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Curso De Engenharia Mecânica – Automação e Sistemas DIMENSIONAMENTO DE UM TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBO PARA RESFRIAMENTO DE ÓLEO Campinas – São Paulo – Brasil Dezembro de 2013

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Curso De Engenharia Mecânica – Automação e Sistemas

DIMENSIONAMENTO DE UM TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBO PARA RESFRIAMENTO DE ÓLEO

Campinas – São Paulo – Brasil

Dezembro de 2013

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ii

Curso de Engenharia Mecânica – Automação e Sistemas

DIMENSIONAMENTO DE UM TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBO PARA RESFRIAMENTO DE ÓLEO

Alexandre Monfardini Neto RA 004201000915 Danilo Favero Gomes RA 004201201618 Thiago Tadeu Zanella RA 004201200771

Trabalho apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Engenharia Mecânica – Automação e Sistemas da Universidade São Francisco, sob a orientação do Prof. Fernando Macchion. Orientador : Prof. Fernando Macchion

Campinas – São Paulo – Brasil

Dezembro de 2013

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DIMENSIONAMENTO DE UM TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBO PARA RESFRIAMENTO DE ÓLEO.

Alexandre Monfardini Neto RA: 004201000915

Danilo Favero Gomes RA 004201201618

Thiago Tadeu Zanella RA 004201200771

Monografia defendida e aprovada em 09 de Dezembro de 2013 pela Banca

Examinadora assim constituída:

Prof. Fernando Rodrigo Macchion (Orientador)

USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

Profa. Dra. Maria Thereza de Moraes Santos Gomes (Membro Interno)

USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

Prof. Ednei José Vecchiato (Membro Interno)

USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

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Se o plano "A" não deu certo, não se preocupe. O alfabeto tem mais 25 letras para você tentar.

(Autor Desconhecido)

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v

Aos nossos pais, que nos incentivaram muito durante este percurso, sem os quais não chegaríamos até aqui. As nossas namoradas, que entenderam nossas ausências e os momentos de nervosismo no decorrer do trabalho. Somos eternamente gratos a todos.

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vi

Agradecimentos

Agradecemos primeiramente a DEUS, que nos iluminou e nos guiou durante o

curso.

Agradecemos ao professor Fernando Rodrigo Macchion, por ter aceitado

orientar nosso trabalho, pela grande contribuição oferecida através de seus

conhecimentos teóricos e práticos sobre o assunto e por sua compreensão

para com nossas dificuldades pessoais que de alguma forma afetaram o

andamento do trabalho.

Agradecemos também a todos os professores do curso que participaram

da nossa formação.

Somos extremamente gratos.

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Sumário

Lista de Figuras .................................................................................................... xvi

Lista de Tabelas .................................................................................................. xviii

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1

1.1 Classificação em função do Princípio de Funcionamento .................... 1

1.2 Classificação em Função do Processo de Transferência de Calor ...... 1

1.3 Classificação em Função da Geometria de Construção....................... 2

1.4 Classificação em Função do Mecanismo de Transferência ................. 2

1.5 Classificação em Função do Arranjo dos Fluxos .................................. 2

2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 4

3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 5

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 7

4.1 Trocadores de Calor Tipo placas ......................................................... 7

4.1.1 Aplicações Específicas ......................................................................... 8

4.1.2 Configurações Construtivas ............................................................... 10

4.1.3 Vantagens e Desvantagens ............................................................... 11

4.1.3.1 Vantagens: ......................................................................................... 11

4.1.3.2 Desvantagens .................................................................................... 12

4.1.4 Placas ................................................................................................. 12

4.1.5 Gaxetas .............................................................................................. 16

4.1.6 Arranjo e Configuração....................................................................... 18

4.2 Trocadores de Calor tipo Casco e Tubo .......................................................... 19

4.2.1 Introdução .......................................................................................... 19

4.2.2 Vantagens e Desvantagens ............................................................... 21

4.2.2.1 Vantagens .......................................................................................... 21

4.2.2.2 Desvantagens .................................................................................... 21

4.2.3 Aplicações Específicas ....................................................................... 21

4.2.4 Configurações Construtivas ............................................................... 23

4.2.5 Tipos de Casco .................................................................................. 25

4.2.6 Tipos de Feixe de Tubos .................................................................... 26

4.2.7 Tubos e Passes de Tubo .................................................................... 26

4.2.8 Layout dos Tubos ............................................................................... 27

4.2.9 Tipos e Geometrias de Chicanas ....................................................... 27

4.2.10 Alocação dos Fluxos .......................................................................... 30

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5. METODOLOGIA .............................................................................................. 31

5.1.1 Propriedades da Instalação Atual (Trocador de Placas) .................... 31

5.1.2 Levantamento dos Dados Existentes ................................................. 31

5.1.3 Levantamento de Custo na Instalação e Manutenção ....................... 33

5.2 Metodologia de Cálculo Termodinâmica e Construção Mecânica (Trocadores Casco e Tubos) .......................................................................... 34

5.2.1 Método de Bell Delaware (Cálculo Termodinâmico) .......................... 34

5.2.2 Dimensões e Propriedades Adotadas Para o Calculo Termodinâmico do Trocador Casco e Tubos ........................................................................... 36

5.2.3 Configuração Construtiva pela norma TEMA (TUBULAR EXCHANGER MANUFACTURES ASSOCIATION) ........................................ 38

5.2.4 Definição dos Materiais ...................................................................... 38

5.2.5 Definição do diâmetro e espessura dos tubos .................................... 39

5.2.6 Definição do Corte e Quantidade de Chicanas .................................. 39

5.2.7 Definição do Angulo Característico Formado pelo Arranjo dos Tubos 40

5.2.8 Definição da Quantidade de Tubos .................................................... 41

5.2.9 Comprimento Reto dos Tubos de Troca ............................................. 41

5.2.10 Definição do Diâmetro Interno e Espessura do Casco e Cabeçotes .. 42

6. RESULTADOSE DISCUSSÕES ..................................................................... 43

6.1 Resultados ......................................................................................... 43

6.1.1 Classificação pela Norma TEMA ........................................................ 43

6.1.2 Materiais Adotados ............................................................................. 43

6.1.3 Definições Construtivas ...................................................................... 46

6.1.4 Manutenção do Trocador Casco e Tubos .......................................... 48

6.2 Software para Dimensionamento de Trocadores de Calor ................. 51

6.3 Discussões ......................................................................................... 53

6.3.1 Erro Entre a Planilha de Cálculo pelo Metodo de Bell Delaware e o Software HTRI ................................................................................................ 53

6.3.2 Dificuldades Durante o Projeto ........................................................... 54

6.3.3 Comparativo Técnico e Econômico entre o Trocador Casco e Tubos e o Trocador de Placas ...................................................................................... 54

7. Conclusão ....................................................................................................... 57

8. Sugestões de Trabalhos Futuros ..................................................................... 58

Apêndice 1 – Metodologia de Cálculo para Trocadores de Calor Casco e Tubos (Método de Bell Delaware).....................................................................................59

Apêndice 2 – Planilha de Cálculo..........................................................................??

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x

Lista de Símbolos

Teoria Descrição Unidade

A�� Área de troca de calor real m²

n Número de tubos -

d� Diâmetro externo dos tubos mm

l Comprimento dos tubos mm

T�� Temperatura de entrada da utilidade °C

T�� Temperatura de saída da utilidade °C

m� Vazão mássica da utilidade kg/s

c� Calor específico do fluido da utilidade J/kg ∙ °C

T�� Temperatura de entrada do fluido de processo °C

T�� Temperatura de saída do fluido de processo °C

m� Vazão mássica do fluido de processo kg/s

c� Calor específico do fluido de processo J/kg ∙ °C

Q� Cálculo de Troca Térmica Desejada (Fluido do Lado do

Casco)

m� Vazão mássica do fluido no casco kg/s

c� Calor específico do fluido no casco J/kg ∙ °C

T�� Temperatura de entrada do fluido no casco °C

T�� Temperatura de saída do fluido no casco °C

∆T� Diferença média de temperaturas °C

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xi

DMLT Diferença média logaritima de temperaturas °C

T�� Temperatura de entrada do fluido no tubo °C

T�� Temperatura de saída do fluido no tubo °C

r Fator de correção para DMLT -

P#� Fator de correção para DMLT -

P Passo tubular (distância entre os tubos) mm

U Coeficiente global de transferência de calor W/m². °C

h� Coeficiente de película no casco W/m². °C

h� Coeficiente de película dos tubos W/m². °C

d� Diâmetro externo dos tubos mm

d( Diâmetro interno dos tubos mm

R�� Resistência de depósito do casco m². °C/W

R�� Resistência de depósito dos tubos m². °C/W

k� Condutividade térmica do fluido no tubo W/m ∙ °C

A��* Área de troca requerida m²

d� Diâmetro do bocal m

m� Vazão mássica do fluido no tubo kg/s

ρ� Densidade do fluido no tubo kg/m³

n- Numero de Tubos -

D- Diâmetro da envoltória do feixe tubular mm

N� Número de Nusselt no lado do casco -

R� Número de Reynolds nos tubos -

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xii

P� Número de Prandt nos tubos -

k� Condutividade térmica do fluido no tubo W/m ∙ °C

h/ Coeficiente Convectivo de Transferência de Calor Total W/m². °C

Η Coeficiente de Película no Lado dos Tubos -

h1#� Coeficiente Convectivo de Transferência de Calor Laminar W/m². °C

h���2 Coeficiente Convectivo de Transferência de Calor

Turbulento

W/m². °C

∆P- Perda de Pressão por Atrito Pa

f5 Coeficiente de atrito de Darcy -

L Comprimento dos Tubos mm

V� Velocidade do Fluido dos Tubos m/s

A Equação de Churchill para cálculo de atrito -

B Equação de Churchill para cálculo de atrito -

A Altura média das asperezas da superfície interna da

parede do tubo

-

f5 Coeficiente de atrito de Darcy -

f8 Coeficiente de atrito de Churchil -

V2� Velocidade média do fluido nos bocais m/s

d�� Diâmetro do bocal de entrada m

d�� Diâmetro do bocal de saída m

W Parâmetro da equação -

m� Vazão mássica do fluido no tubo kg/s

∆P� Perda de Carga Total Pa

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n� Número de trajetos dos tubos no trocador -

∆P2� Perda de Carga Total Pa

h(��#1 Coeficiente de película para escoamento cruzado de um

feixe de tubos ideal

W/m². °C

J8 Efeito do escoamento pela janela -

J9 Efeito dos vazamentos chicana-casco e chicana-tubos -

J: Efeito do desvio pela folga de tubos-casco -

J; Para uso em escoamentos laminares nos quais ReC< 100

(relativo ao gradiente adverso de temperaturas)

-

J< Efeito do espaçamento das chicanas nas seções de

entrada e saída do casco

-

R�� Número de Reynols no casco -

m� Vazão mássica do fluido no casco kg/s

S� Área da seção próxima à linha de centro do trocador m�

μ� Viscosidade dinâmica do fluido no casco kg/m. s

D( Diâmetro interno do casco mm

P Passo tubular mm

J Fator Colburn J A Constantes para Fator de Colbum -

a� Constantes para Fator de Colbum -

a� Constantes para Fator de Colbum -

a? Constantes para Fator de Colbum -

a@ Constantes para Fator de Colbum -

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R�� Número de Prandt no casco -

h(��#1 Coeficiente de Película Ideal W/m². °C

m� Vazão mássica do fluido no casco kg/s

μ�� Viscosidade dinâmica do fluido nos tubos kg/m. s

μ� Viscosidade dinâmica do fluido no casco kg/m. s

F� Fração do número total de tubos que está em escoamento

cruzado puro (entre as extremidades de duas chicanas

adjacentes)

-

FB Fração dos tubos em uma janela -

DC Diâmetro de limite externo dos tubos no casco, mm

H Coeficiente Convectivo de Transferência de Calor W/m². °C

N2 Numero de Chicanas -

l Espaçamento entre chicanas intermediárias mm

l� Espaçamento entre espelho e primeira chicana mm

l� Espaçamento entre espelho e última chicana mm

E Fator para o tipo de escoamento -

C2 Constante para Escoamento Laminar ou Turbulento -

FF2� Fração da área da seção do escoamento cruzado em que

podem ocorrer correntes de desvio do feixe tubular,

provocando redução do contato com a superfície de troca

de calor e distorção do perfil de temperaturas.

-

GH Fator de correção para efeito de bybass no feixe dos tubos -

IJJ Número de pares de tiras selantes -

IK Número de fileiras de tubos cruzados entre as -

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xv

extremidades de duas chicanas adjacentes

D� Diâmetro dos Tubos mm

P� Passo paralelo mm

rF Razão da área de vazamento casco-defletor -

r� Razão entre as áreas de vazamento e a área de fluxo cruzado puro

-

SF2 Área de vazamento entre o casco e o defletor (para um defletor)

m�

S�2 Área de vazamento entre o tubo e o defletor m�

S� Área de fluxo cruzado (dentro de um espaçamento entre defletores)

m�

F� Fração total de tubos numa seção de fluxo cruzado puro -

Θ Ângulo característico formado pelo arranjo dos tubos no casco

Graus N Número de tubos -

J; Fator de correção para gradiente adverso de temperatura

em escoamento laminar

-

N�� Número total de fileiras de tubos cruzadas no trocador -

N�B Número de fileiras de tubos efetivamente cruzadas em

cada

-

∆P� Queda de pressão no escoamento delimitado pelas

extremidades de duas chicanas consecutivas

PQ

∆P8R Queda de pressão critica no escoamento delimitado pelas

extremidades de duas chicanas consecutivas;

PQ

∆PB Queda de pressão no escoamento pelas janelas PQ

∆PHS Perda de Carga nos Bocais

PQ

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xvi

RC Fator de correção na perda de carga devido aos efeitos de vazamento no defletor

fC Coeficiente de Atrito -

Ρ Densidade kg/m3

bC Constante para o Fator de atrito -

GB Efeito de cálculo um fluxo de massa baseado na média

geométrica da área da seção de escoamento cruzado Sm

pela área da seção de escoamento por uma janela Sw.

