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Tiragem: 66500 País: Portugal Period.: Mensal Âmbito: Femininas e Moda Pág: 84 Cores: Cor Área: 20,00 x 24,88 cm² Corte: 1 de 11 ID: 68297395 01-03-2017 Março Sinónimo de primavera, março é um bom iin para descobrir formas de consumo mais conscientes P amigas do amhiente. conbecer produtores nacionais para quem (1 natureza rem sempre 1)11inch- o. descobrir O que as cidades de todo O mundo ft " 1:ent paat ficarem mais reales ou. a um nível mais individual. (trançar para (1 primeira eAperiência de jardinagem. Fique aqui saber como. por Susana Torrão m Berlim, há um novo tipo de guerrilha. É feita com pás, enxadas e ancinhos e tem como principal intuito a ocupação de espaços. O objetivo? Torná-los mais verdes e agradáveis e fomentar a criação de laços entre a comu- nidade. Nascida do outro lado do Atlântico, em Nova Iorque, a gardening guerrilla é uma forma de agricultura com propósitos políticos que se está a espalhar pelo mundo. Este é apenas um dos exemplos da cada vez maior necessidade de urna ligação à natureza, assumida, à vez, por autar- quias, produtores e cidadãos individuais. Em Paris, também nascem hortas nos locais menos prováveis. Datas como o Dia Internacional da Vida Selva- gem, já dia 3 e o Dia Mundial da Árvore, a 21 de março, são momentos importantes para promover uma maior ligação à natureza e aos seus ciclos. Se quiser entrar nesta "onda verde", saia para a rua... ou fique-se apenas pela sua varanda. Mas, primeiro, leia este artigo e os conselhos que lhe damos para tornar o seu mês de março verdadeiramente florido. Descubra o jardineiro que há em si "Se há bobby barato é a jardinagem. É urna questão de se querer." Quem o garante é Teresa Chambel, diretora da revista jardins, arquiteta paisagista de formação e autora dos livros Umfardim para Cuidar e Um jardim dentro de Casa. Para Teresa, a luz é o único fator limitante para quem quer ganhar "dedos verdes". "Todas as plantas precisam de um mínimo de quatro a cinco horas de luz por dia. Mas nem todas precisam de sol direto. Se tivermos luz, podemos ter uma série plantas. Se tivermos sol direto, pode- mos ler mais uma data delas", explica a especialista. Considerado o fator luz, qualquer principiante na jardinagem deve avaliar também o grau de sombra de que a sua varanda, pequeno jardim ou parapeito de janela usufrui. Depois há que escolher as plantas adequadas a cada espaço: as plantas de sombra - em geral com folhas maiores e mais escuras, como as hortenses - para locais mais sombrios e as espé- cies mais habituadas à luz e calor - com folhas mais pequenas, como as alfazemas e os tomilhos - para pontos mais soalheiros. "Não vale a pena ir contra a natureza", afirma Teresa Chambel. "Para começar a cultivar, as pessoas têm de sa- ber um bocadinho sobre a planta que vão cultivar. (;onbeca o S.11/ O Sistema Agroflorestal (SAF) é um modo de produção biológico que está a ganhar expressão em muitos países, nomeadamente no Brasil. O sistema promove a plantação de espécies florestais e agricolas numa mesma área, de modo a que todas possam desenvolver- -se harmonicamente. Ao contrário do que acontece numa floresta natural, em que a variedade de espécies é na ordem das centenas, num SAF, estas rondam as dez a 20 espécies. O SAF conduz a um aumento da matéria orgânica no solo, diminuindo a erosão e aumentando a quantidade de biomassa e carbono fixados. Além disso, a criação deste tipo de sistema promove a biodiversidade das regiões em que é implantado, o que é importante, nomeadamente, para o controlo natural de pragas. GETT Y IMAGES

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Março

Sinónimo de primavera, março é um bom iin para descobrir formas de consumo mais conscientes

P amigas do amhiente. conbecer produtores nacionais para quem (1 natureza rem sempre 1)11inch-o. descobrir O que as cidades de todo O mundo ft" 1:ent paat ficarem

mais reales ou. a um nível mais individual. (trançar para (1 primeira eAperiência de jardinagem.

Fique aqui saber como. por Susana Torrão

m Berlim, há um novo tipo de guerrilha. É feita com

pás, enxadas e ancinhos e tem como principal intuito a ocupação de espaços. O objetivo?

