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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ AFONSO CHRISTIANETTI
Trabalho de Estágio A PREPARAÇÃO DA EMPRESA GS AUTO
CENTER PARA SE TORNAR UMA IMPORTADORA DE PNEUS
ITAJAÍ 2014
AFONSO CHRISTIANETTI
Trabalho de Estágio A PREPARAÇÃO DA EMPRESA GS AUTO
CENTER PARA SE TORNAR UMA IMPORTADORA DE PNEUS
Trabalho de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Comércio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.
Orientador: Prof. Msc. Julio Cesar Schmitt Neto
ITAJAÍ 2014
Agradeço à minha família pela educação e oportunidades que me
foram proporcionadas, e em especial ao Professor Julio Cesar Schmitt
Neto pelo suporte e pelo excelente trabalho de orientação, e à minha
irmã, pelo companheirismo de sempre.
EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do estagiário Afonso Christiantti b) Área de estágio Sistemática de Importação c) Orientador de conteúdo Prof. Msc. Julio Cesar Schmitt Neto d) Supervisor de campo Alvaro Vicente Christianetti e) Responsável pelo Estágio Prof. Msc. Natalí Nascimento
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
a) Razão Social Chrilei Grazieli Aleixo - ME b) Endereço Avenida Santa Catarina – Centro – Camboriú –SC c) Setor de Desenvolvimento do Estágio Administrativo d) Duração do estágio 470 horas e) Nome e cargo do supervisor de campo Alvaro Vicente Christianetti – Gerente f) Carimbo e visto da organização
RESUMO
Devido a melhora no poder aquisitivo do brasileiro e a concessão de crédito facilitada, o volume de automóveis em território nacional aumentou 75% na última década, ao passo que a população cresceu 12%. Consequentemente, o consumo por produtos e bens que estão atrelados de alguma forma aos automóveis cresce também. Além do fato de não atender por completo a demanda por pneus, a indústria nacional é prejudicada por elevados impostos e pelo custo Brasil, fatos estes que levam empresários e comerciantes a buscar outras alternativas atrativas na importação. O presente trabalho apresentou de que forma a GS Auto Center, uma empresa situada na cidade de Camboriú, Santa Catarina, que presta serviços mecânicos automotivos e comercializa pneus, deve proceder caso decida se tornar uma importadora de pneus. Para isto, foram evidenciados a classificação fiscal e o tratamento administrativo dos pneus, as habilitações e registros necessários à empresa para poder importar e as alterações na estrutura interna da empresa. Utilizou-se a abordagem qualitativa, com fins descritivos e a pesquisa foi documental e bibliográfica. Havendo a possibilidade de realizar a importação de três maneiras diferentes, conta e ordem, por encomenda, e direta, a operação torna-se interessante, uma vez que atualmente, o serviço prestado por comerciais importadoras contribui para a viabilidade da operação, além do produto possivelmente chegar ao mercado por um preço competitivo. Palavras-chave: Importação. Pneus. GS Auto Center.
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LISTA DE SIGLAS
AFRMM – Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante
ALADI – Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Integração
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BACEN – Banco Central do Brasil
CAMEX – Câmara de Comércio Exterior
CI – Comprovante de Importação
CPF – Cadastro de Pessoa Física
COFINS – Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
DECEX – Departamento de Operações de Comércio Exterior
DECOM – Departamento de Defesa Comercial
DEINT – Departamento de Negociações Internacionais
DENOC – Departamento de Normas e Competitividade
DEPLA – Departamento do Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior
DI – Declaração de Importação
FOB – Free on Board (Livre à Bordo)
GATT – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis
ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação.
II – Imposto de Importação
IN – Instrução Normativa
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.
INCOTERMS – Internacional CommercialTerms
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
LI – Licenciamento de Importação
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MERCOSUL – Mercado Comum do Sul
MDIC – Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior
NAFTA – Tratado Norte Americano de Livre Comércio
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NCM – Nomenclatura Comum do MERCOSUL
OMC – Organização Mundial do Comércio
PASEP – Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Público
PIB – Produto Interno Bruto
PIS – Programa de Integração Social
REI – Registro de Importadores e Exportadores
RFB – Receita Federal do Brasil
SECEX – Secretaria do Comércio Exterior
SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior
SRF – Secretaria da Receita Federal
TEC – Tarifa Externa Comum
TUS – Taxa de Utilização do Siscomex
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10 1.1 Objetivo geral ................................................................................................. 11 1.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 11 1.3 Justificativa da realização do estudo .............................................................. 11 1.4 Aspectos metodológicos ................................................................................. 12
1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados ......................................................... 12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 14
2.1 Comércio Internacional ................................................................................... 14 2.2 Importação ...................................................................................................... 16 2.3 Estrutura do Comério Exterior Brasileiro ........................................................ 18 2.4 Tratamento Administrativo para Importações ................................................. 20 2.4.1 Classificação das Importações ................................................................... 20
2.4.2 Tratamento Tributário .................................................................................. 21 3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ......................................................... 26
3.1 Histórico .......................................................................................................... 26 3.2 Ramo de atividade .......................................................................................... 27
3.3 Estrutura organizacional ................................................................................. 27 3.4 Visão ............................................................................................................... 28
3.5 Missão ............................................................................................................ 28 3.6 Filosofia .......................................................................................................... 29
3.7 Produtos ......................................................................................................... 29 3.8 Mercados ........................................................................................................ 30 4 RESULTADOS DA PESQUISA .......................................................................... 31
4.1 A Classificação Fiscal e o Tratamento Administrativo para a importação de pneus.............. ........................................................................................................... 31 4.2 Habilitações e registros necessários à empresa para estar apta à importar .. 35
4.3 Estruturação interna da empresa para realizar importações .......................... 36 5 SUGESTÕES PARA A ORGANIZAÇÃO ........................................................... 39
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 40
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42 ANEXO A – REQUERIMENTO DE HABILITAÇÃO - SISCOMEX ............................. 45 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ...................................................................... 47
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1 INTRODUÇÃO
Com o aumento das práticas comerciais entre países, fez-se necessário que os
mesmos investissem em meios que possibilitassem buscar novas formas de efetuar
as trocas de seus produtos. A importação é um processo de compra de produtos
oriundos do exterior, por parte dos países que deles necessitam, e muitas vezes
essa prática é realizada visando melhores condições comerciais.
As melhorias nas condições comerciais podem vir de diferentes maneiras, as
principais delas são qualidade superior de determinado produto, ou um preço
reduzido do mesmo. No que diz respeito à indústria nacional de pneumáticos, sabe-
se que a qualidade das marcas comercializadas não deixa a desejar, entretanto, o
preço final do produto é elevado.
Com a saturação de veículos nas ruas aumenta também o consumo por pneus
no Brasil inteiro. A estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
é que a cada 12 anos o número de carros seja duplicado em todo o país. Em razão
disto, o mercado na área de peças e acessórios automotivos tem se tornado cada
vez mais competitivo. A fim de oferecer produtos de qualidade superior e que
atendam consumidores com desejos específicos, os empresários nacionais cada vez
mais têm buscado produtos com níveis elevados de qualidade no exterior.
A indústria nacional na área de pneus não é suficiente para atender toda a
demanda do país. Ainda assim, é amplamente protegida pelo governo, que impõe
altas tarifas e impostos no decorrer do trâmite da importação, além da questão do
Inmetro, que fiscaliza rigorosamente cada marca diferente do produto proveniente do
exterior.