-

sBW Área da janela ocupada pelos tubos m�

ρ� Densidade do fluido no casco kg/m³

DB Diâmetro Equivalente da Janela mm

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xvii

Lista de Figuras

Figura 1 - Sentido dos Fluxos...................................................................................... 3

Figura 2– Sistema de resfriamento do óleo do tanque de têmpera (Fonte: Allevard

Molas do Brasil Ltda., 2013) ........................................................................................ 5

Figura 3 - Trocador de calor de placas (Fonte: www.dantherm.com.br) ..................... 7

Figura 4 - Ciclo de pasteurização do leite nos três estágios do trocador de calor a

placas .......................................................................................................................... 9

Figura 5 - Trocador de calor a placas de três estágios (Fonte: www.br.all.biz) ........... 9

Figura 6 - Diferentes modelos de trocadores de placas ............................................ 10

Figura 7 - Principais partes do trocador de calor a placas (Fonte: www.hottopos.com)

.................................................................................................................................. 11

Figura 8–Algumas variações de placas (Fonte: www.hottopos.com) ........................ 11

Figura 9 - Placas washboard e Chevron(Fonte: www.hottopos.com) ........................ 13

Figura 10 - Placa e suas partes (Fonte: www.braskor.com.br) ................................. 14

Figura 11 - Esquema de uma placa mostrando o canal de escoamento formado pela

gaxeta (Gut, 2003) .................................................................................................... 14

Figura 12 - Alinhamento das placas chevron para formação dos pontos de contato

(Gut, 2003) ................................................................................................................ 15

Figura 13 - Possíveis desenhos e posições de uma gaxeta (Fonte: Gut, 2003) ....... 17

Figura 14 - Quatro configurações possíveis para um trocador de calor a placas com

oito canais (Fonte: www.hottopos.com) .................................................................... 18

Figura 15 - Correntes Principais A, B, C, E, descritas por Tinker .............................. 20

Figura 16 - Exemplo de um trocador casco e tubo (Fonte: Asvotec Termal Industrial

Ltda) .......................................................................................................................... 20

Figura 17 – Principais elementos construtivos dos trocadores casco e tubos. ......... 23

Figura 18 - Designação TEMA para trocadores casco e tubos (Fonte: Mukherjee

,1998) ........................................................................................................................ 24

Figura 19 - Tipos de casco ........................................................................................ 25

Figura 20 - Tipos de Chicanas .................................................................................. 28

Figura 21 - Passos dos tubos .................................................................................... 29

Figura 22 - Passos dos tubos .................................................................................... 31

Figura 23 - Folha de dados Existente do Trocador de Placas ................................... 33

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xviii

Figura 24- Ilustração do defletor ................................................................................ 40

Figura 25 - Arranjo dos tubos (Fonte: Bicca, 2006) ................................................... 41

Figura 26– Espelho do Trocador Casco Tubo dimensionado ................................... 47

Figura 27 – Principais dimensões do trocador de calor casco e tubos ...................... 48

Figura 28 – Trocador Casco Tubos montado ............................................................ 50

Figura 29 – Trocador com o cabeçote desmontado e remoção do feixe ................... 50

Figura 30 – Folha de outputs do software (Fonte: Software HTRI) .......................... 52

Figura 31– Gráfico de comparativo Econômico......................................................... 56

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xix

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Materiais da placa considerando o tipo de fluido utilizado (Plate Heat

Exchangers: Design, Applications and Performance) ............................................... 16

Tabela 2 - Materiais comuns para gaxetas ............................................................... 17

Tabela 3 - Principais Dados técnicos do trocador ..................................................... 32

Tabela 4– Custo de Manutenção .............................................................................. 34

Tabela 5– Inputs da planilha de cálculos (Dados de Processo) ................................ 37

Tabela 6– Inputs da planilha de cálculos (Dados de Dimensionamento Mecânico) .. 37

Tabela 7– Tabela para definição de espessura e limitações de diâmetro da norma

TEMA ........................................................................................................................ 42

Tabela 8– Materiais utilizados do lado do casco ....................................................... 44

Tabela 9– Materiais utilizados do lado dos tubos ...................................................... 45

Tabela 10– Configuração Construtiva do Trocador ................................................... 46

Tabela 11 – Custo Efetivo para a Manutenção do Trocador Casco e Tubos ............ 51

Tabela 12– Comparativo técnico entre o cálculo do Excel e o Softaware HTRI ....... 53

Tabela 13– Lista de Materiais e Dimensionamento do Trocador Casco e Tubos ..... 55

Tabela 14– Comparativo na Manutenção dos Trocadores ........................................ 55

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xx

RESUMO

DIMENSIONAMENTO DE UM TROCADOR DE CALOR CASCO E TUB O PARA RESFRIAMENTO DE ÓLEO

Este trabalho apresenta o dimensionamento de um trocador de calor casco e

tubo através do método Bell Delaware, para utilização no resfriamento do óleo de

uma unidade de têmpera destinada ao tratamento térmico de peças de suspensão

automotiva, visando à redução da frequência, do tempo e dos custos de manutenção

do trocador de calor de placas atual. O dimensionamento do trocador de calor casco

e tubo foi elaborado a partir dos dados da instalação existente, utilizando uma

planilha de cálculo em Excel, desenvolvida especificamente para este trabalho. A

partir dos resultados do dimensionamento do trocador de calor casco e tubo, foi

elaborado um comparativo técnico-econômico da solução proposta em relação à

instalação existente, em função dos custos de construção e implementação e da

redução de custos com manutenção.

PALAVRAS-CHAVE: Método Bell Delaware, resfriamento de óleo, trocador de calor

casco e tubo, trocador de calor de placas.

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xxi

ABSTRACT

DIMENSIONING OF A SHELL AND TUBE HEAT EXCHANGER FOR OIL

COOLING

This work presents the dimensioning of a shell and tube heat exchanger

through the Bell-Delaware method, to be used in the oil cooling of a quenching unit

for the heat treatment of automotive suspension parts, targeting the frequency, the

time and the cost reduction for the maintenance of the current plates heat exchanger.

The dimensioning of the shell and tube heat exchanger was performed considering

the data of the existing installation, using an Excel file calculation worksheet,

developed specifically for this work. From the results of the shell and tube heat

exchanger dimensioning, a technical and economic comparative for the proposed

solution against the existing installation was prepared, considering the costs for build

and implementation, and the maintenance costs reduction.

KEYWORDS: Bell-Delaware method, oil cooling, shell and tube heat exchanger,

plates heat exchanger.

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1

1. INTRODUÇÃO

O processo de troca de calor entre dois fluidos que estão a diferentes

temperaturas ocorre em muitas aplicações de engenharia. O equipamento usado

para implementar essa troca é conhecido por trocador de calor, e suas aplicações

específicas podem ser encontradas no aquecimento de ambientes e no

condicionamento de ar, na produção de potência, na recuperação de calor em

processos e no processamento químico (Incropera, 2008).

Segundo Kakaç (2002), devido às inúmeras possibilidades de variação dos

trocadores de calor, alguns critérios de classificação foram definidos em função:

• do princípio de funcionamento;

• dos processos de transferência de calor;

• da geometria de construção;

• do mecanismo de transferência de calor;

• do arranjo dos fluxos;

1.1 Classificação em função do Princípio de Funcion amento

Em relação ao princípio de funcionamento, podem ser divididos entre

recuperadores, que efetuam a transferência do calor entre os dois fluidos que

passam pelo trocador de calores simultaneamente, ou como regeneradores, que

trabalham com o armazenamento de energia, transferindo-a através da passagem

alternada dos fluidos quente e frio pelo mesmo caminho.

1.2 Classificação em Função do Processo de Transfer ência de Calor

Em relação ao processo de transferência de calor, podem ser de contato

direto, onde não existe nenhuma barreira que separe os fluidos, devendo estes ser

imiscíveis (como nas torres de resfriamento, por exemplo), ou de contato indireto,

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onde o fluxo de calor ocorre por meio de uma superfície de transferência (como

ocorre nos trocadores de calor de placas e nos trocadores tipo casco e tubo, por

exemplo). Trocadores de calor de transferência direta são frequentemente descritos

em função das características construtivas em que os tipos mais comuns são os

trocadores tubulares, trocadores de placas e trocadores de superfície estendida.

1.3 Classificação em Função da Geometria de Constru ção

Em relação à geometria de construção, os trocadores de calor podem ser

classificados como tubulares, sendo constituído de tubos circulares em que um

fluido circula pelo interior dos tubos enquanto outro circula pelo lado de fora dos

tubos, podem ser considerados de placas, compostos por placas finas com relevos

que formam canais de fluxo pelos quais os fluidos circulam intercalando-se o fluido

quente e o fluido frio entre as placas, e também podem ser de superfície estendida,

aplicável principalmente nos casos em que há uma maior diferença no coeficiente de

transferência de calor entre os fluidos.

1.4 Classificação em Função do Mecanismo de Transfe rência

Em relação aos mecanismos de transferência, podem ser classificados como

mecanismo de convecção monofásica em ambos os lados, como convecção

monofásica de um lado e convecção bifásica do outro, ou ainda como convecção

bifásica em ambos os lados.

1.5 Classificação em Função do Arranjo dos Fluxos

Em relação ao arranjo dos fluxos, podem ser de fluxo paralelo, onde ambos

os fluidos entram no trocador por uma extremidade e saem juntos por outra,

seguindo todo o caminho com a mesma direção e sentido, podem ser de fluxo

contracorrente, no qual os fluidos atravessam o trocador na mesma direção, porém

em sentidos opostos, e podem ser de fluxo cruzado, no qual os fluxos são dispostos

em direções perpendiculares.

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Figura 1 - Sentido dos Fluxos (Fonte: Kakaç, 2002)

Por se tratarem de equipamentos que trabalham com fluídos químicos e

pressurizados em algumas aplicações, trocadores de calor necessitam de cuidados

específicos para garantir a segurança, pois geralmente operam de maneira contínua

e as suas variáveis de pressão e temperatura podem oferecer risco ao meio próximo

a eles.

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2. OBJETIVOS

• Levantamento de dados de um trocador de calor de placas existente;

• Dimensionamento de um trocador de calor casco e tubo através do

método Bell-Delaware visando substituir o trocador de placas;

• Elaboração de comparativo entre o trocador de calor de placas

existente e o trocador casco tubos dimensionado;

• Analise de viabilidade técnica / econômica;

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3. JUSTIFICATIVA

A análise da viabilidade de implementação de um trocador de calor tipo casco

e tubos em um processo de tratamento térmico tem como objetivo reduzir o tempo

de manutenção (MTTR) e o prolongar os intervalos de tempo entre uma manutenção

e outra (MTBR) do sistema de troca de calor onde é utilizado um trocador de calor

de placas.

Figura 2– Sistema de resfriamento do óleo do tanque de têmpera (Cortesia da empresa onde foram coletados os dados).

No processo em questão, o trocador de calor é destinado ao resfriamento do óleo

de um tanque de têmpera no qual entram peças a uma temperatura de

aproximadamente 980°C, devendo estas ser submetidas a u ma curva de

resfriamento para que sejam atingidas as propriedades de transformação de

estrutura, sendo necessário para isso que a temperatura do óleo não ultrapasse os

60°C. O trocador de calor promoverá então a troca té rmica entre o óleo a ser

resfriado e água, a qual passa por uma torre de resfriamento para perder o calor

recebido do óleo e retorna para o ciclo.

Os principais fatores que motivam a verificação da viabilidade da substituição do

trocador de calor de placas são a menor complexidade de montagem e

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desmontagem para manutenção e a robustez apresentada pelos trocadores de calor

casco e tubos. Espera-se que o um trocador de calor tipo casco e tubos melhore o

desempenho do processo tornando-o mais robusto e simples.

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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Este capítulo tem como objetivo apresentar trocadores de calor do tipo casco

tubo e do tipo placas, com suas principais características, aplicações específicas,

configurações construtivas, vantagens e desvantagens.

4.1 Trocadores de Calor Tipo placas

Trocadores de calor a placas proporcionam a transferência de calor entre dois

fluidos, utilizando um equipamento compacto para tal. Atualmente, os trocadores de

calor a placas são extensamente empregados em operações líquido-líquido com

temperaturas e pressões moderadas e que exijam flexibilidade e alta eficiência

térmica (Hewitt et al., 1994). Métodos de projeto confiáveis estão disponíveis para o

que sejam projetados e construídos com sucesso. Entretanto, todos têm sua troca

térmica através das chapas metálicas finas, as quais formam canais de escoamento

alternado dos fluidos.

Figura 3 - Trocador de calor de placas (Fonte: www. dantherm.com.br)

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4.1.1 Aplicações Específicas

Os trocadores de calor a placas foram adotados comercialmente

aproximadamente na década de 1930, projetos semelhantes ao trocador de calor de

placas foram estudos e construídos muitos anos antes, visando atender os requisitos

das indústrias alimentícias, farmacêutica, entre outras, que exigem alto padrão de

higiene e limpeza.

Trocadores de calor a placas são utilizados em operações de aquecimento,

resfriamento e de recuperação de calor, empregados em processos com alta

eficiência e flexibilidade com temperaturas inferiores a 250ºC e pressões menores

que 25 bar (Hewiit et al., 1994).

Baseando em Gut (2003), como exemplo de aplicação desse tipo de trocador

de calor pode-se destacar o processo de pasteurização do leite. Resumidamente

durante esse processo, o trocador de calor a placas é utilizado em três estágios de

troca térmica. Primeiro estágio consiste no aquecimento do leite cru até a

temperatura de pasteurização, já no segundo estágio, realiza o resfriamento do leite

com temperaturas relativamente baixas quando comparadas ao primeiro estágio, o

terceiro estágio, é focado na recuperação de calor ou energia, baseado no

preaquecimento do leite cru, esse preaquecimento é utilizado o leite já pasteurizado

ainda quente, a recuperação de calor pode ser superior a 85%. O processo descrito

anteriormente é ilustrado na Figura 4, já na Figura 5, demonstra um trocador de

calor a placas designado para pasteurização de leite.

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Figura 4 - Ciclo de pasteurização do leite nos três estágios do trocador de calor a placas.

