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  • 1

    UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA

    CENTRO DE CINCIAS SOCIAIS APLICADAS GESTO

    CURSO DE ADMINISTRAO

    Kelli Fernanda Scherer

    TRABALHO DE CONCLUSO DE ESTGIO

    GESTO DO CONHECIMENTO: FATORES ESTRATGICOS PARA MELHORAR O USO DO SAP R/3 DO CSC DA EMPRESA BRF -

    BRASIL FOODS S.A

    Administrao Geral

    ITAJA (SC)

    2009

  • 2

    KELLI FERNANDA SCHERER

    TRABALHO DE CONCLUSO DE ESTGIO

    GESTO DO CONHECIMENTO: FATORES ESTRATGICOS PARA MELHORAR O USO DO SAP R/3 DO CSC DA EMPRESA BRF -

    BRASIL FOODS S.A

    Trabalho de Concluso de Estgio desenvolvido para o Estgio Supervisionado do Curso de Administrao do Centro de Cincias Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itaja.

    ITAJA SC, 2009

  • 3

    A Deus, por estar ao meu lado em todas as horas e,

    pelas pessoas maravilhosas que colocou em meu

    caminho. A meus pais por suas lutas em busca de

    uma boa educao e, por terem me ensinado a

    caminhar com determinao e acreditar num futuro

    melhor.

    Ao Anderson E. Arruda amado noivo, por seu

    companheirismo nesta conquista. E aos seus pais

    Teresinha e Gilson Arruda, pelo suporte que me

    ofereceram nesta caminhada.

    A todos os meus parentes, colegas e amigos em

    especial Alexsandra E. de Oliveira e Maicon

    Biachim, que estiveram ao meu lado ao longo deste

    curso.

    Aos professores em especial ao meu orientador

    Professor Andre Moraes dos Santos, pela dedicao

    a este trabalha e, a Professora Justina, pela

    participao imprescindvel neste trabalho.

    BRF Brasil Foods S.A., pela oportunidade da

    realizao deste estgio.

  • 4

    "O conhecimento adquirido pela

    humanidade desde seu aparecimento na

    terra, pertence a todos ns, e tudo de

    bom que eles podem nos proporcionar

    no momento presente."

    (Sibusca)

  • 5

    EQUIPE TCNICA

    a) Nome do estagirio

    Kelli Fernanda Scherer

    b) rea de estgio

    Administrao Geral

    c) Supervisor de campo

    Fernando Jos Mantovani

    d) Orientador de estgio

    Professor Andr Moraes dos Santos

    e) Responsvel pelos Estgios em Administrao

    Professor Eduardo Krieger da Silva

  • 6

    DADOS DE INDENTIFICAO DA EMPRESA

    a) Razo social

    BRF BRASIL FOODS S.A

    b) Endereo

    Rua: Jorge Tzachel - N 475; Bairro: Fazenda; Itaja SC - BR

    c) Setor de desenvolvimento do estgio

    Centro de Servios Compartilhados - BRF: Finanas

    d) Durao do estgio

    240 horas

    e) Nome e cargo do supervisor de campo

    Fernando Jos Mantovani Tcnico Administrativo II

    f) Carimbo e visto da empresa

  • 7

    AUTORIZAO DA EMPRESA

    ITAJA, 16 DE NOVEMBRO de 2009.

    A empresa BRF BRASIL FOODS SA, pelo presente instrumento, autoriza

    a Univerdade do Vale do Itaja INIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho

    de Concluso de Estgio executado durante o Estgio Supervisionado, pelo (a)

    acadmico (a) KELLI FERNANDA SCHERER.

    _____________________________

    (responsvel pela empresa)

  • 8

    RESUMO

    O conhecimento e a informao so fatores muito importantes e necessrios nos registros das aes do homem. Entretanto, nas organizaes a partir da Revoluo Industrial, sculo XVII, que passaram a receber maior importncia. Desta forma o objetivo geral deste trabalho foi diagnosticar os fatores estratgicos da cultura da informao para a gesto do conhecimento referente ao uso do sistema ERP SAP R/3 na unidade do CSC da empresa BRF Brasil Foods. A tipologia de estgio foi um diagnstico, na abordagem quantitativa, e a participao dos colaboradores da rea de finanas, caracterizando-se como uma populao censo. Para o levantamento dos dados foram utilizados, o questionrio fechado diretamente aplicado, e a anlise documental, assim os resultados foram apresentados por meio de figuras, grficos e tabelas com textos explicativos. Na anlise, os questionrios foram tratados por tcnicas estatsticas e a anlise documental por seleo. Os resultados dos fatores estratgicos obtidos foram apoio organizacional e comportamento do grupo; ciclo da gesto do conhecimento, sistemas de gesto do conhecimento e a cultura do conhecimento - fator que se sobre saiu entre os demais. Entre as ferramentas de conhecimento disponveis na empresa, solicitar ajuda aos colegas de confiana foi avaliado ser mais vantajoso frente a solues de problemas. Assim, constatou-se que a empresa tem mais conhecimento tcito do que explcito e a gesto do conhecimento enfatiza o compartilhamento de conhecimento por meios de bases de conhecimentos Concluindo, os resultados foram favorveis para a aplicao do sistema de gesto do conhecimento formalizado na empresa.

    PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento, gesto do conhecimento e SAP R/3.

  • 9

    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 01 - Tipos e nveis de conhecimento.................................................... 30

    Quadro 01 - Tipologia do conhecimento............................................................ 34

    Figura 02 - Conhecimento segundo o agente gerador e beneficirio............. 37

    Figura 03 - Esquema terico de qualquer sistema.......................................... 42

    Quadro 02 - Conceitos bsicos em sistemas de informao............................ 43

    Figura 04 - Funcionalidades dos sistemas ERP.............................................. 45

    Figura 05 - Estrutura tpica de funcionalidades dos sistemas ERP................. 45

    Quadro 03 - Evoluo da SAP AG.................................................................... 47

    Quadro 04 - Mdulos Implementados na Brasil Foods S.A............................... 49

    Figura 06 - Cadeia de mdulo SAP R/3: Sistema integrado............................ 50

    Figura 07- Atividade do processo de gesto do conhecimento

    organizacional............................................................................... 57

    Quadro 05 - Conhecimento Tcito em Conhecimento Explcito........................ 62

    Quadro 06 - Contedo e caractersticas das converses do conhecimento..... 63

    Figura 08 - Gesto do conhecimento: planos e dimenses............................. 66

    Quadro 07 - Prticas e aes da gesto do conhecimento............................... 73

    Quadro 08 - Framework para coordenao eletrnica...................................... 76

    Figura 09 - Viso da empresa BRF Brasil Foods S.A................................... 79

    Figura 10 - Princpios na criao de valor....................................................... 81

    Figura 11 - Estrutura do CSC BRF Brasil Foods.......................................... 82

    Figura 12- Barra de ferramentas SAP R/3...................................................... 85

    Figura 13 - Campo da barra de ferramenta: informar cdigos de transaes. 86

    Figura 14 - Exportar dados do SAP R/3 para o Excel..................................... 86

    Figura 15 - Enviar e-mail a partir do SAP R/3.................................................. 87

    Figura 16 - Funcionalidade do SAP R/3.......................................................... 87

    Figura 17 - Mudar layout SAP R/3................................................................... 88

    Figura 18 - Ferramenta matchcode................................................................. 89

    Figura 19 - Transao denominada A............................................................. 90

    Figura 20 - Transao denominada B............................................................. 90

    Figura 21 - Transao denominada B Ferramenta Ajuda ERP SAP R/3..... 91

  • 10

    Figura 22 - Transao denominada de C........................................................ 91

    Figura 23 - Transao denominada de D........................................................ 92

    Figura 24 - Transao denominada de C mensagem de erro...................... 93

    Figura 25 - Transao E Log de erros.......................................................... 93

    Figura 26 - Ambiente intranet caminho OLQR................................................. 95

    Figura 27 - OLQR Modelos de Dicas importantes........................................ 95

    Figura 28 - OLQR da Transao denominada A............................................. 96

    Figura 29 - Solicitao de apostila SAP R/3 na Web de um usurio final...... 97

    Grfico 01 - Dados pessoais dos colaboradores da rea de finanas da

    empresa estudada......................................................................... 98

    Grfico 02 - Dados sobre trabalho dos colaboradores da rea de finanas da

    empresa estudada......................................................................... 100

    Grfico 03 - Dados sobre a familiaridade sobre o termo GC entre as

    atividades da rea de finanas da empresa estudada.................. 103

    Grfico 04 - Mdia geral dos fatores estratgicos para a GC........................... 118

    Figura 30 - Correlao entre os fatores das 4 Dimenses.............................. 119

    Grfico 05 - Processo de comunicao e conhecimento................................. 125

    Grfico 06 - Situaes aps treinamentos ou aprendizagens cotidianas......... 126

  • 11

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 01 - Colaboradores participantes da pesquisa da rea de finanas.. 20

    Tabela 02 - Dimenso 1: Apoio Organizacional e compartilhamento do

    grupo...........................................................................................

    105

    Tabela 03 - Dimenso 2: Armazenamento Conhecimento............................ 107

    Tabela 04 - Dimenso 2: Memria organizacional......................................... 108

    Tabela 05 - Dimenso 3: Cultura do conhecimento pr-atividade.............. 109

    Tabela 06 - Dimenso 3: Cultura do conhecimento informalidade. ........... 110

    Tabela 07 - Dimenso 3: Cultura do conhecimento - comunicao e

    compartilhamento de informaes internas................................

    111

    Tabela 08 - Dimenso 3: Cultura do conhecimento motivao.................. 112

    Tabela 09 - Dimenso 3: Cultura do conhecimento capacidade absortiva. 113

    Tabela 10 Dimenso 4: Sistemas de GC satisfao do usurio............... 114

    Tabela 11 - Dimenso 4: Sistemas de GC uso dos Sistemas de Gesto

    do conhecimento.........................................................................

    115

    Tabela 12 - Dimenso 4: Sistemas de GC benefcios percebidos com o

    uso do conhecimento..................................................................

    116

    Tabela 13 - Dimenso 4: Sistemas de GC Qualidade do Sistema Gesto

    do Conhecimento........................................................................

