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Título Teko-Porã, o bem viver Ficha Técnica Nome da Escola: G.R.E.S.E. Polinômios da Vila Cores oficiais: Azul e Branco Símbolo: Gráfico Presidente e Carnavalesco: Beto Limberger Número de setores: 06 Número de alegorias: 06 Número de alas: 22

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Título

Teko-Porã, o bem viver

Ficha Técnica

Nome da Escola: G.R.E.S.E. Polinômios da Vila

Cores oficiais: Azul e Branco

Símbolo: Gráfico

Presidente e Carnavalesco: Beto Limberger

Número de setores: 06

Número de alegorias: 06

Número de alas: 22

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Introdução

Em um período histórico marcado pelo aumento da intolerância,

nossa escola propõe um reencontro com os saberes dos povos que

habitavam terras sul-americanas antes da chegada dos

colonizadores. Especialmente com os princípios do “bem viver”,

expressão de utopia dos povos andinos, conhecida como Sumak

Kawsay, para os quéchuas, Suma Qamaña, para os aimarás e Teko-

Porã, para os guaranis.

O conceito de “bem viver” para esses povos envolve

seus modos de vida, sua relação com a terra e,

também, as relações interpessoais. Nosso enredo será

centrado no Teko-Porã, o “bem viver” guarani,

mostrando como suas lendas, mitos e rituais integram

essa visão de mundo em harmonia.

Mais que um enredo, Teko-Porã, o bem viver busca ser um ritual

guarani em plena avenida, e, para além, busca ser um grito de paz e

esperança na construção de um mundo melhor.

sinopse

Teko-Porã (que também assume as variações Tekoporã, Teko Porã ou

Tekopor ã) é uma expressão guarani que significa “bem viver”. Uma

expressão de utopia, que envolve um conjunto de valores éticos para

a vida em comunidade, a relação do homem com a natureza, com os

deuses e com os acontecimentos do tempo em que vive.

O elemento fundamental para a vida social do

povo guarani, e que ajuda a compreender o

“bem viver”, é a terra, que é vista como um

corpo que se alonga e se estende, de modo a

sustentar física e espiritualmente todos os

seres viventes. Sua importância é tão forte, que

para este povo ela não pode ser considerada como posse de um

indivíduo ou grupo de indivíduos. Aliás, os guaranis têm a

consciência de que eles é que pertencem à terra, e isto está

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diretamente relacionado com as suas concepções de criação da terra

e dos homens.

A terra (yvy, para os guaranis) é compreendida como a parte do

cosmo criada e destinada aos cuidados dos índios por Ñande Ru

Guasu, que pegou uma pequena porção de barro e soprou, para que

ela pudesse se expandir. Assim, Ñande Ru Guasu conseguiu colocar

os pés sobre a terra e jogou nela as primeiras sementes para dar

origem também aos que habitariam a terra, os Ava (homem guarani),

que emergiram dessas sementes lançadas na terra. O “bem viver”

tem como base o equilíbrio da relação simbiótica entre os guaranis e

a terra, que para eles é dividida em três espaços distintos: a mata, a

roça e a aldeia.

Sendo o lugar da caça, da pesca e

da coleta, a mata também é

formada pelas árvores e por

entidades. Os animais que

habitam a mata vivem em

perfeita harmonia e são

protegidos pelos seres da floresta, assim, os guaranis costumam

cultuar os kaá-ijá, que são os donos da mata, pedindo a eles

proteção e perdão pelo mal necessário, que é a morte do animal

caçado. Além da proteção, os seres da floresta fornecem aos animais

condições para que eles possam viver bem, como o caso dos

iñakanguajá, os donos dos barreiros, locais onde os animais vão

buscar o sal que aflora da terra. As plantas encontradas na mata têm

o poder da cura, sendo que os guaranis acreditam que as plantas

possuem alma e que esta evoca espíritos para o auxilio do doente.

Essa sabedoria é passada para as crianças, através de brincadeiras e

cânticos, em um deles elas repetem yvyra ñe’e ñand’api, que

significa: a alma das árvores nos fere. A ligação entre as árvores é

realizada pelos pássaros, sendo que muitas vezes estes são ainda

conhecidos como mensageiros que podem levar súplicas e

agradecimentos ao mundo celestial. Assim, surge um dos pássaros

mais importantes para os guaranis, o maino’i, o beija-flor, que foi

justamente o primeiro pássaro criado por Ñande Ru Guasu. É

bastante comum que os guaranis façam analogias da terra com o

corpo humano, e, para eles, as árvores são os cabelos da terra, yvy ’a,

destacando assim sua importância para o bem viver dos homens.