Figura 5 - Trocador de calor a placas de três estág ios (Fonte: www.br.all.biz)

Fluido quente

Fluido frio

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4.1.2 Configurações Construtivas

Segundo Kakaç (2002), os trocadores de calor a placas são constituídos por

conjuntos de canais para o escamento dos fluidos quente e frio, responsáveis pela

troca térmica, os canais são formado por placas estampadas, cada placa é

conformada com meio canal de escoamento, logo com a união de um par de placas

obter os canais para escoamento dos fluidos. Entre cada par de placas são inseridas

gaxetas para vedação do equipamento, o conjunto completo é preso mecanicamente

por longos parafusos de aperto, sendo montados mecanicamente. Na Figura 6, pode

se visualizar diferentes de trocadores de calor a placas, na Figura 7 visualizam-se as

principais partes do trocador de calor a placas e por fim a Figura 8 exemplifica

algumas das variações de placas.

Figura 6 - Diferentes modelos de trocadores de plac as (Gut, 2003)

A Figura 7 exemplifica o trocador de calor de placas em uma vista explodida

com suas partes principais.

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Figura 7 - Principais partes do trocador de calor a placas (www.hottopos.com)

Figura 8–Algumas variações de placas (www.hottopos. com)

4.1.3 Vantagens e Desvantagens

4.1.3.1 Vantagens:

• São trocadores de calor mais compactos, ou seja, requerem menor

área para realizar uma mesma tarefa;

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• Alcançam coeficientes de troca térmica elevados com baixas vazões

de fluidos devido ao seu formato geométrico;

• São facilmente desmontáveis, o que facilita sua limpeza e

higienização;

• Custos de implantação são menores quando comparados com outros

trocadores que realizam o mesmo serviço;

• Possibilita operar com mais de dois fluidos, como no caso da

pasteurização.

4.1.3.2 Desvantagens

• Velocidade de fluxo dos fluidos é limitada;

• Não trabalham em pressões muito elevadas (raramente os modelos

comerciais operam com pressões superiores a 10 bar, embora existam

equipamentos especiais que trabalhem com pressões superiores);

• Não são recomendados para trabalharem com gases;

• Apresentam restrições para aplicações em processos com alta

temperatura (acima de 260°C), em razão das juntas de v edação

(gaxetas).

4.1.4 Placas

Segundo Kakaç (2002), são inúmeras as possibilidades de variações

relacionadas às placas e suas corrugações, embora dois tipos de corrugações

diferentes sejam comercialmente comuns, são as placas do tipo chevron (espinha de

peixe) e washboard (tábua de lavar roupa), as placas dos tipos citadas estão

ilustradas na Figura 8. A diferença entre os tipos de placas é descrita pelas

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corrugações e o ângulo de inclinação de cada onda da corrugação, fatores que

estão diretamente ligados ao desempenho térmico do trocador de calor de placas.

As corrugações das placas exploram os fenômenos de transferência de calor, como

aumentar a turbulência do escoamento, assim elevando a as taxas de transferência

de calor e massa.

Figura 9 - Placas washboard e Chevron(www.hottopos.com)

De modo geral, as placas são conformadas mecanicamente, ou seja, as

chapas lisas (sem corrugação) são submetidas ao processo de estampagem, após o

processo de estampagem as corrugações estão conformadas nas placas. As

corrugações são as responsáveis pela formação dos canais de escoamento dos

fluidos e fornecem maior resistência mecânica às placas, como pode ser visualizado

na Figura 10.

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Figura 10 - Placa e suas partes (www.braskor.com.br )

Considerando as placas mais utilizadas comercialmente para esse tipo de

equipamento, destaca-se a placa do tipo chevron, ilustrada da Figura 11,

destacando o tipo dessa corrugação e suas partes comuns.

Figura 11 - Esquema de uma placa mostrando o canal de escoamento formado pela gaxeta (Gut, 2003)

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Figura 12 - Alinhamento das placas chevron para formação dos pontos de contato (Gut, 2003)

As placas podem ser constituídas por uma gama enorme materiais, definidos

em função principalmente das seguintes condições:

• Incrustamento considera o fator de incrustação das placas do trocador

devido ao fluido e resíduo nele contido;

• Pressão, na qual os fluidos irão operar no interior do trocador;

• Fluidos, considerando o tipo e o estado termodinâmicos dos fluidos.

A Tabela 1 apresenta os materiais mais utilizados para as placas e as

condições mais indicadas para cada fim.

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Tabela 1 - Materiais da placa considerando o tipo d e fluido utilizado ( Plate Heat Exchangers: Design, Applications and Performance)

Material Fluido Aço inoxidável Água, água de arrefecimento de torre de resfriamento,

soluções de cloreto diluídas (<200 ppm), soluções de sulfato de cobre, produtos alimentícios, farmacêuticos, cervejas, etc.

Níquel Soluções cáusticas (50-70%) Incolloy Vapor de hidrogênio (líquido/vapor) com mercúrio

transições e ácidos (<70°C) Hastelloy Ácidos sulfúrico e nítrico

Titânio Água do mar ou salobra, ácidos diluídos (<70°C), soluções de cloreto (>200 ppm), etc

Titânio - Paládio Alloy

Ácidos sulfúrico e nítrico, diluídos (10% de concentração e, 70°C)

4.1.5 Gaxetas

As gaxetas, conhecidas também por juntas de vedação, como o próprio nome

sugere, são responsáveis pela vedação entre as placas, impedindo o vazamento

para o ambiente externo do trocador e a mistura entre os fluidos. São ainda

responsáveis pelo direcionamento dos fluidos dentro do equipamento e distribuem

os fluidos entre as duas superfícies corrugadas da placa (Kakaç, 2002).

A maneira da distribuição das correntes dentro do trocador é imposta pelas

configurações das gaxetas, como, tipo e posição das gaxetas e perfuração das

placas. O equipamento apresenta o arranjo em série, seguindo sequencialmente

através dos canais e permitindo diversos passes no equipamento ou ainda

apresentar o arranjo em paralelo, dividindo-o os passes pelo trocador. Dentro do

mesmo conceito, são inúmeras as combinações conhecidas de escoamento

série/paralelo, na Figura 13, demonstra as variações das gaxetas para o mesmo

tamanho de placas e suas perfurações.

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Figura 13 - Possíveis desenhos e posições de uma ga xeta (Gut, 2003)

As gaxetas são feitas usualmente de borrachas butílicas ou nitrílicas, porem

apresenta variedade de materiais compressíveis podem ser utilizados para esse fim,

dependendo das condições de operação e dos fluidos empregados (Kakaç, 2002).

Os principais materiais utilizados para as gaxetas nos trocadores de calor de placas

são apresentados na Tabela 2 e suas respectivas temperaturas de operação

Tabela 2 - Materiais comuns para gaxetas

Nota:

1) Pouco utilizada em função da baixa elasticidade

Material Aplicação Acrilonitrila-butadieno 135 Gorduras Isobutileno-isopreno 150 Aldeídos, cetonas, alguns ésteres Borracha de etileno-propileno (EPDM)

150 Grande variedade

Viton (fluorcarbono) 175 Combustíveis, óleos mineiros, vegetais e animais

Fibra de amianto comprimido (ver nota 1)

260 Solventes orgânicos

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4.1.6 Arranjo e Configuração

O arranjo e configuração em trocadores de calor do tipo placas descreve o

fluxo dos canais de escoamento através do equipamento. Para aplicação deste

conceito considerasse à forma de passes, levando em consideração o número de

passagens em função dos passes, porem quando alterado o passe, altera-se o

sentido do fluxo.

A figura 14 ilustra tipos de arranjos de passes comuns e variando os arranjos,

ressaltando que é descrito de forma que cada corrente faz um único passe.

Figura 14 - Quatro configurações possíveis para um trocador de calor a placas com oito canais (www.hottopos.com)

Segundo Kakaç (2003), a seleção da configuração para um trocador de calor

de placas, está diretamente relacionada com o desempenho térmico e perda de

carga, como exemplo, equipamentos com números reduzidos de canais por passe

implicará em maior perda de carga e maior coeficiente convectivo de troca térmica.

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4.2 Trocadores de Calor tipo Casco e Tubo

4.2.1 Introdução

A base científica da transferência calor utilizando trocadores de casco e tubos

surgiu como resultado de pesquisas isoladas em várias universidades ao redor do

mundo. O conceito de feixe tubular foi desenvolvido a partir de trocadores de calor

de tubo duplo, e com seu desenvolvimento obteve-se um maior coeficiente de troca

de calor ao forçar o escoamento através de feixe de tubos. Foi reconhecido que, do

ponto de vista físico e de construção, o meio mais efetivo para troca de calor é o

escoamento através de um banco de tubos ideal e que o escoamento do fluído do

lado do casco em trocadores com chicanas comporta-se de maneira semelhante

Bizzo (2007).

Para aplicação das correlações de troca de calor e perda de carga obtidas no

banco de tubos ideal, foram necessárias correlações significativas, as quais, no

início, eram feitas através de fatores constantes de multiplicação, até que se

percebeu experimentalmente a interação entre os parâmetros fluidodinâmicos e os

de construção (idem).

Segundo Bizzo (2007), foi Donohue quem primeiro consolidou as correlações

obtidas na forma de um método de cálculo. Kern modificou as correlações de

Donohue mas, mais do que isto, considerou o problema de projeto do trocador de

casco e tubo como um todo, levando em conta considerações de construção,

escoamento dos tubos, formação de depósitos, diferença média de temperaturas,

além do escoamento do lado do casco. O método de Kern tornou-se o padrão para o

projeto termo hidráulico de trocadores de calor e muito popular, sendo ainda hoje o

método mais divulgado de literatura aberta. Depois de Kern, o próximo passo na

pesquisa de transferência de calor do lado do casco foi dada por Tinker, que sugeriu

em 1947 o conceito de subdivisão do escoamento do lado do casco em quatro

correntes principais: a corrente cruzada pura (B), a do vazamento casco chicana (E),

a do vazamento tubo chicana (A) e a de desvio do feixe pela folga entre o feixe e o

casco (C); cada uma com suas próprias características de troca de calor e perda de

carga, conforme figura 15.

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Figura 15 - Correntes Principais A, B, C, E, descri tas por Tinker (Kakaç, 2002)

O aperfeiçoamento dos projetos de trocadores de calor casco e tubo faz com

que estes forneçam índices de troca de calor relativamente altos de acordo com seu

volume e peso, e proporciona em algumas configurações uma maior facilidade de

limpeza. Proporciona ainda, uma alta flexibilidade de aplicação para atendimento de

quase que qualquer requisito de operação, podendo ser projetados para altas

pressões relativas ao ambiente e altas diferenças de temperatura entre as correntes

de fluidos.

Figura 16 - Exemplo de um trocador casco e tubo (Co rtesia da empresa fabricante de trocadores).

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4.2.2 Vantagens e Desvantagens

4.2.2.1 Vantagens

Segundo Kakaç (2002), os trocadores de calor tipo casco e tubo são bastante

utilizados devido à sua construção resistente, maior flexibilidade de projeto e de

adaptação às condições de processo, tais como:

• Possuir ampla faixa de variação de perda de carga permitida;

• Possuir facilidade de execução de limpeza e reparo do feixe de tubos;

• Possibilitar o trabalho com uma grande gama de fluidos;

• Possuir uma grande variedade de materiais utilizados, de acordo com

a resistência a corrosão, pressão e temperatura;

• Possibilitar posicionamento vertical ou horizontal;

• Permitir troca de calor com ou sem mudança de fase.

4.2.2.2 Desvantagens

• Alto custo de fabricação;

• Demanda maior espaço no layout de fábrica;

• Necessidade de projeto específico para cada aplicação;

• Grau de risco (necessidade de atender determinadas normas

específicas);

4.2.3 Aplicações Específicas Trocadores de calor casco e tubo são os mais versáteis tipos de trocadores

de calor. Eles são utilizados nas indústrias de processo, como condensadores em

estações de energia convencional e nuclear, como geradores de vapor em plantas

de energia de reator de água e alimentação de aquecedores de água, e são

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propostos para diversas aplicações de energia alternativa incluindo oceânica,

térmica e geotérmica. São utilizados também em alguns sistemas de refrigeração e

condicionamento de ar (Kakaç, 2002).

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4.2.4 Configurações Construtivas

Figura 17 – Principais elementos construtivos dos t rocadores casco e tubos (Fonte: www.hottopos.com)

Trocadores de calor casco e tubo são constituídos de tubos cilíndricos

montados dentro e um casco cilíndrico de forma que os tubos sejam dispostos

paralelamente ao casco. Um fluido percorre o interior dos tubos, enquanto o outro

fluido percorre os espaços entre os tubos, por dentro do casco, fluindo na mesma

direção ou perpendicularmente aos tubos. Os principais componentes de um

trocador de calor tipo casco e tubos são obviamente os tubos (feixe de tubos), o

casco, o cabeçote frontal, o cabeçote traseiro, e as chicanas e folhas de tubo.

Diversos tipos de cabeçotes frontais e traseiros, bem como diversos tipos de

casco foram padronizados pela norma TEMA (Tubular Exchanger Manufacturers

Association) visando facilitar a aplicação de cada uma das configurações.

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Figura 18 - Designação TEMA para trocadores casco e tubos (Fonte: Mukherjee ,1998)

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4.2.5 Tipos de Casco

Algumas configurações de casco foram padronizadas, visando uma maior

eficiência dos trocadores de calor para algumas aplicações com características

específicas, conforme a figura a seguir:

Figura 19 - Tipos de casco

O casco tipo E é o mais comum devido ao baixo custo e simplicidade. Neste

tipo de casco, o fluido do casco entra em uma extremidade do casco e sai pela

extremidade oposta, fazendo com que ocorra somente um passe no fluido do casco.

Os tubos podem ser de passe único ou de múltiplos passes, e são suportados por

chicanas transversais. Este tipo de casco é o mais comum para aplicações de fluido

do casco de uma única fase. Com um passe de tubo único, uma contra corrente

nominal pode ser obtida.

Para aumentar as diferenças de temperatura efetivas e, consequentemente, a

efetividade do trocador, um arranjo contracorrente puro é conveniente para um

trocador de dois passos no casco. Isto é obtido pela utilização de um casco tipo F,

com uma chicana longitudinal, fazendo com que ocorram dois passes no tubo. Isto é

utilizado quando são requeridas unidades em série, em que cada passe no casco

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representa uma unidade. A queda de pressão é muito maior neste caso quando

comparada à queda de pressão em um casco tipo E compatível (Kakaç, 2002).

