trabalho de sociologia juridica

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Universidade Federal do Maranhão – UFMA Departamento de Ciências Sociais Curso de Direito – 9º Período 2015.1 JOSEMILDO DO NASCIMENTO SOUSA Sociologia Jurídica O presente trabalho realizado junto a disciplina de Sociologia Jurídica para obtenção de nota final na referida disciplina. Professor Gabriel Araújo Leite

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TRABALHO SOBRE A FORMAÇÃO DA SOCIOLOGIA JURÍDICA

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Page 1: Trabalho de Sociologia Juridica

Universidade Federal do Maranhão – UFMADepartamento de Ciências Sociais

Curso de Direito – 9º Período 2015.1

JOSEMILDO DO NASCIMENTO SOUSA

Sociologia Jurídica

O presente trabalho realizado junto a disciplina de Sociologia Jurídica para obtenção de nota final na referida disciplina.

Professor Gabriel Araújo Leite

Imperatriz-MA/2015

Page 2: Trabalho de Sociologia Juridica

JOSEMILDO DO NASCIMENTO SOUSA

Sociologia Jurídica

O presente trabalho realizado junto a disciplina de Sociologia Jurídica para obtenção de nota final na referida disciplina.

Professor Gabriel Araújo Leite

Imperatriz-MA/2015

Page 3: Trabalho de Sociologia Juridica

1. Introdução

O presente trabalho apresenta um estudo sintético sobre alguns dos principais temas da

disciplina de sociologia jurídica. Nesta pesquisa buscou-se uma compreensão sobre as

características e fundamentos destes conteúdos, todavia, em momento algum se pretendeu

esgotar discussões atinentes à qualquer um destas temáticas. Como poderá ser percebido,

adiante, as explanações foram realizadas de forma aberta, face aos vários doutrinadores que

nortearam este desenvolvimento.

De início traço-se uma reflexão sobre a teoria da Função Social do Direito, por via dos

argumentos de Carvalho. Teoria esta, que se constitui numa das mais modernas teorias do

Direito Contemporâneo.

Em seguida, mesmo em linhas tênues, busca-se apresentar os fatores contributivos

para evolução do direito, enquanto ciência social, viabilizando suas respectivas definições e

conceitos. Destacando-se, dentre os tais, fatores Econômicos, Políticos, Culturais e

Religiosos.

N’outro ponto, investiga-se a eficácia das normas e seus efeitos sociais, e em seguida

como Instrumentos humanos realizam a norma jurídica, desde sua criação pelos órgãos

legislativos à sua aplicação pelos órgãos judiciários, em cada uma de suas esferas.

Por fim, porém não menos importante, observou-se alguns pontos sobre a teoria da

Anomia, seu conceito, sua importância frente à uma situação de ausência de norma, e como

esta é considerada, pela maior parte dos doutrinadores: teoria funcional, vez que a sua análise

é constituída a partir de fenômenos empíricos.

Page 4: Trabalho de Sociologia Juridica

2 . A função Social do Direito

A função social é um tema corrente na literatura jurídica. Muitos autores têm

explorado esse tema, ao lado das questões afetas a propriedade, ao contrato e a empresa, entre

outros. Mas, muito pouco tem sido dito sobre a Função Social do Direito, enquanto teoria

científica.

Essa lacuna na doutrina, com base em Carvalho 2011, entendemos ter suprindo, de

modo que a “função social”, como categoria programática de ação há de ser compreendida na

matriz de sua configuração, que é a própria estrutura da norma jurídica.

A função social do direito é um principio estruturante do ordenamento jurídico e

encontra sede ao longo da historia do homem na terra, desde os tempos mais remotos,

assumindo em cada período, os contornos próprios do modelo político, econômico, cultural e

jurídico de cada sociedade humana.

Desde o momento em que a sociedade politicamente organizada criou a regra de

direito para ela se submeter, isto é reger as relações sociais, essas mesmas regras objetivaram

e objetivam alcançar uma finalidade, uma função predisposta em suas estruturas dogmáticas.

Não há função social da propriedade, do contrato, da empresa ou de qualquer outro

instituto de direito publico ou privado, coletivo ou difuso, sem que se conceba essas funções

sociais a partir da concepção de função social do direito que e quem fornece as bases

metodológicos científicas para as instituições jurídicas.

