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INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA – INTACURSO: FisioterapiaTURNO: VespertinoDISCIPLINA: Patologia HumanaPROFESSORA: Maria dos Prazeres Carneiro CardosoALUNA: Gabriela da Silva Braga
Doenças de Tumores Ósseos
Sobral -2013
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SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO .................................................................................... 03
2.MORFOLOGIA .................................................................................... 04
3.DIAGNÓSTICO ................................................................................... 06
4.EVOLUÇÃO CLÍNICA ......................................................................... 08
5.SINAIS E SINTOMAS ......................................................................... 09
6.TUMORES ÓSSEOS BENIGNOS ..................................................... 12
7.TUMORES ÓSSEOS MALIGNOS ..................................................... 25
8.TUMORES METASTÁTICOS ............................................................ 35
9.CONCLUSÃO .................................................................................... 36
REFERÊNCIAS .....................................................................................37
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1.INTRODUÇÃO
Tumor é um nódulo ou uma massa que se forma quando células se dividem de
forma incontrolável. Podem ser não cancerosos (benignos) ou cancerosos
(malignos). Os tumores ósseos não cancerosos são relativamente frequentes,
enquanto os cancerosos são pouco frequentes. Além disso, os tumores ósseos
podem ser primários (tumores cancerosos ou não cancerosos que têm origem no
próprio osso) ou metastáticos, quer dizer, cancros originados noutro ponto do
organismo (por exemplo, nas mamas ou na próstata) e que depois se propagam ao
osso. Nas crianças, a maior parte dos tumores ósseos cancerosos são primários;
nos adultos, a maioria são metastáticos.
A maioria dos tumores ósseos primários, ou seja, que nascem no osso tem causa
desconhecida. Os tumores que nascem em outra parte do organismo e se espalham
para o osso se denominam lesões ósseas secundárias ou metástases ósseas. Com
o aumento do tumor há substituição do tecido ósseo sadio por células tumorais
podendo enfraquecer os ossos e levar a fraturas patológicas. Tumores agressivos
podem levar à incapacidade ou morte, especialmente se sinais e sintomas não
forem detectados de forma precoce.
A maioria dos tumores ósseos são benignos. Alguns tumores podem se espalhar e
levar a metástases à distância e por isso são denominados malignos. Isso ocorre
através do sangue ou do sistema linfático. Muitas vezes, outras patologias como
infecção, fraturas por estresse e outras alterações ósseas podem lembrar tumores
e são chamadas lesões pseudotumorais.
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2.MORFOLOGIA
O parênquima tumoral exibe um grau variado de células. As dos tumores
benignos, que são semelhantes e reproduzem o aspecto das células do tecido que
lhes deu origem, são denominadas bem diferenciadas. As células dos tumores
malignos perderam estas características, têm graus variados de diferenciação e,
portanto, guardam pouca semelhança com as células que as originaram e são
denominadas pouco diferenciadas. Quando se estudam suas características ao
microscópio, veem-se células com alterações de membrana, citoplasma irregular e
núcleos com variações da forma, tamanho e cromatismo.
O número de mitoses expressa a atividade da divisão celular. Isto significa
dizer que, quanto maior a atividade proliferativa de um tecido, maior será o número
de mitoses verificadas. No caso dos tumores, o número de mitoses está
inversamente relacionado com o grau de diferenciação. Quanto mais diferenciado for
o tumor, menor será o número de mitoses observadas e menor a agressividade do
mesmo. Nos tumores benignos, as mitoses são raras e têm aspecto típico, enquanto
que, nas neoplasias malignas, elas são em maior número e atípicas.
As duas propriedades principais das neoplasias malignas são: a capacidade
invasivo-destrutiva local e a produção de metástases. Por definição, a metástase
constitui o crescimento neoplásico à distância, sem continuidade e sem dependência
do foco primário.
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Características dos tumores benignos e malignos
Características Benigno Maligno
DiferenciaçãoAs células tumorais assemelham-
se às células adultas originais
As células tumorais apresentam-se
deformadas e diferentes das células adultas
originais
Velocidade de
crescimentoLenta; pode parar ou retroceder.
Rápida, autônoma; geralmente não para nem
regride.
Tipo de crescimento Expande-se localmente Invade, destrói e substitui o tecido normal.
Metástases Não Sim
Efeito na saúde Geralmente não provoca a mortePode ocasionar a morte se não se diagnostica
e trata no início
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3.DIAGNÓSTICO
No início dos sintomas não existem grandes diferenças entre uma lesão
benigna e outra maligna. Embora o comportamento biológico seja completamente
diferente, nas primeiras semanas a dor é de leve intensidade ou até pode não ser
constante mesmo nas neoplasias malignas. Não há comprometimento do estado
geral do paciente que não apresenta qualquer outra alteração em exames
subsidiários ou hematológicos. A associação com trauma local é frequente,
principalmente se considerarmos que a maioria das lesões ósseas primárias atinge a
faixa dos 15 aos 25 anos onde existe uma grande atividade física, com grande
ocorrência de contusões e entorses. Se associarmos a isto o fato de o joelho
também ser o local mais frequente tanto de traumatismos esportivos como também
dos tumores ósseos (60%), pode-se entender porque existe uma demora de quatro
a seis meses para o diagnóstico de um sarcoma ósseo. São ainda frequentes casos
de crianças inicialmente tratadas com o diagnóstico de contusão, lesão ligamentar,
tenossinovites, artrite séptica e principalmente as osteomielites, perdendo-se
semanas preciosas em que a neoplasia continua evoluindo, o que impossibilita
muitas vezes que se faça um tratamento conservador do tumor ou, o que é pior,
comprometendo o prognóstico em termos de controle sistêmico da neoplasia.
A discrepância entre a intensidade do trauma e a persistência dos sintomas,
casos de evolução atípica de uma osteomielite ou artrite devem ser novamente
avaliados tentando correlacionar pequenas alterações radiográficas, tais como
rarefação metafisária, pequena reação periosteal ou uma área de calcificação ou lise
óssea, que podem corresponder a pontos de hipersensibilidade à palpação ou
mesmo de dor espontânea. A repetição da radiografia pode mostrar alterações em
intervalos de apenas 10 dias, se for uma neoplasia de crescimento rápido. O ideal,
portanto, é que o diagnóstico seja feito antes que fiquem evidentes os sinais e
sintomas de um processo neoplásico, o que pode ocorrer em poucas semanas.
A diferenciação dessas lesões (benigna e maligna) pode não ser fácil no seu
início, principalmente devido à sua raridade e por apresentar um comportamento
biológico imprevisível com um polimorfismo clínico e radiográfico. Em caso de
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dúvida sobre qual a conduta a ser tomada, deve-se optar pela repetição do exame
clínico local e da radiografia, onde será possível observar se a lesão apresentou
alterações neste espaço de tempo ou não, caracterizando assim seu caráter latente
ou agressivo. Confiar nos exames laboratoriais ou na ressonância magnética (RM)
pode atrasar ou mascarar um diagnóstico definitivo.