4.2.6 Tipos de Feixe de Tubos Segundo Kakaç (2002), os objetivos principais das configurações do feixe de

tubos no projeto dos trocadores de calor são o acomodamento da expansão térmica,

da facilitação da limpeza, ou de possuir o menor custo de fabricação, caso os

demais fatores não sejam focados.

Uma variação de projeto que permite uma expansão independente entre os

tubos e o casco é a configuração com os tubos em U. Neste caso a expansão é

ilimitada. A configuração em U é a de menos custo, pois é necessária apenas uma

chapa de tubos. O interior dos tubos não pode ser limpo por meios mecânicos

devido à dobra em U nos tubos. Apenas números pares de passes podem ser

acomodados. Os tubos não podem ser substituídos individualmente com exceção

dos dispostos na camada externa.

4.2.7 Tubos e Passes de Tubo Apenas cascos tipo E com um passe de tubo e cascos tipo F com dois passes

de tubo resultam em um arranjo contracorrente nominal. Todos os outros tubos de

múltiplos passes necessitam de uma correção de perfil de temperatura (fator F), ou

em alguns casos simplesmente não podem promover as temperaturas desejadas

devido ao cruzamento de temperaturas. O recurso posterior é a utilização de

unidades em série.

Normalmente, um grande número de passes no tubo é usado para aumentar

a velocidade do fluido dos tubos e o coeficiente de transferência (dentro da queda de

pressão disponível) e para minimizar a incrustação. Por razões arquitetônicas, a

entrada e a saída do fluido dos tubos devem estar localizadas no mesmo lado do

trocador e é mandatório um número par de passes.

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Tubos de diâmetros pequenos são indicados para um maior índice de

área/volume, mas são limitados por motivos de limpeza interna em 20 mm. Para

condensadores e caldeiras, diâmetros de tubo maiores são requeridos (Kakaç,

2002).

4.2.8 Layout dos Tubos O layout dos tubos é caracterizado pelo ângulo incluso entre os tubos. Um

layout de 30° resulta na maior densidade de tubos e po r isso é o mais indicado, a

menos que outros requisitos demandem outra disposição. Por exemplo, vãos

abertos são requeridos por motivos de limpeza externa utilizando-se um layout de

90°ou 45°. O passo dos tubos é usualmente escolhido de fo rma que a razão entre o

passo e o diâmetro do tubo esteja entre 1,25 e 1,5. Quando os tubos são dispostos

muito próximos, a chapa dos tubos se torna estruturalmente fraca. O layout dos

tubos e suas localizações foram padronizados. O número de tubos que podem ser

alocados no casco depende do layout de disposição dos tubos, do diâmetro externo

dos tubos, do tamanho do passo, número de passes e diâmetro do casco (Kakaç,

2002).

4.2.9 Tipos e Geometrias de Chicanas Conforme descrito por Kakaç (2002), as chicanas têm como principais

funções apoiar os tubos para obtenção de uma maior rigidez estrutural, prevenindo

vibrações e empenamento, e também, direcionar o fluxo do fluido cruzando-o com o

feixe de tubos para obter um maior coeficiente de troca de calor. As chicanas podem

ser classificadas como transversal e longitudinal. As chicanas transversais podem

ser classificadas como chicanas de placa e chicanas de haste.

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28

Figura 20 - Tipos de Chicanas (Kakaç, 2002)

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29

Figura 21 - Passos dos tubos (Kakaç, 2002)

As chicanas segmentares únicas e duplas são as mais frequentemente

utilizadas. Elas desviam o fluxo transversalmente aos tubos com maior eficiência. O

espaçamento das chicanas, porém, deve ser especificado com bastante cuidado. O

espaçamento ótimo de chicanas está entre 0,4 e 0,6 vezes o diâmetro do casco e

um corte da chicana de 25% a 35% é normalmente recomendado.

Chicanas tipo disco e anel são compostos por anéis externos e discos

internos dispostos de forma alternada, as quais direcionam o fluxo radialmente

através dos tubos. Desta forma, a corrente potencialmente desviada entre o feixe de

tubos e o casco é eliminada. Existem algumas indicações em que o tipo de desvio é

muito efetivo na queda de pressão para conversão da transferência de calor. Outro

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30

tipo de chicana existente é a chicana de orifício, onde o fluido do casco flui através

do vão entre a parte externa do tubo e o orifício da chicana.

4.2.10 Alocação dos Fluxos Segundo Kakaç (2002), para o projeto do trocador de calor, deve-se tomar

uma decisão sobre qual fluido passará pelos tubos e qual fluido passará pelo casco

do trocador de calor. Para isto, em geral aplicam-se as seguintes considerações:

• O fluido com maior potencial de incrustação passa pelos tubos, desde

que a passagem dos tubos seja mais fácil de limpar, principalmente se

necessária limpeza mecânica;

• O fluido de maior pressão flui pelos tubos. Devido ao fato de

possuírem diâmetro menor, tubos de espessura normal estão

disponíveis para suportar altas pressões e apenas os canais do tubo e

outras conexões necessitam ser projetados para suportar altas

pressões;

• O fluido corrosivo deve passar pelos tubos, caso contrário ambas as

estruturas sofreriam corrosão. Ligas especiais são utilizadas para

resistir à corrosão, e o custo é menor na utilização de ligas especiais

para os tubos quando comparado à situação contrária, onde é

necessária a utilização de ligas especiais tanto nos tubos quanto para

o casco;

• A corrente com menor coeficiente de troca de calor flui no lado do

casco, uma vez que é simples projetar tubos com aletas na face

exterior. Em geral, é melhor que a corrente de menor taxa de fluxo de

massa esteja no casco. Fluxos turbulentos são obtidos em números de

Reynolds menores no casco.

Nos casos de conflito entre os fatores, devem ser feitas compensações para se

encontrar a alternativa mais viável economicamente.

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31

5. METODOLOGIA

5.1.1 Propriedades da Instalação Atual (Trocador de Placas)

Este capitulo tem como objetivo apresentar as propriedades termodinâmicas e

mecânicas do trocador de calor de placas existente. Na Figura 22 abaixo ilustra o

referido trocador em operação no campo.

Figura 22 - Passos dos tubos (Cortesia da empresa o nde foram coletados os dados).

5.1.2 Levantamento dos Dados Existentes

Inicialmente foram levantados os dados do trocador de calor de placas

instalado em uma empresa fabricante de peças de suspensão automotiva situada na

região de Campinas-SP, sendo analisadas as folhas de dados onde constam os

principais dados de projeto do referido equipamento conforme ilustrado na figura 23.

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32

Tabela 3 - Principais Dados técnicos do trocador

DADOS PRINCIPAIS DE PROCESSO DO TROCADOR LADO DO CASCO LADO DOS TUBOS

Fluido Óleo Água de Resfriamento Densidade (Kg/m³) 856,2 993,6 Viscosidade (ent./saída) (cP) 11,4 / 18,9 0,801 / 0,714 Temperatura (ent./saída) (°C) 55 / 40 30/ 35,5 Vazão (m³/h) 39 42,9 Pressão de projeto (bar) 10,13 10,13 Temperatura de projeto (°C) 80 80

As informações descritas na tabela 3 foram retiradas da folha de dados do

trocador de placas existentes, conforme Figura 23 abaixo:

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33

Figura 23 - Folha de dados Existente do Trocador de Placas (Cortesia da empresa onde foram

coletados os dados).

5.1.3 Levantamento de Custo na Instalação e Manuten ção

Foram levantados os custo da implementação do trocador de placas, o qual

foi custeado em R$ 37.000,00, tendo em vista, que este valor esta englobando o

fornecimento do equipamento e sua instalação. O equipamento foi adquirido a cerca

de três anos atrás (ano de 2010).

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34

Atualmente o trocador de placas requer de três paradas ao ano para as

devidas manutenções onde são mobilizados dois funcionários para acompanharem

a desmontagem das placas para a limpeza, e a montagem das mesmas até o

startup do equipamento novamente.

Na Tabela 4 abaixo, esta o detalhamento do custo para a manutenção anual

do referido equipamento:

Tabela 4– Custo de Manutenção

Planilha de cálculo Valores (a) Quantidade de paradas por ano 3 (intervenções) (b) Mão-de-obra 2 (pessoas) (c) Tempo de manutenção 24 (horas) (d) Custo hora x homem R$ 30,00 (e) Custo de materiais de reposição por intervenção R$ 600,00

Custo anual total (=a * [ ( b * c * d ) + e ]) R$ 6.120,00

5.2 Metodologia de Cálculo Termodinâmica e Construç ão Mecânica (Trocadores Casco e Tubos)

Posterior ao levantamento de todos os dados do equipamento existente, estes

valores serão aplicados em uma metodologia de cálculo, o método de Bell Delaware,

onde através de interações e aplicações em equações termodinâmicas, foram

obtidos os principais outputs de projeto para iniciarmos o detalhamento mecânico.

Apesar da metodologia de cálculo termodinâmico ser elaborada pelo método de Bell

Delaware, muitos dos parâmetros devem ser considerados por normas que definem

pontos importantes do trocador de calor, utilizamos uma norma especifica para

definições dos parâmetros geométricos de trocadores casco e tubos: à norma TEMA

(TUBULAR EXCHANGERMANUFACTURERS ASSOCIATION).

5.2.1 Método de Bell Delaware (Cálculo Termodinâmic o)

O método de Bell inicialmente referencia os escoamentos parciais do modelo

de correntes definidos por Tinker usando fatores que não depende de correção. A

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35

utilização foi definida em uma equação básica de troca de calor, para as regiões de

transição e laminar. Utilizado também para a perda de carga, sendo usado o

coeficiente de atrito para banco de tubos ideal com correções apropriadas.

Alguns trabalhos elaborados investigaram o fenômeno da separação das

correntes de fluido, de acordo com o uso de chicanas com diferentes alturas.

Realizaram-se também estudos sobre a influência do vazamento casco-chicana na

eficiência térmica de trocadores de calor com diferentes distâncias entre as mesmas.

Sobre o cálculo do coeficiente de película e perda de pressão em escoamento

dentro de tubos foram utilizadas expressões encontradas na literatura de

transferência de calor, específicas para cada regime de escoamento, perfis de

velocidade e de temperatura em desenvolvimento ou plenamente desenvolvidas,

chicanas adjacentes, como em Roetzel, Wilfried, Leed e Deiying, 1994 e Roetzel,

Wilfried, Leed e Deiying, 1993. Em Ribeiro, 1994 é feito uma comparação entre os

resultados obtidos pelos métodos de cálculo do coeficiente de película e perda de

pressão no lado do casco pelos métodos de Kern, Bell e Tinker, analisando suas

diferenças.

Para o cálculo do coeficiente de película e perda de pressão no lado do casco

os métodos básicos de cálculo encontrados na literatura aberta são os de Kern,

Tinker e Bell. Através da comparação dos resultados obtidos em Ribeiro, 1984,

parece que os métodos não devem ser descriminados quanto a sua aplicação a

processos de aquecimento ou resfriamento, podendo ser aplicados a ambos os

casos. Trocadores com menor folga feixe-casco, ou onde se emprega tiras selantes,

favorecem a estimativa por parte dos três métodos. Entretanto, como resultado das

comparações efetivas, optou-se pelo uso do método de Bell para o

dimensionamento termo-hidráulico de trocadores de casco e tubos se mudança de

fase, pois apresenta resultados consistentemente mais precisos e uniformes para o

coeficiente de película e perdas de pressão ao longo dos regimes de escoamento

utilizados, aumentando sua precisão com o estabelecimento do regime turbulento.

O método consiste basicamente em calcular, após a entrada de todos os

dados necessários, a área disponível para troca de calor no trocador e a área que

seria necessária para que toda a troca de calor desejada fosse efetuada. O método

também calcula, como dado necessário de projeto, as perdas de carga obtidas nos

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tubos e no casco. O método também se baseia no cálculo dos fatores nos fatores

que descrevem a transferência de calor e ara perda de carga em feixe de tubos

ideal, modificado pela presença de defletores (chicanas) que introduzem distorções

no escoamento, devido aos vazamentos e by-pass através das folgas, cada uma das

correntes que passam por este espaços são introduzido fatores de correções para a

transferência de calor em um escoamento ideal em um feixe de tubos, estes fatores

são os J’s, descrito no APÊNDICE 1, Bizzo (2007).

Para iniciar o cálculo termodinâmico através do respectivo método devem ser

avaliados os dados de processo, conforme tabela 3.

A metodologia de Bell Delaware esta detalhadamente descrita no APÊNDICE

1.

5.2.2 Dimensões e Propriedades Adotadas Para o Calc ulo Termodinâmico do Trocador Casco e Tubos

Para o cálculo do trocador de calor casco e tubos foi necessário à elaboração

de uma planilha de cálculos (APÊNDICE 2), pois se aplicado qualquer tipo de

método, a quantidade de cálculos e a incerteza de que o novo trocador será viável

nos resultados primários, seriam incoerentes, havendo a necessidade de um novo

cálculo através de interações, tendo como principal objetivo as dimensões ideais.

A Tabela 5 demonstra as descrições e os valores utilizados para os dados de

entrada para a utilização da planilha de cálculo do trocador de calor:

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Tabela 5– Inputs da planilha de cálculos (Dados de Processo)

Descrições Valores de Entrada Temperatura de entrada (casco) 55°C Temperatura de saída (casco) 40°C Temperatura de entrada lado tubos 30°C Temperatura de entrada saída tubos 35,5° Calor específico do fluido no casco 1966,48 J/kg°C Calor específico do fluido nos tubos 42625 J/kg°C Vazão mássica fluido no casco 33392 kg/h Vazão mássica fluido nos tubos 42625 kg/h Viscosidade do fluido no casco 0,0189 Pa.s Viscosidade no fluido nos tubos 0,001 Pa.s Densidade no fluido no casco 993,6 kg/m³ Densidade do fluido nos tubos 856,2 kg/m³

A Tabela 6 são valores que deverão ser inseridos através de referencias

normativos, onde são especificado um range de informações se que atendam as

necessidades para a melhoria do projeto, como por exemplo, diâmetro e

comprimento dos tubos de troca, se aumentados aumentam a área de troca térmica.

