trabalho de produção animal - anatomia e fisiologia da glândula mamária dos bovinos

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Trabalho de Produção Animal Anatomia e Fisiologia da Glândula Mamaria Bovina

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Nesse trabalho descreve-se resumidamente um pouco da anatomia e fisiologia da glândula mamária dos bovinos de leite..

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  • 1. Anatomia e Fisiologia da GlndulaMamaria Bovina

2. A Glndula mamaria considerada uma parte do sistema reprodutor, e alactao pode ser considerada como a fase final de um ciclo de reproduo.Assim, pode-se dizer que, para a maioria dos mamferos, uma falha em aleitar,tal como a falha de ovular, tambm uma falha em reproduzir. A Glndula mamaria corresponde a uma glndula sudoripa modificada quesecreta leite para nutrio da prole. Origina-se embrionariamente a partir do espessamento linear bilateral doectoderma ventrolateral na parede abdominal, denominados de LinhasLcteas ou Cristais Mamrios. Nelas se formam os Botes Mamrios quedo origem a poro funcional da Glndula Mamria. Isto ocorre quando oembrio tem cerca de 35 dias de idade. Est composta por um sistema de Ductos que conectam massas de epitliosecretor (Parnquima) envolvidos por tecido conjuntivo, gordura, vasos enervos (estroma). O conjuntivo encontra-se sustentando por uma cpsula fibro-elstica. Parnquima: consiste de camada nica de clulas epiteliais secretoras formandoos alvolos mamrios que drenam para ductos pequenos que voprogressivamente se unindo a ductos maiores at abrir em uma cisterna oudiretamente na teta. 3. Os alvolos so agrupados em unidades maiores denominadas lbulos, cadaum deles envolvido por um septo distinto de tecido conjuntivo. Os lbulos so agrupados em unidades maiores denominadas lobos, que sorodeados por septos de tecido conjuntivo. Os alvolos so recobertos por clulas contrteis de natureza mioepitelial eque respondem ao reflexo de ejeo do leite. As clulas mioepiteliais tambm se localizam ao longo dos ductos. A proporo parnquima secretor e tecido conjuntivo controlado pormecanismo hormonal. Durante a lactao da vaca encontra-se maiorproporo de parnquima do que de estroma, e fora da lactao(perodoseco da vaca), se inverte. 4. O bere de uma vaca um rgo designado produo de leite eoferecimento ao bezerro recm-nascido de um fcil acesso aoleite de sua me. Ele est suspenso externamente paredeposterior do abdmen e portanto no est restrito, apoiado ouprotegido por nenhuma estrutura ssea.O bere de uma vaca composto por quatro glndulas mamriasou quartos. Cada quarto uma entidade funcional prpria queopera independentemente e secreta o leite por seu prprio teto.Geralmente, os quartos traseiros so levemente maisdesenvolvidos e produzem mais leite (60%) do que os quartosdianteiros ( 4 0 % ) . Os principais componentes do bere estolistados aqui com uma curta explicao de sua importncia efuno. 5. Sistema de suporte: Um conjunto de ligamentos e tecido conjuntivomantm o bere prximo parede do corpo. Ligamentos fortes sodesejados porque eles ajudam a prevenir a ocorrncia de bere penduloso,minimizando o risco de ferimentos, e evitando dificuldades no uso deequipamentos de ordenha. Sistema secretor e de ductos: O bere conhecido como uma glndulaexcrina porque leite sintetizado em clulas especiais agrupadas emalvolos e ento excretado para fora do corpo por um sistema de ductos quefunciona como os afluentes de um rio. Suprimento sanguneo e estruturas Capilares: A produo de leitedemanda muitos nutrientes que so trazidos ao bere pelo sangue. Paraproduzir 1 Kg de leite, 400 a 500 Kg de sangue devem passar pelo bere.Alm disso, o sangue carrega hormnios que controlam o desenvolvimentodo bere, sntese de leite, e regenerao de clulas secretrias entre aslactaes (durante o perodo seco). 6. Sistema linftico: A linfa um fludo claro que vem dos tecidos altamenteirrigados por sangue. A linfa ajuda a balancear o fludo que se movimentapara dentro e fora do bere, e ajuda a combater infeces. Em alguns casos,o aumento do fluxo de sangue no incio da lactao leva ao acmulo defludo dentro do bere at que o sistema linftico seja capaz de remover ofludo extra. Esta condio, conhecida como edema de bere, maiscomum em novilhas na primeira pario e vacas mais velhas com berependuloso. Inervao do bere: Receptores nervosos na superfcie do bere sosensveis ao toque e temperatura. Durante o preparo do bere paraordenha, esses nervos so estimulados e iniciam o reflexo da descida doleite que permite a liberao do leite. Os hormnios e o sistema nervosotambm esto envolvidos na regulao do fluxo de sangue para o bere. Porexemplo, quando uma vaca se assusta ou sente dor fsica, a ao daadrenalina e do sistema nervoso diminuem o fluxo sanguneo para o bere,inibindo o reflexo da descida do leite e diminuindo a produo de leite. 