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Psicologia Hospitalar - Atuação do Psicólogo na Área da Nefrologia INTRODUÇÃO A princípio antes de começar a discorrer este texto sobre a “atuação do psicólogo na área da nefrologia” vamos entender o que é a nefrologia. Nefrologia vem do termo grego NEFROS que significa rins, a nefrologia é uma especialidade médica que trata dos problemas clínicos relacionados aos rins. Sua principal doença é a insuficiência renal, tendo ela crônica ou aguda, causando lesões graves levando a fazer hemodiálise. Os portadores de doença renal começam o seu percurso de tratamento já cientes da irreversibilidade de sua doença e, ao longo deste, se deparam com uma série de perdas. Essas vão além da função do rim e incluem, além de questões sociais e econômicas, uma série de conflitos emocionais. Com base em pesquisa da Sociedade Brasileira de Nefrologia, o número de pacientes em tratamento dialítico mais do que dobrou nos últimos oito anos. No ano de 2000, o número de pacientes era de aproximadamente 42.000 no Brasil; pesquisa recente (Censo SBN) mostra que em 2008 esse número chega próximo aos 90.000 doentes em tratamento. O número estimado de pacientes novos a cada ano é de 26.177.3. O paciente renal crônico precisa também controlar - de forma rígida - sua alimentação, que sofre restrições em função da necessidade de reduzir significativamente a ingestão de alimentos que contenham fósforo, potássio e sal e, principalmente, líquidos.

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Psicologia Hospitalar - Atuação do Psicólogo na Área da Nefrologia

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Psicologia Hospitalar - Atuao do Psiclogo na rea da Nefrologia

INTRODUOA princpio antes de comear a discorrer este texto sobre a atuao do psiclogo na rea da nefrologia vamos entender o que a nefrologia. Nefrologia vem do termo grego NEFROS que significa rins, a nefrologia uma especialidade mdica que trata dos problemas clnicos relacionados aos rins. Sua principal doena a insuficincia renal, tendo ela crnica ou aguda, causando leses graves levando a fazer hemodilise. Os portadores de doena renal comeam o seu percurso de tratamento j cientes da irreversibilidade de sua doena e, ao longo deste, se deparam com uma srie de perdas. Essas vo alm da funo do rim e incluem, alm de questes sociais e econmicas, uma srie de conflitos emocionais. Com base em pesquisa da Sociedade Brasileira de Nefrologia, o nmero de pacientes em tratamento dialtico mais do que dobrou nos ltimos oito anos. No ano de 2000, o nmero de pacientes era de aproximadamente 42.000 no Brasil; pesquisa recente (Censo SBN) mostra que em 2008 esse nmero chega prximo aos 90.000 doentes em tratamento. O nmero estimado de pacientes novos a cada ano de 26.177.3. O paciente renal crnico precisa tambm controlar - de forma rgida - sua alimentao, que sofre restries em funo da necessidade de reduzir significativamente a ingesto de alimentos que contenham fsforo, potssio e sal e, principalmente, lquidos.