Torná-los mais verdes e agradáveis e fomentar a

criação de laços entre a comu-nidade. Nascida do outro lado do

Atlântico, em Nova Iorque, a gardening guerrilla é uma forma de agricultura com propósitos políticos que se está a espalhar pelo mundo. Este é apenas um dos exemplos da cada vez maior necessidade de urna ligação à natureza, assumida, à vez, por autar-quias, produtores e cidadãos individuais. Em Paris, também nascem hortas nos locais menos prováveis.

Datas como o Dia Internacional da Vida Selva-gem, já dia 3 e o Dia Mundial da Árvore, a 21 de março, são momentos importantes para promover uma maior ligação à natureza e aos seus ciclos. Se quiser entrar nesta "onda verde", saia para a rua... ou fique-se apenas pela sua varanda. Mas, primeiro, leia este artigo e os conselhos que lhe damos para tornar o seu mês de março verdadeiramente florido.

Descubra o jardineiro que há em si "Se há bobby barato é a jardinagem. É urna questão de se querer." Quem o garante é Teresa Chambel, diretora da revista jardins, arquiteta paisagista de formação e autora dos livros Umfardim para Cuidar e Um jardim dentro de Casa. Para Teresa, a luz é o único fator limitante para quem quer ganhar "dedos verdes". "Todas as plantas precisam de um mínimo de quatro a cinco horas de luz por dia. Mas nem todas precisam de sol direto. Se tivermos luz, podemos ter uma série plantas. Se tivermos sol direto, pode-mos ler mais uma data delas", explica a especialista. Considerado o fator luz, qualquer principiante na jardinagem deve avaliar também o grau de sombra de que a sua varanda, pequeno jardim ou parapeito de janela usufrui. Depois há que escolher as plantas adequadas a cada espaço: as plantas de sombra - em geral com folhas maiores e mais escuras, como as hortenses - para locais mais sombrios e as espé-cies mais habituadas à luz e calor - com folhas mais pequenas, como as alfazemas e os tomilhos - para pontos mais soalheiros. "Não vale a pena ir contra a natureza", afirma Teresa Chambel. "Para começar a cultivar, as pessoas têm de sa-

ber um bocadinho sobre a planta que vão cultivar.

(;onbeca o S.11/ O Sistema Agroflorestal (SAF) é um modo de produção biológico que está a ganhar expressão em muitos países, nomeadamente no Brasil. O sistema promove a plantação de espécies florestais e agricolas numa mesma área, de modo a que todas possam desenvolver--se harmonicamente. Ao contrário do que acontece numa floresta natural, em que a variedade de espécies é na ordem das centenas, num SAF, estas rondam as dez a 20 espécies. O SAF conduz a um aumento da matéria orgânica no solo, diminuindo a erosão e aumentando a quantidade de biomassa e carbono fixados. Além disso, a criação deste tipo de sistema promove a biodiversidade das regiões em que é implantado, o que é importante, nomeadamente, para o controlo natural de pragas. G

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E depois é como com as receitas de cozinha: come-ça-se por uma coisa simples - manjericão, cebolinho, alfazemas, malmequeres, alecrim", sugere a diretora da Jardins, que lança o alerta: tudo o que é suposto dar fruto - dos morangos aos tomates, pimentos e limoeiros - tem de ter sol direto.

Ao contrário do que muitos jardineiros principian-tes podem julgar, a água não é o remédio para todos os males das plantas. 'As pessoas pensam: a planta está amarela, o melhor é regá-la; está castanha, deve ser regada; está verde, precisa de água. E isto não é verdade. As plantas são seres vivos como nós e não vivem só de água", alerta Teresa Chambel. Uma boa alimentação é essencial e, tal como os seres humanos, se forem bem alimentadas, as plantas não necessitam de grandes suplementos. O segredo está num bom substrato (terra), que deve ser reposto várias vezes ao ano. Existem diferentes tipos de substrato, mas um bom truque para quem quiser apostar só num

Algumas plantas, como algumas espécies de urze, não toleram bem a água da rede pública. Outras são polinizadas por um tipo de inseto especifico e há ainda aquelas cujas raízes criam associações com fungos que não existem em todos os locais. Estes podem ser motivos para que nem todas plantas trazidas da natureza prosperem no jardim.

