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CYTEDPrograma
Ibero-Americano deCincia e Tecnologia
para o Desenvolvimento
SELEO DE SOLOS E MTODOS DECONTROLE EM CONSTRUO COM TERRA
PRTICAS DE CAMPO
(SELECCIN DE SUELOS Y MTODOS DECONTROL EN LA CONSTRUCCIN CON TIERRA
PRCTICAS DE CAMPO)
MAIO 2005
PROTERRAProjeto de Investigao
XIV.6
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SELEO DE SOLOS E MTODOS DE CONTROLE EM CONSTRUO COM TERRA PRTICAS DE CAMPO
(SELECCIN DE SUELOS Y MTODOS DE CONTROL EN LACONSTRUCCIN CON TIERRA PRCTICAS DE CAMPO)
Clia M. Martins Neves1Obede Borges Faria2Rodolfo Rotondaro 3
Patrcio Cevallos Salas4Mrcio Hoffmann5
1Eng Civil, Mestre em Engenharia Ambiental Urbana, Coordenadora do Projeto de InvestigaoPROTERRA/HABYTED/CYTED; pesquisadora do CEPED - Centro de Pesquisas e Desenvolvimento;Universidade do Estado da Bahia; Al. Praia de So Vicente, 40 Vilas do Atlntico 42700-000 Lauro de Freitas-BA Brasil Tel: (55 71) 3379 3506 Fax: (55 71) 3632 2095 [email protected]
2 Eng. Civil; Mestre em Arquitetura, Doutor em Cincias da Engenharia Ambiental, membro do Projeto deInvestigao PROTERRA/HABYTED/CYTED, professor da Fac. de Engenharia de Bauru/UNESP; Av. Eng.Luiz E. C. Coube, s/n; 17033-360 Bauru-SP BrasilTel: (55 14) 3203 2154 [email protected]
3 Arquiteto, membro do Projeto de Investigao PROTERRA/HABYTED/CYTED, investigador e consultor emtecnologia e arquitetura de terra, professor da Fac. de Arquitectura/UBA; Pabelln III, 4to piso, CiudadUniversitria C1428EHA, Buenos Aires, ArgentinaTel:. (54 11) 45740398 [email protected]
4 Eng. Civil, membro do Projeto de Investigao PROTERRA/HABYTED/CYTED, consultor em tecnologiasalternativas. INGENIERIA ALTERNATIVA, Av. 6 de Diciembre 2130 y Av. Coln, Edificio Antares, Oficina 604,Casilla Postal 17-15-442C, Quito EcuadorTel/fax: (593 2) 2 502 268 [email protected]
5 Arquiteto, Mestre em Preservao e Restaurao de Patrimnios Histricos, membro do Projeto deinvestigao PROTERRA/HABYTED/CYTED, pesquisador associado do Centro de Memria da UNICAMP,scio do escritrio FATO arquitetura; Rua Gomes Carneiro, 1108, 13 400-530, Piracicaba, SP Brasil.Tel: (55 19) 3402 4902 ou 3433 1573 [email protected]
RESUMOEste trabalho apresenta as propriedades maisimportantes do solo para seu uso naarquitetura e construo com terra e osrespectivos mtodos de ensaios utilizadospara sua determinao em laboratrio.
Relaciona os diferentes tipos de solo com aspossibilidades de seu uso e comenta sobre aadio de agentes estabilizadores, tantoprodutos naturais como industrializados, paraa melhoria de propriedades fsicas emecnicas. Cita os critrios adotados para aseleo dos melhores solos, o tipo deaglomerante e as tcnicas de construo.Descreve, sucintamente, os testes expeditosmais usuais para a seleo de solos erelaciona os resultados obtidos nos testes comas tcnicas construtivas mais apropriadas.
Comenta tambm sobre mtodos adotadospara o controle durante a execuo. Ressaltaas condies em que se deve optar porensaios de laboratrio ou testes de campo.Conclui confirmando a validade de testesexpeditos para a seleo de solos e o controlede execuo da construo com terra.
RESUMENEste trabajo presenta las propiedades msimportantes de los suelos para su empleo enla arquitectura y construccin con tierra, y losrespectivos mtodos de ensayo utilizados parasu determinacin en laboratorio. Relaciona los
diferentes tipos de suelo con las posibilidadesde su empleo y comenta sobre la adicin deagentes estabilizadores, tanto de productosnaturales como industrializados, para mejorarlas propiedades fsicas y mecnicas.Menciona los criterios adoptados para laseleccin de los mejores suelos, el tipo deaglomerante y las tcnicas de construccin.Describe, sucintamente, los tests expeditivosms usuales para la seleccin de suelos yrelaciona los resultados obtenidos por los testscon las tcnicas constructivas ms
apropiadas. Comenta tambin sobre losmtodos adoptados para el control durante laejecucin de obra. Resalta las condiciones enque se debe optar por ensayos de laboratorioo tests de campo. Concluye confirmando lavalidez de los tests expeditivos para laseleccin de suelos y el control de ejecucinde la construccin con tierra.
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SUMRIO
DO SOLO TERRA ............................................................................................................... 4Composio Granulomtrica................................................................................... 4
Plasticidade............................................................................................................. 6
Retrao.................................................................................................................. 8
Umidade e Compactao........................................................................................ 9
SELEO DA TERRA.......................................................................................................... 10
DO LABORATRIO AO CAMPO......................................................................................... 13
Amostragem.......................................................................................................... 13
Identificao da amostra de terra.......................................................................... 13
Testes Tctil-Visuais ............................................................................................. 13
Queda da bola....................................................................................................... 15
Teste do vidro........................................................................................................ 16
Teste do cordo .................................................................................................... 18
Teste da fita........................................................................................................... 19
Teste de exsudao.............................................................................................. 20
Teste de resistncia seca...................................................................................... 21
Identificao de tcnicas construtivas em funo dos resultados dos testes ....... 22
Teste do rolo ......................................................................................................... 24
Teste da caixa ....................................................................................................... 24
ALGUNS MTODOS DE CONTROLE RECOMENDADOS NA CONSTRUO COMTERRA .................................................................................................................................. 25
Dosagem............................................................................................................... 26
Homogeneizao................................................................................................... 26
Umidade................................................................................................................ 26
Compactao ........................................................................................................ 27
Manuteno........................................................................................................... 28
COMENTRIOS.................................................................................................................... 28
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................................... 29
NOTA DOS AUTORES ......................................................................................................... 30
ANEXO EXEMPLO DE PLANILHA PARA REGISTRO E AVALIAO DOS TESTES 31
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DO SOLO TERRA
No mbito da Engenharia, solo o termo aplicado a todo material da crosta terrestreproveniente da decomposio de rochas, constitudo por elementos minerais e/ou orgnicos,que dependem da composio qumica e mineralgica da rocha de origem, das
caractersticas do relevo, dos diferentes climas e do tempo de exposio s intempries. Aclassificao dos solos, atravs de suas propriedades fsicas, qumicas e mineralgicas tratada de acordo com os fundamentos da Cincia dos Materiais, tanto no campo daGeologia, da Mecnica dos Solos e Fundaes, da Agronomia, como da Construo deEstradas e Pavimentao.
Conforme a rea que o estuda, o solo recebe designaes diversas e pode ser denominadocomo:
classificao gentica - solo pedogentico, solo saproltico, solo transportado;
classificao granulomtrica - arenoso, argiloso, siltoso;
classificao pedolgica - horizontes - superficial, subsolo e rocha me.