A solicitação de outros métodos de diagnóstico por imagem, como a
tomografia e a RM, a cintilografia ou de exames laboratoriais, está na dependência
da suspeita clínica inicial, não devendo, entretanto, serem solicitados rotineiramente
nos casos de neoplasia óssea. Esses exames retardam em algumas semanas o
diagnóstico e o início do tratamento imprescindível para a boa evolução do caso,
principalmente se for um tumor maligno. É frequente se pedir a dosagem do cálcio e
fósforo plasmáticos, da eletroforese de proteínas e das fosfatases ácida e alcalina,
que quase nada irão acrescentar o diagnóstico definitivo por serem inespecíficas. A
tomografia e a RM são exames que complementam a radiografia, mas nunca
substituem. A cintilografia tem importância na suspeita de lesão óssea metastática,
ou no sarcoma de Ewing, que pode apresentar envolvimento ósseo múltiplo, mas
não tem especificidade para diferenciar uma lesão óssea benigna de uma maligna,
com muitos resultados falso-positivos.
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4.EVOLUÇÃO CLÍNICA
Classicamente se sabe que o tempo de evolução clínica é diferente quando
comparamos uma lesão benigna com uma maligna. Nos tumores benignos a
evolução é longa, quase sem dor local, a não ser que haja envolvimento articular ou
que este assuma grandes proporções. Nos tumores malignos a pele e o tecido
celular subcutâneo ficam precocemente comprometidos; tornando-se a pele
brilhante, com alopecia e aderente aos planos profundos. Posteriormente, a rede
venosa superficial fica abundante e visível.
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5.SINAIS E SINTOMAS
Eventualmente o paciente com tumor ósseo apresenta mais de um sintoma
ou sinal, podendo ser o sintoma real, provocado pelo tumor, ou ser o achado
acidental no exame físico ou no exame de imagem, radiografia, ecografia, etc. Assim
tem a sequência a ser seguida com história e exame físico detalhado e utilizando de
formas variadas de exames complementares para o diagnóstico da lesão.
A apresentação clínica do paciente com tumor ósseo:
- Na maioria das vezes apresenta com um destes sintomas:
1- Dor;
2- Massa Tumoral;
3- Amortecimentos;
4- Fratura Patológica;
5- Outros (febre, íngua, achado radiológico)
6- Combinações.
Cada sintoma e sinal devem ser enfatizado e pesquisado na apresentação dos
sintomas.
1- Dor:
Este sintoma está associado ao crescimento do tumor seja ele dentro do osso ou na
superfície do osso provocando dor, ou esta referir-se ao crescimento, invasão, para
fora do osso, bem como pode representar as chamadas microfraturas, fraturas que
não quebram o osso por completo, mas trincas não visíveis. Esta dor tem um
predomínio para o período noturno, mas pode acometer em qualquer período do dia
ou da noite.
O alivio da dor em tumores malignos ocorre de maneira progressiva, primeiro alivia
com anti-inflamatórios comuns ou outro parecido, e com a progressão da doença as
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dores se intensificam necessitando de analgésicos mais potentes podendo
necessitar de morfina.
Em tumores benignos pode acontecer de permanecer a dor de baixa intensidade por
mais tempo e permanecer aliviando com analgésicos fracos.
2- Massa tumoral:
Este é o segundo sintoma do paciente com tumor ósseo, revela nas lesões malignas
uma apresentação tardia e nas lesões benignas o mesmo significado, representa o
crescimento do tumor para fora do osso, quanto mais rápido é este crescimento
significa que é um tumor mais agressivo e mais lento menos agressivo,
respectivamente. O crescimento do tumor próximo à articulação provoca diminuição
de movimento em alguns casos o bloqueio do movimento da articulação, dando a
posição em flexão, dobrada, na maioria das vezes, que também é uma posição de
defesa frente à dor.
3- Parestesia (Amortecimento):
Sequencia evolutiva do crescimento do tumor, refere mais tarde ainda o diagnostico,
ou o tumor esta localizado em áreas de pregas como na axila, pescoço, virilha,
tornozelo ou atrás do joelho, significa que o crescimento do tumor para fora do osso
esta causando aperto de nervo ou vaso sanguíneo, isso desencadeia amortecimento
abaixo do tumor.
4- Fratura Patológica (osso quebrado):
Representa uma evolução grave do tumor no osso onde um pequeno esforço como
pegar peso leve ou até andar quebra o osso, isso e chamado de fratura patológica,
pois a fratura se deu não por traumatismo, mas por haver uma lesão dentro do osso
que o enfraqueceu, destruiu o osso e o deixou fraco. A fratura provoca a saída de
tumor do osso bem como sangramento na região da fratura, chamado de hematoma,
isso determina uma maior contaminação da região pelo tumor, as formas de
tratamento e variado depende de qual tipo de tumor esta sendo tratado.
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5- Febre
Esta alteração classicamente está relacionada ao Sarcoma de Ewing versus
Infecção no osso, osteomielite, nesta situação pode haver confusão de diagnostico,
em outros casos mais graves onde o tumor é grande este pode ter sinais
inflamatórios e pode desencadear febre também, mas não é alta de 39°C,
geralmente são febrículas ou sensação de febre.
6- Íngua (Linfonodo)
Também pode esta relacionado a processo inflamatório bem como pode estar
relacionado à disseminação do tumor ósseo/ partes moles, isso é infrequente sendo
o tumor mais comumente que tem esta alteração são os malignos, mais
precisamente o osteossarcoma.
7- Combinações
Pode haver mais de um destes sintomas no paciente, não se deve entender que
aparecerá um de cada vez, mas são evolutivos alguns destes sintomas se superpõe.
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6.TUMORES ÓSSEOS BENIGNOS
As lesões benignas são divididas conforme sua atividade, isso é potencial de
crescimento e capacidade de causar dano ao osso, sendo divididas em três fases de
atividade:
1-Benigno latente (B1): estas lesões ficam inativas ou sua atividade e pouca que a
sua presença não causa destruição do osso ou crescimento que causa sintomas,
podem permanecer por anos até dar sintomas, ou ser uma fase evolutiva da doença.
Sendo descobertas acidentalmente em exames realizados por outro motivo, por
exemplo, um traumatismo do esporte. São exemplos (Encondroma, Fibroma Não
Ossificante, Cisto Ósseo Unicameral).
2-Benigno ativo (B2): Nesta fase apresenta lesão óssea local ou remodelação,
pode apresentar sintomas por enfraquecimento do osso ou por massa, os sintomas
são a dor moderada até desconforto, raramente causará dores intensas, são
exemplos, Cisto Ósseo Unicameral, Displasia Fibrosa e Osteocondroma em fase
ativa de crescimento.
3-Benigno Agressivo (B3): Como o próprio nome induz a pensar é uma lesão com
maior agressividade local, destrói o osso e pode invadir os tecidos vizinhos como o
músculo e devido a esse comportamento tem risco de voltar, recidiva, após a
cirurgia, mas não metastiza (ou metastiza muito raramente), são exemplos: Cisto
Ósseo Aneurismático, Osteoblastoma, Tumor de Células Gigantes.
