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1. CONTRIBUIÇÕES Do ponto de vista comum, a contribuição é uma espécie de auxílio que alguém presta à outra sem um determinado objetivo. No caso de contribuir para uma determinada instituição, neste caso, há um objetivo, o do fortalecimento institucional. 1.1 – CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. A contribuição sindical é considerada pela doutrina e pela jurisprudência como contribuição parafiscal. Na visão de Ruy Barbosa Nogueira, “é um misto entre imposto e taxa, sendo cobrados por autarquias, órgãos paraestatais de controle da economia, profissionais ou sociais, para custear seu financiamento autônomo”. Berwagner define que “contribuição é uma espécie de taxa fixada pelo Estado com destinação específica de custear determinados interesses estatais. A contribuição sindical está prevista na CLT Arts. 578 a 597 e trata da parcela a ser paga em favor do sindicato “por todos aqueles que participam de determinada categoria profissional ou econômica”. Na inexistência do sindicato, a parcela deverá ser em favor da federação representativa da categoria. A Contribuição Sindical dos empregados será recolhida de uma só vez e corresponderá à remuneração de um dia de trabalho, independentemente da forma de pagamento. A forma de recolhimento é através da guia de arrecadação expedida pela entidade sindical, de acordo com

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Page 1: TRAB II G2 - Completo

1. CONTRIBUIÇÕES

Do ponto de vista comum, a contribuição é uma espécie de auxílio

que alguém presta à outra sem um determinado objetivo. No caso de contribuir

para uma determinada instituição, neste caso, há um objetivo, o do

fortalecimento institucional.

1.1 – CONTRIBUIÇÃO SINDICAL.

A contribuição sindical é considerada pela doutrina e pela

jurisprudência como contribuição parafiscal. Na visão de Ruy Barbosa

Nogueira, “é um misto entre imposto e taxa, sendo cobrados por autarquias,

órgãos paraestatais de controle da economia, profissionais ou sociais, para

custear seu financiamento autônomo”. Berwagner define que “contribuição é

uma espécie de taxa fixada pelo Estado com destinação específica de custear

determinados interesses estatais.

A contribuição sindical está prevista na CLT Arts. 578 a 597 e trata

da parcela a ser paga em favor do sindicato “por todos aqueles que participam

de determinada categoria profissional ou econômica”. Na inexistência do

sindicato, a parcela deverá ser em favor da federação representativa da

categoria. A Contribuição Sindical dos empregados será recolhida de uma só

vez e corresponderá à remuneração de um dia de trabalho,

independentemente da forma de pagamento.

A forma de recolhimento é através da guia de arrecadação expedida

pela entidade sindical, de acordo com as instruções editadas pelo Ministério do

Trabalho e Emprego Arts. 583 e 605,CLT. O MTE é o responsável pela

fiscalização da arrecadação da contribuição sindical, tendo em vista que, o

estado também tem interesse nessa arrecadação, pois do total arrecadado o

estado fica com 20%. A Lei 9.322/96 em seu Art. 4º estabelece qual é o fim

desta arrecadação.

“Art. 4o A quota-parte dos recursos arrecadados a título de contribuição sindical de que trata o inciso IV do art. 589 do Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e os rendimentos de sua aplicação, inclusive os de exercícios anteriores, depositados no Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, serão utilizados pelo Ministério do

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Trabalho na realização de despesas com o reaparelhamento das Delegacias Regionais do Trabalho e com programas inseridos no âmbito de sua competência.Parágrafo único. O Ministério do Trabalho estabelecerá os critérios para a alocação e utilização dos recursos de que trata este artigo, apresentando, trimestralmente, ao Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT, relatório circunstanciado”.

Por força dos Arts. 582 e 586 da CLT, os empregadores são

obrigados descontá-la de seus empregados e a recolhê-la diretamente ao

órgão arrecadador do estado que neste caso, compete exclusivamente à Caixa

Econômica Federal, que por sua vez repassará a parcela correspondente ao

sindicado e aos demais credores. Caso não haja o sindicado, o lançamento

passa a ser em favor da Federação e da Confederação representativa, mas,

para fazer jus ao repasse das contribuições sindicais, uma federação deve

representar a categoria.

Do montante arrecadado dos empregadores, 60% ficam com o

sindicato, 20% para a conta especial empregado e salário, 15% para a

federação e 5% para a confederação, o total arrecadado dos empregados, 60%

vão para o sindicato, 15% para a federação, 10% para as centrais sindicais,

outros 10% para a conta especial emprego e salário e 5% para a confederação.

Isso posto, podemos concluir que, cabe ao sindicato a maior parcela

do montante arrecadado, tanto da contribuição dos empregadores como da dos

trabalhadores formando ai a principal receita financeira do sindicato. Esta e

outras receitas dão ao sindicado subsídios para representar os trabalhadores e

empregadores naquilo em que for competente especialmente no ramo do

direito do trabalho.