Na Arquitetura e Construo com Terra denominao dada a toda produo arquitetnicaque emprega o solo como a principal matria-prima ele recebe denominaes diversastais como terra crua, terra sem cozer, terra para construir, porm, o usual e adotado nestetrabalho, o termo terra6. O termo solo usado principalmente quando envolveclassificaes e caracterizaes, que tambm so adotadas em outros campos daEngenharia, assim como os termos solo-cimento, solo-cal e solo estabilizado, entre outros.
Os solos apropriados construo geralmente esto localizados no subsolo, tambmchamado de horizonte B, livres de matria orgnica. Em zonas semi-ridas e ridas, possvel encontrar solos adequados na superfcie, aps eliminar pedras, razes e todo
material orgnico presente.
As propriedades mais importantes dos solos visando seu uso na construo so:
na seleo: composio granulomtrica, plasticidade e retrao;
no controle da execuo: umidade e grau de compactao.
Composio Granulomtrica
O solo constitudo basicamente por partculas que podem ser agrupadas de acordo comas dimenses dos gros. Cada grupo, ou faixa de dimenses, apresenta caractersticasprprias que indicam seu comportamento como material de construo.
As partculas contidas em determinada faixa so classificadas como pedregulho, areia, siltee argila; sendo que a areia ainda pode ser subdividida e qualificada como grossa, mdia efina.
Em geral, a composio granulomtrica do solo representada atravs do diagramadenominado curva granulomtrica (conforme exemplo mostrado na figura 1), que mostra arelao entre a quantidade e dimenso das partculas presentes. Ela determinada atravsde dois ensaios: para as partculas maiores pedregulho e areia emprega-se o processode peneiramento (figura 2) e, para as partculas mais finas silte e argila a anlise feitapor sedimentao (figura 3). No ensaio de peneiramento, determina-se a quantidadepercentual das partculas que passam ou que so retidas em peneiras de aberturasnormalizadas; no ensaio de sedimentao, mede-se a velocidade de decantao das
6corresponde ao solo apropriado para construo
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partculas dispersas em gua, em funo da variao de densidade da soluo, calculando-se as suas propores na amostra.
Figura 1 Exemplo de curva de distribuio granulomtrica, com indicao das fraes quecompem o solo, alm das faixas para ensaio de peneiramento e de sedimentao
(adaptado de FARIA, 2002)
Figura 2 Ensaio de peneiramento:srie de peneiras padronizadas eaparelho eltrico de peneiramento O
bedeB.
Faria
CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA
2,0
0mm
0,0
6mm
0,0
02mm
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,001 0,01 0,1 1 10Dimenso das partculas (mm)
Materialqu
epassanaspeneiras(%)
SILTE AREIASARG.
Composio do solo:Areia = 19%Silte = 26%
Argila = 55%
peneiramentosedimentao
peneira#200
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Ob
edeB.
Faria
Figura 3 Ensaio de sedimentao: aparelho dispersor; transferncia do solo disperso para aproveta de 1 litro, e homogeneizao da temperatura do densmetro
Os limites das faixas de dimenses das partculas so definidos em normas tcnicas eapresentam pequenas variaes entre os diversos pases. Como exemplo, a tabela 1apresenta o sistema de classificao granulomtrica adotado no Brasil, estabelecido naNBR 6502 (ABNT, 1995) e as principais caractersticas de cada grupo.
Tabela 1 Classificao granulomtrica dos constituintes do solo (ABNT, 1995)
Dimenso dos grosd (mm)
Classificao daspartculas
Caractersticas principais
2 d 20 pedregulho Elemento inerte e resistente
0,06 d < 2 areia Elemento inerte, sem coeso
0,002 d < 0,06 silte sem coeso, diminui a resistncia da areia
d < 0,002 argila
possui forte coeso, sem estabilidadevolumtrica, expande na presena dagua; apresenta propriedades fsicas equmicas bastante variadas segundo sua
origem
Plasticidade
Segundo seu teor de umidade, o solo pode ser lquido, plstico ou slido. O aspecto e aconsistncia dos solos e, em particular das argilas presentes, variam de maneira muitontida conforme a quantidade de gua que contm. Atterberg (apud Caputo, 1978)desenvolveu ensaios que consistem em medir o teor de umidade do solo nos diversosestados de consistncia (figura 4).
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Figura 4 Estado do solo em funo do seu teor de umidade
A plasticidade do solo, ou limites de consistncia, determinada atravs de dois ensaios:limite de liquidez e limite de plasticidade. Os ensaios de plasticidade so realizados somentecom a parte fina do solo, representada pelo material que passa na peneira de abertura0,42 mm.
O limite de liquidez(LL) o teor de umidade determinado pelo aparelho de Casagrande. Ele constitudo por uma concha metlica unida a uma manivela que a move, fazendo-a cair
sobre uma base slida um certo nmero de vezes, at o fechamento de 1 cm da ranhurapadro, feita previamente no solo colocado na concha. O limite de liquidez corresponde aoteor de umidade em que a ranhura se fecha com 25 golpes (figura 5).
O limite de plasticidade (LP) o teor de umidade necessrio e suficiente para rolar umaporo do solo umedecido sobre uma placa de vidro at formar um pequeno cordo com 3mmde dimetro e 12 cm a 15 cm de comprimento (figura 6). A diferena entre o limite deliquidez e de plasticidade determina o ndice de plasticidade (IP = LL LP).
Figura 5 Ensaio dedeterminao do Limite deLiquidez (LL), observando-se oaparelho de Casagrande, comacessrios
Figura 6 Ensaio dedeterminao do Limite dePlasticidade (LP)
T E O R D E U M I D A D E
slido sem retrao slido com retrao plstico lquido
LR LP LL
IP
ObedeB.
Faria
ObedeB.
Faria
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Os limites de liquidez e de plasticidade dependem, geralmente, da quantidade e do tipo daargila presente no solo. O ndice de plasticidade, entretanto, unicamente dependente daquantidade de argila. Na prtica, pode-se caracterizar o solo por seu ndice de plasticidade eseu limite de liquidez, como mostrado na tabela 2.
Tabela 2 Classificao dos solos em funo dos ndices de plasticidade (CRATerre, 1979)
Tipo de solo IP (%) LL (%)
Arenoso 0 a 10 0 a 30
Siltoso 5 a 25 20 a 50
Argiloso >20 > 40
Retrao
A quantidade e o tipo da argila presente no solo, representados essencialmente pelosargilominerais, so responsveis pelos movimentos de retrao e expanso, que seobservam quando h variao da umidade. Nas paredes de terra, os movimentos deretrao e expanso da argila provocam fissuras, que podem gerar leses internas e ousuperficiais e permitem a penetrao de gua, e a ocorrncia de patologias queconseqentemente contribuem para a perda de resistncia do material e a degradao daparede.
O limite de retrao (LR) marca a passagem do estado slido com retrao para o estadoslido sem retrao, e determinado pelo teor de umidade a partir do qualo volume do solopermanece constante quando se processa a evaporao da gua. A evaporao da guaabaixo do limite de retrao mantm o volume de solo, mas a retrao sucede com aabertura de trincas (figura 7).