Alguns tipos de tumores benignos são:
a)Osteocondroma
O osteocondroma é um tumor benigno da superfície do osso, como uma exostose
óssea coberta por uma capa de cartilagem. É o tumor benigno ósseo mais
frequente. A maior parte do diagnóstico é feito na idade jovem, antes dos 20 anos.
Em muitos casos, é assintomático. Muitas vezes, o achado é incidental, em que o
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paciente procura o médico por outra causa (por exemplo, um trauma) e realiza
exame de imagem quando identifica o tumor. Os ossos mais frequentemente
acometidos são o fêmur (osso da coxa), a tíbia (osso da perna), o úmero (osso do
braço) e os ossos da pelve. Existe uma discreta prevalência no sexo masculino. A
transformação em tumor maligno é rara.
Etiologia
Parece que a causa mais provável do osteocondroma é a modificação na direção de
crescimento da placa fisária, com protrusão lateral de porções dessa placa,
causando o desenvolvimento de proeminências ósseas, excêntricas e cobertas de
cartilagem.
Incidência e Localização
O osteocondroma é o tumor benigno mais comum. Aproximadamente 10% entre
todos os tumores ósseos e 30% entre os tumores benignos são osteocondromas. A
exostose costuma ser detectada na infância e adolescência.
Os osteocondromas ocorrem em ossos que apresentam ossificação endocondral. A
localização principal é a região do joelho, metáfise distal do fêmur e proximal da
tíbia. Em seguida, a região proximal do úmero e do fêmur. As lesões são localizadas
na região metafisária do osso e tendem a crescer no sentido da diáfise, afastando-se
da epífise.
Características Clínicas
A lesão é frequentemente descoberta incidentalmente, no exame radiográfico ou
durante a palpação de uma massa na região acometida. A dor resulta do trauma
direto no tumor ou do processo inflamatório que acomete a bolsa adjacente ao
osteocondroma. Pode ocorrer fratura geralmente da base da exostose e
consequente dor localizada.
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Diagnóstico
A suspeita desse diagnóstico é feita baseada nos dados da história clínica, no
exame clínico e no exame de imagem, em que o raio-X é característico.
Tratamento
A maioria dos casos assintomáticos não é necessária o tratamento cirúrgico. É
realizado o seguimento periódico com monitoramento da lesão por meio da
avaliação clínica e pelos exames de imagens. O tratamento cirúrgico está indicado
nos casos em que existe sintomatologia, comprometimento articular ou
neurovascular, comprometimento da cartilagem de crescimento ou existe suspeita
de transformação maligna.
b) Encondroma
O encondroma é um tumor benigno de proliferação cartilaginosa comum em ossos
longos. A idade mais frequente de acometimento está entre 20 e 50 anos e pode
ocorrer em ambos os sexos. Os ossos com maior incidência desse tipo de tumor são
os das mãos e dos pés (falanges, metacarpos e metatarsos). Muitas vezes o
crescimento deste tumor é assintomático e o diagnóstico é incidental, ou seja, o
paciente procura o médico por outro motivo (por exemplo, um trauma) quando é
realizado o exame de radiografia e identificado o tumor. Quando existe
sintomatologia, a queixa mais frequente é dor e pode estar associada a uma fratura.
As chances desse tumor se tornar maligno é rara.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito pelo médico baseado na história clínica, no exame clínico e nos
exames de imagens. As imagens das radiografias apresentam características que
sugerem o diagnóstico e a partir dessa suspeita, o médico pode solicitar outros
exames complementares.
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Características Clínicas
Os encondromas frequentemente são achados de exame. São lesões benignas
latentes que frequentemente são diagnosticadas devido a radiografias realizadas por
outros motivos. Nas falanges dos pés e das mãos, nos metacarpos e nos
metatarsos, a presença do encondroma é frequentemente descoberta devido a uma
fratura patológica, geralmente após trauma leve.
Estadiamento
Na vida adulta, a degeneração maligna pode ocorrer havendo a transformação em
condrossarcoma secundário. Com o envelhecimento, os condromas das regiões
metafisárias dos ossos longos se calcificam, são achados de exames e não
apresentam sintomas.
Tratamento
Em alguns casos, em que não existem sintomas e a lesão é pequena é possível o
seguimento, com monitoramento periódico por meio do exame clínico e exames de
imagens. Em outros casos, dependendo da sintomatologia, da localização do tumor,
do seu tamanho, e do tipo de lesão, pode estar indicado o tratamento cirúrgico.
c) Osteoma Osteóide
O osteoma osteóide é um tumor benigno produtor de tecido ósseo, sendo mais
frequente em crianças e adultos jovens e embora possa acometer qualquer osso, as
localizações mais frequentes são o fêmur (osso da coxa) e tíbia (osso da perna). A
queixa clínica mais comum é o da dor, principalmente noturna, que melhora com
anti-inflamatórios. São mais incidentes no sexo masculino.
Morfologia
São massas arredondadas ou ovais de tecido arenoso hemorrágico.
Histologicamente, ele é bem circunscrito e composto por um emaranhado de
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trabéculas de osso traçado proeminentemente circundadas por osteoblastos. O
estroma que circundo o osso tumoral consiste em um tecido conjuntivo frouxo que
contém capilares dilatados e congestos. O tamanho relativamente pequeno e as
margens bem definidas deste tumor em combinação com características citológicas
benignas de osteoblastos neoplásticos ajuda a distingui-los dos osteossarcomas. Os
osteomas osteóides, especialmente aqueles que surgem abaixo do periósteo,
geralmente desencadeiam uma enorme quantidade de osso reativo que circunda a
lesão. O tumor real, conhecido como nidus, se manifesta radiologicamente com uma
pequena e arredondada lucência que apresenta mineralização variada.
Diagnóstico
O médico suspeita desse tipo de tumor a partir da história clínica, do exame clínico e
pelo exame de imagem. Na imagem da radiografia, apresenta lesão característica. A
partir dessa suspeita, o médico pode solicitar exames complementares para concluir
a hipótese diagnóstica e para o planejamento do tratamento.
Características Clínicas
Aparecem sobretudo nas diáfises dos ossos longos, especialmente na tíbia e no
fêmur (57%).
Predominam nos adolescentes e adultos jovens. A lesão costuma ser dolorosa,
provavelmente pela presença de fibras nervosas no tumor, e não parece aumentar
de volume com a evolução. A queixa clínica típica é uma dor persistente, vaga, que
piora à noite e é aliviada pelos salicilatos. No entanto, outros processos neoplásicos
e inflamatórios apresentam dor persistente, pioram à noite e são aliviados pelos
salicilatos. Quando o osteoma osteóide se localiza em uma diáfise como a da tíbia,
especialmente ao longo da borda subcutânea, tumefação, sensibilidade, eritema e
endurecimento são achados clínicos frequentes. Reação articular existe quando
localizado na região justa-articular e espasmo, torcicolo ou escoliose quando
localizado na coluna.