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Assim como a mata, a roça é de vital

importância para a sobrevivência dos

guaranis, pois ali eles cultivam seus

alimentos. Esse cultivo é realizado

utilizando técnicas que respeitam a terra

e a ajudam a produzir mais, como por

exemplo, proporcionar à terra um

período de descanso, no qual há um

reflorestamento espontâneo, que os

índios conhecem por ñemboka’aguyjevy, que significa justamente

deixar o mato voltar a crescer. Entre os principais plantios estão a

mandioca (mandi’o), a batata doce (jety) e a cana-de-açúcar

(takuare’e), que constituem não só a base da alimentação da aldeia,

como também ingredientes essenciais para o preparo de bebidas

fermentadas consumidas pelos índios em celebrações, como o kãguy.

Um cultivo também essencial para os guaranis é do milho branco

(avati moroti), que ao contrário de outros alimentos que, com a

colonização passaram a ser comercializados, tem sua

comercialização proibida, por ser um alimento considerado sagrado.

Aliás, é justamente o avati moroti um elemento determinante no

ritual do avatikyry, uma celebração que é considerada o batismo do

milho e das plantas novas, realizado para não permitir que a terra

adoeça, mantendo o equilíbrio entre os períodos de plantio e de

descanso.

As celebrações ocorrem, em sua

maioria, na porção de terra

conhecida como aldeia, local das

moradias dos guaranis, que também

é local de chegada dos novos índios

ao mundo. Para os guaranis a

gravidez é conhecida como o

resultado de um sonho, a criança se

torna humana ao nascer, quando é possuída pela palavra

(oñemboapyka). Os pequenos índios costumam residir no mesmo

local de seus antepassados, sendo, na maioria das vezes, uma

exigência das tribos a existência de famílias extensas, te’yi, sendo

que às vezes é possível encontrar grupamentos com até cinco

gerações convivendo em conjunto. Esses grupamentos costumam

habitar regiões distantes, numa disposição geográfica conhecida

como sarambi, que significa que esparramada. Essa disposição

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geográfica faz com que os índios tenham que caminhar até a casa de

seus vizinhos, reforçando o relacionamento com a terra, já que para

chegar na casa dos vizinhos eles precisam percorrer uma trilha,

também conhecida como tape po’i. Embora os te’yi tenham

autonomia para as atividades de caça e pesca, em épocas de

celebrações ou de planejamento de guerras, eles costumam se reunir

em um espaço amplo, conhecido com guará, que proporciona o

contato e as relações formadas por estas famílias extensas, formado

por uma grande oca e um grande espaço de terra.

O guará também é o espaço onde

são realizadas as festas profanas

(guaxire), que possibilitam

matrimônios e a formação de

alianças entre os grupos. Essas

alianças são fundamentais para a

formação do conceito de terra

madura, terra plena na qual é

possível os homens viver em

harmonia, e, portanto, essenciais

para atingir o bem viver. Os territórios também possuem lideranças

religiosas próprias, que atuam para manter a harmonia do espaço,

são os tekoaruvixa. Também depende destas lideranças cumprirem o

princípio de reciprocidade que permeia as relações guaranis, ekovia

va’erã teko avy, que significa que para qualquer desvio de conduta

de um indivíduo, ele deve dar em troca ou substituir, ou seja, se um

guarani assassina seu semelhante, ele deve dar a vida em troca para

substituir a vida ceifada. Esse mesmo princípio de reciprocidade

deve ser aplicado pelos índios em sua relação com a terra, muitas

roças tem certo caráter privado, porém algumas vezes é necessária a

produção participativa nas lavouras, o chamado potyrõ, que conjuga

trabalho e festa, e intensifica as relações sociais. Assim a terra

madura diminui sua característica utópica e se torna mais próxima

do tempo-espaço atual dos índios, conhecido como ará, que significa

ar, e mostra a necessidade de concretização das expectativas. Essa

concretização por sua vez revela um espaço de uma terra sem males,

yvy maraney, local de terra fértil, onde não imperam a fome, a

miséria nem a doença.

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A yvy maraney é o primeiro pressuposto para

atingir o ‘bem viver’, a vivência em harmonia.