1.2 CONFEDERATIVA

Com previsão constitucional no art. 8º, IV, é fixada em assembléia

geral, e é destinada a custear o sistema confederativo. “IV — a assembleia

geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será

descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação

sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei”. A

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contribuição confederativa destina-se ao custeio do sistema sindical. O valor da

contribuição é definido através da deliberação da assembleia sindical.

O objetivo da contribuição é manter o sistema confederativo, com o

objetivo de defender a categoria âmbito nacional, influenciando nas decisões

federais em busca de melhorias para a categoria que são: sindicatos,

federações e confederações. A contribuição confederativa só pode ser exigida

de sócios, neste caso os sindicalizados, Súmula 666 STF.

1.3 ASSISTENCIAL

A contribuição assistencial, também conhecida como taxa

assistencial, encontra-se estabelecida no art. 513 da CLT. Geralmente está

prevista em convenção, acordo ou sentença normativa de dissídio coletivo,

somente poderá ser exigida por aqueles que participam na condição de sócios

ou associados de entidade sindical, conforme entendimento dominante dos

Tribunais.

A sua finalidade é custear as atividades assistenciais do sindicato,

principalmente pelo fato de o mesmo ter participado das negociações para

obtenção de novas condições de trabalho para a categoria. Como descreve “o

Precedente Normativo TST 119, determina que os empregados que não são

sindicalizados não estão obrigados à contribuição confederativa ou

assistencial”.

Assim, a Constituição Federal em seus Artigos 5º , XX e 8º, V, diz

que a associação é livre.

"A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados."

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Portanto, esta contribuição não é obrigatória para trabalhadores,

empregadores e autônomos que não são associados, ainda que conste em

cláusula de instrumento coletivo de trabalho.

1.4 MENSAL

Também chamada “mensalidade sindical” é uma contribuição que o

sócio sindicalizado faz, todavia, esta contribuição não é obrigatória, é

facultativa conforme prevê o Art. 5º, inciso XX da Constituição Federal. A partir

da filiação no sindicato a contribuição é mensal e feita através de desconto em

folha, para que cesse a cobrança, o associado deve encaminhar um pedido

formal ao sindicato. O valor da contribuição é estipulado através de convenção

coletiva de trabalho.

Conforme já explanado, e com fundamento na Constituição Federal

em seu Art. 5º, XX, e Art. 8º, V, ninguém é obrigado a filiar-se ou a manter-se

filiado ao sindicato, ou seja, é diferente para aquele que pertença uma

determinada categoria profissional da associação ao sindicato, estar

sindicalizado.

"Nº 119 CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS - INOBSERVÂNCIA DE PRECEITOS CONSTITUCIONAIS – (nova redação dada pela SDC em sessão de 02.06.1998 - homologação Res. 82/1998, DJ 20.08.1998 "A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados".

2. CATEGORIA DIFERENCIADA

Antes de abordar o assunto acerca de categoria diferenciada, vale ressaltar

que no regime jurídico infraconstitucional anterior ao da Constituição Federal

de 1988, as instituições sindicais, tanto as profissionais como as econômicas,

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só poderiam ser criadas se já existisse categoria profissional ou econômica

definida pelo Estado.

Hoje, vige o princípio da independência estatal, consolidado no artigo 8º, inciso

I, da Constituição Federal:

“(..) É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei

não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,

ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a

interferência e a intervenção na organização sindical; (...)”

Ou seja; a nossa Constituição Federal de 1988 ampliou substancialmente a

liberdade sindical, proibindo categoricamente a interferência e a intervenção do

Estado na organização das instituições sindicais.

Contudo o enquadramento sindical no Brasil é definido pela CLT, dividindo-se

em categoria profissional, para os empregados, e categoria econômica, para os

empregadores; independente, portanto, do desejo do empregador ou opção do

empregado.

Assim o enquadramento sindical dos empregados segue o enquadramento

sindical do empregador, sendo o sindicato representativo aquele que abrange a

categoria econômica ou profissional preponderante do estabelecimento, onde

todos os empregados componentes da categoria profissional estão abrangidos

pelas condições de trabalho pactuadas pelo sindicato representativo de sua

categoria profissional como o sindicato da categoria patronal correspondente

ou diretamente com empregador. Uma atividade comercial terá, por exemplo,

como sindicato representativo o Sindicato do Comércio. Salvo se houver

previsão reduzindo a sua abrangência aos empregados de um setor ou um

estabelecimento específico da empresa.

O conceito legal de categoria profissional está consignado no § 2º, do Art.

511da CLT, vejamos:

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“(...) A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em

comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em

atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social

elementar compreendida como categoria profissional. (...)”

