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HENRIQUE ASSIS NETO Trabalho de Conclusão de Estágio O PROCESSO LOGÍSTICO DA EMPRESA DRAG-SUB DRAGAGENS E SERVIÇOS SUBAQUÁTICOS LTDA. Trabalho desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí. ITAJAÍ- SC, 2007.

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HENRIQUE ASSIS NETO

Trabalho de Conclusão de Estágio

O PROCESSO LOGÍSTICO DA EMPRESA DRAG-SUB DRAGAGENS E SERVIÇOS

SUBAQUÁTICOS LTDA.

Trabalho desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ- SC, 2007.

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Todos tentam realizar algo grandioso, sem reparar que a vida se compõe de coisas pequenas.

Frank Clark

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iii

EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Henrique Assis Neto

b) Área de estágio

Logística

c) Orientadora de campo

Daniela da Silva

d) Orientador de estágio

Prof. Guido Renato Miranda

e) Responsável pelo Estágio Supervisionado em Administração

Eduardo Krieger da Silva

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Drag-Sub Dragagens e Serviços Subaquáticos Ltda.

b) Endereço

Rua Lauro Muller, nº 1363

Centro – Itajaí/SC

c) Setor de desenvolvimento de estágio

Logística

d) Duração do estágio

360 horas

e) Nome e cargo da orientadora de campo

Daniela da Silva

Gerente

f) Carimbo e visto da empresa

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v

AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Itajaí, 09 de Novembro de 2007.

A Drag-Sub Dragagens e Serviços Subaquáticos Ltda., pelo presente

instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em

sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio, executado durante o Estágio

Supervisionado, pelo acadêmico Henrique Assis Neto.

___________________________________

Daniela da Silva

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vi

DECLARAÇÃO DE ISENÇÃO

Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade

pelo aporte ideológico conferido ao presente trabalho, estando ciente do disposto

no parágrafo único do art. 68, do Regulamento de Estágio e na Lei nº 9.610 de

18/02/1998 isentando a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a Coordenação

de Estágio do Curso de Administração e a Banca Examinadora e o Orientador de

Estágio de toda e qualquer responsabilidade acerca do mesmo.

Itajaí/SC, 09 de novembro de 2007.

Nome do aluno: Henrique Assis Neto

Assinatura:

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RESUMO

Com a concorrência enfrentada por todas as empresas, e a busca pela qualidade na prestação de serviços e na oferta de produtos, a cadeia logística da empresa deve ser permeada a fim de se alcançar a máxima eficiência. O objetivo geral do trabalho é analisar o processo logístico da empresa Drag-Sub Dragagens e Serviços Subaquáticos Ltda. e verificar quais os pontos que interferindo na sua produtividade. Para a concretização do objetivo geral, foram traçados os seguintes objetivos específicos: descrever as atividades da empresa Drag-Sub; descrever o processo logístico; apontar os pontos fracos e deficientes que estão interferindo na sua produtividade; propor sugestões de melhorias para a empresa. A metodologia utilizada foi uma pesquisa-diagnóstico, através do método estudo de caso, com delineamento qualitativo. Os dados foram coletados através de entrevista semi-estruturada com os funcionários da empresa Drag-Sub, e apresentados em forma de figuras e textos explicativos. Em relação aos fatores que estão afetando a produtividade da empresa, foi detectado que as condições do mar, fatores climáticos e a sazonalidade dos contratos são os principais pontos fracos. Palavras-chave: Produtividade, Serviços, Logistica

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: As principais teorias administrativas e seus principais enfoques . 17

Quadro 2: Análise Preliminar de Riscos Ambientais ..................................... 46

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Seqüência logística ........................................................................ 24

Figura 2: Estágios da cadeia de suprimentos ............................................... 29

Figura 3: Três eixos de atuação da Gestão da Cadeia de Suprimentos ....... 34

Figura 4: Sucção da areia do rio ................................................................... 47

Figura 5: Draga Ceará ................................................................................... 48

Figura 6: Serviço de sucção de areia ............................................................ 49

Figura 7: Draga Praia de Barreta .................................................................. 50

Figura 8: Draga Vitória I ................................................................................ 51

Figura 9: Obra de dragagem ......................................................................... 52

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x

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 10

1.1 Problema de pesquisa ......................................................................... 11

1.2 Objetivos do trabalho ........................................................................... 11

1.3 Aspectos metodológicos ..................................................................... 12

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio ............................................... 12

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa ................................................. 13

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados ............................. 14

1.3.4 Tratamento e análise de dados ........................................................... 15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 16

2.1 Administração ....................................................................................... 16

2.2 Logística ................................................................................................ 20

2.3 Cadeia de suprimentos ........................................................................ 28

2.4 Movimentação de materiais ................................................................. 36

2.5 Gestão de serviços ............................................................................... 37

3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA ........................ 41

3.1 Caracterização da empresa Drag-Sub ................................................ 41

3.2 O processo logístico da empresa ....................................................... 44

3.3 Pontos fracos do processo logístico ................................................. 56

3.4 Pontos fortes da empresa ................................................................... 57

3.5 Sugestões para a empresa .................................................................. 59

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 61

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 62

DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO DE HORAS ....................................... 64

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ......................................................... 65

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1 INTRODUÇÃO

Com a concorrência enfrentada por todas as empresas, e a busca pela

qualidade na prestação de serviços e na oferta de produtos, a cadeia logística da

empresa deve ser permeada a fim de se alcançar a máxima eficiência. Percebe-

se que qualquer ponto deficiente pode estar resultando menor ganho de

produtividade, visto que a logística da empresa inicia-se com o pedido do cliente

até a finalização, com a entrega do produto ou do serviço.

A logística vem sendo cada vez mais importante para as organizações;

ela está presente em todas as ações dos departamentos das empresas, sendo

que através dela, busca-se cada vez mais a satisfação do cliente e a redução de

custos.

Atualmente, a instabilidade mundial e a crescente globalização que

privilegiam as empresas com maior poder econômico, cada vez mais as

organizações de médio e pequeno porte devem passar por atualizações e ter o

objetivo de manter e melhorar sua carteira de clientes, sua qualidade e seu nível

de serviço. Somente dessa forma será possível ser competitivo e sobreviver no

mercado.

Destacam Bowersox e Closs (2001) que é interessante como certas

empresas utilizam sua competência logística para obter vantagem competitiva,

proporcionando aos clientes um serviço superior, passando a ser visto como

fornecedores preferenciais e parceiros ideais.

E isto acontece com empresas de todos os portes, bastando que tenham

a visão logística centrada em processos que eliminem desperdícios e ociosidade,

e o foco final no cliente.

Neste contexto, o trabalho desenvolvido buscou descrever o processo

logístico da empresa Drag-Sub Dragagens e Serviços Subaquáticos Ltda.,

buscando verificar quais os pontos fracos e fortes, bem como aqueles que estão

interferindo em sua produtividade. Assim, foi analisado o dia-a-dia dos

colaboradores no desempenho de suas atividades, pois somente assim é que se

pôde descrever o processo com maior riqueza de detalhes.

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1.1 Problema de pesquisa

Quais os pontos positivos e negativos da empresa Drag-Sub Dragagens e

Serviços Subaquáticos Ltda. em seu processo logístico?

O problema de pesquisa foi definido com base na variação de

produtividade de uma equipe para outra na execução de tarefas semelhantes, em

que há variação no tempo para execução de serviços. Assim, acredita-se que

durante o processo logístico estavam ocorrendo deficiências que estavam

interferindo na produtividade da empresa.

O trabalho foi inédito na organização, que vem buscando, cada vez mais,

acompanhar o mercado globalizado. A empresa possui todas as certificações

necessárias para atuar neste segmento, e atende todas as exigências das

Normas de Segurança e Certificação Técnica. A empresa tem necessidade de

atingir e superar as expectativas de seus clientes, e este trabalho espera ajudar a

cumprir tais objetivos.

A viabilidade deste trabalho se comprovou com os baixos custos de

execução, pois o acadêmico tem conhecimento e acesso ao processo logístico da

Drag-Sub. A empresa também disponibilizou todas as informações que se

tornaram necessárias para o bom desenvolvimento da pesquisa.

A importância deste trabalho para o acadêmico foi conciliar a teoria e a

prática, podendo visualizar o processo logística da empresa e suas várias etapas

até o serviço entregue ao cliente.

Para a Universidade do Vale do Itajaí, o trabalho desenvolvido contribuiu

como material de pesquisa e consulta para outros acadêmicos.

1.2 Objetivos do trabalho

O objetivo geral do trabalho é analisar o processo logístico da empresa

Drag-Sub Dragagens e Serviços Subaquáticos Ltda. e propor sugestões de

melhorias para a empresa.

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Para a concretização do objetivo geral, foram traçados os seguintes

objetivos específicos:

• Descrever as atividades da empresa Drag-Sub.

• Descrever o processo logístico.

• Apontar os pontos fracos e deficientes que estão interferindo na sua

produtividade.

• Propor planejamento estratégico.

1.3 Aspectos metodológicos

Neste item é apresentada a metodologia utilizada no trabalho para a

coleta dos dados, tratamento e apresentação, bem como a identificação da

população que fez parte da pesquisa no fornecimento das informações.

Para Minayo (1999), a metodologia é o caminho do pensamento e a

prática exercida na abordagem da realidade; sendo que, nesse caminho, a

metodologia ocupa um lugar central no interior das teorias e está sempre referida

a elas.

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio

O trabalho desenvolvido teve caráter qualitativo, através do método

estudo de caso.

Roesch (1996) ressalta que a pesquisa qualitativa e seus métodos de

coleta e análise dos dados são utilizados para a fase exploratória da pesquisa,

pois vão permitir ao pesquisador uma melhor análise dos processos da empresa.

Já para Richardson (1999, p.38), “a abordagem qualitativa de um

problema, além de ser uma opção do investigador, justifica-se, sobretudo, por ser

uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social”.

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Assim, foi escolhido o caráter qualitativo, pois não foram apresentados

dados em forma de números ou percentuais, e sim, através da descrição e da

análise dos processos da empresa Drag-Sub.

O método de pesquisa foi definido como um estudo de caso, onde o

acadêmico coletou os dados necessários em seu campo de atuação.

