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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
PAULO RENAN DE SOUZA TORRES
ANÁLISE DE PROPRIEDADES MECÂNICAS EM PEÇAS
USINADAS VARIANDO-SE A VAZÃO DE LUBRI-
REFRIGERAÇÃO NO FRESAMENTO DE TOPO
Juazeiro – BA
2012
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
PAULO RENAN DE SOUZA TORRES
ANÁLISE DE PROPRIEDADES MECÂNICAS EM PEÇAS
USINADAS VARIANDO-SE A VAZÃO DE LUBRI-
REFRIGERAÇÃO NO FRESAMENTO DE TOPO
Trabalho apresentado a Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus Juazeiro, como requisito da obtenção do título de Bacharel em Engenharia Mecânica.
Orientador: Prof. MSc. Erlon Rabelo Cordeiro.
Juazeiro – BA 2012
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Trabalho de Conclusão de Curso
I
Torres, Paulo Renan de Souza.
T693a Análise de propriedade mecânicas em peças usinadas variando-se a vazão de lubri-refrigeração no fresamento de topo / Paulo Renan de Souza Torres. – – Juazeiro, 2012.
xiv, 48 f. : il. ; 28 cm Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia
Mecânica) - Universidade Federal do Vale do São Francisco, Juazeiro-BA, 2012.
Orientador: Prof. MSc. Erlon Rabelo Cordeiro.
Inclui referências
1. Peças de máquinas. 2. Usinagem. 3. Propriedades Mecânicas 4. Ferramentas de usinagem. I. Título. II. Universidade Federal do Vale do São Francisco. III. Erlon Rabelo Cordeiro.
CDD 621.82
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Biblioteca SIBI/UNIVASF Bibliotecário: Renato Marques Alves
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Trabalho de Conclusão de Curso
II
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
FOLHA DE APROVAÇÃO
PAULO RENAN DE SOUZA TORRES
ANÁLISE DE PROPRIEDADES MECÂNICAS EM PEÇAS
USINADAS VARIANDO-SE A VAZÃO DE LUBRI-
REFRIGERAÇÃO NO FRESAMENTO DE TOPO
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Trabalho de Conclusão de Curso
III
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, José
Paulo Ribeiro Torres e
Sueli Ferreira de Souza
por acreditar e apoiar
todos os meus
sonhos.
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Trabalho de Conclusão de Curso
IV
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por me ajudar a alcançar meus objetivos de
vida e com isso me tornar um homem realizado e feliz.
Agradeço aos meus pais pelo apoio incondicional, em especial a minha mãe,
Sueli Ferreira de Souza.
Agradeço a minha namorada Thaís por esta sempre ao meu lado, sendo uma
companheira em todos os momentos.
Agradeço a todos os meus irmãos.
Agradeço a toda a minha família, tias, avós, primos e primas, em especial a
minha tia Nilza.
Agradeço a todos os amigos de uma vida inteira que sonharam junto comigo,
me auxiliaram quando preciso e hoje festejam essa grande alegria da realização de
um sonho de infância, em especial a Delmer, Luam, Evilázio Jr e Marx.
Agradeço a todos os colegas de faculdade que compartilharam ao meu lado
de grandes desafios e obstáculos, comemoramos a alegria de uma conquista de um
diploma em Engenharia Mecânica, em especial a Diego Vinicius, Davi Soares, Diogo
Ishibashi, Tales Dourado, Thales Queiroga, Saulo Dourado, Adriano Molcan, Luiz
Gustavo, Carlos Roberto, Deygma, Fagner, Edmundo Luiz, Felipe Julio, Fabrício
Oliveira e Leandro de Almeida.
Agradeço a todos do corpo docente que durante esses seis anos, me fizeram
evoluir como profissional e como ser humano.
Neste momento de grande realização pessoal venho agradecer a todas as
pessoas que passaram por minha vida, não foram citadas acima, mas que podem se
sentir como parte desta alegria.
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Trabalho de Conclusão de Curso
V
“Vim, Vi, Venci”.
Júlio César
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Trabalho de Conclusão de Curso
VI
Torres, P. R. S. Análise de propriedade mecânicas em peças usinadas
variando-se a vazão de lubri-refrigeração no fresam ento de topo. 2012. ( ).
Monografia (Trabalho de conclusão de curso em Engenharia Mecânica) – Colegiado
de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Vale do São Francisco, Juazeiro,
2012.
RESUMO
São objetivos dos processos de usinagem de peças metálicas o melhor
acabamento superficial possível, a produção de peças com elevado grau de
tolerância geométrica, dimensional e com baixo custo por meios automatizados e
a minimização de danos ao meio ambiente provocados por essa tecnologia. A
crescente busca nos últimos anos por tecnologias e métodos inovadores capazes
de minimizar impactos ao meio ambiente tem se intensificado. O fluido
refrigerante utilizado na maioria da usinagem de metais aumenta a vida da
ferramenta e a eficiência de remoção de material, melhora o acabamento
superficial e reduz a força e a potência de corte. Porém, seu uso pode trazer
malefícios ao operador da máquina-ferramenta e também ao meio ambiente,
exigindo que a quantidade desse fluido no serviço não seja exagerada. Este
trabalho tem como objetivo verificar se a variação da vazão de alimentação do
fluido refrigerante no fresamento de topo altera propriedades superficiais do aço
ABNT 1020 e do aço ABNT 1045, de modo que se possa dimensionar a
quantidade de fluido refrigerante ideal para a usinagem em questão. Para isso
foram analisadas as superfícies usinadas através dos parâmetros de rugosidade
média (Ra e Rz), dureza Rockwell superficial e microdureza Vickers. Os
experimentos foram realizados com aplicação de fluido em vazão máxima, média
e zero fornecidos pela fresadora universal utilizada. Nos ensaios com vazão
máxima foram obtidos os melhores resultados em todos os parâmetros. No
entanto, os resultados podem divergir sobre a influência da quantidade de lubri-
refrigeração para os diferentes aços submetidos ao experimento.
Palavras-chaves: Fresamento, vazão, rugosidade, dureza superficial,
microdureza, qualidade superficial, meio ambiente, superfície.
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Trabalho de Conclusão de Curso
VII
Torres, P. R. S. Análise de propriedade mecânicas em peças usinadas
variando-se a vazão de lubri-refrigeração no fresam ento de topo. 2012. ( ).
Monografia (Trabalho de conclusão de curso em Engenharia Mecânica) – Colegiado
de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Vale do São Francisco, Juazeiro,
2012.
ABSTRACT
The main goals of the machining of metal parts are the best
surface finish, the production of parts with high geometric
tolerance, dimensional and at low costs and
minimized environmental damage.
The growing demand has been intensified in recent years by innovative methods and
technologies that minimize impacts on the environment.
The use of refrigerants increases the tool
life and improves surface finish
with reduced cutting power. However, its use can bring
harm to the machine operator and also to the environment due to the amount of fluid.
This work aims to verify the influence of refrigerant flow on the surface properties of
ABNT 1020 and ABNT 1045 steels. To determine the ideal amount of
refrigerant for were characterized average roughness (Ra and
Rz), superficial Rockwell hardness and Vickers microhardness. The experiments
were with application carried out of different fluid flows in a universal milling machine.
The best results were reached by a refrigerant flow of .
However, the influence of the cutting fluid flow may differ for both analysed
steels.
Keywords: Milling, flow, roughness, surface hardness, microhardness, surface
quality, the environment and surface.
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Trabalho de Conclusão de Curso
VIII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Esquema de classificação dos fluidos de corte ..................................... 12
Figura 2. Operações de fresamento: A) Horizontal; B) Vertical ............................ 16
Figura 3. Fresamento Cilíndrico ou Tangecial Dicordante e Concordante ............ 17
Figura 4. Fresamento Frontal ou de topo .............................................................. 18
Figura 5. Influência da rugosidade superficial na resistência à fadiga .................. 20
Figura 6. Desvio médio aritmético Ra ................................................................... 21
Figura 7. Altura das irregularidades dos 10 pontos Rz ......................................... 22
Figura 8. Penetrador de diamante no ensaio Rockwell na aplicação de carga ..... 24
Figura 9. O penetrador padronizado utilizado no ensaio de dureza ...................... 25
Figura 10. Máquina de serra de fita, modelo St – 3720, do fabricante Starrett
Indústria e Comércio Ltda ...................................................................................... 26
Figura 11. Modelo do corpo de prova com as dimensões escolhidas ................... 27
Figura 12. Máquina fresadora universal de modelo: FU 301 da fabricante
Arsenal....................................................................................................................27
Figura 13. Óleo emulsionável LUBRAX INDUSTRIAL, OP – 38 – EM utilizado para
a fabricação da emulsão ........................................................................................ 30
Figura 14. Fresamento variando-se vazões: (a) Vazão zero, (b) Vazão média e (c)
Vazão máxima ....................................................................................................... 32
Figura 15. Cabeçote fresador (490R – 08T3, fabricante Sandvick) ......................33
Figura 16. As pastilhas (490 – 040Q16 – 08M, CoroKey da fabricante Sandvick
Coromant) .............................................................................................................. 34
Figura 17. Rugosímetro digital portátil, modelo TR200 H138 – 004 do fabricante
HOMIS ................................................................................................................... 35
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Trabalho de Conclusão de Curso
IX
Figura 18. Durômetro de bancada, modelo DT – 20 D (digital) do fabricante
Mitotoyo ................................................................................................................. 36
Figura 19. Microdurômetro, modelo HXD-1000TM da fabricante Pantec ............. 37
Figura 20. Visualização de perfuração (Vickers) na face da amostra ................... 37
Figura 21. Gráfico com o comportamento das rugosidades médias (Ra e Rz) nas
superfícies de aço ABNT 1020, usinadas com variação de fluido ......................... 39
Figura 22. Gráfico com o comportamento das rugosidades médias (Ra e Rz) nas
superfícies de aço ABNT 1045, usinadas com variação de fluido ......................... 40
Figura 23. Gráfico com o comportamento da dureza Rockwell superficial (HR) das
superfícies usinadas com variação de fluido ........................................................ 41
Figura 24. Gráfico com o comportamento da microdureza Vickers (HV) das
superfícies usinadas comparadas com a superfície
primitiva..................................................................................................................42
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Trabalho de Conclusão de Curso
X
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Parâmetros de corte para fresamento de topo com pastilhas de metal
duro (SENAI, 2005) .............................................................................................. 28
Tabela 2. Parâmetros de corte para o experimento ............................................. 29
Tabela 3. Valores de vazões média e máximo ..................................................... 31
Tabela 4. Configurações do rugosímetro digital portátil durante a realização do
experimento .......................................................................................................... 34
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Trabalho de Conclusão de Curso
XI
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
MQL – Mínima Quantidade de Lubrificação.