Tabela 6– Inputs da planilha de cálculos (Dados de Dimensionamento Mecânico)

Descrições Valores de Entrada Diâmetro externo dos tubos 19,05 mm (ver nota 1) Diâmetro interno dos tubos 15,75 mm (ver nota 1) Quantidade de Tubos 384 – 192 “U” (ver nota 1) Espessura dos Tubos de Troca 1,65 mm (Ø3/4” BWG-16) (ver

nota 1) Diâmetro interno do casco 600 mm (ver nota 1) Comprimento do tubo 4100 mm (ver nota 1) Tipo de arranjo dos tubos (AT) p/ triangular 30° AT (ver nota 1) Condutividade térmica dos tubos 61 W/m.K (ver nota 1) Feixe “U” (ver nota 1)

Nota: Nota 1: Valores de Entrada pré-definidos por normas, dimensões usualmente aplicadas na indústria e experiências na área de projetos deste segmento.

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5.2.3 Configuração Construtiva pela norma TEMA (TUB ULAR EXCHANGER MANUFACTURES ASSOCIATION)

Inicialmente os equipamentos devem ser enquadrados em uma classe de

risco especificada para cada aplicação na indústria, estes graus de risco são

classificados em três tipos:

• TEMA “R” - Para Petróleo e outras aplicações relacionadas;

• TEMA “C” - Processos de aplicações comerciais e gerais;

• TEMA ”B” - Especifico para processos de serviços Químicos;

5.2.4 Definição dos Materiais

Para a definição dos materiais a serem utilizados em um projeto industrial,

visa-se obter os menores gastos possíveis durante a consolidação de projeto e

fabricação, garantindo a eficiência, confiabilidade e exigências das normas.

Quanto à escolha do fluido, o trocador está construído para receber

determinados tipos nos tubos e cascos. Não há regras específicas que estabeleçam

qual tipo de fluido deve passar pelos tubos.

Respectivamente para a definição dos materiais de um trocador de calor

devem ser levados em consideração pontos importantes do projeto como:

• Fluidos que estarão em contato diretamente com o material para cada

lado do equipamento;

• Temperaturas máximas e mínimas durante a operação;

• Margem de Corrosão;

• Normas de Projeto;

• Propriedades Mecânicas;

• Composição Química;

• Condições do Ambiente de instalação.

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39

Os materiais mais utilizados na fabricação destes equipamentos podem ser

variados, porém quando a aplicação destina-se ao armazenamento de produto de

baixa corrosão adota-se projetar o equipamento com uma sobre camada na

espessura do compartimento do fluido para compensar a corrosão. Nos casos onde

os fluídos possuem características de alta corrosão, aplica-se o uso de ligas

metálicas mais resistentes.

5.2.5 Definição do diâmetro e espessura dos tubos

Para a definição do diâmetro dos tubos de troca e espessuras, devem ser

avaliada a Tabela 6 da norma TEMA, onde a mesma consiste em diversos diâmetros

com as suas referidas espessuras, o diâmetro e as espessuras devem ser

especificados de forma a atender as condições de projeto e a área de troca

necessária do trocador, o diâmetro através das interações influencia na área de

troca requerida do equipamento, a espessura depende das cargas atuantes nos

tubos durante a operação do equipamento e influência na velocidade do fluido.

5.2.6 Definição do Corte e Quantidade de Chicanas

Para definir o corte das chicanas é necessário ser avaliado a relação

existente entre a altura da janela do defletor e o diâmetro interno do casco conforme

indicado na norma TEMA Figura 24.

O corte de 25% é um valor médio que serve aproximadamente para todas as

situações, por isso é largamente utilizado.

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40

Figura 24- Ilustração do defletor (Fonte: Bicca, 20 06)

5.2.7 Definição do Angulo Característico Formado pe lo Arranjo dos Tubos

O arranjo dos tubos é definido pelo ângulo característico e determina o

número de tubos que podem ser colocados dentro do casco. A Figura 25 mostra os

possíveis arranjos de tubos e seus parâmetros:

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41

Figura 25 - Arranjo dos tubos (Fonte: Bicca, 2006)

5.2.8 Definição da Quantidade de Tubos

As quantidades mínimas dos tubos podem ser definidas por equações através

do método de Bell Delaware, porém devem atender as condições de projeto,

influenciando também na área de troca do trocador de calor. Para atingir a condição

necessária este também é um item a ser definido através de interações.

5.2.9 Comprimento Reto dos Tubos de Troca

Para a definição do comprimento reto dos tubos de troca foi necessário

interagir as informações no cálculo térmico, o mesmo também é definido a partir de

interações entre as informações do projeto influenciando na área de troca do

equipamento.

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42

5.2.10 Definição do Diâmetro Interno e Espessura do Casco e Cabeçotes

Posterior à definição das quantidades dos tubos e arranjo, será definido o

diâmetro interno do casco e cabeçote.

Segue abaixo os principais itens a serem avaliados para a definição do

diâmetro interno do casco:

• Diâmetro máximo ocupado pelos tubos;

• Perda de carga calculada para o lado do casco;

• Velocidade de entrada e saída do fluido para o lado do casco

avaliando a vibração dos tubos durante o processo (processo

contínuo).

Tabela 7– Tabela para definição de espessura e limi tações de diâmetro da norma TEMA

TABELA R-3.13

Diâmetro Nominal do Casco Espessura Mínima para o Casco

Aço Carbono Aço liga /Inox

Tubo Chapa Polegadas Milímetros

6 -152 SCH.40 - 1/8" -3,2 8-12 (203-305) SCH.30 - 1/8" -3,2

13-29 (330-737) SCH.STD 3/8" (9,5) 3/16" -3,2 30-39 (762-991) - 7/16" (11,1) 1/4" -3,2 40-60 (1016-1524) - 1/2" (12,7) 5/16" -3,2 61-80 (1549-2032) - 1/2" (12,7) 5/16" -3,2 81-100 (2057-2540) - 1/2" (12,7) 3/8" -3,2

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43

6. RESULTADOSE DISCUSSÕES

Este capítulo tem como foco abordar os resultados obtidos na configuração

proposta para o trocador casco e tubos, apresentando o comparativo técnico e

econômico junto ao trocador de placas existente.

6.1 Resultados

6.1.1 Classificação pela Norma TEMA

O trocador de calor casco e tubos proposto, irá se localizar em um ambiente

fabril confinado, o qual o processo será continuo, onde há diversos tipos de

equipamento e processos.

Visando garantir a segurança das pessoas que trabalham neste ambiente,

classificaremos o equipamento pela norma TEMA na categoria “R”, pois o

equipamento trabalha com óleo em uma temperatura relativamente alta, podendo

causar algum risco aos operadores.

6.1.2 Materiais Adotados

No trocador de calor tipo placas existente os materiais foram definidos e

utilizados através do código de projeto ASME (AMERICAN SOCIETY OF

MECHANICAL ENGINEERS). Adotando como base a norma dos materiais utilizados

no equipamento existente, será seguida a mesma norma para o equipamento

proposto.

A partir dos dados de processo do lado dos tubos informados na tabela 3 do

capitulo 5.1.2, podemos definir qual o material a ser utilizado. Em virtude do fluido de

trabalho ser água de resfriamento e não operar em temperaturas negativas e em

altas temperaturas, os materiais serão definidos de acordo com a norma de

materiais ASME II Parte A, materiais em aço carbono menos nobre, devido às

condições de operação. Como este equipamento trabalha em regime continuo,

apesar da água utilizada não ser tão agressiva ao contato com o metal, utilizaremos

uma sobre espessura de corrosão de no mínimo 3mm para o cabeçote e tampo,

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devido ao fluxo cíclico do fluido, conforme indicado na norma PETROBRAS N-253 e

N-466 (Projeto de vasos de Pressão e Projeto para trocadores de calor). Conforme

Tabela 8, a especificação técnica dos aços utilizados no projeto:

Tabela 8– Materiais utilizados do lado do casco

Componente Material Utilizado Chapas do Casco SA-285 Gr.C (Aço Carbono) Tubos para conexões SA-106-B (Aço Carbono) (ver nota 1) Tubos de Troca SA-179 (ver nota 2) Forjados (Conexões) SA-105 (ver nota 3) Tampo Abaulado SA-285 Gr.C (Aço Carbono) Chicanas SA-36 (ver nota 4)

Notas:

Nota 1: Material especifico pela norma ASME para tubos sem costura

em aço carbono;

Nota 2: Material específico para a utilização em tubos de troca sem

costura em aço carbono;

Nota 3: Material específico para conexões e flanges (Aço Carbono);

Nota 4: Apesar das chicanas terem como principal finalidade de

direcionar o fluxo, a mesma é utilizada também como estruturas ao

longo do comprimento dos tubos, devido a isso utilizada um material

estrutural.

Para a definição dos materiais do lado do casco, os mesmos também serão

limitados pelas condições de projeto. O fluido passante é um óleo comercial ISO VG

22, porém na passagem do óleo há diversos tipos de impurezas, porém não

havendo a necessidade da utilização de uma material mais nobre o que contenha

resistência a corrosão, trabalhando a favor da segurança e eficiência do

equipamento, classificaremos os materiais do lado dos tubos em aço carbono

considerando uma sobrespessura de corrosão maior do que a do lado do casco,

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45

considerando 6mm, os materiais são classificados pela norma de materiais ASME II

Parte A, conforme descritos abaixo:

Tabela 9– Materiais utilizados do lado dos tubos

Componente Material Utilizado Chapas do Cabeçote SA-285 Gr.C (Aço Carbono) Tubos para conexões SA-106-B (Aço Carbono) (ver nota 1) Forjados (Conexões) SA-105 (ver nota 2) Tampo Abaulado SA-285 Gr.C (Aço Carbono)

Notas:

Nota 1: Material especifico;

Nota 2: Material específico para conexões e flanges (Aço Carbono).

Para a classificação do material do espelho deve ser considerado o contato

com os dois fluidos, pois o mesmo faz a separação dos lados do equipamento. Pela

norma ASME II Parte A, para material forjado em aço carbono como principal

utilização em espelhos para trocadores de calor, o material a ser utilizado é

classificado como SA-266, divididos em diversos graus de materiais, para

diminuímos o custo do nosso equipamento, será utilizado material com o menor grau

de rigorosidade:

• SA-266 Gr.4

Cabe lembrar que para ambos os casos, os materiais considerados atendem

as condições de projeto já existente onde será instalado o referido permutador.

Para as condições do lado externo, o equipamento situa-se dentro de um

galpão obviamente com o ambiente cheio de contaminantes, porém não corrosivos

ao extremo que afetem o desempenho do equipamento ou influenciam nas

propriedades mecânicas e químicas dos materiais, para o processo especifico.

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46

6.1.3 Definições Construtivas

No trocador em questão foi utilizado o diâmetro dos tubos de troca de 3/4”,

normalmente na indústria este diâmetro é o mais utilizado. Com relação à espessura

será utilizada a espessura BWG-16 (1,65mm), onde é atende as cargas nos tubos e

na velocidade da água para o equipamento.

Para as chicanas foi definido o corte de 23% onde melhor se enquadra para o

direcionamento do fluxo do equipamento.

O arranjo dos tubos triangular de 30°ou passo triangul ar é usado geralmente

quando o fluido do casco é limpo, que para o nosso caso é a água de resfriamento

ou quando as incrustações são altamente consideráveis no projeto, tendo em vista,

necessitando de limpeza entre os tubos por meios químicos ou outros tipos de

procedimentos de limpeza. Portanto será utilizado o passo triangular de 30°, devido

a sua vantagem perante aos outros arranjos.

Posterior aos resultados obtidos através dos cálculos e definições

construtivas o trocador de calor deve ser construído conforme a demonstrado na

Figura 18, o referido equipamento foi classificado com BEU, conforme Tabela 10

abaixo:

Tabela 10– Configuração Construtiva do Trocador

B

Tipos de Cabeçotes

Estacionários

E

Tipos de Cascos

U

Tipos de Cabeçotes de Retorno (Feixe de

Tubos em “U”

O principal motivo para definir esta forma construtiva, foi à facilidade da

remoção do feixe tubular do interno do casco do equipamento. Foi considerado um

cabeçote removível irá passar o fluido do lado dos tubos, o mesmo foi dimensionado

com dois passes para melhorar a eficiência do trocador com relação à velocidade do

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47

fluido (óleo), o feixe deste equipamento é um feixe de tubos em “U”, O trocador de

tubos em U possui um feixe de tubos curvados em forma de “U” e mandrilados ao

espelho.

Esta configuração do feixe foi definida em função do cabeçote de retorno e

para o enquadramento da necessidade da fácil manutenção em função da retirada

do feixe.

Inicialmente o primeiro item a ser dimensionado em trocador de calor é o

espelho, onde o mesmo acomoda os tubos de troca.

O layout foi definido conforme figura 26, alocando os furos dentro do

perímetro da chapa divisória, onde será inserida no cabeçote no cabeçote de

retorno.

Figura 26– Espelho do Trocador Casco Tubo dimension ado.

Esta configuração de trocador de calor é de simples construção na figura

abaixo esta ilustrada a disposição das chicanas no interno do equipamento, tendo

como principal referencia o diâmetro e comprimento dos tubos.

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48

Para o lado do Cabeçote o comprimento do mesmo foi definido em função do

diâmetro das conexões

Na Figura 28, abaixo na vista de elevação do trocador, consistem as

principais dimensões para a instalação no campo, onde foram definidos as

distancias entre as conexões, o comprimento total do equipamento, diâmetro externo

e as distancias entre os suportes.

Figura 27 – Principais dimensões do trocador de cal or casco e tubos.

Na figura abaixo é ilustrado a vista de planta do equipamento, informando as

projeções das conexões para a instalação no campo.

6.1.4 Manutenção do Trocador Casco e Tubos

O feixe pode ser removido do casco para a limpeza da parte externa dos

tubos, mas apenas os tubos externos podem ser substituídos, pois o feixe é

construído com tubos em U com diferentes raios de curvatura.

Indubitavelmente, a escolha do fluido que passa pelos tubos e casco devem

atender às melhores condições de processo, tanto em termos custo, fácil construção

e manutenção.