Conforme Roesch (1996, p.146) “o estudo de caso como uma estratégia

de pesquisa pode ser utilizada de modo exploratório visando levantar questões e

hipóteses para futuros estudos”.

Para Cervo e Bervian (1996), o estudo de caso tem por objetivo pesquisar

sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade, com o intuito de

examinar aspectos variados de sua vida.

Quanto ao tipo de pesquisa, foi definida como uma pesquisa-diagnóstico,

visto que permitiu explorar o ambiente, levantar e definir problemas. Tem-se

diagnosticado inicialmente que existe variação de produtividade entre funcionários

que desempenham o mesmo serviço, e através da pesquisa-diagnóstico se

buscou identificar quais os pontos que estavam interferindo na produtividade.

Segundo Roesch (1996), a pesquisa-diagnóstico procura um diagnóstico

interno ou do ambiente organizacional, ou seja, explora o ambiente interno ou

externo, como também procura levantar e definir problemas.

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa

A população da pesquisa define a totalidade de pessoas que participaram

deste trabalho.

Para Roesch (1996), população é um grupo de pessoas ou empresas que

se interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo. A população

desse trabalho foram todos os funcionários da empresa Drag-Sub.

Não houve amostra, visto que toda a população fez parte da pesquisa,

com o intuito de que fosse coletado o maior número possível de informações.

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1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

Os dados coletados foram através de fontes primárias e secundárias.

Os dados secundários foram coletados através dos documentos

existentes na empresa. Para Roesch (1996) fontes secundárias são informações

já existentes na empresa, ou seja, são dados já existentes na empresa e que

estão à disposição para consultas, sejam eles através de relatórios, banco de

dados, índices, arquivos ou outras informações derivadas de determinada área.

Já os dados primários, conforme Mattar (1996), são os dados coletados

com o único objetivo de satisfazer às necessidades da pesquisa e que não estão

disponíveis para consulta.

Estes dados foram coletados através de entrevista semi-estruturada com

os funcionários e a observação participante do acadêmico.

Nas entrevistas semi-estruturas, Roesch (1996) esclarece que o grau de

estruturação de uma entrevista em uma pesquisa depende do propósito do

entrevistador. Assim, na entrevista o entrevistado tem liberdade de expor suas

idéias sem se ater a um questionário com respostas fechadas.

Os dados também foram coletados através da observação participante do

acadêmico. Para Minayo (1999), a observação participante se realiza através do

contato direto do pesquisador com o fenômeno observado para obter informações

sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios contextos. A importância

dessa técnica reside no fato de se poder captar uma variedade de situações ou

fenômenos que não são obtidos por meio de perguntas, uma vez que, observados

diretamente na própria realidade, transmitem o que há de mais imponderável e

evasivo na vida real.

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1.3.4 Tratamento e análise de dados

Para o tratamento e análise dos dados foi usada a técnica de relatórios e

figuras que visualizam melhor o processo logístico da empresa. Os dados foram

tratados posteriormente através de textos explicativos, sendo esses

interpretativos e conclusivos.

Para Roesch (1996), a informação colhida pelo pesquisador, através da

aplicação de técnicas, normalmente é apresentada na forma de textos. A análise

de textos em pesquisa científica tem sido conduzida principalmente através de um

método denominado de análise de conteúdo.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo tem como finalidade abordar os principais conceitos

relacionados à administração, logística, cadeia de suprimentos e movimentação

de materiais, buscando dar embasamento teórico para a realização da pesquisa.

2.1 Administração

Para Chiavenato (1993) a palavra administração vem do latim ad (direção,

tendência para) e minister (subordinação ou obediência), isto é, aquele que

realiza uma função abaixo do comando de outro, ou aquele que presta um serviço

a outro. Em uma visão mais original, a tarefa atual da administração é a de

interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação

organizacional por meio do planejamento, organização, direção e controle de

todos os esforços realizados na organização, com o intuito de alcançar tais

objetivos da maneira mais adequada à situação.

A Teoria Geral da Administração começou com o que chamou-se de

ênfase nas tarefas com a Administração Científica de Taylor. Depois disto, a

preocupação básica passou para a ênfase na estrutura com a Teoria Clássica de

Fayol e com a Teoria da Burocracia de Weber, seguindo-se mais tarde para a

Teoria Estruturalista. A reação humanística surgiu com a ênfase nas pessoas, por

meio da Teoria das Relações Humanas, mais tarde desenvolvida pela Teoria do

Desenvolvimento Organizacional. Após, surgiu a ênfase no ambiente com a

Teoria dos Sistemas, sendo completada pela Teoria da Contingência. A Teoria da

Contingência desenvolveu a ênfase na tecnologia.

O Quadro 1 apresenta a evolução da Teoria Geral da Administração.

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ÊNFASE TEORIAS

ADMINISTRATIVAS

PRINCIPAIS ENFOQUES

Nas tarefas Administração Científica Racionalização do trabalho no

nível operacional.

Teoria Clássica

Teoria Neoclássica

Organização formal.

Princípios gerais da

administração.

Funções do administrador.

Teoria da Burocracia Organização formal burocrática.

Racionalidade organizacional.

Na estrutura

Teoria Estruturalista Múltipla abordagem:

Organização formal e informal.

Análise intra-organizacional e

análise interorganizacional.

Teoria das Relações

Humanas

Organização informal.

Motivação, liderança,

comunicações e dinâmica de

grupo.

Teoria do Comportamento

Organizacional

Estilos de administração.

Teoria das decisões.

Integração dos objetivos

organizacionais e individuais.

Nas pessoas

Teoria do Desenvolvimento

Organizacional

Mudança organizacional

planejada.

Abordagem de sistema aberto.

Teoria Estruturalista

Teoria Neo-Estruturalista

Análise intra-organizacional e

análise ambiental.

Abordagem de sistema aberto.

No ambiente

Teoria da Contingência Análise ambiental (Imperativo

ambiental).

Abordagem de sistema aberto.

Na tecnologia Teoria da Contingência Administração da Tecnologia

(Imperativo tecnológico).

Quadro 1: As principais teorias administrativas e seus principais enfoques.

Fonte: Adaptado de Chiavenato (1993).

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Percebe-se através do Quadro 1 que cada uma das cinco variáveis que

são as tarefas, a estrutura, as pessoas, o ambiente e a tecnologia provocaram, a

seu tempo, uma diferente teoria administrativa, marcando um gradativo passo no

desenvolvimento da Teoria Geral da Administração. Cada teoria administrativa

procurou privilegiar ou enfatizar uma dessas cinco variáveis, omitindo ou

relegando a um plano secundário todas as demais.

A Administração tem um papel fundamental na condução das

organizações e, por conseqüência, tem importância também na sociedade, uma

vez que o conhecimento humano e os recursos tecnológicos só cumprirão seus

propósitos se bem conduzidos e administrados.

Stoner e Freeman (1995) afirmam que as organizações não devem ser

confundidas apenas como empresas, uma vez que ao refletirem os valores e

necessidades culturalmente aceitos, servem à sociedade organizando a vida e

transformando o mundo num lugar mais seguro e mais agradável de se viver. Nas

organizações, a realização de objetivos é um fator primordial, desta forma torna-

se claro que estas pessoas e as pessoas que as administram realizam esta

função essencial: coordenam os esforços de diferentes indivíduos; as

organizações nos permitem alcançar metas que, de outra forma, seriam muito

mais difíceis ou até mesmo impossíveis de serem atingidas.

A aplicação da chamada ciência da Administração nas organizações

exige uma compreensão do processo de administrar. Para Chiavenato (2000), o

administrador necessita de três habilidades básicas: habilidade técnica, humana e

conceitual para executar as atividades, obtendo bons resultados:

• habilidade técnica: consiste em utilizar conhecimentos, métodos,

técnicas e equipamentos necessários para o desempenho de tarefas

específicas, por meio da experiência e educação. É muito importante para

o nível operacional;

• habilidade humana: consiste na capacidade e facilidade para trabalhar

com pessoas, comunicar, compreender suas atitudes e motivações e

liderar grupos de pessoas;

• habilidade conceitual: consiste na capacidade de compreender a

complexidade da organização como um todo e o ajustamento do

comportamento de suas partes. Essa habilidade permite que a pessoa se

comporte de acordo com os objetivos da organização total e não apenas

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de acordo com os objetivos e as necessidades de seu departamento ou

grupo imediato. É muito importante para o nível institucional.

As funções realizadas pelo administrador são definidas, segundo Stoner e

Freeman (1995, p.4) como o “planejamento, a organização, a liderança e o

controle”.

As funções administrativas, quando consideradas como um todo, formam

o processo administrativo. Quando consideradas isoladamente, planejamento,

organização, direção e controle são funções administrativas. O processo

administrativo é determinado pelo conjunto de funções administrativas.

Na visão de Chiavenato (1993), uma função administrativa não é uma

entidade separada, mas uma parte integral de uma entidade maior formada de

várias funções que estão relacionadas umas com as outras, bem como com a

entidade maior, que são:

• planejar: significa que os administradores pensam antecipadamente

em seus objetivos e ações, e que seus atos são baseados em alguns

métodos, planos ou lógica, e não em palpites;

• organizar: é o processo de arrumar e alocar o trabalho, a autoridade e

os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles

possam alcançar eficientemente os objetivos da mesma;

• dirigir: significa liderar, influenciar e motivar empregados a realizarem

tarefas essenciais. Enquanto planejar e organizar lidam com os aspectos

mais abstratos do processo administrativo, a atividade de liderar é muito

concreta, pois ela envolve o trabalho com as pessoas;

• controlar: o administrador deve se certificar de que os atos dos

membros da organização levam-na de fato em direção aos objetivos

estabelecidos. Esta é a função de controlar exercida pela administração, e

que envolve três elementos principais: (1) estabelecer padrões de

desempenho; (2) medir o desempenho atual; (3) comparar este

desempenho com os padrões estabelecidos. Por último, caso sejam

detectados desvios, devem-se executar ações corretivas.

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2.2 Logística

A Logística vem do francês logistique, que por sua vez é derivada do

grego logos significando a arte de calcular ou a manipulação dos detalhes de uma

operação.