Já a Consolidação das Leis do Trabalho em seu artigo 511, especificamente no

parágrafo 3° vem trazendo o conceito de categoria diferenciada:

“(...) Categoria profissional diferenciada é aquela que se forma dos

empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de

estatuto profissional especial ou em consequência de vida singulares. (...)”

Podemos considerar que as chamadas categorias diferenciadas, caracterizam-

se em sua individualidade por força de estatuto profissional ou em

consequência de condições de vida singular com ocorre com os motoristas e

ascensoristas, seja independentemente da atividade econômica em que se

exerça o trabalho.

Eduardo Gabriel Saad define categoria diferenciada como "aquela cujos

membros estão submetidos a estatuto profissional próprio ou que realizam um

trabalho que os distingue completamente de todos os outros da mesma

empresa"

No mesmo sentido, Valentin Carrion define "categoria profissional diferenciada

é a que tem regulamentação específica do trabalho diferente da dos demais

empregados da mesma empresa, o que lhes faculta convenções ou acordos

coletivos próprios, diferentes dos que possam corresponder à atividade

preponderante do empregador, que é a regra geral”.

Como conclusão, à luz da CLT e da doutrina, a maioria dos trabalhadores

pertencem a uma categoria identificada pela atividade principal do empregador,

enquanto que a categoria diferenciada não tem qualquer relação com essa

atividade, mas sim com a profissão por seus estatutos jurídicos ou condições

outras especialmente estabelecidas.

Sérgio Pinto percebe que, a categoria diferenciada seria uma formação de um

sindicato por profissão que evidentemente só poderá ser de empregadores e

não de empregados. Como por exemplos o quadro de profissões mencionado

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no art. 577 da CLT, tais como cabineiros de elevador, secretárias, desenhistas,

aeronautas, aeroviários, condutores de veículos rodoviários etc.

Vale ressaltar que nada impede há criação de categorias diferenciadas, porém

só será admitido a formação de apenas um sindicato por categoria

diferenciada, conforme reza o inciso II do art. 8° da CF/88, no qual é observado

o princípio da unicidade sindical.

O Supremo Tribunal Federal também já reconheceu que está em vigoro art.

511 da CLT, inclusive quanto ao estabelecimento de categoria diferenciada.

Aparecida Tokumi Hashimoto divide que o enquadramento sindical pode

ocorrer por categoria ou por profissão, como no caso dos profissionais liberais.

Assim Octávio Bueno Magano esclarece que “os profissionais liberais, como o

advogado, o médico, o engenheiro, e outros, possuindo estatuto próprio,

reúnem condições para constituírem categorias diferenciadas.” Assim, aqueles

profissionais que atendem aos dois requisitos previstos no parágrafo 3º do

artigo 511 da CLT, ser empregado e exercer profissão com estatuto profissional

especial— participam de categoria profissional diferenciada.

Entretanto Sergio Pinto discorda deste pensamento, expondo que “com o atual

enquadramento sindical, os profissionais liberais apesar de terem condições de

formar categorias diferenciadas, pois estão disciplinados por estatuto próprio e

também exercem, em determinado casos, condições de vida singulares, não

são ainda, considerados categoria diferenciada”.

Não pertencendo o obreiro a qualquer categoria diferenciada e não sendo

profissional liberal, é imperativo ao empregador observar como ente sindical,

independentemente da função exercida pelo trabalhador, o órgão que

represente a sua atividade preponderante.

Deverá, todavia, o empregador, observar a existência de trabalhadores em seu

estabelecimento que possam vir a pertencer a um agrupamento de

profissionais com sindicato próprio, que são os que a norma laboral denomina

de "categoria diferenciada". Estes profissionais, por pertencerem a uma

categoria diferenciada, "deverão" estar enquadrados ao sindicato respectivo,

ao qual caberá, inclusive, as contribuições sindicais destes trabalhadores.

A contribuição sindical de trabalhadores enquadrados em categoria

diferenciada destina-se unicamente às entidades que os representem,

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independentemente do enquadramento dos demais empregados da empresa

onde trabalhem.

“Existem, como vimos, categorias diferenciadas, que na realidade são

agrupamentos de profissionais, como engenheiros, por exemplo. Nesse caso,

sendo representados por um sindicato específico, não integram a categoria

geral. Os sindicatos de categorias diferenciadas têm legitimidade para negociar

convenções coletivas para o seu pessoal.”

Exemplificando, uma empresa vendedora de produtos elétricos, enquadrada na

cetegoria econômica do Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico,

necessite ter como empregado um motorista para fazer entrega daqueles

produtos. Questiona-se se essa empresa é obrigada a obedecer à norma

coletiva da categoria diferenciada dos condutores de veículos, mesmo não

tendo o sindicato de sua categoria econômica participado das tratativas quanto

aquele instrumento coletivo.

Inicialmente, a orientação do TST era de que não havia necessidade de a

empresa que tivesse empregado de categoria diferenciada ser suscitada no

dissído coletivo, por intermédio do sindicato de sua categoria econômica.