A função social do direito e o fim comum que a norma jurídica deve atender dentro de

um ambiente que viabilize a paz social.” (...) O direito sempre teve uma função social. A

norma jurídica e criada para reger relações jurídicas, e nisso, a disciplina da norma deve

alcançar o fim para o qual foi criada. Se ela não atinge o seu desiderato não há como

disciplinar as relações jurídicas, e, portanto, não cumpre sua função, seu objeto”.

(CARVALHO, Francisco José. Perspectivas Contemporâneas do Direito. São Paulo,

Phoenix, 2008, p. 32).

2.1 A evolução do direito no século XX

No século XX, novos valores sociais são recepcionados como resultados dos processos

enfrentados pelas lutas trabalhistas. Esses valores são os condicionadores da funcionalização

Page 5: Trabalho de Sociologia Juridica

do direito, que tem como princípios norteadores: a socialidade, a solidariedade, a cooperação,

a fraternidade e o bem comum, que devem conduzir à paz social.

Esses princípios norteadores se consolidaram no plano normativo com a Constituição

do México de 1917 e a Constituição da Alemanha de 1919. Com efeito, com essas duas

constituições, o direito, em especial o direito material passou a ser interpretado à luz dessas

diretivas sob as quais foi construída a figura jurídica da função social do direito.

2.2 A função social do direito nos dois últimos séculos

A função social do direito é o resultado da evolução normativa que deitou raízes já no

século XX, fruto das lutas sociais dos séculos XVIII e XIX e que encontraram após a Segunda

Guerra Mundial, o terreno fértil para se concretizar nas legislações do mundo ocidental.

Função social do direito é o conteúdo da norma jurídica. A função social de

determinada norma é alcançar o fim almejado pelo legislador, dentro de uma perspectiva

potencialmente valorativa. Se o comportamento humano é delineado pela norma, então a

disciplina inscrita no texto normativo deve alcançar o fim almejado pela tutela do Estado.

(CARVALHO, Francisco José. Teoria da Função Social do Direito. Curitiba, 2011, p. 112).

Cabe ao órgão legislativo, por meio da produção da lei, empreender o comando que a

norma deve alcançar. A norma deve traçar os fins almejados por quem as criou, bem como,

disciplinar as relações jurídicas, estabelecendo direitos e obrigações.

Quando uma norma produz os efeitos que dela se espera, se pode dizer que ela

cumpriu sua função normativa, apaziguando os conflitos que ela almejou disciplinar.

A função social do direito é o fim comum a que a norma jurídica deve atender dentro

de um ambiente que viabilize a paz social. Nisso, há que se ter presente que não há norma

jurídica puramente individual, na medida em que ela regula relações humanas, sejam relações

puramente de direito privado, relações de ordem pública, coletivas e/ou

difusas. (CARVALHO, Francisco José. Teoria da Função Social do Direito, Ob. Cit, p.

113).

2.3. Objetivo da função social do direito

Page 6: Trabalho de Sociologia Juridica

Por meio da função social do direito, o legislador objetiva humanizar as relações

jurídicas, adotando novos valores que o mundo, em especial, o mundo ocidental, adotou com

a evolução dos processos sociológicos e dos anseios das camadas sociais de alcançar melhores

dias, pondo fim aos valores individualistas que presidiram os séculos XVII ao XIX e parte do

século XX. Nesse processo de humanização, é vedado ao homem obter vantagens em

descompasso com os comandos normativos.

O direito sempre teve uma função social. A norma jurídica é criada para reger relações

jurídicas, e nisso, a disciplina da norma deve alcançar o fim para o qual foi criada. Se ela não

atinge o seu desiderato não há como disciplinar as relações jurídicas, e, portanto, não cumpre

sua função, o seu objeto.

Mais do que nunca, deve se dizer que a função social do direito é harmonizar os

direitos e garantias do homem e do cidadão ao lado da criação de instrumentos de políticas

públicas que permitam que esses direitos e garantias se efetivem no plano fático. Vale dizer, é

a efetivação dos direitos que permite ao homem, ao cidadão, a empresa e o empresário

alcançar do Estado, da sociedade e do mundo em que vivem as condições necessárias para se

desenvolver e disseminar seus projetos, anseios e vicissitudes num ambiente capaz de tornar

útil os predicados da justiça e da paz.