EP - Extrema Pressão.
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
UNIVASF – Universidade Federal do Vale do São Francisco.
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Trabalho de Conclusão de Curso
XII
LISTA DE SIMBOLOS
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Trabalho de Conclusão de Curso
XIII
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 01
2. JUSTIFICATIVA .................................................................................... 03
3. OBJETIVO .......................................................................................... 05
3.1. Objetivo Geral .................................................................................05
3.2. Objetivos Específicos ......................................................................05
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................... 06
4.1. Fluido de Corte ...............................................................................06
4.1.1. Funções do Fluido de Corte ................................................................ 08
4.1.2. Classificação dos Fluidos de Corte ...................................................... 12
4.1.3. Influência do Fluido de Corte na Qualidade do Material ......................... 14
4.2. Fresamento ....................................................................................15
4.2.1. Tipos Fundamentais de Fresamento .................................................... 15
4.2.2. Fresamento de Topo .......................................................................... 18
4.3. Rugosidade Superficial ....................................................................19
4.3.1. Parâmetros de Rugosidade ................................................................. 20
4.4. Dureza Rockwell Superficial .............................................................23
4.5. Microdureza ...................................................................................24
5. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................... 26
5.1. Fabricação de Corpo-de-prova .........................................................26
5.2. Determinação dos Parâmetros de Corte ............................................28
5.3. Preparação de Fluido de Corte .........................................................29
5.4. Medições de Vazões ........................................................................30
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Trabalho de Conclusão de Curso
XIV
5.5. Fresamento de Superfícies ...............................................................31
5.6. Medições de Rugosidade Médias ......................................................34
5.7. Medições de Dureza Superficial ........................................................35
5.8. Medições da Microdureza ................................................................36
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................. 38
6.1. Resultados de Rugosidade Superficial ..............................................38
6.2. Resultados de Dureza Superficial .....................................................40
6.3. Resultados de Microdureza ..............................................................41
7. CONCLUSÃO ...................................................................................... 43
8. REFERÊNCIAS .................................................................................... 44
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Trabalho de Conclusão de Curso
1
1. INTRODUÇÃO.
F. W. Taylor foi um dos primeiros a provar o grande auxílio que os líquidos
poderiam trazer no corte de metais. Em 1890, ele demonstrou que um jato de água
aspergido na ferramenta, no cavaco e na superfície da peça tornava possível o
aumento da velocidade de corte em 30% a 40%. Foi essa constatação, feita por
Taylor e por outros pesquisadores, que impulsionou o estudo e o desenvolvimento
de vários tipos de fluidos de corte ao longo dos anos e, principalmente, nas últimas
décadas (Silliman, 1992; Machado & Diniz, 2000).
Contemporaneamente, os fluidos de corte são parte integrante dos processos
de fabricação de peças no contexto que reúne máquinas ferramentas, ferramentas
de corte, produção de peças e fluidos de corte (Runge & Duarte, 1990).
Segundo Novaski & Dörr (1999), a utilização de uma quantidade cada vez
menor de fluido na região de corte, mas de modo a não comprometer a usinagem,
tem grande importância no cotidiano das indústrias. Os gastos com refrigeração
representam, em média, 17% dos custos de manufatura, um valor expressivo, se
comparado aos destinados à ferramenta, que apresenta, em média, de 2 a 4%, além
das despesas de manutenção do sistema e separação do cavaco do fluido de corte
para uma posterior refundição.
Durante o processo de usinagem, a superfície gerada sofre efeitos mecânicos
e térmicos que podem alterar de forma significativa as características da superfície e
abaixo da mesma (Hioki, 2006). A qualidade superficial da peça usinada depende
principalmente da geometria da ferramenta, das condições de corte e do
comportamento dinâmico da máquina-ferramenta. O desgaste da face da ferramenta
aumenta o atrito entre esta e o cavaco, aumentando a força de corte (Ferraresi,
1977).
A lubrificação tem como objetivo reduzir o coeficiente de atrito, fruto do
contato entre cavaco e ferramenta, e ferramenta e peça, o que facilita o fluxo do
cavaco aumentando sua velocidade e o ângulo de cisalhamento, reduzindo a força e
a potência de corte e, conseqüentemente, minimizando a geração de calor (Diniz et
al., 2001).
Três fontes distintas são responsáveis pela quantidade excessiva de calor
gerada na zona de corte na operação de usinagem. São elas: a deformação plástica
juntamente com o cisalhamento do material da peça, o deslizamento e o atrito do
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Trabalho de Conclusão de Curso
2
cavaco sobre a superfície de saída da ferramenta e, por fim, o atrito no contato
ferramenta/peça (Seah et al., 1995).
Conseqüentemente há uma influência no acabamento superficial de acordo
com o processo de deformação plástica da peça. Isto acarreta uma modificação da
micro-estrutura da superfície da peça, podendo alterar também suas dimensões,
rugosidade da superfície, bem como suas propriedades mecânicas. A deformação
plástica altera a estrutura interna do metal, tornando mais difícil o escorregamento
posterior e aumentando a dureza do metal. Esse aumento na dureza por
deformação plástica é denominado endurecimento por deformação a frio ou
encruamento e é acompanhado de elevação do valor da resistência e redução da
ductilidade do metal (Zeilmann et al, 2006).
Um dos processos de fabricação mais utilizados na indústria é o fresamento,
por utilizar a fresa como ferramenta de corte. Isto graças a sua geometria multi-
cortante (duas ou mais arestas de corte) que permite tirar grandes volumes de
material num tempo reduzido. Além disso, o fresamento é um processo de alta
flexibilidade, permitindo movimentar a peça e/ou a ferramenta em um, dois, três ou
mais eixos (lineares ou giratórios) (Marcelino. et al., 2004).
A fim de observar os efeitos da usinagem na superfície de aços comumente
utilizados na indústria será mostrada neste trabalho a análise da influência da
variação de alimentação da vazão do fluido refrigerante no processo de fresamento
de topo.
Os efeitos na superfície da peça serão avaliados com base nos resultados
dos ensaios de dureza superficial, da microdureza e dos parâmetros de rugosidade,
buscando caracterizar essas propriedades mecânicas para cada corpo de prova
usinado com diferentes vazões de fluido de corte, e assim, estipular o grau de
importância de cada vazão sobre a superfície usinada, durante o processo de
usinagem.
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Trabalho de Conclusão de Curso
3
2. JUSTIFICATIVA.
Desde o início do século passado, os processos industriais vêm sendo
sistemática e cientificamente desenvolvidos e analisados. Além do mais, sempre se
tentou alcançar a máxima eficiência associando as questões econômicas às
condições e aos recursos utilizados para a manufatura. A tarefa de fabricar a
matéria-prima e, por meio do uso de energia, manufaturá-la, inevitavelmente gera
questionamentos a respeito de seus resíduos e desperdícios. Para tal, necessita-se
buscar novos caminhos e soluções de forma a melhorar os processos atuais,
substituindo os processos obsoletos e os convencionais por novos métodos que
permitam o alcance de contaminação ambiental mínima, aliados às tecnologias
satisfatórias que provêm alta confiabilidade e condições economicamente aceitáveis.
Frente aos aspectos éticos e econômicos, atualmente deve-se considerar a ecologia
no mesmo nível de atenção de todos os outros fatores, planejando e avaliando seus
produtos e métodos de produção (Sokovic e Mijanovic, 2001).