A Corpo-de-prova recm moldado (Umx) D - Secagem abaixo de LR (U < LR, possibilidade deB - Incio do processo de secagem (U > LR) surgimento de fissuras)
C - Secagem at o limite e retrao (U = LR) E Corpo-de-prova totalmente seco (U = 0%)Figura 7 Diagrama representativo da relao entre o limite de retrao (LR) e as variaes
de volume, da terra e da gua evaporada, durante o processo de secagem
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Uma forma muito interessante para determinar a retrao do solo atravs do "teste dacaixa" que ser comentado posteriormente.
Umidade e Compactao
A resistncia do solo est diretamente relacionada com seu grau de compacidade quando adensado por um determinado esforo. Para cada tipo de solo e para cada esforo decompactao existe uma determinada umidade, denominada umidade tima decompactao, na qual ocorrem as condies em que se pode obter o melhor adensamento,ou seja, a maior massa especfica seca. Nesta condio, o solo tambm apresenta menorporosidade, caracterizando assim um material mais durvel e mais resistentemecanicamente.
A umidade tima de compactao determinada em laboratrio atravs da medida damassa especfica do solo em diferentes umidades, quando ele compactado em umdeterminado molde (cilindro de Proctor). As massas especficas so representadas em
grfico, em funo da umidade, e a mxima massa especfica, obtida na curva, define aumidade tima de compactao do solo, como mostra a figura 8.
Figura 8 Ensaio de compactao para quatro diferentes tipos de solo
O grau de compactao corresponde a relao entre a massa especfica de uma amostraretirada do trabalho executado no campo e a mxima massa especfica determinada emlaboratrio.
Para algumas tcnicas construtivas, a mistura de solo e gua usada em estado deconsistncia plstico, com teores de umidade superiores umidade tima de compactao,que no exige energia para seu adensamento. Ao secar, o solo atinge a massa especfica,de valor diferente da mxima massa especfica obtida por compactao.
Umidade tima de compactao
1,4
1,5
1,6
1,7
1,8
10 15 20 25
Teor de umidade (%)
Massaespec
fica
(kg
/dm
3)
Solo A (U=17,4%)
Solo B (U=16,8%)
Solo C (U=19,3%)
Solo D (U=20,4%)
tangente curva(mxima massaespecfica dosolo)
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SELEO E ESTABILIZAO DA TERRA
A terra como material de construo utilizada, basicamente, de dois modos: embebido emgua, constituindo uma massa plstica ou barro; ou uma mistura mida, compactada ouprensada, denominada terra comprimida.
No primeiro caso, o produto resultante possui uma porosidade elevada devido a evaporaoda gua adicionada na preparao do barro. Apresenta propriedades mecnicas e deimpermeabilidade diferentes e menores que as do material obtido no segundo procedimento.
Qualquer solo, com exceo dos altamente orgnicos ou com presena predominante deargilas expansivas, caso da montmorilonita, pode ser utilizado como material de construo.No entanto, existem limitaes ao uso de determinados solos por razes de trabalhabilidadee outras caractersticas no desejveis ao uso proposto: terras muito argilosas, por exemplo,so difceis de ser misturadas e adensadas e ainda, devido a retrao elevada, produzemsuperfcies mal acabadas.
habitual que sejam priorizados o emprego da terra do prprio local onde se far aconstruo e a utilizao de um s tipo de terra. Algumas vezes, no entanto, a terraresultante de uma mistura de dois ou mais tipos de solo produz melhores resultados. Emgeral, a mistura de diferentes tipos de solos ocorre quando a terra do local muito argilosa,ou muito arenosa, e quando a incorporao de menor quantidade de outro solo melhora aspropriedades que lhe faltam.
O reconhecimento preciso de solos adequados construo feito atravs de diversosensaios em laboratrio. A grande vantagem destes ensaios que so normalizados,obtendo-se resultados quantitativos das suas caractersticas que facilitam a comparaocom os resultados de outras experincias e a identificao da "terra ideal" para sua
reproduo.Os critrios para seleo, em geral, consideram a granulometria, a trabalhabilidade e, emalguns casos, a retrao e compacidade; tendo em vista as relaes existentes entrecomposio granulomtrica/plasticidade/retrao/compacidade, possvel elaborarrecomendaes, com um razovel nvel de segurana, a partir de um s resultado.
No existe, porm, um critrio nico adotado no meio tcnico que relacione ascaractersticas da terra com as tcnicas construtivas7 porque, em geral, os fatores dedeciso esto mais relacionados com a cultura e tradio no processo de construo do quecom o tipo de solo disponvel. A responsabilidade do construtor, ento, selecionar asterras mais adequadas, entre aquelas disponveis na regio.
Alguns autores relacionam a composio granulomtrica e as possibilidades de emprego daterra, indicando inclusive o sistema construtivo e a necessidade de adicionar aglomerante.Easton (1996), por exemplo, agrupa os diversos tipos de solos em trs categorias (Silt-ClaySoils, Gravel Soils e Sand Soils), em que cada uma sub-dividida em vrios tipos de solos
7so diversas as tcnicas construtivas com terra e, em cada regio, elas tm uma denominao prpria que,muitas vezes, confunde at os mais estudiosos. Como referncia, os autores adotam trs sistemas queagrupam a maioria das tcnicas construtivas: alvenaria, monoltico, e tcnicas mistas. No sistema de alvenariaesto notadamente as tcnicas de tijolos e blocos, compactados ou prensados, denominados BTC, e adobe;em monoltico, encontram-se as tcnicas de terra compactada, geralmente em moldes, com as denominaesmais conhecidas como taipa de pilo, tapia, tapial, e painis de solo-cimento; em tcnicas mistas agrupam-seas tcnicas construtivas que utilizam principalmente a madeira como estrutura portante e a terra como material
de vedao ou enchimento dos entramados, estes geralmente de madeira, em forma de varas, cips ou peasde pequena seo. Independente do processo de fabricao, as denominaes tijolo e bloco so definidas emfuno das dimenses e rea lquida dos componentes, em conformidade com as normas tcnicas de cadapas.
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e, para cada um destes so apresentados os resultados de 5 testes bsicos, mais um testeadicional (quando necessrio), com comentrios sobre sua adequao construo decasas, o tipo de estabilizante recomendado e comentrios especiais.
Em geral, as propriedades mecnicas e de permeabilidade da terra podem ser melhoradas
significativamente pela adio de alguns produtos ditos estabilizantes. Desse modo, amistura de fragmentos de palha, ou outras fibras vegetais, reduz acentuadamente o efeitoda retrao na secagem do barro; a adio de leos vegetais e emulses asflticas, tanto nobarro como na terra comprimida, tem o efeito de diminuir significativamente apermeabilidade, melhorando as condies de durabilidade. A mistura de aglomerantes8 cimento, cal ou outros produtos cimentantes - pode produzir aumentos considerveis daresistncia mecnica, principalmente na terra comprimida.
A expresso estabilizao de solos refere-se, em seu sentido mais amplo, a todo processoatravs do qual o solo melhora suas caractersticas, adquirindo assim as propriedadesnecessrias ao fim a que se destina. A estabilizao de solos para adequ-los ao uso quese pretende no um procedimento recente. Como se conhece, a adio de asfalto naturalou palha na produo de adobes, para diminuir a permeabilidade ou reduzir a retrao, uma prtica milenar. O adensamento, por compactao ou prensagem, a mistura comoutros solos para melhorar suas caractersticas granulomtricas (denominada estabilizaogranulomtrica) e a adio de aglomerantes so tipos de estabilizao de uso muitofreqentes no campo da Engenharia.