                                                                              

3. Fatores da Evolução do Direito

Inúmeros são os fatores sociais que concorrem para a evolução do Direito, não sendo

possível, neste modesto trabalho, examiná-los todos. Vamos apenas destacar aqueles que, em

nossa opinião, são os principais, a saber: os fatores econômicos, políticos, culturais e

religiosos.

3.1 Fatores econômicos

A organização social tem o seu ponto básico de articulação no modo pelo qual os

homens produzem, possuem e comerciam. Assim sendo, podemos afirmar, sem possibilidade

de erro, que o Direito vai se modificando à medida que vai se alterando a estrutura econômica

da sociedade.

Tão marcante é a influência da economia sobre o Direito que alguns autores chegam a

se posicionar no sentido de conceber o Direito como reflexo, exclusivamente, da constituição

econômica.

Page 7: Trabalho de Sociologia Juridica

Sem dúvida constitui exagero considerar o Direito reflexo exclusivo da constituição

econômica, embora não se possa negar que, entre as forças modeladoras do Direito, o fator

econômico é o que exerce uma influência mais decisiva, ainda que seguido de muito perto

pelo político.

3.2 Fatores políticos

A palavra política, embora ligada etimologicamente a polis (cidade), modernamente é

utilizada para designar a ciência e a arte de governar, abrangendo as relações entre o

indivíduo e o estado, as relações dos estados entre si, bem como as funções e atribuições do

Estado.

Já houve quem identificasse Estado e Direito e ainda hoje é a perspectiva da maioria

dos juristas em face do Estado. Sem entrar em polêmica, voltamos a enfatizar que do ângulo

sociológico em que nos situamos há uma nítida distinção entre o Direito e o Estado, embora

não se possa negar a proximidade em que se situam, este se realizando socialmente através

daquele.

A aparição do poder político, longe de ser o responsável pela gênese do direito, é

apenas um evento que exerce uma reação grave e imediata, tanto na função e estrutura

jurídicas, como sobre o conteúdo do direito.

A influência dos fatores políticos sobre o Direito torna-se mais patente no caso da

revolução. Mal concluída a tomada do poder pelo grupo revolucionário, surge um Direito

novo, substituindo aquele que servia de sustentáculo normativo ao sistema social, político e

econômico contra o qual a revolução se lançou.

3.3 Fatores culturais

Se compararmos o direito de uma sociedade culturalmente desenvolvida com o de

outra inculta, constataremos imediatamente a necessária harmonia existente entre a ordem

jurídica e os fatores de cultura. O direito evolui acompanhado a evolução cultural, a ponto de

podermos afirmar ser ele o aspecto cultural de um povo. Cultura, Numa definição simplista,

cultura é tudo aquilo que o homem acrescenta à natureza. São conhecimentos que vão se

formando, transmitindo-se a outras gerações como autêntica herança social. É o conjunto de

conhecimentos, crenças, artes, de regras morais, jurídicas e de costumes, e de quaisquer outras

aptidões do homem, por ele adquiridas em sua condição de membro da sociedade.

Page 8: Trabalho de Sociologia Juridica

A maior evidência de ser o Direito uma manifestação de cultura social, um fenômeno

cultural, está no fato de surgirem novos ramos do Direito à medida que se expande o mundo

cultural de um povo. Falamos hoje em Direito Espacial, Nuclear, das Telecomunicações etc.,

realidade somente possível graças ao progresso científico dos tempos modernos.

3.4 Fatores religiosos

Nos povos antigos, o direito não se diferenciava da religião. Praticamente se

confundiam porque o poder, a autoridade, o direito e a religião emanavam da mesma

divindade, e quase sempre estavam centralizados nas mãos da mesma pessoa. Quando o chefe

político não era também o líder religioso, este partilhava do poder, exercendo imensa

influência sobre o povo.

Somente após um lento e prolongado processo de secularização, sob o impacto de

civilizações mais adiantadas, o direito foi se separando da religião – o mundo profano do

sagrado.