Com o aumento do número de veículos presentes nas rodovias brasileiras,
cresce, consequentemente, a demanda por manutenção desses mesmos veículos. A
GS Auto Center é uma empresa estabelecida em Camboriú, Santa Catarina,
fundada a partir da sociedade entre pai e filho, que atua no ramo de prestação de
serviços de mecânica automotiva e comercialização de pneus e rodas.
Sendo assim, este trabalho teve como objetivo descrever os aspectos
necessários à preparação da empresa GS Auto Center para se tornar uma
importadora de pneus, desde as habilitações e modificações no contrato social até o
11
que diz respeito à capacidade física estrutural da empresa, bem como descrever o
tratamento administrativo para tal importação.
1.1 Objetivo geral
Descrever os aspectos necessários à preparação da empresa GS Auto Center
para se tornar uma importadora de pneus.
1.2 Objetivos específicos
Descrever a classificação fiscal dos pneus automotivos e o tratamento
administrativo para a sua importação;
citar as habilitações e registros necessários à empresa para que ela esteja
apta a importar pneus;
verificar como a empresa poderia se estruturar internamente para realizar
importações de pneus.
1.3 Justificativa da realização do estudo
O aumento do número de automóveis nas ruas traz consigo aumento na
procura por peças de manutenção, acessórios e pneus. Haja visto que a indústria
nacional não atende o mercado, uma prática que vem ganhando espaço é a
importação de pneus. Além disso, apesar das tarifas impostas pelo governo para
proteger a indústria nacional, o pneu importado torna-se interessante para o
consumidor por causa do preço com que ele chega ao país.
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O tema escolhido para o desenvolvimento deste trabalho é de importância para
o acadêmico, uma vez que o mesmo é sócio de uma empresa que atua na área de
comercialização de pneus e pretende vir a pôr em prática o conhecimento adquirido.
À sociedade, o trabalho serve de fonte de pesquisa e material de apoio àqueles
que buscam mais informações sobre o tema.
Apesar de trabalhosa, a pesquisa mostrou-se viável, uma vez que o acadêmico
teve à disposição artigos científicos, livros e sites para pesquisa, além do fato de já
estar inserido no meio.
1.4 Aspectos metodológicos
Neste trabalho foi utilizada a abordagem qualitativa, pois a mesma traz
aprofundamento nas questões abordadas e procura responder os objetivos sem
quantificá-los. (GOLDENBERG, 2000)
Quanto aos fins, a pesquisa se caracterizou descritiva, uma vez que busca a
resolução de problemas, melhorando as práticas por meio de observação, análise e
descrições objetivas. (DESLAURIE, 2008)
No que diz respeito aos procedimentos, a pequisa tem característica
documental e bibliográfica, já que foi elaborada a partir de materiais que não
receberam tratamento analítico, como documentos contemporâneos. (SANTOS,
2000)
1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados
A coleta de dados ocorreu de forma primária e secundária. Apesar de uma parte
considerável do trabalho ter sido embasado em observação das atitudes cotidianas
na empresa, algumas informações foram coletadas por meio de publicações e dados
pré-existentes, no intuito de contriubuir para a solução de uma questão de pesquisa.
(GOLDENBERG, 2000)
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Alguns dados coletados no decorrer da pesquisa foram explanados em forma de
quadros e tabelas para que haja um melhor entendimento.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Opiniões e pensamentos de diferentes autores sobre Comércio Internacional,
Comércio Exterior Brasileiro e Importação, bem como seu tratamento administrativo,
são abordados, com o intuito de fundamentar teoricamente a pesquisa proposta.
2.1 Comércio Internacional
O movimento de capitais ou o intercâmbio de bens e serviços entre diferentes
países é definido como Comércio Internacional. É regulamentado por normas
provenientes de órgãos internacionais, como a Câmara de Comércio Internacional
(CCI), Organização Mundial das Aduanas (OMA) e principalmente a Organização
Mundial do Comércio (OMC). (LOPEZ; GAMA, 2011)
Há registro de atividades que caracterizam o Comércio Internacional até
mesmo séculos antes de Cristo, porém foi após a depressão norte americana, em
1929, que o mesmo foi regulamentado. Em uma tentativa de reaver a saúde
econômica do país, os Estados Unidos sobretaxaram suas importações, atitude esta
que foi seguida por diversos países. Quinze anos mais tarde, em Bretton Woods,
diversos países se reuniram com o intuito de reatar as trocas comerciais
internacionais. Nessa mesma reunião determinou-se a criação do Fundo Monetário
Internacional (FMI), que teria como função assegurar o funcionamento do sistema
financeiro internacional e monitorar o desequilíbrio das balanças de pagamentos, e a
criação do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), que
ficara incumbido de financiar projetos que têm como objetivo uma melhor qualidade
de vida dos povos (LOPEZ; GAMA, 2011).
Décadas se passaram e as atividades desse ramo aumentaram
exponencialmente, de modo que hoje alguns mercados estão saturados, levando
comerciantes e empresários a buscarem novas fontes e opções em outros países.
Dificilmente um país é autossustentável e consegue suprir todas as necessidades da
sua população. O Brasil, por exemplo, é um dos maiores exportadores de minérios
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de ferro, petróleo, soja e açúcar, mas por outro lado, é extremamente dependente no
que diz respeito à indústria de tecnologias, componentes eletrônicos e
medicamentos. Por conta disto, a globalização caminha a passos largos, e esta
troca de mercadorias se faz cada vez mais indispensável. Ao aperfeiçoar a Teoria
das Vantagens Absolutas de Adam Smith, David Ricardo propõe não somente a
produção daquilo que é significativamente eficaz a um determinado país e sim o que
é, além de tudo, mais lucrativo. Ou seja, mesmo que um país seja mais eficaz na
produção do produto X é interessante importar este produto, pois o lucro da
produção do produto Y é mais atrativo. (RATTI, 2009)
Teoricamente, um dos principais objetivos do comércio internacional é a
promoção do bem estar da população a partir do fluxo comercial entre os países.
Economistas defendem o livre-comércio, argumentando a redução das perdas
devido ao protecionismo, e o aumento de produtividade de cada país conforme as
vantagens comparativas que o mesmo goza. Na prática o funcionamento é diferente.
Homogeneização das culturas, perda de soberania, medo do desemprego e da
baixa remuneração são algum dos principais fatores que contribuem para as altas
doses de políticas econômicas protecionistas. Atualmente um dos fatores que tem
maior importância nesse cenário é a garantia de reciprocidade entre países nas
trocas comerciais, ou seja, determinado país reduzirá suas barreiras comerciais com
a condição que seu parceiro lhe traga algum benefício comercial, podendo ser a
própria redução de barreiras. Mesmo no âmbito macro-econômico, é natural que
parcerias sejam estabelecidas, entretanto, por vezes o Estado atua de forma
prejudicial nas transações, intereferindo em demasia e impedindo o alocamento dos
recursos de forma mais eficiente (DI SENA, 2003).
As operações do comércio internacional são expressas basicamente por meio
de duas operações: exportação e importação. A exportação é, resumidamente, a
saída de produtos ou serviços além das fronteiras do país de origem. Podendo ser
classificada como direta ou indireta (dependendo da existência ou não de uma
empresa intermediária), a exportação é incentivada pelo Estado. Paralelamente, a
importação é a entrada destes mesmos produtos ou serviços, oriundos de outros
países, em território nacional.