Ela também auxilia na concretização do

projeto de vida do homem guarani buscando

sua maturidade, após o impulso inicial do

nascimento, designado pelo termo itymby, que

significa broto, semente. A busca por esta

maturidade inicia já na infância, na qual os

pequenos guaranis são guiados pela

koembidja, a estrela da manhã, que transmite

sabedoria ao ser observada no céu. Assim, os

guaranis obtêm a sabedoria necessária para

viver em harmonia e de acordo com os donos e protetores do ser, o

tekojará, que guiam a harmonia também da vida dos animais da

floresta. Também os ensinamentos passados são importantes na

construção do ‘bem viver’, uma vez que as experiências mítico-

históricas do passado auxiliam na formação de um espaço-tempo

renovado, no qual o ‘bem viver’ será possível. Este espaço tempo

renovado recebe o nome de ará pyahu. Assim, com a vida em

harmonia com o presente e o passado, com a mata, a roça e os

demais índios, é possível viver bem coletivamente, construir uma

convivência comunitária, na qual o ser é também comunidade. Esse

‘bem viver’ para os guaranis é conhecido como teko-porã. Uma

possível imagem para uma vida em harmonia está nos escritos

indígenas como a descrição do paraíso encontrado em algumas

bibliografias indígenas, no qual há araras, sabiás e também mel para

beber.

O conceito de ‘bem viver’

também transcende o universo

indígena e passa a ser aplicado

na sociedade em geral,

contrapondo o fracassado

modelo desenvolvimentista. A

boa relação com a terra, os

animais, com a natureza em seu

sentido mais amplo e com os

demais homens já foi incorporada na constituição do Equador (em

2008) e da Bolívia (em 2009), servindo como uma busca de

alternativas ao desenvolvimento.

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Desenvolvimento

Abaixo, apresentamos o desenvolvimento do enredo, através de alas

e alegorias, distribuídas em setores.

Setor 1

A criação

O primeiro setor da escola retrata a

criação da terra e dos homens na

visão dos guaranis.

Comissão de frente

Yvy

A comissão de frente representa a

criação da terra. Um dos seus

integrantes representa Ñande Ru

Guasu, enquanto os outros estão

fantasiados de barro. Quando o

integrante que representa Ñande Ru

Guasu sopra um pedaço de barro, os

demais correm em direção a ele, e

esticam a partir deste pequeno pedaço

de barro um pano muito grande,

marrom, que eles esticam. Assim, com

a terra formada, Ñande Ru Guasu tem

onde colocar seus pés. O tecido

esticado forma uma espécie de cama

elástica, e a performance do integrante

que representa Ñande Ru Guasu

termina com ele lançando um punhado

de sementes sobre o abre-alas.

Abre-Alas

Ava

O abre-alas da escola representa a

criação dos índios guaranis. É uma

alegoria inteira em tons marrons,

como se fossem uma extensão do

tecido utilizado pela comissão de

frente. A partir do lançamento das

sementes pelo integrante da comissão

de frente, engrenagens fazem com que

grandes estátuas de índios guaranis

saiam da terra.

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Setor 2

A mata

O segundo setor da escola

apresenta a harmonia dos

guaranis com a mata e o bom

uso que eles fazem dela.

Ala 1

Kaá-ijá

A ala representa os donos da mata e as

fantasias embora tenham uma mesma

base cromática em marrom, possuem

no costeiro vários animais diferentes,

geralmente caçados pelos guaranis,

como tatu, paca, anta e jacaré.

Ala 2

Iñakanguajá

Os donos dos barreiros apresentam

também uma fantasia em tom marrom,

criando um degrade entre a abertura

da escola e o desenvolvimento das

alas. O esplendor da fantasia tem

alguns detalhes em branco,

destacando a metáfora do sal da terra.

Ala 3

Yvyra ñe’e ñand’api

O poder de cura das plantas é

destacado nesta ala, que ainda

apresenta pequenos traços de tons

marrons, mas já bastante intercalados

com o verde, concluindo o degrade da

abertura da escola (marrom) e

iniciando o degrade em verde.

Ala 4

Maino’i

A ala vem representando o beija-flor e

a ligação que ele realiza entre as

árvores da floresta e com o mundo

celestial. A fantasia tem tons de verde

e os beija-flores aparecem na cabeça

dos componentes.