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Tratamento
O tipo de tratamento mais frequente é por meio da remoção cirúrgica do tumor. Em
alguns casos, e mais recentemente, pode ser indicada a ablação com
radiofrequência.
d) Tumor de Célula Gigante
O tumor de células gigantes (TGC) é um tumor benigno, porém agressivo. O TGC
corresponde a cerca de 20% dos tumores benignos ósseos. Pode acometer
qualquer idade, porém é mais frequente nos adultos jovens, entre 20 e 40 anos. O
sintoma mais frequente é a dor, que inicialmente é de caráter intermitente. Esse
sintoma pode estar acompanhado de aumento de volume no local. Os locais mais
frequentes de acometimento são a região do joelho (fêmur - osso da coxa, tíbia -
osso da perna) e punho (rádio - osso do antebraço). Alguns casos raros podem
apresentar disseminação à distância, com metástases pulmonares.
Morfologia
São grandes, de cor castanho-avermelhada, e frequentemente sofrem degeneração
cística. Eles são compostos por células ovais mononucleares uniformes que
apresentam membranas celulares indistintas e parecem crescer como um sincício.
As células mononucleares são o componente proliferativo do tumor, e as mitoses
são frequentes. Disperso neste fundo encontramos várias células gigantes tipo
osteoclastos com 100 ou mais núcleos que apresentam características idênticas às
das células mononucleares. Necrose, hemorragia, deposição de hemossiderina e
formação de osso reativo são características secundárias comuns.
Diagnóstico
O médico suspeita desse tipo de tumor baseado na história clínica, exame clínico e
exames de imagens, em que as imagens da radiografia evidenciam alterações
sugestivas. A partir dessa suspeita, o médico pode solicitar outros exames
complementares e realizar a biópsia para o diagnóstico anatomopatológico.
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Características Clínicas
A faixa etária de acometimento é entre os 20 e 40 anos, geralmente em pacientes
com as placas de crescimento fechadas. A idade do paciente ajuda a diferenciar a
lesão de um cisto ósseo aneurismático e de um condroblastoma epifisário, ambos
mais frequentes em grupos etários mais jovens.
Existem casos esporádicos de acometimento em crianças, com fises ainda abertas.
Desenvolvem-se principalmente nas epífises dos ossos longos, sendo
especialmente acometidas as epífises distais do fêmur, proximal da tíbia e distal do
rádio. Aproximadamente 50% dos TCG são encontrados ao redor do joelho. A
fratura patológica pode ser o primeiro sinal da presença da lesão. Aqueles
localizados na coluna ou no sacro frequentemente se apresentam com distúrbios
neurológicos.
Tratamento
Devido à frequente localização do TCG junto à articulação, o desafio é remover todo
o tumor e preservar ou restaurar a função da articulação adjacente.
Embora as ressecções apresentem a melhor chance de cura, frequentemente,
necessita-se sacrificar a articulação com grave alteração da função. A decisão deve
ser feita, levando-se em consideração, a extensão da cirurgia necessária, pesando-
se o risco de recorrência em relação ao déficit funcional resultante da cirurgia. Deve-
se considerar o local, extensão e agressividade do tumor.
Nos ossos “dispensáveis”, tais como a fíbula, ulna, costelas, ossos da mão e do pé,
uma ressecção completa pode ser feita com pequena ou nenhuma sequela
funcional.
Infelizmente, cerca de 50% dos TCG são localizados na região do fêmur distal e da
tíbia proximal e uma ressecção obriga uma reconstrução com a utilização de enxerto
ósseo, cimento acrílico ou mesmo de uma endoprótese.
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Amputação
É uma indicação rara, somente para lesões avançadas, nas quais há maciça
destruição óssea, perto de grandes articulações, especialmente após múltiplas
recorrências, infecção secundária ou degeneração maligna.
Radioterapia
Indicada somente para lesões avançadas, nas quais há maciça destruição óssea,
múltiplas recorrências e degenerações malignas. Muitas vezes, é o único método de
que dispomos para o tratamento dos TCG recidivados na coluna vertebral ou no
sacro, que acometem vários segmentos vertebrais.
Além dessas situações, contraindicamos, veementemente, a radioterapia no
tratamento dos TCG.
Embolização
Indicada somente para os tumores que se mostrarem muito vascularizados ou que
sejam inabordáveis cirurgicamente. Pode também ser uma técnica importante após
fracasso nas várias tentativas de ressecção do tumor. Pode-se conseguir a oclusão
dos vasos que nutrem o tumor e a própria circulação colateral e os resultados
costumam ser eficazes quanto ao alívio da dor, mas temporários, uma vez que há
recanalização dos vasos e consequente revascularização com novo crescimento do
tumor.
Recidiva local
Os TCG recidivam com frequência quando tratados com curetagem simples. Em
1990, a Musculoskeletal Tumor Society, da Europa e dos Estados Unidos,
apresentou, após estudo multicêntrico em 677 pacientes portadores de TCG, uma
taxa de recorrência de 45% após a curetagem e o preenchimento com enxerto. O
mesmo estudo mostrou que, nos pacientes em que houve a utilização de um
adjuvante após a curetagem da lesão, como por exemplo, o fenol, o peróxido de
hidrogênio e o nitrogênio líquido, a taxa de recidiva local foi de 17%. A taxa de
recorrência dos pacientes que foram submetidos à curetagem, seguida da utilização
de fenol e preenchimento da cavidade com cimento foi de 3%. O consenso, após
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esse estudo, foi o da utilização da curetagem, seguida do uso de um adjuvante e o
preenchimento da cavidade com cimento.
Metástases
A frequência de metástases é de aproximadamente 2 a 3%, sendo a maioria para o
pulmão. Metástases para outras regiões, incluindo os linfonodos regionais, são
raras. A chance de metástases pulmonares é maior nos casos que apresentam
recidiva local, principalmente quando essas se localizam em partes moles.
e) Osteoblastoma
É uma lesão benigna ativa com estrutura histológica semelhante à do osteoma
osteóide, do qual se diferencia pelo maior tamanho (geralmente maior do que 1,5
cm), pela habitual ausência de uma zona periférica de formação óssea reativa e pela
maior agressividade.
Morfologia
São massas arredondadas ou ovais de tecido arenoso hemorrágico.
Histologicamente, ele é bem circunscrito e composto por um emaranhado de
trabéculas de osso traçado proeminentemente circundadas por osteoblastos. O
estroma que circundo o osso tumoral consiste em um tecido conjuntivo frouxo que
contém capilares dilatados e congestos. O tamanho relativamente pequeno e as
margens bem definidas deste tumor em combinação com características citológicas
benignas de osteoblastos neoplásticos ajuda a distingui-los dos osteossarcomas. Os
osteomas osteóides, especialmente aqueles que surgem abaixo do periósteo,
geralmente desencadeiam uma enorme quantidade de osso reativo que circunda a
lesão. O tumor real, conhecido como nidus, se manifesta radiologicamente com uma
pequena e arredondada lucência que apresenta mineralização variada.