    117

    Tabela 14 - Ferramentas do conhecimento................................................... 121

    Tabela 15 - Conhecimento de informtica..................................................... 123

    Tabela 16 - Treinamento para usar o sistema ERP SAP R/3........................ 124

  • 12

    SUMRIO

    1. INTRODUO............................................................................................. 14

    1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa.................................................... 15

    1.2 Objetivos do Trabalho............................................................................. 16

    1.3 Aspectos Metodolgicos........................................................................ 17

    1.3.1 Caracterizao do trabalho de estgio.................................................. 18

    1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa.................................................... 19

    1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados.............................. 20

    1.3.4 Tratamentos e anlise dos dados .......................................................... 22

    2. REVISO BIBLIOGRFICA....................................................................... 24

    2.1 Administrao do Conhecimento........................................................... 24

    2.2 Fundamentos Tericos do Conhecimento............................................. 27

    2.3 Teoria do Conhecimento: Princpios, Tipos e Nveis............................ 27

    2.4 Princpio do Conhecimento nas Organizaes..................................... 32

    2.5 Dados, Informao e Conhecimento...................................................... 34

    2.5.1 Dados...................................................................................................... 34

    2.5.2 Informao.............................................................................................. 35

    2.5.3 Conhecimento......................................................................................... 35

    2.6 Conhecimento nas Organizaes Complexas....................................... 38

    2.7 Dimenso Digital...................................................................................... 39

    2.8 Tecnologia da Informao...................................................................... 40

    2.9 Sistemas de Informao......................................................................... 42

    2.9.1Sistema de Planejamento de Recursos Empresariais (ERP)............ 44

    2.10 Da Gesto da Informao Gesto do Conhecimento....................... 51

    2.11 Gesto do Conhecimento...................................................................... 52

    2.11.1 Conceitos abrangentes.......................................................................... 52

    2.11.2 Breve Histrico e evoluo da gesto do conhecimento....................... 55

    2.11.3 Processo de gesto do conhecimento................................................. 56

    2.11.4 Tornando visvel o conhecimento......................................................... 59

    2.11.5 Transformando conhecimento tcito em explicito, e vice-versa........... 60

    2.11.6 Gesto do conhecimento na gesto da ignorncia.............................. 63

  • 13

    2.11.7 Fatores estratgicos da gesto do conhecimento............................... 65

    2.11.8 Memria organizacional e a reutilizao do conhecimento................... 69

    2.11.9 Prticas e aes da gesto do conhecimento..................................... 72

    3. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO................................... 77

    3.1 Caracterizao da empresa..................................................................... 77

    3.1.1 Cronologia............................................................................................... 77

    3.1.2 Viso, misso e valores.......................................................................... 79

    3.1.3 Princpios do CSC Centro de Servios Compartilhados...................... 80

    3.1.4 Estrutura organizacional do CSC........................................................... 82

    3.1.5 Principais clientes e fornecedores.......................................................... 83

    3.2 RESULTADOS DA PESQUISA 84

    3.2.1 Identificao e descrio do sistema ERP SAP R/3 de uma das

    atividades da rea de finanas no CSC..................................................

    85

    3.2.2 Identificao do perfil dos colaboradores da rea de finanas................ 98

    3.2.3 Identificao dos fatores estratgicos para a gesto do conhecimento.. 101

    3.2.4 Elaborao de um instrumento para avaliar os fatores estratgicos

    para a gesto do conhecimento..............................................................

    102

    3.2.5 Mensurao da familiaridade com o termo gesto do conhecimento

    entre os colaboradores das atividades da rea de Finanas..................

    103

    3.2.6 Anlise da percepo dos usurios da rea de finanas sobre os

    fatores estratgicos para o SAP R/3.......................................................

    104

    3.2.7 Avaliao das ferramentas de conhecimento disponveis na empresa

    relevantes nas atividades do sistema SAP R/3.......................................

    120

    3.2.8 Apurao de outros fatores e comportamentos relevantes no

    desempenho dos usurios do SAP R/3 na percepo dos

    colaboradores..........................................................................................

    122

    3.2.9 Sugestes e contribuies para a empresa............................................ 127

    4. CONSIDERAES FINAIS......................................................................... 128

    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS............................................................ 132

    APNDICES/ANEXOS..................................................................................... 140

  • 14

    1. INTRODUO

    O conhecimento e a informao sempre foram vistos como importantes e

    necessrios para se fazer registros das aes do homem, Prescott (2008).

    Entretanto, nas organizaes, o conhecimento e a informao passaram a receber

    maior importncia aps a Revoluo Industrial, ocorrida no sculo XVII. Diante de

    uma economia industrial que se expandia, paralelamente aumentava a

    complexidade das empresas, tanto no seu porte empresarial quanto na sua estrutura

    e processos internos, o que exigiu novos meios de gerenciar as informaes

    internas e externas a ela. (FERAUD, 2004).

    O crescimento das organizaes e do ambiente de negcios acarretou

    novos desafios para o registro, processamento, e transmisso de quantidades cada

    vez maiores de informao. Mas foi somente na segunda metade do sculo XX, com

    o surgimento dos primeiros computadores, que as organizaes passaram a utilizar

    estas tecnologias eletrnicas a fim de racionalizar processos, agilizar o fluxo de

    informaes e melhorar a sua rentabilidade. Aborta Feraud (2004), que este

    momento considerado o marco da transio da era industrial para a era da

    informao, ou revoluo da tecnologia de informao.

    A era da informao trouxe s empresas novos sistemas para a gesto de

    dados, informaes e conhecimento. Hoje a informao considerada um recurso

    estratgico para a agregao de valor e por isso precisa ser gerenciada. A gesto da

    informao tambm compreendida como a minerao de dados, ou a extrao de

    dados especficos de enormes campos de informaes, que auxiliam para a tomada

    de deciso da empresa. Para complementar a gesto da informao, adota-se a

    gesto do conhecimento cuja finalidade reter e compartilhar o conhecimento do

    capital intelectual acumulado e das experincias obtidas dos indivduos dentro ou

    fora da organizao. (DAVENPORT; MARCHAND, 2004).

    Esta pesquisa ir concentrar-se na Gesto do Conhecimento relativo ao uso

    de um sistema integrado de gesto e planejamento dos recursos empresarias

    (ERP). Os sistemas ERP integram as diversas reas de uma organizao e so

    responsveis pela maioria dos dados relativos s operaes do negcio.

  • 15

    A empresa BRF Brasil Foods S.A trabalha com este sistema a 10 anos e

    esta em constante aperfeioamento.

    1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa

    Atualmente, a informao e o conhecimento so recursos essenciais para a

    competitividade das organizaes. A informao se torna o conhecimento quando

    existe o elemento humano capaz de absorv-la e relacion-la com outros

    conhecimentos que j possui. Por outro lado, quando se deseja compartilhar este

    conhecimento, se faz necessrio transform-lo novamente em informao, comenta

    Davenport e Marchand (2004). Assim, na era da informao, muitas organizaes

    esto buscando meios de conter e registrar os conhecimentos adquiridos pelos seus

    funcionrios, disseminando aqueles que sejam teis para a empresa. Mas, para que

    isso ocorra de forma eficiente necessrio um processo estruturado de gesto do

    conhecimento.

    Assim, convm ponderar no dizer de Roesch (2005, p. 91) que o problema

    do projeto definido, a partir de uma situao identificada na empresa-alvo do

    estgio, como algo passvel de alguma modificao, tratamento ou avaliao.

    Neste sentido, evidencia-se na organizao em estudo, que o sistema ERP,

    por sua complexidade, exige dos usurios um domnio de informaes

    extremamente alto e diversificado, principalmente no que diz respeito ao uso e

    adaptao das situaes vivenciadas do dia-a-dia lgica do sistema, Lucas (2006).

    Isto justifica a necessidade de uma abordagem de gesto do conhecimento para

    lidar com a situao mencionada. Entretanto, a construo de um modelo de gesto

    do conhecimento deve considerar vrios fatores tecnolgicos, humanos e

    organizacionais para que se obtenha sucesso com seu uso, entre vrios autores,

    cita-se Davenport e Marchand (2004). Assim, baseado neste contexto sobre a

    Gesto do Conhecimento o presente trabalho visa responder a seguinte questo:

    Quais so os fatores crticos de sucesso de um modelo de Gesto do

    Conhecimento que melhore o uso do sistema ERP SAP R/3, para a rea de

    finanas do CSC da empresa BRF Brasil Foods SA?

  • 16

    Considerando o tema Gesto do Conhecimento como nova abordagem nas

    grandes organizaes atuais para a disseminao de prticas administrativas em

    sintonia com suas estratgias empresariais. O tema proposto pelo acadmico visa

    colaborar com s estratgias da empresa, proporcionando principalmente para a

    rea de finanas a oportunidade deste estudo voltado para a criao constante do

    conhecimento nas atividades no uso do sistema ERP SAP R/3. Neste sentido, a

    empresa concedeu autorizao ao acadmico, possibilitando-o a ir a campo.

    Para o acadmico proporcionou a complementao do processo de ensino-

    aprendizagem, devido oportunidade de desenvolver suas habilidades e para

    incentivar a busca do aprimoramento, tanto na vida profissional quanto na vida

    pessoal.

    Por meio disso, a Universidade em que o acadmico cursa, especialmente

    para o curso de Administrao agregar mais informao para a produo de novos

    trabalhos cientficos.

    O presente projeto foi vivel de acordo com o oramento estipulado pelo

    acadmico e vivel conforme o cronograma.

    Conforme o andamento do projeto, o acesso s informaes foi limitado,

    pois a empresa mantm critrios de polticas de segurana de informao, para no

    comprometer suas estratgias. Mesmo assim, o repasse de informaes

    necessrias para este trabalho foi de ordem imediata, com base em total clareza e

    sem custos para a empresa.

    Pelo fato do acadmico trabalhar na rea financeira da empresa, o mesmo

    teve participao direta no problema de pesquisa, e certificou-se de que no mbito

    dos trabalhos acadmicos produzidos pela UNIVALI, no foram encontradas

    pesquisas que tiveram o mesmo tema, rea de aplicao e local de estudo.

    1.2 Objetivos do Trabalho

    O objetivo geral de uma pesquisa pode ser entendido, segundo Richardson

    (1999, p. 62), como aquilo [...] o que se pretende alcanar com a realizao da

    pesquisa. O presente trabalho teve como objetivo geral diagnosticar os fatores

  • 17

    estratgicos da cultura da informao de um modelo de Gesto do Conhecimento

    referente ao uso do sistema ERP SAP R/3 na unidade do Centro de Servios

    Compartilhados (CSC), da empresa BRF Brasil Foods S.A.