Alm da correo granulomtrica j citada. Bardou e Arzoumanian (1979) classificam aestabilizao do solo em quatro categorias, com as seguintes denominaes ecaractersticas:
a) Estabilizao por cimentao: consiste em se adicionar ao solo uma substncia capaz
de solidarizar os gros de areia e as partculas argilosas de forma a se obter umesqueleto interno que faa oposio capacidade de absoro de gua pela argila. Osestabilizadores mais conhecidos so: o cimento Portland; a cal, virgem ou hidratada; amistura de cal e cimento; ou ainda uma mistura de cal com cinzas (de coque, de hulha,etc).
b) Estabilizao por armao: consiste em agregar ao solo um material de coeso (grosou fibras), que permita assegurar, por atrito com as partculas de argila, uma maiorfirmeza ao material. Segundo Bardou e Arzoumanian (1979), a resistncia mecnica finaldo material reduzida, mas se ganha em estabilidade e durabilidade. No hdeterminao especfica para os materiais a serem empregados, pois depende dadisponibilidade e das adaptaes locais. Podem ser citadas, principalmente, as fibras
vegetais.c) Estabilizao por impermeabilizao: consiste em se envolver as partculas de argila
por uma camada impermevel, tornando-as estveis e mais resistentes ao da gua.O material mais conhecido (desde os tempos bblicos) para este fim o asfalto (oubetume), utilizado em emulso que, apesar da grande superfcie especfica da argila,requer uma quantidade muito pequena para se obter bons resultados. Um dosinconvenientes do uso deste material a perda de plasticidade, apesar de se ganhar emcoeso, o que requer a utilizao de maior quantidade de gua para o amassamento elimita as tcnicas construtivas a serem utilizadas. Podem ser utilizadas outrassubstncias, tais como o leo de coco, seivas de algumas plantas oleaginosas, o ltex eos resduos da prensagem do azeite de oliva.
8material geralmente pulverulento que, ao adicionar gua, tem as propriedades de solidificar e endurecer
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d) Estabilizao por tratamento qumico: consiste em agregar ao solo diversassubstncias capazes de formar compostos estveis com os elementos da argila. Osprodutos qumicos variam de acordo com a composio qumica da prpria argila.Portanto, nesse caso, necessria uma anlise qumica da mesma. A cal, alm deagente cimentante, funciona como estabilizador qumico, agindo com os mineraisamorfos ou argilosos do solo, formando os compostos pozolnicos. Outras substnciasde baixo custo tambm podem ser usadas, por exemplo, a soda custica e a urina degado.
Em relao adio de estabilizantes, um dos critrios bastante usado aquele querelaciona a plasticidade do solo com o tipo de aglomerante. Outro critrio relaciona aplasticidade e a granulometria com o tipo de aglomerante (figura 9).
Figura 9 Escolha do tipo de estabilizante em funo do ndice de Plasticidade (IP)e da granulometria da terra (adaptado de Houben & Guillaud, 1995)
Alm do tipo de terra, deve-se considerar que existe uma forte interao entre os aspectosscio-culturais, de eficincia tecnolgica (em que avalia a arquitetura, custos e
manuteno), do desenho arquitetnico e do impacto ambiental que definem, comprioridade, a tipologia do edifcio, a tcnica construtiva e o tipo de interveno.
Independente da qualificao do solo atravs de ensaios em laboratrio, o conhecimentopopular na arte de construir com terra pode indicar decises, mesmo empricas, toeficientes quanto a quantificao resultante de ensaios normalizados, executados emlaboratrios. Os testes de campo, que resultam de uma saudvel combinao entre o saberpopular e o conhecimento do meio tcnico, so, muitas vezes, as nicas provas que sepodem fazer para selecionar a terra e construir.
FRAO DA TERRA (%) COM < 0,08 mm
NDICEDEPLASTICIDADE-IP(%)
CAL
CIMENTO
BETUME
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DO LABORATRIO AO CAMPO
H diversas recomendaes quanto aos procedimentos para seleo da terra em campo.Em geral, testam-se diversas terras e, em funo dos resultados e da tcnica construtivaapropriada, seleciona-se, por comparao, a mais adequada.
Atravs do tato e observao visual, faz-se a classificao inicial que aprimorada atravsde outros testes expeditos, convenientemente denominados testes do vidro, do cordo, dafita, de exsudao, da resistncia seca, da caixa, entre outros. Estes testes, queindiretamente avaliam a granulometria, a trabalhabilidade e a retrao do solo, verificam atextura e o comportamento da terra em diversas situaes e identificam as tcnicasconstrutivas mais adequadas. (CEPED, 1984; CONESCAL 1982; CRATerre, 1979; Frana,1975; Hernndez e Mrquez,1983; Houben e Guillaud, 1984; Keable, 1996; Merril, 1949;Minke, 2001; Rigassi, 1995).
Amostragem
Antes dos testes, deve-se preparar a amostra da terra que se pretende analisar, de modoque ela seja representativa das caractersticas da terra que ser usada na construo. Paraisso, coletam-se pores de terra em vrios pontos do local onde se pretende extrair a terrapara a construo, totalizando aproximadamente 30 kg. Em seguida, misturam-se aspores e prepara-se a amostra para teste da seguinte forma:
fazer um monte da terra coletada e homogeneizada em forma de cone e,cuidadosamente, dividir em quatro pores iguais (por diviso do cone em quatroquadrantes);
juntar duas pores opostas em uma nica amostra e descartar as outras duas;
repetir a operao at obter a quantidade necessria para o teste.
Identificao da amostra de terra
importante fazer um esboo dos locais amostrados, registrar, em uma planilha, osresultados dos ensaios realizados e a avaliao dos resultados. Alm disso, o registro deveinformar a data, o local, a identificao da amostra de terra e os responsveis pelaamostragem, ensaios e avaliao. Em anexo, apresenta-se um exemplo de planilha pararegistro e avaliao dos testes.
Testes Tctil-Visuais
A aparncia pode revelar alguns dados muito importantes sobre o tipo e as caractersticasde terra.
1 Caracterizao por tamanho das partculas
A terra pode ser preliminarmente classificada atravs do seguinte procedimento:
espalhar a amostra de terra seca em uma fina camada sobre uma superfcie plana;
com as mos, separar as partculas visveis a olho nu.
As partculas visveis a olho nu correspondem a areia e pedregulho; o que restar, o materialfino, corresponde ao silte e argila (figura 10).
Ento:
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X se a quantidade de silte e argila for maior que a de areia e pedregulho, a terra classificada como siltosa ou argilosa;
X ao contrrio, a terra arenosa ou pedregosa.
No caso de terra arenosa ou pedregosa, tomar um pequeno punhado da amostra inteira(no apenas a parte de areia e pedregulho), umedecer, sem ensopar, e apertar formandouma bola. Deixar secar ao sol. Se a bola se desintegrar ao secar, a terra no apropriadapara construo, a menos que ela seja misturada com outros materiais.
ObedeB.
Faria
Figura 10 Aspectos das partculas que compem a terra, aps peneiramento, observando-seas fraes retidas em cada uma das peneiras da srie normal
2 Caracterizao por cor
Outra caracterstica da terra pode ser revelada em funo da sua cor:
X as cores claras e brilhantes so caractersticas de solos inorgnicos;
X as cores marrom escuro, verde oliva ou preta so caractersticas de solos orgnicos.