Diagnóstico
Radiograficamente são lesões predominantemente osteolíticas, raramente
predominando o conteúdo osteoblástico.
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Devido à natureza benigna dessas lesões, em geral são bem circunscritas. No
entanto, a destruição óssea pode se mostrar tão agressiva que a lesão pode sugerir
um tumor ósseo maligno. A expansão óssea e a dilatação aneurismática são
achados que podem se associar ao osteoblastoma.
Características Clínicas
Acomete indivíduos na infância e na adolescência. Costuma acometer as vértebras
(principalmente os segmentos do arco neural), o ilíaco, as costelas e os ossos das
mãos e dos pés. Não costuma ser tão doloroso como o osteoma osteóide.
Tratamento
O tratamento do osteoblastoma consiste na ressecção da lesão com margens
amplas. Isso é necessário devido à agressividade local de algumas formas de
osteoblastoma. As cirurgias intra-capsulares ou marginais ocasionam as
recorrências, geralmente com comportamento mais agressivo do que o da lesão
inicial. Nenhum método adjuvante, seja rádio ou quimioterapia, deve ser utilizado no
tratamento desta ou de outras lesões benignas do esqueleto.
O prognóstico é bom após a cirurgia realizada com margens amplas de ressecção.
f) Condroblastoma
Também conhecido como Tumor de Codman, é um tumor benigno, classificado
como benigno ativo (B-2) e que se caracteriza por um tecido muito celular e
relativamente indiferenciado, constituído por células redondas ou poligonais,
semelhantes aos condroblastos, e por células gigantes multinucleadas do tipo
osteoclástico, isoladas ou em grupos. Em geral se encontra pouco material
intercelular, mas é típica a presença de pequenas quantidades de matriz
cartilaginosa intercelular com zonas de calcificação focal.
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Características Clínicas
As lesões costumam acometer a epífise dos ossos longos, em contato com a placa
epifisária cartilaginosa, progredindo às vezes até a metáfise contígua. Os locais mais
frequentemente acometidos entre nossos pacientes foram à epífise proximal da tíbia,
distal do fêmur e proximal do úmero. Raramente podem acometer ossos chatos ou o
talo e o calcâneo. O tumor ocorre na fase tardia da adolescência, entre os 10 e 17
anos. Devido à localização epifisária, a queixa articular é frequente. Alguns
pacientes podem apresentar como primeiro sinal o derrame sinovial. No entanto, a
invasão da articulação ocorre em apenas 10% dos casos.
Diagnóstico
O condroblastoma epifisário apresenta-se como uma área lítica arredondada, de 1 a
4 cm de diâmetro, geralmente delimitada por um halo de osso esclerótico.
São comuns as áreas de calcificação moteada. A cortical óssea da região pode estar
insuflada e o osso subcondral destruído, dando a impressão de a lesão se abrir para
a articulação.
A tomografia axial computadorizada e a ressonância magnética são de valia ao
mostrar com precisão a localização da lesão na epífise, às calcificações no interior
da lesão e o comprometimento ou não da placa de crescimento e da epífise
adjacente.
Tratamento
O tratamento na Escola Paulista de Medicina é a curetagem com enxertia, com
extremo cuidado durante a cirurgia para se evitar a lesão da placa de crescimento e
da cartilagem epifisária, o que levaria a uma alteração do crescimento ou a uma
degeneração articular precoce. A cirurgia realizada com limites marginais pode ser
realizada com risco pequeno de recorrência. A curetagem simples, sem a utilização
de enxertia é acompanhada de maior risco de recidiva local do que a curetagem com
enxertia.
23
É relatada na literatura a rara ocorrência de malignização do condroblastoma
epifisário. Outros autores acreditam que o "condroblastoma epifisário maligno" seja
uma entidade clínico-patológica diferente. O encontro de áreas de transformação
para cisto ósseo aneurismático é frequente.
g) Condroma Fibro-mixóide
É uma lesão cartilaginosa, classificada como benigna ativa (B-2), na qual o tecido
cartilaginoso é entremeado com áreas de tecido mixóide e fibroso. Parece que o
tecido mixomatoso aparece devido à necrose do tecido condroide, enquanto que o
tecido fibroso é o resultado da reparação das áreas degeneradas. É a lesão
cartilaginosa benigna mais rara. No estudo da proteína S-100 encontra-se uma
menor quantidade nesta lesão do que nos condromas, osteocondromas e nos
condrossarcomas de baixo grau.
Características Clínicas
O tumor acomete crianças na puberdade e adolescência. A localização principal é o
membro inferior, sendo a tíbia acometida em aproximadamente metade dos
pacientes, seguida pelo fêmur, metatarso e calcâneo. A queixa clínica é mínima ou
inexistente. O paciente refere leve dor na região acometida, podendo às vezes
aparecer um discreto edema.
Diagnóstico
O fibroma condro-mixóide aparece como uma área arredondada ou ovalada,
disposta excentricamente na região metafisária de um osso longo. Um fino halo de
osso reativo margeia a parte externa da lesão, enquanto que a parte interna aparece
com um contorno irregular, mas por vezes com discreta esclerose.
A tomografia axial computadorizada mostra com clareza os detalhes do tumor,
principalmente sua relação com a placa de crescimento e as estruturas vizinhas. A
cintilografia mostra aumento de concentração.
24
Tratamento
O tratamento consiste na curetagem seguida de auto ou homoenxerto, evitando-se a
lesão da placa de crescimento. A recorrência é extremamente rara e não há lugar
para o tratamento quimio ou radioterápico nessa lesão benigna.
25
7.TUMORES ÓSSEOS MALIGNOS
Podemos entender como malignos primários, os que nascem no osso, ou
Malignos secundários que são as metástases, ou tumores ósseos provenientes de
outro tumor como mama, pulmão etc., e se alastraram para o osso.
Os tumores malignos do osso, são potencialmente letais, são tumores que
podem disseminar, por exemplo, osteossarcoma e Sarcoma de Ewing, são os que
acometem mais o osso até a segunda década, e o Condrossarcoma acomete mais
paciente acima dos 40 anos.
Na medula do osso também podem ocorrer tumor ósseo só que de
comportamento diferente podendo simular tumor ósseo de origem, mas é câncer das
células do sangue, porque o sangue é produzido dentro do osso, da medular óssea:
Linfoma Ósseo que acomete mais jovens ao redor da segunda década e um tumor
mais frequente em adultos acima dos 40 anos o Mieloma que pode ser localizado,
Plasmocitoma, ou múltiplo que e a forma disseminada, consequentemente chamada
de Mieloma Múltiplo.