Os processos de usinagem utilizam fluidos de corte como meio de lubrificação
e refrigeração do contato ferramenta com a peça produzida. A tendência mundial é
produzir peças cada vez mais sofisticadas, com elevado grau de tolerância
geométrica, dimensional e acabamento superficial, com baixo custo e sem poluir o
meio ambiente. A crescente conscientização em torno da defesa do meio ambiente
traz uma forte cobrança às indústrias, que se vêem obrigadas a utilizar
adequadamente os recursos naturais consumidos em seus processos de
manufatura. As empresas podem tirar vantagens competitivas dessa questão com
uma constante investigação sobre o controle e redução dos resíduos gerados em
seus processos produtivos. Devem também buscar sempre garantir a qualidade dos
seus produtos, dos processos e do meio ambiente, além de investir em sistemas
ambientalmente corretos e no tratamento, reciclagem e reutilização dos seus
resíduos. A utilização de fluidos de corte resulta em problemas que vão desde
efeitos nocivos no ambiente de trabalho até a agressão do meio ambiente. Fatores
importantes para resolver alguns problemas passam pela refrigeração das
máquinas, climatização do ambiente, melhores gerenciamento e uso de fluidos de
corte não agressivos (Pereira; Correa; Pivato, 2005).
Internamente, no ambiente industrial, os aspectos ambientais afetam a saúde
do homem devido ao contato do fluido refrigerante com sua pele e pela respiração
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Trabalho de Conclusão de Curso
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e/ou ingestão de substâncias irritantes ao organismo, que por ventura estejam em
forma de névoa de óleo e de vapores poluentes. (Diniz et al., 1999; Machado e
Wallbank, 1997; Fuchs, 1999).
Portanto, as organizações são forçadas a desenvolverem tecnologias novas e
alternativas, o que gera desafio tecnológico para os cientistas e engenheiros e
aumenta a importância de se fabricar produtos de maneira ecologicamente aceitável.
Cria-se assim para a organização um diferencial competitivo. O comportamento
ecológico de uma organização também é influenciado a uma extensão considerável
através de fatores externos como legislação estatal e opinião pública, os quais
podem ter impacto econômico significativo afetando as partes interessadas (Sokovic
e Mijanovic, 2001).
Então, pode-se destacar a importância do estudo sobre os impactos gerados
nas propriedades mecânicas de uma superfície usinada variando-se vazão de fluido
de corte, pois, este experimento estará fornecendo novas informações sobre a
quantidade do fluido refrigerante a ser utilizada durante o fresamento de topo.
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Trabalho de Conclusão de Curso
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3. OBJETIVO.
3.1. Objetivo Geral.
Verificar se a variação da vazão de alimentação do fluido refrigerante no
fresamento de topo altera propriedades superficiais do aço ABNT 1020 e do aço
ABNT 1045.
3.2. Objetivos Específicos.
Para atingir o objetivo geral foram determinados os seguintes objetivos
específicos:
• Determinar os valores de rugosidade em cada uma das superfícies
usinadas com vazões diferentes de alimentação do fluido refrigerante;
• Determinar a dureza superficial média de cada superfície usinada;
• Determinar a microdureza média de cada superfície usinada;
• Indicar a melhor vazão para alimentação do fluido refrigerante na
fresagem de topo em aços específicos.
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Trabalho de Conclusão de Curso
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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
4.1. Fluido de Corte.
A utilização de fluidos de corte na usinagem dos materiais foi introduzida por
F.W.Taylor em 1890. Inicialmente Taylor utilizou água para resfriar a ferramenta,
depois uma solução água e soda, ou água e sabão para evitar a oxidação da peça
e/ou ferramenta (Diniz, 2006).
Após a iniciativa de Taylor, tivemos vários outros desenvolvimentos de novos
fluidos de corte, e também várias tentativas com intuito de desenvolver um fluido de
corte que minimizasse o atrito, e também viesse a oferecer um alto poder
refrigerante que não desenvolvesse o processo de oxidação da peça e/ou
ferramenta.
Todavia, tem-se observado nos últimos anos uma crescente conscientização
quanto à toxidade dos fluidos de corte empregados na lubrificação e refrigeração da
peça, criando-se uma rígida legislação de proteção ao operador e ao meio ambiente
(Fernandes et al., 2008).
Tal toxidade destes fluidos de corte pode causar aos operadores alguns
sintomas, como no caso de inalação que pode causar irritação das mucosas e da
parte superior das vias respiratórias, esta inalação acontece devido ao produto formar
névoa ou gerar vapores por aquecimento, no caso de contato com a pele e com os
olhos pode causar irritações, no caso de ingestão produz irritação na boca e
garganta, além de distúrbios no aparelho digestivo. Se ocorrer aspiração para os
pulmões, podem causar irritação local ou, em casos mais graves, pneumonia de
origem química. Além das complicações citadas anteriormente à medida que se
intensifica o contato do ser humano com o fluido de corte, podemos ter doenças
como a dermatites, alergias, perda da capacidade pulmonar, câncer gastrointestinal e
a possibilidade de contrair outros tipos de câncer (Perfil, 2011).
Na visão ecológica teremos os efeitos sobre os organismos aquáticos à
possibilidade de contaminação cuja qualidade deve estar de acordo com a legislação
ambiental pertinente, já os efeitos sobre organismos do solo terão que, o fluido
poderá se infiltrar no solo e atingir o lençol freático, causando poluição. Para que
estes efeitos não venham a acontecer, busca-se o descarte de maneira correta, que
seria dado pelo descarte em instalações autorizadas dos postos de serviço segundo
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Trabalho de Conclusão de Curso
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as leis e as regras locais quanto ao descarte de resíduos de produtos petrolíferos.
Não despejar em esgotos, águas superficiais ou no solo e o descarte das
embalagens originais deve ser dado em instalação autorizada. E também não devem
ser descartas em esgotos, águas superficiais ou no solo e de maneira alguma devem
ser reutilizáveis para qualquer outro fim (Perfil, 2011).
Diante de tal conjuntura, as indústrias iniciaram uma busca a métodos
alternativos de lubri-refrigeração que empregassem menores quantidades de fluidos.
Dentre todas as técnicas existentes a de Mínima Quantidade de Lubrificação (MQL)
vem ganhando cada vez mais destaque juntamente com a usinagem a seco
(Fernandes et al., 2008).
(Heisel et al. 1998) afirmam que a técnica de MQL é um elo entre os métodos
de lubri-refrigeração convencionais e a usinagem a seco. Estudos envolvendo a
usinagem a seco mostram que a ausência de lubrificante torna-se inviável quando se
verifica a vida da ferramenta, os esforços da máquina e a qualidade superficial da
peça. A MQL caracteriza-se como uma alternativa interessante que combina a
utilização de ar comprimido, responsável pela refrigeração, misturado a uma pequena
quantidade de óleo que lubrifica a interface de contato peça-ferramenta.
Na MQL o elemento responsável pela refrigeração é o ar, o qual possui menor
capacidade de refrigeração do que as emulsões, justamente pelo fato de apresentar
menor capacidade térmica específica. Por este motivo são utilizados na MQL óleos
com excelente capacidade de lubrificação, visando compensar o desempenho
insuficiente do ar refrigerante (Fernandes et al., 2008).
Heisel et al. (1998), Novaski & Dörr (1999) e Klocke et al. (2000) listam as
vantagens da MQL em comparação a refrigeração convencional, sendo as principais
delas:
• Utilização de baixa quantidade de fluido de corte, dispensando a
instalação de um sistema de circulação;
• Materiais de filtragem e reciclagem dos lubrificantes podem ser
evitados;
• Os fluidos de corte consumidos no processo convencional aumentam a
necessidade de manutenção e problemas de despejo e descarte;
• As peças obtidas no fim do processo se encontram quase secas,
dispensando o processo de lavagem subseqüente;
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Trabalho de Conclusão de Curso
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• O reduzido teor de óleo misturado aos cavacos não justifica a sua
recuperação;
• A aplicação de biocidas, fungicidas e preservativos pode ser eliminada,
já que a quantidade de óleo existente no reservatório é estimada para
um turno de trabalho sendo, portanto, renovada constantemente
impedindo que haja tempo para o ataque de bactérias.
No entanto, podem-se observar também algumas desvantagens da MQL
frente à refrigeração convencional, como por exemplo, a necessidade de implantação
de um sistema pneumático capaz de pressurizar o ar e outros equipamentos, tais
como coifas e exaustores, responsáveis pela sucção de poluentes em suspensão no
ar (Novaski & Dörr, 1999, Klocke et al., 2000).
Apesar de a MQL gerar menor poluição ambiental, deve-se ter cuidado, pois a
pulverização levanta partículas de óleo no ambiente atmosférico, exigindo um bom
sistema de exaustão com controle de partículas. A aplicação do fluido por névoa é
considerada sem retorno. Mesmo com baixos níveis de vazão (abaixo de 50 ml/h) o
consumo deve ser considerado e calculado. Alguns produtos sintéticos podem
apresentar consumo inferior, quando utilizado em uma concentração normal de, por
exemplo, 5%. Estes produtos podem apresentar uma vida superior a seis meses de
utilização contínua. Mesmo contando com perdas, o consumo deste produto nesse
período será inferior ao pulverizado. As linhas de ar comprimido geram muito
barulho, normalmente acima do limite para o ouvido humano. Isto causa poluição
sonora e prejudica a comunicação. A tendência é que cada vez mais se diminua a
utilização do fluido de corte, tanto por aspectos ambientais quanto econômicos. Para
que isto se torne possível, estudos são realizados e novas tecnologias são criadas,
visando melhorias no processo de usinagem (Diniz, 2006).
4.1.1. Funções do Fluido de Corte.
De acordo com (Stemmer, 1995) o meio Lubri-refrigerante, chamado assim no
processo de usinagem, tem por finalidade:
• Aumentar a vida da ferramenta.
