagem de Jesus Cristo revolucionria para aquela poca.Ela vem quebrar essa cultura deixando claro que diante de Deus no haveria diferena entre homense mulheres. O homem que ama morre pela sua amada e no ao contrrio tira a sua vida.

    Minha esperana de que a mensagem de Jesus Cristo invada no apenas a mente dahumanidade, mas os coraes a fim de que o amor de Cristo venha alcanar tantas mulheres, bemcomo suas famlias, atravs da figura masculina. Por considerar que sem Cristo no h esperana,minha esperana Cristo.

    6 CONCLUSO

    Uma pesquisa feita pelo Ibope em 2006 nos revela que 64% acham que o homem que agride

    a mulher deve ser preso (opinio de homens e mulheres).

    64% acham que o homem que agride a mulher deve ser preso (opinio de homens emulheres), 21%, que deve prestar trabalho comunitrio, e 12%, que deve doar cesta bsica.(Percepo e reaes da sociedade sobre a violncia contra a mulher. Ibope/InstitutoPatrcia Galvo, 2006)* *A pesquisa foi realizada antes da promulgao da Lei Maria daPenha. (Rede Globo, 2008).

    Minha pergunta : Isso resolve? A meu ver a nica coisa que resolve a mensagem de JesusCristo em nossos coraes. No que eu seja contra o exerccio disciplinar do agressor, mas quemesmo aps a disciplina, seja ela qual for, sem a mensagem pregada por Jesus Cristo, no haver

    mudanas.

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    7 REFERNCIAS

    Bblia. Efsios 5.25

    CFEMEA. Lei Maria da Penha: Do papel para a vida. Cfemea Centro Feminista de Estudo e

    Assessoria, 2007.DIAS, M B. Novos Olhares Sobre a Lei Maria da Penha O Povo. II Congresso Cearense deDireito de Famlia e Sucesses. CE, 23/Agosto/2008.

    IOL. Dirio Portugal. < http://diario.iol.pt/sociedade/violencia-domestica-presos-presos-preventivos-mp-portugaldiario/1028548-4071.html > acessado em 16 de Janeiro de 2009.

    G1.Globo. Portal de Notcias da Globo. .

    Portal Violncia Contra a Mulher. < http://www.violenciamulher.org.br> acessad em 16 de Janeirode 2009.

    http://g1.globo.com/http://g1.globo.com/http://www.violenciamulher.org.br/http://g1.globo.com/http://www.violenciamulher.org.br/