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O que 'f-á no campo err e o clJe node (ou não) traze para cAsa Muitas espécies silvestres atingem o auge da floração anual nos meses de março e abril, o que convida a um passeio pelo campo. Quem o fizer poderá ver, entre outras flores, narcisos e orquídeas. Os primeiros são em tudo semelhantes aos de jardim, mas muito mais pequenos. As segundas não são tão fáceis de identificar, mas valem bem a pesquisa. Os ranúnculos, violetas, roselhas, ervilhacas, bocas-de-lobo e malmequeres são outras das espécies em flor este mês. E, como é nesta época que tojos, urzes, rosmaninhos e alecrim entram em floração, um passeio ao ar livre transforma-se num autêntico mergulho em perfume. E possível replicar este jardim selvagem em casa. Mas há regras a respeitar. Algumas espécies, como os narcisos e as orquídeas, estão protegidos e não podem ser colhidas. As restantes espécies referidas não são alvo de proteção, mas não poderão ser colhidas caso se encontrem em parques ou reservas naturais. Fora das reservas, e tratando-se de plantas comuns, podem ser recolhidas sementes - no final da primavera, inicio de verão - para fazer um pequeno viveiro de plantas silvestres autóctones. No caso das plantas lenhosas, como o alecrim, o indicado é cortar uns raminhos para fazer estacas, o que deve ser feito no início da primavera ou no utono. Se os viveiros forem um sucesso, o transplante é feito no outono. Há ainda que ter em conta que, por vezes, plantas pequenas têm raízes longas e é preciso um cuidado extra para não danificar a raiz durante o transplante.

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tipo é utilizar o destinado às espécies hortícolas, mais rico em matéria orgânica. Ir buscar terra a um jardim é uma ideia a que, de acordo com Teresa Chambel, se deve resistir já que há o risco de esta conter doenças e infestantes. Luz, um bom substrato e um recipiente são assim os cuidados básicos para cultivar o que quer que seja. Ir buscar a planta ao viveiro e deixá-la seis meses no vaso em que estava na loja é, definitivamente, uma má ideia. "A partir cio momento em que a levamos para casa, temos de ter o cuidado de a mudar para um vaso ligeiramente maior, com um bom substrato e boa drenagem nos 15 dias seguintes", afirma Teresa Chambel. Depois há que revolver a terra à superfície de vez cm quando e regar sempre que necessário. Um bom truque é espetar um pauzinho até à raiz para ver se esta tem água. "Por vezes pensamos que o vaso está seco e está encharcado na raiz. Ao continuarmos a regar podemos fazer com que a planta morra ou que de-

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senvolva doenças", alerta. No caso das plantas com fruto - e é possível cultivar qualquer árvore de fruto num vaso de 50 a 60 centímetros - é necessário reforçar os nutrientes na altura da frutificação. Uma dica: o fertilizante de eleição para "reresa Chambel é o húmus de minhoca. "Compra-se em sacos, é barato e não cheira", afirma.

Tarefas para março Na jardinagem, março é o mês em que tudo aconte-ce. "É a altura ideal para começar a semear tudo o que são flores de verão - petúnias, bocas-de-lobo, ervilhas-de-cheiro, goivos, calêndulas, maravilhas, flores que eram muito tradicionais nos nossos jardins e que agora estão a regressar", diz Teresa Chambel.

É também o bom momento para preparar a horta, adquirindo tomateiros, pimenteiros e beringelas ain-da pequenos. "Aconselho que não se ponham já na terra. O melhor é deixá-los num vaso mais pequenino

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tMUUM NAHORTA Pode escolher espécies comestíveis como as chagas, ervilhas-de-cheiro e cravos-túnicos. Além de trazerem abelhas à sua horta, enriquecem as saladas.

2. MANJERICÃO ETOMATE No prato ou na horta, as duas espécies complementam--se, já que o manjericão, semeado ao pé dos tomateiros, afasta algumas pragas que os afetam. Os cravos-túnicos também são bons aliados dos tomateiros.

3. CEBOLAE ALHO FRANGES CONTRA AATICA Estas plantas afastam a ática, uma praga que afeta couves, acelgas, espinafres e rúcula, deixando as folhas furadas.

4. TREVO PARA FERTILIZARA TERRA O frevo dá azoto às culturas. Idealmente, pode até ser semeado primeiro.

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e, quando a planta tiver uns dez a 15 centímetros, mudar para um vaso maior', recomenda a espe-cialista. Caso a opção seja a sementeira, o proce-dimento é semelhante: enterram-se as sementes em caixas de ovos utilizando um substrato para sementeiras, resguardam-se do sol direto e pul-verizam-se diariamente. Quando a planta começa a germinar já pode apanhar o sol da manhã e, quando estiver do tamanho de um dedo polegar, pode ser mudada para um vaso. "Criar um minijardim é uma coisa muito gira

para fazer com os miúdos: semear um girassol e à volta pôr ervilhas-de-cheiro, que cheiram ma-ravilhosamente e até podem subir pelo girassol", sugere a autora de UmJardim dentro de Casa. Os mais crescidos podem ter o gozo de criar a sua própria salada num canteiro: um tomateiro, algu-mas alfaces, rúcula e manjericão 'e é só esperar que cresçam!