3 Caracterizao por brilho
A presena da argila pode ser avaliada atravs do brilho, ainda que a areia quartzosa oucom determinado teor de mica apresentam aparncia brilhante tambm. Ento:
tomar um pouco de material bem fino e amassar com gua at formar uma bolacompacta do tamanho da mo;
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cortar pela metade e observar as superfcies.
Se:
X as superfcies so brilhantes ou h muito brilho, a terra argilosa;
X as superfcies apresentam pouco brilho, a terra siltosa;
X as superfcies so opacas, a terra arenosa.
4 Tato
Ao esfregar, entre os dedos, uma poro da terra seca, pode-se identificar os tipos departculas presentes pela sua textura da seguinte forma:
X a areia arranha;
X o silte cobre os dedos com partculas macias, como se fosse um talco.
Para verificar a presena de argila, umedecer uma poro da terra e moldar uma bola quanto mais argila presente, mais fcil ser formar a bola.
Reconhecimento dos diferentes tipos de terra
A tabela 3 indica genericamente aspectos tctil e visual e as caractersticas de cada uma.
Tabela 3 Identificao da terra por inspeo tctil-visual
Classificao Textura e aparncia do solo
AreiaTextura granular. Pode-se visualizar o tamanho dos gros. Flui
livremente se est secaTerra arenosa
Textura granular porm com suficiente silte e argila para observar suacoeso. Predominam as caractersticas da areia
Terra siltosaTextura fina. Contm uma quantidade moderada de areia fina e umapequena quantidade de argila. Suja os dedos como talco. Em estadoseco, tem uma aparncia compacta. Pulveriza com facilidade
Terra argilosaTextura fina. Quando est seca, fratura-se em torres resistentes; emestado mido, plstico e se agarra aos dedos. difcil de pulverizar.
Terra orgnicaTextura esponjosa. Olor caracterstico de matria orgnica que mais acentuado ao umedecer ou aquecer.
As denominaes areia silto-argilosa, argila silto-arenosa, silte areno-argilosa, etc. decorremda quantidade de cada componente na terra cuja primeira designao corresponde sempreao componente de maior teor.
Queda da bola
Este teste (figura 11) indica o tipo da terra em funo da sua propriedade de coeso econsiste em:
tomar uma poro da terra seca; juntar gua e fazer uma bola com dimetro aproximado de 3 cm;
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deixar a bola cair, em queda livre, da altura aproximada de um metro.
Identificar o tipo de terra avaliando a forma de seu espalhamento:
X terras arenosas espalham-se com esfarelamento (ou desagregao);
X terras argilosas espalham-se menos e com maior coeso.
CarlosAlberto
Mosquini
Figura 11 Teste da queda da bola: aspectos doespalhamento, em funo do tipo de terra (argilosa esquerda e arenosa direita)
Teste do vidro
Este teste fundamentado na sedimentao diferenciada dos constituintes da terra (figura12) e consiste em:
colocar uma poro de terra, seca e destorroada, em um vidro cilndrico, liso etransparente, at cerca de 1/3 de sua altura;
adicionar gua at 2/3 da altura do vidro, acrescentando uma pitada de sal (o sal agecomo defloculante das partculas de terra, porm, se utilizado em demasia pode agir deforma contrria);
tampar o vidro e agitar vigorosamente a mistura para que haja a disperso do solo nagua;
deixar em repouso por 1 h e, em seguida, promover nova agitao;
colocar o vidro em repouso, sobre uma superfcie horizontal;
Cada um dos componentes da terra decanta em tempos diferentes formando distintascamadas que se pode visualizar. O pedregulho e a areia decantam primeiro, por seremas partculas mais pesadas, seguido do silte e por ltimo a argila. Se o solo contmmatria orgnica, esta sobrenada na superfcie da gua.
quando a gua estiver lmpida, medir a altura das distintas camadas.
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Figura 12 Teste do vidro: indicaes sobre oclculo das fraes de cada componente da terra
( ) areiahh %%10031 = ( )[ ] siltehhh %%100312 = ( )[ ] ilahhh arg%%100323 =
Com os resultados obtidos, pode-se confirmar a classificao realizada por meio dos testestctil e visual e identificar a tcnica mais adequada para a terra analisada com auxlio dosquadros apresentados nas figuras 13 e 14.
Figura 13 Diagrama de classificao dos solos, por teste do vidro
(adaptado de Aid y ..., e Moran, 1984)
Obe
deB.
Faria
h1
gua(c/ matriaorgnica emsuspenso)
ArgilaSilte
Areiah2
h3
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Figura 14 Diagramas indicativos de uso da terra por teste do vidro(adaptado de Aid y ..., e Moran, 1984)
Teste do cordo
Este teste avalia a resistncia da terra em um determinado estado de umidade e a relacionacom o tipo mais provvel da terra (figura 15). Ele consiste em:
tomar uma poro da terra seca e adicionar gua at que, rolando sobre umasuperfcie lisa e plana, seja possvel formar um cordo que se quebra com 3 mm dedimetro;
formar uma bola da terra nessa umidade e verificar a fora necessria para esmag-laentre o polegar e o indicador;
CarlosA.
Mosquini
Figura 15 Teste do cordo:formao do cordo, at aquebra com 3 mm de dimetro,e ruptura da bola. Exemplo deuma terra argilosa
100
80
60
40
20
0
1000 20 40 60 80
100
80
60
40
20
0
SILTE
ARGILAAREIA
Solos apropriados(no utilizar estabilizantes)
100
80
60
40
20
0
1000 20 40 60 80
100
80
60
40
20
0
SILTE
ARGILAAREIA
Zonas para BLOCOS e para TAIPA
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A avaliao feita de acordo com as indicaes contidas na tabela 4.
Tabela 4 Avaliao do teste do cordo
Tipo do
cordo
Ruptura da bola Classificao e interpretao
DuroS se pode quebrar a bola com muitoesforo ou no se quebra
Muita argila; terra de alta plasticidade
MolePouco resistente. Fissura e esmigalhafacilmente
Terra argillo siltosa, arenosa ou arenoargilosa; plasticidade mdia
FrgilFrgil. No se pode remoldear a boladevido a sua fragilidade
Bastante silte ou areia e pouca argila;baixa plasticidade
Suave eesponjoso
Esponjosa e fofa. Se comprimida,volta a esponjar-se
Solo orgnico. No apto para nenhumtipo de construo
Teste da fita
Este teste relaciona a plasticidade com o tipo da terra (figura 16) atravs do seguinteprocedimento:
tomar uma poro da terra e, com a mesma umidade do teste do cordo, fazer umcilindro do tamanho de um cigarro;
amassar o cilindro de modo a formar uma fita, com 3 mm a 6 mm de espessura e omaior comprimento possvel.
CarlosA.
Mosquini
Figura 16 Teste da fita: formao do cigarro eda fita, com uma terra argilosa (trs imagenssuperiores), tentativa de formao do cigarrocom uma terra muito arenosa (imagem daesquerda)
Faz-se a avaliao conforme as indicaes contidas na tabela 5.