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2.2 Importação
O processo completo de uma importação possui vários desdobramentos, e
por isso dificilmente conseguiríamos sintetizar tudo em uma única definição.
Enquanto Sosa (1995) entende que a importação é a soma dos procedimentos que
são adotados para possibilitar a admissão de uma mercadoria de procedência
estrangeira no território aduaneiro, Ratti (2001) define a mesma sendo nada mais
que a entrada de mercadorias em um país, provenientes do exterior,.
Garantir divisas como as que pagam os serviços de nossa dívida externa e
adquirir bens que não são produzidos em território nacional são dois dos principais
motivos para que a troca entre países ocorra. Alguns países acabam focando-se em
determinados segmentos devido à capacidade produtiva da mão-de-obra, disposição
de recursos naturais ou mesmo desenvolvimento tecnológico. (MALUF, 2000)
Analisando os principais produtos importados pelo Brasil, percebe-se a
carência de desenvolvimento tecnológico em que o país encontra-se. Ao passo que
os produtos mais exportados pelo Brasil, como minério de ferro, carne bovina e de
frango, óleos brutos de petróleo e açúcar de cana têm um valor agregado
considerado baixo, as importações, em sua maior parte, são de produtos com valor
elevado, tais como: peças para veículos, equipamentos elétricos, circuitos
eletrônicos e medicamentos.
Desde 2000 o Brasil não passa por um déficit na balança comercial e os
nossos melhores desempenhos foram entre os anos de 2005 à 2007, quando o
saldo beirava os quarenta e seis bilhões de dólares. Com a crise mundial em 2008,
os valores passaram a ser menos expressivos, fechando 2013 com o menor saldo
dos últimos doze anos.(BRASIL, 2013)
17
.
(BALANÇA, 2013)
Enquanto as exportações são incentivadas pelo governo por meio de
subsídios e crédito fácil, as importações são desencorajadas através de impostos e
tarifas muitas vezes abusivas, tendo como justificativa a proteção da indústria
nacional e nível de desemprego. Ao final do ano de 2013, devido a uma forte
elevação no dólar, ocorreu uma redução no imposto de importação de cem produtos,
medida essa que foi tomada com a intenção de manter a inflação equilibrada. A
política protecionista adotada pelo governo é a redução de impostos com números
pequenos, e exclusivamente quando necessário, e o aumento dos mesmos com
números exorbitantes, levando alguns produtos, como automóveis e medicamentos,
a chegarem ao Brasil com um valor onde mais de 60% do total é dedicado aos
cofres públicos. (BALANÇA, 2013; MALUF, 2000)
Uma parte considerável do custo na importação se deve ao chamado ‘Custo
Brasil’, figura de linguagem que descreve dificuldades burocráticas e econômicas do
país. O ‘jeitinho brasileiro’ e a tentativa da população de se beneficiar injustamente
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de qualquer situação fazem do Brasil um dos países com os mais elevados níveis de
burocracia do mundo. Logicamente essa burocracia está presente nas operações de
Comércio Exterior, e, consequentemente, se faz necessário a participação de
diversas entidades objetivando o bom funcionamento e fiscalização no decorrer dos
trâmites.
2.3 Estrutura do Comério Exterior Brasileiro
Diferentemente do Comércio Internacional, o Comércio Exterior é distinto em
cada país. Visando resguardar os interesses do país, o Comércio Exterior é
expresso por meio de regras, legislações e termos. No Brasil, por exemplo, o
Comércio Exterior é estruturado por diversos órgãos. Segundo Grieco (2001, p. 235)
Sem prejuízo de seus sistemas descentralizados, as principais nações possuem órgãos de intervenção e regulamentação dos esquemas de comércio exterior. Essa gestão procura, em geral, conformar-se à atuação da iniciativa privada, restringindo suas atividades normativas às políticas fiscais, cambiais, e de balanço de pagamentos. São os ministérios, departamentos, juntas (boards), etc. que coordenam a adoção de políticas de incentivo, as negociações externas e os esquemas de processamento administrativo e financeiro.
A Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) é o órgão mais importante e
atuante, ligado diretamente ao Presidente da República. Detém a capacidade de
tomar decisões sobre matérias do Comércio Exterior. O Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) é integrado pelas
Secretarias de Comércio Exterior (SECEX), de Desenvolvimento da Produção (SDP)
e de Tecnologia Industrial (STI). O papel da SECEX é assessorar o MDIC na gestão
das políticas, bem como manter o controle comercial, normatizar, supervisionar,
orientar e planejar as atividades de Comércio Exterior. Pode ainda ser dividida em
quatro departamentos, que são eles: Departamento de Comércio Exterior, que é
parte operacional da SECEX. É encarregado por elaborar e implementar os
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dispositivos regulamentares, no aspecto comercial; Departamento de Negociações
Internacionais responsável por coordenar os trabalhos de negociações
internacionais brasileiras ao qual o Brasil participa; Departamento de Defesa
Comercial, que coordena as atividades de combate ao comércio desleal às
empresas e produtos brasileiros; e por fim, o Departamento de Planejamento e
Desenvolvimento do Comércio Exterior, que tem como função coletar, analisar e
sistematizar os dados e informações estatísticas, de onde partem as propostas
objetivando o desenvolvimento do comércio externo brasileiro. (KEEDI, 2008;
BRASIL, 2011)
A função de fiscalizar e zelar pelos interesses fazendários fica a cargo do
Ministério da Fazenda, bem como pela política monetária e a entrada e saída de
mercadoria do país. Opera por intermédio do Banco Central do Brasil (BACEN); uma
entidade autônoma, que tem por finalidade apontar diretrizes gerais das políticas
monetária, creditícia e cambial, bem como autorizar entidades bancárias a comprar
ou vender moedas estrangeiras, e por meio da Receita Federal do Brasil, que
fiscaliza a entrada e saída de produtos. O Ministério das Relações Exteriores (MRE);
atua promovendo e divulgando as exportações brasileiras e as negociações
internacionais, buscando o interesse da política externa. Por fim, os Órgãos
Anuentes têm por função justamente fazer uma análise complementar dentro da sua
área de competência, estabelecendo normas específicas para determinados bens e
casos. Exemplos: Agência Nacional de Energia Elétrica, Agência Nacional de
Vigilância Sanitária, Agência Nacional do Cinema, Comando do Exército,
Departamento de Operações de Comércio Exterior, Departamento de Polícia
Federal, Departamento Nacional de Produção Mineral. (LUZ, 2006; BRASIL, 2011)
Ainda sobre a estrutura do Comércio Exterior no Brasil, os órgãos gestores são
encarregados de garantir a capacidade operacional com base nas definições
normativas da Receita Federal, Banco Central e Secretaria do Comércio Exterior.
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2.4 Tratamento Administrativo para Importações
Quando feita de forma generalizada e abrangente, a análise dos
procedimentos nos quais a mercadoria é submetida é chamada de Tratamento
Administrativo. Desde a classificação fiscal da mercadoria, a análise das anuências
até o devido despacho. (LOPEZ, 2011).