Alguns tipos de tumores malignos:
a)Mieloma Múltiplo e Plasmocitoma
O mieloma múltiplo é uma neoplasia maligna primitiva da medula óssea. Pode ser
solitário quando acomete apenas um local (plasmocitoma) ou múltiplo. Trata-se de
um tumor ósseo primário maligno mais comum na vida adulta. Geralmente
acometem pacientes acima de 40 anos, com um pico de incidência aos 60 anos,
sendo mais frequente no sexo masculino. O mieloma múltiplo compromete
principalmente as vértebras, costelas, crânio, ossos chatos das cinturas pélvica e
escapular, úmero (osso do braço) e fêmur (osso da coxa). Dor é a queixa clínica
mais frequente, associada ou não ao aumento de volume. Às vezes, a primeira
manifestação pode ser por ocorrência de uma fratura. Muitas vezes, não é
26
necessário um trauma importante para causar a fratura, pois o osso encontra-se
fragilizado pela lesão.
Diagnóstico
O médico pode suspeitar do mieloma múltiplo baseado na história clínica, no exame
clínico e pela radiografia. A partir da suspeita, ele pode solicitar exames
laboratoriais, exames de imagens complementares e a biópsia da lesão.
Características Clínicas
A maior parte dos mielomas provoca lesões ósseas múltiplas, constituindo uma das
patologias malignas mais frequentes do esqueleto. Costuma acometer indivíduos
acima dos 50 anos de idade e as localizações mais comuns são a coluna vertebral,
a pelve, as costelas, o esterno e o crânio.
A manifestação clínica mais frequente é a dor óssea, de duração e intensidade
variável, geralmente na região da coluna e do tórax. A lombalgia e a ciatalgia são
sintomas comuns, geralmente devido à compressão das raízes nervosas devido a
fraturas do corpo vertebral ou à penetração do tumor dentro do canal medular. A
fratura patológica das costelas e de ossos longos como o fêmur e úmero são
também achados frequentes. A perda de peso costuma estar associada à
enfermidade sistêmica. Uma importante complicação é o acometimento renal com
lesões tubulares ou amiloidose.
Tratamento
O tratamento do mieloma múltiplo é multidisciplinar. A forma solitária intraóssea
pode ser tratada cirurgicamente com ou sem radioterapia prévia, de acordo com a
lesão. Nas lesões localizadas em que não é possível a ressecção com margens
oncológicas, como nos corpos vertebrais, está indicada a radioterapia. No mieloma
múltiplo, do ponto de vista ortopédico, as lesões ósseas são avaliadas conforme a
sintomatologia, tamanhos e localizações das lesões, e se existem riscos de fraturas.
As lesões ósseas devem ser periodicamente monitoradas clinicamente e através de
exames de imagens. Em alguns casos, podem ser necessárias abordagens
cirúrgicas e/ou radioterapia. O médico utiliza critérios radiográficos e clínicos para
27
avaliar os riscos de fraturas na presença das lesões ósseas. O tratamento cirúrgico
das lesões ósseas no mieloma múltiplo visa o controle dos sintomas, prevenção e
tratamento das fraturas. A radioterapia isolada ou associada à cirurgia, também
pode estar indicada. A indicação dependerá do tamanho e da localização da lesão.
b)Condrossarcoma
O condrossarcoma é o segundo tumor maligno primário do osso mais frequente na
vida adulta. Pode ser primário, originado aparentemente de um osso previamente
normal; ou secundário a uma lesão benigna preexistente (por exemplo,
encondromatose, osteocondroma, osteocondromatose múltipla, doença de Paget)
ou secundário à radioterapia. Os condrossarcomas geralmente acometem pacientes
entre 50 e 70 anos de idade, sem predomínio entre os sexos. As localizações mais
frequentes são os ossos da bacia, costelas, fêmur (osso da coxa) e úmero (osso do
braço). Em geral, o condrossarcoma é de crescimento lento e os sintomas estão
associados ao seu tamanho e à sua localização. A localização preferencial desse
tipo de tumor é na raiz dos membros. A dor em geral é pouco intensa e intermitente.
Pode haver limitação na movimentação, pela dor, pelo volume do tumor e por estar
próximo à articulação.
Diagnóstico
O médico suspeita desse tipo de tumor baseado na história clínica, exame clínico e
geralmente pelas alterações visualizadas nos exames de raio-X. A partir da suspeita,
o especialista poderá solicitar exames complementares para o diagnóstico preciso
do tumor.
Incidência
O pico de incidência para os condrossarcomas primários é encontrado na quinta,
sexta e sétima décadas da vida.
Sintomatologia
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A dor, com ou sem massa presente, é o primeiro sintoma na maioria dos pacientes.
De maneira geral, todos os condrossarcomas centrais sempre se apresentam com
sintomas dolorosos. O condrossarcoma periférico pode apresentar um quadro
variável desde indolor até extremamente doloroso.
A duração dos sintomas pode variar de algumas semanas até meses. A clínica não
se correlaciona com o grau ou tamanho da lesão. Na pelve, devido ao grande
espaço para seu crescimento, pode não manifestar sintomas ou ser detectado
clinicamente após meses, podendo atingir tamanhos gigantescos.
Tratamento
O tratamento do condrossarcoma é geralmente cirúrgico. No condrossarcoma de
grau III ou de alto grau de malignidade, a quimioterapia pode ser associada. O tipo
de cirurgia dependerá do tamanho do tumor, do osso acometido e em qual parte do
osso o tumor se localiza. A maioria dos pacientes com o diagnóstico de
condrossarcoma é submetida à cirurgia com ressecção tumoral e o osso removido é
reconstruído com enxerto e/ou com colocação de endoprótese, preservando-se o
membro do paciente.
c) Osteossarcoma
O osteossarcoma é o tumor maligno primário do osso mais frequente e representa
20% dos sarcomas primários dos ossos. Podem se desenvolver em áreas de lesões
benignas (displasia fibrosa, doença de Paget) ou em locais previamente irradiados.
Muitos dos osteossarcomas que acontecem na vida adulta ocorrem após o
aparecimento da doença de Paget, que é rara na infância. É a segunda neoplasia
radioinduzida e é o tumor mais comum relacionado à deleção cromossômica do
retinoblastoma hereditário (tumor ocular). Com a abordagem multidisciplinar, o
avanço nas últimas décadas do tratamento quimioterápico e a evolução das técnicas
cirúrgicas, a sobrevida dos pacientes têm sido modificada e as chances das cirurgias
preservadoras dos membros aumentaram. A dor local é o sintoma mais
frequentemente referido no osteossarcoma e com frequência é acompanhada por
29
uma alteração na marcha. Concomitantemente, pode haver aumento de volume de
consistência geralmente firme e, algumas vezes, fraturas. O osteossarcoma
acomete principalmente crianças e adolescentes. Um segundo pico menor de
incidência ocorre em pacientes em torno dos 60 anos de idade, sendo a proporção
ligeiramente maior no sexo masculino. Os ossos mais frequentemente envolvidos
por esta neoplasia são o fêmur (osso da coxa), a tíbia (osso da perna) e o úmero
(osso do braço).