A deposição e o acúmulo de materiais não desejados, como produtos de

corrosão, microrganismos, partículas inorgânicas e macromoléculas, nas superfícies

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49

dos equipamentos de transferência de calor, causam um aumento da resistência à

transferência de calor e reduz, com o passar do tempo, o desempenho térmico e

hidráulico destes equipamentos.

O processo de limpeza de um trocador consiste de água em contracorrente,

cujo decurso consiste em inverter o fluxo d’água nos tubos, com o equipamento em

operação a fim de remover os detritos frouxamente agregados aos tubos.

A limpeza por vapor necessita da retirada do trocador em operação. Passa-se

vapor pelos tubos, de forma a entrar um respirador e carregar sujeira por um. Este

processo mostra-se eficiente na remoção de graxas, depósitos frouxamente

agregados nos tubos e casco.

A limpeza química faz-se pela circulação de no lado dos tubos e do casco

uma solução ácida conjuntamente com um inibidor de corrosão. (O ácido desagrega

os resíduos e o inibidor impede o ataque do metal pela solução). Após a limpeza, é

feita a neutralização mediante a uma solução alcalina fraca seguida de uma

abundante circulação de água. Neste tipo de limpeza o trocador não precisa ser

desmontado.

A limpeza mecânica requer o desmonte do trocador. Para tanto, remove-se a

tampa do carretel, tampa do casco e a tampa flutuante. Camadas de lama, graxa e

sedimentos frouxos podem ser removidos dos tubos por meio de arames, escovas

ou jatos d’água Caso os sedimentos estejam muito agregados aos tubos, a ponto de

entupi-los, emprega-se o uso de máquinas perfuratrizes, equipamentos que utilizam

um eixo metálico giratório dentro dos tubos a fim de expulsar os detritos.

Na Figura 29 abaixo esta sendo demonstrado o trocador de calor com o feixe

montado no interior do casco do equipamento.

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50

Figura 28 – Trocador Casco Tubos montado.

Na Figura 30, esta sendo ilustrada a fácil remoção do feixe, devem ser

desparafusados todos os fixadores do cabeçote ao espelho, este espelho é

estendido aos flanges principais do casco e cabeçote, posterior a retirada o interno

do equipamento, o casco consiste de dois um trilhos internos, onde o espelho

consistem em dois rasco inferiores, para que o feixe deslize no interno do

equipamento.

Figura 29 – Trocador com o cabeçote desmontado e re moção do feixe.

Na Tabela 11 abaixo estão indicados os custos e tempo estimados para a

manutenção de um trocador de calor casco e tubos com o feixe removível.

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51

Tabela 11 – Custo Efetivo para a Manutenção do Troc ador Casco e Tubos

Planilha de cálculo Valores (a) Quantidade de paradas por ano 1 (intervenção)

(b) Mão-de-obra 1 (pessoa)

(c) Tempo de manutenção 12 (horas)

(d) Custo hora x homem R$ 30,00

(e) Custo de materiais de reposição por intervenção R$ 500,00

Custo anual total (= a * [ ( b * c * d ) + e ] ) R$ 860,00

6.2 Software para Dimensionamento de Trocadores de Calor

Existem atualmente no mercado poderosas ferramentas para projetos de

trocadores de calor entre as quais se pode citar a HTRI, ASPENTECH, HTF (B-

JAC), GEA, etc., que por sua vez são muito caras, porém existem outras que

funcionam muito bem e se baseiam em planilhas eletrônicas que são uma

ferramenta muito utilizada para elaboração de tabelas, planilhas em geral, visando

atribuir a elas fórmulas para resultados rápidos e precisos.

Na Figura abaixo está sendo demonstrados os resultados (outputs) do

software HTRI (Heat Transfer Research Inc.), tendo como inputs os dados

fornecidos na folha de dados do trocador de placas. A padronização das

demonstrações dos dados é definida pela norma TEMA , este programa é obtido

através da compra de licenças dos retentores da tecnologia que ficam nos Estados

Unidos. A utilização deste software foi cedida por uma empresa situada na cidade de

Monte Mor, especialista na fabricação de trocadores de calor, dentre outros

equipamentos industriais.

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HEAT EXCHANGER RATING DATA SHEET Page 1 MKH Units

Service of Unit Item No. Type BEU Orientation Horizontal Connected In 1 Parallel 1 SeriesSurf/Unit (Gross/Eff) 88,52 / 87,75 m2 Shell/Unit 1 Surf/Shell (Gross/Eff) 88,52 / 87,75 m2

PERFORMANCE OF ONE UNITFluid Allocation Shell Side Tube SideFluid Name Óleo Água Fluid Quantity, Total 1000-kg/hr 33,3920 42,6250 Vapor (In/Out) wt% 0,0 0,0 0,0 0,0 Liquid wt% 100,0 100,0 100,0 100,0Temperature (In/Out) C 55,00 40,00 30,00 35,50Density kg/m3 856,20 856,20 993,60 993,60Viscosity cP 11,400 11,400 0,8010 0,8010Specific Heat kcal/kg-C 0,4700 0,4700 1,0000 1,0000Thermal Conductivity kcal/hr-m-C 0,1120 0,1120 0,5338 0,5338Critical Pressure kgf/cm2AInlet Pressure kgf/cm2A 10,329 10,329Velocity m/s 0,25 0,32Pressure Drop, Allow/Calc kgf/cm2 0,810 0,618 0,641 0,635Average Film Coefficient kcal/m2-hr-C 355,11 1401,75Fouling Resistance (min) m2-hr-C/kcal 0,000819 0,000205Heat Exchanged 0,2348 MM kcal/hr MTD (Corrected) 12,8 C Overdesign 0,03 %Transfer Rate, Service 209,05 kcal/m2-hr-C Calculated 209,11 kcal/m2-hr-C Clean 269,22 kcal/m2-hr-C

CONSTRUCTION OF ONE SHELL Sketch (Bundle/Nozzle Orientation)Shell Side Tube Side

Design Pressure kgf/cm2G 10,546 10,546Design Temperature C 55,00 55,00No Passes per Shell 1 2Flow Direction Downward Upward

Connections In mm 1 @ 42,850 1 @ 42,850Size & Out mm 1 @ 42,850 1 @ 42,850Rating Liq. Out mm @ @

Tube No. 384 OD 19,050 mm Thk(Avg) 1,651 mm Length 3658, mm Pitch 25,399 mm Layout 30Tube Type Plain Material CARBON STEEL Pairs seal strips 2Shell ID 600,000 mm Kettle ID mm Passlane Seal Rod No. 0Cross Baffle Type PERPEND. SINGLE-SEG. %Cut (Diam) 23;71 Impingement Plate Circular plateSpacing(c/c) 200,000 mm Inlet 324,221 mm No. of Crosspasses 17Rho-V2-Inlet Nozzle 48319,0 kg/m-s2 Shell Entrance 2146,78 Shell Exit 1265,50 kg/m-s2

Bundle Entrance 95,56 Bundle Exit 25,12 kg/m-s2Weight/Shell 2287,90 Filled with Water 3418,31 Bundle 1197,35 kgNotes: Thermal Resistance, % Velocities; m/s Flow Fractions

Shell 58,89 Shellside 0,25 A 0,086Tube 18,05 Tubeside 0,32 B 0,597Fouling 22,33 Crossflow 0,35 C 0,040Metal 0,74 Window 0,30 E 0,276

F 0,000

3657,6

mm

600

mm

Figura 30 – Folha de outputs do software (Fonte: Software HTRI)

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53

6.3 Discussões

6.3.1 Erro Entre a Planilha de Cálculo pelo Método de Bell Delaware e o Software HTRI

Este capítulo tem como objetivo apresentar as diferenças entre os principais

dados obtidos entre um software especifico para dimensionamento de trocadores de

calor e a planilha de cálculo em Excel baseada na metodologias Bell Delaware,

especificamente elaborada para esse trabalho.

Para desenvolvimento do software, foram efetuados aprimoramentos durante

anos na metodologia, com diversos estudos específicos para cálculos

termodinâmicos em trocadores de calor. De tempos em tempos, novas versões do

software HTRI (Heat Transfer Research Inc.) são lançadas, levando ao mercado os

aprimoramentos efetuados. Com relação à planilha de cálculos elaborada no Excel,

a mesma foi baseada em literaturas (Kakaç (2002) e apostila de Transferência de

Calor Industrial, para calcular trocadores de calor casco e tubos do prof. Dr. Waldir

Bizzo) e na experiência em elaboração de projetos industriais. A partir dos dados

especificados na tabela abaixo é possível iniciar a consolidação do projeto.

Tabela 12– Comparativo técnico entre o cálculo do E xcel e o Software HTRI

Descrições Planilha de cálculo

Software Erro

Diâmetro interno 600 mm 600 mm 0% Quantidade de tubos 384 384 0% Comprimento reto dos tubos 4100 mm 3658 mm 10,78% Área de troca 94,2m² 88,52m² 6% Overdesign (Folga da área de troca) 1,28% 0,30% 1,25%

Conforme os dados informados na tabela, foi comprovada a confiabilidade da

planilha de cálculos no Excel perante o software, sendo pequenas as diferenças nos

resultados. Para o projeto do trocador em questão, foi necessário um comprimento

maior dos tubos (diferença de 10% do especificado pelo HTRI), ocasionando o

aumento do overdesign.

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54

6.3.2 Dificuldades Durante o Projeto

Inicialmente foram considerados para o cálculo do trocador casco e tubos as

mesmas condições de projeto do trocador de placas existente, no entanto, quando

calculado o equipamento com a configuração do fluido quente no lado dos tubos, o

equipamento apresentou elevadas dimensões em função das propriedades

termodinâmicas do óleo, onde a velocidade do fluido pelos tubos não atendia os

valores recomendados, sendo necessário aumentar a área de troca do equipamento

e tornando-o inviável no comparativo técnico e econômico entre os trocadores.

Com o objetivo de reduzir o custo do trocador de calor casco e tubos, foi

realizada uma redução dimensional do equipamento através da inversão dos lados

de passagem dos fluidos. Em função da alteração do tipo de construção mecânica

pela norma TEMA, foi alterada a configuração de espelhos fixos para feixe de tubos

removíveis.

6.3.3 Comparativo Técnico e Econômico entre o Troca dor Casco e Tubos e o Trocador de Placas

Com os resultados do dimensionamento do trocador de calor casco e tubos,

foi elaborada uma lista de materiais para a fabricação visando um comparativo de

valores de implementação, conforme tabela 13.

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55

Tabela 13– Lista de Materiais e Dimensionamento do Trocador Casco e Tubos

Itens Qtd Material Dimensões Custo Casco 1 SA-285 Gr.C

(aço carbono) Øint.600mmxL=4000mm

x Esp.=9,5mm R$ 2300,00

Tampos 2 SA-285 Gr.C (aço carbono)

Torisférico 2:1 - Ø600mm x 9,5mm

R$ 480,00

Bocais (Casco)

2 SA-105 (aço carbono)

Ø2” W.N. 150# Sch.XXS R$ 200,00

Bocais (Tubos)

2 SA-105 (aço carbono

Ø2” W.N. 150# Sch.XXS R$ 200,00

Espelho 1 SA-266 Gr.4 (carbono)

Ø732mm x 50mm R$ 2000,00

Flanges Do Corpo

2 SA-105 (carbono)

Ø732mm x 50mm R$ 4000,00

Cilindro cabeçote

1 SA-285 Gr.C (carbono)

Øint.600mmxL=300mm x Esp.=9,5mm

R$ 600,00

Tubos de Troca

384 SA-179 (carbono)

Ø3/4” BWG-16 (1,65mm) x4100mm

R$ 6000,00

Chicanas 19 SA-36(carbono)

Ø597mm x ESP.6,3mm R$ 950,00

Em seguida, foi elaborado um comparativo de valores para a manutenção do

equipamento no processo, conforme tabela 14.

Tabela 14– Comparativo na Manutenção dos Trocadores

Planilha de cálculo Trocador de Calor de Placas

Trocador de Calor Casco e Tubo

(a) Quantidade de paradas por ano 3 (intervenções) 1 (intervenção)

(b) Mão-de-obra 2 (pessoas) 1 (pessoas)

(c) Tempo de manutenção 24 (horas) 12 (horas)

(d) Custo hora x homem R$ 30,00 R$ 30,00

(e) Custo de materiais de reposição por intervenção

R$ 600,00 R$ 500,00

Custo anual total

( = a * [ ( b * c * d ) + e ] ) R$ 6.120,00 R$ 860,00

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Após o levantamento dos custos de implementação

trocador de placas existente e do trocador de calor casco e tubos equivalente, foi

verificada uma diferença no custo de implementação equivalente a R$ 33.000,00

(Custo de implementação do trocador de placas: R$ 37.000,00 / Custo de

implementação do trocador casco e tubos: R$ 70.000,00) e uma diferença de custo

anual de manutenção igual a R$ 5.260,00 (Custo de manutenção do trocador de

placas: R$ 6.120,00/ano / Custo de manutenção do trocador casco e tubos: R$

860,00/ano).

Figura

Após o levantamento dos custos de implementação

trocador de placas existente e do trocador de calor casco e tubos equivalente, foi

verificada uma diferença no custo de implementação equivalente a R$ 33.000,00

(Custo de implementação do trocador de placas: R$ 37.000,00 / Custo de

ntação do trocador casco e tubos: R$ 70.000,00) e uma diferença de custo

anual de manutenção igual a R$ 5.260,00 (Custo de manutenção do trocador de

placas: R$ 6.120,00/ano / Custo de manutenção do trocador casco e tubos: R$

Figura 31– Gráfico de comparativo Econômico

56

e manutenção do

trocador de placas existente e do trocador de calor casco e tubos equivalente, foi

verificada uma diferença no custo de implementação equivalente a R$ 33.000,00

(Custo de implementação do trocador de placas: R$ 37.000,00 / Custo de

ntação do trocador casco e tubos: R$ 70.000,00) e uma diferença de custo

anual de manutenção igual a R$ 5.260,00 (Custo de manutenção do trocador de

placas: R$ 6.120,00/ano / Custo de manutenção do trocador casco e tubos: R$

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57

7. Conclusão

Neste trabalho desenvolveu-se o projeto completo do dimensionamento de

um trocador de calor casco e tubos para o resfriamento de óleo. Utilizou-se para isto,

a metodologia de cálculo Bell Delaware, a qual é utilizada e difundida para projetos

de trocadores de calor casco e tubos.