    Para o alcance do objetivo geral, foi necessria a execuo dos seguintes

    objetivos especficos que, para Richardson (1999, p. 63), definem etapas que

    devem ser cumpridas para alcanar o objetivo geral. Assim, os seguintes objetivos

    especficos foram estabelecidos:

    Identificar e descrever o sistema ERP SAP R/3 de uma das atividades da rea de

    finanas no CSC;

    Levantar o perfil dos colaboradores da rea de finanas;

    Identificar os fatores estratgicos para a gesto do conhecimento;

    Elaborar um instrumento para avaliar os fatores estratgias para a gesto do

    conhecimento;

    Constatar a familiaridade dos colaboradores com o termo gesto do

    conhecimento nas respectivas atividades da rea de Finanas;

    Analisar a percepo dos usurios da rea de finanas sobre os fatores

    estratgicos da GC no uso SAP R/3;

    Avaliar as ferramentas de conhecimento disponveis na empresa relevantes nas

    atividades do sistema SAP R/3;

    Apurar outros fatores e comportamentos relevantes no desempenho dos usurios

    do SAP R/3 na percepo dos colaboradores;

    Sugerir contribuies para a empresa.

    1.3 Aspectos Metodolgicos

    Este item aborda a metodologia utilizada para o desenvolvimento deste

    trabalho. De acordo com Diehl e Tatim (2004), a metodologia o estudo e a

    avaliao dos mtodos apropriados para identificar as possibilidades e as limitaes

    de uma pesquisa. Completa ainda Richardson (1999) que a metodologia pode ser

  • 18

    definida como um grupo de procedimentos e regras utilizadas por determinado

    mtodo.

    Seguindo o conselho de Roesch (2005), o melhor mtodo utilizado neste

    projeto, partiu-se dos objetivos do trabalho, onde se pode definir o tipo de projeto

    mais adequado.

    Dessa forma, a seguir sero apresentados os tpicos: mtodos da pesquisa,

    a tipologia do trabalho de estgio utilizado, bem como sua estratgia de pesquisa,

    forma de coleta de dados e as tcnicas de anlises dos mesmos.

    1.3.1 Caracterizao do trabalho de estgio

    Em linhas gerais, a tipologia do trabalho de estgio apropriado foi

    pesquisa-diagnstico, como leciona Roesch (2005) fundamenta-se em levantar

    situaes e definir problemas, at mesmo oportunidades e explorar o ambiente

    organizacional, onde normalmente espera-se que sejam apresentadas solues

    empresa para resolver os problemas levantados. Como exemplos a realizao de

    diagnsticos para racionalizao de processos (atividades, rotinas, layout, etc), ou

    anlises para implantao de programas de qualidade, como o caso deste

    trabalho, anlise da possibilidade da implantao de um sistema de GC efetivo.

    Consequentemente o delineamento adotado, para o primeiro nvel, foi uma

    pesquisa exploratria, por conseguinte e predominantemente a pesquisa descritiva e

    utilizado o mtodo quantitativo. Segundo Gil (2002) estas pesquisas, so

    habitualmente realizadas juntas.

    Em comentrio a questo acima, o autor Gil (2002, p. 43) aponta que

    muitas vezes as pesquisas exploratrias constituem a primeira etapa de uma

    investigao mais ampla, onde temas so esclarecidos por meio da reviso terica.

    Em outras palavras, Richardson (2007, p. 66) salienta que quando no se tem

    informaes sobre determinado tema e se deseja conhecer o fenmeno. Aqui o

    acadmico procurou conhecer o tema desta pesquisa.

    Feito isto, no segundo nvel, caracterizada pela pesquisa descritiva de

    acordo com os objetivos propostos, segundo Gil (2002), visa estudar, as opinies,

  • 19

    atitudes, crenas e caractersticas de uma populao, descobrindo a existncia de

    associaes entre as variveis ou fatores em estudo. Em outras palavras

    Richardson (1999, p. 66) quando se deseja descrever as caractersticas de um

    fenmeno.

    Por estas razes, foi indicado nesta segunda fase, o mtodo quantitativo,

    que serviu para analisar os dados coletados diante das respostas dos colaboradores

    participantes da pesquisa. Este enfoque quantitativo mede relaes entre variveis,

    faz associaes de causa e efeito atravs de mtodos objetivos, sendo a melhor

    estratgia de controlar o delineamento da pesquisa, garantindo uma boa

    interpretao dos resultados. (ROESCH, 2005).

    Devido ao delineamento adotado, a pesquisa descritiva, foi definida a

    estratgia de levantamento de dados ou survey. Segundo Roesch (2005) uma

    estratgia utilizada em pesquisas descritivas, no intuito de levantar informaes

    quantitativas sobre uma populao, e apropriada para pesquisas-diagnstico.

    1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa

    A pesquisa foi realizada na unidade do Centro de Servios Compartilhados

    (CSC) da antiga empresa Perdigo S.A, agora com nova razo social BRF Brasil

    Foods S.A, deste setembro de 2009. O CSC um projeto executado com sucesso

    para centralizar as atividades burocrticas da empresa, na qual composta pelas

    reas: Financeira, Controladoria, Recursos Humanos, Sistemas, Relacionamentos

    com Clientes.

    Dentro deste contexto, a pesquisa teve a participao dos colaboradores

    somente da rea de Finanas, nos quais esto relacionados na Tabela 1, a seguir.

    Conforme Turban (2003) o departamento financeiro responsvel por justificar

    grandes investimentos, contribui como uma base de conhecimento organizacional e

    para os sistemas empresariais.

  • 20

    Tabela 1 - Colaboradores participantes da pesquisa da rea de finanas

    ATIVIDADES DE FINANAS

    CARGO DE OCUPAO Contas a Pagar

    Entrada Faturas

    Contas a Receber

    Operaes Financeiras

    TOTAL GERAL

    Auxiliar Administrativo 08 36 17 05 67 Tcnico Administrativo 06 07 17 07 37 Analista Financeiro 03 01 08 02 14 Coordenador Administrativo 01 00 01 01 03 Aprendiz/Estagirios 01 00 02 00 02 TOTAL FUNCIONRIO 19 44 45 15 123 Fonte: Adaptado pela acadmica com dados secundrios internos da empresa.

    A Tabela 1 representa o total de 123 funcionrios na rea financeira,

    contemplando a populao-alvo, que na viso de Roesch (2005, p. 138) um grupo

    de pessoas ou empresas que interessa entrevistar para o propsito especifico de um

    estudo. Neste mesmo sentido, completa Malhotra (2006, p. 320) que a populao

    de todos os elementos que compartilham algum conjunto comum de caractersticas

    e que compreende o universo para o problema de pesquisa.

    Como critrio, outros reas como o de RH e de Sistemas internos,

    participariam da pesquisa caso constatado a necessidade de incrementar alguma

    questo que pudesse afetar no resultado. No desenvolver do projeto no houve tal

    necessidade. Sendo suficiente a participao dos funcionrios do setor financeiro,

    ao responder questionrios voltados para o problema de estudo.

    Em virtude de o trabalho ser quantitativo, e de uma populao total acima de

    100 funcionrios, o calculo amostral utilizado foi o censo, com base na afirmao de

    Diehl e Tatim (2004, p. 60) conhecimento direto da realidade, economia, rapidez e

    possibilidade de quantificao., indicado em estudo descritivo.

    Logo, os procedimentos e instrumentos de coleta de dados esto definidos a

    seguir.

    1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

    Para a realizao desta pesquisa, ouve a necessidade de coleta de dados

    primrios e secundrios. Segundo Richardson (1999) a fonte secundria no tem

    relao direta com os fatos, a no ser atravs de elementos de intermediaes como

  • 21

    documentos escritos por terceiros. J os dados primrios para Diehl e Tatim (2004)

    so aqueles que o prprio pesquisador registra, depois de obter diretamente estes

    dados atravs de pessoas, documentos ou observaes. Assim, Mattar (2005)

    completa que so aqueles nunca coletados antes e ainda esto em posse dos

    pesquisados.

    Desta forma, os instrumentos utilizados para a coleta de dados primrios, foi

    o questionrio, e o outro instrumento, porm para coleta de dados secundrios, foi

    anlise documental.

    Referente ao questionrio, Roesch (2005, p. 142), cita que o instrumento

    mais utilizado em pesquisas quantitativas, principalmente em pesquisas de grande

    escala, como as que propem levantar a opinio poltica da populao [...]. (Gil,

    2002) enfatiza que, os questionrios possuem objetivos de apurar informaes

    sobre, sentimentos, percepes, expectativas, at mesmo situaes vivenciadas,

    indo de encontro exatamente com os objetivos especficos desta pesquisa.

    Assim, o questionrio foi composto por perguntas fechadas, ou seja,

    questes de afirmaes fixadas, ficando a critrio de o respondente afirmar

    conforme sua percepo, como salienta Richardson (199) assim facilita a

    codificao dos dados. Tambm, as perguntas foram definidas pela escala de Likert,

    onde se pde relacionar uma varivel dependente com uma varivel independente,

    cita Roesch (2005), tambm foi posto outras perguntas de mltiplas escolhas.

    Diretamente os questionrios foram entregues aos respondentes e coletados

    durante a primeira semana do ms de outubro de 2009.

    O levantamento por anlise documental teve a finalidade de coletar dados

    em documentos, papel ou mdia eletrnica, informao nos arquivos de dentro da

    empresa ou fora dela como: documentos fiscais, manuais, normas, procedimentos,

    formulrios, site, e-mail entre outros, com o intuito de obter auxilio na

    contextualizao dos resultados pertinentes ao tema do trabalho Roesch (2007).

    Estes dados foram coletados durante o estgio nos perodos de maro a setembro

    do ano de 2009.

    A anlise documental consiste em uma serie de operaes que visam estudar e analisar um ou vrios documentos para descobrir as circunstncias sociais e econmicas com as quais podem estar relacionadas. O mtodo mais conhecido de anlise documental o mtodo histrico que consiste em estudar os documentos visando investigar os fatos sociais e suas relaes com o tempo scio-cultural-cronolgico. (RICHARDSON, 1999, p. 230).

  • 22

    Posteriormente estes instrumentos foram tratados e analisados como segue

    adiante.

    1.3.4 Tratamentos e anlise dos dados

    Neste item, o acadmico esclarecer como foi elaborado o tratamento e

    anlise dos dados coletados no desenvolvimento deste projeto.

    Segundo Alves (2003, p. 65) a anlise de dados compreende no trabalho as

    informaes colhidas durante a pesquisa no qual o pesquisador usa a classificao,

    organizao e interpretao dos dados para gerar informaes. Completa

    Richardson (1999), que a anlise dos dados deve ser eficaz, rigorosa e precisa,

    aprofundando-se em suas caractersticas, baseando-se nas teorias relevantes que

    serviro de marco para as futuras anlises do pesquisador. Em termos gerais esta

    anlise nada mais do que a aplicao dos mtodos cientficos, que neste estudo

    o mtodo quantitativo.