Ballou (1995) descreve que o desenvolvimento histórico da Logística

desmembra-se em três eras: antes de 1950, de 1950 a 1970, e após 1970. Antes

de 1950, não existia nenhuma filosofia dominante para guiar o campo logístico. O

transporte era controlado freqüentemente pela produção, e os estoques pela área

de marketing, finanças ou produção, resultando num conflito de objetivos e de

responsabilidades para as atividades logísticas.

Estudiosos como Arch Shaw e Fred Clark apud Christopher (1997) foram

os pioneiros que começaram a identificar a natureza da distribuição física e como

ela diferia da criação de demanda no marketing.

Na atividade militar na 2ª Guerra Mundial foi onde se originou muitos dos

conceitos logísticos que são conhecidos hoje, mas que só veio a influenciar as

atividades logísticas das empresas somente alguns anos mais tarde.

O período de 1950 a 1970 foi uma época que representou a decolagem

da teoria logística, existindo um ótimo ambiente para mudanças no meio

administrativo. O marketing já ocupava seu lugar de espaço, porém, os

professores de marketing e administração não estavam contentes com aquilo que

haviam criado.

Com o passar do tempo, o termo logística foi evoluindo a respeito de sua

definição e procedimentos.

Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor (NOVAES, 2004, p.35).

Conforme Figueiredo, Fleury e Wanke (2000, p.23), a “logística é um

conjunto de atividades que têm por fim a colocação do produto certo, no local

certo, no tempo mais conveniente ao mais baixo custo”.

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Assim, a logística tem como meta garantir a disponibilidade de produtos e

materiais nos mercados e pontos de consumo com a máxima eficiência, rapidez e

qualidade, com custos controlados e conhecidos.

Afirma Novaes (2004) que hoje considera-se a Logística como a última

fronteira da administração de empresas, em que é possível conseguir economias

significativas e reforçar a competitividade.

Para Kobayashi (2000), o termo logística pode também ser definido como

denominação de ferramenta que descreve a integração de duas ou mais

atividades com o fim de planejar, concretizar e controlar um fluxo eficiente de

matérias-primas, produtos semi-acabados e produtos acabados, do local de

origem ao local de consumo. Estas atividades podem incluir:

• o serviço oferecido aos clientes;

• a previsão da procura;

• as comunicações ligadas à distribuição;

• o controle dos estoques;

• a manutenção dos materiais;

• o tratamento das encomendas;

• o serviço pós-venda e de acessórios;

• a escolha da localização das fábricas e entrepostos;

• as compras;

• a embalagem;

• o tratamento das mercadorias devolvidas;

• a negociação ou reutilização de elementos recuperáveis ou destinados

à sucata;

• a organização dos transportes e o transporte efetivo das mercadorias,

assim como o armazenamento e a formação de estoques.

Afirmam Carillo et al. (2003), que as primeiras definições de Logística são

baseadas na visão tradicional da organização orientada para a produção; um

termo empregado na indústria e comércio para descrever as atividades com

movimentos eficientes de produtos acabados da produção para o cliente, sendo

que em alguns casos inclui o movimento de matérias-primas do fornecedor para a

produção.

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Em uma segunda fase, a Logística era considerada como integração de

duas ou mais atividades com o propósito de planejamento, implementação e

controle eficiente do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos

acabados do ponto de origem ao ponto de destino.

Atualmente, a Logística é o gerenciamento do fluxo físico de materiais

que começa com a fonte de fornecimento no ponto de consumo. Para Ching

(1999) é mais do que uma simples preocupação com produtos acabados, o que

era a tradicional preocupação da distribuição física. Na realidade, a logística está

preocupada com a fábrica e os locais de estocagem, níveis de estoques e

sistemas de informação, bem como com seu transporte e armazenagem.

Assim, a Logística engloba os conceitos de fluxos de compras de

matérias-primas, operações de produção e transformação, controle de materiais e

processos, bem como produtos acabados, compreendendo também todo o

gerenciamento de transporte e distribuição de produtos destinados às vendas,

desde depósitos intermediários até a chegada dos produtos aos consumidores

finais.

A logística também exerce a função de responder por toda a

movimentação de materiais, dentro do ambiente externo e interno da empresa,

iniciando pela chegada da matéria-prima até a entrega do produto final ao cliente.

De acordo com Ching (1999) suas atividades podem ser divididas da seguinte

forma:

• Atividades primárias: para o cumprimento da função logística,

contribuem com o maior montante do custo total da Logística:

• transporte: refere-se aos métodos de movimentar os produtos

aos clientes: via rodoviário, ferroviário, aeroviário e marítimo. É um

item de grande importância, em virtude do peso deste custo em

relação ao total do custo de Logística;

• gestão de estoques: dependendo do setor em que a empresa

atua e da sazonalidade temporal, é necessário um nível mínimo de

estoque que aja como amortecedor entre oferta e demanda;

• processamento de pedidos: determina o tempo necessário para

a entrega de bens e serviços aos clientes.

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• Atividades secundárias: exercem a função de apoio às atividades

primárias na obtenção dos níveis de bens e serviços requisitados pelos

clientes:

• armazenagem: envolvem as questões relativas ao espaço

necessário para estocar os produtos;

• manuseio de materiais: refere-se à movimentação dos produtos

no local de armazenagem;

• embalagem de proteção: sua finalidade é proteger o produto;

• programação de produtos: programação da necessidade de

produção e seus respectivos itens da lista de materiais;

• manutenção de informação: ter uma base de dados para o

planejamento e o controle da logística.

É por meio da gestão adequada das atividades primárias com as

atividades de suporte que a logística empresarial vai atender ao objetivo de

proporcionar ao cliente produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades. É

pela coordenação coletiva e cuidadosa dessas atividades relacionadas com o

fluxo de produtos e serviços que a empresa obtêm ganhos significativos, como

redução dos estoques, do tempo médio de entrega, produtividade etc. (CHING,

1999)

Novaes (2004) afirma que a logística começa pelo estudo e a planificação

do projeto ou do processo a ser implementado. Uma vez planejado e devidamente

aprovado, passa-se à fase de implementação e operação.

Os fluxos associados à logística, envolvendo também a armazenagem de

matéria-prima, dos materiais em processamento e dos produtos acabados,

percorrem todo o processo, indo desde os fornecedores, passando pela

fabricação, seguindo desta ao varejista, para finalmente o consumidor final, o alvo

principal de toda a cadeia de suprimento.

Para Novaes (2001), a moderna logística procura incorporar:

• prazos previamente acertados e cumpridos integralmente, ao longo de

toda a cadeia de suprimento;

• integração efetiva e sistêmica entre todos os setores da empresa;

• integração efetiva e estreita (parcerias) com fornecedores e clientes;

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• busca da otimização global, envolvendo a racionalização dos

processos e a redução de custos em toda a cadeia de suprimentos;

• satisfação plena do cliente, mantendo nível de serviço preestabelecido

e adequado.

A necessidade de integração logística evoluiu de dentro para fora das

organizações, constituindo um conjunto de organizações, desde os fornecedores

de matérias-primas até o consumidor final, que se inter-relacionam. A esta

constituição integrada deu-se o nome de cadeia de abastecimento e o

gerenciamento logístico se faz com base na gestão da cadeia de abastecimento.

Muitas empresas acabam por projetar e gerenciar sistemas que têm

objetivos focalizados internamente, em vez de objetivos externos. O ponto de

partida que torna-se o mais eficiente para se projetar sistemas logísticos, ainda é

o mercado; em outras palavras, é preciso compreender totalmente as

necessidades de serviços dos vários mercados aos quais se dirigem e depois

procurar desenvolver soluções logísticas de baixo custo.

Na visão de Christopher (1997), idealmente, todas as estratégias e

sistemas logísticos deveriam ser planejados conforme esquematizado na Figura

1.

Figura 1: Seqüência logística. Fonte: Adaptado de Christopher (1997).

Identificar as necessidades de serviços dos clientes

Definir os objetivos do serviço ao cliente

Projetar o sistema logístico

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Verifica-se na Figura 1 que as empresas não devem procurar fazer

reengenharia de um sistema logístico existente simplesmente para atingir

objetivos internos, tal como a redução de custos. Em vez disso, a seqüência

deveria ser tal que um entendimento detalhado das necessidades dos clientes, e

como estas necessidades podem ser diferentes nos vários segmentos do

mercado, conduzisse a uma definição dos objetivos do serviço ao cliente.

Assim, esta relação de objetivos do serviço ao cliente se tornará o ponto

central em torno do qual os sistemas logísticos deveriam ser projetados.

Destacam Moura et al. (2003) que, movimentar produtos, serviços e

informações é somente um aspecto da logística, visto que seu novo papel mais

amplo é o da integração e coordenação. A logística precisa gerenciar uma

variedade de funções empresariais diversas, como transporte, distribuição e

tecnologia de informações, a fim de otimizar a produção e a entrega de produtos

aos membros mundiais da cadeia de abastecimento.

Nos últimos anos, a logística tem papel imprescindível nas organizações

que buscam alcançar vantagem competitiva. Assim, deve-se identificar três

critérios nos quais as empresas estão atualmente se empenhando para a

melhoria dos processos logísticos – a velocidade, a visibilidade e a variabilidade.

Para Moura et al. (2003), esses critérios aplicam-se a todos os aspectos

da cadeia de abastecimento e do desempenho logístico, podendo ser realizados

por meio do gerenciamento efetivo e melhoria contínua nos três fatores:

• Velocidade: a velocidade da logística é a velocidade com a qual os

dados, atividades relacionadas com planejamento e execução são

desempenhados dentro do negócio. Estas três subcategorias precisam de

definição:

• A velocidade dos dados refere-se à velocidade com a qual as

informações críticas da empresa, tais como planos, previsões,

projeções etc., são comunicadas dentro da empresa.

• A velocidade do planejamento refere-se à velocidade com a qual

as programações podem ser replanejadas e o mix de produto e

transporte podem ser ajustados. A melhoria nesta área permite que

uma empresa mude de um ciclo de planejamento mensal para um

semanal ou um ciclo baseado em eventos, por exemplo, com

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melhorias correspondentemente grandes, na acuracidade e

eficácia do plano.

• A velocidade da execução é a área na qual um número maior de

empresas se concentrou, principalmente, na melhoria em relação

aos últimos anos. Com as reduções na manufatura, separação,

expedição e diminuição dos lead times, melhoria significativas nos

níveis de inventário e serviço de atendimento ao cliente foram

realizados.