No Brasil, quanto ao tratamento administrativo, as importações podem ser
classificadas em: Dispensadas de Licenciamento, Licenciamento Automático ou
Licenciamento Não Automático. De modo geral, as importações são dispensadas de
Licenciamento, devendo os importadores somente providenciar o registro da
Declaração de Importação no SISCOMEX. As importações sujeitas a Licenciamento
ocorrem quando a legislação solicite algum tipo de autorição prévia de órgãos
específicos, ou quando condições específicas devam ser levadas em conta. Quando
uma importação é sujeita a Licenciamento, o importador deve formular uma Licença
de Importação conforme a legislação vigente (LICENCIAMENTO, 2012).
Importações efetuadas que estejam sujeitas à obtenção de cotas tarifária e não
tarifária, ao amparo dos benefícios da Zona Franca de Manaus e das Áreas de Livre
Comércio, sujeitas à anuência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico, sujeitas ao exame de similaridade; de material usado, sejam
originárias de países com restrições constantes de Resoluções da Organização das
Nações Unidas (ONU), ou sujeitas a medidas de defesa comercial, têm o seu
Licenciamento Não Automático, aquelas que não se encaixarem em algum dos
casos citados, têm o Licenciamento Automático (LICENCIAMENTO, 2012).
2.4.1 Classificação das Importações
As importações podem ser classificadas em: a) Importações permitidas:
mercadorias que não exijam licença ou autorização para que ocorra o embarque,
tem seu licenciamento automático, enquanto aquelas em que seja necessário uma
Licença de Importação, enquadram-se no licenciamento não-automático; b)
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Importações proibidas: devido à disposições legais, são proibidas de adentrar o país;
c) Importações suspensas: aquelas que estão temporariamente impossibilitadas de
adentrar o país; d) Importações em consignação: dizem respeito a mercadorias que
não permanecerão definitivamente no país. São feitas sem cobertura cambial e
comum termo de responsabilidade; e) Importações sem cobertura cambial: não se
caracteriza contratação de câmbio, pois não é necessária a aquisição de moeda
estrangeira (doações, garantias, testes científicos). (MALUF, 2000)
De modo geral, a maioria das importações realizadas no Brasil são
classificadas como permitidas, haja visto que tanto as proibidas como as suspensas
não podem, mesmo que temporariamente, ser executadas por completo. As
importações em consignação só são possíveis em regime aduaneiro especial de
Entreposto Aduaneiro, Loja Franca e Depósito Especial, que permite, na importação,
o depósito de mercadorias em local determinado e sob o controle fiscal, com
suspensão do pagamento de tributos até o momento da nacionalização da
mercadoria. (BIZZELI, 1994)
2.4.2 Tratamento Tributário
Devido à liberação para o mercado interno e a nacionalização das mesmas,
as importações sofrem tributação. Elas podem ser: ad valorem, em que a tributação
se faz de acordo com o valor da mercadoria importada, e não por seu volume, peso,
espécie ou quantidade; tarifas específicas, em que é cobrado um valor fixo para
cada unidade importada do bem; e as tarifas compostas, que são uma junção entre
as duas primeiras citadas. (VAZQUEZ, 1995)
Vários impostos são aplicados e voltados para o controle das importações. Os
produtos importados estão sujeitos ao pagamento dos seguintes tributos: Imposto de
Importação - I.I, Imposto sobre Produtos Industrializados - I.P.I, PIS/PASEP e
COFINS Importação, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS.
(GRANZOTTO, 2002)
O Imposto de Importação é um imposto federal, cuja finalidade é econômica e
de proteção, taxando mercadorias estrangeiras que entrem no território aduaneiro. O
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fato gerador desse imposto é a entrada da mercadoria estrangeira no território
aduaneiro e sua base de cálculo é o valor aduaneiro da mercadoria. O imposto é
pago mediante débito automático na conta corrente bancária indicada ao
SISCOMEX pelo importador, no ato do registro da Declaração de Importação – DI.
(ASHIKAGA, 2012)
O ICMS é um tributo não-cumulativo, sendo o valor pago no momento da
importação creditado pelo importador para compensação com o imposto devido em
operações que ele realizar posteriormente e que forem sujeitas a este tributo. O
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços é um tributo de
competência estadual e incide sobre a movimentação de produtos no mercado
interno. Sua base de cálculo é o valor aduaneiro, acrescido do II, IPI, PIS, Cofins e
das despesas aduaneiras, dependendo da legislação estadual. Seu recolhimento é
feito através de guia bancária antes do desembaraço aduaneiro da mercadoria.
(MALUF, 2000; GLOSSARIO, 2012)
O Imposto sobre Produtos Industrializados incide sobre produtos
industrializados e seu fato gerador na importação se dá quando o produto de
procedência estrangeira é desembaraçado. A base de cálculo na importação é o
valor de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de
importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais
efetivamente pagos pelo importador ou deste exigível. Seu pagamento será feito
mediante débito automático na conta corrente bancária indicada ao SISCOMEX pelo
importador, no ato do registro da DI. O PIS/Pasep Cofins Importação tem como fato
gerador a entrada de bens estrangeiros no território nacional. A base de cálculo é o
valor aduaneiro e o recolhimento é feito na data do registro da DI. (ASHIKAGA,
2012)
2.4.3 Classificação Fiscal de Mercadorias
A Classificação Fiscal ordena por códigos as mercadorias de acordo com sua
natureza e características, relacionando as informações básicas necessárias à
transação comercial. A Nomenclatura Brasileira de Mercadorias - NBM foi utilizada
pelo Brasil entre 1989 até 1995, à partir daí foi adotada a Nomenclatura Comum do
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Mercosul - NCM pelos países participantes do Mercosul. A Nomenclatura da
Assossiação Latino-Americana de Integração - NALADI foi criada pelos países
membros da ALADI com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento e cooperação
entre povos latino-americanos e reduzir barreiras ao comércio desses países. Tanto
o NCM como o NALADI têm como base o Sistema Harmonizado - SH, que é um
método internacional de classificação de mercadorias, baseado em uma estrutura de
códigos e suas respectivas descrições, e que facilita a comparação e a análise das
estatísticas. (VAZQUEZ, 1995)
Os produtos são classificados por códigos numéricos de oito dígitos. Os
primeiros referem-se às características mais genéricas e os últimos se relacionam a
detalhes mais específicos. Os dois primeiros dígitos da nomenclatura correspondem
ao capítulo em que o produto se encontra e identificam as características de cada
um dentro da seção. O terceiro e o quarto dígitos correspondem à posição e o quinto
e sexto à subposição. Elas indicam o desdobramento da característica de uma
mercadoria. Os subitens estão descritos nos dois últimos dígitos e são empregados
à mercadorias com maior detalhamento (BIZZELI, 1994)
Cabe registrar ainda que toda mercadoria tem classificação na NCM, e as
dúvidas podem ser esclarecidas pela Secretaria da Receita Federal por meio de um
formulário específico.
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2.5 Documentos na Importação
Em relação aos documentos envolvidos em uma importação, alguns são
emitidos pelo importador, e outros pelo exportador. Dentre os emitidos pelo
importador, além do já citado Licenciamento de Importação, destaca-se a
Declaração e o Comprovante de Importação. A Declaração de Importação é o
documento que serve como base para o despacho de importação. É exigido em
todas as Importações e nela contém todas as informações cambiais, comerciais e
fiscais necessárias à análise da operação. É formalizada pelo importador ou por seu
respectivo despachante, no momento do desembaraço da mercadoria. O
Comprovante de Importação é um documento eletrônico emitido pelo próprio
importador que tem por finalidade comprovar a nacionalização da mercadoria (DI
SENA, 2003).