    O mtodo quantitativo enfatiza a utilizao de dados padronizados que

    permitem ao pesquisador elaborar sumrios, comparaes e generalizaes; por

    isso mesmo, a anlise de dados baseada no uso de estatstica alega Roesch

    (2005, p. 123), seguindo os conceitos da autora foi realizado a anlise estatstica.

    Desta forma, aps a coleta dos dados primrios, por meio do questionrio

    fechado (Apndice A), em sua anlise foram tabulados e computacionados em

    programas do Microsoft Office (Excel, Word, PowerPont). Feito isto, como

    tratamento foi realizado a limpeza dos dados, identificando nas respostas valores

    vlidos e nulos em cada questionrio, ou seja, aquelas perguntas deixadas em

    branco e/ou preenchidas inadequadamente. Em seguida, estes dados limpos, alguns

    deles receberam codificaes, segue Anexo A, para Diehl e Tatim (2004, p, 84), no

    caso de mtodo quantitativo, consiste na atribuio de smbolos (letras ou nmeros)

    no intudo de quantificar dados para tratamento estatstico, que pde ser analisados

    atravs de software especficos como o SPSS (Statistical Package for the Social

    Sciences).

    Pelo programa SPSS, elaborou-se a anlise da consistncia interna indicado

    pelo teste de Alpha de Crombach, foi testada a confiabilidade das escalas, depois

  • 23

    realizado anlise fatorial e em seguida testado excluso de itens com baixo valor

    para saber que fatores se agruparam, como exposto no Anexo C, e por fim avaliado

    pela correlao de Pearson os fatores estratgicos de gesto do conhecimento,

    Anexo D.

    Para fins de clculos foi apurado: percentual, mdias, desvio-padro

    (medida de disperso), moda, Alpha de Crombach, correlao e comparao de

    freqncia, junto a outras anlises. Esta apresentao dos dados calculados se d

    atravs de textos explicativos, quadros, figuras, grficos e tabelas, a fim de facilitar a

    compreenso dos resultados obtidos respectivamente aos objetivos especficos

    deste trabalho.

    J para as anlises de dados coletados por meio do levantamento de anlise

    documental, receberam tratamentos diversos e foram reorganizados de acordo com

    os objetivos do trabalho, a fim de serem claramente apresentados, no

    desenvolvimento da pesquisa.

  • 24

    2. REVISO BIBLIOGRFICA

    Este captulo apresenta a reviso da literatura pertinente ao tema - GC. O

    aprofundamento terico tem o propsito de esclarecer e justificar o problema em

    estudo, assim como salienta Roesch (2005),

    A reviso da literatura permite entre outros propsitos levantar solues alternativas para tratar de uma problemtica. Por exemplo, levantar dados e informaes contextuais para dimensionar e qualificar a problemtica em estudo; levantar mtodos e instrumentos alternativos de anlise e assegurar ao seu autor que o trabalho tem alguma originalidade [...].

    Neste aspecto, as seguintes sees visam estabelecer um entendimento e

    relaes dos conceitos sobre conhecimento e a Gesto do Conhecimento GC,

    para a administrao, nas prticas e processos das organizaes modernas, bem

    como a imprescindvel participao da tecnologia da informao e os sistemas de

    informao, para o desenvolvimento contnuo de qualquer empresa.

    2.1 Administrao do Conhecimento

    De forma geral, a administrao, embora no como atividade estruturada,

    sempre existiu. Somente a partir do sculo XIX comeou a se desenvolver como

    cincia, com intuito de estudar as atividades das organizaes ps-industriais,

    ressalta (BARROS NETO, 2001).

    Drucker (2001, p. 99) afirma que a administrao o rgo especfico de

    toda e qualquer organizao.

    O ato de administrar trabalhar com e por meio de pessoas para realizar os

    objetivos tanto da organizao quanto de seus membros (LACOMBE, 2006, p. 49).

    Este ato gera conhecimento que pode ser reutilizado como informao em diversas

    reas e entre os colaboradores da organizao. Em comentrio a esta questo, cita

    Drucker (2001, p. 9), que transformar a informao em conhecimento e este em

    ao efetiva a funo especfica do administrador e da administrao.

    Assim, para que as organizaes se adaptem e acompanhem mudanas

    que ocorrem em seu ambiente, faz-se necessrio que os seus administradores

  • 25

    estejam sempre frente de novas tendncias: era do conhecimento, inteligncia

    artificial, infinitizao da informao, capital intelectual, dimenso digital, entre

    outros, salienta Barros Neto, (2001). Ento, preciso trabalhar com a administrao

    do conhecimento.

    A administrao do conhecimento nos dias atuais esta sendo conhecida

    como uma atividade-chave para os gerentes, e certos tipos de conhecimentos so

    capazes de atribuir vantagem competitiva sustentvel para uma organizao em

    meio a uma nova economia, sustenta (LUCAS, 2004). Confirmando com os dizeres

    de Drucker (2001, p. 9) [...] mas uma coisa certa: essa economia (e sua

    sociedade) ser organizada na e pela Administrao, pois o seu principal recurso

    ser e na realidade j o conhecimento.

    Completa Lacombe (2006, p. 7) com nfase na administrao o

    conhecimento muito importante para sabermos o que devemos fazer e para

    fazermos a coisa certa [...], ressalta ainda que espera-se que o administrador tenha

    principal qualidade iniciativa para conseguir solues para as dificuldades

    encontradas e para coloc-las em ao.

    Desta forma, a administrao por ser um campo muito vasto, requer

    conhecimento humano, diversificao, o ambiente em constante mudana, a cincia

    e a tecnologia evoluindo, processos produtivos alterados, e tudo isso requer

    constante atualizao dos conhecimentos. quanto mais se sabe, mais rapidamente

    se aprendem coisas novas (LACOMBE, 2006, p. 8).

    Neste contexto, com o advento da nova era do conhecimento e da

    informao, as empresas buscam por meios de terceiros a capacidade de obter

    resultados, visto que o conhecimento esta na mente das pessoas. Logo, estas

    empresas precisam de capacidades administrativas para saber transformar

    conhecimento em resultados, requerendo assim grandes habilidades.

    Estas habilidades so definidas por Daft (2005) em trs categorias:

    conceituais humanas e tcnicas:

    - A habilidade tcnica

    Na concepo de Daft (2005, p. 10) as habilidades tcnicas compreendem

    o entendimento e a proficincia no desempenho de tarefas especificas.

    Para Lacombe (2006, p 10) a habilidade tcnica a comparao e domnio

    de determinado tipo de atividade, onde envolve o conhecimento especializado,

  • 26

    habilidade analtica dentro da especialidade e facilidade no uso das tcnicas e do

    instrumental da disciplina especifica. Ela pode ser adquirida pela experincia,

    educao e treinamento profissional.

    - A habilidade humana

    Segundo Daft (2005, p. 10) as habilidades humanas compreendem a

    habilidade de trabalhar com outras pessoas e de trabalhar eficazmente como

    membros de um grupo.

    Na viso de Megginson (1998, p. 28) a capacidade para compreender

    outras pessoas e para com elas interagir eficazmente.

    - A habilidade conceitual (viso sistmica)

    Define o mesmo autor Daft (2005, p. 9) que a habilidade conceitual a

    habilidade cognitiva de ver a organizao como um todo e o relacionamento entre

    suas partes.

    Para Megginson (1998, p. 26) so as habilidades mentais necessrias para

    se obter, analisar e interpretar informaes de vrias fontes e a partir da tomar

    decises complexas.

    Nesta concepo, evidentemente estas habilidades visam amplitude do

    desempenho organizacional, baseando-se nos administradores do conhecimento.

    Conforme os dizeres de Drucker (2001) os administradores fazem uso de

    todo os conhecimentos e percepes das cincias humanas e sociais da

    psicologia e filosofia, da economia e histria, das cincias fsicas e da tica. Porm

    devem enfocar os conhecimentos para a eficincia e nos resultados, citando um

    exemplo, o projeto e a venda de um programa aplicativo de fcil utilizao.

    Deste modo, Drucker (2001), enfatiza que a administrao aquilo que

    costumadamente se chama de arte liberal arte define se que a prtica e

    aplicao; liberal visto que se trata do autoconhecimento, sabedoria, liderana e

    dos fundamentos do conhecimento.

  • 27

    2.2 Fundamentos Tericos do Conhecimento

    O conhecimento por sua vasta amplitude defin-lo e estud-lo se torna uma

    tarefa nada fcil, pois depende de cada ponto de vista, justificam vrios autores.

    A princpio, evidente que a contribuio do conhecimento para a cincia da

    administrao, se divide em dois momentos histricos. No primeiro momento, os

    princpios do conhecimento so explicados por renomados filsofos desde o Perodo

    Clssico at o Moderno, que buscavam explicar e conhecer a existncia do homem

    no universo, e que foi imprescindvel para sua sobrevivncia. No outro momento, o

    conhecimento adquiriu um aspecto econmico com a Ps-Modernidade, onde as

    organizaes passaram a gerir o conhecimento de seus colaboradores na tentativa

    de sobreviver em um mercado muito competitivo e na constante mudana

    econmica do mercado, cita (SILVEIRA SILVA, 2009, p. 41).

    Para Sabbag (2007) atribuir importncia ao conhecimento no uma

    novidade, pois h sculos este assunto de interesse. Porm, a novidade a

    preocupao das organizaes com o conhecimento, no qual se tornou um tema

    central para o desempenho organizacional.

    Entende-se deste modo, que as organizaes para obter resultados

    eficientes com o gerenciamento e aplicao do conhecimento, devem em primeiro

    plano conhecer a teoria do conhecimento.

    2.3 Teoria do Conhecimento: Princpios, Tipos e Nveis

    Diante do contexto histrico, sabido que o homem um ser curioso que

    tem sede de conhecimento. Cervo (2002) enfatiza que desde o incio da

    humanidade o homem quis conhecer, fugir do desconhecido, saber o que so as

    coisas, saber quem ele prprio , o motivo de sua existncia sobre o mundo, para

    CONGRESSO CRIACIONISTA DE SERGIPE DA AUASA. I., Aracaju, 2003, Eventos... Aracaju: AUASA, 2003.

  • 28

    assegurar sua sobrevivncia e poder se mover pelo mundo com segurana e saber

    o que pode esperar diante de um fato.