• Visibilidade: a visibilidade da logística descreve a capacidade de uma

empresa em ampliar o acesso dos funcionários aos dados de

planejamento interno, ampliar sua própria visibilidade às informações de

parceiros comerciais externos e de fornecer aos parceiros comerciais

acesso aos dados empresariais. Aqui, o objetivo primordial é permitir à

cadeia de abastecimento fornecer o nível necessário de responsividade e

se distanciar dos parceiros comerciais, atuando como entidades isoladas.

Os critérios podem ser divididos em três subcategorias:

• Intra-empresa: à medida que os clientes colocam demandas

crescentes nas organizações para fornecer menores lead times e

maiores níveis de customização, é essencial fornecer mais e maior

acesso às informações empresariais, tais como planos e previsões

aos funcionários críticos e departamentos. A ampliação da

visibilidade fornece um mecanismo pelo qual todas as partes

podem avaliar o impacto de suas ações em toda a empresa. Já que

muitos usuários exigirão visualizar e manipular os mesmos dados

em formas ligeiramente diferentes, e com acesso de segurança

consideravelmente diferentes, dependendo de sua função

(operações, finanças, marketing, engenharia etc.) há uma

necessidade de fornecer um mecanismo flexível, no qual isto pode

ser realizado.

• Empresa ampliada: o desempenho da cadeia de abastecimento

dentro de qualquer empresa pode sofrer impacto significativo por

meio do desempenho de seus parceiros comerciais. A fim de

influenciar tal desempenho, é necessário que as organizações

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ganhem acesso aos níveis de inventário dos fornecedores e

restrições de sua capacidade.

• Inter-empresa: tanto clientes, quanto fornecedores estão

exigindo maior acesso aos dados empresariais, a qualquer hora do

dia ou da noite. Isto inclui uma variedade completa de dados,

desde as informações de status do pedido às programações do

fornecedor e cotações de preços dos clientes. Como resultado, os

parceiros comerciais devem acessar informações e desdobrar

tantas perspectivas diferentes de forma diferente.

• Variabilidade: a variabilidade da logística refere-se à tendência

crescente em relação aos clientes que ratificam pedidos no último minuto,

ou até mesmo durante a expedição e, também, às maiores necessidades

de expedição e produto, específicas do cliente. A primeira questão

fornece benefícios de resposta ao cliente, permitindo que finalize seu

pedido no último minuto, quando ele tem melhores chances de fornecer

necessidades acuradas, e de devastar os planos de expedição e

inventário dos fornecedores. A conformidade com os desejos do cliente,

tanto em termos dos procedimentos de expedição, quanto especificações

de embalagem e forma do produto, é um requisito considerado como

parte do produto pelo qual o cliente está pagando. A não-conformidade

com os variados procedimentos dos clientes (que freqüentemente são

diferentes, segundo seus próprios manuais e guias de rota), depara-se

com penalidades financeiras impostas pelo cliente. Normalmente, estão

na forma de devoluções de taxas, créditos e deduções de faturas.

A melhoria contínua destes três fatores resulta em um mecanismo para

melhorar simultaneamente os problemas de velocidade, variabilidade e

visibilidade logística, com benefícios subseqüentes ao serviço de atendimento ao

cliente.

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2.3 Cadeia de Suprimentos

A complexidade da cadeia de suprimentos é iniciada a partir da definição

dos produtos, obtenção da carteira de clientes e vai até aos canais de

distribuição, podendo tornar-se mais complexa quando são tomadas decisões

estratégicas durante este processo.

Conforme Chopra e Meindl (2003), uma cadeia de suprimento engloba

todos os estágios envolvidos, direta ou indiretamente, no atendimento de um

pedido de um cliente. Inclui os fabricantes e fornecedores, as transportadoras,

depósitos, varejistas e os próprios clientes.

O gerenciamento da cadeia de suprimentos ou Supply Chain

Management (SCM) como ele é mais conhecido, revolucionou completamente

não somente a forma de se comprar como também a produção e a distribuição de

bens e serviços. Em virtude dos sistemas cada vez mais complexos e do

crescimento incessante da tecnologia de informação e gerenciamento, a cadeia

de suprimentos continuará revolucionando áreas como a administração de

materiais, marketing, vendas e produção, sendo responsável, por exemplo, pela

redução do tempo de estocagem e do número de fornecedores e pelo aumento da

satisfação de clientes. (PIRES, 2004)

Em uma organização, a cadeia de suprimento inclui todas as funções

envolvidas no pedido do cliente, como desenvolvimento de novos produtos,

marketing, operações, distribuição, finanças e o serviço de atendimento ao

cliente, entre outras.

De acordo com Pires (2004), uma cadeia de suprimentos pode ser

definida como:

• os processos que envolvem fornecedores-clientes e ligam empresas

desde a fonte inicial de matéria-prima até o ponto de consumo do produto

acabado;

• as funções dentro e fora de uma empresa que garantem que a cadeia

de valor possa fazer e providenciar produtos e serviços aos clientes.

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Já Christopher (1997) define que a cadeia de suprimentos representa

uma rede de organização, através de ligações nos dois sentidos, dos diferentes

processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços que

são colocados nas mãos do consumidor final.

Chopra e Meindl (2003) destacam que o termo cadeia de suprimento

representa produtos ou suprimentos que se deslocam ao longo da seguinte

cadeia: fornecedores, fabricantes, distribuidores, lojistas e clientes. Uma cadeia

típica pode envolver vários estágios, que incluem:

• clientes;

• varejistas;

• atacadistas/distribuidores;

• fabricantes;

• fornecedores de peças ou de matéria-prima.

Esses estágios são demonstrados na Figura 2.

Figura 2: Estágios da cadeia de suprimento. Fonte: Adaptado de Chopra e Meindl (2003, p.05).

Fornecedor

Fornecedor

Fornecedor

Fabricante

Fabricante

Fabricante

Distribuidor

Distribuidor

Distribuidor

Varejista Cliente

Varejista

Varejista Cliente

Cliente

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Não é necessário que todos os estágios apresentados na Figura 2 façam

parte da cadeia de suprimento, pois ele deverá ser adequado às necessidades do

cliente quanto do papel de cada estágio para satisfazer tais necessidades.

O gerenciamento da cadeia de suprimentos abrange o fluxo de

mercadorias do fornecedor, através da fabricação e distribuição até o usuário

final. Este gerenciamento está voltado para otimização de fluxos dentro da

organização, enquanto que o gerenciamento da cadeia de suprimentos reconhece

que a integração interna por si não é suficiente.

Para Bertaglia (2005), as características que nos permitem entender

melhor a cadeia de suprimento e sua complexidade são:

• a localização das organizações;

• a distribuição física de produtos e materiais;

• a administração dos estoques;

• o modo de transporte;

• o fluxo de informação;

• as estimativas/previsões;

• os relacionamentos com os clientes;

• fornecedores de materiais e serviços;

• distribuidores;

• outros que envolvam fluxos de produtos, materiais e informações.

As principais práticas eficazes de gestão da cadeia de suprimentos, de

acordo com Pires (2004) são a reestruturação e consolidação do número de

fornecedores e clientes, a divisão de informações e integração da infra-estrutura

com clientes e fornecedores, o desenvolvimento conjunto de produtos, as

considerações logísticas na fase de desenvolvimento dos produtos, e a integração

das estratégias competitivas na cadeia produtiva.

Diante de tais colocações, pode-se entender que o SCM busca integrar os

processos e participantes dos canais de suprimentos. A cadeia de suprimentos é

composta de vários componentes e cada um pode ser visto como uma parte da

corrente, um elo. O Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos busca a integração

de cada um desses elos em uma única corrente.

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Para Chopra e Meindl (2003), o objetivo de toda cadeia de suprimento é

maximizar o valor global gerado, estando ligado à lucratividade da cadeia de

suprimento, que é a diferença entre a receita gerada pelo cliente e o custo total no

decorrer da cadeia de suprimento.

Assim, quanto maior a lucratividade, mais bem-sucedida será a cadeia de

suprimento; sendo que a única fonte de receita para qualquer cadeia de

suprimento é o cliente. Através de um adequado gerenciamento da cadeia de

suprimentos através de controles dos fluxos de informações e das atividades

desempenhadas, a lucratividade poderá ser maximizada.

Na visão de Chopra e Meindl (2003), o gerenciamento da cadeia de

suprimento exige diversas decisões relacionadas ao fluxo de informações, de

produtos e monetário. Essas decisões se encaixam em três categorias, ou fases,

dependendo da freqüência de cada decisão e do período de execução de cada

fase:

• Estratégia ou projeto da cadeia de suprimento: durante essa fase, a

empresa decide como estruturar a cadeia de suprimento. Determina qual

será a configuração da cadeia e que processos cada estágio deverá

desempenhar. As decisões tomadas durante essa fase são também

conhecidas como decisões estratégicas para a cadeia de suprimento.

Tais decisões são tomadas pelas empresas e incluem: local, capacidade

de produção e das instalações para armazenagem, produtos a serem

fabricados ou estocados em diversos locais, meios de transporte a serem

disponibilizados de acordo com os diferentes turnos de expedição e o tipo

de sistema de informação que vai ser adotado. A empresa deve garantir

que a configuração de sua cadeia de suprimento possa apoiar seus

objetivos estratégicos durante essa fase.

• Planejamento da cadeia de suprimento: como resultado dessa fase de

planejamento, as empresas definem um conjunto de políticas

operacionais que lideram as operações de curto prazo. Para as decisões

tomadas durante essa fase, a configuração da cadeia de suprimento,

determinada na fase estratégica, é fixa. Essa configuração estabelece

restrições dentro das quais cada planejamento deve ser realizado. As

empresas iniciam a fase de planejamento com uma previsão de demanda

para o ano seguinte (ou um período de execução semelhante) em

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diferentes mercados. O planejamento inclui decisões sobre quais

mercados deverão ser supridos e de que locais, sobre a construção dos

estoques, a terceirização da fabricação, as políticas de reabastecimento e

estocagem a serem seguidas, as políticas que serão desempenhadas em

relação a locais de reserva, no caso de incapacidade de atender a um

pedido, e a periodicidade e dimensão das campanhas de marketing. O

planejamento estabelece parâmetros dentro dos quais a cadeia de

suprimento funcionará durante um período de tempo especificado. Na

fase de planejamento, as empresas devem incluir a incerteza na

demanda, nas taxas de câmbio e na competição desse período de tempo

vislumbrado em suas decisões. Devido a um período mais curto e a

melhores previsões do que as da fase de projeto, as empresas na fase de

planejamento tentam incorporar qualquer flexibilidade que tenha sido

criada na cadeia de suprimento na fase de projeto e explorá-la para

otimizar o desempenho em um período mas curto.