A lista de documentos emitidos pelo exportador vai além. A Fatura Proforma é
a ‘cotação’ da mercadoria, além de descrever a mercadoria de forma geral,
quantidade, preço unitário e total, peso líquido e bruto, nome e endereço do
exportador e fabricante, forma de pagamento, NMC da mercadoria, entre outros. É
por meio dela que será providenciada a Licença de Importação. A Fatura Comercial
contém praticamente as mesmas descrições que a Proforma, porém esta formaliza a
transferência da propriedade da mercadoria e atesta de fato o que está sendo
embarcado e os termos negociados. Pode-se dizer que corresponde a uma nota
fiscal internacional. (ASHIKAGA, 2012)
O Packing List instrui o embarque e o desembaraço da mercadoria, relacionando
as mercadorias embarcadas dentro de suas respectivas embalagens. Auxilia o
importador no que diz respeito à chegada da mercadoria no país de destino, além de
conter informações sobre o transporte e o destinatário, marcas e tipos de produtos
detalhadamente. Dependendo do produto em questão, outros documentos podem
ser solicitados, tais como Certificado de Origem, que confirma o país onde
determinado bem foi produzido, e Certificados Fitossanitários, que atesta a condição
de plantas e demais produtos de origem vegetal de acordo com as normas de
defesa sanitária vegetal do MAPA. (RATTI, 2009)
Além dos documentos emitidos pelo exportador e pelo importador, a empresa
transportadora fornece também um documento conhecido como Conhecimento de
25
Embarque, cujo objetivo é transferir a propriedade da carga, afirmar que houve o
embarque, além de ter função de contrato de transporte e quando aplicável, de
bilhete de seguro. Os Conhecimentos de Embarque mais comuns são os Marítimos,
Bill of Lading ou BL, e os Aéreos, Air Way Bill ou AWB (RATTI, 2009).
26
3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
Este capítulo tem como objetivo apresentar a empresa onde o estágio foi sendo
realizado bem como o funcionamento da mesma. São abordado o histórico da
empresa, o ramo em que a mesma atua, a disposição e as atividades dos
funcionários, a filosofia e os produtos que possui, e por fim, o mercado em que
atua.
3.1 Histórico
A GS Auto Center foi fundada no início do ano de 2007, por Alvaro Vicente
Christianetti, que, na época, trabalhava como vistoriador para fins de transferência
no Detran de Camboriú, Santa Catarina. Conhecido de Alvaro, Leandro Bastos era
proprietário da RetiBastos, uma retífica de motores que prestava serviços para
demais oficinas da região. Devido à melhores oportunidades de negócios, Leandro
decidira transferir seu comércio para outro local da mesma cidade, pôs à venda
parte do maquinário utilizado na retífica, e alugou a estrutura. Após uma breve
negociação, Alvaro adquiriu os equipamentos e estabeleceu na antiga RetiBastos
uma oficina mecânica automotiva. Inicialmente com o objetivo de prestar apenas
serviços de mecânica, os planos mudaram depois que Afonso Christianetti, que na
época trabalhava na agência de Balneário Camboriú do Banco do Estado do Rio
Grande do Sul (BANRISUL), propôs uma parceria, aumentando a gama de produtos
oferecidos pelo comércio de seu pai. A intenção era passar a comercializar também
produtos e serviços característicos de Centros Automotivos. Realizado um estudo
sobre as possibilidades, ficou acertado que Afonso administraria a parte que diz
respeito ao Centro Automotivo e Alvaro a mecânica em geral.
Incialmente, as maiores dificuldades foram a falta de mão de obra qualificada e
o alto custo dos equipamentos e maquinário que a empresa carecia. A partir de
benefícios concedidos pelo governo e investimento em qualificação de funcionários,
27
os problemas foram diminuindo, e junto com uma administração exercida de forma
consciente, veio o prestígio e o reconhecimento da clientela.
3.2 Ramo de atividade
Ramos de atividades: serviços, auto-peças, centro automotivo e comércio de
pneus, rodas e acessórios.
3.3 Estrutura organizacional
Localizado na Avenida Santa Catarina, número 288, no centro de Camboriú,
Santa Catarina, o estabelecimento tem catorze metros de frente para a avenida, e
quarenta metros de fundo, resultando em aproximadamente quinhentos e sessenta
metros quadrados, sendo todo coberto. No centro do espaço físico encontra-se a
área de trabalho, onde encontram-se cinco elevadores automotivos e uma rampa de
geometria. Há ainda um escritório, um pequeno depósito de peças, e um espaço no
segundo piso, onde encontra-se o estoque de pneus.
A disposição dos funcionários da GS Auto Center ocorre da seguinte maneira:
28
O gerente planeja estrategicamente os caminhos que a empresa deve tomar,
tanto no setor financeiro como no administrativo. Planeja e controla a execução dos
serviços prestados pelos mecânicos e seus assistentes. O gerente adjunto controla a
parte de compras e vendas de pneus, compras e vendas de rodas, balanceamento,
geometria e cambagem. Auxilia também no controle dos serviços prestados pelos
mecânicos e pelo geometrista.
A auxiliar de escritório é responsável por realizar parte dos orçamentos,
contatar clientes, pesquisar preços de auto-peças e efetuar o pedido das peças
necessárias que não estejam disponíveis na empresa. Os mecânicos realizam a
parte operacional. Um deles atua na parte de injeção eletrônica e preparação de
motores, outros dois realizam os serviços relacionados a freios, embreagem,
suspensão, transmissão e caixa de câmbio, e o último faz a manutenção elétrica dos
automóveis e parte dos serviços de motores. O geometrista realiza serviços da
chamada suspensão leve, que é aquela em que menos tempo e ferramentas sejam
necessários. Também executa geometria, cambagem, balanceamento, correção de
kaster e KPI.
O papel dos auxiliares de mecânico é contribuir para a agilidade do serviço dos
mecânicos e do geometrista, apoiando-os em situações que duas ou mais pessoas
sejam necessárias, e realizando parte dos serviços que esteja dentro de seu
alcance.
3.4 Visão
Não possui.
3.5 Missão
Não possui.
29
3.6 Filosofia
A filosofia da GS Auto Center baseia-se principalmente na honestidade, no
compromisso com seus clientes e na qualidade de serviço. Em um ramo de atividade
onde não falta concorrência, a empresa é o mais transparente possível no que diz
respeito à prestação de serviços, procurando, sempre que possível, demonstrar de
forma prática a real necessidade dos mesmos.
Destaca-se a exigência na qualidade dos serviços prestados. Para que isso
ocorra, a empresa investe em capacitação de funcionários e maquinário de primeira.
O objetivo é prestar os serviços com a mesma qualidade e tão completos quanto os
prestados pelas concessionárias autorizadas, porém por um preço justo.
O incentivo para um bom relacionamento entre funcionários e bem estar dos
mesmos também deve ser citado. Frequentemente a empresa promove
confraternizações para os integrantes da equipe e suas respectivas famílias.
Ademais, independentemente da posição hierárquica ocupada, e resguardado ao
seu devido momento, todos contribuem com novas ideias e expressam pensamentos
que tem por objetivo melhorar a situação, seja individualmente ou como um todo.