Hoje, pode-se dizer, de um modo geral, que a religião se ocupa com o foro íntimo,

com a consciência pessoal, ao passo que o direito trata do foro externo; a religião se preocupa

com as relações entre o homem e a divindade, o direito disciplina as relações sociais que se

travam entre o homem e o homem, ou entre o homem e o grupo.

3.4.1 Influência da Religião sobre o Direito

Alguns sistemas jurídicos, tal como entre os povos antigos, ainda hoje estão

profundamente impregnados de religião, a exemplo do que ocorre no Mundo Islâmico, onde

regras jurídicas e religiosas praticamente se confundem. Entretanto, mesmo os sistemas

jurídicos leigos, onde religião e direito não se confundem e a Igreja está separada do Estado,

não deixam de receber a influência constante dos fatores religiosos.

Nos dias atuais, os países onde predomina o protestantismo são bem mais liberais para

com certos assuntos jurídicos do que aqueles onde predomina o catolicismo. O divórcio, por

exemplo, foi aprovado no Brasil depois de longa e sistemática campanha contrária que a

Igreja Católica lhe moveu. E até hoje não temos leis regulamentando o controle da natalidade

em razão da acirrada oposição que setores conservadores religiosos lhe fazem.

3.4.2 Outros fatores sociais

Esses são os principais fatores sociais da evolução do Direito, mas como estes, muitos

outros existem a exercer influência, pois, sendo o direito um fenômeno social, atuam sobre ele

Page 9: Trabalho de Sociologia Juridica

todos os fatores que atuam sobre a sociedade. O clima, o território, o número de habitantes, os

recursos naturais, os grupos organizados e a própria opinião pública despertada pela mídia a

respeito de algum caso rumoroso são outros tantos fatores da evolução do Direito.

Serve-nos de bom exemplo o recente Estatuto do Desarmamento. Entre os países que

não enfrentam guerra civil, o Brasil detém o recorde de mortes por arma de fogo. Entretanto,

na aprovação da Lei do Desarmamento, o Lobby contra o projeto, organizado principalmente

por fabricantes de armas e munição, foi mais forte.

A vida das normas jurídicas não é eterna; elaboradas para as relações dos homens em

sociedade, têm o seu destino condicionado ao substractum social que disciplinam e ordenam.

As mudanças na sociedade mais cedo ou mais tarde refletem em mudanças na legislação em

vigor ou em uma nova interpretação dada a normas anteriores.

4. A Eficácia das Normas e dos seus Efeitos Sociais

No campo da eficácia da norma jurídica temos que nem sempre tudo que é válido é

eficaz, isto é, para a sociologia jurídica a norma atingirá sua eficácia quando for socialmente

adequada, ou, nas palavras de Ana Lucia Sabadell, quando for respeitada por seus

destinatários ou quando a sua violação é efetivamente punida pelo Estado. Conclui-se, pois,

que toda norma deveria ser formulada visando sua eficácia social.

Efeitos positivos da norma

Dentre os diversos efeitos positivos, destacam-se quatro:

1. Controle social;

2. Educativo;

3. Conservador;

4. Transformador.

4.1 Efeito educativo da norma - Trata-se de mudança através do conhecimento. Parte-se da

percepção de que o processo legislativo leva a um debate que, de certo modo, transmite a

população o conteúdo da norma. Há que se examinar que determinados assuntos se tornam

mais conhecidos pelo grupo social depois de serem disciplinados pela lei.

4.2 Efeito Conservador da norma - É válido, muito embora existam situações que não

podem ser protegidas perpetuamente. Nos países plenamente desenvolvidos, estabilizados e

Page 10: Trabalho de Sociologia Juridica

organizados, o direito deve zelar pela manutenção da ordem social existente, enquanto que

nos países em desenvolvimento, devido a possibilidade de perpetuar profundas desigualdades

sociais, a manutenção da ordem vigente pode ser desastrosa.

Em síntese, a eficácia, no âmbito sociológico, tem sentido distinto daquele empregado

no campo jurídico, assim, uma norma socialmente eficaz não corresponde a uma

norma agradável a todos. As normas, cujos efeitos, tanto negativos quanto positivos, são

inumeráveis, são feitas para produzir resultados positivos, de maneira que consequências

negativas constituem anomalias.

