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GOVERNO DO ESTADO DE RORAIMA SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE RORAIMA COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA 2017 Boa Vista - RR, 2018

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GOVERNO DO ESTADO DE RORAIMA SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE RORAIMA

COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

RELATÓRIO ANUAL

DE EPIDEMIOLOGIA

DE RORAIMA

2017

Boa Vista - RR, 2018

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Maria Suely Silva Campos Governadora do Estado de Roraima

Ricardo de Queiroz Lopes

Secretário Estadual da Saúde de Roraima

Daniela Palha Souza Campos Coordenadora Geral de Vigilância em Saúde

Luciana Cristina Grisoto

Diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica

José Vieira Filho Gerente do Núcleo de Sistemas de Informação em Saúde

COORDENAÇÃO E ORGANIZAÇÃO

Maria Soledade Garcia Benedetti Infectologista e especialista em Saúde Pública

Gerente do Núcleo de Vigilância Hospitalar - NVH/DVE/CGVS/SESAU/RR

COLABORAÇÃO

Rutiléia Paiva de Souza Técnica do Núcleo de Sistemas de Informação em Saúde -

NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

José Vieira Filho Gerente do Núcleo de Sistemas de Informação em Saúde -

NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

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ELABORAÇÃO

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RORAIMA: BREVE HISTÓRICO: Maria Soledade Garcia Benedetti. DADOS DEMOGRÁFICOS: Maria Soledade Garcia Benedetti.

NATALIDADE: Maria Soledade Garcia Benedetti.

DENGUE, CHIKUNGUNYA, ZIKA E FEBRE AMARELA: Vanessa S. Barros.

DOENÇAS EXANTEMÁTICAS (Sarampo, Rubéola e Varicela): Nayane Picanço Nomiyama. DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR: Danúbia Rodrigues Basílio. DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS: Nathalia Youssef Coutinho.

HEPATITES VIRAIS: Ananda Moura de Oliveira, Neyla Maia Silva.

HANSENÍASE: Márcia Silva de Souza.

DST/HIV/AIDS: José Aristides Viola Ramos, Janderson Souto Mangabeira,

Rosemere Lopes dos Santos, Nelma Cavalcante da Costa, Sumaia dos Santos

Dias, Valdirene de Oliveira Cruz, Angela Aparecida Ferreira de Lima.

MALÁRIA: Ducineia Barros de Aguiar.

MENINGITE, COQUELUCHE E DIFTERIA: Mônica de Brito Medeiros.

TÉTANO NEONATAL, TÉTANO ACIDENTAL, PARALISIA FLÁCIDA AGUDA E

INFLUENZA: Aryuska Rayane de Menezes Machado.

TRACOMA: Danúbia Rodrigues Basílio.

TUBERCULOSE: Angela Maria Felix Alves oliveira, Elba Urzedo de Freitas Lamounier, Maria Goreth Sousa Alves. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR: Maria Soledade Garcia Benedetti. ZOONOSES: Gilzônia Veloso da Costa, Letícia Godinho Pezende.

MORTALIDADE: Maria Soledade Garcia Benedetti.

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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO................................................................................................................ 15

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 17

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGIA DE RORAIMA: BREVE HISTÓRICO............................ 19

1 DADOS DEMOGRÁFICOS .............................................................................................. 24

2 NATALIDADE .................................................................................................................... 28

2.1 ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER ............................................................................... 32

2.2 FECUNDIDADE ................................................................................................................... 33

2.3 ESTABELECIMENTO DE SAÚDE ..................................................................................... 36

2.4 REFERENTES À MÃE ........................................................................................................ 37

2.5 REFERENTES A GRAVIDEZ E AO PARTO .................................................................... 42

2.6 REFERENTES AO RECÉM-NASCIDO ............................................................................. 49

3 MORBIDADE ..................................................................................................................... 54

3.1 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR .............................................................. 57

3.2 HIV/AIDS E OUTRAS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST) .......... 60

3.3 HEPATITES VIRAIS ............................................................................................................ 70

3.4 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS........................................................................................... 75

3.5 NÚCLEO DE CONTROLE DO TÉTANO NEONATAL, TÉTANO ACIDENTAL, PARALISIA FLÁCIDA AGUDA E INFLUENZA ........................................................................ 85

3.6 NÚCLEO DE CONTROLE DA MENINGITE, COQUELUCHE E DIFTERIA .................. 95

3.7 MALÁRIA ............................................................................................................................ 100

3.8 NÚCLEO DE CONTROLE DA DENGUE, CHIKUNGUNYA, ZIKA E FEBRE AMARELA ................................................................................................................................................... 105

3.9 NÚCLEO DE CONTROLE DE ZOONOSES ................................................................... 115

3.10 HANSENÍASE .................................................................................................................. 123

3.11 TUBERCULOSE .............................................................................................................. 129

3.12 TRACOMA........................................................................................................................ 140

3.13 DOENÇAS HÍDRICAS E ALIMENTARES .................................................................... 146

3.14 DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS – NCDANTS ............................... 153

4 MORTALIDADE .............................................................................................................. 170

4.1 INDICADORES DE MORTALIDADE ............................................................................... 177

4.2 MORTALIDADE POR MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA .................................................... 178

4.3 MORTALIDADE POR FAIXA ETÁRIA ............................................................................. 189

4.4 MORTALIDADE POR SEXO ............................................................................................ 191

4.5. MORTALIDADE POR GRUPO DE CAUSAS................................................................. 193

4.6 MORTALIDADE NA INFÂNCIA E INFANTIL .................................................................. 217

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4.7 MORTALIDADE FETAL .................................................................................................... 223

4.8 MORTALIDADE MATERNA ............................................................................................ 224

5 RECOMENDAÇÕES ...................................................................................................... 230

REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 232

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 População residente por área territorial e densidade demográfica, Roraima, 2017

Tabela 2 População residente do Estado de Roraima, 2016 e 2017 e a taxa geométrica de crescimento populacional

Tabela 3 Taxa de natalidade (por mil habitantes) de Roraima e Brasil, 1990 a 2017

Tabela 4 Número de nascidos vivos, proporção e taxa de natalidade por município de residência da mãe, Roraima, 2017