• Aumentar a eficiência de remoção de material.
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Trabalho de Conclusão de Curso
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• Melhorar o acabamento superficial.
• Reduzir a força e a potência de corte.
Durante o corte se desenvolve uma grande quantidade de calor, este
aquecimento ocorre por dois fatores, o primeiro tem uma responsabilidade de
apenas 25% neste calor gerado e é dado pelo atrito gerado do contato da
ferramenta com a peça e também com o cavaco; o segundo diz respeito aos 75%
restantes e gera este calor no trabalho desenvolvido para o dobramento do cavaco
(Stemmer, 1995).
A eliminação ou redução de calor gerado na região de usinagem, ou seja, no
plano de trabalho, pode ser dado por refrigeração como também pela redução do
atrito devido ao lubrificante. Outro parâmetro que se altera com a redução de calor
do fluido é a redução dos esforços e da potência de corte.
Há além da busca de novas tecnologias de usinagem para minimizar os
impactos ambientais e danos a saúde de seus operadores, as inovações que visam
a redução do coeficiente de atrito com os desenvolvimentos de novos materiais para
ferramentas, e o desenvolvimento de materiais de peça com usinabilidade
melhorada ou com capacidade lubrificante.
(Stemmer, 1995) diz que os meios lubri-refrigerantes têm as funções básicas
abaixo:
a. Refrigeração;
b. Lubrificação;
c. Proteção contra corrosão;
d. Arrastamento dos cavacos;
e. Eliminação do gume postiço.
a. Refrigeração.
Os requisitos para um bom fluido refrigerante são, baixa viscosidade para fluir
facilmente sobre a peça, a “molhabilidade”, para ter um bom contato térmico, alto
calor específico e alta condutividade térmica para uma fácil absorção do calor da
superfície da peça e ferramenta. Embora parte das operações de usinagem o fluido
-
Trabalho de Conclusão de Curso
10
de corte com ação refrigerante trabalha realmente no sentido de aumentar a vida da
ferramenta (Diniz, 2006).
A refrigeração é especialmente importante em altas velocidades de corte,
pois, quanto maior a quantidade de fluido maior pode ser a velocidade de corte, ou
seja, aumentando a quantidade de fluido diminui-se a temperatura e com isso
aumenta-se a vida útil da ferramenta como comentado anteriormente. Esta
diminuição de temperatura devido à aplicação do fluido também gera benefícios para
a peça, no caso de acabamento superficial e tolerâncias dimensionais. Há também
os casos em que o material da ferramenta influência no uso dos fluidos refrigerantes,
devido ao material não suportar variação de temperatura, que os leva a trincarem ou
mesmo quebrarem, são exemplos desses materiais: cerâmicas a base de óxido de
alumínio e metal duro. Então, nestes casos buscamos evitar a utilização de fluidos
de corte (Diniz, 2006).
Devemos sempre lembrar que o fluido refrigerante tem função de evitar que o
calor seja gerado simultaneamente com o decorrer do processo de usinagem, e não
submeter o fluido refrigerante após o aquecimento da peça e da ferramenta, pois, a
variação de temperatura poderia causar problemas críticos, trincarem e até
romperem.
b. Lubrificação.
A função do fluido de lubrificação é a redução do coeficiente de atrito na zona
de contato da peça e do cavaco com a face da ferramenta, com isso, diminui a
temperatura e conseqüentemente reduz a força e a potência de corte (Diniz, 2006).
O fluido tem sua atuação dada a partir de sua penetração entre as superfícies
em contato através do fenômeno da capilaridade, ajudado pela vibração entre
ferramenta, peça e cavaco (Diniz, 2006).
Destacamos que a lubrificação é muito difícil em usinagens de alta
velocidade, pois, impossibilitam o fenômeno descrito acima, para isso, devem ser
utilizados aditivos de extrema pressão (EP) para que o lubrificante possa alcançar a
zona de contato desejado.
Algumas características necessárias para que um fluido seja um bom
lubrificante: resistir a pressão e temperaturas elevadas sem vaporizar, boas
propriedades anti-fricção e anti-soldante, viscosidade adequada que venha a permitir
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Trabalho de Conclusão de Curso
11
a formação de um filme de fluido, ou seja, uma película protetora que se formará
entre as partes em contato é condição necessária para que ocorra a ação de
lubrificação (Stemmer, 1995).
c. Proteção contra a corrosão.
O fluído de corte deve proteger a peça, assim como a máquina contra a
corrosão. Isso obriga, no caso de utilização de água, que tem excelentes qualidades
de refrigeração, ao emprego de óleos com emulsificantes ou de aditivos
anticorrosão.
d. Arrastamento de cavaco.
O fluido de corte quer por ação mecânica de arrastamento, quer pelo
esfriamento brusco e fragilização do cavaco, quer por alteração da forma do cavaco,
tem uma importante função na eliminação dos cavacos da área de trabalho. Esta
ação é especialmente útil na furação profunda, na trepanação e na furação com
brocas canhão, onde se usa fluido injetado sob pressão, através da ferramenta de
corte, para forçar os cavacos para fora do furo.
e. Eliminação do gume postiço.
O gume postiço se forma especialmente em baixas velocidades de corte,
prejudicando seriamente o acabamento superficial. A lubrificação da face da
ferramenta (superfície de saída) por fluidos com aditivos de extrema pressão (EP) ou
por óleos graxos pode evitar a formação do gume postiço.
A importância relativa de cada uma das funções dependerá, ainda, do
material usinado, do tipo de ferramenta usada (geometria definida ou indefinida), das
condições de usinagem, do acabamento superficial e do controle dimensional
exigido (Silva, 2000).
Segundo Motta & Machado (1995), é importante observar que os fluidos de
corte só proporcionarão um máximo desempenho, reduzirão custos e aumentarão a
produção se ocorrer à escolha correta do tipo de fluido, sendo que ele
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Trabalho de Conclusão de Curso
12
necessariamente precisará atender às condições específicas de usinagem que lhe
serão impostas.
De acordo com Runge & Duarte (1990), além das funções acima, os fluidos
de corte devem ter, ainda, algumas propriedades básicas, como propriedades
anticorrosivas, antiespumantes, antioxidantes, compatibilidade com o meio,
propriedades de lavagem, alta capacidade de absorção de calor, alta capacidade de
umectação, boas propriedades antidesgaste, propriedades EP, estabilidade durante
a estocagem e o uso, ausência de odor forte ou desagradável, ausência de
precipitados sólidos, viscosidade adequada, transparência etc.
É importante observar que não existe um único fluido com todas as
propriedades. Os fluidos comerciais buscam reunir as propriedades mais
importantes para a operação de usinagem a ser desempenhada.
4.1.2. Classificação dos Fluidos de Corte.
A classificação dos fluidos de corte pode ser dada em dois grupos que depois
se divide em alguns subgrupos, a figura 1 abaixo mostra como é dada esta
classificação:
Figura 1. Esquema de classificação dos fluidos de corte (Diniz, 2006).
Emulsões são os fluidos em que certa quantidade de óleo está distribuída na
água ou vice-versa. Óleo seja de qualquer origem, em sua forma primária é
incompatível com água e não é possível que se encontre “mistura” em qualquer
proporção, pois têm natureza polar diferente (óleo é uma substância apolar e a água
é fortemente polar). Sendo assim, agentes emulsionantes possibilitam que pequenas
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Trabalho de Conclusão de Curso
13
gotas de óleo fiquem uniformemente dispersas em água, formando emulsões
estáveis de óleo em água (Novaski e Rios, 2002). Quanto maior o percentual de
água na emulsão, maior seu poder de refrigeração, o que valida o inverso, deixando-
o com maior capacidade de lubrificação. Então, as emulsões são basicamente
compostas de uma pequena porcentagem de um concentrado de óleo emulsionável,
emulsificadores e outros ingredientes dispersos em pequenas gotículas na água. A
proporção óleo-água nesses compostos varia de 1:10 a 1:100 por serem
essencialmente água possuem alto poder refrigerante (Diniz, 2006).
Em usinagem, os óleos emulsionáveis geralmente usados são do tipo óleo em
água, sendo o óleo a fase interna e a água a fase externa. O percentual de óleo
depende do serviço a ser realizado, mas em geral varia de 3 a 20% (Micaroni, 2001).
Visto serem as emulsões essencialmente água, para evitar seus efeitos nocivos,
geralmente são adicionados aditivos anticorrosivos, como o nitrito de sódio, o que,
juntamente com a presença de óleo mineral e emulsificadores, minimizam o baixo
poder de umedecimento e a ação corrosiva apresentada pela água (Diniz et al.,
2001; Jain e Shukla, 1996). Em casos de usinagem com altos avanços e
profundidades de corte, bem como quando se tem uma forte possibilidade de
geração de aresta postiça de corte, indica-se o uso de emulsões com aditivos
minerais por terem efeitos altamente lubrificantes (Novaski e Rios, 2002).
Para aços de usinabilidade normal (aços de cementação, de beneficiamento e
de construção) recomenda-se o uso de emulsões e soluções (Stemmer, 1995).
A vida das emulsões é dependente do desenvolvimento da vida microbiana e
do valor do PH, que ao cair ocasiona a diminuição da proteção contra corrosão e
produz um cheiro desagradável. A vida das emulsões, nos processos de usinagem,
é dada de semanas a meses (Stemmer, 1995).
Considerando que o experimento contará com uma alta velocidade de corte e
com alterações nas condições de usinagem, isto é, exigindo um poder de
refrigerante e poder lubrificante, fez-se uso dessas emulsões na operação de
usinagem.
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Trabalho de Conclusão de Curso
14
4.1.3. Influência do Fluido de Corte na Qualidade d o Material.
Segundo (Ferraresi, 1977) a qualidade do acabamento superficial da peça
usinada depende principalmente da geometria da ferramenta, das condições de
corte e do comportamento dinâmico da máquina.
A influência dos fluidos de corte durante a operação de usinagem se faz sentir
no acabamento da peça através dos três fatores:
1. Quanto à geometria da ferramenta, os principais elementos determinantes do
acabamento de peça são: o raio da ponta, o ângulo de saída e o ângulo de
folga. O acabamento superficial irregular da peça usinada é devido em grande
parte aos fragmentos metálicos da aresta postiça. O controle da formação da
aresta postiça resulta do objetivo do fluido de corte com vistas ao acabamento
superficial. A tendência a formar aresta postiça é grandemente diminuída
quando o coeficiente de atrito na interface ferramenta-cavaco é menor (uso
de lubrificante).
2. Quanto às condições de corte, já é conhecida a relação que liga o
acabamento superficial com a velocidade. Com vistas ao melhoramento do
acabamento superficial da peça usinada, o aumento de velocidade provocará
também o aumento da temperatura. A ocorrência de deterioração prematura
da ferramenta poderá ser evitada com o uso de fluidos de corte.
3. Quanto ao comportamento dinâmico da máquina, os seguintes fatos devem
ser levados em consideração:
• As forças de usinagem são de caráter vibratório – donde a solicitação
dinâmica dos componentes da maquina;
• As vibrações dos componentes da máquina conduzem à produção de
rugosidade superficial indesejável na peça usinada;
• A redução do coeficiente de atrito na interface ferramenta-cavaco
produz uma diminuição na intensidade das forças de usinagem – disso
resulta uma diminuição da solicitação dinâmica da máquina.
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Trabalho de Conclusão de Curso
15
Pode-se, portanto, dentro de certos limites, usando fluidos de corte, levar a
máquina a um funcionamento onde as solicitações dinâmicas, não sendo muito
intensas, permitirão um acabamento superficial próximo do desejado.
4.2. Fresamento.
O fresamento é uma operação de usinagem cuja ferramenta de corte,
chamada fresa, possui arestas cortantes dispostas simetricamente em torno de um
eixo que executa a retirada do material auxiliada pelo movimento de corte (este
movimento é proporcionado pela rotação da mesma em torno de seu eixo). O
movimento de avanço, que permite o prosseguimento da operação, é feito pela
própria peça em usinagem que é fixada na mesa da máquina. A mesa obriga a peça
a passar sob a ferramenta em rotação, dando-lhe assim a forma e dimensões
desejadas. (Ferraresi, 1973).
Ao contrário do torno que executa apenas peças rotacionais (perfis de
revolução), a fresadora é uma máquina elaborada para a usinagem de peças, sendo
utilizados na fabricação de superfícies planas, contornos, ranhuras e cavidades,
entre outras.
4.2.1. Tipos Fundamentais de Fresamento.
O fresamento pode ser classificado segundo a posição do eixo-árvore da
máquina-ferramenta. Segundo (Ferraresi, 1973), esta classificação é melhor
exemplificada na figura 2:
a. Fresamento Horizontal: quando o eixo-árvore está na posição
horizontal;
b. Fresamento Vertical: quando o eixo-árvore está na posição vertical;
c. Fresamento Inclinado: quando o eixo-árvore não está nem na
horizontal, nem na vertical, mas inclinado em relação a estas direções.
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Trabalho de Conclusão de Curso
16
Figura 2. Operações de fresamento: A) Horizontal; B) Vertical (Ferraresi,
1973).
Outra classificação que também pode ser dada ao fresamento, é segundo a
disposição dos dentes ativos da fresa (Ferraresi, 1973). Tem-se desta maneira:
a. Fresamento Tangencial: nesta operação os dentes ativos estão na
superfície cilíndrica da ferramenta – O eixo da fresa é paralelo à superfície
que está sendo gerada. As fresas são chamadas de fresas cilíndricas ou
tangenciais. Essas fresas operam segundo um fresamento concordante ou
discordante, conforme mostradas na figura 3:
I. Fresamento Concordante: é aquele onde o sentido do movimento de
avanço é o mesmo do movimento rotatório da fresa.
II. Fresamento Discordante: é aquele onde o sentido do movimento de
avanço é contrário ao sentido do movimento rotatório da fresa.
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Trabalho de Conclusão de Curso
17
Figura 3. Fresamento Cilíndrico ou Tangecial Dicordante e Concordante
(Ferraresi, 1973).
A fresagem concordante tem as seguintes vantagens:
• A força de corte entra na peça forçando-a contra a mesa, enquanto na
fresagem discordante a força de corte tende a levantar a peça, fazendo
com que peças finas percam seu apoio na mesa ou vibrem;
• Vida mais longa da ferramenta;
• Melhor acabamento superficial;
• Caminho mais curto do gume, durante o corte. Esta redução é, em
média, da ordem de 3%, com redução correspondente do desgaste da
ferramenta.
b. Fresamento Frontal: nesta operação as arestas secundárias estão situadas
na parte frontal da fresa, gerando a superfície da peça (neste caso o eixo da
fresa é perpendicular à superfície que está sendo gerada). As fresas são
chamadas de fresas frontais ou de topo, a figura 4 mostra como é feito esse
tipo de fresamento.
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Trabalho de Conclusão de Curso
18
Figura 4. Fresamento Frontal ou de topo (Ferraresi, 1973).
4.2.2. Fresamento de Topo.
De acordo com (Stemmer, 2005) a superfície usinada resulta da ação
combinada dos gumes localizados na periferia e na face frontal da fresa, esta
geralmente em ângulo reto ao eixo da ferramenta. A superfície fresada é plana, sem
qualquer relação com o contorno dos dentes, salvo na fresagem contra um ressalto.
A fresagem frontal, pela sua alta produtividade, deve ser preferida sempre que
possível. A espessura do cavaco varia de um mínimo na entrada e na saída do
dente cortante até um máximo na linha que passa pelo centro da fresa e com
direção igual à do avanço. A superfície usinada é caracterizada pelas raias de
usinagem deixadas pelos dentes, de acordo com o avanço por volta e por dente.
Estas marcas dependem da precisão com que foram retificados os vários dentes ou
da precisão de ajuste do corpo e das pastilhas, no caso de pastilhas de fixação
mecânica, bem como da rigidez e precisão de giro do cabeçote de fresar.
Raias semelhantes são deixadas também pelos dentes, ao retornarem para a
posição de corte, passando sobre a superfície usinada. Para evitá-las, é considerada
boa prática, inclinar a árvore da fresadora, levemente, na direção de avanço, de
modo que os dentes, no retorno, não mais arranhem a superfície usinada.
O diâmetro da fresa frontal deve ser maior do que a largura a ser fresada.
A face frontal pode ser plana ou semi-esférica, como na fresa de matrizaria. O
número de dentes depende do material a ser usinado, da forma da peça a ser
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Trabalho de Conclusão de Curso
19
gerada, assim como do diâmetro da ferramenta. Devem ser atendidas as seguintes
condições, em parte até contraditórias:
• Pequena carga sobre cada dente individual;
• Bom grau de recobrimento;
• Passo grande para dar alojamento aos cavacos.
4.3. Rugosidade Superficial.
A rugosidade superficial é definida como as diferenças que se repetem,
regular ou irregularmente, cujas distâncias são um múltiplo reduzido de sua
profundidade, que resultam da ação inerente ao processo de usinagem. A
importância do estudo do acabamento superficial aumenta à medida que cresce a
precisão de ajuste entre peças a serem acopladas, onde somente a precisão
dimensional e de forma e posição não são suficientes para garantir a funcionalidade
do par acoplado. É fundamental para peças onde houver atrito, desgaste, corrosão,
aparência, resistência à fadiga, transmissão de calor, propriedades óticas,
escoamento de fluidos (paredes de dutos e tubos), superfícies de medição (blocos-
padrões, micrômetros) a especificação do acabamento das superfícies através da
rugosidade superficial (Agostinho, 1995).
A figura 5 mostra que, quanto melhor o acabamento superficial, ou seja, as
tolerâncias geométricas, melhor a resistência à quebra por fadiga. Esse tipo de
acabamento tende a variar para diferentes processos.
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Trabalho de Conclusão de Curso
20
Figura 5. Influência da rugosidade superficial na resistência à fadiga
(Agostinho, 1995).
É certo que, para diferentes acabamentos conseguidos pelos diversos
processos de usinagem, supondo-se constante a resistência mecânica, a resistência
à fadiga será maior quanto melhor for o acabamento superficial (Agostinho, 1995).
4.3.1. Parâmetros de Rugosidade.
A superfície de uma peça tem dois aspectos importantes que devem ser
definidos e controlados. O primeiro aspecto refere-se às irregularidades geométricas
na superfície topográfica, e o segundo as alterações metalúrgicas da camada
subsuperficial (Oliveira, 2006).