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Alegoria 2

Yvy ’a

A alegoria representa a mata,

considerada pelos guaranis como o

cabelo da terra. Além das grandes

árvores, a alegoria ainda apresenta os

animais, os rios e os seres

sobrenaturais. A alegoria é

predominantemente verde,

completando o degrade iniciado nas

alas anteriores.

Setor 3

A roça

O terceiro setor da escola apresenta

o modo como os guaranis cultivam

a terra e as principais plantas

utilizadas para sua alimentação.

Ala 5

Ñemboka’aguyjevy

A ala representa o reflorestamento

espontâneo no período de descanso da

terra, entre um plantio e outro. A

fantasia é formada por pequenas

folhagens e possui tons verdes, já

iniciando o degrade do setor anterior.

Ala 6 (Baianas)

Mandi’o

A ala vem representando o roçado de

mandioca, reproduzindo a própria

planta. A base da saia é formada pelas

raízes, ou seja, a própria mandioca, o

pano de costas vem representando o

caule da planta em motivos

geométricos indígenas e a parte de

cima da fantasia apresenta as folhas

verdes da planta, encerrando o

degrade do setor anterior.

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1° Casal de Mestre-

sala e Porta-bandeira

Jety

O casal de mestre-sala e porta-

bandeira da escola apresenta fantasia

em tons roxos e amarelos,

representando a batata doce, elemento

importante da alimentação e cultivo

guarani. A fantasia é clássica, com

costeiro de plumagem e

predominantemente roxa, com plumas

e elementos em pedraria amarelos e

dourados. Ainda, há um sutil trabalho

de degrade na capa do mestre-sala e

na saia da porta-bandeira, conduzindo

também para alguns elementos em

verde.

Ala 7 (Bateria)

Takuare’e

A fantasia da bateria representa a

cana-de-açúcar, em motivos verdes e

amarelos, já iniciando o degrade do

final do setor.

Ala 8 (Passistas)

Kãguy

Os passistas vêm com uma fantasia em

tons prioritariamente amarelos,

representando a bebida feita à base de

milho, batata doce e cana-de-açúcar,

que é utilizada em rituais guaranis.

Ala 9

Avati moroti

Uma fantasia amarela representando

um milharal. Algumas espigas estão

fechadas e outras abertas, mostrando

o milho branco, base do ritual

avatikyry.

Alegoria 3

Avatikyry

A alegoria em tons de amarelo

representa a roça e traz em seus

elementos os principais alimentos

cultivados pelos guaranis. Ainda, na

parte superior traseira há um grande

espaço com índios simulando que

estão bebendo o kãguy e realizando o

ritual do batismo do milho e das

plantas novas.

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Setor 4

A aldeia

O quarto setor da escola apresenta o

modo como os guaranis convivem e

como são constituídas as aldeias.

Ala 10

Oñemboapyka

O despertar do sonho e a incorporação

da palavra são representados por essa

ala que representa o nascimento dos

índios na aldeia. A fantasia é amarela

iniciando o degrade do setor anterior.

Ala 11

Te’yi

A ala representa as famílias extensas,

através de ilustrações de várias

gerações indígenas. A fantasia

completa o degrade amarelo e inicia

através das plumas um degrade ocre.

Ala 12

Sarambi

Os grupamentos espalhados pela

floresta são representados por essa

ala, que possui dois tipos de fantasia,

um em tom ocre representando a mata

e outra em um tom mais claro

representando as habitações dos

índios.

Ala 13

Tape po’i

A ala representa as trilhas da floresta.

Tem o tom ocre que predomina no

setor, e ainda alguns elementos da

mata e das habitações, que compõe a

ligação proporcionada pelos caminhos.

Alegoria 4

Guará

Uma imensa alegoria ocre representa o

guará, um grande espaço de

celebração e encontro do povo

guarani. O fundo da alegoria possui

uma grande oca, e na parte da frente

os destaques realizam coreografias de

rituais indígenas.

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Setor 5

A terra plenificada

O quinto setor da escola apresenta os

conceitos da terra madura, terra

plenificada, fundamentais para o bem

viver.

Ala 14

Guaxire

A ala representa as festas profanas,

fundamentais para a formação de

novas alianças. A fantasia apresenta o

início do degrade do tom ocre do setor

anterior.