Tabela 5 Número de nascidos vivos informados pelo Sinasc e Registro civil e razão Sinasc/Registro civil, Roraima, 2009 a 2013 e 2015

Tabela 6 Taxa Geral de Fecundidade, Roraima, 2006 a 2017 Tabela 7 Taxa de fecundidade específica (15 a 49 anos), Roraima, 2006 a 2017 Tabela 8 Distribuição dos nascimentos segundo esfera administrativa do

estabelecimento de saúde, Roraima, 2001 a 2017 Tabela 9 Número e proporção de nascidos vivos por idade da mãe, Roraima,

2006 a 2017 Tabela 10 Número e proporção de nascidos vivos por município de residência e

idade da mãe, Roraima, 2017 Tabela 11 Número e proporção de nascidos vivos por escolaridade (anos de

estudo) da mãe, Roraima, 2006 a 2017 Tabela 12 Número de nascidos vivos por município de residência e escolaridade

(anos de estudo) da mãe, Roraima, 2017 Tabela 13 Número de nascidos vivos por município de residência e situação

conjugal da mãe, Roraima, 2017 Tabela 14 Número e proporção de nascidos vivos por número de consultas de pré-

natal, Roraima, 2001 a 2017 Tabela 15 Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e

número de consultas de pré-natal, Roraima, 2017 Tabela 16 Número e Proporção de nascidos vivos segundo a duração da

gestação, Roraima, 2006 a 2016 Tabela 17 Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e idade

gestacional, Roraima, 2017 Tabela 18 Número e Proporção de nascidos vivos por tipo de parto, Roraima, 2001

a 2017 Tabela 19 Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e tipo de

parto, Roraima, 2017 Tabela 20 Número e proporção de nascidos vivos por peso ao nascer, Roraima,

2006 a 2017 Tabela 21 Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e peso

ao nascer, Roraima, 2017 Tabela 22 Número e proporção de nascidos vivos segundo o APGAR no 1° e 5°

minutos de vida, Roraima, 2006 a 2017 Tabela 23 APGAR no 1º e no 5º minuto de vida por município de residência da

mãe, Roraima, 2017 Tabela 24 Envio de lotes do SINAN por semana epidemiológica e município,

Roraima, 2017 Tabela 25 Número e proporção de agravos e DNC notificados pela REVEH/RR em

2017 Tabela 26 Demonstrativo da taxa de detecção de AIDS em adultos, por município

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de residência, em Roraima, no ano de 2017 Tabela 27 Demonstrativo de números absolutos de casos de AIDS em crianças

menores de 5 anos, por município de residência, em Roraima, no ano de 2017

Tabela 28 Demonstrativo de casos de IST por agravo notificado, em Roraima, no ano de 2017

Tabela 29 Demonstrativo de casos de IST por agravo notificado, segundo município Unidade de Saúde Notificadora em Roraima, no ano de 2017

Tabela 30 Demonstrativo de casos de HIV+ em gestante, por município de residência, em Roraima, no ano de 2017

Tabela 31 Demonstrativo de casos de Sífilis em gestante, por município de residência, em Roraima, no ano de 2017

Tabela 32 Demonstrativo dos casos de sífilis congênita, por município de residência, em Roraima, no ano de 2017

Tabela 33 Número de casos confirmados por classificação etiológica e faixa etária no ano de 2017

Tabela 34 Casos confirmados por classificação etiológica e município no ano de 2017

Tabela 35 Indicadores de vigilância epidemiológica do sarampo - Roraima, 2007 a 2017

Tabela 36 Casos confirmados de Tétano Neonatal. Brasil, Região Norte. 1990 a 2017*

Tabela 37 Casos confirmados de Tétano Acidental. Região Norte - 2007 a 2017* Tabela 38 Óbitos por Tétano Acidental - Brasil, Regiões e Unidades Federadas.

1998 - 2017* Tabela 39 Número de casos notificados, confirmados e descartados - Roraima,

2017 Tabela 40 Classificação de casos no Estado de Roraima com seus números de

casos notificados, confirmados e descartados. Tabela 41 Distribuição de Lâminas por Importados Tabela 42 Prazo para Início do Tratamento dos Pacientes Após a Data dos

Primeiros Sintomas Tabela 43 Dados em Números Absolutos Referente a Óbitos por Malária, por

Procedência da Infecção, Roraima (2014-2017) Tabela 44 Freqüência por ano de agravos notificados confirmados Tabela 45 Número de atendimentos antirrábicos por município Tabela 46 Notificações e ocorrências de acidentes por animais peçonhentos por

município Roraima – 2016 e 2017 Tabela 47 Acidentes com animais peçonhentos, conforme tipo de acidente

Roraima – 2016 e 2017 Tabela 48 Acidentes com animais peçonhentos, conforme gênero de serpente em

Roraima – 2016 e 2017 Tabela 49 Acidentes com animais peçonhentos, conforme sexo e faixa etária em

Roraima – 2016 e 2017 Tabela 50 Acidentes com animais peçonhentos, conforme evolução do caso em

Roraima – 2016 e 2017 Tabela 51 Número de casos de LTA por município de notificação no ano de 2016 e

2017 Tabela 52 Coeficiente geral de detecção de casos de LTA no ano de 2017 por

município por 100.000 habitantes em RR Tabela 53

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Número de casos confirmados de LV por município de notificação dos anos de 2016 e 2017

Tabela 54 Incidência de Hanseníase por Classificação Operacional Tabela 55 Número de casos de tuberculose notificados por tipo de entrada e local

de residência, Roraima, 2017 Tabela 56 Número de sintomáticos respiratórios examinados (incluindo áreas

(indígenas) por município de residência e percentual em relação à meta em Roraima – 2017

Tabela 57 Números de Casos Novos de Tuberculose (incluindo áreas indígenas) por município de residência e percentual em relação à meta em Roraima, 2017

Tabela 58 Número e percentual de contatos examinados por município de residência, Roraima, 2017

Tabela 59 Cura, Abandono, Óbito e transferênciade casos novos de tuberculose pulmonar com confirmação laboratorial, Residentes em Roraima, 2016

Tabela 60 Número de pessoas examinadas, número de casos positivos e proporção de casos positivos de tracoma entre os examinados - Roraima, 2003 a 2017