Argumenta-se o efeito erga omnes das normas coletivas, não prevalecendo a

regra do enquadramento segundo a atividade preponderante d empregador.

A convenção coletiva é aplicável no âmbito das representações sindicais dos

empregadores e dos empregados. O mesmo pode deprender do § 1° do art.

611 do estatuto consolidado, quanto aos acordos coletivos, que poderão ser

observados no âmbito da empresa. Atente-se, porém, para a aplicação restrita

das normas coletivas a quem delas participou e não a outrem, visto que

nenhuma lei dispõe sobre sua observância a quem delas não tomou parte Na

verdade, os contratos só produzem efeitos entre as partes contratantes, não

aproveitando nem prejudicando terceiros.

No caso do dissídio coletivo, não havendo a citação do sindicato, federação ou

confederação da categoria econômica a que se pretende aplicar a norma

coletiva da categoria diferenciada, não há validade no processo conforme

dispõe o art. 214 do CPC. De outro modo, a sentença normativa faz a coisa

julgada entre as partes às quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando

terceiros, conforme dispõe o artigo 472 do CPC. Ressalte-se que a sentença

normativa pode ser revista, como prevê o art. 873 e 875 da CLT, e estendida:

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aos demais empregados da empresa que forem da mesma profissão dos

dissidentes, por iniciativa do tribunal do trabalho, a todos os empregados da

mesma categoria profissional, atendidos os requisitos dos artigos 869 e 870 da

CLT, mas sempre figurando os demais interessados expressamente no dissídio

coletivo. Os outros a que se refere o artigo 867 da CLT devem ter sido parte no

processo ou devem ser abrangidos pelo sindicato, federação ou confederação

que participou do dissídio coletivo. Não se pode, portanto, aplicar a norma

coletiva da categoria diferenciada a quem dela não tomou parte. Conforme o

termo em latim Mutatis Mutandis, quem não participou do dissídio coletivo de

categoria diferenciada não pode ser parte em sua ação de cumprimento.

Por conseguinte, para a aplicação plena da norma coletiva da categoria

diferenciada, existe a necessidade de que o sindicato dos empregadores de

todas as empresas a quem a primeira categoria prestes serviços tenha sido

suscitada no dissídio coletivo ou tenha participado da negociação coletiva, para

se estabelecer a relação jurídica entre as partes. É mister que para aplicação

do pacto coletivo da categoria diferenciada, o empregador ou o sindicato da

categoria diferenciada que o represente tenha participado daquele acordo de

vontades.

Esclarece a súmula 374 do TST que:

“(...)Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o

direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento

coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua

categoria. (ex-OJ nº 55 - Inserida em 25.11.1996)”

No entanto o empregado integrante de categoria profissional diferenciada não

tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento

coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua

categoria.

Conclui-se que não estão desprovidos de argumentos os que patrocinam a

tese de que as empresas devem dispensar aos seus empregados motoristas

as regras constantes da convenção coletiva da categoria própria, mas é preciso

reconhecer que a tendência predominante na jurisprudência, inclusive

sumulada, é a que a empresa não está obrigada a cumprir norma coletiva de

cuja elaboração não participou nem foi representada.

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Assim, a uma empresa que explore a atividade comercial tendo como

empregado trabalhador pertencente a categoria diferenciada (motoristas) que

lhe preste serviços e que não foi chamando a fazer parte da negociação ou não

foi suscitada para o dissídio coletivo da categoria diferenciada, não será

aplicável tal comando normativo, mas o pacto coletivo da categoria econômica

dos comerciantes.

O fato de se pagar contribuição sindical à categoria diferenciada não implica a

observância da norma coletiva. Tais como os profissionais liberais que forem

admitidos como empregados para exercer suas respectivas profissões poderão

optar pelo pagamento da contribuição sindical unicamente às entidades

sindicais representativas de suas próprias categorias. Assim, por exemplo, o

engenheiro poderá recolher a contribuição sindical para o Sindicato dos

Engenheiros do Estado de São Paulo, por se tratar de categoria diferenciada, e

não para o sindicato representante da categoria preponderante. Exemplo do

advogado que não paga contribuição sindical se recolher a contribuição

destinada a OAB. Assim é necessário que o empregador ou sindicato que o

represente tenha participado as negociações da norma coletiva da categoria

diferenciada para que esta lhe possa ser aplicável.

Deve-se destacar que, se uma empresa possui um “vigilante”, este não vai ser

enquadrado como categoria diferenciada, mormente se a empresa não exerce

a atividade não exerce atividade de vigilância. Primeiro porque tal categoria

não é diferenciada. Segundo porque a empresa não participou da norma

coletiva entre o sindicato dos vigilantes e as empresas de vigilância.