É também em março que devem ser plantados os chamados bolbosde verão, corno os jarros, os gladíolos e as dálias, já que neste momento estão em floração narcisos, jacintos, as frésias e tulipas - os bolbos de inverno -, plantados em novem-bro e dezembro. Num jardim, os bolbos podem ser deixados na terra e voltarão a germinar no próximo ano. Num vaso ou canteiro podem ser retirados e guarda-dos, mas com algumas cautelas. "Deve esperar-se que a planta fique toda amarela - sinal de que todos os nutrientes da planta estão já no bolbo - e depois deixar secar bem. Podem ser depois guardados na despensa e, um mês antes da plantação, deixados no congelador, já que o frio força a germinação", explica Teresa Chambel.

Cidades mais verdes E não são apenas os particulares que estão cada vez mais dedicados à jardinagem e hortofloricultu-ra. Um pouco por todo o mundo, nos últimos anos, assistiu-se à multiplicação de iniciativas que ten-tam tornar mais verdes as grandes cidades. Anne Hidalgo, a presidente da Câmara de Paris tem o objetivo de conseguir 100 hectares de espaços e telhados verdes na cidade até 2020. Para isso foi aprovada uma nova lei municipal que permite a qualquer cidadão pedir uma autorização para cul-tivar onde quiser. Qualquer terreno público pode ser transformado numa horta, canteiro ou jardim. As autorizações são válidas por três anos, podem ser renovadas e implicam a obediência a algumas regras, nomeadamente cultivar de forma susten-tável, sem recurso a pesticidas ou herbicidas, e o respeito pela estética da cidade. A Câmara de Paris selecionou 33 projetos de agricultura urbana na

reirk A Plantit, urna empresa especializada e vocacionada para a comercialização, instalação, manutenção e execução de projetos no âmbito da implementação de hOrtas-jardins ecológicas, acaba de lançar uma nova ferramenta para difundir as práticas da agricultura urbana em Portugal. Trata--se de uma aplicação Que pretende ajudar a cuidar de urna horta em casa. Esta nova ferramenta .disponibiliza informação e dicas práticas sobre como cultivar rúcula. coentros. salsa, morangos, entre muitas outras variedades•de hortícolas e aromáticas, de forma a difundir as praticas da agricultura urbana em Portugal A aplicação é gratuita e A está disponível para os sistemas operativos Android e i0$, facebook. com/hortas.plantit

Leituras recomendadas Nem todos nascem com "mão verde". Há que aprender com quem sabe...

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Hum (:ilidur ,<.) Teresa Chambel A Esfera dos Livros

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.\1(tr, létrle de Capicua e Pedro Geraldes Edições Valentim de Carvalho

'11)(1 I lorur em Casa de Isabel de Maria Mourão e Miguel Maria Brito Arte Plural Edições 18.tiOC

cidade que darão uma nova vida a telhados, muros, estacionamentos abandonados e espaços degra-dados. O concurso Pariculteurs (parisculteurs. paris) recebeu 144 propostas para reaproveitar zonas da cidade e foram escolhidas aquelas que se apresentaram mais inovadoras e com um maior-potencial de produção de alimentos,. de geração de empregos e de- valorização dos bairros.

Berlim, urna das cidades mais carismáticas da Alemanha, assiste também ao chamado guerrilla gardening, um movimento de jardinagem política que teve origem em Nova Iorque e que consiste em plantar em locais não autorizados, por regra, zonas abandonadas que aos poucos vão ganhan-do nova vida. As hortas comunitárias são outra das tendências em crescimento na cidade alemã. Uma das mais icónicas fica no antigo aeroporto de Tempelhof, desativado em 2008, onde tudo é cultivado:em canteiros, baldes e até velhas caixas,

uma vez que não há autorização para cul-tivar o solo do antigo aeroporto.