Tabela 61 Populaçãoresidente e frota de veículos registrada Boa Vista 2001-2017 Tabela 62 Frota de veículos, por tipo e com placa, segundo os municípios da

federação - novembro / 2017 Tabela 63 Distribuição de casos analíticos de tumores por topografia dos anos de

2006 a 2012 Tabela 64 Número de óbitos informados no SIM e Registro civil e razão

SIM/Registro civil, Roraima, 2009 a 2013 e 2015 Tabela 65 Taxa de mortalidade geral de Roraima e Brasil, 1990 a 2017 Tabela 66 Número e proporção de óbitos fetal e não fetal por município de

residência, Roraima, 2017 Tabela 67 Número de óbitos por município de residência, Roraima, 1997, 2000,

2005 a 2017 Tabela 68 Número de óbitos por grupos de causas (capítulo CID10) e município de

residência, Roraima, 2017 Tabela 69 Número de óbitos por local de ocorrência segundo município de

residência, Roraima, 2017 Tabela 70 Número e proporção de óbitos por municípios de residência - Roraima,

2017 Tabela 71 Número e proporção de óbitos por municípios de residência, Roraima,

2017 Tabela 72 Número de óbitos por raça/cor segundo município de residência,

Roraima, 2017 Tabela 73 Distribuição das dez principais causas básicas de morte por município

de residência, Roraima, 2017 Tabela 74 Número e proporção de óbitos por causa (capítulo CID 10), Roraima,

2017 Tabela 75 Número, proporção e taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por

causas externas, Roraima, 2017 Tabela 76 Número de óbitos de causa externa por causa básica (CID10),

Roraima, 1990, 1995, 2000 a 2017 Tabela 77 Número de veículos em Boa Vista, Roraima e Brasil no ano de 2015 Tabela 78 Número, proporção e taxa de mortalidade por doenças do aparelho

circulatório, Roraima, 1996 a 2017

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9 Tabela 79 Número, proporção e taxa de mortalidade por neoplasias, Roraima,

1996 a 2017 Tabela 80 Número, proporção e taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) de

neoplasias por causas básicas (CID 10), Roraima, 2017 Tabela 81 Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade por doenças do

aparelho respiratório, Roraima, 1996 a 2017 Tabela 82 Número, proporção e taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) de

doenças do aparelho respiratório por causas básicas (CID 10), Roraima, 2017

Tabela 83 Número, proporção e taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) de doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas por causas básicas (CID 10), Roraima, 2017

Tabela 84 Número, proporção e taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) de doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas por causas básicas (CID 10), Roraima, 2017

Tabela 85 Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias, Roraima, 1996 a 2017

Tabela 86 Número e proporção dos óbitos por causas mal definidas, Roraima, 2001 a 2017

Tabela 87 Número, proporção e taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) de causas mal definidas por causas básicas (CID 10), Roraima, 2017

Tabela 88 Número, proporção e taxa de mortalidade infantil, Roraima e Brasil, 1990 a 2016

Tabela 89 Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade infantil por município de residência. Roraima, 2017

Tabela 90 Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade fetal por mil NV, Roraima, 1992, 1995, 2000, 2005 a 2017

Tabela 91 Número de nascidos vivos, óbito materno e taxa (por 1.000 NV) de mortalidade materna, Roraima, 1996 a 2017

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa político do Estado de Roraima Figura 2 População residente do Estado de Roraima, 1980 a 2017 Figura 3 Pirâmide etária Brasil e Roraima, 2017 Figura 4 Taxa de natalidade (por mil habitantes). Roraima, 1990, 1995, 2000,

2005 a 2017 Figura 5 Proporção de nascimentos ocorridos fora do município de residência da

mãe, Roraima, 2013 a 2017 Figura 6 Completude de preenchimento das variáveis da Declaração de Nascido

Vivo, Brasil, 2015 e Roraima, 2017 Figura 7 Anos de vida esperados para ambos os sexos. Brasil e Roraima, 2015 Figura 8 Taxa de fecundidade por ano. Brasil e Roraima, 2000 a 2012 Figura 9 Taxas de fecundidade específica (15 a 49 anos), Roraima, 2006 a 2017 Figura 10 Proporção de nascidos vivos segundo parto domiciliar e não domiciliar,

Roraima, 2006 a 2017 Figura 11 Proporção de nascidos vivos por idade da mãe. Brasil e Região Norte

2014 e Roraima, 2017 Figura 12 Proporção de nascidos vivos por situação conjugal da mãe, Roraima,

2006 a 2017 Figura 13 Número médio de consultas de pré-natal por unidade da Federação –

Brasil, 2014 Figura 14 Proporção de parto cesáreo, por Unidade da Federação de residência

da mãe – Brasil, 2014 Figura 15 Proporção de nascidos vivos por tipo de parto. Roraima, 2001 a 2017 Figura 16 Proporção de nascidos vivos segundo o APGAR (8 a 10) no 1° e 5°

minuto de vida, Roraima, 2006 a 2017 Figura 17 Dez principais causas de anomalias congênitas por ano, Roraima, 2013

a 2017 Figura 18 Representação do aumento de notificação pela REVEH/RR em 2017

com relação a 2016 Figura 19 Proporção de agravos e DNC notificados pela NHE do Hospital Geral de

Roraima (HGR) e Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) em 2017 Figura 20 Número absolutos de casos de HIV/AIDS adulto, segundo sexo, no

período de 2016 a 2017, no Estado de Roraima Figura 21 Números absolutos de casos de HIV/AIDS adulto, segundo faixa etária,

no período de 2016 a 2017, no Estado de Roraima Figura 22 Números absolutos de casos de HIV/AIDS adulto, segundo critério de

confirmação, no período de 2016 a 2017, no Estado de Roraima Figura 23 Série histórica de casos notificados dos anos de 2012 a 2017 por

município Figura 24 Série histórica de casos confirmados dos anos de 2012 a 2017 por

município Figura 25 Casos confirmados por classificação etiológica e faixa etária no ano de

2017 Figura 26 Casos confirmados por município e classificação etiológica Figura 27 Cobertura Vacinal do Estado de Roraima 1ª e 2ª dose Tríplice Viral,