A definição do osteossarcoma por nós utilizada implica: um tumor maligno formador
de osso com: 1) presença de um estroma francamente sarcomatoso e 2) a formação
de osteóide neoplásico e osso pelos osteoblastos malignos.
Existem várias formas de osteossarcoma:
osteossarcoma clássico ou central: desenvolve-se no interior do osso;
osteossarcoma justacortical: desenvolve-se junto ao periósteo, relacionado
ao tecido conetivo periosteal;
osteossarcoma endosteal: é uma forma recém descrita de osteossarcoma
que tem origem no endósteo, dentro do osso; é uma forma maligna de baixo
grau que cresce lentamente e metastatiza tardiamente;
osteossarcoma telangiectásico: é uma forma maligna de alto grau que
mostra pouca ou nenhuma evidência de ossificação, sofrendo necrose,
degeneração cística e fraturas patológicas devido a seu rápido crescimento;
osteossarcoma secundário à irradiação: é uma forma maligna de alto grau
que se desenvolve alguns anos depois de radioterapia, geralmente nas áreas
de "sombra" da aplicação;
osteossarcoma secundário à doença de Paget: não é encontrado em
crianças, sendo responsável por um pico de incidência nas faixas etárias mais
avançadas.
Diagnóstico
A investigação diagnóstica deve incluir, além da história clínica, o exame clínico, e
os exames de imagens. A radiografia simples normalmente apresenta alterações
características, que levam a suspeita do tumor. A partir dessa suspeita, o médico
30
poderá solicitar outros exames de imagens e exames laboratoriais. Os exames
auxiliam o médico na avaliação da extensão da doença, para o planejamento
terapêutico e para a avaliação da resposta ao tratamento. O diagnóstico definitivo é
feito pelo exame anatomopatológico da biópsia.
Características Clínicas
O osteossarcoma clássico ou central costuma ocorrer em adolescentes e adultos
jovens. Aproximadamente metade dos osteossarcomas centrais ocorrem na região
do joelho, sendo a extremidade distal do fêmur a localização mais frequente.
O osteossarcoma central costuma acometer a região metafisária de um osso longo;
quando a fise ainda está presente, o tumor costuma permanecer na metáfise, sem
atravessar a placa de crescimento e sem acometer a epífise. Há no entanto
exceções e às vezes podemos encontrar osteossarcomas epifisários. Além disso, as
lesses diafisárias e as dos ossos chatos não são incomuns. Assim como em outros
tumores ósseos, os sintomas não são específicos. A presença de dor e de uma
massa são frequentes. Pode haver aumento de temperatura e a presença de veias
do subcutâneo dilatadas pelo crescimento do tumor.
Não são frequentes as fraturas patológicas. Os sintomas costumam estar presentes
vários meses antes do diagnóstico definitivo. Raramente a criança apresenta
comprometimento do estado geral, mesmo nos osteossarcomas de grande tamanho.
Há um interesse relativo nos exames laboratoriais no diagnóstico e prognóstico dos
pacientes com osteossarcoma central. O nível sérico da fosfatase alcalina, que
indica a atividade osteoblástica, é de relativo valor e pode estar grandemente
elevado. No entanto, valores normais não afastam o osteossarcoma central, nem
tampouco, na evolução, significam cura do processo. Atualmente estão sendo
realizados estudos prospectivos para se estudar a dosagem da fosfatase alcalina
diretamente no tecido neoplásico.
Tratamento
31
O tratamento do osteossarcoma é classicamente composto de quimioterapia e
cirurgia. O objetivo da cirurgia consiste na ressecção em bloco do tumor com
preservação do membro. Historicamente a amputação foi o procedimento utilizado
para o controle local do tumor. Com o progresso no tratamento quimioterápico,
novas técnicas cirúrgicas e materiais ortopédicos para a reconstrução, a maioria dos
pacientes com osteossarcoma são submetidos a cirurgias com a retirada cirúrgica
do tumor e o osso removido é reconstruído com enxerto e/ou com colocação de
prótese, preservando-se o membro do paciente.
d) Tumor de Ewing
O tumor de Ewing é o segundo mais frequente tumor maligno primário do osso na
faixa etária pediátrica, superado somente pelo osteossarcoma. Inicialmente, o tumor
de Ewing foi descrito como um tumor primário do osso, entretanto atualmente, sabe-
se que esse tumor também pode ter origem nas partes moles. O tumor de Ewing
acomete principalmente pacientes na segunda década de vida, sendo raro antes dos
5 ou após os 30 anos de idade. Há ligeiro predomínio no sexo masculino sobre o
feminino e raramente acomete a raça negra. Os sintomas mais frequentes são,
respectivamente, dor e aumento de volume local. A dor costuma ser progressiva, e
muitas vezes causam limitações dos movimentos. Febre baixa é um sintoma que
pode também estar presente. Os casos em que os pacientes apresentam febre,
edema (inchaço) e calor no local do tumor podem ser confundidos com osteomielites
(infecções ósseas). Os ossos mais frequentemente comprometidos são os ossos da
bacia, fêmur (osso da coxa), a tíbia (osso da perna) e o úmero (osso do braço).
Diagnóstico
A suspeita inicial, após a história e o exame físico, pode ser feito pela radiografia
simples. A partir dessa hipótese diagnóstica, o médico normalmente solicita exames
complementares e planeja a biópsia para o diagnóstico anatomopatológico.
Características Clínicas
1. Incidência
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O tumor de Ewing compreende aproximadamente 6% do total dos tumores ósseos
malignos.
2. Idade e Sexo
O tumor costuma acometer os indivíduos dos 5 aos 15 anos de idade sem
predileção por sexo em nossa casuística.
É o tumor ósseo maligno que acomete os indivíduos na menor faixa etária. No
entanto, se o diagnóstico de Ewing é suspeitado antes dos 5 anos, o diagnóstico
diferencial com linfoma ou metástase de neuroblastoma deve ser realizado.
3. Localização
As localizações principais são a diáfise do fêmur, seguida da região proximal do
fêmur, da diáfise da fíbula, da ulna e dos ossos da pelve. No entanto, qualquer osso
e qualquer localização do osso podem ser acometidos.
4. Sintomatologia
A dor e a presença de tumor visível ou palpável são os sintomas mais comuns.
Tanto a dor como o tumor costumam ser progressivos. Algumas vezes os sintomas
podem persistir por meses antes de se descobrir a verdadeira natureza do problema.
Febre baixa, fratura patológica ou sintomas como gripe, mal-estar, cansaço,
fraqueza podem estar presentes e retardar o correto diagnóstico.
5. Laboratório
A leucocitose e o aumento da velocidade de hemossedimentação são achados
frequentes, embora estejam presentes não só em outros tumores, como também na
osteomielite.
