tipos dos solos e uso

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Características Gerais A Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (UGRH 06) é composta por 34 municípios e abrange a parte superior do Rio Tietê, desde a sua cabeceira até a barragem do Reservatório de Pirapora, numa extensão de 133 km. Abriga quase metade da população do Estado e compreende, em seu território, grande parte da Região Metropolitana da Grande São Paulo. Nesta UGRHI, na qual são coletados 84% do esgoto produzido, o índice de tratamento é da ordem de 44% do esgoto gerado (Cetesb, 2009). A maior parte da área urbana da Bacia do Alto Tietê está assentada sobre terrenos sedimentares, compreendendo os depósitos terciários da Bacia de São Paulo e as coberturas aluviais mais recentes, desenvolvidas ao são longo dos principais rios que drenam a região. Os terrenos cristalinos, por sua vez, contornam as áreas sedimentares e configuram praticamente toda a borda da Região Metropolitana de São Paulo, concentrando-se neles as áreas de cobertura vegetal e de mananciais hídricos de

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tipo de solos e uso

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Caractersticas Gerais

A Bacia Hidrogrfica do Alto Tiet (UGRH 06) composta por 34 municpios e abrange a parte superior do Rio Tiet, desde a sua cabeceira at a barragem do Reservatrio de Pirapora, numa extenso de 133 km. Abriga quase metade da populao do Estado e compreende, em seu territrio, grande parte da Regio Metropolitana da Grande So Paulo. Nesta UGRHI, na qual so coletados 84% do esgoto produzido, o ndice de tratamento da ordem de 44% do esgoto gerado (Cetesb, 2009). A maior parte da rea urbana da Bacia do Alto Tiet est assentada sobre terrenos sedimentares, compreendendo os depsitos tercirios da Bacia de So Paulo e as coberturas aluviais mais recentes, desenvolvidas ao so longo dos principais rios que drenam a regio. Os terrenos cristalinos, por sua vez, contornam as reas sedimentares e configuram praticamente toda a borda da Regio Metropolitana de So Paulo, concentrando-se neles as reas de cobertura vegetal e de mananciais hdricos de superfcie. Estes terrenos compreendem as reas de expanso mais recentes.Fonte: CETESB, 2009

Uso dos recursos hdricos da bacia

Outro aspecto que adiciona complexidade anlise hidrolgica da bacia so as inmeras obras de aproveitamento dos recursos hdricos existentes na regio e as transferncias de gua de outras bacias. Entre muitas outras, as principais transferncias so: (1) as guas oriundas do Sistema Cantareira, (2) a reverso de curso das guas dos rios Tiet e Pinheiros para o reservatrio Billings e (3) o desvio das guas do alto curso do rio Tiet e alguns de seus afluentes para a regio central da rea metropolitana. Essas transferncias alteram significativamente a ocorrncia das vazes, no tempo e no espao, dos principais cursos de gua da regio.Sub-regies da bacia:

Na subregio hidrogrfica Cabeceiras esto localizados os aproveitamentos do Sistema Produtor do Alto Tiet e Rio Claro. Os aproveitamentos do Alto Tiet (Ponte Nova, Paraitinga, Biritiba, Jundia e Taiaupeba), controlam uma rea de drenagem de 919 km. O Sistema Produtor do Rio Claro, controla uma rea de drenagem de 245 km2.

Na subregio Penha-Pinheiros se encontra a cidade de So Paulo, regio altamente urbanizada e complexa. Na subregio Billings-Tamanduate h o Sistema Billings projetado para atender primordialmente os interesses de gerao de energia eltrica. O reservatrio Billings recebe atravs de bombeamento as vazes oriundas da bacia do Rio Pinheiros. Os reservatrios da Billings (compartimentos Pedreira e Rio Grande) possuem uma capacidade de armazenamento til equivalente de 1148,7 hm

Na subregio Cotia-Guarapiranga h os sistemas Guarapiranga e Cotia. O Sistema Cotia composto por duas ETAs situadas no rio Cotia, denominadas de Alto Cotia e Baixo Cotia. No rio Cotia existe a barragem de Pedro Beicht, controla uma rea de drenagem de 62,5 km e possui a capacidade de armazenamento til de 14,1 hm. Est situada na poro de montante da bacia, que regulariza as vazes que so descarregadas no prprio Rio Cotia e ento armazenadas no reservatrio das Graas (N. Sra, das Graas), de onde feita a derivao para a ETA Alto Cotia. A jusante dessa barragem existem ainda duas pequenas barragens, Isolina Superior e Isolina Inferior que abastecem a ETA Baixo Cotia.