2017 Figura 28 Taxa de Notificação das Doenças Exantemáticas, Roraima, 2015 a

2017 Figura 29 Homogeneidade da Cobertura Vacinal, Roraima, 2015 a 2017

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11 Figura 30 Investigação Oportuna do Estado de Roraima, 2015 a 2017 Figura 31 Coleta Oportuna do Estado de Roraima de 2015 a 2017

Figura 32 Casos Encerrados por critério Laboratorial, Roraima, 2015 a 2017 Figura 33 Investigação Adequada, Roraima, 2015 a 2017 Figura 34 Número de casos notificados por varicela, Roraima, 2015 a 2017 Figura 35 Número de casos de Varicela por município de ocorrência, Roraima

2017 Figura 36 Número de caso de Varicela, por ano de Ocorrência, Boa Vista a partir

de 2015 a 2017 Figura 37 Número de casos confirmados de Tétano Neonatal. Brasil, 1982 –

2017* Figura 38 Número de casos notificados de tétano acidental – Roraima, 2002 a

2017 Figura 39 Coeficiente de Incidência por Tétano Acidental e Cobertura Vacinal com

(DTP e DTP+HIB), Brasil, 1990 a 2017* Figura 40 Notificação de paralisia flácida aguda – Roraima 2007 a 2017 Figura 41 Casos de Sindrome Gripal com coleta de Amostras Figura 42 Nº de casos notificados, internações e óbitos por Influenza CID 10: J9 a

J18, Roraima, 2009 a 2017 Figura 43 Frequência de Meningite por classificação de tipos de meningites, 2017 Figura 44 Frequência de Meningite por critério de confirmação, 2017 Figura 45 Número de casos notificados de Coqueluche por Município, Roraima,

2017 Figura 46 Resumo Epidemiológico - Casos Positivos no Estado de Roraima anos

2016 e 2017 Figura 47 Estado por Local Provável de Infecção ano 2017 Figura 48 Proporção de Lâminas por Faixa Etária ano 2017 Figura 49 Espécies e formas parasitárias Figura 50 Coeficiente de incidência de dengue – Roraima, 2000 a 2013 Figura 51 Casos notificados de dengue Roraima, 2014 e 2017 Figura 52 Distribuição dos casos notificados, prováveis e confirmados de dengue,

por SE, Roraima, 2017 Figura 53 Coeficiente de incidência acumulada de casos prováveis de Dengue,

Roraima, 2017 Figura 54 Casos notificados de febre de chikungunya, Roraima, 2014 e 2017 Figura 55 Distribuição dos casos notificados, prováveis e confirmados de

Chikungunya, por SE, Roraima, 2017 Figura 56 Coeficiente de incidência acumulada de casos prováveis de febre de

chikungunya, Roraima, 2017 Figura 57 Comparativo dos casos notificados de febre de chikungunya por

semana epidemiológica para os municípios de Boa Vista e o total do Estado, 2017

Figura 58 Casos notificados de febre por virusZika, Roraima, 2015 e 2017 Figura 59 Distribuição dos casos notificados, prováveis e confirmados de febre por

vírus Zika, por SE, Roraima, 2017 Figura 60 Coeficiente de incidência acumulada de casos prováveis de febre por

Zika vírus, Roraima, 2017 Figura 61 Ocorrência de Casos de Febre Amarela Silvestre por Área Geográfica e

períodos,1996 a 1999 Figura 62 Número de casos de LTA por faixa etária no ano de 2017 Figura 63 Taxa de Detecção geral de casos novos de Hanseníase,por Estado,

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Brasil 2016 e 2017 Figura 64 Taxa de detecção de casos de hanseníase em menores de 15 anos.

Brasil e regiões, 2001 a 2017* Figura 65 Número de casos novos de Hanseníase e coeficiente de detecção por

100 mil hab./ Roraima, 2007 a 2017 Figura 66 Proporção de casos com grau 2 de incapacidade física entre os casos

novos detectados e avaliados no período de 2007 – 2017, Roraima Figura 67 Proporção de cura e abandono entre os casos novos de hanseníase

dos anos de 2004 a 2017 Figura 68 Proporção Contatos examinados entre os contatos intradomiciliares

registrados de casos novos de Hanseníase Geral e em < 15 anos Figura 69 Coeficiente de Prevalência Geral - 2017 Figura 70 Incidência de Tuberculose Todas as Formas. Roraima, 2017 Figura 71 Número de Casos Novos de Tuberculose todas as formas, Residentes

em Roraima 2017 Figura 72 Número de Casos Novos de Tuberculose por Sexo e Faixa Etária.

Roraima, 2017 Figura 73 Percentual de Casos Novos de Tuberculose por Forma Clinica,

Roraima, 2017 Figura 74 Número e Percentual de realização de testagem para HIV entre os

casos novos de tuberculose. Roraima, 2017 Figura 75 Percentual de casos novos de tuberculose todas as formas por

tratamento supervisionado - Residentes em Roraima/2017 Figura 76 Proporção de realização de cultura de escarro entre os casos de

retratamento de tuberculose - Roraima/ 2017 Figura 77 Percentual de positividade do tracoma. Inquérito de tracoma em

escolares. Brasil, 2002-2008 Figura 78 Número de examinados, casos positivos e percentual de positividade de

tracoma. Brasil, 2008 - 2015 Figura 79 Prevalência de tracoma por município – Inquérito nacional de

prevalência - Roraima, 2003. Figura 80 Distribuição das notificações de doenças diarréicas agudas no estado

de Roraima da 1ª Semana Epidemiológica de 2014 até a 47ª de 2017 Figura 81 Distribuição da série histórica das notificações para as doenças

diarréicas agudas por faixa etária no estado de Roraima no período de 2014 a 2017

Figura 82 Número de notificações de Rotavírus, 2009 a 2017 Figura 83 Número de notificações de Febre Tifóide em Roraima- 2009 a 2017 Figura 84 Proporção de Acidentes de Transporte por Município de Residência

Roraima 2010 a 2017 Figura 85 Comparativo do Crescimento Anual da Frota de Veículos de Boa Vista

2001-2017 Figura 86 Comparativo do Crescimento Anual da Frota de Motos de Boa Vista

2001-2017 Figura 87 Comparativo do Crescimento Anual da Frota de Automóveis de Boa

Vista 2001-2017 Figura 88 Comparativo do Crescimento Anual de Fichas de Notificações

Compulsórias das Violências Interpessoais e Autoprovocadas em Boa Vista 2009-2017

Figura 89 Cobertura do SIM por Unidade da Federação - Brasil, 2010 Figura 90 Proporção de óbitos por causas mal definidas. Roraima, 2001 a 2017

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13 Figura 91 Índice VSPI-Q para Roraima, 2000, 2005, 2010 e 2015 Figura 92 Prioridade de ação necessárias para melhoria da qualidade dos dados

de mortalidade, Roraima, 2015 Figura 93 Proporção de óbitos com códigos garbage ou códigos “pouco úteis”.