7. Sistema de suporteEm vacas leiteiras modernas, o bere pode pesar mais de 50 Kg devido a grandequantidade de tecido secretor e leite que se acumula entre as ordenhas. Asestruturas principais que suportam o bere so o ligamento suspensor medial e oligamento suspensor lateral (Figura 1). A pele tambm desempenha um papelmenor no suporte e estabilizao do bere.O ligamento suspensor medial um tecido elstico que adere o bere paredeabdominal. De vista posterior, o espao inter mamrio, uma linha mdia distintano bere, marca a posio do ligamento suspensor medial. Como esse tecido elstico, ele funciona como um amortecedor de choques e acomoda mudanasno tamanho e peso do bere que ocorrem de acordo com a produo de leite eidade da vaca. Leses ou fraqueza desse ligamento causa o estiramento do berepara baixo fazendo com que seja mais difcil para ordenhar, aumentado aprobabilidade de ferimentos, especialmente nos tetos. Seleo gentica para umforte ligamento suspensor eficaz em reduzir esse tipo de problema no rebanho.Ao contrrio do ligamento suspensor medial, o ligamento suspensor lateral tecido fibroso no flexvel. Ele cobre as laterais do bere, com origem notendo ao redor do osso pbico, para formar uma rede suspensora. 8. Figura 1: Sistema de suporte do bere da vaca. 9. Ductos e sistemas de secreo do leiteO alvolo uma unidade funcional de produo onde uma nica camada declulas secretoras de leite esto agrupadas numa esfera com um centro oco(Figura 2). Tecidos de capilares sanguneos e clulas mioepiteliais (comoclulas musculares) circundam o alvolo, e o leite secretado encontrado nacavidade interna (lmen). As funes dos alvolos so: Remover nutrientes do sangue; Transformar esses nutrientes em leite; Descarregar o leite dentro do lmen.O leite sai do bere por um ducto coletor. Um lbulo um grupo de 10 a100 alvolos drenados por um ducto comum. Lbulos so organizados emunidades maiores chamadas lobos. Os lobos liberam o leite em ductoscoletores maiores que levam cisterna da glndula que fica diretamenteacima do teto da glndula (Figura 2). 10. Figura 2: Alvolos e ductos formam o sistema secretor de leite. 11. O bere portanto composto por bilhes de alvolos onde o leite secretado. Os ductos formam canais de drenagem onde leite se acumulaentre as ordenhas. Entretanto, isto ocorre somente quando as clulasmioepiteliais que recobrem os alvolos e os ductos menores contraem emresposta ao hormnio ocitocina (reflexo da descida do leite) para que o leiteflua dentro dos galactforos e da cisterna da glndula.O teto forma uma passagem por onde o leite pode ser descartado daglndula. Ele coberto por uma pele lisa e um rico suprimento de sangue enervos. A extremidade inferior do teto mantm-se fechada por um anel demusculatura lisa ou esfncter, denominado canal do teto. Na sua partesuperior, o teto separado da cisterna da glndula por uma srie de dobrasde clulas sensitivas particularmente vulnerveis danificao. Essasdobras de tecido tambm so encontradas na outra extremidade do tetodiretamente acima do canal do teto (roseta de Furstenburg). O teto portanto projetado como uma barreira efetiva s bactrias invasoras. 12. A preservao da estrutura normal do teto essencial para manuteno domecanismo natural de defesa contra bactrias causadoras de mastite. Diferenasna estrutura do teto, particularmente de dimetro e comprimento, estorelacionadas susceptibilidade infeco.SECREO DO LEITE NAS CLULAS SECRETRIASA secreo do leite pelas clulas secretrias um processo contnuo queenvolve muitas reaes bioqumicas intrnsicas. Durante a ordenha, a taxa desecreo de leite de certa forma diminuda mas nunca cessa completamente.Entre ordenhas, o acmulo de leite aumenta a presso no alvolo e diminui ataxa de sntese do leite. Por isso, recomendado que vacas de alta produosejam ordenhadas o mais prximo de intervalos de 12 horas (as mais produtorasdevem ser ordenhadas primeiro de manh e por ltimo a noite). A ejeo doleite mais freqente reduz a presso acumulativa dentro do bere e por estarazo, ordenhar trs vezes ao dia pode aumentar a produo de leite em 10 a15%. 