3.7 Produtos
Além dos serviços prestados de reparo de mecânica automotiva, a GS Auto
Center comercializa uma variada gama de produtos. Pode-se dizer que o carro chefe
nessa área é a linha de pneus novos, do aro treze ao vinte e quatro, contando com
pneus para automóveis na linha leve, SUVs e pick-ups, bem como pneus para uso
urbano, esportivos e de competição, tanto novos como semi-novos.
No setor de rodas automotivas, a maior movimentação comercial se dá em
torno das rodas esportivas acima de dezoito polegadas. Também são
comercializadas rodas de ferro e de liga leve do aro treze ao vinte e quatro.
30
Ademais, óleos e lubrificantes especiais também constam na lista de produtos,
bem como extintores de incêndio e outros acessórios menores, tais como calotas
centrais, parafusos de roda, anéis centralizadores, palhetas de silicone, alongadores
e adaptadores de rodas.
Na parte elétrica, a empresa dispõe de vários tipos de baterias: seladas, não
seladas, para som, e de uso extremo. Também consta lâmpadas diferenciadas para
faróis.
3.8 Mercados
Devido à escassez de clientela corriqueira em empresas com um pouco tempo
de trabalho, inicialmente não se selecionava clientes. Depois de um certo tempo de
serviços prestados com responsabilidade, e uma dose a mais de segurança, a
empresa investiu ativamente em divulgações e promoções que fizessem com que
um maior número de pessoas conhecessem o local. Em torno de três anos depois,
com uma cartela de clientes já razoavelmente satisfatória, a empresa buscou
consolidar parcerias com pontos de táxi, supermercados, locadoras e revendedoras
de automóveis.
Hoje em dia a empresa atende clientes principalmente de Camboriú e Balneário
Camboriú e foca-se em empresas. Em torno de 70% dos serviços são agendados,
mediante a uma entrada de valor financeiro. Utilizando-se exclusivamente de peças
automotivas originas e acessórios de primeira linha, o público alvo é aquele que tem
por preferência um serviço de qualidade com garantia total e está disposto a
desembolçar um valor razoavelmente mais elevado para isso.
31
4 RESULTADOS DA PESQUISA
Contextualizado de forma generalizada o comércio internacional, o comércio
exterior brasileiro e o tratamento administrativo das importações no Brasil, o quarto
capítulo do presente trabalho tem por objetivo mesclar o conhecimento adquirido no
mesmo com as intenções da GS Auto Center.
Em um primeiro momento é realizada a classificação fiscal dos pneus e
caracterizado o seu tratamento administrativo. Na sequência, são colocados em
questão os registros e habilitações necessárias para que a empresa possa importar,
desde a alteração no contrato social até o Registro de Exportadores e Importadores.
Por fim, é realizada uma análise quanto às necessidades de mudanças e
estruturação interna da empresa, desde a opção mais viável de importação até o
espaço físico e quadro de funcionários da mesma.
4.1 A Classificação Fiscal e o Tratamento Administrativo para a importação de pneus
Por ser a única parte de um veículo que tem contato com o solo, pode-se
afirmar que os pneus são um dos principais itens de segurança de um automóvel. O
pneu possui em sua lateral uma série de informações que determinam a velocidade
máxima que o mesmo pode atingir, a capacidade de carga, o tipo de asfalto, a data
em que foi fabricado, entre outros.
No caso de um pneu ser marcado com os dígitos 175/70 R 13 82 T, pode-se
dizer que 175 é a medida da largura da banda de rodagem em milímetros (175 mm),
70 representa um percentual da altura da lateral do pneu em relação à banda, neste
caso 70% da largura da banda, a letra R representa que o pneu tem construção do
tipo radial, 13 representa o raio da roda em polegadas, 82 informa a capacidade de
carga do pneu, neste caso 475 quilos e T, a velocidade máxima segura para o
componente, 190 quilômetros por hora. (TRINDADE, 2011)
Ao final de uma identificação denominada com as letras DOT, consta um
número de quatro dígitos, que indica a semana e o ano em que foi fabricado. Por
32
exemplo: DOT XL FH L548 1910. Neste caso, os primeiros dígitos informam a
fábrica onde o pneu foi produzido, e a terminação 1910 informa que sua produção
aconteceu na décima nona semana do ano de 2010. (TRINDADE, 2011)
Quanto a estruturação física do pneu, pode-se dizer que as partes mais
importantes são a carcaça, os talões, as paredes laterais, que são as laterais da
carcaça, as lonas, ombros e banda de rodagem. Detalhes podem ser mais bem
visualizados na figura 4. (TIRES, 2008)
A carcaça é composta por lonas de poliéster, nylon ou aço e é a parte
resistente do pneu, que deve resistir a pressão e choques. Os talões são feitos de
arames de aço de alta resistência, e tem por finalidade manter o pneu fixado à roda.
As lonas são um feixe de cintas dimensionadas para suportar cargas em movimento.
A banda de rodagem é a parte que fica em contato com o solo, e os ombros do pneu
são os apoios do mesmo em curvas e manobras. (COMPOSIÇÃO, 2013)
33
A classificação fiscal da mercadoria tem por objetivo, além dos já citados no
presente trabalho, controles estatísticos e determinação do tratamento administrativo
requerido para determinado produto. (KEEDI, 2010)
Tendo a TEC como embasamento, pode-se esquematizar a classificação fiscal
de pneus novos da seguinte maneira, conforme a figura 3
Definido o NCM do produto, tem-se acesso as especificações quanto à
tributação e tratamento administrativo do mesmo. Acrescida no ano de 2012, a
alíquota do Imposto de Importação para o produto em questão é de 16%. Referente
ao Imposto sobre Produtos Industrializados, o produto importado é gravado pela
incidência de 15%. Também é taxado pela alíquota da Cofins, de 10,5%, e pela
contribuição para o PIS/Pasep, no patamar de 2%, pelo Adicional ao Frete para
Renovação da Marinha Mercante - AFRMM, e por fim, pela Taxa de Utilização do
SISCOMEX - TUS. Os pneumáticos importados são normalmente tributados pela
incidência do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Suas alíquotas
são fixadas em função da essencialidade dos itens aos quais se refere.
Normalmente, as alíquotas variam de zero a 25% podendo, entretanto, em alguns
casos, ultrapassar tal limite. Tratando-se do estado de Santa Catarina, a alíquota é
de 17%. (TEC, 2014)
Mediante o acompanhamento do certificado de origem, quando adquirido de
países do MERCOSUL não há incidência do imposto de importação. Uma vez que o
produto esteja incluído em listas negociadas ao amparo de acordos de
complementação econômica ocorre, igualmente, outorga de margens preferenciais,
que pode chegar a 100%. (TEC, 2014)
34
A importação de pneus está sujeita a licenciamento pré embarque com
anuência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA, e pelo Departamento de Comércio Exterior - DECEX do MDIC,
além do âmbito ambiental no qual constam disposições do Conselho Nacional do
Meio Ambiente - CONAMA. O mesmo é deferido, segundo o inciso V do décimo
sexto artigo do anexo I ao decreto 7.096/2010, após terem seido devidamente
fiscalizados e aprovados os preços, pesos, medidas, qualidades e tipos dos bens
importados.