Em Portugal, as hortas comunitárias tor-naram-se uma prática comum. O Porto - onde as faculdades de Medicina e Psi-cologia têm hortas comunitárias -, ostenta mesmo a distinção de ter a maior horta social da Europa. Situada no Parque José Avides Moreira, resulta de uma iniciativa conjunta da Santa Casa da Misericórdia do Porto e da Lipor, e abarca 230 talhões

distribuídos por três hectares, que incluem ainda um pomar, estufas, viveiros e um parque infantil, e outro de merendas. A atribuição de um talhão - que tem o preço anual de 50 euros - implica que quem o recebe-frequente uma formação de 12 horas em agricultura biológica.

Também em Cascais, a formação em agricultura sustentável faz parte do projeto de hortas urbanas do município, contando com oito hortas comuni-tárias espalhadas por vários pontos do concelho. Desenvolvidas a partir de 2009, com talhões que rondam os 30 metros quadrados, estas hortas resultaram quer de projetos apresentados no âm-bito do Orçamento Participativo local, como da reconversão de terrenos devolutos da autarquia ou da resposta ao pedido pela população.

Em 2014, Lisboa contava já com dez hortas co-munitárias, as quais serviam um total de 400 fa-mílias residentes em pontos diversos da cidade. E ainda no que toca a iniciativas relacionadas com a produção local, o município de Loures abriu em fevereiro, com o programa Prove. Loures 100% Bio (prove.com.pt), quatro lojas para escoamento de produtos biológicos locais - abrem uma vez por semana e fazem a entrega de cabazes biológicos encomendados online ou por telefone.

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Luísa Almeida

EM CIMA No Restaurante da Quinta, na Quinta do Arneiro, as refeições são 100% biológicas e os legumes colhidos da horta À ESQ Os cabazes da Quinta do Arneiro (de 20€ a 30€) À DIR Os campos de plantação da Quinta do Arneiro

Aposta na produção Bio A procura de produtos provenientes de agricultura biológica tem vindo a aumentar. Numa entrevista de outubro de 2015, Jaime Ferreira, presidente da Agrobio, destacava esse facto. A preocupação com a saúde e as questões ambientais são Os dois fatores de peso que levam à escolha de produtos bio. Con-tudo, apesar cio aumento cia procura, a agricultura biológica ainda representa apenas um por cento de toda a agricultura nacional. O que não significa que não surjam novos produtores a cada ano que pas-sa. Como é o caso de Luísa Almeida, da Quinta do Arneiro, em Mafra, e de Ricardo Meireles, da Quinta da Manguela, em Santo Tirso. Ela vinda do negócio dos livros, ele fotojornalista. Eram Os dois "agriculto-res improváveis" até há poucos anos. Luísa Almeida teve uma livraria/papelaria em Torres Vedras durante

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1. BORRASDECAFÉ Fertilizante natural que fixa o azoto no solo e melhora a sua acidez. As rosas, hortênsias e magnólias irão apreciá-lo particularmente, já que gostam de solo com ligeiro pH ácido. Espalhe as borras de café em volta do caule das plantas e misture com o solo.

2. CASCASDEBANANA Ricas em potássio, fósforo e cálcio, são fantásticas para ajudar na floração e na frutificação das plantas. Basta enterrá-las na base das plantas e deixar a natureza fazer o seu trabalho. Se as bananas estiverem maduras de mais não as deite fora, congele-as e utilize--as quando necessário. Também pode põ-las em água durante dois ou três dias e depois utilizar essa água para borrifar as folhas.

3. CASCASDE OVO São muito ricas em cálcio, o que é essencial para o bom crescimento celular das plantas. Esmague as cascas dos ovos usados e misture com a terra em volta das plantas atacadas.

4. SACOSDECHA Utilize sacos de chá usados para acidificar o solo de plantas que gostam de solos ácidos (azáleas, rododendros, camélias, gardénia). O chá (sem o saco) deve ser enterrado e regado.

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O Seleção scolha as hortaliças com

a raiz curta: alface. coentros, cebolinho, salsa, pimentão e couve ou até frutas de pequeno porte, como tomate-cereja e morango. Adaptam-se melhor a solos 1-,ais rasos.

O Cuidados na plantação

A plantação começa com sementes ou mudas. Pesquise • o espaçamento ideal de cada • • planta escolhida. para que esta cresça plenamente. Um pé de alface, por exemplo, deve ser plantado a 20 cm dos demais. Já para o tomate e couve, a distancia aumenta para 35 cm.

O Manutenção Logo de inicio, regue três vezes por dia até que a semente germine ou a muda pegue. Depois, basta uma rega diária, de preferencia pela manha Molhe aos poucos e evite encharcar a terra. para não afogar a raiz das plantas.