4.3 Dentre os efeitos positivos temos: o controle social, visto como limitador do grau de

liberdade do individuo, sendo um meio, não uma finalidade em si; o educador, onde a

veiculação de determinados assuntos, quando objetos da disciplina legal, oportuniza a

efetivação da norma; o conservador, cuja utilização importa em consolidação de bens

jurídicos relevantes, mas também pode tornar-se prejudicial em determinados contextos

sociais, caso não admita mudança.

4.4 Efeito transformador - Trata-se de elemento que visa transformar o corpo social.

Exterioriza-se quando as normas, ao estabelecerem novas diretrizes a serem seguidas,

fixam novos princípios a serem observados de modo que, para cumprir a lei, a sociedade deve

equiparar-se, aparelhar-se, transformar-se.

5. Instrumentos humanos de realização Da ordem jurídica

Por instrumentos humanos de realização da ordem jurídica devem ser entendidos

aqueles órgãos ou instituições através dos quais a ordem jurídica de uma sociedade é

declarada, assegurada, mantida e modificada. Tais instituições, é óbvio, são integradas por

criaturas humanas, o pessoal técnico e especializado que nelas atua, às quais a sociedade

confere atribuições para elaborar e aplicar as leis. Do bom funcionamento dessas instituições

e da eficiência do pessoal que nelas atua dependerá a eficácia da ordem jurídica, inclusive os

efeitos sociais positivos que toda norma tem por finalidade produzir.

Desde que passou a prevalecer, nas sociedades democráticas, o princípio da separação

dos poderes, dois deles estão diretamente ligados à ordem jurídica: o Poder Legislativo, que

tem por função prevalente elaborar as leis, e o Poder Judiciário, cuja função principal é aplicar

a lei ao caso concreto, compondo os conflitos sociais. De acordo com Seabra Fagundes, a

Page 11: Trabalho de Sociologia Juridica

função legislativa liga-se ao fenômeno de criação do direito, ao passo que as funções

administrativa e a judicial se prendem à sua realização. Legislar é editar o direito positivo;

administrar é aplicar a lei de oficio; julgar é aplicar a lei contenciosamente (O Controle dos

Atos Administrativos pelo Poder Judiciário, 1979, p. 718)

5.1 O Poder Legislativo

Este poder está dividido em três esferas: 1) Federal: Composto pela Câmara dos

deputados e Senado Federal (Sistema bicameral- Em conjunto formam o Congresso

Nacional.) 2) Estadual: Formado pela assembleia legislativa de cada Estado. 3) Municipal:

Formado pela Câmara de vereadores de cada município.- O poder Legislativo Federal elabora

leis para todo território brasileiro.

O Poder Legislativo estadual elabora leis para cada Estado, em relação às matérias que

não são da competência da União.- As Câmaras Municipais ficam restritas aos seus

municípios.Cavalieri Filho (2010). Considera que a função de legislar é a mais importante

entre as funções públicas.

Eleição dos legisladores: Sistema de eleição direta. A função legislativa é exercida por

delegação do povo.

5.2 O Poder Judiciário

A principal função do Poder Judiciário é distribuir justiça na sociedade. Daí a

necessidade de estruturação e aparelhamento desse Poder. (instalações adequadas, postos de

justiça espalhados pelo País,quantidade suficiente de magistrados e pessoal

especializado).Estrutura do Judiciário Brasileiro:Está dividido em 2 esferas: Federal e

estadual.- O Poder Judiciário Federal subdivide-se em 4 áreas:1) Justiça Eleitoral: Trata as

questões relacionadas ao direito eleitoral;2) Justiça trabalhista: Cuida dos problemas entre

empregador e empregado;3) Justiça Militar: Sua competência diz respeito aos crimes

previstos no Código Penal militar;

6. Direito e Anomia

A palavra anomia é de origem grega e quer dizer "a" significa ausência, inexistência,

privação de e "nomia" vem de lei, norma. Em sua significação etimológica anomia significa

falta de leis ou normas.

Page 12: Trabalho de Sociologia Juridica

Devido a grande ambigüidade e a imprecisão do conceito de anomia contribuíram para

o seu menor uso em estudos, por certo medo por parte dos autores de enfrentar os problemas

de sua exata conceituação.