• Operação da cadeia de suprimento: o período de tempo considerado

aqui é semanal ou diário e durante essa fase as empresas tomam

decisões sobre pedidos individuais de clientes. Na fase operacional, a

configuração da cadeia de suprimento é considerada fixa e as políticas de

planejamento como já definidas. O objetivo das operações da cadeia de

suprimento é implementar as políticas operacionais da melhor maneira

possível. Durante essa fase, as empresas distribuem os pedidos

individuais para estoque ou produção, determinam a data em que o

pedido deverá ser atendido, geram inventários nos depósitos, adaptam o

pedido a um meio de transporte ou expedição apropriados, organizam as

entregas dos caminhões e encaminham os pedidos de reabastecimento.

Uma vez que as decisões operacionais são tomadas a curto prazo

(minutos, horas ou dias), muitas vezes há menos incerteza em relação à

demanda. O objetivo durante a fase operacional é explorar a redução e

otimizar o desempenho dentro das restrições estabelecidas pela

configuração e pelas políticas de planejamento.

Desta forma, os relacionamentos em uma cadeia de suprimentos são

particulares a cada organização e fazem parte de sua estratégia competitiva,

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sendo realmente o seu diferencial. Coordenar os relacionamentos envolvidos e a

forma de operação de uma cadeia integrada é uma atividade demasiadamente

complexa, o que torna a Cadeia de Suprimentos uma das poderosas formas de

garantir a sustentabilidade de uma vantagem competitiva.

Por sua característica abrangente e contemporânea, a gestão da cadeia

de suprimentos é notadamente uma área multifuncional e deve ser administrada

de maneira eficiente e eficaz, visto que todos os erros acarretarão em

desperdícios ou faltas e em perdas financeiras.

Entretanto, pode-se considerar que a gestão da cadeia de suprimentos,

conforme Pires (2004), tem seu escopo em pelo menos três grandes eixos de

atuação, que são:

• processos de negócios: contempla os processos de negócios-chave

que devem ser executados efetivamente ao longo da cadeia de

suprimentos. No limite, pode-se afirmar que esse eixo representa o

porquê da existência e a finalidade principal da gestão da cadeia de

suprimentos;

• tecnologias, iniciativas, práticas e sistemas: contempla as tecnologias

de informação, as iniciativas e os sistemas utilizados para executar a

gestão da cadeia de suprimentos. Em outras palavras, representam os

meios atuais e inovadores que viabilizam a execução dos processos de

negócios-chave na gestão da cadeia de suprimentos;

• organização e pessoas: contempla a estrutura organizacional e a

capacitação institucional e pessoal capaz de viabilizar uma efetiva gestão

da cadeia de suprimentos. Em outras palavras, representa as

transformações em termos de estrutura organizacional e de capacitação

da empresa e de seus colaboradores para que o modelo gerencial de

gestão de cadeia de suprimentos possa ser de fato entendido, viabilizado

e implementado.

Esses três eixos de atuação apresentam um modelo tridimensional,

visualizado na Figura 3.

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Figura 3: Três eixos de atuação da Gestão da Cadeia de Suprimentos.

Fonte: Adaptado de Pires (2004).

De acordo com a Figura 3, sobre esse modelo tridimensional, Pires (2004)

apresenta algumas observações:

• existe uma clara inter-relação entre os três eixos, o que torna

praticamente obrigatório o trabalho simultâneo nas três direções. Porém,

isso não significa que em determinado momento a gestão da cadeia de

suprimentos não possa ser conduzida em apenas uma ou duas

dimensões;

• o modelo também sinaliza no sentido de que existe uma escala de

evolução em cada um desses eixos, o que pode ser útil como instrumento

de gestão, desde que essa evolução represente de fato um avanço no

sentido dos objetivos principais da gestão da cadeia de suprimentos que

são reduzir custos e aumentar o valor percebido do produto perante o

consumidor final. Também é razoável pensar que essa evolução não se

pode dar de forma muito desigual ou desequilibrada, ficando

desequilibrada em determinado eixo. Entretanto, o formato adequado do

cubo que será formado dependerá de cada situação, dado que não existe

Processos de Negócios

Organização e Pessoas

Tecnologia, Iniciativas, Práticas e

Sistemas

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uma fórmula mágica para se determinar a dosagem de atuação em cada

um desses eixos;

• qualquer projeto de gestão de cadeia de suprimentos deve também

considerar que o tema é eminentemente estratégico e é sob essa

perspectiva que ele deve ser planejado, implementado e controlado. Isso

significa também que não há como tratar do projeto na área sem uma

plena conscientização, o adequado envolvimento e o suporte da alta

direção da empresa. Enfim, essa visão estratégica deve permear os três

eixos relatados;

• a medição de desempenho nos três eixos, especialmente de forma

integrada, constitui-se também em grande desafio a ser enfrentado. É

sempre útil lembrar o tradicional ditado que diz que para se gerenciar bem

é preciso medir os resultados;

• o modelo com três eixos é apenas uma abstração no sentido de se

ilustrar o conteúdo da supply chain management e não tem nenhuma

pretensão de esgotar o assunto, muito pelo contrário. Em muitas

situações do cotidiano, porém, acredita-se que ele possa ser um bom

ponto de partida.

Neste contexto, as organizações devem buscar a eficiência em sua

cadeia de suprimento de maneira à melhor atender às necessidades de sua

estratégia competitiva com desempenho e eficiência.

A cadeia de suprimentos, conforme Chopra e Meindl (2003), possui

quatro fatores-chave de desempenho e eficiência: estoque, transporte,

instalações e informação.

• estoque: é a matéria-prima, os produtos em processamento e os

produtos acabados dentro de uma cadeia de suprimento. É um importante

fator-chave da cadeia de suprimento porque as mudanças em suas

políticas podem alterar drasticamente a eficiência e a responsividade da

cadeia;

• transporte: significa movimento de estoque de um ponto a outro na

cadeia de suprimento. O transporte pode ser feito a partir de várias

combinações de meios e rotas, cada uma com características particulares

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de desempenho. As escolhas sobre o transporte exercem um forte

impacto na responsividade e na eficiência da cadeia de suprimento;

• instalações: são os locais na rede da cadeia de suprimento onde o

estoque é armazenado, montado ou fabricado. Os dois tipos de

instalações principais são os locais de produção e os locais de

armazenamento. Qualquer que seja a função da instalação, as decisões a

respeito da localização, capacidade e flexibilidade das instalações

influenciam significativamente o desempenho da cadeia de suprimento;

• informação: consiste em dados ou análises a respeito de estoque,

transporte, instalações e clientes, que fazem parte da cadeia de

suprimento. A informação é potencialmente o maior fator-chave de

desempenho da cadeia de suprimento, pois afeta diretamente cada um

dos demais fatores-chave. A informação propicia ao gerenciamento a

oportunidade de tornar as cadeias de suprimento mais responsivas e

eficientes.

Quando as empresas necessitam verificar quais as decisões a serem

tomadas na cadeia de suprimento, deverão determinar qual será seu

desempenho em relação à eficiência e à responsividade, utilizando seus fatores-

chave para alcançar o nível de desempenho estabelecido pela estratégia a ela

designada.

2.4 Movimentação de materiais

De maneira geral, a execução das atividades relativas à movimentação de

materiais e ao fluxo de informações, do fornecedor ao consumidor final e vice-

versa, é realizada de forma fracionada.

Afirma Moura (1998) que a movimentação de materiais está relacionada

com o deslocamento de matérias-primas e produtos acabados e com a

armazenagem (estocagem, separação de pedidos, embalagem, expedição), o

suprimento das matérias-primas e a distribuição dos produtos acabados.

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A movimentação de materiais consiste na preparação, colocação e

posicionamento de materiais, a fim de facilitar sua movimentação e estocagem.

Todas as atividades que se relacionam com o produto, com exceção das

operações de processamento e inspeção, são da movimentação de materiais.

Ballou (1995) destaca que os custos de movimentação de materiais

influem sobremaneira no produto, afetando diretamente o custo final. O acréscimo

no custo do produto proporciona-lhe maior valor mas, no caso da movimentação,

esta não contribui em nada, podendo-se somente barateá-la com uma seleção

adequada do método mais compatível à natureza e ao regime da produção.

Em qualquer empresa, a movimentação de materiais tem uma grande

importância. Ela compreende todas as operações básicas envolvidas na

movimentação de qualquer tipo de material, por qualquer meio, da recepção da

matéria-prima até a expedição e distribuição do produto acabado.

A movimentação de materiais é uma função de prestação de serviço que

inclui o deslocamento dos materiais ‘de’ e ‘para’ processos produtivos e

comerciais. É uma atividade comum a todos os ramos de negócios.

2.5 Gestão de serviços

Na visão de Kotler e Armstrong (1991), um serviço é uma atividade ou um

benefício que uma parte pode oferecer a outra que é essencialmente intangível e

não resulta na propriedade de nada. Sua produção pode ou não estar vinculada a

um produto físico.

Os serviços têm inúmeras características distintivas que os diferenciam

de bens e têm implicações sobre o modo como são comercializados.

Destaca Baker (2005), que as principais características dos serviços são:

• intangibilidade: um serviço ‘puro’ não pode ser avaliado usando

qualquer de seus sentidos físicos, é uma abstração que não pode ser

examinada diretamente antes de ser comprada. Um comprador potencial

de praticamente qualquer bem pode examinar sua integridade física,

aparência estética, sabor, cheiro etc. Por outro lado, serviços não têm

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nenhuma propriedade tangível que possa ser utilizada por consumidores

para verificar afirmativas da propaganda antes de fazer a compra. As

características intangíveis de processo que definem serviços, tais como a

confiabilidade, o cuidado pessoal, a cortesia e a atitude amigável do

pessoal, somente podem ser verificadas quando um serviço for comprado

e consumido;

• inseparabilidade: a produção e o consumo de um bem tangível são

duas atividades separadas. Empresas geralmente produzem bens em

uma localização central e então os transportam para o lugar onde os

clientes mais querem comprá-los. Desse modo, empresas manufatureiras

podem conseguir economias de escala por meio de produção centralizada

e controlar a qualidade centralizadamente. O fabricante também pode

produzir bens no momento que lhe for conveniente e então disponibilizá-

los aos clientes nos momentos que forem convenientes para os clientes.