Roraima, 2000, 2005, 2010 e 2015 Figura 94 Proporção dos principais códigos garbage em Roraima, 2017 Figura 95 Taxa de mortalidade geral (por 1.000 mil habitantes) - Roraima, 1990 a

2017 Figura 96 Proporção de óbitos por grupo de causa (CID10) e município de

residência, Roraima, 2017 Figura 97 Taxa de Mortalidade Geral (por 1.000 habitantes) por município de

residência, Roraima, 2017 Figura 98 Mortalidade proporcional por faixa etária. Roraima, 2006 e 2017 Figura 99 Curva de mortalidade proporcional (Nélson de Moraes). Roraima, 1987,

1993, 2000, 2007 e 2017 Figura 100 Mortalidade proporcional de 50 anos e mais de idade. Roraima, 1995,

2000 e 2006 a 2017 Figura 101 Proporção de óbitos por sexo e grupo de causa (CID10), Roraima, 2016 Figura 102 Proporção de óbitos por sexo e faixa etária, Roraima, 2017 Figura 103 Proporção de óbitos por causas externas, Roraima, 2001 a 2017 Figura 104 Proporção de mortes por causas externas (causas básicas), Roraima,

2017 Figura 105 Razão de sexo por causas externa, Roraima, 2001 a 2016 Figura 106 Taxas padronizadas de mortalidade segundo condição da vítima

(pedestre, ocupante de automóveis, ciclista e motociclista) e a proporção de número de óbitos de ATT com condição da vítima não especificada nas unidades da Federação, Brasil, 2015

Figura 107 Taxas de mortalidade de violência interpessoal por sexo e faixa etária, Roraima 2013 a 2017

Figura 108 Taxas de mortalidade de acidente de transporte terrestre (ATT) por sexo e faixa etária, Roraima 2013 a 2017

Figura 109 Taxa de incidência (por 100.000 habitantes) de suicídio, Roraima, 2006 a 2016

Figura 110 Indicadores sócio-demográficos do Suicídio. Roraima, 2006 a 2016 Figura 111 Número de casos de tentativa de suicídio por ano. Roraima, 2009 a

2016 Figura 112 Proporção de óbitos por doenças do aparelho circulatório, Roraima,

2001 a 2017 Figura 113 Taxa de mortalidade das doenças do aparelho circulatório por causa

básica, Roraima, 2006 a 2017 Figura 114 Proporção das doenças do aparelho circulatório por causa básica,

Roraima, 2017 Figura 115 Mortalidade proporcional por grupo de causas (CID10). Roraima, 1993,

1996, 2006, 2016 e 2017 Figura 116 Proporção de mortes em crianças menores de 5 anos de idade.

Roraima, 1987, 1993, 2000, 2007, 2016 e 2017 Figura 117 Taxa de mortalidade infantil. Brasil, Regiões e Roraima, 1990, 2000,

2010, 2012 e 2014 Figura 118 Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) por componente.

Brasil e Roraima, 1992, 2000, 2010, 2012 e 2014 Figura 119 Proporção de óbito infantil por ano e componentes, Roraima, 2001,

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14

2005, 2010 a 2017 Figura 120 Taxa de mortalidade materna por mil nascidos vivos, Roraima, 1996,

2000, 2005 a 2017 Figura 121 Proporção de óbitos em menores de 1 ano por grupos de causas

(CID10), Roraima, 2001 a 2017

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15 APRESENTAÇÃO

O Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima do Departamento de

Vigilância Epidemiológica (DVE), da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CGVS),

da Secretaria de Saúde do Estado de Roraima (SESAU), publicado anualmente,

apresenta informações e análises sobre os dados de nascimentos, agravos e

doenças de notificação compulsória (DNC) e de mortalidade ocorridos em Roraima,

por municípios, de acordo com os principais indicadores epidemiológicos e

operacionais estabelecido pelo Ministério da Saúde (MS).

As fontes utilizadas para a obtenção dos dados são: (1) sobre nascimentos

do Sistema de Informação sobre Nascimentos (Sinasc), (2) as notificações

compulsórias do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), (3) e os

óbitos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).

Os agravos e doenças do SINAN fazem parte da Lista Nacional de

Notificação Compulsória de doenças (Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016).

Ressalta-se que algumas variáveis apresentam um elevado percentual de registros

ignorados, sobretudo no SINAN.

A subnotificação traz relevantes implicações para a resposta frente as

ocorrências, visto que permanecem desconhecidas informações importantes no

âmbito da epidemiologia, tais como número total de casos, comportamentos e

vulnerabilidades, entre outros. Além disso, a ausência de registro pode comprometer

a racionalização do sistema para o fornecimento contínuo de medicamentos e as

ações prioritárias para populações-chave e populações mais vulneráveis. Isso posto,

reforça-se, portanto, a necessidade da notificação no SINAN de todos os casos de

agravos e DNC, bem como a melhoria da qualidade do preenchimento da ficha de

notificação e investigação de casos.

Esta edição do Relatório anual de Epidemiologia de Roraima apresenta dados

referentes a natalidade, mortalidade e de agravos e DNC, notificados no Sinasc, SIM

e SINAN, respectivamente, até o dia 31/12/2017, e a base de dados para análise foi

encerrada dia 31 de março de 2018, e portanto seus dados são sujeitos a

alterações.