O direito intervém precisamente porque há comportamento de desvio no meio social,

sendo o direito a resposta social a conduta anômica, independente da posição teórica que o

observador tome, o direito é sempre entendido como norma social obrigatória. Kelsen

reconhece que o direito é também uma ordem de coação exterior que se converte numa

especifica técnica social, deixando que o direito funcione precisamente porque existe o

comportamento contrário a ele e que o direito não pode ser infringido ou violado pelos

comportamentos antijurídicos, acentuando que ele desempenha sua função graças à

antijuridicidade.

De modo geral, o direito oferece respostas à conduta de desvio observada na

sociedade, e o faz em diversos planos de complexidade e com o recurso a diferentes razões

práticas, inclusive buscando meios para sua realização. Não interessando muito o mundo das

idéias e opiniões que não se revelam em comportamentos sociais, pois no mundo das idéias e

opiniões não exteriorizadas, não transformadas em ação é inevitável encontrar comportamento

de desvio.

Pode e vai existir, situações no direito em que irão aparecer anomias, contudo, não

quer dizer que o ocorrido ficará sem uma decisão, pois conforme a LICC, art.4º "Quando a lei

for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com analogia, os costumes e os princípios gerais

do direito".

Os modos de conduta que o direito visa preservar são os modos de determinada

sociedade, por isso que o direito é relativo no tempo e espaço.

Page 13: Trabalho de Sociologia Juridica

7. Conclusões

A função social do direito é um principio estruturante do ordenamento jurídico e

encontra sede ao longo da historia do homem na terra, desde os tempos mais remotos,

assumindo em cada período, os contornos próprios do modelo político, econômico, cultural e

jurídico de cada sociedade humana.

Inúmeros são os fatores sociais que concorrem para a evolução do Direito, não sendo

possível, neste modesto trabalho, examiná-los todos. Vamos apenas destacar aqueles que, em

nossa opinião, são os principais, a saber: os fatores econômicos, políticos, culturais e

religiosos.

No campo da eficácia da norma jurídica temos que nem sempre tudo que é válido e

eficaz, isto é, para a sociologia jurídica a norma atingirá sua eficácia quando for socialmente

adequada, quando for respeitada por seus destinatários ou quando a sua violação é

efetivamente punida pelo Estado. Conclui-se, pois, que toda norma deveria ser formulada

visando sua eficácia social.

Por instrumentos humanos de realização da ordem jurídica devem ser entendidos

aqueles órgãos ou instituições através dos quais a ordem jurídica de uma sociedade é

declarada, assegurada, mantida e modificada. Tais instituições, é óbvio, são integradas por

criaturas humanas, o pessoal técnico e especializado que nelas atua, às quais a sociedade

confere atribuições para elaborar e aplicar as leis.

Por fim, conclui-se que anomia - falta de leis ou normas, contrapõe-se ao Direito, ou

Estado de Direito, que por sua vez, intervém precisamente ao âmbito social quando há

comportamentos desviantes /desviados neste meio, sendo o direito, portanto, a resposta social

a conduta anômica, independente da posição teórica que o observador tome, o direito é

sempre entendido como norma social obrigatória.

Page 14: Trabalho de Sociologia Juridica

Referências

CARVALHO. Francisco José. Perspectivas Contemporâneas do Direito. São Paulo: Phoenix,

2008.

__________.Francisco José. Curso de Direito ambiental. Curitiba, 2010.

__________. Francisco José. Teoria da Função Social do Direito. Curitiba, 2011.

- Cavalieri Filho, Sérgio. Programa de Sociologia Jurídica – Rio de Janeiro: Forense, 2005.

LIMA, David Maxsuel. OBJETO DA SOCIOLOGIA E A EFICÁCIA DAS NORMAS E

DOS SEUS EFEITOS SOCIAIS – localizado em:

http://www.civilize-se.com/2012/12/objeto-da-sociologia-e-eficacia-

das.html#sthash.Y9S9K6Ru.dpuf pesquisado em 08.02.2015.

ROCHA, Arthur Costa. DIREITO E ANOMIA. Encontrado em: http://www.webartigos.com/artigos/anomia-e-direito/10232/#ixzz3RITm7wfF. pesquisado em 08.02.2015

Page 15: Trabalho de Sociologia Juridica