O sindicato dos trabalhadores na administração publica representa, de modo

geral, o trabalhador na administração pública, exceto sindicatos de categoria

diferenciada, como de motoristas empregados.

Logo, o enquadramento sindical dos motoristas empregados é feito com o

sindicato dos condutores de veículos e não com o sindicato dos trabalhadores

na administração publica. A contribuição sindical dos empregados deve ser

recolhida para por primeiro sindicato.

GREVE NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

1.0 INTRODUÇÃO

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O direito trabalhista em seu bojo traz diversos relatos acerca ds

nascimento do direito a greve e seus primórdios. O fato é que o instituto da

greve emana de um contexto social, na qual um grupo social com similitudes

trabalhistas busca resolução de seus conflitos através da paralisação de suas

atividades. A questão é que não se trata de um simples grupo social, mas sim

de um grupo social organizado na qual a doutrinadora Alice de Monteiro de

Barros, em breves apontamentos, conceitua-o com extrema perícia:

Interessa-nos, neste estudo, o grupo social organizado, o

fenômeno associativo profissional, como “maneira coletiva

de pensar”, tendo em vista a identidade, conexidade ou

similitude de condições de vida, oriundas do trabalho

comum.(BARROS, 2011, 1029)

Portanto, a greve é uma modalidade de um grupo social organizado

externar sua insatisfação, acerca das suas relações de trabalho. Logo a greve

eiva-se destes posicionamentos antagônicos. Assim convém destacar as

palavras da já mencionada doutrinadora Alice de Monteiro de Barros que diz

que: são frequentes as dissenções entre grupos sociais antagônicos, dando-se

origem a um conflito coletivo (BARROS, 2011,1029).

2.0HISTÓRIA.

2. NOS DEMAIS PAÍSES.

Na história mundial há indícios do exercício da greve desde os

primórdios da existência social humana. Logo a história de tal instituto é farta

de relatos em todas as eras e civilizações. Pode-se observar que em se

tratando degreve, a história apresenta fases da evolução desse direito e

também os desníveis referentes à liberdade do exercício da greve. Em dados

momentos a greve era tida como uma liberdade do trabalhador noutros como

delito e em outros como direito. O doutrinador Sergio Pinto traz em sua obra

esse relato:

Na História mundial da greve verifica-se que ela foi

cronologicamente considera como delito, principalmente

no sistema corporativo, depois passou a liberdade, no

Page 12: TRAB II G2 - Completo

Estado liberal, e, posteriormente, a direito, nos regimes

democráticos.(MARTINS, 2014, 935)

É de bom alvitre conhecer um pouco da história à luz das observações

de Doutos no assunto.

Na história há relatos de que a greve surgiu acerca de 2.100 a.C quando

os operários que trabalhavam na construção do templo de Mut decidiram por

paralisar as obras, neste sentido observa a doutrinadora: (MONTEIRO, 2011,

1029) esses trabalhadores rebelaram-se contra o pagamento do salário, que

era feito in natura (Alimentação).

Defato, desde a Idade Média até o Século XVII, os

movimentos de paralisação do trabalho não de revestiam

do caráter de greve, mesmo porque a Antiguidade e a

Idade Média, entre outras razões conheceram a

escravidão e a servidão. (MONTEIRO, 2011,1030)

Outro Relato importante diz respeito à Lei Le Chapellier datada de 1971,

conforme relata a história, a lei visava obstar a defesa dos direitos coletivos por

meio de agrupamentos (MARTINS, 2014, 935) . É notório que à aquele tempo

a preocupação estava relacionada com a segurança da Monarquia no poder,

neste sentido o Código de Napoleão tratava com severidade penal o exercício

da greve. A Itália trouxe inovação no contexto jurídico quando passou a tratar a

greve como um direito, (MARTINS, 2014, 935). Em sua obra Sérgio Pinto

Martins aborda o Fato de que na Espanha em 27 de abril de 1909 a greve

deixou de ser delito e passou a ser direito e posteriormente em 1978 a Carta

Suprema do país insere a greve no roll de direitos dos trabalhadores

(MARTINS, 2014, 935).

2.1 NO BRASIL.

No que tange a história da greve no Brasil são vários os momentos em

que houve disposições acerca do Direito de Greve no Brasil. Como destacado

anteriormente, a história deste instituto também sofreu uma ordem cronológica

no ordenamento jurídico passando por fases de proibição até a fase em que o

direito a greve foi contemplado pela Carta Maior. Em 1890 havia a proibição e a

criminalização da greve pelo código penal até então vigente, não muito depois

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houve a derrogação deste dispositivo. (MARTINS, 2014, 936) “A constituição

de 1937 considerava a greve e o lockout recursos antissociais”.