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Tabela 5 Avaliao do teste da fita
Tipo dafita
Comportamento da fita Classificao e interpretao
Longa
possvel formar uma fita de 25 cm a
30 cm sem dificuldade Muita argila; terra de alta plasticidade
Curta possvel formar uma fita de 5 cm a 10cm com dificuldade
Terra argillo siltosa, arenosa ou arenoargilosa; plasticidade mdia
No se faz a fitaBastante silte ou areia e pouca argila;sem plasticidade
Teste de exsudao
Avalia a plasticidade da terra em funo da sua capacidade de reter gua da seguinte forma(figura 17):
tomar uma poro da terra bastante mida e coloc-la na palma da mo;
golpear esta mo com a outra de modo que a gua saia para a superfcie da amostra,dando-lhe um aspecto liso e brilhante.
CarlosA.
Mosquini
Figura 17 Teste exsudao:diferena entre uma terraargilosa ( esquerda) e umaterra arenosa ( direita)
A avaliao feita de acordo com as indicaes contidas na tabela 6.
Tabela 6 Avaliao do teste do bolo
Tipo dereao
Nmero degolpes
Efeitos na amostraClassificao einterpretao
Rpida 5 10
A gua aflora superfcie daamostra; a presso dos dedos faza gua desaparecerimediatamente e uma pressomais forte esmigalha o bolo
Pouca plasticidade. Areia finainorgnica ou silte grossoinorgnico, terra arenosa ousiltosa
Lenta 20 30
A gua aparece e desaparecelentamente; a presso dos dedosfaz com que o bolo se deformecomo uma bola de borracha.
Silte ligeramente plstico ousilte argiloso
Muito lenta Mais de 30 No h mudana notvelTerra de alta plasticidade.Argila
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Teste de resistncia seca
O teste identifica o tipo da terra em funo da sua resistncia e, como mostrado na figura18, consiste em:
moldar duas ou trs pastilhas de terra bem mida, com cerca de 1 cm de espessura e2 a 3 cm de dimetro;
deixar as pastilhas secarem ao sol por dois ou mais dias;
tentar esmagar cada pastilha entre o indicador e o polegar.
Carlos A. Mosquini
Figura 18 Teste deresistncia seca. Abertura ecorte da massa; pastilhasrecm cortadas; pastilhassecas (observando-se adiferena de retrao entreterra argilosa e arenosa), etentativas de quebra daspastilhas entre os dedos(baseado em CEPED, 1984)
Seu comportamento classificado de acordo com as indicaes contidas na tabela 7.
Tabela 7 Avaliao do teste de resistncia seca
ResistnciaEsforo de
rupturaComportamento Classificao e interpretao
Grande Resistente No se pulverizaSolo inorgnico de alta plasticidade;
argila.
Mdia Pouco resistente possvel reduzir ospedaos a p
Terra argilo siltosa, terra argilloarenosa ou areia argilosa. Se forargilla orgnica, no usar
Fraca No resiste Fcil desagregaoFalta de coeso. Solo siltosoinorgnico ou outro com pouca argila
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Identificao de tcnicas construtivas em funo dos resultados dos testes
Para cada tipo de terra, pode-se estimar as tcnicas construtivas mais adequadas emfuno dos resultados dos testes do cordo, da fita, de exsudao e da resistncia seca,conforme apresenta a tabela 8.
Tabela 8 Tipo de solo e tcnica construtiva indicada por testes expeditos(adaptao de CEPED, 1984)
Teste docordo
Teste dafita
Teste deexsudao
Teste daresistncia
seca
Tipo deterra
Tcnicaconstrutiva
Cordo frgilouresistncia
nula
Fita curta ouno seconsegue
fazer a fita
Reao rpidaa lenta, masjamais muito
lenta
Fraca a nula,geralmentenula
Arenosa;areno-siltosa;areno-argilosa;
silto-argilosa
tijolo prensado,adobe e terracompactada
Cordo frgila mole
Fita curtaReao lenta amuito lenta
Fraca a mdia Siltosa
Utilizao maisdifcil que as terrasanteriores, maspossvel com o usode aglomerante
Cordo moleFitas curta alonga
Reao muitolenta ou semreao
Mdia agrande
Argilosa compedregulhoargilo-arenosa e
argilo-siltosa
Possvel usar para aterra compactadaou tijolo prensado,
com aglomerante
Cordo duro Fita longa Sem reao Grande Argilosa
Possvel usar parafabricao de adobecom adio defibras ebarreamento detcnicas mistas
Cevallos usa, particularmente, as recomendaes apresentadas na tabela 9 para analisar osresultados obtidos nos testes. Estas sugerem, inclusive, os estabilizantes mais adequadospara cada tipo de terra.
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Tabela 9 Recomendaes para seleo da tcnica de construo e do estabilizante em funo dos testes de cam
TERRA ARGILOSA E TERRA SILTOSA
Identificao Teste do cordoTeste de
exsudaoTeste da
resitncia secaTcnica recomendad
Silte e silte argilosoCordo frgil; no faza bola
Reao rpida alenta, mas no
demasiado lenta
Fraca a nula,geralmente nula
Apto para todo tipo de tcnicparticularmente BTC
SilteCordo mole deresistncia mdia;bola muito frgil
Reao lenta anula
Fraca a mdiaEvitar usar, se necessrio,adicionar aglomerante e revesuperfcie
Argila c/ pedregulho,argila arenosa e argilasiltosa
Cordo mole deresistncia mdia;bola frgil, se fissura
Reao muito lentaa nula
Mdia a grandeApropriado para BTC e taipanecessita aglomerante
Argila e argila plsticaCordo duro; bolano se fissura
Sem reao GrandeApropriado para adobe e tcmistas
Silte orgnico e argilasiltosa orgnica
Lenta Fraca a mdia
Argila orgnica
Cordo frgil eesponjoso; bolaesponjosa Reao muito lenta
a nula
Media a grande
No usar
TERRA ARENOSA
Areia siltosaCordo frgil; no faza bola
Reao rpidaFraca a nula,generalmente nula
Apto para todo tipo,particularmente BTC; se tivermuita areia, agregar finos eestabilizar com aglomerante
Areia argilosaCordo mole deresistncia mdia;bola muito frgil
Reao lenta amuito lenta
MdiaApto para todo tipo,particularmente BTC; se tivermuita areia, adicionar finos
Areia No funcionam estes testes Nao apto
TERRA COM PEDREGULHO
Pedregulho siltoso,mistura de pedregulhos,areia e silte
No faz o cordo Rpida NulaConveniente se o pedregulho muito grosso; usar para admonolticos.
Pedregulho argiloso,mistura de pedregulhos,areia e silte
No faz o cordo Lenta a muito lenta Mdia Adobe e monolticos
Pedregulho No funcionam estes testes No apto
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Teste do rolo (verificao da terra adequada para a taipa)
Este teste verifica a quantidade de argila (material coesivo) contida na terra para aconstruo com taipa e consiste em (figura 19):
tomar uma poro de terra, umedecida e amassada, rolar sobre uma superfcie planaat a obteno de um cordo com 200 mm de comprimento e dimetro de 25 mm;
deslizar suavemente o cordo sobre a superfcie da mesa, de forma a ficar em balanoalm de sua borda, at que ocorra a ruptura do segmento em balano.
Figura 19 Teste do rolo: na
ilustrao, uma terra argilosa(ruptura com mais de 120 mm) Ca
rlosA.
Mosquini
Em funo do comprimento do segmento rompido, tem-se um indicativo da quantidade deargila ideal para a taipa:
X se romper o cordo com menos de 80 mm, no h argila suficiente;
X se a ruptura se der com comprimento entre 80 mm e 120 mm, tem-se a quantidadeideal de argila;
X comprimentos acima de 120 indicam argila em excesso.