Através do estudo da forma de construção do trocador de calor constatou-se

que o equipamento é de fundamental importância nos processos industriais e seu

manuseio requer cuidados especiais, principalmente relacionados com a segurança.

Os fluídos de operação influenciam diretamente na escolha dos materiais de

fabricação, pois estão diretamente relacionados à corrosão.

Além do projeto termodinâmico do equipamento, foram levantados os

procedimentos para construção mecânica, conforme a norma TEMA.

Através dos resultados obtidos pelo dimensionamento do trocador de calor

casco e tubos, foi avaliada a viabilidade da utilização deste tipo de equipamento no

processo em questão. Nesta análise os valores encontrados mostram que o tempo

de pay-back para a substituição do trocador de placas pelo trocador casco e tubos

seria de superior a 13 anos (determinado pela divisão do custo de implementação do

trocador casco e tubos pela redução anual do custo de manutenção). Para a

implementação do trocador de calor casco e tubos ao invés do trocador de placas

em uma nova instalação, o tempo de pay-back do acréscimo no investimento seria

superior a 6 anos (determinado pela divisão da diferença de custo de implementação

dos trocadores pela redução anual do custo de manutenção). Considerando que o

tempo limite para o pay-back de investimentos na indústria encontra-se entre 4 e 5

anos, a utilização do trocador de calor tipo casco e tubos é inviável para a aplicação

analisada.

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8. Sugestões de Trabalhos Futuros

• Inclusão da metodologia e resultados dos cálculos mecânicos

conforme a norma ASME VIII Divisão 1.

• Melhoria do processo de resfriamento do óleo.

• Diminuir o dimensional e o custo do trocador de calor casco e tubos,

através da redução das vazões especificadas no projeto original.

• Inserir um inversor de frequência na bomba, diminuindo a rotação da

mesma, economizando energia elétrica e à agua de utilidades do

suprimento da torre de resfriamento.

• Reavaliação técnica e comercial do trocador de calor junto ao novo

sistema.

• Reavaliação do pay-back do trocador de calor casco e tubos.

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59

Apêndice 1 – Metodologia de Cálculo para Trocadores de Calor Casco e Tubos (Método de Bell Delaware)

Sumário

Lista de Símbolos ................................................................................................... ix

Apêndice 1 – Metodologia de Cálculo para Trocadores de Calor Casco e Tubos (Método de Bell Delaware) .................................................................................... 59

1.1 Cálculos Termodinâmicos .................................................................. 61

1.2 Principais Dados de Entrada .............................................................. 61

1.2.1 Área Real de Troca de Calor .............................................................. 62

1.2.2 Temperatura de Saída da Utilidade .................................................... 62

1.2.3 Cálculo da Troca Térmica Desejada .................................................. 62

1.2.4 Diferença Média de Temperaturas ..................................................... 63

1.2.5 Fator de Correção para DMLT ........................................................... 63

1.2.6 Cálculo do Coeficiente Global de Transferência de Calor .................. 67

1.2.7 Cálculo da Área de Troca de Calor Requerida ................................... 67

1.2.8 Diâmetro dos Bocais .......................................................................... 67

1.2.9 Número de Tubos ............................................................................... 68

1.2.10 Coeficiente de Película no Lado dos Tubos ....................................... 69

1.2.11 Perda de Pressão no Lado dos Tubos ............................................... 70

1.2.12 Perda de Pressão por Atrito ............................................................... 71

1.2.13 Perdas Localizadas ............................................................................ 72

1.2.14 Perda de Carga Total ......................................................................... 73

1.2.15 Coeficiente de Película do Casco pelo Método de Bell-Delaware ...... 73

1.2.16 Coeficiente de Película Ideal .............................................................. 74

1.2.17 Fator Jc .............................................................................................. 77

1.2.18 Fator Js .............................................................................................. 77

1.2.19 Fator JB .............................................................................................. 78

1.2.20 Fator JL .............................................................................................. 79

1.2.21 Fator JR .............................................................................................. 80

1.2.22 Perda de Pressão no Lado do Casco ................................................. 81

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60

1.2.23 Cálculo ∆Pc ........................................................................................ 81

1.2.24 Cálculo da Perda de Pressão pela Janela.......................................... 84

1.2.25 Cálculo da Perda de Pressão nas Regiões de Entrada e Saída do Casco.... .......................................................................................................... 86

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61

1.1 Cálculos Termodinâmicos

Este ANEXO tem como objetivo apresentar os cálculos termodinâmicos

referentes aos trocadores de calor do tipo casco e tubos, destacando e abordando

os principais pontos do método utilizado, partindo dos dados processuais de entrada

para o calculo do sistema em que o equipamento irá trabalhar.

Os cálculos térmicos são compostos em diversas equações, onde na maioria

dos resultados obtidos são através de interações com os dados iniciais de projeto,

levando em considerações os fenômenos de transferência de calor e massa.

1.2 Principais Dados de Entrada

Para iniciar os cálculos de um trocador de calor, é necessário que os

principais dados de entrada sejam fornecidos, considerando o dimensional dos

mesmos já conhecidos pelas geometrias pré-definidas por normas. Segue abaixo os

dados básicos para serem analisados:

• Diâmetro interno do casco;

• Diâmetro externo dos tubos;

• Espessura da parede dos Tubos de Troca;

• Diâmetro interno dos tubos: O diâmetro interno dos tubos é encontrado

através da diferença do externo dos tubos pela espessura da parede

do tubo;

• Numero de tubos de troca;

• Comprimento dos Tubos de Troca.

• Propriedades Termodinâmicas dos fluidos;

• Temperaturas de Entrada e Saída para ambos os lados do trocador;

• Definir em qual dos lados é o fluido quente;

• Passo entre os tubos de troca;

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62

1.2.1 Área Real de Troca de Calor

Para definirmos inicialmente a área real de troca entre o fluido do casco

pormeio de convecção em seu fluxo cruzado para com os tubos, o mesmo depende

do numero de tubos, o diâmetro externo e o seu comprimento conforme

demonstrado abaixo:

A�� = n ∙ π ∙ d� ∙ l Equação 1.2.1

1.2.2 Temperatura de Saída da Utilidade

A temperatura de saída da utilidade é calculada através de um balanço de

energia do sistema. Ficamos então com:

T�� = − m� ∙ c� ∙ [T�� − T��\m� ∙ c� + T�� Equação 1.2.2

Após o cálculo da temperatura de saída da utilidade as variáveis

correspondentes aos dados da utilidade e do fluido de processo são realocadas de

acordo com o lugar por onde vão passar no trocador. Assim, o fluido de processo

passará pelo casco ficando então Tc1=Tp1, Tc2=Tp2.

1.2.3 Cálculo da Troca Térmica Desejada

A troca térmica desejada será assumida como a troca de calor necessária

para acarretar a mudança de temperatura no fluido que passa pelo casco. Assim:

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63

Q� = m� ∙ c� ∙ (T�� − T��) Equação 1.2.3

1.2.4 Diferença Média de Temperaturas

Mesmo as condições de escoamento cruzado sejam mais complexos em

trocadores de calor de múltiplos tubos e correntes cruzadas, podem ser utilizadas a

média logaritima de diferença média de temperatura no trocador, que pode ser

assumida como:

∆T� = F ∙ DMLT Equação 1.2.4

1.2.5 Fator de Correção para DMLT

Para a aplicação mais adequada a ser utilizado um fator de correção ao

valor de ∆T�. Para o fator de correção F foram desenvolvidas expressões para

varias configurações de trocadores de calor casco e tubo e correntes cruzadas,

os resultados podem ser obtidos através nas figuras abaixo, sendo que (T, t),

representam as temperaturas do fluido, com a variável t que refere-se ao lado

do fluido do lado dos tubos:

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64

Figura 32 - Fator de correção para um trocador casc o e tubo com dois passes no casco e um número de passes múltiplos de quatro (Fonte: I ncropera, 2003).

Figura 33 - Fator de correção para um trocador casc o e tubo com um casco e um número de passes, múltiplo de dois, nos tubos (dois , quatro..., passes nos tubos)

(Fonte: Incropera, 2003).

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65

Figura 34 - Fator de correção para um trocador de c alor de passe único com correntes cruzadas e um fluido misturado e o outro não mistur ados (Fonte: Incropera, 2003).

Figura 35 - Fator de correção para um trocador de c alor de passe único com correntes cruzadas e os dois fluidos não misturados (Fonte: I ncropera, 2003).

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66

DMLT : È diferença média logarítmica de temperaturas dos fluidos admitindo

um escoamento em contracorrente puro:

DMLT = (T�� − T��) − (T�� − T��)ln ((T�� − T��) (T�� − T��))⁄ Equação 1.2.5.1

O fator de correção (F) que é função do arranjo dos escoamentos, e deve

estar acima de 0,75-0,80 por razões de eficiência do projeto. Este fator depende de

outros dois fatores adimensionais r e pad:

r = T�� − T��T�� − T�� Equação 1.2.5.2

P#� = T�� − T��T�� − T�� Equação 1.2.5.3

O fator F fica então:

F = √r� + 1r − 1 ∙ ln c �de�de∙�fln g�de∙(�h�d√�ih�)�de∙(�h�d√�ih�)j

Equação 1.2.5.4

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67

1.2.6 Cálculo do Coeficiente Global de Transferênci a de Calor

Umas das principais partes essenciais para à analise de um trocador de calor,

sendo às vezes incerta. O respectivo coeficiente é definido em termos da resistência

térmica total para a transferência de calor para dois fluidos e foi determinado

levando-se em conta as resistências de condução e convecção entre fluidos

separados por paredes cilíndricas, aplicados apenas em superfícies limpas e não

aletadas. Para tais cálculos devem ser considerados o fator de incrustação ou a

resistência térmica de deposito externo e interno dos tubos de troca adicional no

cálculo de coeficiente global da transferência de calor. Estas resistências são

depósitos de impurezas ou reações entre o fluido e o material da parede formando

uma película de inscrutações. Para o cálculo do coeficiente global de transferência

de calor são necessários os cálculos dos coeficientes de película do lado dos tubos

(ht) e do lado do casco (hc). O coeficiente global de transferência de calor fica então:

U =kllllm 1h� + 1h�

d�d( + R�� + R�� d�d( + d�2 ∙ k� ∙ ln od� d�p qrss

sstd�

Equação 1.2.6

1.2.7 Cálculo da Área de Troca de Calor Requerida

A área de troca requerida corresponde a área que seria necessária para que

o trocador efetuasse toda a troca de calor estipulada. Esta área é dada por:

A��* = Q�U ∙ ∆T� Equação 1.2.7

1.2.8 Diâmetro dos Bocais

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68

Para a entrada do fluido para a troca térmica em ambos os lados do trocador

casco e tubo necessitamos dimensionar os diâmetros dos bocais. Para o

dimensionamento do diâmetro dos bocais de entrada e saída recomenda-se uma

velocidade máxima admitida do fluido em 1,5 m/s. Ficamos então com:

d� = 4 ∙ m�π ∙ ρ� ∙ 1,5 Equação 1.2.8

Adotamos então um valor do diâmetro dos bocais único para entrada e a

saída mais próximo dentre um conjunto de diâmetros padrões normalmente

encontrados conforme lista abaixo:

d�: 0,025 0,038 0,05 0,063 0,075 0,085 0,10 0,15 0,20[m]

1.2.9 Número de Tubos

Através do diâmetro da envoltória do feixe tubular, do passo e do tipo de

arranjo é possível calcular o número aproximado de tubos no trocador. Assim temos:

Arranjo triangular:

n = g n-1,10j�

Equação 1.2.9.1

Arranjo quadrado:

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69

n = g n-1,19j�

Equação 1.2.9.2

n- = D- − d�p + 1 Equação 1.2.9.3

1.2.10 Coeficiente de Película no Lado dos Tubos

O coeficiente de película do lado dos tubos é calculado de acordo com o tipo

de escoamento.

Escoamento Laminar (Re<2100)

Correlação de Hausen:

N� = 3,66 + 0,068 ∙ R� ∙ P� ∙ od( lp q1 + 0,04 �od( lp q ∙ R� ∙ P��� ?p Equação 1.3.10.1

Esta correlação se aplica a:

• Perfil de velocidades desenvolvido

• Temperatura de superfície do tubo constante

Escoamento Turbulento (Re≥10000)

Correlação de Dittus-Boelter:

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70

N� = 0,023 ∙ R��,� ∙ P�� Equação 1.3.10.2

sendo:

n= 0,3 fluido nos tubos resfriando

n= 0,4 fluido nos tubos aquecendo

A correlação é válida para: L/di> 60

0,6<Pr< 12000

O coeficiente de película no lado dos tubos fica então:

h� = N� ∙ k�d( Equação 1.3.10.3

Escoamento de Transição (2100<Re≤10.000)

Usa-se uma interpolação linear entre os valores de hlaminar (Re=2000) e

hturbulento (Re=10000):

h/ = η ∙ h1#� + (1 − η) ∙ h���2 Equação 1.3.10.4

η = 1,25 − R�8000 Equação 1.3.10.5

1.2.11 Perda de Pressão no Lado dos Tubos

A perda de pressão no lado dos tubos pode ser dividida em perdas por atrito e

perdas localizadas.

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71

1.2.12 Perda de Pressão por Atrito

A perda de pressão por atrito no escoamento no interior de tubos pode ser

expressa por:

∆P- = f5 L ∙ ρ ∙ V��d( ∙ 2 Equação 1.2.12.1

Sendof5o coeficiente de atrito de Darcy.

Churchill desenvolveu uma equação para f8 que é válida para tubo liso ou

áspero a qualquer regime de escoamento:

f� = �g 8R�j�� + 1(A + B)? �p �� ��p

Equação 1.2.12.2

A = �2,457 ∙ ln � 1c �;�f�,� + �,��∙#����

��

Equação 1.2.12.3

B = g3756R� j��

Equação 1.2.12.4

O coeficiente de atrito de Darcy pode ser aproximado pelo coeficiente de

Churchill:

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72

f5 = f8 Equação 1.2.12.5

1.2.13 Perdas Localizadas

Essas perdas de carga ocorrem por contração, como na entrada do feixe

tubular, por expansão, como na saída do feixe tubular, por mudança de direção,

como ocorre no cabeçote, etc.