Por outro lado, diz-se que o consumo de um serviço é inseparável dos

seus meios de produção. Produtor e consumidor devem interagir para que

os benefícios do serviço sejam realizados;

• variabilidade: no caso dos serviços, a variabilidade causa um impacto

sobre os clientes não somente em termos de resultados, mas também em

termos de processos de produção. São eles que fazem com que a

variabilidade apresente um problema muito maior para serviços em

comparação com bens. Como o cliente usualmente está envolvido no

processo de produção de um serviço ao mesmo tempo que o consome,

pode ser difícil fazer manutenção e controle para garantir padrões

consistentes. A oportunidade de inspeção e rejeição antes da entrega,

aberta para o produtor de bens, normalmente não é possível para

serviços. Usualmente, o serviço deve ser produzido na presença do

cliente sem a possibilidade de verificações de qualidade intervenientes;

• perecibilidade: serviços são diferentes de bens no sentido de que não

podem ser armazenados. Os produtores de grande parte dos bens

manufaturados que não conseguirem vender toda a sua produção no

período corrente podem manter estoques para vender em período

subseqüente. Ao contrário, o produtor de um serviço que não conseguir

vender toda a sua produção no período corrente não tem chance de

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guardá-lo para venda em período subseqüente. A perecibilidade dos

serviços resulta na necessidade de dar maior atenção ao gerenciamento

da demanda nivelando seus altos e baixos e de programar a produção

dos serviços para acompanhar esse padrão o quanto possível;

• incapacidade de possuir serviços: a incapacidade de possuir um

serviço está relacionada com as características de intangibilidade e

perecibilidade. Ao comprar bens, os compradores geralmente adquirem o

título de propriedade dos bens em questão e, subseqüentemente, podem

fazer o que quiserem com eles. Por outro lado, quando um serviço é

executado, não há nenhuma transferência de propriedade do vendedor

para o comprador. O comprador está meramente comprando o direito a

um processo de serviço. A incapacidade de possuir um serviço tem

implicações para o projeto de canais de distribuição, de modo que um

atacadista ou um varejista não pode obter o título de propriedade como

acontece com os bens. Por isso, os métodos de distribuição direta ao

mais comuns e, quando se usam intermediários, eles geralmente agem

como um co-produtor juntamente com o prestador do serviço.

Gestão de serviços é administrar uma empresa na competição por

serviços, isto é, em uma situação competitiva em que os serviços, definidos em

sentido amplo, são a chave do sucesso no mercado, independente de o centro da

oferta ser um serviço ou um produto manufaturado.

As organizações estão vivendo uma dura realidade, a era do mercado

globalmente competitivo, onde a concorrência pode estar a poucos metros da

empresa ou do outro lado do mundo.

Para Gianese e Corrêa (1996), os serviços estão no centro da atividade

econômica de qualquer sociedade e é fundamental que tais organizações

desenvolvam seu potencial competitivo, focando seu negócio em

serviços/produtos que possuam qualidade suficiente para competir no mercado.

O desafio dos administradores consiste em entender o consumidor, no

sentido de conhecer as suas expectativas antes, durante e após a compra e

identificar tanto suas necessidades e desejos como também as satisfações ou

insatisfações contraídas pelo consumo dos produtos ou dos serviços vendidos.

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Gerenciar serviços é uma tarefa diferente de gerenciar a produção de

bens. Mas, mais importante do que reconhecer esta diferença é compreender

quais são as características especiais dos serviços que fazem com que a gestão

de suas operações seja diferente da gestão dos demais setores de uma

organização. Afirmam Gianese e Corrêa (1996), que estas especificidades

deverão estar sempre presentes na mente do gerente de operações de serviços,

influenciando suas decisões do dia-a-dia. A função de operações de uma

organização é a parte responsável por produzir seus produtos ou serviços.

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3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA

Este capítulo apresenta a empresa Drag-Sub Dragagens e Serviços

Subaquáticos Ltda., objeto deste estudo de pesquisa.

3.1 Caracterização da Empresa

A empresa Drag-Sub Dragagens e Serviços Subaquáticos Ltda.,

localizada na cidade de Itajaí, está no mercado há mais de vinte anos. Fundada

pelo Sr. Osmar Tibúrcio da Silva em 25 de abril de 1983, mergulhador profissional

com larga experiência, é considerado um verdadeiro especialista no ramo, nas

operações de resgate, obras subaquáticas (cabo submarino fibra ótica) e

dragagens.

No contrato social da empresa, o Sr. Osmar Tibúrcio da Silva é o sócio

majoritário da empresa e possui o cargo de diretor, e o Sr. Carlos Ivan dos Santos

é o sócio minoritário, e auxilia na administração da empresa.

O sócio majoritário da empresa, Sr. Osmar Tibúrcio da Silva, o popular

Maresia, iniciou sua carreira como pescador em Bombinhas, passando para o

mergulho profissional. Trabalhou como empregado até adquirir experiência para

abrir sua própria empresa, a Drag-Sub Dragagens e Serviços Subaquáticos.

A empresa possui Sistema de Mergulho Profissional, com barcos

equipados com câmera hiperbárica, específico para este tipo de mergulho, sendo

o único equipamento deste porte no sul do Brasil, além de equipamento completo

de mergulho profissional, dragas de sucção e recalque, ferramentas,

caminhonetes etc.

A Drag-Sub Dragagens e Serviços Subaquáticos é uma empresa

especializada em execução de obras de engenharia subaquática, dragagens e

aterros hidráulicos, tendo como compromisso com seus clientes e a sociedade

praticar segurança e respeito ao meio ambiente.

Os serviços oferecidos pela empresa ao mercado são:

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• serviços de mergulho;

• resgates de embarcações;

• sondagens;

• perfurações;

• execuções de fundações destinadas à construção civil;

• obras marítimas e fluviais;

• construção de rede de água e esgoto;

• instalação de equipamentos para orientação marítima;

• fluvial e lacustre;

• todas as atividades auxiliares relacionadas ao transporte marítimo;

• dragagem marítima e portuária;

• recuperação de praias e aterro hidráulico de área;

• derrocamento marítimo e fluvial;

• construção de cais;

• enterramento de cabo de fibra ótica.

Os principais clientes da empresa são:

• Estaleiro Nave Ship – Navegantes – Santa Catarina;

• Coteminas S/A – Blumenau – Santa Catarina;

• Tesc- Terminal Santa Catarina - São Francisco do Sul – Santa

Catarina;

• Tervap Pitanga Mineração e Pav. Ltda – Vitória –Espírito Santo;

• Smit World – Holanda;

• Wilson Sons – Paranaguá – Paraná;

• Hidrotopo Consultoria e Projetos Ltda. – Rio de Janeiro – Rio de

Janeiro;

• Ivaí Engenharia S/A – Itajaí – Santa Catarina;

• Cateline – Paranaguá – Paraná;

• Sk Tecnologia Subaquáticas Ltda. – Vitória – Espírito Santo;

• Pioneira da Costa S/A – Porto Belo – Santa Catarina;

• Pioneira da Costa S/A – Florianópolis – Santa Catarina;

• Construtora Azza Ltda. – Brusque – Santa Catarina;

• Detroit Brasil Ltda. – Itajaí – Santa Catarina;

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• Itajaí Práticos Serviço de Praticagem S/C Ltda. – Itajaí – Santa

Catarina;

• Administração do Porto de Itajaí – Itajaí – Santa Catarina;

• Porto de Paranaguá – Paranaguá – Paraná;

• Porto de Antonina – Paraná.

A Drag-Sub tem em sua estrutura organizacional funcionários de alta

competência, qualificados e habilitados, e atende a todas as exigências das

Normas de Segurança e Certificação Ambiental.

Conta atualmente com 33 funcionários, divididos entre os seguintes

cargos: supervisor de mergulho, mergulhador, operador de draga, marinheiro,

auxiliar de superfície, encarregado da manutenção, operador de máquina, mestre

de cabotagem, moço de convés, secretária, financeiro e engenheiro.

As principais atividades desempenhadas pelos colaboradores em campo

são:

• Supervisor de mergulho: responsável pela obra de mergulho;

• Operador de draga, marinheiro e mestre de cabotagem: trabalham na

draga;

• Motorista, operador de máquina, moço de convés, marinheiro:

trabalham e são responsáveis na embarcação do barco de apoio do

mergulho.

A empresa possui um engenheiro de obras que fica atento às

movimentações do mercado e acompanha licitações, obras públicas e privadas e

o renome nacional adquirido por seu proprietário. Quando surge algum serviço,

um representante da empresa vai até o local fazer um levantamento para gerar

um orçamento para o cliente que, se aceito, é iniciada a obra mediante um

contrato firmado entre ambas as partes.

Possui o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e para

cada operação, inicialmente é emitida a APNRI – Análise Preliminar de Níveis de

Riscos/Impactos, que é emitido através de um convênio que a Drag-Sub possui

com uma empresa especializada no ramo que fiscaliza as obras e avalia os

riscos.

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3.2 O processo logístico da empresa

O processo logístico é realizado através das dragas de sucção e

recalque, e auto-transportadoras, equipamentos especialmente desenvolvidos

para a execução de serviços especiais.

Estes equipamentos permitem a execução de dragagens de berços de

portos em pleno funcionamento devido à sua versatilidade.

A empresa realiza obras de grande porte, como o início do serviço de

dragagem para abertura de um porto, a retirada de um navio que esteja

encalhado, ou a sucção de óleo diesel em navios encalhados para evitar o

vazamento no mar.

O cliente é quem informa onde o material retirado (areia, pedra, argila)

deverá ser colocado após a dragagem.

