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Trabalho sobre o pronaf tipo ATRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - CCA
DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO E POLITICAS AGRÍCOLAS E SOLOS
DISCIPLINA: CRÉDITO RURAL
PROFESSOR: MSC. WELLHINGTON PAULO DA SILVA OLIVEIRA
PESQUISA SOBRE O SISTEMA NACIONAL DE CRÉDITO RURAL,
CONSELHO MONETÁRIO.
ALUNO: JOÃO LOPES ANASTÁCIO FILHO
TERESINA-PI, ABRIL DE 2015.
SISTEMA NACIONAL DE CRÉDITO RURAL (SNCR)
A criação do SNCR, em meados da década de 60, apresenta uma série de características que enquadram o sistema no panorama geral traçado pelo Governo com a intenção de alterar estruturalmente o funcionamento da economia brasileira.
Segundo Comin & Müller"(...) o período de ouro do crédito rural é o que vai de 65 a 76. Nesta fase, foi criado e consolida-se o SNCR, que conta com recursos crescentes por parte do Governo. É neste período que o impulso à modernização na agricultura ocorre com maior intensidade, particularmente no que concerne aos investimentos de médio e longo prazo". Do ponto de vista da política agrícola, trata-se de aumentar a produção e
produtividade do setor buscando um crescente excedente agrícola a ser canalizado para o mercado externo e cuja produção apresentasse custos que possibilitassem colocá-lo de forma competitiva nesse mercado. Esse aumento de produção e produtividade seria obtido através da alocação de recursos na agricultura que propiciariam a incorporação de novas técnicas e/ou o seu uso disseminado no conjunto de produtores agrícolas.
O aumento da demanda por máquinas, equipamentos e insumos para uso na agricultura gerada desta forma obedecia aos interesses da indústria nacional produtora desses itens que tinha necessidade de ampliar, de forma significativa, o mercado para a sua produção em crescimento.
A legislação de criação do sistema de crédito previa, de forma explícita, através dos seus diversos objetivos, a intenção de incentivar o aumento da produção agropecuária através da implementação de melhorias obtidas pela disponibilidade de recursos aplicáveis nas diferentes fases do seu processo produtivo. No texto da Lei nº 4.829, que cria o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), é prevista a disponibilidade de recursos para diferentes finalidades de aplicação. Eram satisfeitas, no âmbito legal, tanto as necessidades de recursos para financiamento de curto prazo - custeio e comercialização - e, o que nos parece mais importante num espectro mais amplo, abrangendo modificações da estrutura da produção agrária, os recursos destinados a aplicações de médio e longo prazo que eram contemplados na forma de empréstimos para investimento.
A importância da disponibilidade de recursos com a finalidade de investimento provém do fato de que é este tipo de aplicação que introduz ou amplia o uso de técnicas mais produtivas alterando, em geral definitivamente, os ganhos de produtividade da terra e do trabalho. Alguns exemplos podem ser citados como o caso da adoção de máquinas em fases do processo produtivo que anteriormente eram cumpridas através do trabalho manual; do aperfeiçoamento do sistema de irrigação das lavouras; no caso da pecuária, a melhoria ou a introdução de pastagens artificiais e o uso de novas técnicas de criação. Todos os exemplos citados refletem a incorporação no processo produtivo de inovações que aumentam de forma permanente a produtividade do setor. O crédito de custeio também se apresenta importante, mas restringe-se a acréscimos de produtividade somente durante o ano-safra.
FONTES DOS RECURSOS DO SNCR
Uma das questões fundamentais quando da criação do SNCR era a diversificação das fontes supridoras de recursos para a agropecuária, que tinha como objetivo fundamental ampliar a oferta desses. Com essa finalidade, são incorporados ao sistema de financiamento à agricultura (anteriormente baseado quase que exclusivamente no Banco do Brasil) os bancos regionais, o Banco Nacional de Crédito Cooperativo, os bancos estaduais, os bancos privados, as sociedades de crédito, financiamento e investimentos e as cooperativas, perfazendo a quase totalidade dos intermediários financeiros do País. A supervisão de todo o programa e sistematização dos órgãos envolvidos seria tarefa do Banco Central. A formulação das diretrizes básicas, bem como a determinação da origem e dotação dos recursos, foi atribuída ao Conselho Monetário Nacional (CMN).
Dentre as várias fontes de financiamento ao setor rural no Brasil têm-se, em primeiro lugar, as que podem ser consideradas, mesmo pela teoria monetária mais ortodoxa, como não inflacionária, uma vez que não implicariam emissão primária de moeda: saldos dos depósitos à vista dos bancos comerciais, recursos dos fundos e programas agrícolas, outros recursos (depósitos à vista do Banco do Brasil, saldos líquidos do Tesouro Nacional e depósitos em moeda dos bancos comerciais no Banco Central).
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN)
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é um conselho, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964 como poder deliberativo máximo do sistema financeiro do Brasil, sendo responsável por expedir normas e diretrizes gerais para seu bom funcionamento. O CMN supervisiona as políticas monetária, de crédito, orçamentária, fiscal e da dívida pública do Brasil. Assim, nos termos da Lei nº 4.595/64, conhecida como Lei da Reforma Bancária, compete ao CMN regulamentar às operações de crédito das instituições financeiras brasileiras, regular a moeda do país, supervisionar suas reservas em ouro e cambiais, determinar suas políticas de poupança e investimento e regulamentar os mercados de capitais brasileiros. Nesse âmbito, o CMN também supervisiona as atividades do Banco Central do Brasil e da comissão de valores mobiliários (CVM).
Segundo a Lei do CMN, tem como objetivos:
Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia
nacional e seu processo de desenvolvimento;
Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos
inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões
econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais;
Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País,
tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;
Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras quer públicas, quer
privadas, tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições
favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional
Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com
vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;
Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras:
Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida
pública, interna e externa;
Autorizar emissões de papel moeda;
Aprovar orçamentos monetários preparados pelo Banco Central do Brasil.
Das competências: Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central do Brasil,
por meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito; Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto à compra e
venda de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira;
Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras;
Coordenar sua própria política com a política de investimentos do Governo Federal;
Regular a constituição, funcionamento e fiscalização das atividades de instituições monetárias, bancárias e creditícias, bem como a aplicação das penalidades previstas;
Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos, comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem a promover atividades rurais;
Disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial.