tomada de contas especial

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Manual de Procedimentos de Tomada de Contas Especial

___________________________________________________________________ Instruo Normativa n 25, de 27 de outubro de 2006 Aprova as normas tcnicas e os procedimentos constantes dos manuais institudos pelo Gabinete de Controle Interno do Poder Executivo Estadual.

O Chefe do Gabinete de Controle Interno da Governadoria, no uso de suas atribuies legais conferidas no Decreto n 5.913, de 11 de maro de 2004, e Considerando a necessidade de definir normas e procedimentos do Gabinete de Controle Interno (Geconi) nas suas diversas reas de atuao; Considerando a necessidade de uniformizar a atuao do Geconi no acompanhamento e controle dos atos de gesto oramentria, financeira, patrimonial, contbil e operacional realizados nos rgos e entidades da Administrao Pblica do Poder Executivo do Estado de Gois; Considerando a necessidade de estabelecer os procedimentos a serem observados pelos rgos e entidades da Administrao Pblica no que concerne licitaes, obras e servios pblicos, contratos e convnios, fundos rotativos, tomada de contas especial, processo administrativo disciplinar, inspeo e auditoria, RESOLVE baixar a seguinte Instruo Normativa: Art. 1 Ficam aprovados os manuais abaixo relacionados: Manual de Instrues do Fundo Rotativo MIFR; Manual de Orientao sobre Procedimentos de Licitao MPL; Manual de Orientao sobre Obras Pblicas MOP; Manual de Convnios e Contratos MCC; Manual de Procedimentos de Tomada de Contas Especial MPTCE; Manual Tcnico de Processo Administrativo Disciplinar MTPAD; Manual de Procedimentos e Tcnicas de Auditoria e de Inspeo MPTAI. Art. 2 Ficam responsveis pelas informaes e esclarecimentos sobre as normas e procedimentos constantes nos referidos manuais, as seguintes gerncias do Geconi:

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Manual de Procedimentos de Tomada de Contas Especial

___________________________________________________________________ a) Manual de Instrues do Fundo Rotativo Gerncia de Adiantamentos e Fundos (Geadifu); b) Manual de Orientao sobre Procedimentos de Licitao Gerncia de Anlise de Procedimentos de Licitao (Gepli); c) Manual de Orientao sobre Obras Pblicas Gerncia de Obras e Servios Pblicos (Gosp); d) Manual de Convnios e Contratos Gerncia de Convnios e Contratos (GCC) e) Manual de Procedimentos de Tomada de Contas Especial Gerncia de Processos Administrativos Disciplinares e Tomada de Contas Especial (GPADTCE) f) Manual Tcnico de Processo Administrativo Disciplinar Gerncia de Processos Administrativos Disciplinares e Tomada de Contas Especial (GPADTCE) g) Manual de Procedimentos e Tcnicas de Auditoria e de Inspeo Gerncia de Auditoria Operacional (GAO) no que refere-se s normas relativas Auditoria; e Gerncia de Superviso das Inspetorias (GSI) no que refere-se s normas relativas Inspetoria. 1 Competem, ainda, s gerncias citadas no caput, o acompanhamento rigoroso do cumprimento das normas estabelecidas nos manuais, bem como a atualizao dos mesmos, conforme descrito no pargrafo seguinte. 2 Toda e qualquer alterao e a conseqente atualizao dos manuais, em virtude de determinaes legais e de modificaes necessrias, dever ser encaminhada pelas gerncias responsveis pelos manuais Gerncia de Orientao Preventiva e Procedimentos Administrativos (Geopa) que, sob superviso e deliberao da Superintendncia de Ao Preventiva (Suap), far a anlise, formatao e as devidas atualizaes pertinentes. 3 A Geopa fica responsvel, exclusivamente, para encaminhamento dos respectivos manuais, via Superintendncia de Ao Preventiva, aps devida anuncia da

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Manual de Procedimentos de Tomada de Contas Especial

___________________________________________________________________ Chefia do Gabinete, ao setor responsvel pela pgina da internet do Geconi e Gerncia da Secretaria Geral, para procederem a publicao e os devidos registros. Art. 3 Esta instruo normativa entra em vigor na data de sua publicao. Chefia do Gabinete de Controle Interno da Governadoria, em Goinia, aos 27 dias do ms de outubro de 2006.

Luiz Carlos da Fonseca Chefe do Gabinete ( D.O. n 19.998 de 31/10/2006)

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ALCIDES RODRIGUES FILHO Governador LUIZ CARLOS DA FONSECA Chefe do Gabinete de Controle Interno OTVIO ALEXANDRE DA SILVA Subchefe do Gabinete de Controle Interno ANTNIO PEREIRA VALVERDE Chefe de Gabinete ANDR DA SILVA GOES Superintendente de Ao Preventiva BRUNO GARIBALDI FLEURY Superintendente de Auditoria GILSON GOMES BORGES Superintendente de Administrao e Finanas MANOEL CAIXETA NETO Superintendente de Ao Fiscalizadora MARCELO PARREIRA VELOSO Gerente de Orientao Preventiva e Procedimentos Administrativos HILTON BORGES Gerente de Processos Administrativos Disciplinares e Tomada de Contas Especial

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Equipe Tcnica/Apoio JOCELINO BERNARDES JUSSARA VELOSO SOARES Composio/arte (capa) CARLOS CESAR ELIAS FILHO Gerente de Comunicao

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APRESENTAO

O Gabinete de Controle Interno - Geconi tem como misso proporcionar economicidade, eficincia, eficcia, efetividade e eqidade Gesto Governamental, avaliando o cumprimento das metas, comprovando a legalidade e a legitimidade dos atos, pautando sempre pela tica e transparncia, com o objetivo de garantir a otimizao dos gastos pblicos e, assim, alcanar o desenvolvimento econmico e social. Partindo dessa premissa e considerando que a agilidade dos procedimentos de anlise, fiscalizao, controle e avaliao proporcionam aos Gestores Pblicos uma melhor aplicao do dinheiro pblico, torna-se imprescindvel uma maior ateno e cumprimento aos princpios da legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade e transparncia. Institudo constitucionalmente, o Sistema de Controle Interno objetiva ainda fiscalizar, acompanhar, orientar e auxiliar os rgos da Administrao Pblica do Estado de Gois, bem como disponibilizar elementos suficientes para que as execues oramentria, financeira, contbil e patrimonial sejam desenvolvidas dentro desses princpios. Para consecuo desses objetivos o Geconi tem pautado suas aes em trs vertentes: PREVENO Por meio de orientaes preventivas e expedies de atos normativos referentes a procedimentos administrativos de planejamento, programao, execuo, fiscalizao, controle e avaliao. FISCALIZAO Atravs de aes de inspees contnuas efetuadas nos rgos e entidades da Administrao Pblica utilizando-se das tcnicas de acompanhamento e verificao de procedimentos administrativos, com expedio de despachos e manifestaes de carter detectivo e corretivo. _______________________________________________________________8Gabinete de Controle Interno - GECONI GO

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___________________________________________________________________ AUDITORIA - Atravs de aes de auditoria devidamente tipificadas com intuito de verificao da legalidade e regularidade dos atos administrativos em relao ao planejamento, programao, execuo, fiscalizao, controle e avaliao da gesto pblica. Desta forma, foi desenvolvido o Manual de Procedimentos de Tomada de Contas Especial para utilizao por todos os agentes/servidores, que atuam no mbito do Controle Interno do Poder Executivo, em suas aes especficas elementares, como tambm a todos agentes/servidores da Administrao Pblica do Governo de Gois.

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SUMRIO INTRODUO............................................................................................................14 CONSIDERAES INICIAIS.....................................................................................16 LISTA DE ABREVIATURAS......................................................................................20 DISPOSIES PRELIMINARES...............................................................................22 Finalidade....................................................................................................................22 Abordagem Geral........................................................................................................22 mbito 22 Fundamentos Legais...................................................................................................23 INFORMAES GERAIS...........................................................................................24 Tomada de Contas Especial.......................................................................................24 Fatos ensejadores da TCE..........................................................................................24 Dispensa da Instaurao.............................................................................................25 Legislao...................................................................................................................25 Responsvel pela instaurao da TCE.......................................................................26 Etapas a serem seguidas pela autoridade Administrativa para a instaurao da TCE 26 Peas bsicas de uma TCE.......................................................................................27 Valores para a elaborao de TCE sob forma simplificada........................................29 Pea bsica de uma TCE simplificada................................................................29 Apresentao da Prestao de Contas ou Recolhimento do Dbito aps encaminhamento do processo ao TCE-GO................................................................30 Encaminhamento da TCE ao Tribunal de Contas do Estado.....................................30 Instrues da TCE pelo TCE-GO................................................................................30 Julgamento das TCE pelo TCE-GO............................................................................32 Sanes aos Agentes Pblicos cujas contas forem julgadas irregulares..................33 A FORMAO DO PROCESSO................................................................................36 Noes Preliminares...................................................................................................36 _______________________________________________________________10Gabinete de Controle Interno - GECONI GO

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___________________________________________________________________ Objetivos da Atividade da Comisso..........................................................................36 Elementos Essenciais.................................................................................................37 Ficha de Qualificao..........................................................................................37 Termo formalizador da Avena, quando for o caso............................................39 Demonstrativo Financeiro do Dbito...................................................................39 Relatrio da Comisso de Tomadores de Conta................................................42 Certificado de Auditoria emitido pelo rgo de Controle Interno.......................44 Manifestao do Secretrio de Estado...............................................................46 Cpia do Relatrio da Comisso de Sindicncia ou Inqurito............................46 Cpia das Notificaes de Cobrana expedidas ao responsvel.......................47 Outras Peas que permitam o ajuizamento acerca da responsabilidade ..........48 Documentos que devem ser juntados Convnio ou Instrumentos Congneres.....48 Providncias a serem tomadas pelo TCE - GO quando faltar documento essencial 51 DA FASE INTERNA....................................................................................................52 Do incio do Processo.................................................................................................52 Da Portaria de Instaurao da Comisso ..........................................................52 Requisitos formais da Portaria............................................................................52 Modelo de Portaria de Instaurao de Comisso de TCE..................................53 Modelo de Portaria de Instaurao de Comisso de TCE para os rgos........54 A publicao da Portaria ...................................................................................55 Do incio dos Trabalhos.......................................................................................55 Da Ata de Incio dos Trabalhos..........................................................................56 Modelo de Ata de Incio dos Trabalhos...............................................................56 Da organizao dos Trabalhos............................................................................57 Do Termo de Autuao........................................................................................58 Modelo do Termo de Autuao...........................................................................59 Modelo do Termo de Juntada..............................................................................60 Das Provas..................................................................................................................61 Noes Gerais.....................................................................................................61 Do nus da Prova...............................................................................................62 Noes sobre o Objeto da Prova e a Dispensa do nus ..................................62

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___________________________________________________________________ O que deve ser provado......................................................................................63 Dos Meios da Prova............................................................................................64 TCE de rito simplificado..............................................................................................75 Valor de Alada...........................................................................................................76 Da concluso da Comisso........................................................................................77 Relatrio Conclusivo...................................................................................................77 Elementos essenciais do Relatrio.............................................................................79 4.7.1.Omisso no dever de prestar contas.........................................................79 4.7.2.Desvio de dinheiros, bens e valores..........................................................79 4.7.3.Dano ao errio............................................................................................80 Forma de Apresentao..............................................................................................80 Recorribilidade da Concluso.....................................................................................80 Remessa autoridade instauradora...........................................................................81 Providncias do GECONI............................................................................................81 Verificao dos elementos do Processo.....................................................................81 Relatrio e Certificado de Auditoria............................................................................82 A ao da Unidade Setorial de Controle Interno........................................................82 O parecer da Unidade Setorial de Controle Interno...................................................83 Manifestao do Secretrio de Estado supervisor da rea........................................83 Remessa ao Tribunal de Contas.................................................................................83 Pargrafos ilustrativos.........................................................................................84 Organizao do Processo da TCE..............................................................................84 DISPOSIES FINAIS...............................................................................................87 Como solicitar uma TCE.............................................................................................87 Dvidas e Sugestes..................................................................................................88 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..........................................................................89 LISTA DE CONCEITUAES...................................................................................90

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INTRODUO Este manual contm de forma clara e sucinta os principais aspectos que norteiam os Procedimentos de Tomada de Contas Especial no mbito do Poder Executivo Estadual, portanto, no substitui o conhecimento da legislao afeta aos mesmos. Os temas relacionados foram conduzidos considerando as legislaes existentes e inerentes ao Sistema de Controle Interno, necessrias ao desenvolvimento das tarefas, servios e aes executados pelas inspetorias, auditorias e reas administrativas, operacionais, financeiras e patrimoniais dos rgos da Administrao Pblica do Estado de Gois. A elaborao desse manual teve como base o Manual de Orientao sobre Tomada de Contas Especial do Comando da Aeronutica, com adaptao feita pela Gerencia de Processo Administrativo Disciplinar e Tomada de Contas Especial do Gabinete de Controle Interno da Governadoria. Aps as consideraes iniciais, ser exposto o detalhamento do processo, envolvendo as suas fases, os atos, os passos, as condutas e os enquadramentos legais na legislao de suporte. No se pretende esgotar os assuntos aqui abordados, mas, estar abertos a uma constante manuteno evolutiva em parceria com nossos leitores, objetivando uma melhoria contnua e atualizao face a alteraes na legislao. Espera-se que a experincia decorrente da aplicao deste manual possa promover importantes ajustes ao longo do tempo, sobretudo, na necessidade de introduo de mtodos e procedimentos que sejam determinantes para a Modernizao da Gesto Governamental. A verso, sempre atualizada, deste manual estar disponibilizada no site do GECONI - www.controleinterno.goias.gov.br. As crticas e sugestes ao manual podero ser encaminhadas, tambm, por meio do referido site.

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CONSIDERAES INICIAIS Antes da abordagem propriamente dita, necessrio tecer algumas consideraes iniciais sobre o tema em anlise, razo pelo qual ser discorrido leve comentrio a respeito deste particular tipo de processo de apurao. Tomada de Contas Especial - TCE um processo excepcional de natureza administrativa que visa a apurar responsabilidade pela omisso ou irregularidade no dever de prestar contas ou por danos causados ao Errio. Cumpre ressaltar, entretanto, que existem diferenas entre o Processo de Tomada de Contas Especial e o Processo Administrativo Disciplinar, a Sindicncia e o Inqurito Policial Militar IPM. A Tomada de Contas Especial tem objetivo distinto do Processo Administrativo Disciplinar e da Sindicncia. No obstante, guardam pontos de contato entre si: a) pode existir apenas um, dois ou at trs deles, em decorrncia de um mesmo fato; b) pode haver troca de elementos (documentos) entre os processos; c) podem ser conduzidos pelos mesmos Agentes da Administrao ou no; d) em tese, em relao observncia dos procedimentos legais, todos podem ser revistos pelo Judicirio, mas o mrito da TCE e a gradao da penalidade do Processo Administrativo Disciplinar ou Sindicncia, no. A Tomada de Contas Especial, porm, dirige-se ao resguardo da integridade dos recursos pblicos, enquanto que o Processo Administrativo Disciplinar e a Sindicncia destinam-se, ao fiel acatamento da disciplina, isto , das normas administrativas de conduta dos agentes pblicos. Outra importante distino repousa no fato de que a TCE no julgada pela autoridade administrativa que a instaura.

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___________________________________________________________________ J no Processo Administrativo Disciplinar, o julgamento se d pela autoridade instauradora ou superior, dependendo da penalidade a ser aplicada, mas fica sempre adstrito o julgamento prpria Administrao. Ainda, relevante nota distintiva diz respeito aos efeitos patrimoniais da concluso: enquanto que, no Processo Administrativo Disciplinar ou na Sindicncia, a eventual deciso de recompor prejuzos, para ter eficcia no juzo comum, ter necessariamente de ser rediscutida, inclusive quanto origem do dbito, na TCE, se a deciso imputar dbito ou multa, ter fora de ttulo executivo. Por outro lado, nos autos de um Inqurito Policial Militar poder ocorrer a reparao do dano. Verificando-se tal hiptese e estando presente a boa-f do agente envolvido, poder ser dispensada a instaurao da TCE. O Inqurito Policial Militar um procedimento administrativo prvio, para apurar as infraes penais e para fundamentar a denncia ou a queixa. pea investigatria, inquisitiva, no sujeita ao contraditrio, podendo revestir-se de sigilo, dentro do necessrio. O IPM visa apurao da conduta disciplinar-militar, ordenando a recomposio do Errio como objeto mediato; a TCE tem nesse ltimo propsito o fim imediato das apuraes, mesmo no ocorrendo indisciplina militar. A TCE, como espcie de processo administrativo, tambm segue os princpios que os modernos administradores proclamam fundamentar o gnero, possuindo, como natural para a preservao de sua identidade, outros princpios especficos. Como princpios especficos do processo de TCE, podem-se elencar os seguintes: a) Princpio da Proteo do Errio Ao contrrio dos processos administrativos em geral, na TCE deve-se partir do fato de que a Administrao tem por dever envidar esforos para a proteo do Errio, recompondo prejuzos experimentados ou determinando providncias para obter a prestao de contas de autoridades omissas. Enquanto que nos processos em geral h uma acusao direta a algum ou uma lide entre determinadas pessoas, no processo de TCE, a relao jurdica que se desenvolve liga o dano (fato) ao dever de recompor o Errio. b) Princpio da Razo Suficiente Ad-Rogvel.

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___________________________________________________________________ Este princpio trazido para o ramo do Direito Pblico traduz junto com o princpio examinado anteriormente o fato de que, se o agente responsvel pelo dano ao Errio ou omisso no dever de prestar contas adota providncias para afastar do mundo jurdico a causa, o procedimento ou processo de TCE deve ser encerrado. Assim, se um agente der causa danificao de um bem e promover o seu ressarcimento, encerrar-se- a TCE em qualquer de suas fases, em relao a esse fato, podendo, no entanto, subsistir a conduta disciplinar ou falta residual punvel. Finalmente, delineadas essas consideraes iniciais, passar-se-, a partir de agora, a expor o detalhamento do processo, envolvendo as suas fases, os atos, os passos, as condutas e os enquadramentos legais na legislao de suporte.

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LISTA DE ABREVIATURAS C/C CC CP CPC DARE DOE RN IPM LO MPE PCA RADA RITCE GECONI SIOFI STN SUACI TCA TCE-GO TCE - Combinado com - Cdigo Civil Brasileiro - Cdigo Penal Brasileiro - Cdigo de Processo Civil Brasileiro - Documento de Arrecadao de Receitas Estaduais - Dirio Oficial do Estado Resoluo Normativa do TCE-GO Inqurito Policial Militar Lei Orgnica do Tribunal de Contas do Estado - Ministrio Pblico do Estado Prestao de Contas Anual Regulamento de Administrao da Aeronutica Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado Gabinete de Controle Interno da Governadoria - Sistema de Programao e Execuo Oramentria e Financeira do Estado - Secretaria do Tesouro Nacional Superintendncia de Auditoria do GECONI Tomada de Contas Anual Tribunal de Contas do Estado de Gois Tomada de Contas Especial

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DISPOSIES PRELIMINARES Finalidade O presente manual tem por finalidade proporcionar aos Agentes e aos Auxiliares da Administrao os conhecimentos bsicos essenciais sobre o processo de Tomada de Contas Especial, que um processo administrativo de tomada de contas em circunstncias especiais e cujo objetivo o de identificar eventuais prejuzos, com vistas ao ressarcimento ao Errio, segundo a legislao que trata do assunto e as normas e procedimentos especficos estipulados pelo Tribunal de Contas do Estado de Gois, alm do Gabinete de Controle Interno da Governadoria. Abordagem Geral A execuo do processo de Tomada de Contas Especial subordina-se a uma grande quantidade de legislao normativa, apresentando os mais variados nveis de abrangncia e de complexidade. Por princpio, na Administrao Pblica, s lcito fazer o que a legislao expressamente autorize, no se podendo, em nenhuma hiptese, adotar procedimentos decorrentes de omisso da legislao, sem prvia autorizao da autoridade competente. Nesse contexto, o presente manual no busca, sob qualquer hiptese, substituir ou interpretar as normas vigentes sobre Tomada de Contas Especial, mas sim reunir, em um nico documento formal, os conhecimentos bsicos julgados pertinentes e indispensveis para os Agentes e os Auxiliares da Administrao, quando da designao para comporem comisses especficas, para a execuo de uma Tomada de Contas Especial. mbito Este manual aplica-se a todas os rgos do Poder Executivo Estadual.

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___________________________________________________________________ Fundamentos Legais NORMAS CONSTITUCIONAIS Constituio da Repblica Federativa do Brasil,1988 Constituio do Estado de Gois,1989 LEIS FEDERAIS Lei n 4.320/64 Lei n 8.666/93 Cdigo Civil Brasileiro Lei n 10.406, de 10/01/2002. Cdigo de Processo Civil Lei n. 5.869, de 11/01/1973. Cdigo Penal Brasileiro . DecretoLei n. 2.848, de 07/12/1940. Decreto Federal n 1799/96 Ministrio da Justia Instruo Normativa n 08 Delegacia do Tesouro Nacional,de 21.12.1990 Normas sobre Tomadas e Prestaes de Contas dos Gestores de Recursos Pblicos, e Rol de Responsveis do Poder Pblico. Braslia, 1990. Instruo Normativa n 01 Secretaria do Tesouro Nacional, de 15.01.97 Celebrao de Convnios de natureza financeira que tenham por objeto a execuo de projetos ou realizao de eventos Captulo X. Braslia, 1997. Instruo Normativa n 04 Secretaria Federal de Controle, de 24.12.96 Normas sobre Tomadas e Prestaes de Contas dos Gestores de Recursos Pblicos e Rol de Responsveis do Poder Pblico. Braslia, 1996. LEIS ESTADUAIS Lei n 12.785/95 Dispe sobre a Lei Orgnica do Tribunal de Contas do Estado de Gois Regimento Interno do TCE-GO Resoluo n. 744/01. Resoluo Normativa n 011 Tribunal de Contas do Estado, de 10.10.01 e alteraes posteriores Instaurao e Organizao de Processos de Tomada de Contas Especial.Goinia, 2001. Instruo Normativa n. 20 GECONI, de 09.06.2006.

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INFORMAES GERAIS Tomada de Contas Especial A Tomada de Contas Especial, que tambm pode ser entendida como tomada de contas em circunstncias especiais, o instrumento legal destinado a identificar eventuais prejuzos, com vistas ao ressarcimento do Errio, na guarda e na aplicao de recursos pblicos. Diferentemente das Contas Anuais, cuja periodicidade obrigatria e tem como finalidade demonstrar a movimentao dos bens e recursos geridos pelo rgo ou Entidade, a TCE objetiva apurar os fatos, identificar o(s) responsvel(eis) e quantificar os danos. Fatos ensejadores da TCE De acordo com o caput do art. 8, da Lei n 12.785/95 (Lei Orgnica do TCE), o Administrador Pblico tomar as providncias necessrias instaurao da Tomada de Contas Especial, nas seguintes ocorrncias: a) omisso no dever de prestar contas; b) no comprovao da aplicao dos recursos repassados pelo Estado; c) ocorrncia de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores pblicos; ou d) prtica de qualquer ato ilegal, ilegtimo ou antieconmico de que resulte dano ao Errio. Dentro dessa abrangncia, a TCE deve ser instaurada at mesmo em caso de roubo, furto ou perda de bens. Merece, no entanto, ser ressalvada a inovao introduzida pela RN/TCE n 011/2001, calcada nos princpios da racionalizao administrativa e da economia processual, ao definir a TCE como um processo administrativo devidamente formalizado, que somente dever ser instaurada aps esgotadas as providncias

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___________________________________________________________________ administrativas internas com vistas recomposio do Errio (Pargrafo nico, do art. 1, da RN/TCE n 011/2001). Assim, a obrigao da autoridade administrativa competente de providenciar a instaurao da TCE somente estar caracterizada aps esgotadas as medidas cabveis no mbito administrativo interno, com vistas ao reparo do dano ( 2, do art. 2, da RN/TCE n 011/2001). Dispensa da Instaurao O Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado - RITCE, tendo em vista o princpio da economicidade processual, tambm inseriu dispositivo constante do 6, do art. 184, quanto possvel dispensa de se elaborar o processo de TCE quando de ocorrncias em que ficar comprovado a ausncia de m f e o dano for prontamente ressarcido: Na ocorrncia de perda, extravio ou outra irregularidade sem que se caracterize m f de quem lhe deu causa, se o dano for imediatamente ressarcido, a autoridade administrativa competente dever, em sua tomada ou prestao de contas anual, comunicar o fato ao Tribunal, que deliberar acerca da dispensa de instaurao da tomada de contas especial. Legislao Diversos so os dispositivos legais e regulamentares que se referem matria, dentre os quais devem ser destacados: a) Lei n. 12.785/95 (artigos 8, 9, 47 e 50); b) Regimento Interno do TCE (artigos 184 a 187, 196A e 201); Resoluo n.744/2001. c) RN n. 011 do TCE, de 10.10.2001 (Dispe sobre a instaurao e organizao de processos de Tomada de Contas Especial e d outras providncias). d) IN n. 20 do GECONI, de 09.06.2006 ( DO n. 19.907, de 14.06.06)

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___________________________________________________________________ Responsvel pela instaurao da TCE A autoridade administrativa competente, sob pena de responsabilidade solidria, dever imediatamente adotar providncias com vistas apurao dos fatos, identificao dos responsveis e quantificao do dano (caput do art. 8, da Lei n. 12.785/95), sempre que verificada alguma das hipteses previstas no item n 2.2 (Fatos ensejadores da TCE). O incio do processo, com vistas exigncia de prestao de contas ou de ressarcimento ao Errio, caber a Autoridade Administrativa Competente, podendo ocorrer de ofcio ou por solicitao do GECONI ou do TCE-GO. fundamental ressaltar que, caso no comprovada a conivncia entre a autoridade administrativa que constatou a irregularidade e o agente causador do dano,a responsabilidade daquela esgotar-se- com a adoo de providncias visando reparao do prejuzo. Entretanto, a omisso da autoridade competente no que se refere ao dever de adotar as providncias com vistas apurao do dano e ao imediato ressarcimento ao Errio, no prazo mximo estabelecido em Resoluo Normativa do TCE, considerada grave infrao norma legal, sujeitando a referida autoridade imputao das sanes cabveis, sem prejuzo de caracterizar a sua solidariedade com o agente causador do dano (1, do art. 8, da Lei n. 12.785/95 e 1, do art.184, do RITCE). O GECONI, por sua vez, tem o dever de dar cincia ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de responsabilidade solidria, de qualquer irregularidade ou ilegalidade de que tome conhecimento, conforme dispe o texto constitucional no 1, de seu art. 74 (tambm ressaltado no art. 49, da Lei n. 12.785/95 e art. 3, da RN/TCE n 011/2001). Alm disso, poder o TCE, a qualquer tempo, determinar a instaurao de TCE, independentemente das medidas administrativas internas e judiciais adotadas, se entender que o fato motivador possui relevncia suficiente para ensejar a apreciao por seus colegiados (art. 9, da RN n 011/2001 do TCE). Etapas a serem seguidas pela autoridade Administrativa para a instaurao da TCE No mbito do GECONI, o procedimento seguinte identificao do ato lesivo a notificao do responsvel, objetivando a regularizao do fato, assim:

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___________________________________________________________________ a) em se tratando de omisso de contas ou no comprovao da aplicao dos recursos repassados mediante convnio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congneres, o responsvel ser notificado para que apresente a Prestao de Contas ou que proceda devoluo dos recursos recebidos, acrescidos dos encargos legais; e b) no caso de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores pblicos, da prtica de qualquer ato ilegal, ilegtimo ou antieconmico de que resulte dano ao Errio, o responsvel ser notificado para que recolha o valor do dbito a ele imputado, acrescido da correo monetria e juros de mora, bem como para que apresente as justificativas e as alegaes de defesa julgadas necessrias, nos casos em que a Prestao de Contas no tenha sido aprovada. Esgotado o prazo e no apresentada a Prestao de Contas, nem devolvidos os recursos financeiros desviados, ser providenciada a instaurao da Tomada de Contas Especial e a Inscrio da Responsabilidade pelo dbito em conta especfica, pelo Tribunal de Contas do Estado. Peas bsicas de uma TCE O processo de TCE ser constitudo pelas peas definidas pelo art. 4, da RN/TCE n. 011/2001. Registre-se que a ausncia de qualquer um dos elementos constantes do citado artigo enseja a restituio do processo origem para sua complementao (Pargrafo nico, do art. 4, da RN n011/2001, do TCE-GO). As peas bsicas so: a) Ficha de Qualificao do Responsvel, indicando: nome; nmero do CPF e CI; endereo residencial, profissional e nmero de telefone; cargo,funo e matrcula, posto ou graduao, se servidor pblico ou militar; b) c) Termo Formalizador da Avena, quando for o caso; Demonstrativo Financeiro do Dbito, indicando: _______________________________________________________________27Gabinete de Controle Interno - GECONI GO

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___________________________________________________________________ valor original; origem e data da ocorrncia; parcelas recolhidas e respectivas datas de recolhimento, se for o caso; d) Relatrio do Tomador de Contas indicando, de forma circunstanciada, as providncias adotadas pela autoridade competente, inclusive quanto aos expedientes de cobrana de dbito remetidos ao responsvel; e) Certificado de Auditoria emitido pelo rgo de Controle Interno competente, acompanhado do respectivo Relatrio, que trar a manifestao expressa dos seguintes quesitos: adequada apurao dos fatos, indicando a legislao, incluindo-se as normas ou regulamentos eventualmente infringidos; correta identificao do responsvel; precisa quantificao do dano e das parcelas eventualmente recolhidas; f) pronunciamento do Secretrio de Estado supervisor da rea ou Autoridade de nvel hierrquico equivalente; g) cpia do Relatrio da Comisso de Sindicncia ou de Inqurito, se for o caso; h) cpia das Notificaes da cobrana, expedidas ao responsvel, acompanhadas de Aviso de Recebimento ou qualquer outra forma que assegure a certeza da cincia do interessado, conforme disposto no 3, do art. 26, da Lei n 13.800, de 18.1.2001; i) outras peas que permitam ajuizamento acerca da responsabilidade ou no pelo prejuzo. Quando se tratar de recursos relativos a convnio, a acordo, a ajuste ou a outros instrumentos congneres, o certificado e o relatrio de auditoria tratados no inciso V devem conter manifestao sobre a observncia das normas legais e regulamentares pertinentes, por parte do concedente, com relao celebrao do termo, avaliao do plano de trabalho, fiscalizao do cumprimento do objeto e instaurao tempestiva da Tomada de Contas Especial e de demais documentos constantes da solicitao de recursos.

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___________________________________________________________________ Nos casos de omisso no dever de prestar contas de recursos repassados mediante convnio, acordo, ajuste ou outros instrumentos similares, bem como conta de subvenes, auxlio e contribuies, alm da notificao ao responsvel prevista no inciso VIII, tambm deve integrar o processo a notificao da entidade beneficiria. Valores para a elaborao de TCE sob forma simplificada Caso o valor do dano causado ao Errio seja de valor igual ou inferior quantia fixada para este efeito por Resoluo Normativa a cada ano civil, pelo TCE, a Tomada de Contas Especial ser elaborada de forma simplificada, por meio de Demonstrativo, e anexada ao processo da respectiva Tomada ou Prestao de Contas Anual do Ordenador de Despesas ou equivalente, para julgamento em conjunto. O valor fixado pelo Tribunal anualmente. OBS: At a presente data o TCE-GO no fixou o valor. Pea bsica de uma TCE simplificada DEMONSTRATIVO DA TCE At R$ (valor a ser definido pelo TCE-GO) a) nome e nmero do CPF e da CI do responsvel; b) cargo, funo e matrcula do responsvel, posto ou graduao se o mesmo for servidor pblico ou militar; c) endereo residencial, profissional e nmero de telefone do responsvel; d) valor original do dano e, se for o caso, das parcelas recolhidas; e) origem e data das ocorrncias; e f) informao de que o nome do responsvel foi includo no Cadastro Informativo dos dbitos no quitados de rgos e entidades estaduais CADIN, na forma da legislao em vigor. Obs.: Quando o objeto deu caso ao judicial, a Comisso de Tomadores de Contas far constar a fase processual da ao.

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___________________________________________________________________ Apresentao da Prestao de Contas ou Recolhimento do Dbito aps encaminhamento do processo ao TCE-GO Instaurada a TCE e havendo apresentao, embora intempestiva, da Prestao de Contas ou do recolhimento do dbito imputado, aps o encaminhamento da TCE ao TCE-GO, este proceder a baixa da inadimplncia e: a) sendo aprovada a Prestao de Contas ou comprovado o recolhimento, manter a inscrio da responsabilidade apurada, que s poder ser baixada por deciso do Tribunal; e b) no sendo aprovada a prestao de contas sero adotadas as providncias do item anterior, reinscrevendo-se, entretanto, a inadimplncia, no caso de a TCE referir-se atual Autoridade Administrativa, tendo em vista sua permanncia frente da Administrao. Encaminhamento da TCE ao Tribunal de Contas do Estado Concluso o processo da TCE, os autos sero encaminhados ao Tribunal de Contas para julgamento e providenciar os registros, para os efeitos de cadastros dos faltosos, omissos e/ou inadimplentes na comprovao ou pelo uso irregular dos recursos pblicos. Instrues da TCE pelo TCE-GO Diante do processo de TCE, o Tribunal de Contas da Estado proceder anlise dos elementos dele integrantes, restituindo o processo origem, no caso de ausncia de um deles, podendo, ainda, diligenciar no intuito de obter esclarecimentos e informaes adicionais sobre o assunto. Aps a verificao das peas bsicas, a Unidade Tcnica do TCE adotar as providncias para que seja agilizada a citao dos responsveis. Cumpre assinalar que a fase prpria da citao feita pela Unidade Tcnica do TCE-UT, alm das conseqncias jurdicas, reveste-se da maior relevncia, sendo um dos momentos mais importantes do procedimento em questo, uma vez que, caso exista falha neste instrumento, poder ser alegada a nulidade de toda a TCE, por motivo de cerceamento de defesa.

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___________________________________________________________________ Verificada a irregularidade, o TCE adotar os seguintes procedimentos, conforme o caso: a) se houver dbito, ordenar a intimao do responsvel para, no prazo de 15 (quinze) dias, (art. 242, 3, do RITCE), efetuar e comprovar o recolhimento da dvida, com seus acrscimos legais. e b) se, em caso excepcional, no for possvel a quantificao do dbito, determinar a audincia do responsvel para, no prazo de 15 dias, apresentar as razes de justificativa. O valor do dbito dever corresponder ao saldo devedor que originou a TCE e que gerou o lanamento na conta Diversos Responsveis, ou seja, a citao do TCE-GO dever, em regra, nos casos de inadimplncia parcial, se referir ao valor efetivo da dvida apurada no processo (diferenciada entre o valor liberado e as quantias j adimplidas). A citao, a audincia, a comunicao de diligncia ou notificao do(s) responsvel (eis), far-se-o: (incisos de I a III, do art. 21, da Lei n. 12.785/95): a) mediante cincia do responsvel ou do interessado, feita pelo correio, por carta registrada, com aviso de recebimento; b) pelo correio, mediante carta registrada, com aviso de recebimento; c) por edital publicado no Dirio Oficial do Estado, quando o seu destinatrio no for localizado. O responsvel que no atender citao ou audincia ser considerado revel pelo TCE-GO, para todos os efeitos, dando-se prosseguimento ao processo (art. 11, 3, da Lei n. 12.785/95). O responsvel cujas alegaes de defesa forem rejeitadas pelo TCE-GO ser cientificado para que, em 15 dias, recolha a importncia devida ( 1, do art. 11, da Lei n. 12.785/95), e Art. 204, $ 2, da Resoluo n.44/2001. No caso de falecimento do responsvel, vale ressaltar que a jurisdio do TCE-GO abrange os sucessores dos administradores e responsveis at o limite do valor do patrimnio transferido (inciso VI, do art. 5, da Lei 12.785/95).

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___________________________________________________________________ Julgamento das TCE pelo TCE-GO As contas relativas ao processo de TCE podero ser julgadas, quanto ao mrito, como (art. 15, da Lei n. 12.785/95): a) b) c) Regulares regulares com ressalva e irregulares Destaquese que, em funo dos pressupostos para a constituio de uma TCE, a regra o julgamento pela irregularidade. Porm, em vista de determinados fatos, alguns casos vm sendo julgados, pelo TCE-GO, como regulares com ressalva. Alm disso, o TCE-GO poder determinar o arquivamento do processo, sem julgamento do mrito, quando: a) por caso fortuito ou razo de fora maior comprovadamente alheio vontade do responsvel, tornar materialmente impossvel o julgamento do mrito a que se refere o art. 15 da Lei n. 12.785/95(art.19 e 20, da Lei 12.785/95); b) for verificada a ausncia de pressupostos de constituio e de desenvolvimento vlido e regular do processo; ou c) o valor do dbito for inferior ao valor estipulado em Deciso Normativa (art.86, da Lei 12.785/95). As contas sero julgadas Regulares quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatido dos demonstrativos contveis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gesto do responsvel (Art. 15, I da Lei 12.285/95). As contas sero julgadas Regulares com Ressalva quando ficar evidenciada impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que no resulte dano ao Errio (inciso II, do art. 15, da Lei n. 12.785/95); ou ainda, quando o dbito for liquidado tempestivamente e se reconhecida pelo Tribunal a boa f, desde que no tenham sido observadas outras irregularidades nas contas ( 2, do art. 11, da Lei n. 12.785/95).

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___________________________________________________________________ As contas sero julgadas Irregulares quando comprovada qualquer das seguintes ocorrncias (inciso III, do art. 15, da Lei n. 12.785/95): a) omisso no dever de prestar contas; b) prtica de ato de gesto ilegal, ilegtimo ou antieconmico; ou infrao norma legal ou regulamentar de natureza contbil, financeira, oramentria, operacional ou patrimonial; c) dano ao Errio decorrente de ato ilegtimo ou antieconmico; ou d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores pblicos. Sanes aos Agentes Pblicos cujas contas forem julgadas irregulares Havendo dbito, o TCE-GO condenar o responsvel ao pagamento da dvida, acrescida dos encargos legais, podendo ainda ser aplicada multa de at 100% do valor atualizado do dano causado ao errio (art. 54, da Lei n. 12.785/95). Tratando-se de responsveis solidrios vale ressaltar: a) a obrigao com relao ao dbito indivisvel, ou seja, a quitao individual depende de que o valor total da dvida seja pago (Pargrafo nico, do art. 264, do Cdigo Civil), mesmo que aceita pelo TCE-GO a cotizao do montante pelos envolvidos; b) a quitao do dbito no implica, necessariamente, que as contas deixem de ser consideradas irregulares; e c) a multa deve ser proposta para cada responsvel, ou seja, no pode ser aplicada solidariamente. No havendo dbito, mas comprovada qualquer das ocorrncias previstas nas alneas a, b, e c, do inciso III, do art. 15, da Lei n. 12.785/95 (letras a, b e c do item 2.2), o TCE-GO aplicar multa ao responsvel, conforme estabelece o inciso I, do art. 55, dessa mesma Lei. Expirando o prazo da notificao e no havendo manifestao do responsvel, o TCE-GO poder (art. 27, da Lei n. 12.785/95): a) determinar o desconto integral ou parcelado da dvida nos vencimentos, salrios ou proventos do responsvel, observado os limites previstos na legislao pertinente; ou

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___________________________________________________________________ b) autorizar a cobrana judicial da dvida, por intermdio do Ministrio Pblico junto ao Tribunal, na forma prevista no inciso III, do art. 75, da Lei n. 12.785/95. Sem prejuzo das sanes previstas na Seo II, Captulo V, Ttulo II, da Lei 12.785/95 e das penalidades administrativas, aplicveis pelas autoridades competentes, por irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas do Estado, sempre que este, por maioria absoluta de seus membros, considerar grave a infrao cometida, o responsvel ficar inabilitado, por um perodo que variar de cinco a oito anos, para o exerccio de Cargo em Comisso ou Funo de Confiana no mbito da Administrao Pblica Estadual, salvo deliberao da Assemblia, por maioria dos seus membros (art. 57, da Lei n. 12.785/95). Os responsveis que tiverem suas contas julgadas irregulares tero seus nomes encaminhados ao Ministrio Pblico Eleitoral, aps esgotados os prazos de interposio de recursos, para fins de Declarao de Inelegibilidade, conforme disposio contida na alnea g, do inciso I, do art. 1, da Lei Complementar n. 64/90. No o TCE-GO quem declara o responsvel inelegvel. Ao TCE-GO compete to somente, e de ofcio, encaminhar a relao de responsveis que tiveram suas contas julgadas irregulares, em poca oportuna, ao Ministrio Pblico Eleitoral. No caso de contas julgadas irregulares em razo de dano ao Errio, decorrente de ato ilegtimo ou antieconmico ou de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores pblicos (inciso III, do art. 15, da Lei n. 12.785/95) (letra d do item 2.2), o TCE-GO, em funo do caso: a) providenciar a imediata remessa de cpia da documentao pertinente Procuradoria Geral do Estado, ou Procuradoria Geral da Justia, para ajuizamento das aes civis e penais cabveis ( 3, do art. 15, da Lei n. 12.785/95); b) verificada a ocorrncia de fraude comprovada licitao, o Tribunal de Contas do Estado declarar a inidoneidade do licitante fraudador para participar, por at cinco anos, de licitao na Administrao Pblica Estadual, sem prejuzo das sanes cabveis (art. 43, da Lei n. 12.785/95); ou

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___________________________________________________________________ c) por maioria absoluta de seus membros, considerando grave a infrao cometida, inabilitar os responsveis, por um perodo que variar de cinco a oito anos, para o exerccio de Cargo em Comisso ou Funo de Confiana no mbito da Administrao Pblica (art. 57, da Lei n. 12.785/95).

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A FORMAO DO PROCESSO Noes Preliminares O processo de Tomada de Conta Especial comea, formalmente, com a determinao de uma autoridade competente (Secretrio, Diretor, Chefe, Agente Diretor, Ordenador de Despesas da UG envolvida, Comandante), do GECONI ou do Tribunal de Contas da Estado, quando instaurado ex-officio, para que uma comisso apure os fatos. Logo, o objeto fundamental da atividade no acusatrio ou dirigido contra algum, mas voltado verdade da apurao dos fatos. Objetivos da Atividade da Comisso Sinteticamente, pode-se afirmar que a atividade a ser desenvolvida pela Comisso de Tomada de Contas deveria ter um dos seguintes objetivos: a) constituir o processo de Tomada de Contas, stricto senso, quando se tratar de omisso no dever de prestar contas, desfalques ou desvios de dinheiros, bens ou valores pblicos; ou b) apurar o valor do dano e a responsabilidade dos agentes, nos casos em que a instaurao decorrer de ato ilegal, ilegtimo ou antieconmico, lesivos ao Errio. Deveria, porque as normas que estabeleceram os documentos que devem integrar a TCE unificaram as causas, abrangendo-as de forma singela. Com essa unificao, ocorrida em nvel normativo, a Comisso verificar o que dever constar do processo em cada caso concreto. O exame de cada um dos elementos que integrar o processo melhor evidenciar tais aspectos.

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___________________________________________________________________ importante que o exame dos elementos constitutivos da TCE seja precedido por um estudo da dinmica dos trabalhos, porque isto que o objetivo final das apuraes. Tal providncia facilitar a compreenso do processo. Elementos Essenciais Para orientao dos membros das comisses, adotar-se-, como diretiva, a norma em vigor do TCE-GO, pertinente organizao desse tipo de processo. Ficha de Qualificao Dever constar do processo, de preferncia identificada em cabealho prprio, a Ficha de Qualificao das pessoas que a Comisso de TCE entende como responsveis pelo motivo determinante da instaurao da TCE. Considerando os diversos motivos determinantes, poder-se-ia resumi-los da seguinte forma: a) no caso de omisso no dever de prestar contas anuais, a identificao do dirigente mximo do rgo, dos membros da Diretoria, ou de outros rgos colegiados diretivos, como, por exemplo, o Conselho Fiscal ou o Conselho de Administrao, se houver, bem como dos respectivos substitutos; b) no caso de omisso no dever de prestar contas dos valores recebidos, em suprimentos de fundos, a identificao do nome do responsvel direto pelo recebimento do suprimento e da autoridade que concedeu os valores; c) no caso de omisso no dever de prestar contas dos valores recebidos, em decorrncia de convnios, acordos, ajustes, ou outros instrumentos congneres, a identificao dos responsveis pelo recebimento dos recursos ou, quando se tratar de pessoas jurdicas, a identificao do dirigente mximo da Entidade ou Organizao e dos rgos colegiados, se houver, bem como da autoridade responsvel, em nome da Administrao Pblica, pela autorizao da assinatura do instrumento e comprometimento dos recursos; d) no caso de desfalque, alcance ou desvio, a identificao do responsvel pelos dinheiros, bens ou valores pblicos e, se no coincidente com o mesmo, o causador direto do ato lesivo; e

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___________________________________________________________________ e) nos casos de ato ilegal, ilegtimo ou antieconmico, que cause dano ao Errio, a identificao do responsvel. Recaindo o dano sobre bem patrimonial, dever ser feita a identificao do responsvel formal pela carga patrimonial do bem e do causador direto do dano, quando no coincidente com o primeiro. A identificao, referida nas alneas anteriores, dever abranger os seguintes dados: a) nome completo Mostra-se recomendvel que, em se tratando de terceiros no vinculados Administrao , no caso de malfeitores, conhecidos por alcunha, tambm esta conste da informao; b) c) nmero da Inscrio no Cadastro de Pessoa Fsica CPF; endereo residencial, profissional e nmero de telefone; A Lei Estadual do Regime Jurdico nico, em analogia com as do Direito Judicirio, impe ao agente indiciado em processo administrativo que mudar de residncia, a obrigao de comunicar Comisso apuradora o lugar onde poder ser encontrado. O endereo profissional dever referir-se ao estabelecimento em que lotado o agente e no sede do rgo jurisdicionado ao TCE-GO, ou da Unidade de Pessoal. Depois da remessa ao Controle Externo (TCE): se houver mudana de lotao, o ideal que a Unidade de origem mantenha o endereo atualizado, comunicando o fato ao TCE-GO. Do mesmo modo que o endereo, imps a norma o dever de informar o nmero do telefone; e d) cargo, funo e matrcula, posto, graduao,se servidor pblico ou militar. Cabe observar que as informaes da Ficha de Qualificao se destinam identificao do agente e sua localizao. Por isso, se a Comisso de TCE tem como obter estas informaes complementares, inclusive a existncia de vnculo pblico, dever cit-las na Ficha de Identificao.

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___________________________________________________________________ Termo formalizador da Avena, quando for o caso Devero ser juntados, TCE, todos os documentos jurdicos que envolveram a relao que originou o dever de prestar contas ou o dano ao Errio. Tambm, est abrangida pela expresso o termo de confisso de dvida, lavrado entre a Organizao e o agente responsvel pelo dbito, caso o mesmo, por exemplo, tenha se disposto a ressarcir o dbito e no tenha honrado o compromisso. O Termo Formalizador da Avena, quando for o caso, dever conter: a) demonstrativo da existncia de dotao especfica; b) demonstrativo da observncia do disposto no inciso X, do art. 167, da Constituio Federal; c) comprovao, por parte do beneficirio, de: que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, emprstimos e financiamentos definidos ao ente transferidor, bem como quanto prestao de contas de recursos anteriormente dele recebidos; cumprimento dos limites constitucionais relativos educao e sade; observncia dos limites das dvidas consolidada e mobiliria, de operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita, de inscrio em restos a pagar e de despesa total com pessoal; previso oramentria de contrapartida; e que atendeu aos requisitos da gesto fiscal quanto instituio, previso e efetiva arrecadao dos impostos da sua competncia constitucional. Demonstrativo Financeiro do Dbito Exigem as normas em vigor que a Comisso de TCE faa juntar ao processo o Demonstrativo Financeiro do Dbito, indicando o valor original, origem e data da ocorrncia, as parcelas recolhidas e as respectivas datas e comprovantes, se for o caso. A Comisso de TCE dever tecer breves consideraes sobre estas informaes. a) O valor original do dbito Na mera ausncia de Prestao de Contas, quando a Comisso terminar o levantamento do ingresso de receitas e a realizao de despesas, _______________________________________________________________39Gabinete de Controle Interno - GECONI GO

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___________________________________________________________________ poder concluir que no h diferena, ou alcance, devendo, nessa hiptese, ser informado de que no h valor a ser imputado. Mas nos casos de desvios de recursos, bens e valores, bem como no caso de desfalque ou prtica de ato danoso ao Errio, dever ser apurado o valor e informado pela Comisso. No caso de desfalque, o mesmo pode decorrer da realizao de despesa sem comprovante, ou comprovado por meio inidneo. Essa despesa dever ser registrada como ilegal, considerando-se como valor o referente ao item no comprovado. A realizao de despesas sem a devida comprovao ilegal, porque o dispositivo exige a satisfao da formalidade para a conformidade com a Lei. E quando o dano se materializa em um bem pblico, qual dever ser o valor original? A resposta encontrada na prpria legislao, precisamente na Lei Federal n 8.429/92, aplicvel a todas as esferas de governo, que estabelece o seguinte: Art. 5 Ocorrendo leso ao patrimnio pblico por ao ou omisso, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se- o integral ressarcimento do dano. Nesse caso, o termo integral significa total, global, impondo, como obrigao, que o dano seja ressarcido na exata dimenso da leso. Finalmente, cabe lembrar que se o valor do dano for inferior ao valor de alada, a TCE ficar restrita ao mbito do prprio instaurador, no necessitando ser remetida ao TCE para julgamento especfico, sendo, todavia, inserida na correspondente Prestao ou Tomada de Contas Anual. b) Origem e data da ocorrncia Sobre as informaes, em epgrafe, cabe assinalar o seguinte: origem dever ser indicado qual foi o motivo determinante do dano ou da omisso no dever de prestar contas; e _______________________________________________________________40Gabinete de Controle Interno - GECONI GO

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___________________________________________________________________ data da ocorrncia dever ser indicada a data em que de fato ocorreu o dano, ou o motivo determinante da instaurao da TCE. Poder ocorrer, contudo, que a data no seja determinada, mas apenas aproximada. Nesta hiptese dever ser indicado o intervalo de tempo em que o fato ocorreu. Exemplo: entre os dias 10.08.2000 e 15.08.2000. c) Parcelas j recolhidas e respectivas datas de recolhimento, se for o caso, com os respectivos comprovantes (DARE) Quatro aspectos merecem anlise: pagar dever do envolvido no comum, mas tambm no chega a ser exceo, que um agente envolvido em um fato danoso ao Errio procure a Comisso de TCE, ou antes dessa ser instaurada, prontificando-se a efetuar o ressarcimento do dano, ou querendo ter informaes sobre em quantas parcelas pode dividir o valor apurado; se h juros; o que acontece se ele for condenado e no pagar, e outras questes. Essas informaes so pblicas para os interessados envolvidos no fato e devem ser disponibilizadas com a mxima urgncia pela autoridade instauradora e pela Comisso; o pagamento efetuado por quem no o responsvel - no ilegal que uma pessoa pague uma dvida de outrem, fato que no Direito constitui-se na sub-rogao. Cabe apenas Administrao receber o valor de quem paga, dando-lhe o recibo do pagamento e imputando-se o crdito em favor de quem o pagador determinar. Mas, se o controle no deve se imiscuir nas relaes entre pagante e devedor, em nome do interesse pblico, no pode fechar os olhos quando o ato de pagamento mascara outra grave irregularidade. Por isso, quando tal caso ocorrer, a Administrao deve verificar suas causas; comprovao do recolhimento em nenhum caso, pode a Administrao abrir mo do comprovante de recolhimento (DARE) do dbito ou da prova de ressarcimento ao Errio; e

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___________________________________________________________________ recuperao ou reposio do bem deve ficar assentado que o agente pode, ao invs de pagar o dbito, optar pela recuperao do bem danificado ou repor por um similar. Nesse caso, indispensvel um documento firmado por autoridade da Organizao reconhecendo que a recuperao ou reposio operou-se de forma conveniente ao Errio, satisfazendo, plenamente, a obrigao. No raro, vislumbram-se, em tais hipteses, graves irregularidades contra o Errio e contra o agente que promove o ressarcimento. Num primeiro caso, a reposio ou recuperao do bem opera-se em padres inferiores ao que existia; num segundo, feita de modo insatisfatrio. Entretanto, se a Organizao no tem condies de avaliar o bem, o agente, que deve rep-lo, fica na obrigao de comprovar o seu ato. Essa obrigao decorre do fato de que pode haver, erradamente, reposio de artigo usado ou pode haver novo extravio ou espoliao desse bem. Relatrio da Comisso de Tomadores de Conta O Relatrio da Comisso de Tomadores de Contas indica, de forma circunstanciada, as providncias adotadas pela autoridade competente, inclusive quanto aos Expedientes de Cobrana do Dbito remetidos ao responsvel. O que se tem feito juntar aos autos o parecer conclusivo da Comisso, contendo: a) b) c) d) relato dos fatos; motivo determinante da instaurao da TCE; os fatos apurados; os respectivos responsveis; e e) as providncias que devero ser adotadas pelas autoridades competentes, no entendimento da Comisso, para resguardar o Errio. Esse documento, que pode ser o mais importante do processo, servir de esteio aos julgamentos posteriores e, sobre ele, o Secretrio de Estado ou autoridade equivalente expressar o seu ciente, conforme literal disposio da lei, razo pela qual deve ser bem fundamentado.

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___________________________________________________________________ Junta-se, aqui, o original do relatrio (e no a cpia) devidamente assinado por todos os membros, inclusive com os votos divergentes, se houver, precedido de Termo de Juntada, com as folhas numeradas e rubricadas. Se, ao elaborar o relatrio, a Comisso j tiver conhecimento das providncias adotadas pela autoridade competente, dever fazer referncia ao fato, de forma circunstanciada, como indica a norma. Para preservar os Controles Interno e Externo, imprescindvel que a Comisso, na sua manifestao, indique se, em relao aos fatos ensejadores da TCE ou com eles diretamente relacionados, foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar, Sindicncia, Inqurito Policial Civil ou Militar, Ao Penal, Ao Civil de Reparao de Danos, Ao Popular, Mandado de Segurana, Reclamao junto aos organismos de defesa do consumidor ou outras providncias junto s demais reparties pblicas. A ausncia dessas informaes poder trazer srios prejuzos imagem do Controle Externo na medida em que, detendo a prerrogativa de fazer comunicao direta a outros rgos, a omisso do Controle Interno poder ensejar a duplicidade de procedimentos. Corroborando esse entendimento, dispe o 3, do art. 15, da Lei Orgnica do TCE, repetido em quase todas as leis orgnicas de tribunais: Art. 15 As contas sero julgadas: (...) 3 Verificada a ocorrncia prevista no pargrafo anterior deste artigo,- contas julgadas irregulares o Tribunal providenciar a imediata remessa de cpia da documentao pertinente a Procuradoria Geral do Estado, ou Procuradoria Geral da Justia, para ajuizamento das aes civis e penais cabveis. A Resoluo Normativa do TCE n 011/2001 acrescentou a necessidade de juntar os expedientes de cobrana de dbito remetidos ao responsvel. Sob outro aspecto, essa alterao normativa foi importante, porque evidencia que a Comisso de TCE, na fase interna, poder tentar a cobrana do dbito.

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___________________________________________________________________ Certificado de Auditoria emitido pelo rgo de Controle Interno O Certificado de Auditoria emitido pelo rgo de Controle Interno, deve ser acompanhado do respectivo Relatrio. Aps a manifestao conclusiva da Comisso de TCE, os autos seguiro para o rgo de Controle Interno, ou seja, para o GECONI. Caber ao GECONI emitir um Relatrio e um Certificado sobre as contas tomadas, recomendando-se que seja adotada, na concluso, uma das alternativas constantes do art. 15, da Lei n 12.785/95, que dispe:Art. 15. As contas sero julgadas I regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatido dos demonstrativos contbeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gesto do responsvel; II regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que no resulte dano ao Errio; III irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrncias: omisso no dever de prestar contas; prtica de ato de gesto ilegal, ilegtimo, antieconmico, ou infrao norma legal ou regulamentar de natureza contbil, financeira, oramentria, operacional ou patrimonial; dano ao Errio decorrente de ato de gesto ilegtimo ou antieconmico; e desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores pblicos.

O Parecer do GECONI, independentemente das formas em que se registraram as manifestaes dos rgos precedentes, dever ser rigorosamente balizado pelo que dispe o art. 15, referido. A Resoluo Normativa do TCE n 011/2001, inovadoramente, estabeleceu que o rgo de Controle Interno deve elaborar um relatrio que acompanhar o certificado, fato que corrobora o entendimento exposto. Por fora desta norma, o relatrio dever conter: a) adequada caracterizao e apurao dos fatos,indicando a legislao, incluindo-se as normas ou regulamentos eventualmente infringidos. Tal providncia visa a permitir a avaliao do rgo de Controle Interno do trabalho desenvolvido pela Comisso de TCE. Poder haver _______________________________________________________________44Gabinete de Controle Interno - GECONI GO

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___________________________________________________________________ divergncia sobre o fato e sobre as normas infringidas. Poder ocorrer que o relatrio do GECONI seja coincidente com o da Comisso, hiptese em que a fundamentao das concluses poder apenas se reportar ao relatrio, de forma simples. Caso contrrio, impe-se no s esclarecer os motivos e as razes pelas quais no acolhe a posio sustentada pela Comisso de TCE. Nesse caso, a relevncia jurdica da manifestao de capital importncia e seu embasamento jurdico dever ser slido o suficiente para resistir s anlises e pareceres do Poder Judicirio; b) correta identificao do responsvel. A inovao trazida pela RN n 011/2001 imps que a manifestao do rgo de Controle Interno competente tivesse, de forma sinttica, os elementos necessrios e suficientes para o julgamento da TCE. Aqui, tambm, poder o GECONI posicionar-se em consonncia com a Comisso, ou dela divergir, fundamentando tal divergncia. Quando a norma refora a necessidade de que a identificao do responsvel seja correta (renovando a exigncia constante do inciso I, do art.4, da RN n 011/2001), o que se pretende a avaliao do rgo de Controle Interno sobre a informao registrada nos autos. A identificao do responsvel caber prpria Comisso de TCE e, sobre a justa imputao de responsabilidade, que opina o Controle Interno. Toda a atividade de investigao e formao de prova caber Comisso; o rgo de Controle Interno poder discordar ou acolher essa posio, mas no lhe competir execut-la diretamente. Afinal, o princpio da segregao das funes estabelece: quem controla no executa; quem executa no controla; e c) precisa quantificao do dano e das parcelas eventualmente recolhidas. Tambm essa tarefa caber, originalmente, Comisso de TCE. Ao GECONI competir a ratificao ou a divergncia fundamentada, alm de evidenciar, em uma s pea, informaes que esto espalhadas no processo.

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___________________________________________________________________ Manifestao do Secretrio de Estado Manifestao do Secretrio de Estado, na forma do Art. 4 da Resoluo Normativa N 011/2001. Textualmente, a Lei, no dispositivo referido, exige que o Secretrio de Estado supervisor da rea ou da autoridade de nvel hierrquico equivalente manifeste o seu ciente sobre as contas e o parecer do Controle Interno, renovando o interesse em preservar essa Unidade Administrativa, como funo de apoio ao Tribunal de Contas da Estado. Para cumprir o comando inserto nesse diploma legal, impe-se que tal autoridade exare seu ciente genrico sobre o processo ou, de forma mais recomendvel, especificamente acerca das contas e do parecer do GECONI. Cpia do Relatrio da Comisso de Sindicncia ou Inqurito Cpia do Relatrio da Comisso de Sindicncia ou Inqurito, se for o caso. Os relatrios elaborados por essas comisses so de extrema importncia na avaliao de uma TCE, porque: a) esclarecem o fiel acatamento pelo agente das normas internas da Organizao; b) auxiliam na formao de uma convico sobre o elemento subjetivo do agente, na medida em que podem evidenciar ter agido com dolo ou culpa; c) fornecem substancioso material para esclarecimento dos fatos e da narrativa. Apesar disso, como foi observado, e uma vez que no obrigatrio esperar a concluso do Processo Administrativo Disciplinar ou da Sindicncia para instaurar o processo de TCE, o relatrio poder no constar do processo. evidente que a viso do controle deve ser aperfeioada buscando concretizar os princpios da eficincia e da eficcia previstos na Constituio Federal e, nesse amplo espectro, quando a leso ao Errio tiver subjacente ato de indisciplina, dever questionar se foi instaurado o processo disciplinar. As relaes da TCE com o processo disciplinar e com o judicial no podero ser desconhecidas da rea do Controle Externo, nem relegadas, sob pena de diminuir inclusive a nobre misso das Cortes de Contas.

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___________________________________________________________________ Tem sido questionado se as cpias juntadas devem ser autenticadas ou no. Com base no Decreto Federal n 83.936/79, mostra-se dispensvel a autenticao, ou pode a mesma ser efetuada, como autoriza o precitado diploma legal, por agente da prpria Organizao, indicando nome, matrcula, posto ou graduao especialmente porque os documentos vo tramitar no mbito administrativo; se, entretanto, tiverem de ser remetidos ao Judicirio, ser prudente que seja feita a autenticao. A juntada desses relatrios aos autos da TCE dever ser feita com um mnimo de observncia da praxe processual: ser antecedida de Termo de Juntada, com folhas numeradas e rubricadas. No h referncia obrigao da juntada do julgamento mas, to somente, do Relatrio da Comisso que no encerrar o processo nem o concluir, podendo ser mesmo anulado pela autoridade superior. Parece que o motivo da exigncia do relatrio, e no do ato de julgamento, reside no fato de a quantidade de informaes do primeiro ser substancialmente diferente do segundo documento. Sempre que possvel, porm, devero ser juntados os dois, para melhor compreenso dos fatos e, embora no revelado, para aquilatar o princpio da dosimetria da pena. Efetivamente, o fato de a autoridade ter envidado esforos para a apurao e a coibio da conduta irregular legitima-a a postular a reduo da gravidade da sano a ser aplicada, quando entender que justa. Um ltimo aspecto merece ser lembrado: para firmar o juzo da(s) responsabilidade(s) no Relatrio da Comisso de TCE, mesmo que essa Comisso tenha ensejado a mais ampla defesa, ainda assim impe-se a citao do(s) agente(s), porque a teoria das provas emprestadas no pode cercear o direito de defesa da TCE. Cpia das Notificaes de Cobrana expedidas ao responsvel A Comisso condutora do Processo Administrativo Disciplinar, da Sindicncia, ou da prpria TCE, poder expedir a notificao para o agente recompor o Errio do prejuzo causado. Assim sendo, dever juntar aos autos a cpia das notificaes de cobrana expedidas ao responsvel, independentemente de resposta ou pagamento resultante dessa notificao. recomendvel, por economia processual (embora no obrigatrio), que as notificaes com prazo em curso sejam juntadas ao

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___________________________________________________________________ processo imediatamente, devendo ser aguardado o lapso temporal concedido ao interessado para remeter os autos ao Tribunal de Contas da Estado. Outras Peas que permitam o ajuizamento acerca da responsabilidade Outras Peas que permitam o Ajuizamento acerca da Responsabilidade, ou no, pelo prejuzo verificado. Determina o dispositivo da RN N. 011/2001-TCE a necessidade de que se faa juntar aos autos outros elementos de prova documental que auxiliem ou sejam indispensveis formao de convico sobre um fato. Podero ser juntados: laudos periciais, exames de corpo de delito, exames toxicolgicos, exames grafotcnicos, avaliaes, a notcia do crime ou o requerimento autoridade policial. No ser necessrio juntar cpia de todo o Inqurito Policial ou da Ao Judicial porventura iniciados, sendo suficiente mera notcia da existncia dos mesmos. Embora no expresso na norma, quando ocorrer a investigao policial paralela ou ao criminal ou civil, ser absolutamente inafastvel o dever de fazer referncia ao fato nos autos do processo sob pena de criar-se, a teor de vrios dispositivos legais, uma duplicidade de procedimentos, tendo em vista que o TCE poder comunicar o fato e dar incio ao de reparao de danos, reportando-se diretamente s autoridades competentes. Essa funo de espelhar outras providncias adotadas insere-se, como referido anteriormente, na funo de Controle Interno. Documentos que devem ser juntados Convnio ou Instrumentos Congneres Documentos que devem ser juntados quando a TCE se referir a convnio ou instrumentos congneres a) b) cpia do termo formalizador da avena; cpia da nota de empenho e da ordem bancria, quando for o caso; e c) provas de que a autoridade competente exerceu tempestivamente a fiscalizao.

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___________________________________________________________________ O termo formalizador da avena o instrumento do convnio, ou outro que, nos termos do caput do art. 63 e do 2, do inciso I, da Lei n 4.320/64, atenda ao princpio de que toda despesa pblica tem por base um documento. Quanto ao sugerido no inciso c retro, a autoridade instauradora reputa-se satisfeita com a simples instaurao de TCE se a Prestao de Contas ocorrer posteriormente ou em seguida, se adotada outra medida que demonstre no s o acompanhamento da aplicao dos recursos como tambm as medidas para coibir o dano e punir o agente responsvel. importante lembrar o dever de reteno dos repasses de recursos, referidos no 3, do art.116, da Lei n 8.666/93, que estabelece:Art. 116. Aplicam-se as disposies desta Lei, no que couber, aos convnios, acordos, ajustes e outros instrumentos congneres celebrados por rgos e entidades da Administrao. 3 - As parcelas do convnio sero liberadas em estrita conformidade com o plano de aplicao aprovado, exceto nos casos, a seguir, em que as mesmas ficaro retidas at o saneamento das impropriedades ocorrentes: I quando no tiver havido comprovao da boa e regular aplicao da parcela anteriormente aplicvel, inclusive mediante procedimentos de fiscalizao local, realizados periodicamente pela entidade ou rgo descentralizador dos recursos ou pelo rgo competente do sistema de Controle Interno da Administrao Pblica; II quando verificado desvio de finalidade na aplicao dos recursos, atrasos no justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, prticas atentatrias aos princpios fundamentais da Administrao Pblica nas contrataes e demais atos praticados na execuo do convnio, ou o inadimplemento do executor com relao a outras clusulas conveniais bsicas; III quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partcipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo Sistema de Controle Interno.

Poder ocorrer, contudo que uma determinada Organizao, durante a gesto de uma autoridade, tenha procedido de modo irregular, mas a mesma tenha sido

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___________________________________________________________________ sucedida por outra autoridade, diligente, que tenha adotado providncias para resguardar o Errio e punir seu antecessor. Para disciplinar a omisso da lei, foi expedida a Instruo Normativa/STN n 1, de 15.01.97, que dispe:Art. 5 vedado: I celebrar convnio, efetuar transferncia, ou conceder benefcios, sob qualquer modalidade, destinado a rgo ou entidade da Administrao Pblica Federal, Estadual, do Distrito Federal, ou para qualquer rgo ou entidade, de Direito Pblico ou Privado, que no esteja em situao de regularidade para com a Unio ou com entidade da Administrao Pblica Federal Indireta; II destinar recursos pblicos como contribuio, auxlios ou subvenes s instituies privadas com fins lucrativos. 1 Para efeitos do inciso I, deste artigo, considera-se em situao de inadimplncia, devendo o rgo concedente proceder inscrio no cadastro de inadimplentes, do Sistema Integrado de Administrao Financeira do Governo Federal SIAFI e no Cadastro Informativo CADIN, o convenente que: I no apresentar a prestao de contas, final ou parcial, dos recursos recebidos, nos prazos estipulados por esta Instruo Normativa; II no tiver a sua prestao de contas aprovada pelo concedente por qualquer fato que resulte em prejuzo ao Errio; e III estiver em dbito junto a rgo ou entidade da Administrao Pblica, pertinente a obrigaes fiscais ou contribuies legais. 2 Nas hipteses dos incisos I e II do pargrafo anterior, a entidade se tiver outorgo administrador que no o faltoso, aps instaurao da Tomada de Contas Especial e remessa do processo ao Tribunal de Contas da Unio, ser liberada para receber novos recursos federais, mediante suspenso da inadimplncia, pela unidade de controle interno a que estiver jurisdicionado o concedente. 3 O novo dirigente comprovar, semestralmente, ao concedente o prosseguimento das aes adotadas, sob pena de retorno situao de inadimplncia.

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___________________________________________________________________ Providncias a serem tomadas pelo TCE - GO quando faltar documento essencial Para otimizar a anlise dos processos de TCE, vrios Tribunais de Contas incumbiram setores de verificarem se constam dos autos todos os documentos que, por regimento ou instrues, consideraram obrigatrios. s vezes, essa anlise procedida pelo rgo que instrui o processo, e em outras no. No segundo caso, pode ento ocorrer que o motivo determinante da instaurao do processo, por conseqncia lgica, autorize a dispensa de um ou mais documentos exigidos. Nesses casos, isto pode no ser alcanado pelo discernimento do agente, de nvel subalterno, encarregado do confronto dos autos com a norma. Por esse motivo recomenda-se que o GECONI, na sua manifestao, elenque item por item exigido e indique, ao lado desse rol, a pgina do processo em que est o documento e, se for o caso, anote ser o mesmo dispensvel, nas circunstncias. Esse procedimento funciona como uma espcie de check-list do processo. Portanto, quando, no TCE - GO, verificada a falta de documento que as normas, mesmo infralegais, reputaram essencial, os autos retornaro origem ou o julgamento ser convertido em diligncia.

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DA FASE INTERNA Neste captulo, ser abordado, passo a passo, o desenvolvimento de uma TCE na sua fase interna, como tal entendida a que ocorre entre o incio do processo e a remessa ao Tribunal de Contas do Estado, demonstrando os procedimentos que devero ser efetuados e os incidentes mais comuns. Do incio do Processo Ocorrendo um dos motivos determinantes para a instaurao do processo, a autoridade responsvel por essa instaurao reunir as pessoas que pretende designar para compor a comisso, esclarecendo-lhes o objetivo do trabalho, as possibilidades de recusa do encargo, de suspeio ou impedimento, a metodologia a ser utilizada, fornecendo-lhes algum material didtico e, caso julgue necessrio, as normas do TCE-GO sobre a matria. Em seguida, lavrar a Portaria de designao, entregando-lhes o documento no qual foi comunicado o fato (motivo determinante) da instaurao da TCE. Da Portaria de Instaurao da Comisso A Portaria de Instaurao da Comisso de TCE um instrumento que delega a um colegiado encargo definido, transferindo-lhe autoridade e dever. Requisitos formais da Portaria Esta Portaria dever, para sua validade, observar os seguintes balizamentos: o ato, normalmente conhecido como baixar a Portaria, dever ser praticado por autoridade competente; indicar os membros, qualificando-os funcionalmente, com a meno do posto, graduao, cargo, ou funo, e da matrcula, registrando quem presidir os trabalhos; citar o objetivo do trabalho; e estabelecer o prazo para concluso dos trabalhos. _______________________________________________________________52Gabinete de Controle Interno - GECONI GO

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preciso que conste do processo o objeto da apurao, sob pena de o trabalho ficar sem rumo claro e definido. Modelo de Portaria de Instaurao de Comisso de TCE O...*1..., no uso de suas atribuies...*2..., e tendo em vista o que dispe o art. 8 da Lei Orgnica do Tribunal de Contas do Estado, Lei n 12.785, de 21 de dezembro de 1995, resolve: Art. 1 Instaurar Comisso de Tomadas de Contas Especial, com o objetivo de apurar...*3... Art. 2 Designar...*4..., para comporem a referida Comisso, que ser presidida pelo primeiro, substitudo pelo segundo nas ausncias e impedimentos. Art. 3 A Comisso ficar desde logo autorizada a praticar todos os atos necessrios ao desempenho de suas funes, devendo os rgos vinculados a esta autoridade prestar a colaborao necessria que lhes for requerida. Art. 4 Os membros da Comisso ficaro liberados do desempenho de suas funes normais, conforme for deliberado pelo presidente da mesma. Art. 5 Fica concedido o prazo de 60 (sessenta) dias para a concluso dos trabalhos. Art. 6 Esta portaria entrar em vigor na data de sua publicao. Local e data Nome e assinatura da autoridade designante Observaes: *1.Indicar o ttulo do cargo da autoridade designante; *2.A atribuio dever, preferencialmente, estar expressa no Estatuto, Regimento ou Regulamento do rgo, admitindo-se, contudo, a competncia generalizada; *3.Haver duas alternativas: *3.1.indicar circunstancialmente as irregularidades (fatos) a serem apurados, sem emisso de prejulgamento (em relao aos agentes envolvidos), sob pena de nulidade; ou

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___________________________________________________________________ *3.2.fazer referncia a outro documento de carter confidencial, que ficar no processo, onde constem o fato e os indcios de autoria. Por exemplo:....apurar os fatos constantes do ofcio n ..., anexado ao processo n ... *4. Indicar o nome, posto ou graduao, o cargo e a matrcula dos membros da Comisso. Modelo de Portaria de Instaurao de Comisso de TCE para os rgos Este modelo de Portaria de Instaurao de Comisso de TCE poder ser utilizado por qualquer rgo GOVERNO DE GOIS SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA PORTARIA N 00/GAB, DD de MM de AA. O SECRETRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA , usando da atribuio que lhe confere a Portaria Reservada n 024/GAB , de 08/FEV/79 , e considerando o que dispe o Art. 8 da Lei Orgnica do Tribunal de Contas do Estado TCE , Lei n 12.785, de 21 de dezembro de 1995, resolve: Art.1- Instaurar Comisso de Tomada de Contas Especial TCE, no DEPARTAMENTO DE MATERIAL E PATRIMNIO, com a finalidade de apurar os fatos contidos no Ofcio n XX/DIR/YY, de DD MM AA, do Diretor do Departamento. Art.2- Designar os servidores, abaixo nomeados, para comporem a referida Comisso, que ser presidida pelo primeiro, substitudo pela segunda nas ausncias e nos impedimentos e secretariado pelo terceiro: FULANO SILVEIRA SICRANA DE OLIVEIRA BELTRANO PEREIRA Art.3- A Comisso ficar desde logo autorizada a praticar todos os atos necessrios e pertinentes ao desempenho de suas funes, devendo o Departamento citado prestar toda a colaborao necessria e que lhes fo