Nesse relatório será dado ênfase a cobertura, qualidade e completude dos

dados dos sistemas de informação em saúde, sobretudo nos dados referentes aos

nascimentos e a mortalidade.

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16 Espera-se que as informações contidas neste relatório possam contribuir para

a divulgação das informações sobre nascimento, mortalidade, agravos e DNC e que

sejam úteis como subsídio para a tomada de decisões nos níveis de gestão do SUS.

Maria Soledade Garcia Benedetti

Infectologista e especialista em Saúde Pública Gerente do Núcleo de Vigilância Hospitalar - NVHDVE/CGVS/SESAU/RR

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17 INTRODUÇÃO

A partir de 2016, como o acirramento da crise econômica e política na

República Bolivariana da Venezuela, o estado de Roraima registrou um aumento

significativo do processo migratório, culminando com o aumento progressivo no

número de atendimentos em todas as unidades de saúde do estado. Diante deste

cenário, o governo estadual, criou o Gabinete Integrado de Gestão Migratória

(GIGM) que objetiva maximizar a eficiência e a capacidade de resposta da rede de

serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e para tanto, foi elaborado o Plano

Integrado de Gestão Migratória (RORAIMA, 2016a).

Pensando em acompanhar esse aumento do fluxo de atendimento, a CGVS

criou em parceria com o EPSUS/MS, nessa ocasião, a Sala de Situação em

emergência para questões imigratórias, e em 2017, enfrentamos a intensificação do

fluxo imigratório de venezuelanos que fogem da atual crise econômica que passa a

Venezuela, estabelecendo maior impacto, inicialmente, na capital, Boa Vista, e em

Pacaraima.

A confirmação de um caso letal de difteria em julho de 2017, em Boa Vista,

importado da Venezuela, e a ocorrência de surto de sarampo na Venezuela impõe à

gestão do SUS estadual a necessidade de realizar uma ação imediata que permita a

adequação das taxas de cobertura vacinal com as metas padronizadas pelo MS e de

forma homogênea. Há preocupação ainda, com relação a outras doenças

imunopreveníveis que estão sob controle no estado devido a ameaça de retorno

dessas doenças, bem como outras doenças e agravos de notificação compulsória.

Neste ano registramos ainda, a primeira epidemia de chikungunya no estado

com mais de 6.500 casos notificados, essa epidemia atingiu todos os municípios

mas concentrou 74,2% dos casos na capital. Os casos notificados de Zika

aumentaram em 136%.

No segundo semestre de 2017, a CGVS, por meio dos programas de

imunização, DST/HIV/AIDS, Hepatites Virais e Tuberculose foram convidados pela

Secretaria de Segurança e Cidadania do estado para uma ação no Sistema Prisional

estadual e essas ações revelaram a situação atual da sífilis, HIV, hepatite B e C e

tuberculose na população privada de liberdade do estado de Roraima.

A I Conferência Estadual de Vigilância em Saúde realizada no final de 2017,

foi um marco importante para a saúde pública do estado, já que a vigilância em

saúde é considerada uma das funções essenciais da saúde pública (WHO, 2017;

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18 CHOI, 2012). Esse evento ocorreu em etapas municipais, e permitiu discussões

relevantes sob a saúde pública, e buscou elaborar propostas para orientar os

caminhos a serem trilhados pela vigilância em saúde no âmbito estadual, uma vez

que a vigilância em saúde é responsável pela informação para a ação e para a

intervenção que reduzam riscos e promovam a saúde nos territórios integrada às

Redes de Atenção à Saúde.

É sua função também entender as causas e consequências das diferenças

dos problemas de saúde na comunidade por meio de análises de situação em

saúde, ou seja, de criar informações e conhecimentos válidos sobre a situação de

uma população em determinado território/contexto, mas tem como finalidade

principal informar a tomada de decisão em saúde de maneira oportuna em todas as

suas instâncias (DUARTE; MORAIS NETO, 2015). Dessa forma, a formulação de

estratégias de promoção, prevenção e controle de danos à saúde e a avaliação de

sua pertinência e cumprimento cabe a vigilância em saúde.

Maria Soledade Garcia Benedetti Infectologista e especialista em Saúde Pública

Gerente do Núcleo de Vigilância Hospitalar - NVHDVE/CGVS/SESAU/RR

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19 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGIA DE RORAIMA: BREVE HISTÓRICO

Maria Soledade Garcia Benedetti

Com a proximidade da I Conferência de Vigilância em Saúde no estado,

houve muita procura por técnicos da área e gestores estaduais e municipais sobre o

início da vigilância epidemiológica em Roraima, e este fato, motivou esteve breve

histórico sobre a vigilância epidemiológica em Roraima.

Os dados mais remotos datam de 1990 quando o Departamento de

Epidemiologia da Secretaria de Saúde do Estado (SESAU) foi reduzido a Divisão de

Epidemiologia, subordinada ao então Departamento de Recursos Complementares.

Considerada já na ocasião uma perda memorável uma vez que não se encontrava

em linha horizontal de decisão frente a situações que lhes eram pertinentes

principalmente em apoio ao planejamento das ações de saúde, e sim em uma

posição verticalizada de subchefia, numa burocracia que gerava prejuízos em todas

as ações de combate e controle de determinadas endemias que necessitavam de

ações rápidas e resolutivas (RORAIMA, 1993).

A Divisão de Epidemiologia sob o comando da enfermeira Ana Terezinha de

Rosso Manços possuía poucos técnicos e apenas as seções de vigilância

epidemiológica (VE) e de estatística. Mesmo contando com equipe técnica reduzida,

anualmente, era elaborado o relatório de epidemiologia, de excelente qualidade, e

que forneciam dados e informações epidemiológicas capazes de subsidiar a tomada

de decisão pelo governo uma vez que era obrigatório o envio do mesmo ao

secretário estadual e ao governador.

Em 1991, foi implantado o Sinasc no setor de epidemiologia do estado, sabia-

se que o sub registro era grande, principalmente no interior e nos municípios que

não possuíam cartório e nem circunscrição. Apenas Boa Vista possuía cartório e os

municípios de Caracaraí e São Luiz do Anauá, circunscrição. O cadastramento de

parteiras leigas ou curiosas iniciado em 1993, visava a diminuição do sub-registro,

bem como o treinamento e reciclagem com o intuito de notificação e/ou eliminação

do tétano neonatal (BRASIL, 2007).

