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TOXICODINÂMICA
Estuda os mecanismos da ação tóxica exercida por substâncias químicas sobre o sistema biológico, sob os pontos de vista bioquímico e molecular.
1- Estimar a possibilidade do agente químico, causar efeitos deletérios e qual a população pode ser atingida, ou seja, avaliação do risco;
2- Estabelecer procedimentos preventivos e estratégias de tratamentos3- Desenvolver produtos específicos, com maior seletividade para a espécie de interesse.
No sítio de ação a molécula ativa interage com o sítio molecular por meio de diferentes reações que são determinadas pelas características físico-químicas e estruturais do ag. Químico e do sítio molecular.
Efeito adverso x toxicidade de medicamentos: O Efeito adverso ocorre em doses terapêuticas em decorrência da falta de seletividade do fármaco para um único sitio molecular, ou pela existência de sítios em diversos tecidos. Já a toxicidade ocorre pelo excesso de dose, acidental ou intencional.
A toxicidade pode ser classificada como aguda ou crônica.
A intoxicação aguda é decorrente de uma exposição ou de exposições mutiplas ao agente tóxico, num período de tempo de aproximadamente 24 hs. Os efeitos surgem de imediato no máx. em 2 semanas.
Os parâmetros mais utilizados para expressar o grau de toxicidade aguda de substâncias químicas são a DL50 e a DL10 que são, respectivamente as doses que provavelmente matam 50 e 10% dos animais utilizados em experimentos.
Além das doses letais pode-se calcular as doses efetivas eficazes em 50% (DE50) e 90% (DE90) dos animais estudados. A correlação dessas doses com as doses letais permite calcular o índice terapêutico (IT) e a Margem de Segurança (MS):
IT = DL50/DE50 MS = DL10 – DE90/ DE90 X 100
Quanto maior o IT ou a MS menor a chance dessa substância causar intoxicação.
A intoxicação Crônica resulta de exposições repetidas com o agente tóxico, num período de tempo prolongado, de meses ou anos. Geralmente são casos de mutagenicidade e carcinogênese.
AGENTES TÓXICOS
Apresentam estruturas químicas variadas e podem ser classificados utilizando vários critérios, como: químico (aminas aromáticas, hidrocarbonetos halogenados), físico (gás, líquido e sólido), bioquímico ( inibidor de sufidrila, causador de metemoglobinemia), farmacológico (d-tubocurarina, α-bungarotoxina – bloqueador de receptores nicotínicos).
SELETIVIDADE DE AÇÃO
Todas as substâncias químicas tóxicas produzem seus efeitos alterando as condições fisiológicas e bioquímicas normais das células.
Alguns compostos ácidos e básicos comportam-se de maneira igual, causando irritação e corrosam com o tecido que entrar em contato. Outros compostos são mais seletivos no seu modo de ação e causam danos a um tipo de órgão ou estrutura, chamado estrutura-alvo, sem lesar outros.
As diferenças bioquímicas e fisiológicas existentes entre espécies de animais determinam também a variação de seletividade de xenobióticos. Ex.: antibióticos, possuem toxicidade seletiva para espécies de bactérias.
Outro ponto de seletividade de agentes químicos é a diferença de conteúdo de enzimas de biotransformação.
Alguns xenobióticos por características físico-químicas tem a capacidade de se acumular em alguns tecidos. É importante ressaltar que a intensidade da intoxicação depende do tecido, tecidos epiteliais, incluindo o fígado tem capacidade de regeneração, portanto tem como se recuperar, já tecidos como o nervoso tem regeneração mais limitadas, fazendo com que a intoxicação seja mais grave.
MECANISMOS GERAIS
O entendimento do mecanismo molecular e biológico das substâncias tóxicas é de fundamental importância para aplicação de medidas preventivas e terapêuticas de intoxicação. Os principais mecanismos são:
1. Interação de Agentes tóxicos com receptores
Fisiologicamente, a estimulação de receptores é feita por um agonista que promove efeitos biológicos característicos. As respostas desencadeadas pelos órgãos são rápidas ou lentas dependendo da estrutura molecular e dos mecanismos de transdução envolvidos. A ligação entre o receptor e o ligante geralmente é reversível.
2. Interferência na função de membranas excitáveis
As substancias podem alterar a função das membranas por vários meios, por exemplo: Bloqueadores dos canais de íons.
3. Inibição da fosforilação oxidativa4. Complexação com biomoléculas
4.1- Componentes enzimáticos (inseticidas carbamados e organofosforados, azatiopirina, N-meilcarbamato)4.2 – Proteínas4.3 – Lipídeos4.4 – Ácidos nucleicos
Fatores determinantes da intoxicação
Todos os efeitos tóxicos são consequentes das ações fisiológicas e bioquímicas normais dos órgãos. A morte celular induzida num órgão por dano químico dependendo de sua extensão, pode conduzir a falência do órgão, mas pode também não causar nenhuma repercussão clínica significativa.