DESENVOLVIMENTO O psiclogo dentro de uma unidade de hemodilise abrange vrios nveis, como a relao entre paciente e unidade de dilise, a relao entre equipe e paciente, a relao entre pacientes, seu tratamento e doena, relao entre paciente, famlia e equipe, etc. Para um trabalho eficaz necessria uma interao destes vrios nveis. Assim, o psiclogo que atua dentro de uma unidade de hemodilise, atendendo pacientes com insuficincia renal crnica (IRC), contribui com seu conhecimento especfico e auxilia os pacientes com questes emocionais presentes na descoberta da doena e tratamento, alm de propiciar aos demais profissionais uma atuao mais condizente com a proposta de atendimento ao paciente nefropata, que possibilitar uma melhora na sua qualidade de vida. A abordagem psicoterpica desafiadora isso se deve a autonomia comprometida, ao estresse contnuo a que so submetidos e, as vezes, a dficits cognitivos. Sesses breves que coincidam com os dias em que se submetem hemodilise podem ser bastante eficazes. Percebe-se que a relao teraputica contnua com o psiclogo de grande valor, pois proporciona ao paciente formas para a expresso de seus sentimentos, medos e angstias. Os pacientes apresentam um sofrimento psquico sobreposto ao sofrimento fsico sendo necessrio, ento, entend-lo na sua totalidade, num contexto de mal-estar, de sequelas de tratamento e de hospitalizao. As reaes negativas imediatas ao processo teraputico podem ser uma forma de resposta adaptativa frente a estes sentimento de insegurana e perdas ocasionadas pelo incio do tratamento. A atuao do psiclogo hospitalar est ligada a humanizao e se faz muito importante durante o tratamento e recuperao de pacientes internados, pois muitas vezes a doena, a quebra da rotina e as intervenes mdicas podem provocar reaes psquicas graves, como a negao, regresso, ansiedade, medo, insegurana, depresso, medo de morrer ou de ficar com sequelas fsicas decorrentes da doena. A humanizao consiste na proposta de ateno integral sade e no reconhecimento dos direitos humanos, tornando o paciente e seus familiares como coo-responsveis no processo de atendimento e essa proposta abrange todo o atendimento, ou seja, a internao, a orientao mdica e a assistncia global ao paciente e as seus familiares. A psicologia se faz importante, na medida em que resgata o ser humano para alm do seu papel fsico-biolgico e o situa num contexto maior, que envolve as dimenses psquicas, sociais e espirituais, ou seja, a psicologia compreende o ser humano em sua forma de ser no mundo, no desenvolvimento de sua identidade e na construo de sua prpria histria, este que por sua vez, vai buscar em sua prtica clnica resgatar o equilbrio e a integrao do indivduo em sua totalidade. O profissional da sade deve buscar um bom conhecimento de si mesmo, conhecimento este que pode facilitar numa maior compreenso do doente. No contato com o sofrimento do paciente, o psiclogo pode sentir-se mal, e no saber lidar com suas incertezas e ansiedades, deixando evidente a necessidade de trabalhar seus aspectos existenciais, seus questionamentos e limitaes. Este profissional precisa entender o doente como um ser no mundo e considerar a investigao clnica como um dilogo estabelecido entre esse ser e o mundo em que vive, no podendo tratar a doena deste indivduo como sendo algo estranho a ele, sendo necessrio, neste sentido, que o psiclogo se guie a partir da expresso espontnea do paciente, atravs da escuta, buscando identificar quais os aspectos psicolgicos, sociais ou somticos que estaria determinando a sua molstia. A partir do encontro com o outro o psiclogo ir tentar resgatar a essncia de vida do paciente que foi interrompida pela doena e internao e buscar uma maior compreenso acerca da sua histria de vida, sabendo que o diagnstico e prognstico, assim como as tcnicas de interveno, s tero sentido se levar em conta de que no se trata de uma doena, mas sim de uma pessoa doente. Cabe a este profissional fazer emergir em cada paciente as possibilidades e recursos para o enfrentamento e cura de sua doena. O tratamento psicolgico em pacientes internados contribui em alguns aspectos, como na dificuldade mdica no reconhecimento e diagnstico de transtornos psicolgicos, na melhor adeso ao tratamento mdico proposto, na recuperao acelerada do paciente, o que acarreta em menor tempo de permanncia hospitalar, reduzindo assim a utilizao dos servios mdicos e os custos com os mesmos. O trabalho do psiclogo hospitalar pode ser dividido em trs etapas: A primeira seria a triagem psicolgica, que consiste numa breve avaliao e triagem atravs de visitas a todos os leitos, sendo uma avaliao objetiva e exploratria. A segunda etapa seria a avaliao psicolgica do paciente, que caracteriza-se por uma ampliao e especificao da avaliao feita durante a triagem, os aspectos avaliados anteriormente ser nesta etapa submetidos a uma nova avaliao mais detalhada e pormenorizada. A terceira etapa seria o acompanhamento psicolgico, que depois de realizada a avaliao e identificada necessidade de um acompanhamento, o paciente receber um atendimento com uma ateno sistemtica e focal atravs de visitas dirias ou conforme tratamento teraputico proposto. A atuao do psiclogo hospitalar junto clnica mdica realizada de forma estruturada com equipes interdisciplinares, como oncologia, Nefrologia, Doenas Infecto-Parasitrias (DIP), Dermatologia, Gastrenterologia, Psiquiatria, Gentica, Endocrinologia, UTI Geral, Cardiologia, Emergncia e Clnica Mdica Geral. De acordo com pesquisa realizada com residentes em Psicologia Hospitalar e da Sade do Hospital Universitrio da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF), os psiclogos que atuam em enfermaria de clnica mdica devem enfocar temas que esto relacionados ao momento e vivncias advindos da internao, assim como promover o acolhimento, ajudar o paciente a se apropriar de sua doena e ter uma postura ativa, melhorar seu nvel de informao e capacidade de verbalizao e ajudar em uma melhor comunicao entre paciente e equipe, propiciando ao paciente uma maior conscincia de seus direitos. As atividades do psiclogo hospitalar no esto restritas as intervenes feitas com o paciente, mas tambm, a relao deste com o processo de adoecimento e internao, as intervenes junto aos profissionais da equipe multiprofissional, a constelao familiar do paciente e o servio de Inter consulta que tem como objetivo a assistncia ao paciente internado nas enfermarias.

CONCLUSOA atuao do psiclogo dentro do hospital tem como foco a humanizao tanto do paciente como da instituio, com ateno integral sade e tendo uma viso tambm integral do paciente, nos seus aspectos psquicos, sociais e espirituais, resgatando o ser humano para alm do seu papel fsico-biolgico, alm disso, o papel do psiclogo auxiliar o indivduo a ter uma postura ativa frente a sua situao de hospitalizao, assim como fazer intervenes junto equipe multiprofissional e oferecer suporte psicolgico tambm famlia do doente. A interveno do psiclogo tambm auxilia na melhor aderncia do paciente ao tratamento, o que acarreta em uma recuperao mais rpida e consequentemente em um menor custo de internao, proporcionando ao paciente uma melhor qualidade de vida. Dentro do que foi apresentado, possvel constatar que a atuao do psiclogo dentro do hospital de muita importncia, no sentido de que atravs de seu trabalho que o indivduo ganha voz, pois o momento em que ele pode falar de suas frustraes, de seus medos, seus sonhos, suas perspectivas e de sua histria de vida, onde ele deixa de ser o doente para ser a pessoa que est doente.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hemodi%C3%A1lise http://pt.wikipedia.org/wiki/Nefrologiahttp://www.mdsaude.com/2009/04/quando-procurar-um-nefrologista.htmlhttp://pepsic.bvsalud.org/ Todos com acesso no dia 06/06/2015 no perodo vespertino.