O mergulho é feito para a atividade de aterramento de cabos de fibras

óticas, iluminação (por exemplo, na Ilha do Mel) para não trabalharem mais com

geradores. Assim, os cabos são enterrados pelo subsolo do continente, passando

pelo mar até chegar à ilha, com funcionários treinados, havendo poucos

concorrentes nesse segmento por sua complexidade.

A colocação dos cabos de fibra ótica são realizados com embarcação de

auto-propulsão, podendo navegar com orientação do DGPS1 para o lançamento

do eixo, que é um aparelho que indica a localização.

Este serviço é todo filmado e a gravação entregue ao cliente.

A empresa possui quatro dragas, com capacidade diferente em cada uma

delas, uma carrega, outra só retira o material, levando o material para onde o

cliente indicar, tendo a função de transportadora. Outra leva o material de um lado

para outro, tendo motor somente para puxar a areia, mas não motor para

locomover-se.

A empresa atende a clientes de todo o território brasileiro. As dragas

ficam paradas em estaleiros quando não estão executando algum serviço,

pagando a empresa um aluguel para uma empresa, onde sofrem manutenções

para que estejam prontas para o serviço seguinte, onde podem ficar meses fora.

1 GPS: Sistema de posicionamento global (Global Positioning System).

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As dragas possuem instalação com quartos e cozinhas para os

funcionários que saem a serviço e ficam em mar.

A empresa não possui uma campanha de comunicação de marketing, é o

proprietário e o engenheiro de obras quem procuram as obras e oferecem os

serviços da Drag-Sub.

Assim, o processo tem início quando o proprietário ou o engenheiro

visitam as obras e apresentam os serviços da empresa Drag-Sub.

Posteriormente, o cliente contata a empresa para a realização do serviço.

É realizado então um estudo prévio com as características da obra, sendo

apresentada a proposta para o cliente.

Esta Análise Preliminar de Níveis de Risco – APNRI é apresentada no

Quadro a seguir.

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DRAG SUB - DRAGAGENS E SERVIÇOS SUBAQUATICOS LTDA ANALISE PRELIMINAR DE RISCOS AMBIENTAISRua: Manoel Felipe da Silva, 280 - Sala 01 APRA88.210-000 Porto Belo - Santa Catarina

CONTRATO: APRA n°SERVIÇO: ATIVIDADE

RESPONSÁVEL: REVISÃOASPECTO DO CAUSA EFEITO/DANO CATEGO- MEDIDAS: PREVENTIVAS,PERIGO IMPACTO/RISCO RIA CORRETIVAS, CONTROLES

Elaboração: Verificação: Aprovação

LEGENDA DAS CATEGORIAS DE RISCOSS/IMPACTOS: (I) Trivial (II) Tolerável (III) Moderado (IV) Substancial (V) Intolerável

Quadro 2: Análise Preliminar de Riscos Ambientais.

Fonte: Fornecido pela empresa.

A Drag-Sub elabora então algumas propostas comerciais ou técnicas.

O serviço então é iniciado, seja como cabos de fibra ótica, ou a retirada

de areia, argila ou pedras, sendo definido o local para ser deposita este material

pelo cliente.

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Para o caso da contratação de resgate, após a contratação é elaborado o

Plano de Resgate que será apresentado ao cliente.

Este local deve ser definido e entregue à Drag-Sub uma autorização

ambiental municipal (em Itajaí esta licença é fornecida pela FATMA) que será o

próprio cliente quem se encarregará de providenciar.

A Figura 4 apresenta uma draga realizando a sucção da areia do rio e

despejando no cais em forma de aterro.

Figura 4: Sucção da areia do rio.

Fonte: Fornecido pela empresa (2007).

O diferencial da empresa é a tecnologia de material, que a qualifica pelo

maquinário e equipamentos, com a gravação de todo o serviço realizado, que é

monitorado instantaneamente pelo proprietário no cais da embarcação. A câmera

é colocada na própria máscara do mergulhador.

O serviço de filmagem é feito sempre que o cliente solicita e conforme a

visibilidade da água.

A Figura 5 apresenta a Draga Ceará saindo do Estaleiro, localizado às

margens do Rio Itajaí-Açu para realizar um serviço de dragagem.

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Figura 5: Draga Ceará.

Fonte: Fornecido pela empresa (2007).

A Figura 6 mostra a Draga realizando o serviço de sucção de areia em

uma das obras realizadas no ano de 2006.

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Figura 6: Serviço de sucção de areia.

Fonte: Fornecido pela empresa.

Outra embarcação da empresa é a Draga Praia de Barreta, com menor

capacidade de sucção do que a Draga Ceará. Na Figura 7, visualiza-se a draga

fazendo a retirada de material do fundo do mar. Quando esgota sua capacidade,

a embarcação navega até o local onde o material deverá ser depositado, para que

a draga despeje este entulho e volte para continuar o trabalho de sucção.

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Figura 7: Draga Praia de Barreta.

Fonte: Fornecido pela empresa.

Na Figura 8, apresenta-se a Draga Vitória, com menor capacidade de

cisterna, realizando uma dragagem de berço.

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Figura 8: Draga Vitória I.

Fonte: Fornecido pela empresa.

Após a execução da dragagem e a sucção de material do fundo do mar, o

material é depositado dentro da embarcação. A Figura 9 apresenta uma obra de

dragagem.

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Figura 9: Obra de dragagem.

Fonte: Fornecido pela empresa.

A produtividade das dragas é determinada em função do material e do

equipamento, e gira em torno de 50m3/hora até 500m3/h.

A partir da visualização das embarcações da empresa Drag-Sub, os

principais serviços da empresa são:

• serviços de mergulho: geralmente são de apoio a serviços de

engenharia, obras civis, mecânicas e elétricas. Para operar nesse ramo

de atividade, a empresa Drag-Sub necessita de Registro no DPC,

possuindo registro no Sistema de Mergulho devidamente classificado por

Sociedade Classificadora DNV. O sistema de mergulho para a atividade

da empresa, que é o Mergulho Raso, se classifica em:

• até 30m de profundidade;

• até 40m de profundidade;

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• até 50m de profundidade;

• resgates de embarcações: são operações especiais e sempre

precedidas de um Plano de Resgate apresentado para Marinha para

aprovação;

• sondagens: a empresa executa levantamento de reconhecimento de

penetrabilidade e tipo de matérias com Jet-Probe, quando são usados os

equipamentos próprios de sondagem os serviços de mergulho são de

apoio;

• perfurações: os serviços da Drag-Sub restringem-se a apoio de

empresas especializada, ou seja, execução dos serviços submersos;

• execuções de fundações destinadas à construção civil: também são

executados pela empresa os serviços subaquáticos;

• obras marítimas e fluviais: a empresa tem condições de participar de

toda e qualquer obra marítima ou fluvial no que tange às operações

subaquáticas;

• construção de rede de água e esgoto: a empresa atua em travessias,

instalação de redes de água e esgoto;

• instalação de equipamentos para orientação marítima: instalação de

bóias sinalizadoras, quadro de bóias, fundeadores e ancoradouros;

• fluvial e lacustre: as atividades fluviais e lacustres são as mesmas que

as submarinas;

• todas as atividades auxiliares relacionadas ao transporte marítimo:

apoio à reboques, transportes especiais, salvatagens em alto mar;

• dragagem marítima e portuária: a empresa é especializada na

prestação de serviços de dragagem, possui três equipamentos chamados

de auto-transportadores e um de sucção e recalque:

• Draga Ceará - capacidade de cisterna, 400m3;

• Draga Praia da Barreta - capacidade de cisterna,

200m3;

• Draga Vitória - capacidade de cisterna, 100m3;

• Ilhota - sucção e recalque.

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• serviços: retirada de assoreamentos, aterro hidráulico e todos os tipos

de serviços de movimentação de matérias em leitos marinhos, fluviais e

lacustres;

• recuperação de praias e aterro hidráulico de área: serviço de

succionar material arenosos de alguma jazida marinha, fluvial ou lacustre

e lançamento em orlas marinhas com objetivo de engodamento de Praias;

• derrocamento marítimo e fluvial: a empresa executa serviços de

derrocamento a quente e a frio.

• a quente: com uso de explosivos,

• a frio: desmonte com uso de equipamentos especiais,

como dardas;

• construção de cais: os serviços prestados são de apoio nas

construções submersas;

• enterramento de cabo de fibra ótica: a empresa desenvolveu

metodologia especial para enterramento de cabos lançados em leitos

marinhos, fluviais e lacustres. Também participa nos lançamentos de

cabos.

No ano de 2006, os principais clientes por segmento de atividade que

contratou os serviços da Drag-Sub foram:

• serviços de mergulho: todos os clientes. Por exemplo: Ivaí Engenharia

S.A.;

• resgates de embarcações: Poneira, Femepe, armadores de pesca,

seguradoras, companhias de navegação;

• sondagens: Teporti, Hidrtopo, Marder & Muller Construtores

Associados;

• perfurações: Pitz Fundações Ltda., Brandão Fundações Ltda.;

• execuções de fundações destinadas à construção civil: Pitz

Fundações Ltda., Construtora Stein Ltda.;

• obras marítimas e fluviais: Eletrosul S.A., Ivaí Engenharia S.A.;

• construção de rede de água e esgoto: Casan Companhia de Água e

Saneamento, Vettore Engenharia Ltda.;

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• instalação de equipamentos para orientação marítima: Obra do Porto

de Paranaguá, APSF – Administração do Porto de São Francisco do Sul,

Porto de Itajaí;

• fluvial e lacustre: Sul Brasileira Ltda. (corte de floresta em

reservatórios de barragens alagadas);

• todas as atividades auxiliares relacionadas ao transporte marítimo:

Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás;

• dragagem marítima e portuária: Terminais Marítimos Ponta do Félix,

Marder & Muller Construtores Consorciados, Teporti Terminal Portuário

de Itajaí, Terpavi, Tracomal, Porto de Itajaí;

• recuperação de praias e aterro hidráulico de área: Azza Engenharia

Ltda. (Praia de Penha, em Santa Catarina);

• derrocamento marítimo e fluvial: Ivaí Engenharia S.A. (a quente); Hotel

Plaza Itapema (a quente), Porto de São Francisco do Sul (a frio com

dardas hidráulicas)

• construção de cais: Construtora Stein S.A., Triunfo Engenharia S.A.,

Carioca Engenharia S.A.;

• enterramento de cabo de fibra ótica: Pirelli S.A. (divisão de cabos),

Luminar Ltda. (Cabo Ilha/Praia do Rosa, 7km).