    O termo conhecimento ento passou a ser discutido por vrios filsofos

    renomados, como Plato, Aristteles, Galileu, Ren Descartes, Locke, Newton, entre

    outros, desde o Perodo Clssico at o Moderno, a fim de conhecer a sua existncia.

    Estudos evidenciam que vrios filsofos abordavam diferentes teorias sobre

    o conhecimento, outros davam prosseguimento nessas teorias. Conforme enfatiza

    Chua (2003), Plato e Descartes afastam a experincia sensvel ou o conhecimento

    sensvel do conhecimento verdadeiro, que puramente intelectual. J Aristteles e

    Locke julgavam que o conhecimento se realiza por graus contnuos, partindo da

    sensao at chegar s idias. Esse impasse s foi possvel ser diferenciado com

    uma nica teoria do conhecimento.

    Ento, Locke deu inicio a chamada teoria do conhecimento, onde se props

    a analisar cada uma das formas de conhecimento que o homem possua a origem

    de nossas idias e nossos discursos, a finalidade das teorias e as capacidades do

    sujeito cognoscente relacionadas com os objetos que ele pode conhecer. (CHAU,

    2003).

    Assim, prossegue Chau (2003) que na percepo da epistemologia, a qual

    a cincia que estuda os fundamentos filosficos do conhecimento, cita Alvarenga

    Neto (2008, p. 104), se estabelece duas grandes abordagens, o racionalismo e

    empirismo, grifo do autor.

    - Racionalismo: defendida por Plato a fonte do conhecimento verdadeiro a razo

    operando por si mesma, sem o auxlio da experincia sensvel e controlando a

    prpria experincia sensvel, o conhecimento adquirido por meio do raciocnio, por

    conta do processo de deduo. O conhecimento sensvel (crena e opinio) alcana

    a mera aparncia das coisas, o conhecimento intelectual (raciocnio e intuio)

    alcana a essncia das coisas, as idias, definindo assim, que o conhecimento a

    crena verdadeira justificada.

    - Empirismo: defendida por Aristteles a fonte de todo e qualquer conhecimento a

    experincia sensvel, responsvel pelas idias da razo e controlando o trabalho da

    prpria razo a partir de experincias sensoriais sendo desenvolvido o

  • 29

    conhecimento, pela induo, nosso conhecimento vai sendo formado e enriquecido

    por acumulao das informaes trazidas por todos os graus, devido as sete formas

    de conhecimento ou graus de conhecimento que o homem tem: sensao,

    percepo, imaginao, memria, raciocnio e intuio.

    Entre Plato e Aristteles, novas discusses surgiam com o passar dos

    tempos, novas ideias apareciam, novos pensamentos e novas contradies sobre o

    que conhecer e por sorte no vo cessar, cita, Nonaka e Takeuchi (1997, p. 24),

    a definio de conhecimento est longe de ser perfeita em termos lgicos. [...] nossa crena na verdade de uma coisa no constitui nosso verdadeiro conhecimento dessa coisa, por isso existe uma chance, por menor que seja, de que nossa crena esteja errada.

    Em comentrio a questo acima, o autor Cervo (2002, p. 7) define o que

    conhecer, uma relao que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto

    conhecido. No processo de conhecimento o sujeito cognoscente se apropria, de

    certo modo, do objeto conhecido.

    Assim, Cervo (2002), destaca que a apropriao se da de duas maneiras, a

    fsica, sensvel, representada por uma onda luminosa, de um som, de imagens,

    entre outros, tem-se um conhecimento sensvel, que acontece por meio dos cinco

    sentidos externos do homem (viso, audio, tato, paladar, olfato) e dos sentidos

    internos (memria e fantasia: imaginao). A outra a apropriao no sensvel,

    formaes de ideias, representada pela realidade, tais como conceitos, verdades,

    princpios e leis, tm-se o conhecimento intelectual, verificar Figura 1, a seguir.

    Conforme exposto anteriormente, verifica-se, que o conhecimento

    envolvido por trs elementos. O sujeito, aquele que tem a capacidade de conhecer;

    o objeto, aquilo que ser conhecido e a imagem, que representa o ponto de

    conscincia entre o objeto e o sujeito.

    Apenas, convm acrescentar, que o objeto conhecido, muitas vezes pode

    fazer parte do sujeito que conhece, ou seja, pode-se conhecer a si mesmo, pode-se

    conhecer e pensar os seus pensamentos. Mas nem todo o conhecimento

    pensamento. O pensamento a atividade intelectual (CERVO, 2002, p.7).

  • 30

    Figura 1: Tipos e nveis de conhecimento

    Ento, o conhecimento comea a ser interpretado pela crena que o homem

    acredita ser real e verdadeiro. Ou seja, pelo conhecimento o homem toma posse de

    diversas reas da realidade. Cervo (2002) ento traduz que existem quatro espcies

    de consideraes sobre a mesma realidade, e o homem nelas se movimenta para

    buscar e justificar respostas que precisa, tem-se ento, os tipos e os quatro nveis

    diferentes de conhecimento.

    - O conhecimento emprico: tambm chamado de vulgar ou de senso comum, o

    conhecimento do povo, obtido ao acaso, aps ensaios e tentativas que resultam em

    erros e em acertos. Pelo conhecimento emprico, a pessoa conhece o fato e sua

    ordem aparente, tem explicaes concernentes razo de ser das coisas e das

    pessoas. Tudo isso obtido das experincias feitas ao acaso, pode ser sorvido do

    saber dos outros e das tradies da coletividade, transmitidos de uma pessoa

    outra, ou de uma gerao outra. grifo nosso.

    - O conhecimento cientfico: vai alm do emprico, procura conhecer, alm do

    fenmeno, suas causas e leis. Durante a Antigidade e a Idade Mdia desenvolveu-

    se um saber racional, distinto do mito e do saber comum: e era chamado de filosofia.

    Mas, a partir de Galileu (1564-1642), nasce a cincia moderna, pois determinado o

    objeto e o mtodo desta cincia. A cincia tem como objeto a descoberta das leis

    que presidem os fenmenos sensveis; e, como mtodo, serve-se da observao

  • 31

    sistemtica e, quando possvel, da experimentao. Assim a cincia parte do

    individuo concreto, procura o que nele h de comum com os demais da mesma

    espcie. Dessa maneira, a cincia se separa da filosofia. Atualmente a cincia

    entendida como uma busca constante de explicaes e de solues, de reviso e de

    reavaliao de seus resultados. Assim, sua busca se torna cada vez mais rigorosa,

    que transmita mais segurana do que as outras formas de saber no-cientficas.

    Desta forma, a cincia um processo em construo do conhecimento, metdico e

    sistemtico. grifo nosso.

    - O conhecimento filosfico: O conhecimento filosfico distingue-se do

    conhecimento cientfico pelo objeto de investigao e pelo mtodo. O objeto da

    filosofia constitudo de realidades mediatas, imperceptveis aos sentidos e que, por

    serem de ordens supra-sensveis, ultrapassam a experincia e, seu mtodo o

    raciocnio. Filosofar interrogar. A interrogao parte da curiosidade, que inata do

    homem e constantemente renovada conforme muda o contexto histrico da

    humanidade, ou seja, sua atualidade. A filosofia procura compreender a realidade

    em seu contexto mais universal. No h solues definitivas para os

    questionamentos. Porm, habilita o ser humano a fazer uso de suas faculdades para

    ver melhor o sentido da vida concreta. . grifo nosso.

    - O conhecimento teolgico: Diante do mistrio, duas atitudes podem ser tomadas.

    A primeira mediante a reflexo e o auxilio de instrumentos que seja cientfico ou

    filosfico. A segunda atitude aceitar explicaes de algum que j tenha

    desvendado o mistrio, acarretando uma atitude de f diante do conhecimento

    revelado. Entende-se por mistrio tudo o que oculto enquanto provoca a

    curiosidade e leva busca. Assim, pode-se dizer que o conhecimento teolgico a

    aceitao da revelao divina a respeito de verdades sobrenaturais que ultrapassam

    os limites da capacidade finita da inteligncia humana, acreditar em Deus. . grifo

    nosso.

    Em uma concepo geral sobre o conhecimento, que ele se define a partir

    do homem e sua existncia.

    O Homem um ser jogado no mundo condenado a viver a sua existncia. Por ser ele existencial, tem que interpretar a si e ao mundo em que vive, atribuindo-lhe significaes. Cria intelectualmente representaes significativas da realidade. A essas representaes significativas chamamos de conhecimento. (KOCHE, 2003, p. 13).

  • 32

    Assim, a questo do conhecimento foi considerada pr-requisito para a

    Filosofia e as cincias, que hoje compreendem tambm como base para a

    Administrao, enfatiza (CHAU, 2003).

    Neste breve contexto citado, a inteno de destacar que o homem

    compreendido como um ser dinmico, pois esta em constante mudana e

    aperfeioamento. Pois, em cada poca elabora suas teorias, segundo o nvel de

    evoluo em que se encontra, substituindo as antigas, que passam a ser

    consideradas como superadas e anacrnicas. (CERVO, 2002, p. 5).

    Desta forma cabe analisar a evoluo histrica do conhecimento na espcie

    humana como sua arma central de mudana, ainda que sempre monitorada,

    sobretudo pelo poder, e no pelo bem comum. O poder certamente detido pelos

    homens que se viam como superiores a outras pessoas. Assim, as sociedades que

    melhor o manejam o conhecimento, mais evoluram, ou pelo menos mais se

    civilizaram, no sentido raso da proliferao das tecnologias. (DEMO, 2002, p. 127).

    Nesta mesma concepo Terra (2000, p. XI) afirma que o conhecimento

    constitui o eixo estruturado do desempenho de sociedade, regies e organizaes.

    Assim o conhecimento passa a receber novas fundamentaes, ou seja,

    volta-se como papel vital nas organizaes.

    2.4 Princpio do Conhecimento nas Organizaes

    O conhecimento, em sua vasta amplitude, ganha contornos cada vez

    maiores com a Ps-Modernidade. Pode-se considerar a passagem da Revoluo

    Industrial para a Ps-Revoluo Industrial, que deu inicio a chamada era da

    informao. Em seguida, houve a necessidade constante pela busca do

    conhecimento, ditando-se tambm a era do conhecimento, salienta (SILVEIRA

    SILVA, 2009).

    A partir de ento o conhecimento e a informao passaram a ser

    trabalhados juntos, e tratados como aliados. Alguns autores preferem tratar estas

  • 33

    duas palavras como sinnimas, como prefere Figueiredo (2005), j para outros

    autores da rea de TI procuram diferenci-las, como veremos nesta seo.