Teste da caixa
Este teste mede a retrao linear do solo que, indiretamente, indica seu comportamentoquanto a retrao volumtrica. Ele usado principalmente para a seleo de terra para BTCe paredes monolticas com cimento e consiste em (figura 20):
tomar uma poro de solo e adicionar gua aos poucos at que a mistura comece agrudar na lmina da colher de pedreiro;
colocar a mistura na caixa, alisando a superfcie com a colher de pedreiro;
deixar a caixa protegida do sol e chuva durante sete dias;
aps este perodo, medir a retrao linear.
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Figura 20 Ensaio de retrao (ou teste dacaixa): a caixa da ilustrao permite o ensaiode cinco amostras, simultaneamente,facilitando a comparao entre os resultadosde retrao (cada compartimento tem 8,5 cmde largura, 3,5 cm de altura e 60 cm decomprimento). Dispositivo proposto por Faria(2002) O
bedeB.
Faria
Segundo BNH (1985), para a fabricao de tijolos e blocos de solo-cimento, a retrao totalno deve ultrapassar 20 mm.
CEPED (1984) recomenda o uso da terra com retrao total de at 20 mm no ensaio dacaixa e a proporo de 1 volume de cimento para 15 volumes de terra para execuo deparedes de painis monolticos de solo-cimento.
Independente da tcnica de construo, Cevallos, em funo de sua experincia,recomenda as propores volumtricas apresentadas na tabela 10 para estabilizao daterra em funo da medida de retrao no teste da caixa.
Tabela 10 Relao terra e cimento para as misturas de solo-cimento (Recomendado por Cevallos)
Retrao (em mm) Cimento (volume) Terra (volume)
Menor que 12 1 18
Entre 12 e 25 1 16
Entre 25 e 38 1 14
Entre 38 e 50 1 12
ALGUNS MTODOS DE CONTROLE RECOMENDADOS NA CONSTRUO COMTERRA
Como toda construo, a que utiliza a terra como material de construo, tambm deveatender s exigncias que garantam sua segurana estrutural, durabilidade eestanqueidade. Os procedimentos de controle so os mesmos utilizados para a construoconvencional. Para as paredes, recomenda-se observar o prumo, alinhamento, aspectosuperficial e a proteo de paredes sujeitas a ao da gua, sejam com auxlio dos beiraisna cobertura ou com tratamento superficial adequado.
Heise (2003) define diversos fatores a serem verificados no controle de qualidade doprocesso de produo da arquitetura e construo com terra. O controle inicia no desenhodo projeto e do canteiro de obras, passa pela seleo da terra e a preparao da mistura, e,para as tcnicas que utilizam moldes, trata do projeto e a montagem desses, com olanamento e aplicao da mistura e, finalmente, com o acabamento da parede construda.
bastante til fazer amostras para simulao prvia antes da execuo da obra. Porexemplo, fabricar vrios adobes com um ou mais tipos de terra, construir um painel de taipaou de taipa de mo, fabricar blocos, assim como testar diferentes quantidades de
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estabilizantes. Estes experimentos, que no implicam custo elevado, completam oconhecimento sobre o comportamento da terra, ajudam a selecionar a mistura e podemcondicionar as decises quanto ao sistema construtivo.
Ressalta-se tambm a importncia da capacitao dos operrios e do responsvel pela
execuo na qualidade da obra.
Durante a obra, os fatores considerados importantes na construo com terra so adosagem, quando se usam estabilizantes, a homogeneizao, a umidade e o adensamento.Na obra, geralmente, no se dispe do apoio de laboratrio para garantir as mesmascondies obtidas em laboratrio. Entretanto, existem prticas simples e mtodos expeditosque asseguram seu controle com razovel preciso.
Dosagem
Deve-se evitar o uso de vrios critrios de medidas dos materiais, pois podem resultarconfuses que dificilmente sero identificadas durante a execuo. Uma boa prtica nocontrole estabelecer volumes fceis de serem utilizados como padiolas, carrinho-de-moou baldes. O cuidado bsico deve estar ento em observar se no ocorrem variaes nascaractersticas fsicas da terra que est sendo usada, pois, caso ocorra, ser necessria aadequao da dosagem.
Os volumes da mistura devem ser suficientes para no provocar interrupes no trabalho e,no caso de usar cimento como estabilizante, deve-se cuidar para que o uso da mistura noocorra aps seu perodo de pega (aproximadamente 2 horas).
Homogeneizao
Outro fator fundamental na qualidade do produto final a perfeita homogeneizao damistura. O estabilizante em p deve ser adicionado terra seca e misturado at que seobtenha uma colorao uniforme; a terra deve ser isenta de torres, que podem serdesfeitos com a p ou por peneiramento. A gua deve ser adicionada aps a mistura daterra seca com o estabilizante; em regies chuvosas, conveniente prever um abrigo paraarmazenar a terra.
Na adio da cal hidratada, usual, alm da homogeneizao, deixar a mistura em repousodurante 12 horas, no mnimo, de modo a obter maior trabalhabilidade e diminuir a retrao.Hofmann (2002) indica que, quando a cal usada apenas como aglomerante, para melhoriada resistncia e durabilidade, a mistura deve ser utilizada logo aps a adio da cal.Cevallos e Rotondaro lembram que, quando se adiciona palha ou esterco terra para a
produo de adobe, o tempo de repouso da mistura chega at aos 15 dias.
Umidade
A umidade que deve ter a mistura funo do tipo de terra que se utiliza e da tcnicaconstrutiva (adobe, bloco, taipa, tcnica mista, etc.). Para o adobe, por exemplo, necessria uma plasticidade tal que permita o preenchimento do molde com facilidade,ocupando todo o seu volume (principalmente os cantos e arestas), sem, no entanto, ocorrera deformao do adobe ao ser desmoldado. Para a tcnica mista, o barro dever ser maisplstico, mais mido, para possibilitar a acomodao entre os elementos do entramado, mastambm no pode ser muito plstico, a ponto de escorrer por entre estes elementos.
No caso de terra comprimida, a identificao da umidade pode ser feita no campo, comrazovel preciso, por um processo expedito. Consiste em tomar uma poro da mistura, jumedecida, e comprimi-la com a mo: ao abrir a mo, o bolo formado deve guardar o sinal
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dos dedos e, quando deixado cair da altura de 1,0 metro deve espatifar. Caso no seconsiga formar o bolo com a mo, a umidade insuficiente; caso o bolo, ao cair, mantenha-se coeso, a umidade excessiva.
Este teste assemelha-se ao teste de queda da bola, porm cada um tem sua finalidade. O
primeiro realizado para a seleo da terra e determina seu tipo pela forma deespalhamento da bola ao cair, cuja avaliao se faz, em geral, por comparao entre vriasamostras de terras. Esse ltimo verifica a umidade tima para compactao da terra jselecionada para tcnicas construtivas que empregam a terra comprimida, por prensagemou por compactao, e avalia o seu aspecto tanto ao comprimir a amostra na mo como oseu espalhamento na queda.
Faria usa, ao invs de deixar cair, quebrar o bolo com as duas mos. O bolo deve estarcompactado o suficiente para se quebrar em dois, sem esmigalhar. Caso esmigalhe, aumidade insuficiente; caso ele ceda a presso dos dedos e se deforma, sem partir aomeio, est muito mido (figura 21).
CarlosA.