O Proteção Proteja a horta dos insetos, principalmente das borboletas. Os seus ovos transformam--se em larvas, que se alimentam das plantas. Esteja atenta e remova as plantas invasoras.

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1. ÁGUA A FERVER A soluçar.; menos agressiva é usar água a ferver e atirar sobre as plantas indesejáveis. Esta prática é mais eficiente quando as plantas são muito pequenas e terá de ser feita com alguma assiduidade.

RECEITA DE HERBICIDA NATURAL 4 UI: os vinagre (eu uso vinagre de cidra), 1/2 chávena de sal marinho e um bocadinho de detergente de louça orgânico. Misturar bem e pulverizar de manhã sobre as plantas: á noite já as vai ver todas murchas! Funciona melhor se for aplicado num dia de sol. Outra fórmula caseira para as plantas mais desenvolvidas, é uma mistura de vinagre, sal e detergente de Icica orcifinico.

REMÉDIO PARA OS PULGOES um litro de água, uma tampa de detergente da loiça amarelo e uma colher de sopa de álcool. Depois de misturar, deve pulverizar--se a planta. Se esta estiver muito atacada, pode usar a mistura para limpar as folhas com um algodão e, corno prevenção, pulverizar as plantas à volta.

14 anos. O pai comprou a Quinta do Arneiro nos anos 60 e, com o tempo, a propriedade especializou-se na produção de pera-rocha. Ao longo dos anos, tentou aliciar Luísa para a agricultura, mas esta, avessa às: ciências, preferiu o curso de Direito, que não chegou a concluir. Com o casamento, mudou-se para a quinta, mas foi só quando se divorciou que resolveu tomar conta da propriedade. "Já tinha pensado muitas vezes em fazer agricultura biológica, mas nunca tinha tido oportunidade. Nessa altura, comecei a pensar nisso a sério. Em 2007, começámos a conversão do pri-meira hectare e, em 2009, saiu da quinta do Arneiro o primeiro produto biológico", recorda.

Normalmente, um terreno limpo demora três anos a ser convertido em terreno próprio para agricultu-ra biológica. No caso de um pomar — que era o da Quinta do Arneiro — esse intervalo sobe para três anos. "Comecei com um hectare. Não tinha noção do quê poderia a acontecer, nem de que isto fosse tão rápido. Depois fomos acrescentando área à.medida que crescemos em vendas. Já temos dez hectares con-vertidos e mais 1,5 em conversão. A ideia é ir avan-çando devagarinho, à medida que arranjamos mais clientes", explica a proprietária da Quinta do Arneiro que, no total, tem 30 hectares. Na área que ainda

não está convertida continua a haver pro-dução de pera-rocha, embora Luísa tenha abandonado algumas práticas da agricultura convencional. "Não tinha razão de ser defendermos uma coisa e fazermos outra. Não usamos herbicidas nem adubos químicos", assume.

Consciente da importância da diversidade de cultu-ras numa produção biológica, Luísa apostou em 20 a 30 culturas diferentes na Quinta do Arneiro. "É muito importante na agricultura biológica fazer muitas cul-turas diferentes para respeitar a biodiversidade e para fazer a rotação de culturas. Fazendo isso, o lógico é vender ao cliente final. A rentabilidade é menor, mas a nossa ideia sempre foi chegar ao consumidor", explica. O ritmo das estações é respeitado e, por muito que custe; não há forma de encontrar curgetes nos cabazes da quinta durante o inverno. "Durante uma altura ainda tivemos tomate e curgete no inverno, mas no ano passado abandonámos isso. Tivemos medo que as pessoas desistissem, mas, felizmente, os clientes têm estado sempre a aumentar, a aceitar também este desafio e a comer de uma maneira mais equi-librada", diz Luísa Almeida. Desde sempre a Quinta do Arneiro sempre assumiu um lado pedagógico, com visitas pensadas para adultos e crianças. "É essencial que as pessoas percebam o que fazemos e também

Como criar uma horta em casa O Escolha o local As hortaliças devem receber, pelo menos, cinco horas de sol por dia, de preferência de manhã. Janelas e varandas são bons locais.

43 Onde plantar? Qualquer vasilhame. de jardineiras a jarros (volume máximo de 1 LI. até canos de PVC (30 cm de diâmetro) cortados ao meio. Garrafas PET de 2 L cortadas acima da metade também podem ser usadas. Fure a parte de baixo para drenagem da água.