Na subregio Juqueri-Cantareira esto os reservatrios Juqueri (Paiva Castro) e guas Claras. Estes reservatrios fazem parte do Sistema Cantareira, responsvel pela transposio das guas do Alto Piracicaba para a bacia do Alto Tiet, principal manancial de abastecimento da Regio Metropolitana de So Paulo. Nos aproveitamentos do Sistema Cantareira (Jaguari-Jacare, Cachoeira e Atibainha) na bacia do Piracicaba a vazo natural mdia de longo termo de 40,2 m/s, com a incluso da bacia do rio Juqueri em Paiva Castro a vazo mdia de longo termo de 44,8 m/s. A capacidade dearmazenamento til (volume til) equivalente do Sistema Cantareira, incluindo Paiva Castro de 988,02 hm.

A subregio Pinheiros-Pirapora a regio mais a jusante da bacia do Alto Tiet, onde se localiza a barragem de Rasgo. Esta regio no to intensamente urbanizada quanto s suas vizinhas de montante, mas pela sua localizao, no extremo jusante da bacia, acaba concentrando todos os efeitos de montante.

Quanto a biodiversidade da Bacia do Alto Tiet, originalmente de origem do bioma da Mata Atlntica que cobria grande parte do Estado de So Paulo hoje com vestgios ainda nas cabeceiras dos mananciais da Billings, do Guarapiranga, do Cotia, do Cantareira, por exemplo. A Mata Atlntica hoje , seguramente, o bioma do pas mais influenciado pela ao do homem.

Podemos destacar ainda, os fragmentos florestais e as unidades de conservao e outras reas protegidas constituem hoje importantes remanescentes dos ambientes naturais da Bacia do Alto Tiet (BAT) e abrigam uma biodiversidade de extrema importncia para a conservao.De acordo com o Plano Estadual de Recurso Hdrico (PERH 2004-2007) as demandas segmentadas por uso esto estimadas em:

Abastecimento pblico: 68,5m/s

Industrial: 14,3 m/s

Uso Agrcola: 3,6 m/s

Total 86,4 m/s

Uso e Ocupao do SoloO uso e ocupao do solo so divididos da seguinte forma:rea urbanizada: reas arruadas e efetivamente ocupadas por usos residencial, comercial e de servios, caracterizadas por ruas e edificaes.

Favela: Conjunto de unidades habitacionais e sub-habitacionais (barracos, casas de

madeira ou alvenaria), sem identificao de lotes, dispostas, via de regra, de forma

desordenada e densa.

Indstria: Edificaes ou aglomerados de instalaes caracterizados pela presena de grandes edificaes e ptios de estacionamento localizados dentro ou fora de rea

urbanizada, especialmente ao longo de grandes eixos virios.

Equipamento urbano: rea ocupada por estabelecimentos, espaos ou instalaes

destinados educao, sade, lazer, cultura, assistncia social, culto religioso ou

administrao pblica, alm de outras atividades que tenham ligao direta, funcional ou espacial com uso residencial.

Aterro sanitrio: rea de disposio final de resduos slidos urbanos no solo, atravs do confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente solo, segundo normas especficas, de modo a evitar danos ou riscos sade e segurana, minimizando os impactos ambientais.

Lixo: reas de depsitos de resduos slidos a cu aberto, sem nenhum tratamento.

Reservatrio de reteno: Reservatrio de controle de cheias com sadas no regulveis.

Chcara: Chcaras isoladas e loteamentos de chcaras de lazer ou de uso residencial e sedes de stios que se encontram, notadamente, ao longo das estradas vicinais. Formam um conjunto de propriedades menores, com certa regularidade no terreno, e so identificadas pela presena de pomares, hortas, solo preparado para plantio, lagoas, bosques, quadras de esportes, piscinas etc.

Loteamento desocupado: reas arruadas com at 10% de ocupao, podendo estar

localizadas dentro de rea urbanizada, na periferia ou isoladas. caracterizado

necessariamente por um conjunto de arruamentos, podendo ser geomtrico ou irregular, sobre solo ou sem cobertura vegetal.

Rodovia: reas de rodovias com faixa de domnio de largura superior a 25m.