Nomenclatura de Valor Aduaneiro e Estatística - NVE é uma classificação
exclusivamente brasileira e que toma por base a Nomenclatura Comum do
MERCOSUL - NCM. Segundo a Instrução Normativa SRF 80/96, a NVE tem por
finalidade identificar mercadorias importadas de forma mais detalhada, tanto para
efeito de valoração aduaneira quanto para aprimoramento dos dados estatísticos do
comércio exterior brasileiro. (NOMENCLATURA, 2011)
A NVE específica, para cada código selecionado, características adicionais da
mercadoria, relevantes para a formação do seu preço. A NVE caracteriza-se pelo
acréscimo de quatro números e duas letras ao código de identificação do produto.
(NOMENCLATURA, 2011)
Segundo a TEC (2014), no caso do NCM dos pneus, 4011.10.00, consta um
total de cinqüenta e duas especificações de NVE diferentes. As primeiras cinquenta
e uma especificam características de pneus com medidas do aro treze ao aro
dezessete, tanto para automóveis quanto para Pick-Ups e camionetes. A última
especificação detalha outras medidas de pneus, a partir do aro dezoito.
Conforme a portaria número 482, de sete de dezembro de 2010, que aborda
principalmente ramificações de importação de pneus novos e controle de qualidade
dos mesmos, é permitido mais de um representante legal para um mesmo fabricante
estrangeiro, mas não mais de um representante legal para uma mesma marca ou
modelo comercial. Ou seja, apenas uma pessoa jurídica pode importar determinada
marca estrangeira de pneus. Caso alguma entidade tenha intenção de importar
pneus de uma marca que já tem seu representa legal no Brasil, este deverá pedir
autorização, e caso o representante esteja disposto a conceder parte da autorização
somente em troca de determinada importância financeira, pode fazê-lo, conforme
especificado na mesma portaria.
35
Quanto ao destino e recolhimento de pneus que já não podem mais ser
comercializados, a resolução IBAMA número 416, de trinta de setembro de 2009
impôe que o importador de pneus deve cumprir com o recolhimento de setenta por
cento de todo pneu importado, sendo que o prazo é de noventa dias a partir do
momento em que o mesmo registra a sua importação. Esse recolhimento é de
responsabilidade da empresa, e pode ser feito através de doação para aterros
sanitários sociais, ou comercialização com empresas registradas de reciclagem.
Atualmente, nas cidades de Camboriú, Balneário Camboriú e Itajaí, embora não faça
parte de suas obrigações, as prefeituras municipais intervêm nesse recolhimento,
destinando os pneus para uma empresa de reciclagem localizada no estado de São
Paulo.
4.2 Habilitações e registros necessários à empresa para estar apta à importar
Com a abertura comercial, a eliminação de medidas protecionistas e o
estabelecimento de uma redução tarifária no final dos anos 80, o montante de
importações disparou. Naquela época o cadastro no Registro de Exportadores e
Importadores era praticamente automático, realizados mediante preenchimento de
formulários pelos interessados. Com o intuito de controlar e tornar o processamento
das operações de Comércio Exterior mais eficiente, em 1992 foi criado o Sistema
Integrado de Comércio Exterior.
Quando uma empresa decide começar a praticar operações do Comércio
Exterior, o primeiro passo é a modificação no contrato social, incluindo o objetivo de
importar ou exportar. Nesse caso, a GS Auto Center deveria solicitar ao contador da
empresa que tal modificação fosse efetivada. Atualmente, o registro para empresas
pode ser feito mediante cadastro junto à Secretaria da Receita Federal, através de
um ponto conectado. Para que o mesmo fosse realizado, o responsável legal da GS
Auto Center deveria apresentar junto à uma unidade da RFB os seus devidos
documentos de identidade, o contrato social da empresa, já alterado, e a certidão da
Junta Comercial. O Registro de Habilitação no Ambiente de Registro e
Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (RADAR) consiste no
36
exame prévio daqueles que pretendem realizar operações de Comércio Exterior e
pode ter três diferentes submodalidades: expressa, ilimitada, ou limitada. O que
difere a limitada da ilimitada é a estimativa da capacidade financeira, sendo que a
submodalidade ilimitada permite um montante igual ou superior a US$ 150.000,00.
Sociedades anônimas, empresas públicas, autarquias é órgãos públicos se
enquadram na submodalidade expressa. Sendo assim, inicialmente, a melhor opção
para a GS Auto Centrer seria a submodalidade limitada. É indispensável o cadastro
de uma pessoa física responsável pela pessoa jurídica, e o mesmo será solicitado
mediante requerimento, apresentado em qualquer unidade da RFB (IN 1288/12;
HABILITAÇÃO, 2012).
Após o requerimento da habilitação, a RFB dá início à verificação documental.
Esta, caso seja deferida, dá início a outra verificação, a fiscal. No que tange a
verificação fiscal, poderão ser realizadas averiguações no domicílio do requerente,
bem como intimações junto à unidade da RFB de habilitação (IN 1288/12)
O Registro de Exportadores e Importadores (REI) é um cadastro da Secretaria
de Comércio Exterior, que credenciam importadores e exportadores a processar
suas respectivas operações no SISCOMEX. A inscrição da GS Auto Center se daria
no momento da sua primeira operação através do sistema. Desta forma, a empresa
GS Auto Center estaria legalmente apta a começar a importar pneus. (REI, 2011)
4.3 Estruturação interna da empresa para realizar importações
O processo de importação de determinada mercadoria pode ser realizado de
três maneiras: direta, por conta e ordem de terceiros ou por encomenda. De forma
resumida, pode-se afirmar que a importação direta é aquela em que o importador
traz diretamente para o país os bens que lhe parecerem mais interessantes, e o
mesmo se encarrega de dar destino a eles, podendo ser a comercialização ou a
utilização própria. A importação por conta e ordem de terceiros é aquela em que
uma empresa atua como prestadora de serviços, realizando os trâmites que dizem
respeito à operação de importação em si, sendo que uma segunda empresa é a
proprietária ou adquirente da mercadoria. Na importação por encomenda, por sua
37
vez, como o nome já indica, uma empresa encomendante, interessada em certo
produto, contrata uma empresa importadora para que esta, com seus próprios
recursos, execute toda a operação e por fim, revenda-a para a empresa
encomendante. (MALUF, 2000; ARAUJO, 2009)
Ao passo que na importação por conta e ordem o único valor adicional ao da
operação em si, é o serviço prestado pela importadora, a importação por encomenda
é a opção de maior custo, haja visto o fato de que, além de atuar como prestadora
de serviços, a importadora atua como agente financeiro, custeando o total da
operação de importação. (ASHIKAGA, 2012)
As duas operações indiretas requerem um contrato vinculado perante a Receita
Federal do Brasil, comprovar a origem dos recursos utilizados, e que as partes
envolvidas tenham RADAR. Tendo conhecimento das modalidades de importação,
faz necessária a análise da viabilidade de uma forma mais abrangente, levando-se
em conta o maior número possível de fatores que podem influenciar, direta ou
indiretamente, a operação. Um exemplo disso é a possibilidade de leis e instruções
aplicarem tratamentos administrativos diferenciados entre estados.