A constituição Federal de 1937 foi outro ponto marcante da história do

direito a greve no Brasil, onde a constituição valendo-se de uma ideia

capitalista considerou a greve um ato nocivo ao desenvolvimento e interesses

da produção pátria. Entre outros marcos da evolução, como o Decreto-lei n°

431 de 1938 e o Decreto-lei 1.237 de 2-5-1939 que reprimiam e criminalizavam

a greve no âmbito do Serviço Público (MARTINS, 2014, 936), a grande

consolidação do Direito ao exercício do direito a greve veio com a Lei de Greve

n° 4.330 de 1°-6-64 que trouxe em seu texto uma série de requisitos para que a

greve fosse considerada legal e também as situações em que ela seria

considerada ilegal, nesse sentido apregoa o doutrinador Sérgio Pinto Martins

ao se referir a alguns dos direitos que tal lei trazia: “(MARTINS, 2014, 936)

Considerava, ainda, o Art. 20 § Único da Lei n° 4.430 que “a greve suspende o

contrato de trabalho, assegurando aos grevistas o pagamento dos salários...””.

O direito a greve nos serviços essenciais e nos serviços públicos foi

vedada na Constituição Federal de 1967.

(CF-67) Art. 157 - A ordem econômica tem por fim realizar

a justiça social, com base nos seguintes princípios:

 § 7º - Não será permitida greve nos serviços públicos e

atividades essenciais, definidas em lei.

Como o referido artigo deixou a regulamentação da greve a mercê de

uma lei que a complementasse, foi editado o Decreto-lei n° 1.632 de 4-8-78.

(MARTINS, 2014, 937) “houve a enumeração de quais seriam estas atividades

[...]”, essas atividades na qual o nobre doutrinador se refere, seriam as

relacionadas com serviços prestados pelo poder público que eram

indispensáveis à subsistência humana, a dignidade, na qual uma eventual

paralização destas distas atividades essenciais, dai advém a expressão

“serviços essências” por conta de sua indispensabilidade, poderia gerar

problemas a incolumidade publica, a exemplo : agua, esgoto, combustível,

etc...

Page 14: TRAB II G2 - Completo

Alhures não se pode deixar no esquecimento o que a atual Carta Magna

diploma acerca do assunto discorrido.Em relação à Constituição Federal de

1988 diz Sérgio Pinto Martins: A constituição Federal de 1988 assegura o

direito a greve, devendo os trabalhadores decidir sobre a oportunidade de

exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender (art.9°),

(MARTINS, 2014, 937). A atual constituição contemplou o direito de exercer o

direito, fazendo com que todas as fases em que passou o direito de greve

culminassem nodireitode perquirir seus interesses trabalhistas sem repressão e

criminalização, porém não sem limitação. Para tanto adveio algumas

regulamentações a esse direito através da Medida Provisória n° 50 de 1989, na

qual esboça Sergio Pinto Martins: “A Medida Provisória n° 50 de 1989 regulou

o direito de greve em razão das constantes paralizações que vinham ocorrendo

em atividades essências (MARTINS, 2014, 938)”. O direito a greve ante aos

serviços essenciais teve uma regulamentação através da Lei 7.783/89, na qual

regulamentou, entre outros, a prestação de serviços essenciais em períodos de

paralização.

3.0 DIREITO DE GREVE E SUAS CARACTERÍSTICAS.

Como toda palavra, a denominação “Greve” tem uma origem, esta é

francesa. A história da denominação é narrada por Sérgio Pinto Martins:

(MARTINS,2014,939)

Grève em Francês quer dizer cascalho, areal.Antes de localização do rio Sena, em Paris, as cheias do rio depositavam pedras e gravetos numa praça, a qual se denominou de Place de Grève. Nesse lugar se reunião os trabalhadores à procura de emprego. Com o surgimento das paralizações do trabalho, os trabalhadores passaram a reunir-se na mesma praça em que faziam greve.

Nota-se com esse relato histórico, que o exercício da greve ainda não

era obstado, em que pese posteriormente isto tenha ocorrido. Deste fato em

diante surgiram os movimentos que usavam esta denominação.

3.1 CONCEITO

A greve possui um conceito, uma ideologia que transcende aquilo que

popular e vulgarmente entendemos como paralização de um grupo de

trabalhadores com o intuito de obter uma maior percepção mensal. Mais ainda,

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nos dias atuais a greve ainda tem sido ligada a movimentos vândalos que

depredam cidades por causa deaumentos de tarifas públicas, mas condições

na prestação de serviços entre outros. Mas conceitualmente falando, é de bom

senso considerar o entendimento do doutrinador Amauri Mascaro Nascimento

que diz que “Greve é um direito individual de exercício coletivo, manifestando-

se como autodefesa (NASCIMENTO, 2011, 1367)”, na mesma esteira entende

Sérgio Pinto Martins quando traça as seguintes linhas: “Greve pode ser

considerada, antes de tudo, um fato social, estudado também pela Sociologia

(MARTINS, 2014, 939), este mesmo doutrinador afirma que greve resulta

efeitos que vão ser irradiados nas relações jurídicas, havendo, assim,

necessidade de estudo por parte do Direito (MARTINS, 2011,939).