Ala 15

Tekoaruvixa

Os líderes religiosos que mantém a

harmonia dos grupos indígenas são

representados nesta ala. Ela finaliza o

degrade ocre iniciado na ala anterior e

inicia o degrade azul deste setor.

Ala 16

Potyrõ

A ala representa a conjugação entre

trabalho no roçado e festas, que

intensificam as relações entre os

índios na busca da terra plena. A

fantasia apresenta elementos de roça e

festas indígenas, iniciando o degrade

azul do setor.

Ala 17

Ará

Uma fantasia azul representa o ar, o

tempo-espaço atual, buscando mostrar

a necessidade de concretização das

expectativas dos guaranis com o

conceito de terra madura, terra plena.

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Alegoria 5

Yvy maraney

A alegoria apresenta a terra sem

males, com plantações, bom convívio

social, sem fome nem miséria. A

alegoria traz tons azuis, representado

a concretização desta utopia no tempo

atual, são representados animais,

índios em harmonia e frondosas

plantações.

Setor 6

O bem viver

O sexto setor da escola apresenta o

bem viver, a harmonia entre o

homem guarani e a terra,

incluindo todos os seus elementos.

Ala 18

Itymby

O broto, a semente, o projeto de vida

plena do povo guarani vem

representado nesta ala. Ela inicia o

degrade azul do setor anterior.

Ala 19

Koembidja

A ala representa a estrela da manhã,

que transmite seus conhecimentos

para os pequenos guaranis quando

observada no céu. A ala encerra o

degrade azul do setor anterior e já

apresenta elementos em branco que

será a cor deste setor.

Ala 20

Tekojará

Para atingir o estágio do bem viver, é

preciso viver em harmonia de acordo

com os donos e protetores do ser. A

fantasia da ala representa estes donos

e protetores do ser, com uma fantasia

branca.

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Ala 21

Ára pyahu

A ala representa o espaço-tempo

renovado baseado na experiência

antiga, ela traz elementos da

religiosidade guarani. A fantasia

também é branca, buscando assim

uma representação da harmonia

proporcionada por este tempo de

renovação.

Alegoria 6

Teko-porã

A representação do teko-porã na

alegoria virá através da representação

do paraíso na visão dos indígenas. Ela

é toda em tons brancos, fazendo com

que os sabiás, as araras, as bananas e

o mel ganhem destaque. A parte

traseira da alegoria é um imenso cocar

branco com representações de

harmonia entre os índios através de

estátuas brancas em relevo nas penas.

Ala 22 (Velha Guarda)

O ‘bem viver’ na

constituição

A velha guarda da escola vem com

traje tradicional em tons brancos. Eles

trazem nos braços elementos que

fazem referência às bandeiras do

Equador e da Bolívia. Trazem também

no peito um broche em formato de

livro aberto, com a inscrição teko-porã.

Referências bibliográficas

Sites de internet

Atividades produtivas, Povos Indígenas no Brasil. Disponível em:

http://pib.socioambiental.org/pt

Artigos e publicações científicas

O desafio das teologias índias – Faustino Teixeira

Bem-viver (Suma Qamaña) e o neoextrativismo na Bolívia: o caso

TIPNIS – Maria Teresa Braga Bizarria

A terra na visão indígena – José Lino Menegassi

Por um estado de bem viver – Daniel Seidel

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O tekoha como categoria histórica: elaborações culturais e estratégias

guarani na construção do território – Fábio Mura

Calendário Cosmológico: os símbolos e as principais constelações na

visão guarani – Geraldo Moreira e Wanderley Cardoso Moreira

A palavra e a fala como constituidores do sujeito na cultura guarani:

influências na concepção sobre a surdez – Luciana Lopes Coelho e

Marilda Moraes Garcia Bruno

O bem viver nos povos indígenas – Graciela Chamorro

Livros

Tekoporã, arte indígena y popular del Paraguay,

Colección Museo del Barro – Museu Nacional de Bellas

Artes (Argentina) – Ticio Escobar (curador).

Observação: embora tenham sido consultadas bibliografias

provenientes de trabalhos científicos, há, por diversas vezes conflito

de informações presentes nestes trabalhos. Assim, o autor optou por

utilizar o livro guia. Justificam-se os conflitos pelas transformações

nas comunidades guaranis, afastadas umas das outras pelo

‘desenvolvimento’ dos países da América do Sul. As imagens

presentes no enredo são de acervos digitais e foram utilizadas

somente a título de ilustração.