A empresa realiza uma ampla gama de serviços, todos voltados à

operações em mar ou rios. Assim, os serviços são realizados com o apoio das

embarcações e a mão-de-obra especializada dos funcionários. A embarcação

escolhida será àquela que tenha os equipamentos que dêem suporte para a

concretização do trabalho. Antes da contratação, são emitidos os laudos e

licenças ambientais necessárias, que irá variar conforme o tipo de serviço a ser

realizado. A embarcação será equipada com suprimentos aos tripulantes de

acordo com o tempo que irão ficar em mar.

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3.3 Pontos fracos do processo logístico

Os pontos fracos observados no decorrer do estágio foram:

• Mão-de-obra: rotatividade. Como os serviços da empresa são

sazonais, quando se precisa de um profissional especializado ele pode

estar prestando serviços à outra empresa. Outro ponto fraco encontrado é

o relacionamento entre os funcionários de equipes, pois algumas equipes

possuem acomodações e alimentação diferentes.

• Estado das embarcações: as condições climáticas são muito severas,

o que vem a exigir manutenção freqüente.

• Fatores climáticos: são determinantes, pois as atividades são

desenvolvidas no mar, nos rios ou lagos. Muitas vezes, ocorre de

paralisar as atividades.

• Autorização da Marinha: as atividades estão sujeitas a NR-15 e

NORMAN, e trazem uma preocupação constante na regularização. Muitas

vezes, a empresa atrasa suas operações aguardando a autorização da

Marinha.

• Autorizações municipais: necessita do Alvará de Funcionamento de

Escritório e de depósito de materiais.

• Sazonalidade do mercado: a atividade da empresa é totalmente

dependente da sazonalidade, pois executa obras que ocorrem de tempos

em tempos e, às vezes, trazendo problemas de acúmulos e outras vezes

falta total de atividade.

• Treinamento para os funcionários: na área de mergulho já são

exigidos dos profissionais qualificações específicas como:

• Inspetor visual,

• Soldador subaquático,

• Inspetor de ensaios não destrutivos,

• Qualificação para filmagens subaquáticas;

• Cursos disponíveis no mercado: o SENAI de Macaé/RJ é o maior

Centro de Formação de mão-de-obra especializada na área subaquática,

havendo muita demanda para pouca oferta de cursos e o deslocamento

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dos profissionais até o estado do Rio de Janeiro é considerado como

ponto fraco quanto aos cursos disponíveis no mercado. Outro curso

também é realizado pela Dive University, na cidade de Santos/SP.

• Concorrência: existem alguns concorrentes fortes no mercado

brasileiro.

• Setor financeiro: a empresa é de pequeno porte e familiar, o setor

financeiro é feito por uma pessoa da família e controlada pelo titular.

• Controle de custos: é difícil porque é feito por uma pessoa e não são

feitos controles precisos que garantam a eficiência do cálculo.

• Produtividade: muito prejudicada pelas condições de mar e condições

climáticas.

Outro ponto fraco observado é o valor despendido no aluguel do Estaleiro,

onde as embarcações ficam atracadas, além do valor gasto quando essas são

puxadas para o Estaleiro, que cobram o valor por diárias.

Em relação aos fatores que estão afetando a produtividade da empresa,

foi detectado que as condições do mar, fatores climáticos e a sazonalidade dos

contratos são os principais pontos fracos.

3.4 Pontos fortes da empresa

Apesar dos pontos fracos e deficientes encontrados no estágio realizado

na empresa Drag-Sub, são encontrados pontos fortes nos seguintes fatores:

• Mão-de-obra especializada: o quadro de funcionários atual da

empresa é altamente qualificado.

• Relacionamento entre os funcionários: no geral, é muito bom,

principalmente entre os funcionários da mesma equipe.

• Relacionamento entre subordinados e seus chefes: como os serviços

são muito especializados, existe um grande comprometimento entre as

pessoas envolvidas nos serviços.

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• Estado das embarcações: as embarcações da empresa são mantidas

de maneira a estarem sempre em condições perfeitas de funcionamento e

conservação.

• Tecnologia das embarcações: as embarcações são equipadas com

todos os equipamentos disponíveis e exigidos pela Marinha. A empresa

possui uma embarcação única no país para apoio de operações de

mergulho, o Santa Catarina, equipado com:

• Câmara hiperbárica,

• Sistema de mergulho para profundidade até 50m,

devidamente classificado por Sociedade Classificadora

DNV,

• Acomodações para 20 (vinte) mergulhadores.

• Fatores climáticos: são determinantes, quando favoráveis ajudam

bastante o desempenho das equipes.

• Autorização da Marinha: as exigências legais são importantes para

classificar a empresa, pois para cada serviço a exigência de

equipamentos determina quais empresas podem participar. A Drag-Sub

está qualificada para participar em todas as faixas de profundidades, 30m,

40m e 50m.

• Autorizações municipais: quando específicas ou envolvendo o Meio

Ambiente, são de responsabilidade da empresa Contratante.

• Treinamento para os funcionários: qualifica a empresa a participar de

uma maior faixa de mercado.

• Cursos disponíveis no mercado: todas as qualificações que o mercado

exige existem no país.

• Concorrência: a única vantagem da concorrência é a busca de

qualificação da empresa para poder competir.

• Controle de custo: a empresa tem uma assessoria técnica comercial

que elabora as propostas e planilhas de custo/preço quanto aos

serviços.

• Controle de equipamento: os equipamentos são mantidos por

profissionais da empresa e por serviços terceirizados.

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• Produtividade: quando os fatores climáticos atrasam os serviços, as

equipes são aumentadas e tudo é feito para o cumprimento dos prazos

contratados.

• Término dos serviços nos prazos acordados: é uma busca constante

da empresa.

• Tecnologia das embarcações: as embarcações estão dentro dos

padrões legais.

• Controle de equipamento: não existe problema.

• Agendamento de serviços: os serviços não são agendados e sim,

sempre que o cliente emite a Ordem de Início de Serviços, é mobilizada a

mão-de-obra, os equipamentos e os materiais.

• Término dos serviços nos prazos acordados: a empresa tem como

principal objetivo a conclusão dos serviços nos prazos, prezando a

satisfação de seus clientes.

3.5 Sugestões para a empresa

Apesar da complexidade das atividades da empresa, que possui uma

ampla diversidade de serviços oferecidos aos clientes, a logística funciona em

dois sentido: há a parte burocrática, sendo realizado um laudo e uma proposta de

serviços, para posteriormente ser emitido um contrato de prestação de serviços.

O segundo passo será equipar a embarcação, tirá-la do Estaleiro e navegar até o

local onde o trabalho será executado. Após a execução do serviço, o material

retirado (quando houver), deve ser colocado em um local especificado pelo

cliente, anexo a uma licença ambiental que o próprio cliente providencia.

A sugestão para a empresa será da aquisição de novos equipamentos,

com tecnologia de ponta, e que estão disponíveis no mercado. Os equipamentos

oferecem maior segurança aos tripulantes das embarcações, além de fornecer

dados mais precisos sobre as condições climáticas e marítimas.

A segunda sugestão refere-se ao setor comercial da empresa, com a

implementação da página na Internet da empresa Drag-Sub, a fim de ampliar os

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meios de comunicação. Sugere-se que a empresa mantenha contato constante

com os clientes atuais, a fim de participarem de cotações de preços para os

serviços que demandarem.

A terceira sugestão é a aquisição de um software para a empresa que

auxilie o funcionário responsável pela parte administrativa nos controles,

agendamentos, cadastros de clientes, controle de custos e planilhas financeiras, a

fim de verificar o resultado da empresa ao final de cada mês.

Por ser uma empresa familiar e os cargos de maior responsabilidade

serem desempenhados por membros da família, muitos controles são feitos de

forma manual e sem precisão. O software terá a função de auxiliar os controles da

empresa e gerar relatórios precisos, o que virá a dar suporte na formação do

preço de venda e qual a margem de lucro que a empresa está operando.

A quarta sugestão para a empresa é a elaboração de um planejamento

estratégico, a fim de serem implantadas melhorias e a empresa traçar metas e

planos de maneira formalizada, com a participação de todo o quadro de

funcionários da Drag-Sub.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A forma como as organizações são administradas, as oportunidades de

negócios, o método de trabalho - tudo isso influencia e traz um diferencial no

resultado final da empresa.

A logística é vista como uma estratégia que diferencia a empresa de seus

concorrentes; utilizada nas organizações para definir a ciência de gerenciar o

fluxo de informações e o fluxo de produtos/serviços, desde os fornecedores até o

consumidor final.

Apesar da automação de muitos processos e de um avanço tecnológico

crescente, o fator humano é imprescindível. Verificou-se através deste estudo que

um dos grandes diferenciais da empresa, além das embarcações e

equipamentos, são os recursos humanos da empresa, profissionalizados e

treinados, e determinantes para o sucesso da Drag-Sub.

Verificou-se que a empresa realiza uma ampla gama de serviços,

deslocando-se qualquer estado brasileiro para a execução de uma obra.

Como os fatores que interferem na produtividade da empresa estão

ligados aos fatores climáticos, que não podem ser controlados pela empresa, a

solução é manter equipamentos de monitoramento das condições climáticas e

das correntes marítimas, a fim de resguardar a segurança dos tripulantes e

conservar a embarcação.

Para o acadêmico, o trabalho desenvolvido foi de grande valia, visto

trazer a experiência de uma pesquisa aplicada em sua área de trabalho com

aplicação de dados teóricos.

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DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO DE HORAS

A Drag-Sub Dragagens e Serviços Subaquáticos Ltda. declara, para os

devidos fins, que o estagiário Henrique Assis Neto, aluno do curso de

Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale

do Itajaí - UNIVALI, cumpriu a carga horária de estágio prevista para o período de

01/03/2007 à 30/10/2007, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto

de Estágio e respeitou nossas normas internas.

__ ________________ ____

Daniela da Silva

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Henrique Assis Neto

Estagiário

Daniela da Silva

Orientadora de campo

Prof. Guido Renato Miranda

Orientador de estágio

Eduardo Krieger da Silva

Responsável pelo Estágio Supervisionado