Prepare o solo Um bom conselho é Comprar terra pronta, com matéria orgânica. nitrogénio, fósforo e potásSio. O ideal é que a terra tenha pH 6.

MARÇO 20 I 7- SABERVIVER

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País: Portugal

Period.: Mensal

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EM CIMA E EM BAIXO À ESQ A Quinta da Manguela produz lúcia-lima, erva--cidreira, segurelha, hortelã-pimenta e tomilho bela-luz (infusão)

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como podem mudar a alimentação e percebam o que estão a consumir", diz Luísa para quem é urgente for-mar consumidores mais informados que saibam o que compram, porque compram e como é possível comprar a determinado preço. "Gostamos muito de comprar barato, mas não pensamos no que isso implica, para trás, na cadeia de produção. O eido de consumo precisa de ser repensado... Mesmo a questão dos excedentes. Quando os miúdos aparecem, tento explicar-lhes o tempo que as coisas demoram a crescer — as pessoas precisam de perceber o que isso demora, o tempo de custo — e o trabalho que dá", alerta Luísa.

Um projeto com muito chá Também Ricardo Meireles chegou à agricultura biológi-ca de um modo inesperado. A trabalhar como freelancer, em 2010, sentiu uma grande quebra no trabalho como fotojornalista, o que o levou a repensar a vida profis-sional. "Eu tinha uma quinta e urna casa em ruínas que tinha herdado com a morte do meu pai, em 2001. Nessa altura, decidi ficar com o terreno de sete hectares e uma casa em ruínas", recorda o fotojornalista, de 41 anos. A Quinta da Manguela estava abandonada há dez anos e anteriormente tinha recebido as culturas tradicionais da zona como o milho e a vinha. Inicialmente Ricardo pensou em fazer urna exploração de quivi, ainda den-tro da agricultura convencional, mas, com o projeto já aprovado, mudou de ideias. "Percebi que a produção de quivi era muito centrada no tamanho do fruto e no uso de pesticidas para conseguir um fruto vendável para o estrangeiro. Percebi que aquele não era o caminho e já com um pedido ao PRODER (Programa de Desen-volvimento Rural) lançado, pedi uma mudança para as plantas aromáticas. E foi o melhor que pude fazer, porque encontrei uma outra sensibilidade para aquilo que achei ser o correto para um projeto a arrancar em 2010", afirma Ricardo.

O proprietário da Quinta da Manguela assume que também optou pelas plantas aromáticas, por estas lhe darem uma maior segurança enquanto agricultor inexperiente. "Ao contrário da produção de fruta, as aromáticas estão menos suscetíveis aos efeitos das intempéries e das mudanças de temperatura. No fundo são ervas, plantas originárias das montanhas e nós o que fizemos foi domesticá-las e trazê-las para um ambiente de produção mais controlado. Não há preo-cupações com geadas nem com o escoamento do fruto maduro: eu posso apanhar, secar, deixá-la conservada e vender quando puder ou quiser vender. Para mim, enquanto agricultor sem grande, experiência, esta foi urna grande vantagem", assume Ricardo que, ainda no primeiro ano de produção fez mais duas alterações ao projeto: reduziu a área de produção de dois para um hectare e abandonou a ideia de vender infusões a granel para optar pelo produto embalado na quinta. "Nesta zona, os custos de mão de obra eram muito

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Renascer das cinzas com o Eva Dream A Aldeia de Figueira, uma das localidades da rede das Aldeias do Xista aderiu agora ao projeto Eva Dream. Depois do fogo que destruiu metade da aldeia no último verão, foi criado o projeto Fénix Figueira - Renascer das Cinzas pelas Flores. que conta ainda com a colaboração da autarquia de Proença-a--Nova e com a rede de Aldeias do Xista

grandes... Por causa do clima, num hectare no Alentejo é mais fácil controlar as plantas infestantes do que aqui. Enquanto no Alentejo basta uma operação de monda anual, aqui são precisas três ou quatro, o que se torna incomportável com três hectares. Além disso, a compra das plantas a granel baixou muito com a entrada dos produtos de países do Norte de África. Não vender durante um ano e adaptar-me para as infusões empa-cotadas foi uni ato de coragem", assume.