Em países como os Estados Unidos, China e Japão, o gasto de uma empresa
com um funcionário, além de seu salário, é em média quinze à vinte e três por cento
sobre o valor do mesmo. Na Europa esse valor sobe para uma média de cinquenta e
cinco por cento. No Brasil, entretanto, devido ao Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS), férias, décimo terceiro salário, INSS sobre salário, entre outros, a
porcentagem média é de oitenta e cinco, podendo chegar, dependendo dos
benefícios concedidos, sindicatos de classe e ramo de atividade, à cento e trinta por
cento. Pode-se afirmar que este, apesar de não ser o único, é um dos principais
motivos que levam uma empresa que tenha intenção de importar, a contratar os
serviços de uma comercial importadora. (CINTRA, 2012)
Além do fato de não ser necessário expandir radicalmente o tamanho da
empresa quanto ao número de funcionários, a contratação dos serviços de uma
comercial importadora acarreta, na maioria das vezes, em um menor custo final da
operação. Conforme já citado no presente trabalho, o governo catarinense incentiva
empresas comerciais importadoras com benefícios fiscais no ICMS. Enquanto
empresas ‘normais’ habilitadas a operar no Comércio Exterior contribuem com o
valor padrão do ICMS de determinado produto, comerciais importadoras e trading
companies pagam uma porcentagem menor do imposto. Ou seja; dependendo do
38
valor da operação, muitas vezes a empresa adquirente opta por ter o auxílio e
acompanhamento de uma empresa especializada, economiza esforços quanto à
logística e burocracia da operação, e ainda assim tem custos finais menores por ter
um desempenho de ICMS menor.
Tendo em vista o abundante espaço físico ocupado por pneus, caberia também
a GS Auto Center providenciar um local para armazenagem dos mesmos, uma vez
que o atual estabelecimento da empresa, apesar de não ser pequeno, não é
suficiente para comportar um estoque elevado. Atualmente, algumas empresas
importadoras oferecem também o serviço de armazenagem dos bens importados.
Por vezes, esta se torna a opção apropriada devido ao serviço ser mais flexível do
que a locação de um galpão para armazenagem. O preço é condizente com o
espaço ocupado, e obviamente, com o tempo de utilização do mesmo. De qualquer
forma, no caso de algum aluguel, não havendo a necessidade de ser um ponto bem
localizado, é possível encontrar estruras de oitocentos metros quadrados em bairros
próximos ao centro de Camboriú, por valores que se aproximam à dois mil reais por
mês.
Analisando os custos envolvidos com cada tipo de operação, direta, por conta e
ordem e por encomenda, e tendo conhecimento do fluxo de caixa e dos recursos
financeiros de que a GS Auto Center dispõe, pode-se concluir que a opção mais
viável para a GS Auto Center seria a contratação de uma comercial importadora,
para que essa executasse uma importação por conta e ordem. Basicamente, a GS
Auto Center participaria da operação negociando com fornecedores e efetuando os
pedidos, tarefas estas que poderiam ser realizadas sem que fosse realizado um
aumento no quadro de funcionários. A importadora auxiliaria na pesquisa de
mercado, passando pela contratação de frete e seguro internacional, despacho
aduaneiro, fechamento de câmbio internacional e acompanhamento geral dos
trâmites logísticos e administrativos da operação.
Desta forma sugerida, acredita-se que a GS Auto Center possa iniciar sua
atividade de importação de maneira enxuta e eficiente.
39
5 SUGESTÕES PARA A ORGANIZAÇÃO
Conforme apresentado no capítulo anterior, a importação de pneus é fiscalizada
austeramente pelo IBAMA e pelo DECEX. As exigências impostas por esses órgãos
pode elevar o custo da primeira operação realizada. Ainda assim, em um prazo não
tão longo, a operação é interessante, dada a diferença no preço de um pneu
importado e um pneu nacional.
Caso a empresa comece de fato a atuar no comércio exterior, sugere-se a
contratação de uma comercial importadora, conforme as vantagens elencadas no
capítulo anterior. A escolha por uma importação por conta e ordem ou por
encomenda depende principalmente dos recursos financeiros que a empresa dispor
à época da realização da importação. Na importação por encomenda os recursos
financeiros provém da importadora, permitindo que a empresa encomendante não
desembolse o valor total da operação, porém, essa modalidade de importação
aumenta o valor final do produto.
Deve ser analisado o fato de que, atualmente, uma porcentagem considerável
dos pneus comercializados pela GS Auto Center são provenientes de empresas
importadoras. Ou seja, se a empresa em questão fosse a própria importadora, um ou
dois elos da cadeia logística seria eliminado, tendo em vista que algumas marcas de
pneus passam ainda por distribuidoras.
40
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente, em conjunto com a acelerada globalização, as trocas entre países
são feitas de uma maneira muito mais segura e simples do que eram a tempos atrás.
No que diz respeito à indústria nacional de pneus, como já foi citado anteriormente,
a qualidade não deixa à desejar. Infelizmente, devido à carga excessiva de
impostos, é improvável que um produto que tenha sua produção nacional tenha, ao
mesmo tempo, uma qualidade alta e um preço baixo.
Sendo o acadêmico um sócio de uma empresa que comercializa pneus, viu-se
na importação uma oportunidade de lucros superiores. O trabalho teve como objetivo
a apresentação das ações que a empresa GS Auto Center deve executar caso
decida a ingressar nas operações de compra internacional, desde os registros
necessários à empresa, passando pelo tratamento administrativo vigente para
importação de pneus, até as modificações internas necessárias na empresa.
Para que o primeiro objetivo fosse cumprido, diversas consultas à Tarifa Externa
Comum e ao SISCOMEX foram realizadas, classificando fiscalmente a mercadoria e
apresentando o tratamento administrativo da mesma. No segundo objetivo, foram
realizadas consultas em Instruções Normativas da Receita Federal e junto ao
contador da própria empresa, descrevendo os procedimentos necessários para que
os registros e habilitações necessários fossem devidamente realizados. O último
objetivo específico foi realizado com base em análises internas na empresa, como
as mudanças necessárias na disposição de funcionários, a problemática do espaço
físico ocupado por pneus, e a alternativa de modalidade de importação que mais se
enquadra nas necessidades e condições da empresa.
Após o estudo ter sido realizado, admite-se que é válida a alternativa de importar
pneus. O produto provavelmente chegaria em território nacional por um preço
competitivo, um ou mais elos da cadeia logística seriam eliminados, existiria a
possibilidade da comercialização de marcas exclusivas, e a empresa ganharia
prestígio no mercado interno. Sabe-se que não há bônus sem ônus, e que a decisão
de começar a importar requer uma análise acurada que deve ser muito bem
estudada. Entretanto, munindo-se de disposição, cautela, e interesse, acredita-se
que o resultado possa ser satisfatório.
41
No que diz respeito à sugestões para complementar o presente trabalho, admite-
se a importância de uma explanação quanto aos custos do processo, uma estimativa
do preço final do produto já em território nacional e a definição da missão e visão da
organização. Relacionado ao ramo de atividade da empresa em questão, estudos
aprofundados no processo de importação de rodas de liga leve e peças automotivas
também seriam consideráveis.
42
REFERÊNCIAS
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43
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DECLARAÇÃO DO TRABALHO NA ORGANIZAÇÃO
ITAJAÍ, 23 de Maio de 2014.
A empresa Chirlei Grazieli Aleixo - ME declara, para os devidos fins, que o
estagiário Afonso Christianetti, aluno do Curso de Comércio Exterior do Centro de
Educação de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão, da Universidade do Vale do Itajaí
- UNIVALI, cumpriu a carga horária de estágio prevista para o período de 12/8/13 a
18/4/14, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Estágio e respeitou as
normas internas do Estágio Supervisionado do Curso de Comércio Exterior.
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Alvaro Vicente Christianetti