13. A clula secretria um fator complexo. A Figura 3 mostra um resumo dosmecanismos e origem de nutrientes necessrios para sntese do leite.O uso de glicose por uma clula secretria. Apesar de a glicose na dietaser totalmente fermentada no rmen em cidos volteis (cido actico,propinico e butrico), ela necessria em grandes quantidades para o berelactente. O fgado transforma cido propinico novamente em glicose que transportada pelo sangue para o bere, onde usada pelas clulassecretrias. A glicose pode ser usada como uma fonte de energia para asclulas, como o bloco construtor de galactose e subseqentemente lactose,ou como fonte de glicerol necessria para sntese de gordura.Sntese de lactose: A sntese de lactose controlada por duas unidades deenzimas chamadas lactose sintetaze. A sub-unidade -Lactoalbumina encontrada no leite como uma protena do soro. 14. Figura 3: Secreo do leite nas clulas secretrias (os crculos com um X so passosregulatrios 15. Regulao do volume de leite: A quantidade de leite produzido controladaprincipalmente pela quantidade de lactose sintetizada pelo bere. A secreo delactose na cavidade alveolar aumenta a concentrao de substncias dissolvidas(presso osmtica) relativa ao outro lado das clulas secretrias onde o sangue flue.Assim, a concentrao de substncias dissolvidas em cada lado das clulassecretrias balanceada pela liberao de gua do sangue e pela mistura com outroscomponentes do leite encontrados na cavidade alveolar. Para o leite normal, umbalano atingido quando h 4.5 a 5% de lactose no leite. Portanto, a produo delactose atua como uma vlvula que regula a quantidade de gua liberada no alvoloe portanto, o volume de leite produzido (ciclos Figura 3).O efeito da dieta na produo de leite pode ser facilmente observado:A quantidade de energia (por ex. concentrado) na dieta influencia a produo depropionato no rmen;2) O propionato disponvel influencia a quantidade de glicose sintetizada pelo fgado;3) A glicose disponvel influencia a quantidade de lactose sintetizada na glndulamamria;4) A lactose disponvel influencia a quantidade de leite produzido por dia. 16. Sntese de protena: As casenas encontradas no leite so sintetizadas apartir de aminocidos provenientes do sangue sob controle de materialgentico (DNA). Essas protenas so organizadas em micelas antes deserem liberadas no lmen alveolar. O controle gentico da sntese do leiteno alvolo vem da quantidade de -Lactoalbumina sintetizada pelas clulassecretrias. Como descrito acima, essa enzima um regulador importanteda quantidade de lactose e leite produzidos por dia.As imunoglobulinas so sintetizadas pelo sistema imune e essasprotenas geralmente grandes vm do sangue para o leite. Apermeabilidade das clulas secretrias s imunoglobulinas altadurante a sntese de colostro, mas diminui drasticamente com oincio da lactao. 17. Sntese de gordura: Acetato e butirato produzidos no rmen so usados emparte como blocos construtores de cadeia curta de cidos graxosencontrados no leite. O glicerol necessrio para unir 3 cidos graxos em umtriglicerdeo vem da glicose. Cerca de 1745% da gordura do leite construda de acetato e 825% de butirato. A composio da dieta tem umaforte influncia na concentrao da gordura do leite. A falta de fibradeprime a formao de acetato no rmen que resulta na produo de leitecom baixa concentrao de gordura (22.5%).Lipdios mobilizados das reservas do organismo no incio da lactao sooutro bloco construtor para sntese de gordura no leite. Entretanto, em geral,somente metade da quantidade de cidos graxos na gordura do leite sintetizada no bere, a outra metade vem predominantemente de cidosgraxos longos encontrados na dieta. Portanto, a composio da gordura doleite pode ser alterada por manipulao do tipo de gordura na dieta da vaca. 18. Canal galactforo; Cisterna; Canais lactferos;Tecidos Glandulares; Veias; Artria; Gngliolinftico. 19. O desenvolvimento da glndula mamria ocorre em vrias fases: Recm-nascido (hormnios maternos) pr-puberal; Puberal (hormnios ovarianos, principalmente); Cclico (estrognio e tambm progesterona); Gravidico (estrognio e progesterona da gestao).Fatores do desenvolvimento da glndula mamria de maneira geral, pode-sedizer que os estrognios desenvolvem os dutos da glndula mamria,enquanto o progesterona promove o desenvolvimento dos alvolos. Aglndula mamria desenvolve quando: No amamenta; Aps a castrao; Na menopausa.