    Partindo do significado da palavra conhecimento conforme o dicionrio

    Aurlio sm. 1. Ato ou efeito de conhecer. 2. Informao ou noo adquiridas pelo

    estudo ou pela experincia. 3. conscincia de si mesmo. [...]. (FERREIRA, 2001, p.

    176).

    Desta forma, acrescenta Davenport e Prusak (1998, p. 6) que o,

    conhecimento uma fluida de experincia condensada, valores, informao contextual e insight experimental, a qual proporciona uma estrutura para a avaliao e incorporao de novas experincias e informao. Ele tem origem e aplicado na mente dos conhecedores. [...]

    Em outros termos, define-se que o conhecimento de algo significa possuir

    informao sobre ele, porm conhecimento mais do que informao. Uma boa

    definio afirma que o conhecimento informao mais saber como fazer (Kogut;

    Zander, 1992, apud Lucas, 2006, p. 274). Ainda o mesmo autor, destaca que saber

    como fazer (know-how) a capacidade de aplicar e usar informaes, e acumular

    mais informaes e formas de us-las baseadas em experincia. Como os

    indivduos detm o poder do conhecimento, as organizaes tambm, porm o

    conhecimento organizacional o acmulo do conhecimento dos seus membros, ou

    seja, os indivduos ligados a empresa.

    Assim o conhecimento nas pessoas e nas organizaes classificado por

    duas formas: tcito e explcito.

    Conhecimento tcito (subjetivo): est totalmente ligado ao ser humano, especfico ao contexto social e individual, sendo de difcil formalizao e transmisso. No propriedade de uma organizao ou de uma coletividade. Conhecimento explcito (objetivo): se refere ao conhecimento que pode ser transmitido em linguagem formal e sistemtica. Envolve o conhecimento dos fatos; obtido principalmente atravs da informao; quase sempre pode ser adquirido pela educao formal; e est documentado em livros, manuais, bases de dados, pginas na internet, entre outras formas. (DAVENPORT; PRUSAK, 2001, p. 6).

    Para melhor esclarecer o conhecimento tcito e explcito Nonaka e Takeuchi

    (1997) definem e apontam suas diferenas, conforme Quadro 01.

  • 34

    Conhecimento Tcito Conhecimento Explcito (Subjetivo) (Objetivo) Conhecimento da experincia Conhecimento da racionalidade (Corpo) (Mente) Conhecimento Simultneo Conhecimento seqencial (Aqui e agora) (L e ento) Conhecimento anlogo Conhecimento digital (Prtica) (Teoria) Quadro 01: Tipologia do conhecimento Fonte: NONAKA; TAKEUCHI (1997, p. 67)

    Pde-se definir ento, que o conhecimento adquirido pela absoro de

    informao que foram geradas a partir de dados. Neste sentido, faz-se necessrio

    estabelecer a diferena entre dado, informao e conhecimento.

    2.5 Dados, Informao e Conhecimento

    Faz-se necessrios que as organizaes saibam diferenciar o significado de

    cada palavra (dados, informao e conhecimento) para poder geri-las eficientemente

    dentro da empresa.

    2.5.1 Dados

    Geralmente a palavra dado confundida com informao, porm os dados

    podem ser tratados, visualizados de forma independente, sendo retirados de algum

    contexto. Assim, os dados so compreendidos como matria-prima das informaes,

    aos quais foram agregados valores e utilidades para um fim especfico. (BEUREN,

    2000).

    Para Turban (2003, p 364), dados so fatos brutos, no organizados para

    transmitir um significado especifico. Nesta mesma ordem, explicam Davenport e

    Prusak (1998, p. 2), ressaltando que dados so conjuntos de fatos distintos

  • 35

    relacionados a eventos. Na medida em que os dados elevam seu potencial podem

    gerar informaes que iro dar origens ao conhecimento.

    2.5.2 Informao

    Na viso de Beuren (2000, p. 44) as informaes originam-se da coleta de

    dados que so organizados e recebem significados dependendo do contexto..

    Na definio de Machlup (1983 apud Alvarenga Neto 2008, p. 105) a

    informao um meio material necessrio para a consequnte extrao e

    construo do conhecimento, afetando o conhecimento ao acrescentar-lhe algo novo

    ou ao reestrutur-lo. Ento a informao capaz de gerar conhecimento.

    Complementa Vaitsman (2001, p. 17) que as informaes, como

    conhecimento necessrio ao homem e sua sobrevivncia, so to antigas quanto

    ele prprio. A ocorrncia de equvocos e erros so cometidos devido ausncia de

    informaes. Esta ausncia acarreta insegurana em aes executadas pelo

    homem, pois a informao est ligada ao passado.

    Para o homem receber a informao Davenport e Prusak (1998, p, 4)

    mencionam que ns a descrevemos como uma mensagem, geralmente na forma de

    um documento ou uma comunicao audvel ou visvel. Como acontece com

    qualquer mensagem, ela tem um emitente e um receptor.

    2.5.3 Conhecimento

    A partir dos dados e informao, tem-se o conhecimento, onde Sveiby

    (1998, apud Alvarenga Neto 2008, p. 19) enfatiza que o conhecimento a

    informao mais valiosa, visto que exige anlise, sntese, reflexo e

    contextualizao. Ainda o mesmo autor, baseia-se em Polanyi (1967) que define o

    conhecimento como a capacidade de agir, e conclui imediatamente que o

  • 36

    conhecimento algo extremamente valioso, visto que est prximo da ao ou leva

    a ela.

    Conforme a mesma interpretao de Turban (2003, 364) que o

    conhecimento so informaes organizadas e processadas para comunicar a

    experincia aplicada a um problema.

    Diante deste contexto, entende-se que o conhecimento s pode ser

    empregado nos seres humanos e/ou entre eles. Porm, para se gerar conhecimento

    imprescindvel a presena de dados que so organizados e geram informao.

    Depois que conhecimento e a informao passam a ser vistos como cruciais

    no desenvolvimento do homem, mais tarde, ento surgem vrios estudos voltados

    para a concepo das organizaes, sobre conhecimento. Na qual, passa a

    perceber que o conhecimento das pessoas a fonte mais valiosa para quem bisca

    obter lucro, vantagens competitivas do que apenas seus bens materiais. Isto vai de

    encontro com o pensamento de Davenport e Marchand (2004, p. 190), que

    enfatizam que o

    conhecimento a informao dentro das mentas das pessoas; sem uma pessoa consciente e perspicaz, no h conhecimento. Ele muito valioso, porque os seres humanos criam novas idias, percepes, e as aplicam diretamente ao uso da informao e tomada de decises.

    Nesta mesma viso, De Sordi (2008, p. 12) afirma que o ato de aquisio

    do conhecimento denominado cognio. Este ato pode ser resultante psicolgica

    de cada indivduo, de acordo com sua percepo das informaes, de fatos, de suas

    aprendizagens anteriores (bagagem intelectual) e do seu raciocnio. Ainda o

    mesmo autor destaca pertinentemente que para se ter cognio, fundamental que

    na mente do individuo reflexo, s assim gera novos conhecimentos.

    Cumpre verificar os esclarecimentos De Sordi (2008, p. 12) que o

    conhecimento o novo saber, resultante de analise e reflexes de informaes

    segundo valores e modelo mental daquele que o desenvolve, proporcionando a este

    melhor capacidade adaptativa s circunstncias do mundo real. Para maior

    interpretao observa-se o diagrama descrito por Boisot e Canais (2004 apud De

    Sordi 2008, p. 13) indicado na Figura 02.

  • 37

    Figura 02 - Conhecimento segundo o agente gerador e beneficirio.

    Fonte: Boisot e Canais (2004 apud De Sordi 2008, p. 13)

    Explica o autor que, o termo novo destacado pelo mesmo autor acima,

    entendido como a individualidade de cada mente humana, ou seja, do modelo

    mental que est analisando estas informaes. Assim, se diferencia pelas

    experincias anteriores de cada pessoa, ou seja, pelos diferentes raciocnios e

    introspeco de cada um. Entre os diferentes modelos mentais, outros fatores que

    proporcionam conhecimentos diversos, De Sordi (2008) aponta que so a motivao

    e o interesse da pessoa perante cada situao. Grifo do autor.

    No processo acima revisto, importante alinhar que por mais que os dados

    e informao podem ter sua veracidade garantida por causa da qualidade dos

    mtodos e tcnicas utilizadas na coleta de seus dados e na sua consolidao em

    informao. A veracidade do conhecimento no pode ser garantida, pois esta

    associada veracidade ou a qualidade do modelo mental aplicado, pois para De

    Sordi (2008, p. 13) a utilizao de apenas um pressuposto incorreto do modelo

    mental pode gerar um conhecimento infundado.

    Os negcios no funcionam somente com dados, dependem de informao

    e do conhecimento sobre como e onde usar essas informaes. O conhecimento

    no esta disponvel a todo o momento principalmente em um mundo que muda

    rapidamente. Assim, para a construo do conhecimento pode ocorrer por meios de

    um processo que pode no ser simples nem fcil. (TURBAN, 2003).

    Diante deste contexto, no ponto de vista de Have (2003, p. 80) o

    conhecimento o conceito fundamental para o desenvolvimento de uma

    organizao que aprende, ainda mais quando as organizaes tm adquirido grau

    cada vez mais alto de conhecimento, tornando-se assim cada vez mais complexas.

  • 38

    2.6 Conhecimento nas Organizaes Complexas

    Na sociedade em que vivemos atualmente eminentemente organizacional,

    segundo Cury (2005), nas sociedades complexas, o homem, em todas as etapas de

    sua vida, desde o nascimento at a morte, depende das organizaes, controlado

    por estas organizaes e nelas passa a maior parte de seu tempo.

    Consequntemente agrupando grande nmero de aes humanas, a organizao

    torna-se um poderoso instrumento social, combinando pessoas e recursos. [...] A

    organizao um sistema planejado de esforo cooperativo no qual cada

    participante tem um papel definido a desempenhar e deveres e tarefas a executar.

    (CURY, 2005, p.116).

    A complexidade no significa necessariamente o tamanho, uma grande

    empresa pode ser menos complexa que uma pequena empresa. Complexidade est

    ligada aos processos internos da organizao, sua estrutura e forma com que ela

    age.