A superfície de peças apresenta perfis bastante diferentes entre si. As
saliências e reentrâncias (rugosidade) são irregulares. Para dar acabamento
adequado às superfícies é necessário, portanto, determinar o nível em que elas
devem ser usinadas, ou seja, deve-se adotar um parâmetro que possibilite avaliar a
rugosidade (Fudação Roberto Marinho, 1995).
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Trabalho de Conclusão de Curso
21
Rugosidade média (Ra) é a média aritmética dos valores absolutos das
ordenadas de afastamento, dos pontos do perfil de rugosidade em relação à linha
média, dentro do percurso de medição.
Segundo Lima e Correia (2008) o método de medição de rugosidade mais
utilizada na mecânica é a Ra, pois é o método de mais fácil integração e os circuitos
eletrônicos dos instrumentos de medição são relativamente simples, além de ser o
parâmetro indicado pela ABNT.
Desvio médio aritmético (Ra): é a média aritmética dos valores absolutos
das ordenadas do perfil efetivo em relação à linha média num comprimento de
amostragem, a figura 6 mostra graficamente como é obtida a rugosidade média (Ra)
(Agostinho, 1995).
Figura 6. Desvio médio aritmético Ra (Agostinho, 1995).
As vantagens do parâmetro Ra de acordo com (Fudação Roberto Marinho,
1995):
• É o parâmetro de medição mais utilizado em todo o mundo;
• É aplicável à maioria dos processos de fabricação;
• Devido a sua grande utilização, quase todos os equipamentos
apresentam esse parâmetro;
• Os riscos superficiais inerentes ao processo não alteram muito seu
valor;
-
Trabalho de Conclusão de Curso
22
• Para a maioria das superfícies o valor da rugosidade nesse parâmetro
está de acordo com a curva de Gauss, que caracteriza a distribuição
de amplitude.
Altura das irregularidades dos 10 pontos (Rz): definida como a diferença
entre o valor médio das ordenadas dos 5 pontos mais salientes e valor médio das
ordenadas dos 5 pontos mais reentrantes medidas a partir de uma linha paralela à
linha média, não interceptando o perfil, e no comprimento de amostragem, a figura 7
e a equação 1 demonstram como é obtida esta rugosidade Rz (Agostinho, 1995).
Figura 7 . Altura das irregularidades dos 10 pontos Rz (Agostinho, 1995).
�� =�1 +�3 +�5 +�7 + �9
5+
�2 +�4 +�6 +�8 + �105
(1)
As vantagens do parâmetro Rz de acordo com (Fundação Roberto Marinho, 1995):
• Informa a distribuição média da superfície vertical;
• É de fácil obtenção em equipamentos que fornecem gráficos;
• Em perfis periódicos, define muito bem a superfície,
• Riscos isolados serão considerados apenas parcialmente, de acordo
com o número de pontos isolados.
-
Trabalho de Conclusão de Curso
23
4.4. Dureza Rockwell Superficial.
A dureza é uma propriedade mecânica que pode ser conceituada como a
resistência que um material apresenta ao risco ou à formação de uma marca
permanente quando pressionado por outro material ou por marcadores padronizados
(Garcia, 2000).
A dureza emprega igualmente várias escalas independentes e é utilizada para
medir dureza de pequenas espessuras, como lâminas, e para metais que sofreram
algum tratamento superficial, como cementação, nitretação, etc. (Souza, 1982).
Esse tipo de ensaio de dureza utiliza-se da profundidade da impressão
causada por um penetrador sob a ação de uma carga como indicador da medida de
dureza, e não há relação com a área da impressão, como no caso da dureza Brinell.
A dureza Rockwell pode ser classificada como comum ou superficial, dependendo
do penetrador e da pré-carga e carga aplicadas (Garcia, 2000).
A dureza Rockwell, simbolizada por HR, elimina o tempo necessário para a
medição de qualquer dimensão da impressão causada, pois o resultado é lido direta
e automaticamente na máquina de ensaio, sendo, portanto, um ensaio mais rápido e
livre de erros humanos. Além disso, utilizando penetradores pequenos, a impressão
pede muitas vezes não prejudicar a peça ensaiada. A rapidez do ensaio torna-o
próprio para usos em linhas de produção, para verificação de tratamentos térmicos
ou superficiais e para laboratório. (Souza, 1982).
O ensaio é baseado na profundidade de penetração de uma ponta, subtraída
da recuperação elástica devida à retirada de uma carga maior e da profundidade
causada pela aplicação de uma carga menor (Souza, 1982). O penetrador tanto
pode ser um diamante esferocônico com ângulo de 120º e ponta ligeiramente
arredondada (r = 0,2 mm), mostrado na figura 8, como uma esfera de aço
endurecido, geralmente com diâmetro de 1,59 mm, existindo também nos diâmetros
de 3,17 mm, 6,35 mm e 12,70 mm (Garcia, 2000).
-
Trabalho de Conclusão de Curso
24
Figura 8. Penetrador de diamante no ensaio Rockwell na aplicação de carga
(Sobral, 2009).
4.5. Microdureza.
Os testes de microdureza surgiram, ainda na década de 50, da necessidade
de se utilizar cargas muito menores, porque os testes convencionais já não
possuíam cargas suficientemente baixas para medir somente a dureza de uma
superfície tratada, ou de um filme com espessura pequena (Blando, 2001).
Atualmente os testes de microdureza mais difundidos e utilizados são os métodos
Vickers e Knoop. Ambos os métodos são bem adequados para a medição de dureza
em regiões pequenas e selecionadas dos corpos de prova, sendo o método Knoop
indicado para testar materiais frágeis (Callister, 2002).
O método identação, ou ensaio de dureza, consiste na aplicação de uma
pressão com uma ponta de penetração, a qual irá imprimir uma marca na superfície
da peça/material analisado. A medida da dureza será dada em função das
características da marca de impressão e da força aplicada (Blando, 2001).
Em algumas situações práticas, ocorre a necessidade de determinação da
dureza de pequenas áreas do corpo de prova. O ensaio de microdureza produz uma
impressão microscópica e se utiliza de penetradores de diamante e cargas menores
que 1 Kgf, como mostrado na figura 9 (Garcia, 2000).
O ensaio é aplicável a todos os materiais metálicos com quaisquer durezas,
especialmente materiais muito duros, ou corpos de prova muito finos, pequenos e
irregulares (Garcia, 2000).
-
Trabalho de Conclusão de Curso
25
Figura 9. O penetrador padronizado utilizado no ensaio de dureza (Sobral, 2009).
Segundo (Garcia, 2000) a forma da impressão é a de um losango regular,
cujas diagonais devem ser medidas por um microscópio acoplado à máquina de
teste; a média dessas duas medidas utilizadas para a determinação da dureza
Vickers é dada pela seguinte expressão:
�� = �,��������(
��)
�²(2)
Dados: ! = "#$%#(&);
( = ")*+$,*-./)(#(,#%).#0(#,*+$-11ã)(**)
3 = 136°
-
Trabalho de Conclusão de Curso
26
5. MATERIAIS E MÉTODOS.
5.1. Fabricação de Corpo-de-prova.
Na fabricação foram utilizadas máquina de serra de fita, modelo St – 3720 da
fabricante Starrett Indústria e Comércio Ltda., mostrada na figura 10, o torno
mecânico universal, modelo mascote gold da fabricante NARDINI que minimizaria
irregularidades e rebarbas nas superfícies, e a máquina fresadora universal de
modelo FU 301 da fabricante Arsenal, mostrada na figura 12, para obter a forma
desejada.
Figura 10. Máquina de serra de fita, modelo St – 3720, do fabricante Starrett
Indústria e Comércio Ltda (Próprio autor).
Para a escolha das dimensões do corpo de prova mostrado na figura 11,
levou-se em consideração que a fresa em movimento seria capaz de usinar toda a
superfície em uma única passada, ou seja, as dimensões do corpo de prova teriam
de ser menores que a medida do diâmetro da fresa que é de 40 mm, com isso,
definiu-se como melhores medidas para o corpo de prova as seguintes:
-
Trabalho de Conclusão de Curso
27
Figura 11. Modelo do corpo de prova com as dimensões escolhidas (Próprio
autor).
Para obtermos o formato desejado utilizou-se a máquina fresadora
universal de modelo FU 301 da fabricante Arsenal mostrada na figura 15.
Figura 12. Máquina fresadora universal de modelo: FU 301 da fabricante
Arsenal (Próprio autor).
-
Trabalho de Conclusão de Curso
28
5.2. Determinação dos Parâmetros de Corte.
A partir da tabela 1, observamos que os parâmetros de velocidade de corte e
avanço por dente para aços ABNT 1020 e ABNT 1045 estão dentro de uma mesma
variância para o fresamento que utiliza pastilhas de metal duro acopladas a um
cabeçote fresador.
Tabela 1. Parâmetros de corte para fresamento de topo com pastilhas de metal duro
(SENAI, 2005).
Como se tem grande abrangência de valores preferiu-se estipular valores
iguais de velocidade de corte e avanço por dente para ambos os aços, podendo
observar se há grande variação nas magnitudes das propriedades dos aços com a
utilização de parâmetros iguais.
Com os valores de velocidade de corte e avanço por dente determinados,
pode-se calcular e obter os demais parâmetros necessários para o fresamento
(diâmetro da fresa é D = 40 mm). Através das equações 3 e 4 foram esboçados os
parâmetros de corte descritos na tabela 2.
