Nova norma para instalações de cabeamento estruturado em ambientes de saúde: TIA1179 Hospitais e clínicas demandam que as instalações de infraestrutura de rede suportem requisitos específicos para atender a demanda que surge com o constante desenvolvimento tecnológico na área de saúde.

Faz parte do trabalho da TIA (TELECOMMUNICATIONS INDUSTRY ASSOCIATION) o desenvolvimento de normas e padrões específicos para cada tipo de aplicação. Hoje a TIA já possui normas para a instalação em ambientes comerciais (TIA 568C.1), ambientes residenciais (TIA 570B), instalações em Data Centers (TIA 942) e instalação em ambientes industriais (TIA 1005). Seguindo esta premissa e devido à grande demanda de adequações e projetos em ambientes de saúde, a TIA desenvolveu uma norma TIA 1179.

Esta norma 1179 Healthcare Facility Telecommunications Infrastructure Standard traz características específicas para instalações de cabeamento estruturado em ambientes de saúde baseada no modelo de estrutura definida na TIA568C.0.

Nesta norma temos as definições para todos os elementos que constituem um cabeamento genérico em um ambiente de saúde.

a- Sala de Entrada

b- Sala de Equipamentos

c- Salas de Telecomunicações/Racks de Telecomunicações

d- Cabeamento de Backbone

e- Cabeamento Horizontal

f- Área de trabalho

Alguns cuidados especiais a serem considerados:

a- Sala de Entrada:

Interface com a rede externa, ponto de demarcação entre a rede dos provedores com a rede interna.

b- Sala de Equipamentos:

Considerar um crescimento de 100% quando do dimensionamento da sala de equipamentos. A sala de equipamentos pode conter o cross connect principal e/ou o cross connect intermediário. Esta sala prove a administração e encaminhamento dos cabeamentos de equipamentos e patch cords.

Esta sala deve ter 2 encaminhamentos distintos entre a sala de entrada e a sala de equipamentos pois muitos ambientes em uma instalação de saúde são críticos e podem ser impactados diretamente no caso de uma falta nos sistemas de telecomunicações.

c- Salas de Telecomunicações:

Servem para a interligação entre o cabeamento de backbone e o cabeamento horizontal. Devido aos serviços de telecomunicações presentes em uma instalação de saúde (chamada de enfermagem, monitoramento de pacientes,etc.) uma sala de telecomunicações deve ter um tamanho mínimo de 12m².

Quando for utilizado um cabeamento óptico centralizado (cabeamento este que é uma alternativa ao cross-connect óptico em salas de telecomunicações) para aplicações específicas no cabeamento

horizontal. Nestes casos, temos um cabo lançado diretamente da sala de telecomunicações até uma área de trabalho e a distância máxima permitida é de 300m.

d- Cabeamento de Backbone:

Este cabeamento deve ser projetado utilizando uma topologia estrela e prevendo o uso de novos equipamentos, distintas aplicações, manutenções, mudanças em serviços.

Devido à importância de certos ambientes, pelo menos 2 encaminhamentos distintos devem ser utilizados para a interligação destas áreas com as salas de equipamentos.

Os meios reconhecidos são:

• Cabos 100Ω categoria 6 ou superior

• Cabos de fibra óptica MM e recomenda-se o uso de fibras especiais

• Cabos de fibra óptica SM.

e- Cabeamento Horizontal:

O cabeamento horizontal inclui o cabo, os conectores na área de trabalho, terminações mecânicas e os patch cords localizados na área de trabalho e na sala de equipamentos.

Os meios reconhecidos são:

• Cabos 100Ω categoria 6 ou superior

• Cabos de fibra óptica MM e recomenda-se o uso de fibras especiais

• Cabos de fibra óptica SM.

f- Área de Trabalho:

Em ambientes de saúde o significado de área de trabalho deve ser aumentado para permitir a conectividade de diferentes tipos de serviços. Estes serviços podem ser classificados como:

• Serviços ao paciente

• Cirurgia, Salas de operação

• Salas de Emergências

• Ambulatórios

• Sala para exames femininos

• Salas de Diagnósticos

• Salas de Suporte

• UTI

• Salas operacionais

• Consultórios

Esta é a principal diferença entre a área de trabalho em um ambiente de saúde de uma área em um

ambiente comercial.

A quantidade de tomadas a ser instaladas em cada área de trabalho deve levar em consideração o tipo de aplicação do ambiente. O projeto deve levar em conta a dificuldade de realizarmos qualquer alteração posteriormente à ativação do ambiente.

Outros pontos Importantes:

1- Densidade de pontos de rede

Dependendo da aplicação (por exemplo, um centro de tratamento intensivo e salas de cirurgia devem prever mais de 14 pontos em cada área de trabalho).

2- Atualização Tecnológica

O uso de tecnologias como Fiber to the Enclosure ou Fiber-to-the-desk para diminuição do volume de cabos e future proof em termos de taxas de transmissão.

3- Aplicações Especiais

Áreas críticas como utilizadas para controle de infecções necessitam do uso de tomadas com proteção de nível IP67 e outros acessórios que permitam o bloqueio do fluxo de ar ou que evitem a entrada de contaminantes.

Salas de exame com altos níveis de radiação eletromagnética necessitam de cabeamento óptico.

4- Gerenciamento

Como temos uma grande diversidade de sistemas e aplicações em um hospital, é fundamental o uso de estratégias que simplifiquem e tornem confiável a administração do cabeamento.

Esta administração pode ser feita de diferentes maneiras: desde soluções mais simples, como o uso de sistema simples de identificação visual, o uso de cores diferentes, até sistemas de gerenciamento de camada física em tempo real.