Minerao: reas de extrao mineral e seu entorno (movimento de terra, cavas e

edificaes) que sofrem ou sofreram efeito dessa atividade, sendo na RMSP realizada a cu aberto para praticamente todos os minrios explorados. Caracteriza-se pela remoo da cobertura vegetal e corte de relevo. Foram includas nesta classe reas de minerao desativadas que ainda apresentam caractersticas de rea de explorao mineral.

Movimento de terra: reas que sofreram terraplenagem, apresentando solo exposto pela remoo da cobertura vegetal e movimentao de solo.

Hortifrutigranjeiro: reas de cultura perene ou anual, horticultura, granja e piscicultura.

Reflorestamento: Formaes arbreas e homogneas, cultivadas pelo homem com fim basicamente econmico, havendo, na RMSP, predominncia do eucalipto e pinus.

Solo exposto: Solo preparado para cultivo e reas que se encontram sem cobertura

vegetal, devido ao de processos erosivos.

Mata: Vegetao constituda por rvores de porte superior a 5 metros, cujas copas se

toquem (no tipo mais denso) ou propiciem uma cobertura de pelo menos 40% (nos tipos mais abertos). No caso de formaes secundrias, no completamente evoludas, o porte das rvores pode ser inferior a 5 meros, tendo estes elementos, porm, apenas um tronco (rvores e no arbustos).

Capoeira: Vegetao secundria que sucede derrubada das florestas, constituda

sobretudo por indivduos lenhosos de segundo crescimento, na maioria, da floresta anterior, por espcies espontneas que invadem as reas devastadas, apresentando porte desde

arbustivo at arbreo, porm com rvores finas e compactamente dispostas.

Campo: Vegetao caracterizada, principalmente, pela presena de gramneas, cuja altura, geralmente de 10 a 15 cm, aproximadamente, constituindo uma cobertura que pode ser quase contnua ou se apresentar sob a forma de tufos, deixando, nesse caso, alguns trechos de solo a descoberto. Espaadamente podem ocorrer pequenos subarbustos e raramente arbustos. reas de pastagens so includas nesta classe.

Vegetao de vrzea: Vegetao de composio varivel que sofre influncia dos rios, estando sujeita a inundaes peridicas, na poca das chuvas. As vegetaes arbreas localizadas nas reas de vrzea foram classificadas como Mata e Capoeira.

Outro uso: reas que no se enquadram nos padres acima definidos, tais como: comrcio e servio ao longo das estradas ou isolados (Ex.: restaurante, posto de gasolina, revenda de automvel, motel, hotel, haras, sede de cooperativa, estao experimental, etc.). Foram tambm includos os movimentos de terra, com construes em andamento sem identificao de uso, localizados dentro ou fora da rea urbanizada.O Uso urbano constitudo pelas classes rea Urbanizada, Favela, Loteamento

desocupado, Chcara, Indstria, Rodovia, Equipamento Urbano, Reservatrio de reteno, Aterro sanitrio, Lixo e Movimento de Terra. Representa 27,79% (2.208,90 km2) da rea total da RMSP (7.947,17 km2).As classes de uso que compem a cobertura vegetal representam 56,59% da RMSP,

distribudas da seguinte forma:

Mata: Esta classe destaca-se por sua importncia ambiental, inclusive quanto

paisagem, ocupando 34,27% (2.723,33 km2) da rea total da RMSP. Desenvolve-se em uma faixa descontnua, acompanhando o reverso imediato da escarpa da Serra do Mar e a sua maior extenso ocorre na poro extremo-meridional dos municpios de So Paulo, Mogi das Cruzes, So Bernardo do Campo, Salespolis e Biritiba-Mirim. Como conjuntos ainda significativos, por usa amplitude, citam-se as matas do Planalto de Caucaia, no municpio de Cotia, a oeste da Regio Metropolitana, e da Serra da Cantareira, ao norte dos municpios de So Paulo e Guarulhos.

Capoeira: Distribuda descontinuamente em todos os municpios, esta classe representa 7,51% da RMSP, ocorrendo com freqncia nas adjacncias das reas de mata, as quais podem vir a recompor o padro de mata, dependendo de seus estgios e da garantia das condies de regenerao.

Campo: As reas desta classe tambm merecem destaque pelas suas dimenses totais na RMSP (13,20% ou 1.049, 42 km2), concentradas a leste/nordeste, mormente nos municpios de Guararema e Salespolis.

Vegetao de vrzea: Os seus 126,80 km2 (1,59%) esto distribudos ao longo dos principais cursos dgua, destacando-se os Rios Tiet e Embu-Guau.