. =56����
7×8(3)
# = . × � × 9:(4) Dados:
# = #;#.ç)-***
*,.
= = (,â*-/$)(#9$-1#
. = $)/#çã)(#9$-1#
�" = ;-0)",(#(-(-")$/-
9� = #;#.ç)+)$(-./--***
-
Trabalho de Conclusão de Curso
29
Tabela 2. Parâmetros de corte para o experimento.
Parâmetros de
corte
Velocida
de de
corte
(m/min)
Avanço por
dente
(mm/dente)
Avanço
(mm/min)
Rotação
(RPM)
Profundidad
e do corte
(mm)
Desbaste
125,6
0,1
315
1000
2,0
Acabamento
157,1
0,1
500
1250
1,5
5.3. Preparação de Fluido de Corte.
Para o desenvolvimento do experimento com um mínimo de erro, fez-se
necessário a preparação de um novo fluido de corte através das instruções de
preparo do fabricante.
O óleo emulsionável utilizado para a fabricação da emulsão foi o LUBRAX
INDUSTRIAL OP- 38 - EM, como mostrado na figura 13, que recomenda uma
quantidade de 8% desse óleo emulsionável na composição da emulsão, então,
estipulando que o volume a ser colocado na máquina é de 25 litros rapidamente
tem-se 2 litros correspondente a óleo emusionável e os 23 litros restantes
correspondentes a água.
-
Trabalho de Conclusão de Curso
30
Figura 13. Óleo emulsionável LUBRAX INDUSTRIAL, OP – 38 – EM, utilizado
para a fabricação da emulsão (Próprio autor).
5.4. Medições de Vazões.
Depois do preparo da emulsão fez-se necessário identificar os valores de
vazões médio e máximo. Para esta determinação utilizou-se o principio da vazão
dado pela equação (5) que relaciona o tempo gasto para o enchimento de um
recipiente de volume conhecido. Então, através da utilização de um cronômetro e de
uma proveta de 1000 ml, foram estraidas médias referentes a 5 aferições de tempo
para ambas, em seguida foram calculadas a vazão média para cada uma.
? =5
@(5)
Dados:
? = ;#�ã)-**A
1
� = ;)0B*-").ℎ-",()(*A)
/ = /-*+)(--."ℎ,*-./)(1)
Para o conhecimento das médias aritméticas e desvio padrão de cada vazão
foram devidamente calculadas seguindo as equações estatísticas abaixo:
DE = ∑ D,.,=1.
(6)
-
Trabalho de Conclusão de Curso
31
G2 =∑ (D,−DI)².,=1
.(7)
G = √G�(8)
Dados: DE = Ké(,##$,/*é/,"#
G2 = �#$,â.",#
G = =-1;,)+#($ã)
As médias aritméticas e desvio padrão referentes aos processos de leitura e
identificação das medidas de rugosidade média e de dureza Rockwell superficial de
cada superfície usinada seguiram as equações acima citadas.
A tabela 3 mostra as vazões máximas e médias obtidas após a execução dos
cálculos.
Tabela 3. Valores de vazões médias e máximas.
Vazão Média (m³/s) Desvio padrão Máxima 7,9 x 10−5 1,83 x 10−7 Média 4,9 x 10−5 3,43 x 10−7
5.5. Fresamento de Superfícies.
As usinagens foram realizadas em uma máquina fresadora universal, modelo
FU 301 do fabricante Arsenal (figura 12), localizada no laboratório de usinagem da
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).
Em relação aos corpos de prova, foram feitas três amostras para cada tipo de
aço, totalizando 6 amostras. As usinagens foram feitas respectivamente nesta
ordem: sem fluido, com vazão média e com vazão máxima de fluido refrigerante,
mostradas nas figuras 14 a, b e c, todos eles usinados no movimento concordante,
que possibilita melhor acabamento.
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Trabalho de Conclusão de Curso
32
(a)
(b)
(c)
Figura 14. Fresamento variando-se vazões: (a) Sem fluido, (b) Vazão média e
(c) Vazão máxima (Próprio autor).
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Trabalho de Conclusão de Curso
33
O fresamento foi dado em duas etapas: primeiramente em condições de
desbaste e posteriormente em condições de acabamento, após a usinagem foram
aferidas os valores das leituras.
No processo de fresamento da condição de desbaste foram retiradas 4,0 mm
de espessura de cada corpo de prova com a utilização dos parâmetros da tabela 2,
ou seja, foram executadas duas passadas com profundidade de 2,0 mm, todas na
mesma direção dadas da esquerda para direita e no sentido longitudinal. No
processo de fresamento da condição de acabamento diferenciou-se apenas na
magnitude da profundidade de corte que foram de 1,5 mm por passada, totalizando
3,0 mm de espessura retirada. O acabamento tem menor profundidade de corte para
que a força executada no arrancamento de cavaco venha a provocar a não
uniformidade da superfície usinada.
O fresamento dos 6 corpos de prova utilizaram os parâmetros da tabela 2 e
foram feitos através do cabeçote fresador (490R – 08T3, fabricante Sandvick,
mostrado na figura 15) em que foram acopladas 8 pastilhas de metal duro novas.
Figura 15. Cabeçote fresador (490R – 08T3, fabricante Sandvick)
(Próprio autor).
As pastilhas (490 – 040Q16 – 08M, CoroKey da fabricante Sandvick
Coromant), mostrada na figura 16, demonstram as seguintes propriedades:
• Material da peça: Tipo P (Aços);
• Tipo de aplicação (fresamento): Tipo M (Usinagem média);
• Condições de usinagem: Condições difíceis;
• Dados de corte:
Avanço por dente máximo: 0,15 mm/dente.
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Trabalho de Conclusão de Curso
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Velocidade de corte máxima: 265 m/min.
• Produtos específicos: GC 4240 (HC).
Figura 16. As pastilhas (490 – 040Q16 – 08M, CoroKey da fabricante
Sandvick Coromant) (Próprio autor).
5.6. Medições de Rugosidade Médias.
Através do rugosímetro digital portátil, modelo TR200 H138 – 004 do
fabricante HOMIS, demonstrado na figura 17 abaixo, foram observados os
parâmetros de rugosidade média, Ra e Rz, em um total de 8 aferições em diferentes
partes das superfícies em condições de acabamento.
Durante todo o processo experimental o equipamento permaneceu sem que
houvesse alteração nas configurações para a realização do experimento, na tabela 4
está demonstrada a configuração utilizada:
Tabela 4. Configurações do rugosímetro digital portátil durante a realização do
experimento.
Standard ISORange ± 40 µmCutoff 2,5 mm
N* Cutoff 5Filter Gauss
Display R: RaUnit Metric
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Trabalho de Conclusão de Curso
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Figura 17. Rugosímetro digital portátil, modelo TR200 H138 – 004 do
fabricante HOMIS (Próprio autor).
5.7. Medições de Dureza Superficial.
Para a realização do ensaio de dureza Rockwell superficial foi utilizado o
durômetro de bancada, modelo DT – 20 D (digital) do fabricante Mitotoyo, como
mostra a figura 18, sendo este ensaio realizado no laboratório de ensaios mecânicos
da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). As durezas
superficiais foram obtidas através de uma média de 6 aferições que foram retiradas
de diferentes pontos da superfície usinada em condição de acabamento. Para a
realização deste experimento foi usada a escala 15 N que tem como penetrador a
ponta de diamante, imprimindo sobre o corpo de prova uma carga de 147,1 N (15
KgF).
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Trabalho de Conclusão de Curso
36
Figura 18. Durômetro de bancada, modelo DT – 20 D (digital) do fabricante
Mitotoyo (Próprio autor).
5.8. Medições da Microdureza.
Para a realização do ensaio de microdureza Vickers foi utilizado o
microdurômetro, modelo HXD-1000TM da fabricante Pantec, mostrada na figura 19,
ensaios feitos no laboratório de metalografia da Universidade Federal do Vale do
São Francisco (UNIVASF).
Foram feitas 5 aferições e delas retirou-se a média correspondente para cada
superfície usinada, o microdurômetro utilizado facilitou o trabalho, pois, já conta com
um sistema de memória interna que é responsável por armazenar valores sempre
que desejado. No experimento foram aplicadas cargas de 0,1 kg nas 5 extremidades
da face transversal, uma aplicação no centro da face longitudinal e posteriormente
extraindo-se a média e o desvio padrão de cada face. Na figura 20 é mostrada a
impressão obtida após aplicação da carga.
-
Trabalho de Conclusão de Curso
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Figura 19. Microdurômetro, modelo HXD-1000TM da fabricante Pantec
(Próprio autor).
Figura 20. Visualização de perfuração (Vickers) na face da amostra
(Próprio autor).
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Trabalho de Conclusão de Curso
38
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES.
A integridade superficial é descrita como a condição da qualidade da
superfície usinada, vinculadas às alterações superficiais e subsuperficiais da peça
caracterizada pela rugosidade, tolerância dimensional, alterações mecânicas, entre
outros (Oliveira, 2006). Para identificar a qualidade superficial das peças usinadas
foram examinadas as rugosidades médias, durezas Rockwell superficiais,
microdurezas Vickers e as composições de cada superfície, então, para melhor
visualização os resultados são mostrados em gráficos e fotografias.