Perda de Carga no Cabeçote:

Perda de carga na contração, expansão e retorno do cabeçote.

a) Tubos retos :

Apenas um Trajeto:

∆P� = 0,9 ∙ ρ� ∙ V��2 Equação 1.2.13.1

Mais de um trajeto:

∆P� = 1,6 ∙ n� ρ� ∙ V��2 Equação 1.2.13.2

b) Tubos em U

Dois Trajetos:

∆P� = 0,9 ∙ ρ� ∙ V��2 Equação 1.2.13.3

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73

Mais de dois Trajetos:

∆P� = 0,8 ∙ n� ρ� ∙ V��2

Equação 1.2.13.4

Perda de Carga nos Bocais:

∆P� = 1,8 ∙ ρ� ∙ V2��2 Equação 1.2.13.5

V2� = m�ρ� ∙ d�� ∙ d�� ∙ W 4p Equação 1.2.13.6

As variáveis dt1 e dt2 são os diâmetros internos dos bocais de entrada e

saída do fluido que escoa pelos tubos.

1.2.14 Perda de Carga Total

∆P� = n� ∙ ∆P- + ∆P2� + ∆P� Equação 1.2.14

1.2.15 Coeficiente de Película do Casco pelo Método de Bell-Delaware

Temos que o coeficiente de película no lado do casco será:

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74

h8 = h(��#1 ∙ J8 ∙ J9 ∙ J: ∙ J; ∙ J< Equação 1.2.15

onde,

h(��#1 Coeficiente de película para escoamento cruzado de um feixe de

tubos ideal [W/m². °C]

Fatores de Correção:

J8 Efeito do escoamento pela janela

J9 Efeito dos vazamentos chicana-casco e chicana-tubos

J: Efeito do desvio pela folga de tubos-casco

J; Para uso em escoamentos laminares nos quais ReC< 100 (relativo ao

gradiente adverso de temperaturas)

J< Efeito do espaçamento das chicanas nas seções de entrada e saída do

casco

1.2.16 Coeficiente de Película Ideal

O coeficiente de película ideal é calculado admitindo que todo escoamento do

casco cruza um feixe de tubos ideal cujas dimensões são determinadas pela fileira

central de tubos do trocador.

Temos que Reynolds:

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75

R�� = cm� S�p f ∙ d�μ� Equação 1.2.16.1

Arranjo triangular ou quadrado:

S� = l �(D( − D-) + (D- − d�)p ∙ (p − d�)� Equação 1.2.16.2

Arranjo quadrado rodado:

S� = l �(D( − D-) + (D- − d�)p ∙ sen45° ∙ (p − d�)� Equação 1.2.16.3

Temos então que o fator Colburn (J):

J = a� ∙ �1,33p d�p �# ∙ (R�)#i Equação 1.2.16.4

a = a?1 + 0,14(R��)#� Equação 1.2.16.5

As constantes a1, a2, a3, a4 dependem do arranjo tubular e do número de

Reynolds e podem ser consultadas pela tabela abaixo:

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76

Tabela 15 - Constantes para Fator de Colbum para ar ranjo dos tubos

Arranjo dos tubos

��� �� �� �� �� 30° 10� − 10@ 0,3210 -0,3880 1,4500 0,5190

10@ − 10? 0,3210 -0,3880 1,4500 0,5190

10? − 10� 0,5930 -0,4770 1,4500 0,5190

10� − 10 1,3600 -0,6570 1,4500 0,5190

< 10 1,4000 -0,6670 1,4500 0,5190

45° 10� − 10@ 0,3700 -0,3960 1,9300 0,5000

10@ − 10? 0,3700 -0,3960 1,9300 0,5000

10? − 10� 0,7300 -0,5000 1,9300 0,5000

10� − 10 0,9000 -0,6560 1,9300 0,5000

< 10 1,9700 -0,6670 1,9300 0,5000

90° 10� − 10@ 0,3700 -0,3950 1,1870 0,3700

10@ − 10? 0,1070 -0,2660 1,1870 0,3700

10? − 10� 0,4080 -0,4600 1,1870 0,3700

10� − 10 26,2000 -0,6310 1,1870 0,3700

< 10 32,1000 -0,6670 1,1870 0,3780

Finalmente ficamos com:

h(��#1 = J ∙ c� ∙ m�S� ∙ P�d� ?p ∙ �μ��μ�  d�,�@

Equação 1.2.16.6

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77

1.2.17 Fator Jc

JC leva em conta que o escoamento no casco não é apenas cruzado, mas

também ocorre através de janelas, permitindo um valor global médio válido para

todo o trocador. JC é basicamente uma função da fração dos tubos do trocador entre

as extremidades de duas chicanas adjacentes, através dos quais há escoamento

cruzado.

O fator Jc pode ser calculado pela aproximação linear para cortes de chicana

entre 15% e 45%:

J� = 0,55 + 0,72F� Equação 1.2.17.1

F� = 1 − 2 ∙ FB Equação 1.2.17.2

fB = a − sena2 ∙ π Equação 1.2.17.3

a = 2 ∙ cosd� �DC − 2 ∙ hD-   Equação 1.2.17.4

1.2.18 Fator Js

JS é o fator de correção que leva em conta o fato de que as chicanas de

entrada e saída podem estar espaçadas diferentemente das chicanas

intermediárias, para poder acomodar os bocais de entrada e saída do casco. Esse

fator de correção leva em conta a diminuição do coeficiente de película médio do

lado do casco causado por estas velocidades do escoamento localmente mais

baixas. JS varia usualmente entre 0,85 e 1,0.

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78

O fator Js é dado pela equação (Equação 42):

J< = (N2 − 1) + (l�. )�d� + (l�. )�d�(N2 − 1) + (l�. ) + (l�. ) Equação 1.2.18.1

onde,

E Fator para o tipo de escoamento:

n=0,6 Escoamento Turbulento (Re>100)

n=1/3 Escoamento Laminar (Re≤100)

l� = 1¢(1) Equação 1.2.18.1

l� = 1i(1)Equação 1.2.18.2

1.2.19 Fator JB

JB é o fator de correção para efeito dos desvios do escoamento cruzado

principal através da folga entre o feixe de tubos e o casco.

O fator JB pode ser obtido pela equação abaixo. Note que Jb=1,0 para rb

≥0,5.

J2 = exp¤−C2 ∙ FF¥¦� ∙ [1 − §2 ∙ r2¨ \© Equação 1.2.19.1

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79

GH = IJJIK Equação 1.2.19.2

N� = (D� − 2 ∙ h)P� Equação 1.2.19.3

Tabela 16 - Passo paralelo

Passo paralelo ª«= 1,35 Escoamento Laminar R� < 100 ª«= 1,25 Escoamento Laminar R� > 100

FF2� = (D� − D-) ∙ lS� Equação 1.2.19.4

1.2.20 Fator JL

JL é o fator de correção para o efeito dos vazamentos casco-chicana e tubos-

chicanas na transferência de calor. JL é função de rm, a relação da seção total de

vazamento de uma chicana pela área da seção do escoamento cruzado entre

chicanas adjacentes, e rS, que indica a proporção da área da seção de vazamento

casco-chicana relativamente à área da seção de vazamento tubo-chicana.

J9 = 0,44 ∙ (1 − rF) + [1 − 0,44 ∙ (1 − rF)]exp (−2,2 ∙ r�) Equação 1.2.20.1

Sendo

rF = SF2SF2 + S�2 Equação 1.2.20.2

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80

rF = SF2 + S�2S�

Equação 1.2.20.3

SF2 = π ∙ D� ∙ δF22 g1 − θ2 ∙ πj

Equação 1.2.20.4

S�2 = 1 + F�2 ∙ n ∙ π4 [(d� + δ�2)� − d��]

Equação 1.2.20.5

δ�2 = 3,1 + 0,004 ∙ D�

Equação 1.2.20.6

θ = 2 ∙ cosd� g1 − 2 ∙ hD� j

Equação 1.2.20.7

1.2.21 Fator JR

JR é o fator de correção para gradiente adverso de temperatura em

escoamento laminar. As informações obtidas no projeto Delaware para escoamento

laminar com baixo número de Reynolds (ReC<20) exibiram uma grande queda no

coeficiente de transferência de calor ao longo do escoamento, que foi postulado

eventualmente como devido ao desenvolvimento de um gradiente adverso de

temperatura na camada limite, de maneira análoga ao que ocorre no escoamento

laminar no interior de tubos.

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81

J; = g 10N��j�,��

Equação 1.2.21.1

N8/ = (N2 − 1) ∙ (N� + N�B) Equação 1.2.21.2

N�B = 0,8P� ∙ �h − D� − D-2   Equação 1.2.21.3

J; = J;. + R�� − 2080 ∙ (1 − J;. ) Equação 1.2.21.4

1.2.22 Perda de Pressão no Lado do Casco

A perda de pressão no casco é dada pela expressão:

∆P� = ∆P8R + ∆PB + ∆P® Equação 1.2.22

1.2.23 Cálculo ∆Pc

A queda de pressão no escoamento cruzado no interior do casco é calculada

a partir da perda de pressão no escoamento através do feixe de tubos ideal

correspondente corrigida para levar em conta o efeito das folgas e vazamentos. A

perda em todos os escoamentos cruzados é dada por:

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82

∆P� = ∆P2� ∙ (N2 − 1) ∙ R2 ∙ RC Equação 1.2.23.1

a) Cálculo de ∆Pbi

A perda de pressão num feixe de tubos ideal correspondente a uma seção do

escoamento cruzado é dada por:

∆P2� = 4 ∙ fC ∙ N� ∙ cm� S�p f�2 ∙ ρ ∙ gμ��μc j�,�@

Equação 1.2.23.2

O coeficiente de atrito pode ser obtido de acordo com a equação abaixo:

fC = bC ∙ �1,33p d�p �2 ∙ (R�)2� Equação 1.2.23.3

b = b?1 + 0,14 ∙ (R��)2@ Equação 1.2.23.4

As constantes b1,b2, b3, e b4 são dadas na Constantes para fator de atrito a

seguir:

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83

Tabela 17 - Constantes para fator de atrito

30° 10� − 10@ 0,3720 -0,1230 7,0000 0,5000

10@ − 10? 0,4860 -0,1520 7,0000 0,5000

10? − 10� 4,5700 -0,4760 7,0000 0,5000

10� − 10 45,1000 -0,9730 7,0000 0,5000

< 10 48,0000 -1,000 7,0000 0,5000

45° 10� − 10@ 0,3030 -0,1260 6,5900 0,5200

10@ − 10? 0,3330 -0,1360 6,5900 0,5200

10? − 10� 3,5700 -0,4760 6,5900 0,5200

10� − 10 26,2000 -0,9130 6,5900 0,5200

< 10 32,1000 -1,000 6,5900 0,5200

90° 10� − 10@ 0,3910 -0,1260 6,3000 0,3780

10@ − 10? 0,0815 -0,1360 6,3000 0,3780

10? − 10� 3,5700 -0,4760 6,3000 0,3780

10� − 10 26,2000 -0,9130 6,3000 0,3780

< 10 32,1000 -1,000 6,3000 0,3780

b) Cálculo de Rb

Rb é o fator de correção para levar em conta o efeito na perda de carga do

desvio do escoamento cruzado principal pela folga casco-feixe de tubos. Pode ser

representado pela equação:

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84

R2 = exp¤−C� ∙ FF2� ∙ [1 − √2¨ \© Equação 1.2.23.5

com limite:

Rb=1 para 84b>0,5

b) Cálculo de Rl

Rl é o fator que corrige os efeitos dos vazamentos casco-chicana e tubo-

chicana sendo dado por:

RC = exp[−1,33 ∙ (1 + rF) ∙ (r�)�] Equação 1.2.23.6

p = 0,55 ∙ (1 + rF) + 0,8 Equação 1.2.23.7

1.2.24 Cálculo da Perda de Pressão pela Janela

∆Pw é a perda de pressão em todas as janelas atravessadas, em número de

chicanas, levando em conta a correção para vazamentos. Ela é dada por:

∆PB = N2 ∙ ∆PB( ∙ RC Equação 1.2.24.1

Cálculo de ∆Pwi

O método de Bell-Delaware oferece duas correlações diferentes para ∆Pwi,

uma para escoamento laminar e outra para turbulento. Ambas consideram para

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efeito de cálculo um fluxo de massa baseado na média geométrica da área da seção

de escoamento cruzado Sm pela área da seção de escoamento por uma janela Sw,

isto é:

GB = m�§SB ∙ S� Equação 1.2.24.2

SB = SBW − SB� Equação 1.2.24.3

sBW = 12 ∙ gD(2 j� ∙ (θ − senθ) Equação 1.2.24.4

SB� = 1 − f�2 ∙ n ∙ π ∙ d��4 Equação 1.2.24.5

Para escoamento turbulento (Re>100):

∆PB� = (2 + 0,6N�B) ∙ GB�2ρ� Equação 1.2.24.6

Para escoamento laminar (Re≤100):

∆PB� = 26 ∙ ¯ N�Bp − d� + lDB�° W� ∙ GBρ� + 2 ∙ GB�2ρ� Equação 1.2.24.7

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1.2.25 Cálculo da Perda de Pressão nas Regiões de E ntrada e

Saída do Casco

A perda de pressão nestas regiões depende da perda de pressão nos

escoamentos cruzados na região central do trocador nos aspectos seguintes:

O número de fileiras dos tubos cruzados é maior, incluindo as fileiras

imediatamente na entrada e saída do trocador, onde não há janelas

correspondentes as chicanas centrais;

Os espaçamentos l1 e l2 geralmente diferem de l, especialmente para

trocadores com feixes de tubos em U. Um fator de correção Rs é considerado para

levar em conta tal fato (Equação 74):

RF = (l1. )d� + (l�. )d� Equação 1.2.25.1

Sendo as constantes,

m=1,6 para Rec > 100 e m=1,0 para Rec ≤100

Assim ficamos com:

∆P� = ∆P2� g1 + N�BN� j ∙ R� ∙ R2 Equação 1.2.25.2

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