Mosquini
Figura 21 Teste deumidade: compactao daterra com a mo e quebra dobiscoito, sem esfarelamento.Exemplo de uma terraarenosa
Para determinar a umidade ideal, o melhor e mais eficiente teste experimentar o uso daterra na prpria tcnica, j que o teor de umidade pode ser fcil e rapidamente corrigido,com a adio de mais gua, ou de mais terra. O prprio operador, em pouqussimo tempo,
ter condies de avaliar se a mistura est na consistncia ideal, baseado no mtodo detentativa e erro.
Compactao
Ocontrole da compactao muito simples e intuitivo. O som emitido pelo compactador vaise modificando durante a compactao e, ao final, ele quase metlico; o trmino identificado facilmente pelo operador, pois o compactador no deixa mais marcas sobre asuperfcie compactada. A partir da, todo esforo de compactao praticamente intil.
Ainda em relao compactao, outro fator fundamental de controle a espessura dascamadas da mistura solta: estas, antes da compactao, no devem ser superiores a 20 cm.
Outro aspecto relativo a compactao corresponde a massa do compactador: algunsautores sugerem o peso mximo de 3 kg, outros de 10 kg. O importante que sempre se
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utilize compactadores com mesma massa de modo que a energia de compactao sejauniforme.
Nem todas as tcnicas construtivas exigem compactao mecnica. Quando se usa amistura de solo e gua em estado de consistncia plstico, para fabricao de adobe e
enchimento de entramados, por exemplo, no h necessidade de energia para seuadensamento.
Manuteno
Faria (2002) ressalta que a necessidade de manuteno no exclusiva das construesem terra. Independente do material utilizado, o hbito de manter, tanto de carter preventivocomo corretivo, preserva a construo. Outro aspecto muito importante, relacionado com amanuteno e durabilidade das construes, diz respeito aos detalhes construtivos, ou seja,deve ser investido tempo no projeto de detalhamento de cada elemento construtivo, de cadaitem da construo e de todas as suas etapas.
Nas casas de terra, deve-se cuidar especialmente das instalaes hidro-sanitrias e daproteo de guas pluviais, pois o contato direto e contnuo com a gua pode comprometerseu desempenho e durabilidade.
COMENTRIOS
Para avaliar as caractersticas da terra disponvel e a possibilidade de seu uso naconstruo de vivendas, os mestres de construo procuraram, de alguma forma,desenvolver seus mtodos e transmitir sua experincia para as geraes seguintes.Geralmente dirigidos a uma tcnica construtiva especfica, cada um contava, seguramente,
com a perspiccia e a habilidade desenvolvidas durante anos de trabalho na prtica daconstruo. O adobeiro e o taipeiro, por exemplo, sabiam muito bem como encontrar a terraprpria para fabricar o adobe e a taipa.
Os tcnicos, no instante que necessitaram difundir as tcnicas de construo com terra deuma regio para outra, principalmente atravs da escrita, sentiram-se obrigados acompreender as receitas passadas de pai para filho, de mestre para aprendiz, e transform-las em palavras e desenhos que representassem os procedimentos desenvolvidos por estessbios construtores.
De alguma forma, alguns testes foram mais apreciados que outros, provavelmente porqueeram facilmente assimilados e transmitidos. Assim, estes aparecem na maioria dos livros e
manuais que tratam dos procedimentos para escolha da terra para construo.
Os tcnicos procuraram tambm desenvolver mtodos expeditos para o controle deexecuo, como se faz em qualquer construo convencional. Estes tambm existiam comos mestres da construo, que eram repassados aos aprendizes na prpria prtica.
Enquanto que os ensaios realizados em laboratrios so geralmente quantitativos, comresultados numricos, os testes expeditos realizados em campo tm resultados basicamentequalitativos e so apropriados para comparar as caractersticas entre as terras disponveisna regio de modo a selecionar a mais apropriada ao sistema construtivo pretendido.
O apoio de um laboratrio de ensaios recomendado em programas massivos de
construo, quando o volume de terra significativo e principalmente quando se usamaglomerantes como o cimento, por exemplo, que representa um valor significativo no custoda construo. Neste caso, alm dos ensaios para a seleo do solo, deve-se programar:
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o estudo de jazidas de modo a avaliar a quantidade do solo disponvel na regio;
os ensaios de caracterizao do solo para controle e identificao de possveisalteraes que possam modificar seu comportamento.
Afora esta condio, os testes expeditos, como estes aqui apresentados, so perfeitamentecredenciados para selecionar solos apropriados e, em conjunto com o conhecimento tcnicodo especialista, para projetar e acompanhar a obra, garantir o desempenho e durabilidadeda casa de terra.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas (1995). NBR 6502 Rochas e solos.Terminologia. Rio de Janeiro: ABNT. 18 p.
PERU. AID Y Ministerio de Vivienda y Construccion de Peru. Indigenous Building
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NOTA DOS AUTORES
Este documento foi preparado a partir da experincia dos autores cujas prticas sedesenvolveram fundamentadas na bibliografia j consagrada sobre a arquitetura econstruo com terra. Como se tratam de testes expeditos, eles so adaptados de acordo
com as habilidades e sua interpretao decorre particularmente dos materiais disponveis etcnicas mais usuais em cada regio. Os autores, provenientes de Argentina, Equador e deduas diferentes regies do Brasil, estados da Bahia e de So Paulo, contam cada um comsua prtica desenvolvida ora no mbito da academia, ora em atividades de capacitao, oraem construo. Compatibilizar as informaes de profissionais de quatro diferentes regiesfoi uma experincia inovadora e gratificante: todos os autores aprimoraram osconhecimentos sobre as prticas de campo para seleo de solos e mtodos de controle deexecuo. Com este documento, os autores esperam contribuir, um pouco mais, para oavano da tecnologia de Arquitetura e Construo com Terra, principalmente em Ibero-amrica.
Maio de 2005
Sugesto para citao deste trabalho:
NEVES, Clia Maria Martins; FARIA, Obede Borges; ROTONDARO, Rodolfo; CEVALLOS,Patricio S.; HOFFMANN, Mrcio. (2005). Seleo de solos e mtodos de controle emconstruo com terra prticas de campo. Seleccin de suelos y mtodos de control en laconstruccin con tierra prcticas de campo. In: IV SEMINRIO IBERO-AMERICANO DECONSTRUO COM TERRA, 4. e SEMINRIO ARQUITECTURA DE TERRA EMPORTUGAL, 3., 2005, Monsaraz (Portugal). Actas... Vila Nova de Cerveira (Portugal):Escola Superior Galaecia / PROTERRA-CYTED. 1 CD-ROM. p. 1-31
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ANEXO EXEMPLO DE PLANILHA PARA REGISTRO E AVALIAO DOSTESTES
IDENTIFICAO DA TERRA TESTES DE CAMPO
Nome da amostraLocalizaoOperadorData de coletaData de execuoObservaes
Teste Interpretao
Tamanho de
partculasCor
BrilhoTctil-visual
Tato/textura
Identificao da terra por inspeotctil-visual
Queda da bola
Vidro - % de areia, siltee argilaIndicao de tcnicas construtivaspor teste do vidro
Cordo
Fita
Exsudao
Resistncia seca
Identificao da terra e detcnicas construtivas tabela 8Identificao da terra e detcnicas construtivas tabela 9
Rolo
Caixa
Concluso:
Fazer o esboo do local de amostragem no verso