Atualmente, a Quinta da Manguela produzlúcia-lima, erva-cidreira, segurelha, hortelã-pimenta e tomilho--bela-luz, uma espécie autóctone da Península Ibérica e que não é um condimento, mas sim urna infusão. Para 2017 Ricardo tem o projeto de avançar com a produção de perpétua-roxa, o tomilho-limão e a er-va-príncipe e considera a possibilidade de abandonar a produção de hortelã-pimenta, por não se adaptar tão bem ao solo da quinta. "Mas vou continuara tê-la para venda, indo buscar a outros produtores", garante.

Para o futuro, Ricardo planeia o crescimento da Quinta da Manguela, se possível, apostando num tipo de agricultura ainda mais sustentável. "Nem sempre a cultura biológica é sustentável. Nunca precisei de fertilizar as minhas plantas, mas, caso tivesse de o fazer, através da ferti-irrigação teria de recorrer a produtos à base de algas que, como vêm de longe, deixam de ser sustentáveis. Quem hoje consome produtos biológicos por convicção também tem de começar a pensar nisso: é bio, mas de onde é que vem? Do outro lado do mundo? De avião? Não faz

sentido", alerta Ricardo Meireles. O fotojornalista planeia deixar de usar a tela de solo, uma vez que esta interfere com o ecossistema. "Para não usar pesticidas estou a alterar muito o ecossistema do local: começa a haver menos toupeiras, nos últimos dois anos deixei de ver cobras... Se estas espécies desaparecerem vai haver um desequilíbrio.", diz. A opção é avançar para um sistema de produção agroflorestal (ver caixa) para o qual já está a fazer experiências.

As infusões cia Quinta cia Manguela estão dispo-níveis online (quintaclamanguela.shopk.it) e em várias lojas físicas, as últimas das quais são as lojas da marca de bolachas e biscoitos Paupério. "Foi a melhor ideia que ambos tivemos: vender infusões numa loja de biscoitos. Neste momento, não tenho escala para o mercado externo - o mercado interno consome tudo o que consigo embalar -, mas talvez dentro de um ano possa ir por aí", conta Ricardo, que entretanto recuperou a casa em ruínas e vive na Quinta da Manguela, apesar de a agricultura não ser ainda a sua atividade principal. "Quase sem querer preenchi uma lacuna que existia, já que há muito poucas pessoas a produzir infusões que as pessoas conhecem dos seus jardins. Foi urna sorte! E as in-fusões têm unia coisa interessante... Um familiar meu, que era médico, respondia sempre que sim cada vez que um dos pacientes lhe perguntava se determinado chá fazia bem. E depois explicou-me: o que eu quero é que as pessoas bebam água!", conta Ricardo Meireles.

Lit oviski To- Romano luta pela utopia do Eva Dream Florir Portugal de lés a lés. É este o sonho do fundador da Central Models, que vê no Eva Dream (facebook.com/evadream) uma hipótese de desenvolvimento para Portugal.

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Como surgiu este sonho da Eva e do Tó Romano? Por diversas razões, há sete anos fui levado a imaginar Portugal todo florido. Um pouco á semelhança da bandeira de Portugal á janela, a ideia é ter flores nas varandas, janelas e portas em todas as cidades e aldeias portuguesas. E, a partir do momento em que imaginei Portugal todo florido, lancei a pergunta: o que aconteceria se Portugal tivesse a fama de pais mais florido do mundo?

E qual foi a resposta? Se aparecessem flores em todas as janelas do Pais, já imaginou a mensagem de paz que estaríamos a dar ao mundo? Mas vejo um acréscimo de valores humanos e materiais para Portugal e para os portugueses, caso esta minha utopia se concretizasse. Vejo na imagem do pais florido uni motivo suficiente para estender para o interior do Pais o sucesso que Lisboa e Porto têm tido.

Com o desenvolvimento do interior? E uma possibilidade de oportunidades de empreendedorismo nesses locais, que envolve todas as áreas de atividade. E, se isto acontecer pela mão da população, além da mudança da imagem do Pais, iria denotar uma religação de um povo inteiro á natureza, por via das flores.

E a nível humano, que mudanças poderiam surgir? De certeza, isto iria

fazer mexer com a autoestima coletiva de um povo. Encanta--me imaginar a situação de sentir o Pais com um designio e com todos a remar para o mesmo lado.

Como é que os municípios podem aderir? Esta é unia situação que só tem pernas para andar se for feita a pensar nas pessoas e posta em prática pelas pessoas. Cada um fazer por florir as suas janelas, portas de casa, varandas.

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em TOCO Março verde Como fazer uma horta em casa e ser uma consumidora mais consciente e amiga do ambiente.

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