Em 1994, a Divisão de Epidemiologia desenvolveu projeto para aquisição de

equipamentos de informática visando a implantação dos sistemas de morbidade e

mortalidade, e elaborou o projeto de alteração na estrutura organizacional da

SESAU voltando a categoria de Departamento e englobando em sua estrutura o

Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) e todas as doenças transmissíveis e

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20 imunopreveníveis. Nessa época cerca de 80% da demanda do LACEN vinha das

análises clínicas, e o mesmo não realiza exames específicos para hepatites virais,

sarampo, rubéola, meningite, entre outros (RORAIMA, 1993).

Desde 1993 os técnicos da SESAU, Secretaria Municipal de Saúde de Boa

Vista (SEMSA) e da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) vinham discutindo a

criação de um Núcleo Epidemiológico no Estado, ficando o núcleo responsável por

todas as informações epidemiológicas do estado (RORAIMA, 1993). Esta questão foi

discutida nas Conferências Municipais e Estadual de Saúde de Roraima, onde ficou

aprovada a formalização do Centro de Epidemiologia de Roraima (CEPIRR) o qual

não se efetivou até o ano de 1996, embora o projeto foi aprovado pelo Conselho

Estadual de Saúde (RORAIMA, 1996).

O CEPIRR funcionou informalmente por mais de dois anos, no prédio da

Fundação Nacional da Saúde (FUNASA) de Roraima, integrando técnicos da

SEMSA, da Divisão de Epidemiologia da SESAU e do Serviço de Epidemiologia da

FUNASA/RR, foi considerado pioneiro pelo Centro Nacional de Epidemiológica

(CENEPI) do MS, e exemplo a outros estados da federação que não tinha a

epidemiologia de forma integrada (RORAIMA, 1996). O CENEPI, se tornou a

Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS).

Acredita-se que o sistema de informação sobre mortalidade (SIM) foi

implantado em 1995, no CEPIRR. O documento padrão desse sistema, a

Declaração de Óbito (DO), disponibilizada pelo MS, era distribuída pelo CEPIRR

para os estabelecimentos de saúde e recolhidas para codificação e digitação nesse

sistema informatizado, e os dados do estado consolidados seguiam para o

CENEPI/MS. O mesmo ocorria com relação a Declaração de Nascidos Vivos (DN),

documento padrão do Sinasc.

Mesmo com a criação do CEPIRR os programas estaduais da tuberculose,

hanseníase, DST/AIDS se mantiveram na SESAU, subordinados ao Departamento

dos Programas Especiais (DPE), e o Programa Estadual de Imunização (PNI) era

ligado diretamente ao gabinete do Secretário.

Em 1997, com a extinção do CEPIRR foi criada a Coordenação Estadual de

Epidemiologia vinculada diretamente ao gabinete do Secretário, esta coordenação

possuía uma divisão de epidemiologia e as seções de VE e estatística. O médico

Júlio César Kong Tamloc foi o nomeado coordenador. O processo de retorno às

instalações da SESAU foi difícil em virtude da "perda de espaço" nas questões de

saúde pública; a equipe técnica era muito pequena; e a havia uma urgência em

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21 reestruturar a VE estadual uma vez que a descentralização/municipalização batia a

porta.

As doenças transmitidas por vetores como a malária, dengue, febre amarela,

anteriormente gerenciadas pelo CEPIRR passaram para a coordenação do DPE. A

gerência das leishmanioses e oncocercose foram mantidas na FUNASA/RR.

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) foi implantado

em 1997, e o processo de municipalização iniciou em 1998 com a realização do

Curso Básico em Vigilância Epidemiológica (CBVE) para todas as SMS, com o

objetivo de descentralizar a VE para o âmbito municipal, além da Capacitação em

Codificação de Morbidade e Mortalidade da Classificação Internacional de Doenças

(CID 10) e a Capacitação em Operacionalização do SINAN, SIM e Sinasc, visando a

descentralização desses sistemas para as SMS. Nesse processo, todas as SMS

receberam equipamentos de informática para alimentação dos sistemas SINAN,

SIM e Sinasc.

De fato, a descentralização da VE ocorreu em 1999 de forma planejada,

foram cumpridos todos os quesitos necessários para a sua operacionalização e teve

acompanhamento técnico rigoroso por parte da VE estadual. Neste mesmo ano, foi

publicado no Diário Oficial do Estado de Roraima Nº 92/1999, a Portaria SESAU Nº

131 de 19 de maio de 1999, que reestrutura no âmbito estadual o fluxo das

informações do SINAN, SIM e Sinasc; estabelece as atribuições dos diferentes

níveis de vigilância epidemiológica no estado; estabelece a frequência das

notificações entre as SMS e a Coordenação Estadual de Epidemiologia; e define a

primeira lista estadual de agravos de notificação compulsória do estado (DIÁRIO

OFICIAL DO ESTADO DE RORAIMA, 1999).

É importante salientar que em 1998 foram criadas as Unidades de Vigilância

Epidemiológica (UVEs) no Hospital Geral de Roraima (HGR) e no Hospital Materno

Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN). A UVE do HGR passou a categoria

de Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE), nível 1, ligado a Rede Nacional de

Vigilância Epidemiológica Hospital (REVEH), em 2009, e o HMINSN segue com uma

UVE. O SINAN ficou restrito à esfera municipal até a criação do NHE do HGR.

A Coordenação de Epidemiologia por meio da Divisão de Epidemiologia sob o

comando da bióloga Maria Soledade Garcia Benedetti gerenciava os agravos que

não possuíam coordenação própria como as hepatites virais, meningites,

coqueluche, difteria, pólio/paralisias flácidas agudas (PFA), doenças diarréicas

agudas, doenças exantemáticas (sarampo, rubéola e a síndrome da rubéola

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22 congênita) e tétano. A gerência das endemias no estado foi criada vinculada ao

DPE, entre 1999 e 2000, e incluía basicamente o controle da malária e da dengue.