Há uma amplitude no conceito de greve, na qual doutrinadores de todo o

mundo jurídico procura conceituar, mas, para Amauri Mascaro Nascimento há

um traço comum, o caráter instrumental da greve, meio de pressão que é

(NASCIMENTO, 2011, 1368). Já para Sérgio Pinto Martins, o conceito de greve

dependerá de cada legislação, na qual esta irá firma-la como liberdade, direito

ou delito (MARTINS, 2011, 940).

3.2 MODALIDADES

A greve em si mesma é caracterizada pela paralização, como meio de

autodefesa, porém são diversos os motivos de origem de uma greve. Porém

existem duas classificações gerais que pertine à legalidade da greve.

Doravante, as greves poderão ser lícitas ou ilícitas. A doutrina de Sérgio Pinto

Martins, bem aponta acerca do assunto:

Várias classificações podem ser feitas quanto à greve: greves lícitas, nas quais são atendidas as determinações legais; greves ilícitas, em que as prescrições legais não são observadas; greves abusivas, durante as quais são cometidos abusos, indo além das determinações legais; greves não abusivas, exercidas dentro das previsões e quando não são cometidos excessos. (MARTINS, 2014, 941).

Logo se entende que inicialmente a greve está ligada a legitimidade para

exercê-la, onde o exercício do direito está condicionado ao cumprimento de

algumas exigências, caso contrário, caímos na esteira da ilegalidade. Estas

exigências deverão emanar de lei ou de ordem judicial. Desta feita, considerar

o conceito de Mascaro Nascimento, é de bom proveito, quando diz: As greves

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são legais ou ilegais, com ou sem abuso de direito, tudo dependendo das

características de cada ordenamento jurídico (NASCIMENTO, 2011, 1369).

Doravante, o doutrinador Sérgio Pinto Martins em sua renomada obra

Direito do Trabalho traz algumas outras classificações acerca da greve quanto

a sua extensão e quanto a sua motivação, (MARTINS, 2011, 941,942).

3.3 NATUREZA JURÍDICA

Todo o instituto da greve é caracterizado pela vastidão de

compreensões, logo, em ralação a natureza jurídica, doutrina também é vasta

os entendimentos. Amauri Mascaro Nascimento aponta que “quanto à natureza

jurídica do direito de greve, nosso direito caracteriza como um fato social ou um

ato antijurídico, mas como um direito reconhecido em nível constitucional,

(NASCIMENTO, 2011, 1374)”. Sérgio Pinto Martins conceitua como Liberdade,

decorrente do exercício de uma determinação lícita; liberdade pública, pois o

Estado deve garantir seu exercício; em se tratando da coletividade o

doutrinador entende como um poder, (MARTINS, 2011, 941).

3.4 LEGITIMIDADE E DA LIMITAÇÃO.

Leigamente há a correlação de greve aos mais variados movimentos,

inclusive movimentos na qual a motivação anda a margem da moral e da ética

Social. No entanto, ao se falar de legitimidade, o entendimento doutrinário

comunga que esta pertence à classe dos trabalhadores, através de suas

organizações sindicais. Reflitamos no entendimento de Amauri Mascaro

Nascimento que na oportunidade também pincela breves conceitos:

A Legitimação para a declaração de greve é dos sindicatos. São eles os representantes dos trabalhadores. Defendem os interesses coletivos. A greve é um ato coletivo. É obrigatória a participação dos sindicatos de negociação. A Greve é um direito individual de exercício coletivo. (NASCIMENTO, 2011, 1375)

Na mesma concatenação lógica entende Sérgio Pinto Martins:

Não Há Dúvida de que a legitimidade do direito de greve é dos trabalhadores, pois a eles competem decidir sobre a oportunidade e os interesses a serem defendidos por meio da greve (art. 2º da Lei n° 7.783/89). A Legitimidade,

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porém, para a instauração pertence à organização sindical dos trabalhadores [...], (MARTINS, 2014, 943).

Inicialmente consideramos a História do instituto da greve, neste

compreendemos que o direito a greve em vários momentos foi cerceado, e

noutros e gozava de respaldo para o exercício. Mas o direito a greve no Brasil

em outros países é gravado de algumas limitações. Pelas Sabias Palavras do

doutrinador Sérgio Pinto Martins clarearemos o entendimento:

A greve não é um direito absoluto. Só por se tratar de um direito já existem limitações. O Estado Deve regular o direito a greve, mas não no sentido de restringi-lo ou impedi-lo.