    Neste mesmo sentido, aborda Fleury e Oliveira Jnior (2002) que no atual

    contexto da economia, as organizaes devem ser capazes de aprender e ao faz-

    lo, desenvolver novos conhecimentos. Onde devem adotar na prtica, para

    aprender a realizar novas tarefas, alm de dar continuidade (ou transformar) s

    antigas, mais rpidas e eficazmente.

    Complementa Drucker (2001, p. 76),

    o conhecimento o principal recurso, pois os recursos tradicionais, como matria-prima, trabalho e capital, podem ser obtidos de forma relativamente fcil, desde que haja conhecimento especializado. Entretanto, o conhecimento especializado sozinho no produz nada: ele precisa ser integrado a uma atividade produtiva pelo qual as organizaes so to importantes hoje em dia.

    S nos ltimos anos, as organizaes passaram a valorizar a experincia e

    o Know-how de seus funcionrios, ou seja, seu conhecimento, pois as mesmas

    perceberam as perdas significativas em dinheiro no afastamento de seus

    funcionrios que levam consigo todo o conhecimento construdo dentro da empresa,

    traduz (DAVENPORT; PRUSAK, 2001).

    A partir de ento, surge o interesse de criar, implantar processos que gerem,

    armazenam, organizem, disseminem e aplique o conhecimento produzido e utilizado

    na empresa de modo sistemtico, explcito, confivel e cessvel a comunidade da

  • 39

    organizao revela MacGee e Prusak (1994 apud Fidelis e Cndido, 2006). Estes

    processos, planejados e desenvolvidos para operar integradamente em sistemas de

    informao, serviro como base para as prticas organizacionais.

    Porm, para se obter resultados positivos com a gesto do conhecimento,

    nas organizaes complexas, preciso primeiramente migrar a administrao para

    uma administrao moderna, capaz de ser flexvel com as mudanas constantes do

    ambiente, pois vivenciamos na era da dimenso digital.

    2.7 Dimenso Digital

    Em termos especficos, a dimenso digital, portanto, refere-se ao

    segmento da administrao moderna que enfoca atender aos desafios da

    administrao por meio da aplicao da Internet e de tecnologias de aprimoramento

    relacionadas. (CERTO, 2005, p. 14, grifo do autor).

    A administrao moderna entende-se como o processo de trabalhar com e

    por meio de pessoas e outros recursos organizacionais para atingir suas metas,

    define Certo (2005). Assim, a administrao moderna deve incluir uma dimenso

    digital pra complementar, apoiar e aprimorar o planejamento, a organizao, a

    influncia e o controle de uma empresa.

    Kwasnicka (1995) com sua previso da administrao do futuro ressalta que

    os avanos tecnolgicos exigem a determinao do efeito fsico e social do

    desenvolvimento, assim como as mudanas administrativas necessrias antes de a

    nova tecnologia ser implantada. Em virtude disso, aps 13 anos, os desafios do

    futuro ainda requerero dos administradores a constante melhora em suas

    habilidades de percepo, anlise e adaptao s barreiras e oportunidades

    produzidas pelas mudanas tecnolgicas.

  • 40

    2.8 Tecnologia da Informao

    Desde os primrdios da Revoluo Industrial na Europa no sculo XVII onde

    a economia industrial se expandia ao mesmo tempo aumentava a complexidade das

    empresas. Em conseqncia surgem os primeiros problemas, o registro e a

    transmisso de quantidade cada vez maiores de informaes, tendo em vista, a

    simplicidade da tecnologia disponvel, as solues tendiam a ser muito trabalhosas

    em todas as reas da empresa, revela (FERAUD, 2004).

    Entre as dcadas de 1930 e 1940, antes da utilizao de computadores, a

    informao que mais importava para as empresas era a que podia ser

    automatizada, a qual geralmente se chamava de dado. Estes dados assumiam

    atalhos quantitativos e altamente estruturado para atributos humanos e fatos, que

    eram contidos apenas em registros e documentos impressos, e no qual no reuniam

    a maior parte das informaes, descreve (DAVENPORT; MARCHAND (2004, p.

    189).

    Dado este momento, a tecnologia da informao s foi possvel devido a

    uma evoluo das tecnologias Ps-Revoluo Industrial do sculo XVII, onde as

    empresas em geral buscaram superar as maneiras de processar as informaes de

    forma organizada e que pudessem ser teis para a tomada de deciso, com maior

    confiabilidade.

    Atualmente, o processo da evoluo tecnolgica impulsionado pela

    necessidade de crescimento, competitividade e evoluo das empresas. (ROSINI,

    2003).

    Na concepo do autor Batista (2006, p. 59) cita que a tecnologia de

    informao todo e qualquer dispositivo que tenha a capacidade para tratar dados

    e/ou informaes, tanto de forma sistmica como espordica, independentemente

    da maneira como aplicada. Em outras palavras.

    a tecnologia de informao conhecida como o conjunto de hardware (equipamentos e acessrios), software (programas, utilitrios ECT) e firmware (circuitos integrados de alguns equipamentos que possuem programas internos para determinadas atividade, como um torno CNC ou mesmo um telefone celular).

  • 41

    Complementa Rosini (2003) a tecnologia encontra-se em toda a parte: nos

    eletrodomsticos em geral, na comunicao (pela internet, via satlite), nos

    aparelhos eletrnicos (fax, vdeos, telefones e microcomputadores), entre outros.

    Nas organizaes o que mais se utiliza so os computadores, sabido que

    um computador um equipamento eletrnico que possui grandes capacidades de

    manipular grandes quantidades de dados com uma velocidade extremante rpida.

    Aborda (BATISTA, 2006, p. 59).

    medida que a tecnologia dos computadores foram aumentando a

    capacidade de processamento combinada com redes e novas ferramentas de

    software, foi possvel as empresas passarem os processamentos de dados para os

    sistemas integrados de informao. Em outros termos o sistema de informao

    normalmente tende a ser computadorizado, saliente (ROSINI, 2003).

    De maneira geral, a tecnologia da informao, tem um papel estratgico,

    ajudar no desenvolvimento do conhecimento coletivo e do aprendizado continuo,

    tornando assim mais fcil para as pessoas na organizao compartilharem

    problemas, solues, perspectivas e ideias. E os sistemas de informao so

    utilizados como suporte gesto do conhecimento, com o objetivo de promover nas

    empresas a produtividade e o aprendizado simultaneamente, (ROSINI, 2003).

    Complementa Turban (2003, p. 390), que a TI da suporte nas atividades de

    KM, ou gesto do conhecimento como: identificao do conhecimento, descoberta e

    anlise do conhecimento, aquisio de dados, criao do conhecimento atravs da

    gerao de ideias, implementao de bases de conhecimento e na distribuio e uso

    do conhecimento.

    Indo de encontro com os termos acima, a empresa desta pesquisa procura

    elevar a qualidade dos seus servios, expondo as diretrizes abaixo.

    - Gerncia de Planejamento e Projetos de TI: atenta a inovaes tecnolgicas que

    agregam valor ao negcio, com base em planejamento estratgico.

    - Coordenao de Outsourcing de TI: tem o objetivo de garantir a qualidade do

    fornecimento de servios terceirizados, estabelecendo relacionamentos e acordos

    de nveis de servios de excelncia.

    - Gerncia de Operaes de TI: foca sua gesto no suporte da operao de

    sistemas e tecnologias de TI, mantendo e melhorando os recursos que esto em

    funcionamento.

  • 42

    Desta forma, a empresa conta com uma infraestrutura atendida pelos

    sistemas de informao.

    2.9 Sistemas de Informao

    Em primeiro plano, oportuno conceituar o que vem a ser um sistema. Na

    viso de Batista (2006) cita uma definio clssica para os sistemas, [...] conjunto

    estruturado ou ordenado de partes ou elementos que se mantm em integrao, ou

    seja, em ao recproca, na busca da consecuo de um ou vrios objetos. Em

    outras palavras, o autor define o sistema como um conjunto de elementos

    interdependentes, ou um todo organizado, ou parte que interagem formando um

    todo unitrio e complexo.

    Complementa Rosini (2003) que h dois tipos de sistemas:

    - O sistema aberto: sofre influencia do meio, e suas aes influenciam o meio.

    - O sistema fechado: no sofre influencia do meio nem o altera com suas aes

    internas.

    Alm do mais, existem os subsistemas, que definido por Batista (2006)

    como um sistema menor possuidor de elementos que fazem parte de um sistema

    maior.

    Em vista disso, todo sistema apresenta as entradas de dados (imput),

    processamento e sada de informaes (output) e feedback, em meio ao ambiente

    organizacional, conforme Figura 03.

    Figura 03: Esquema terico de qualquer sistema

    Fonte: ROSINI, (2003, p. 3)

  • 43

    Desta forma se estabelece por meio da abordagem de Laudon & Laudon

    (1996, apud Rosini, 2003. p. 4), os conceitos relacionados a um sistema de

    informao, representado na Quadro 02 , a seguir.

    CONCEITO DEFINIO BSICA

    DADO

    Elemento que representa eventos ocorridos na empresa ou circunstncias fsicas, antes que tenham sido organizados ou arranjados de maneira que as pessoas possam entender e usar.

    INFORMAO Dado configurado de forma adequada ao entendimento e utilizao pelo ser humano.

    INPUT Ato e efeito de captura ou coleta de dados sejam internos ou externos organizao, para processamento no sistema.

    PROCESSAMENTO

    Converso, manipulao ou tratamento de matria-prima que, entretanto sob uma forma, assume outra diferente pra ser compreensvel pelo ser humano.

    OUTPUT Sada e distribuio da informao processada s pessoas ou rgos ou atividades, onde sero usadas para a tomada de deciso.

    FEEDBACK Sada que retornam para apropriao pelos membros de organizao para auxilio na avaliao ou correo de input.

    Quadro 02 - Conceitos bsicos em sistemas de informao Fonte: Laudon & Laudon (1996, apud Rosini, 2003. p. 4)

    Os sistemas de informao podem ser definidos por Rosine (2003, p. XII)

    como os procedimentos, os mtodos, a organizao, os elementos de software e

    hardware necessrios para inserir e recuperar dados selecionados conforme forem

    sendo exigidos para a operao e a gesto de uma empresa.

    Para Laudon & Laudon (1996, apud Rosini 2003, p XII) os sistemas de

    informao so componentes relacionados entre si atuando conjuntamente para

    coletar, processar e prover informao aos sistemas e/ou processos de deciso,

    coordenando, controlando, analisando e visualizando processos internos s

    organizaes, formando todo o processo de negcio de uma empresa.