6.1. Resultados de Rugosidade Superficial.
Os valores de rugosidade obtidos com o método de vazão máxima de lubri-
refrigeração foram intensamente melhores dos obtidos com a variação de técnica de
lubri-refrigeração. Isto se explica pelo fato de que na operação de fresamento a
remoção de cavacos da região de corte é de fácil ocorrência, já que o mesmo tem
uma direção natural a seguir com a imposição de um fluido. Mas, na utilização do
método convencional, também temos um fluxo abundante de fluido de corte que é
responsável por expulsar tais cavacos da região interna da peça, no entanto, o que
na verdade os diferencia é a pressão exposta à superfície usinada que no caso da
vazão máxima vai ser maior, e com isso, vai preservar mais as propriedades do
material devido ao resfriamento quase que instantâneo. Já na não utilização de um
fluxo não foi capaz de remover os cavacos da zona de corte. Apesar disso, verifica-
se que tais valores do método convencional e vazão zero estão dentro dos limites
aceitáveis para o processo de fresamento que, de acordo com Diniz et al. (2000),
devem estar entre 0,8 e 6,3 µm, mas já o método com vazão máxima esta abaixo do
valor mínimo estipulado no intervalo o que indica que os limites podem ser
melhorados a partir da utilização desse aumento de quantidade de fluido.
A Figura 21 apresenta os valores de rugosidade média (Ra e Rz) para o aço
ABNT 1020 nas diferentes condições de vazão. Os valores medidos de Ra e Rz
apresentaram uma tendência de aumento significativo da rugosidade à medida que
se diminuía a vazão do fluido de corte. Com a refrigeração, devido ao emprego do
fluido de corte em abundância, as temperaturas na região do corte permaneceram
relativamente baixas, pois, além de diminuir o coeficiente de atrito na interface
-
Trabalho de Conclusão de Curso
39
peça/ferramenta, o fluido absorve parte do calor gerado no processo (Konig &
Klocke, 2002). Desta forma identificamos a importância da utilização de fluido de
corte para o melhoramento de qualidade superficial quando referente à rugosidade
de aços ABNT 1020.
Figura 21. Gráfico com o comportamento das rugosidades médias (Ra e Rz) nas
superfícies de aço ABNT 1020, usinadas com variação de fluido.
Verifica-se na Figura 22 que os valores de rugosidade média (Ra e Rz) para o
aço ABNT 1045 nas diferentes condições de vazão não interferiram sobre os valores
de rugosidade, já que não é possível observar diferença estatística entre eles,
mantendo a rugosidade aritmética praticamente constante na faixa de ~ 2,00 µm.
Isto se explica pelo fato de o material apresentar boa usinabilidade e boa resistência
mecânica sobre a imposição de variação extremas de técnicas de usinagem. Desta
forma identificamos que o aço ABNT 1045 não oferece a mesma dependência à
utilização de fluido de corte para o melhoramento de qualidade superficial.
(1020,Zero) (1020, Méd.) (1020, Máx.)
Ra [µm] 1,400 1,135 0,676
Rz [µm] 9,230 7,715 4,060
0,000
2,000
4,000
6,000
8,000
10,000
12,000
Ru
go
sid
ad
e [
µm
]
-
Trabalho de Conclusão de Curso
40
Figura 22. Gráfico com o comportamento das rugosidades médias (Ra e Rz) nas
superfícies de aço ABNT 1045, usinadas com variação de fluido.
6.2. Resultados de Dureza Superficial.
A Figura 23 demonstra valores médios de dureza Rockwell superficial de
ambos os aços, os valores foram obtidos através de um cálculo médio de seis
identações realizadas em cada superfície usinada em condições diferentes de
vazão. Os valores de dureza superficial apresentaram-se constantes para ambos os
aços.
No aço ABNT 1020 a dureza superficial sofre pequena influência da vazão de
fluido de corte à medida que diminuímos a vazão obtemos um pequeno decréscimo
no valor de dureza superficial, isso, devido à relação da dureza deste aço com o
tempo de resfriamento que indica que quanto menor o tempo, maior a possibilidade
de conservar a dureza superficial do material.
No aço ABNT 1045 a dureza superficial também sofre pequena influência da
vazão de fluido de corte e por isso apresenta uma dureza superficial maior por causa
da instantaneidade do resfriamento na vazão máxima causada pela preservação da
dureza do material, já a execução do processo com vazão zero demonstra maior
valor que a vazão média devido ao fenômeno de encruamento, que causa no aço
(1045,Zero) (1045, Méd.) (1045, Máx.)
Ra [µm] 1,929 2,042 1,928
Rz [µm] 11,830 12,390 11,534
0,000
2,000
4,000
6,000
8,000
10,000
12,000
14,000
Ru
go
sid
ad
e [
µm
]
-
Trabalho de Conclusão de Curso
41
ABNT 1045 um aumento na sua rigidez e diminuição na sua maleabilidade neste tipo
de resfriamento.
Figura 23. Gráfico com o comportamento da dureza Rockwell superficial (HR) das
superfícies usinadas com variação de fluido.
6.3. Resultados de Microdureza.
Para as subsuperfícies fresadas, somente foi possível identificar a presença
de deformações plásticas acompanhadas pelo aumento na microdureza. Analisando
o gráfico da figura 24 que apresenta um comparativo entre os valores das
superfícies usinadas e das superfícies primitivas, é possível observar que, que em
todas as superfícies de aço ABNT 1020 ocorre uma diminuição do valor de
microdureza com relação ao valor primitivo, ou seja, do material que não sofreu
usinagem. O aço ABNT 1020 apresenta uma tendência de aumento da microdureza
à medida que se aumenta à vazão do fluido de corte. Isso pode ser explicado pelo
fato de que os principais fatores atuantes sobre o surgimento de deformações
plásticas são os esforços durante o cisalhamento do material e o calor gerado e
conduzido para a peça. Já os valores de microdureza das superfícies usinadas do
aço ABNT 1045 apresentam-se maiores nos métodos de usinagem a seco e de
usinagem com lubri-refrigeração máxima, pois, no processo de vazão máxima o
endurecimento é dado devido ao resfriamento instantâneo que mantém sua
(1020,Zero) (1020, Méd.) (1020, Máx.) (1045,Zero) (1045, Méd.) (1045, Máx.)
HR 62,34 62,55 62,86 63,18 63,04 63,94
61,00
61,50
62,00
62,50
63,00
63,50
64,00
64,50
Du
reza
Ro
ckw
ell
Su
pe
rfic
ial
[HR
]
-
Trabalho de Conclusão de Curso
42
resistência mecânica, já no processo de vazão zero o endurecimento é dado pela
deformação plástica que altera a estrutura interna do metal, tornado mais difícil o
escorregamento posterior e mantendo assim a microdureza do metal.
.
Figura 24. Gráfico com o comportamento da microdureza Vickers (HV) das
superfícies usinadas comparadas com a superfície primitiva.
(1020,Zero) (1020,Méd.) (1020,Máx.) (1045,Zero) (1045,Méd.) (1045,Máx.)
Usinada 203,64 225,72 226,3 242,98 213,27 280,22
Primitiva 257,56 254,65 259,1 273,98 271,2 274,32
0
50
100
150
200
250
300
350
Mic
rod
ure
za V
ick
er
HV
-
Trabalho de Conclusão de Curso
43
7. CONCLUSÃO.
As propriedades mecânicas abordadas nesse experimento permitem definir
se a peça está ou não com boa qualidade superficial e se há influência da
quantidade do fluido refrigerante aplicada na ocasião da usinagem.
Comprovando-se a tendência de preocupação ambiental quando da utilização
dos fluidos de corte nos processos de usinagem, conforme relatado por vários
pesquisadores e fabricantes de máquinas-ferramenta, constata-se a grande ênfase
dada à tecnologia ambiental, ou seja, a preservação do meio ambiente e a busca da
conformidade com a norma ISO 14000. Por outro lado, apesar das insistentes
tentativas de eliminar completamente os fluidos de corte, em muitos casos a
refrigeração ainda é essencial para que se obtenham vidas econômicas de
ferramentas e as qualidades superficiais requeridas. Isto é particularmente válido
quando há exigência de tolerâncias estreitas e alta exatidão dimensional e de forma,
ou quando se trata de usinagem de materiais críticos, de corte difícil. A minimização
de fluido de corte tem adquirido relevância nos últimos dez anos (Klocke et al., 1998
e Dörr & Sahm, 2000).
Nesse trabalho foram obtidos dois resultados bem distintos para os aços
analisados.
O primeiro indica que há íntima relação da refrigeração e lubrificação do fluido
de corte com os resultados do processo de fresamento de topo do aço ABNT 1020,
pois, todos os parâmetros analisados apresentaram a tendência de melhorar com o
aumento da vazão do fluido de corte.
O segundo resultado demonstrou que o aço ABNT 1045 pode ser usinado
com a mínima utilização de fluido ou até com eliminação deste, já que os parâmetros
medidos não sofreram alterações significativas para as diferentes condições de
vazão, mantendo-se praticamente constantes em todos os parâmetros analisados.
Conclui-se que os estudos nesta área podem sim trazer um consequente uso
ótimo da quantidade de lubri-refrigeração, e que os resultados satisfatórios trarão
tanto melhoria nos custos da produção quanto a eliminação das afetações aos
operadores e o meio ambiente.
-
Trabalho de Conclusão de Curso
44
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