A limitação do exercício do direito de greve é vista pelo viés objetivo e

subjetivo. No objetivo se analisa a previsibilidade legal, e subjetivamente

falando, refere-se a questão do exercício exacerbado do direito. Comunga este

entendimento o doutrinador Sérgio Pinto Martins ao dizer:

É possível dividir as limitações ao direito de greve sob o

aspecto objetivo, da previsão da lei, e sob o subjetivo, dos

abusos. (MARTINS, 2014, 942).

[...] Greves que venham Violar esses direitos já estarão

excedendo os limites constitucionais. (MARTINS, 2014,

942).

O objetivo do legislador ao fixar limites ao exercício da greve não tem o

fulcro de tolher o exercício do direito, antes, assegurar que outros direitos,

como a vida, a dignidade da pessoa humana, a subsistência, a ordem pública,

enfim a incolumidade pública não reste prejudicada. Fica Fácil a assimilação do

discorrido, se imaginarmos a saúde pública e militares gozando plenamente e

semlimitações desse direito, restaria, contudo obstada a pretensão de se viver

em uma sociedade digna pacífica, logo, segura.

3.4 ATIVIDADES ESSENCIAIS E UM ESBOÇO DOS REQUISITOS.

A lei 7.783/89 foi inserida no ordenamento jurídico com o objetivo de

complementar o art. 9º § 1º da Lei Maior. Esta lei consagra e conceitua os

serviços essenciais das quais não se pode tolher totalmente o seu

funcionamento. A essencialidade é gravada pela indispensabilidade deste

serviço para a manutenção da ordem pública. A Lei Maior e

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consequentemente a Lei que regula a prestação dos serviços especiais não

tem caráter coercitivo, como aponta Sérgio Pinto Martins ao dizer que:

O §1º do art. 9º da Constituição Federal de 1988 não proíbe a greve em atividades essenciais, apenas determina que a lei irá definir os serviços ou as atividades essenciais, o que foi feito pelo artigo 10 da lei nº 7.783/89 (MARTINS, 2014, 947).

Dentre vários requisitos necessários para que a greve goze de

legalidade, é necessário oaviso-prévio por parte dos grevistas ao sindicato no

prazo de 48 horas como capitula o artigo 3º da lei supracitada, e em sede de

atividades essenciais o prazo mínimo é de 72 horas, conforme disposto no

artigo 13º da dita lei.

É válido lembrar que a greve é um instrumento, um meio para a solução

de um conflito. Não acontecendo isto, as partes de comum acordo deverão

instaurar um dissídio coletivo, caso a este comum acordo não se chegue, cabe

aos sindicatos, federações e confederações a instauração deste dissídio

coletivo. O ministério Público do Trabalho cabe instaurar de ofício o dissídio em

caso de greve em serviços essenciais, neste pensamento corrobora Sérgio

Pinto Martins:

Têm Legitimidade para a instauração do dissídio os

sindicatos, as federações ou confederações, além das

empresas e das comissões de trabalhadores, nas

categorias não organizadas em sindicato. O Ministério

Público do Trabalho poderá instaurar, de ofício, o dissídio

coletivo, em caso de greve em atividades essências.

(MARTINS, 2014, 873).

BIBLIOGRAFIA:

BARROS, A. M. Curso de direito do trabalho. XX edição, São Paulo: Editora

LTr, 20XX.

MARTINS, J.P. Direito do Trabalho. 29ª edição, São Paulo: Editora atlas, 2013.

NASCIMENTO, A. M. Curso de Direito do Trabalho, 26º Edição, São Paulo:

Editora Saraiva 2011.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:

HASHIMOTO, Aparecida Tokumi. Contribuição Sindical e Categoria

Diferenciada. Revista Jurídica Última Instância, Disponível em:

http://public.fenam2.org.br/img/geral/fenam/docs/artigo.pdf. Acesso em 12 de

maio de 2014.

MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 23 ed. São Paulo: Atlas, 2007.

BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 34 ed. São Paulo: Saraiva,

2007

SAAD, Eduardo Gabriel – CLT Comentada – 33ª edição, LTr Editora, São

Paulo, 2001.

CARRION, Valentin - Comentário à Consolidação das Leis do Trabalho -

Editora Saraiva - 29ª Ed – São Paulo, p. 414.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil:

promulgada em 5 de outubro de 1988.

CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas (Decreto-lei no 5.452, de 1º de maio de 1943) e Lei 7.998, de 11 de janeiro de 1990.

MARTINS, Sérgio Pinto. Contribuições sindicais. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.

MARTINS, Sérgio Pinto. Contribuições sindicais: direito comparado e internacional; Contribuições assistencial, condeferativa e sindical. – 4ª ed. – São Paulo: Atlas, 2004.

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NASCIMENTO, Amauri Mascaro Curso de direito do trabalho : história e teoria geral do direito do trabalho : relações individuais e coletivas do trabalho– 26. ed. – São Paulo: Saraiva, 2011.