    Convm destacar que, em 1990, um dos tpicos mais comentados entre os

    administradores era o reprojeto de processos de negcios, no intudo de melhorar os

    sistemas de informao das empresas. Na viso de Lucas (2006, p. 233) um

    processo muito parecido com um sistema, ele comea com algumas entradas,

    envolve processamento e termina com um objetivo alcanado. Desta forma, um

    processo pode se estender e envolver-se entre muitas organizaes e indivduos e,

    assim requer decises e aes durante esse percurso.

    Verifica-se que todas as organizaes em seus negcios tm

    processamentos de transaes, porm estas se diferenciam entre as empresas, cita

  • 44

    Lucas (2006). Ento, entre as alternativas de sistemas de transaes bsicas, os

    fornecedores de software criaram sistemas empacotados. Com o passar dos anos,

    os sistemas de informao se tornaram mais complexos e integrados, entre estes o

    mais conhecido e utilizado pelas empresas so os pacotes de planejamento de

    recursos empresariais ERP (Enterprise Resource Planning).

    2.9.1 Sistema de Planejamento de Recursos Empresariais (ERP)

    Um sistema ERP, traduzido em portugus para (Planejamento dos

    Recursos Empresariais) e assim compreendido como uma arquitetura de sistemas

    de informaes que facilita o fluxo de informaes entre todas as atividades da

    empresa, tais como as quatro principais atividades da organizao: fabricao,

    logstica, finanas e recursos humanos, sustenta (BATISTA, 2006, p. 115).

    No entendimento de Rosini (2003, p. 195) o sistema ERP definido como

    um software integrado que abrange todos os processos da empresa, abordando o

    modelo at ento em uso, onde cada processo era um sistema e muitas vezes

    desenvolvidos internamente e sem integrao com os demais.

    Outra definio defendida por Batista (2006) que, o ERP normalmente

    um conjunto de atividades executadas por um software multimodular, no qual auxilia

    a organizao em suas fases de negcios, compras de produtos, vendas,

    lanamentos financeiros, contado com fornecedores entre outros. Assim o autor

    conclui que este sistema tem seu principal foco no aumento da eficincia, tendo em

    vista suas transaes internas com seus funcionrios e com as tecnologias

    empregadas, e tambm o aumento da eficcia, ponderando-se transaes externas

    da organizao com seus clientes e fornecedores, tipicamente um sistema aberto.

    Verifica-se na Figura 04, Davenport (1998 apud Padilha e Marins, 2005, p.

    102) apresenta as funcionalidades dos sistemas ERP separando-as em funes

    internas (back-office), composta por manufatura, finanas e recursos humanos, e

    funes externas (front-office), composta por vendas e servios, alm da tecnologia

    e do chamado Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos - SCM (Supply Chain

    Management).

  • 45

    Figura 04: Funcionalidades dos sistemas ERP

    Fonte: Davenport (1998 apud Padilha e Marins, 2005, p. 102-113).

    Em outra concepo, os sistemas ERP armazenam os dados em uma base

    de dados nica ou central, nos quais so utilizados por um mdulo, e ao mesmo

    tempo servem para ser manipulados por outros mdulos, pois entre estes mdulos

    as informaes interagem entre si. Os mdulos citados na Figura 05 esto presentes

    na maioria dos sistemas ERP. Alm deles, alguns sistemas ERP possuem mdulos

    adicionais, tais como: Gerenciamento da Qualidade, Gerenciamento de Projetos e

    Gerenciamento de Manuteno, entre outros.

    Figura 05 - Estrutura tpica de funcionalidades dos sistemas ERP.

    Fonte: Davenport (1998, apud Zancul; Rozenfeld, 1999).

    Acrescenta Santos (2003), que o software ERP, baseado na existncia de

    bases de dados comuns que permitam partilhar a informao com diversos usurios,

    e em lugares diferentes da mesma empresa.

  • 46

    Complementando o exposto acima, um sistema ERP composto por vrias

    transaes. Assim, uma transao,

    um conjunto de processos instantneos que atualizam outros processos, de forma automtica. Por sua vez, um software ERP permite que diferentes unidades da organizao tenham acesso a informaes de diferentes transaes do negcio (Kumar 2000; Gattiker e Goodhue, 2000). Por conseguinte, sistema ERP pode produzir benefcios quantitativos e qualitativos, tais como, maior produtividade, eficincia, satisfao do usurio/cliente, rapidez de tomada de deciso, reduo de custos, controle gerencial, inovao tecnolgica. (HOLLAND,1999; ESTEVES; CARVALHO; SANTOS, 2002 apud SANTOS et al 2003, p. 2).

    Outro aspecto positivo dos ERPs est relacionado ao uso eficaz da

    informao. Na era da economia interligada, informaes confiveis, obtidas em

    tempo hbil, so um grande diferencial competitivo, (PORTER; MILLAR, 1995, apud

    CARNEIRO; DIAS, 2004).

    Desta forma, os programas ERP, so focados para grandes empresas,

    sendo estes uns dos recursos empresariais caracterizados por investimento altos e

    de retornos diretos, promovendo grandes benefcios para a empresa, cita (Lucas,

    2006).

    Assim confirma Davenport (1998, apud Carneiro e Dias, 2004) Os ERPs

    exigem altos investimentos em software, hardware, acessrios, treinamentos e

    consultoria para sua implantao. Em contrapartida, os ERPs promovem grandes

    benefcios como, a reduo substancial de custos, melhorias da qualidade da

    informao e agilidade nos processos internos das empresas, principalmente nos

    processos de comunicado interna e tomada de deciso. Tambm, prometem o

    monitoramento em tempo real das atividades da empresa.

    Entre as vantagens e desvantagens do ERP, a padronizao que ele

    fornece. Padronizao oferece muitas vantagens para uma empresa, comenta

    Lucas (2006, p. 246). Porm, afirma que pode ser difcil fazer com que funcionrios

    adotem o mesmo padro. Na viso de Carneiro e Dias (2004, p. 3) o ERP cumpre

    esse papel ao propor a padronizao de dados e processos nas empresas,

    facilitando as interligaes.

    Em comentrio a questo acima, Lucas (2004), explica que como os

    processos de negcios so complexos e detalhados, a administrao deve entender

    que eles s podem ser simplificados at um ponto. Ento, tm-se os manuais de

    treinamento para usurios de computadores. Mesmo assim, se torno difcil manuse-

    los quando se desconhece o uso das transaes.

  • 47

    Nesta fase, cabe aos administradores selecionar o fornecedor mais

    adequado para dispor dos sistemas ERP.

    2.9.1.1 Fornecedores de sistemas ERP

    Atualmente os principais desenvolvedores de ERP so: SAP, Oracle,

    Peoplesoft e BAAN. No Brasil, o principal desenvolvedor a empresa Microsiga.

    Comentam (CARNEIRO; DIAS, 2004); (LUCAS, 2006).

    A empresa onde foi realizado este estudo trabalha diretamente com o

    fornecedor SAP. Por estas razes o presente trabalho enfatizou apenas este

    fornecedor.

    A origem do ERP ocorreu na Europa, precisamente na indstria de

    manufatura, na dcada de 70, quando a empresa alem SAP (Systema,

    Anwendungen, und Produkte in datenverarbeitung) desenvolveu a primeira verso

    de seu software ERP o programa conhecido como R. (CARNEIRO; DIAS, 2004).

    Historicamente o R a primeira letra de real-time data processing

    (processamento de dados em tempo real), conhecido como sistema R/1 e de

    acordo com seu sucesso, a SAP foi desenvolvendo novas verses, conforme

    Quadro 03, abaixo.

    ANO GERAO DE SOFTWARE CONCEITO 1970/1972 R/1 Processamento de dados em tempo real.

    1979/1980 R/2 Indicado para mainframes, para lidar com diferentes idiomas e moedas e integravam dados operacionais e financeiros, em um nico banco de dados.

    1990 R/3 Mudana de plataforma do mainframe para servidores de mdio porte com sistema operacional UNIX e arquitetura cliente-servidor.

    1999 mySAP.com Une solues de comrcio eletrnico com aplicativos ERP j existentes, usando tecnologia Web state-of-the-art.

    2000 SAP Workplace Com a Internet, o usurio passou a ser o foco dos aplicativos, portal corporativo e acesso informao de acordo com o perfil do usurio.

    Atual SAP NetWeaver Integrar pessoas, informao e processos dentro e fora da companhia, sendo a base tcnica das solues SAP Business Sute.

    Quadro 03: Evoluo da SAP AG Fonte: www.sap.com.br/brazil. Adaptado pelo acadmico.

    Para um melhor entendimento da abrangncia destes sistemas, oportuno

    apontar alguns casos de sucessos que este fornecedor SAP conseguiu agregar

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    entre seus clientes ao longo de seu trabalho, conforme compilado do site da SAP

    Brasil.

    Cia. Siderrgica Belgo Mineira (2002) tendo como desafio integrar

    unidades de modo a organizar seus processos internos. Para atingir este objetivo, a

    empresa optou pelas solues de ERP da SAP o software SAP ERP e o SAP

    Supply Chain Management (SAP SCM).

    Degussa (2003) Com a implementao do SAP ERP, a empresa

    consolidou seus sistemas se preparando para o crescimento. Outro caso, de

    exemplo prtico de parceria, a Degussa pode dizer sobre processo de treinamento

    fornecido pela SAP Education aos usurios finais da soluo SAP ERP.

    Grupo So Martinho (2004) Visou tornar os processos de negcio uma

    vantagem competitiva, ento procurou uma soluo no mercado que apoiasse seu

    novo modelo de gesto. A empresa escolheu as solues SAP ERP e SAP BW

    (Business Information Warehouse).

    Petroqumica Triunfo (2005) Para sustentar sua estratgia de negcios, a

    empresa fincou pilares em softwares SAP para organizar as informaes, de forma a

    torn-las estratgicas. Hoje, TI est enraizada no negcio.

    UOL Universo Online (2003) Um dos maiores provedores de acesso

    Internet e maior prestador de servios de contedo online da Amrica Latina, o

    Universo Online (UOL) integrou todas as suas operaes com as solues SAP ERP

    e o SAP BW (Business Information Warehouse).

    Albert Einstein (2006) O mais moderno hospital da Amrica Latina optou

    pelo SAP NetWeaver como uma plataforma tecnolgica capaz de garantir a

    expanso do negcio. O grande desafio era unificar a entrada de dados e fazer a

    migrao com cautela.

    Junto a este fornecedor SAP a empresa onde foi realizado este projeto,

    implantou em 2001 o SAP R/3. Um sistema bem sucedido at os dias atuais. Entre

    os sistemas SA