Tratamento
O planejamento terapêutico para o paciente que apresenta tumor de Ewing é
interdisciplinar, sendo feito com a administração de medicações (quimioterapia) e o
controle local com cirurgia de ressecção do tumor e/ou radioterapia. A interação
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dessas três modalidades terapêuticas tem melhorado a sobrevida e a qualidade de
vida dos pacientes. Cirurgias mutiladoras realizadas no passado têm sido
substituídas por técnicas modernas nas quais as preservações dos membros e das
suas funções têm sido cada vez mais satisfatórias.
e) Fibrossarcoma
Tumor maligno caracterizado pela formação de células fusiformes malignas e
bandas de colágeno que interlaçam as fibras, com ausência de outro tipo de
diferenciação histológica, tal como a formação de cartilagem ou osso.
No passado acreditava-se que o fibrossarcoma se originava do periósteo ou dos
tecidos vizinhos ao osso ou que se tratava na realidade de um osteossarcoma
pobremente diferenciado. Hoje praticamente todos os autores aceitam que o
fibrossarcoma é uma entidade distinta, que cresce a partir do tecido conetivo de
suporte da medula (central, ou medular) ou muito raramente periosteal.
Morfologia
Macroscopicamente, são massas acinzentadas grandes e hemorrágicas que
destroem o osso subjacente e frequentemente se estendem para os tecidos moles.
O fibrossarcoma é composto por fibroblastos malignos dispostos em um padrão de
espinha de peixe. O nível de diferenciação determina a quantidade de colágeno
produzida e o grau de atipia citológica. Células multinucleadas bizarras têm a
aparência de uma malignidade de grau intermediário a médio.
Incidência, Localização e Clínica
O fibrossarcoma aparece atrás do osteossarcoma, do condrossarcoma, do tumor de
células gigantes e do tumor de Ewing. Acomete indivíduos em todas as faixas
etárias, predominando dos 25 aos 60 anos. Costuma acometer preferencialmente a
extremidade distal do fêmur (metáfiso-diafisário) e proximal da tíbia (metáfiso-
diafisário), seguido pela extremidade proximal do úmero e do ilíaco.
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Os achados clínicos são semelhantes aos dos osteossarcomas, com história de dor,
limitação dos movimentos da articulação e massas, de longo tempo de duração. A
fratura patológica é uma complicação frequente, mais do que no osteossarcoma.
Diagnóstico
Aparece como uma lesão radio transparente, bastante permeativa e agressiva, ou
de aspecto monteado. As margens são indefinidas e a lesão compromete a cavidade
medular, em direção à epífise e metáfise. Muitas vezes o padrão pode lembrar uma
osteomielite (aspecto de "pau podre") ou um tumor giganto-celular. Os casos de
desenvolvimento mais lento podem lembrar o diagnóstico de um fibroma desmóide
ou de um fibroma condro-mixóide. Os casos mais agressivos podem lembrar o
diagnóstico diferencial de osteossarcoma fibroblástico, linfoma, tumores vasculares
malignos, adenocarcinomas metastáticos e mieloma. Em resumo, ao raio-X, o
fibrossarcoma pode mimetizar vários tumores malignos e benignos, sem um
verdadeiro padrão característico.
Tratamento
A cirurgia é o tratamento de escolha, uma vez que o tumor não responde à
radioterapia. Nos casos de tumores bem anaplásicos, a quimioterapia pode estar
indicada como tratamento neoadjuvante no pré-operatório. O esquema utilizado é
semelhante ao utilizado para o osteossarcoma. Sabe-se, no entanto, que
frequentemente não há boa resposta. Nesses casos, após o 1º ou 2º ciclo já se
submete o paciente à cirurgia, que pode ou não, de acordo com a localização, ser
preservadora do membro. As técnicas mais utilizadas são as ressecções e a
substituição por endopróteses não convencionais. A radioterapia não se mostrou de
valia nesses tumores.
Prognóstico
A taxa de sobrevida global varia nos melhores Serviços de 30-40%, sendo tanto
melhor quanto mais bem diferenciado é o tumor (média de 60% em 5 anos). As
metástases pulmonares se desenvolvem em aproximadamente 70% dos pacientes.
35
8.TUMORES ÓSSEOS METASTÁTICOS
Os tumores ósseos metastáticos são formas de cancro que se propagaram ao
osso a partir do seu ponto de origem, em qualquer parte do organismo.
Os cancros da mama, pulmão, próstata, rim e tireóide são os mais propensos
a propagar-se ao osso. O cancro pode estender-se a qualquer osso, mas não
costuma propagar-se para lá do cotovelo e do joelho. Um indivíduo que tem ou teve
cancro e manifesta dor ou inflamação dos ossos, deve ser examinado para afastar
possíveis tumores ósseos metastáticos. As radiografias e as cintigrafias podem
ajudar a localizar estes tumores.
Por vezes, um tumor metastático no osso provoca sintomas, inclusive antes
da detecção do cancro original. Os sintomas consistem em dor ou numa fratura no
ponto em que o tumor debilitou o osso. Nesses casos, uma biopsia é geralmente útil
para determinar a localização do cancro original.
O tratamento depende do tipo de cancro; alguns respondem à quimioterapia,
alguns à radioterapia, outros a ambas e outros a nenhuma delas. As fraturas podem
ser prevenidas por meio de uma intervenção cirúrgica para estabilizar o osso.
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9.CONCLUSÃO
Ao finalizar esse trabalho pude conhecer um pouco sobre os tumores ósseos, aonde
como já vimos que o tumor é um nódulo ou uma massa que se forma quando células
se dividem de forma incontrolável.
Pude identificar os tumores benignos (não cancerosos) dos malignos
(cancerosos), onde os não cancerosos são relativamente frequentes, enquanto os
cancerosos são pouco frequentes.
Além disso, vi também que os tumores ósseos podem ser primários (tumores
cancerosos ou não cancerosos que têm origem no próprio osso) ou metastáticos,
quer dizer, cancros originados noutro ponto do organismo (por exemplo, nas mamas
ou na próstata) e que depois se propagam ao osso. Nas crianças, a maior parte dos
tumores ósseos cancerosos são primários; nos adultos, a maioria são metastáticos.
Findando assim num aprendizado muito construtivo para identificar essas patologias
de uma forma satisfatória.
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REFERÊNCIAS
ROBBINS, Stanley L.; CONTRAN, Ramzi S.; FAUSTO, Nelson; et al. Patologia-
Bases Patológicas das Doenças. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005
Sociedade Brasileira de Traumatologia e Ortopedia. Tumores Ósseos. Olavo Pires
de Camargo. Disponível em:
<http://www.prodot.com.br/wp-content/uploads/2011/02/Material-Did%C3%A1tico-
da-Aula-Tumores-%C3%93sseos.pdf>. Acesso em: 21 abril 2013.
Tumores Ósseos. Hospital A.C.Camargo- Centro de Tratamento, Ensino e Pesquisa
sobre Câncer. Disponível em:
<http://www.accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/tumores-osseos/42/>. Acesso
em: 21 abril 2013.
Tumores Ósseos. Prof. Dr. Reynaldo Jesus Garcia Filho- Universidade Federal de
São Paulo. Disponível em: <http://www.unifesp.br/dorto-onco/livro/tumor.htm >.
Acesso em: 21 abril 2013.