Em 1992, o Brasil adotou a meta de eliminação do sarampo para o ano 2000

junto a Organização Pan Americanas de Saúde (OPAS) e realizou a implantação do

Plano Nacional de Eliminação do Sarampo em 1999. Em Roraima, foi implantado o

Plano de Erradicação do Sarampo e Controle da Rubéola e da Síndrome da

Rubéola Congênita (SRC) nesse mesmo ano, e a OPAS disponibilizou um assessor

técnico e recurso financeiro. A partir de então ocorreram capacitações técnicas pelo

CENEPI para multiplicador em VE das doenças exantemáticas para o município de

Boa Vista e capacitação em diagnósticos sorológicos de sarampo e rubéola para o

LACEN/RR (RORAIMA, 2000). O biomédico Carlos Enrique Kong Tamloc foi o

primeiro assessor das doenças exantemáticas no estado e o seu sucessor foi o

enfermeiro Emerson Ricardo Capistrano.

Dentro do projeto VIGISUS do MS, foi previsto dois laboratórios de fronteira,

em Bonfim e Pacaraima, em 1999, e a concretização se deu apenas em Pacaraima,

embora o laboratório de fronteira nunca funcionou plenamente para esta finalidade.

Na década de 2000 sob a coordenação do veterinário James Rodrigues de

Souza houveram avanços importantes na vigilância epidemiológica estadual,

sobretudo na vigilância das doenças não transmissíveis e do tracoma.

No ano de 2009, sob a coordenação da fisioterapêuta Roberta Nogueira

Calandrini de Azevedo foi aprovado o novo organograma para a SESAU que visava

a criação da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) unificando a

vigilância epidemiológica, vigilância sanitária e a vigilância ambiental, bastante

insipiente na época, além da incorporação do LACEN e o do PNI estadual.

Essa proposta de vigilância integrada acompanhou as recomendações do

MS. A VE passou a ser um Departamento composto por 18 núcleos e este formato

se mantém até os dias atuais, alguns desses núcleos se ampliaram em virtude da

introdução de novas doenças no cenário nacional como a febre chikungunya e a

febre zika, são eles: núcleo de controle da zoonose, núcleo de entomologia, núcleo

de controle de meningite e difteria, núcleo de controle de IST,HIV/AIDS, núcleo de

controle do tracoma, núcleo de controle das doenças de transmissão hídrica e

alimentar, núcleo de controle da hanseníase, núcleo de controle da pólio, paralisia

flácida, influenza e tétano, núcleo de controle da febre amarela, dengue, zika e

chikungunya, núcleo de controle da malária, núcleo de controle da tuberculose,

núcleo de controla das doenças exantemáticas, núcleo de controle das hepatites

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23 virais, núcleo de controle dos agravos não transmissíveis, núcleo dos sistemas de

informação em saúde, núcleo estadual do programa nacional de imunização, núcleo

de vigilância hospitalar, e o núcleo de informações estratégicas em vigilância em

saúde.

A CGVS apóia as SMS nas ações de saúde pública, mas sobretudo

supervisiona e monitora. Possui uma página no site da SESAU e divulga todas as

informações de vigilância em saúde em tempo real, além da elaboração e

divulgação dos relatórios anuais de epidemiologia, esses documentos tem como

finalidade divulgar as informações de saúde pública a toda a população já que o site

é de domínio público, e de subsidiar os gestores municipais e estadual na tomada de

decisão.

Apesar dos avanços, ainda existem lacunas importantes, como a necessidade

de fortalecimento da vigilância epidemiológica nas SMS do interior do estado, pois a

desestruturação ou inexistência da vigilância epidemiológica dificulta ou impede o

desenvolvimento das ações de controle de agravos e doenças de notificação

compulsória; e a inexistência de uma Serviço de Verificação de Óbito (SVO) no

estado no modelo preconizado pelo MS, algo que a VE vem cobrando desde 1996

(RORAIMA, 1996).

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24 1 DADOS DEMOGRÁFICOS

Roraima ocupa uma área de 224.300,805 Km² e a população estimada para

2017 corresponde a 522.636 habitantes (IBGE, 2017a) distribuídos em 15

municípios. A densidade demográfica é de 2,3 habitantes por Km². Boa Vista, a

capital, ocupa uma área de 5.687,037 Km2, concentra 63,5% da população do

estado e possui a densidade demográfica de 58,4 habitantes por Km2 .

Faz fronteira internacional com a Guiana e a República Bolivariana da

Venezuela em 1.922 Km (FECOR, 1997), este último, inclusive, está vivendo uma

crise humanitária

Figura 1 - Mapa político do Estado de Roraima Fonte: UFRR. Departamento de Geografia. Laboratório de Métricas e Paisagem.

Existem dois Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), o Distrito

Sanitário Yanomami e o Distrito Sanitário Leste (RORAIMA, 2016b) e os indígenas

representam cerca de 10% da população, destes 22,4% são da etnia Yanomami

(RORAIMA, 2013).

Os municípios com mais de 20 mil habitantes são: Boa Vista (322.020),

Rorainópolis (28.215) e Caracaraí (20.807). Os municípios entre 10.000 e 20.000

habitantes são: Cantá (16.877), Mucajaí (16.857), Amajarí (15.933), Pacaraima (

12.375), Bonfim (11.945), Alto Alegre (11.560) e Normandia (10.527). Os municípios

com população menor que 10.000 são: Uiramutã (9.836), Caroebe (9.493), São João

da Baliza (7.740) e São Luiz (7.597) (Tabela 1).

As menores densidades demográficas estão nos municípios de Alto Alegre e

Caracaraí, ambas com 0,4 habitantes por Km2.

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25 Tabela 1 - População residente por área territorial e densidade demográfica, Roraima, 2017

RORAIMA

POPULAÇÃO 2017

ÁREA DA UNIDADE

TERRITORIAL (KM²)

DENSIDADE DEMOGRÁFICA

(HAB./KM²) N° % 522.636 100,0 224.300,805 2,3

Alto Alegre 11.560 2,2 25.567,031 0,4 Amajarí 15.933 3,0 28.472,310 0,5 Boa Vista 332.020 63,5 5.687,037 58,4 Bonfim 11.945 2,3 8.095,421 1,5 Cantá 16.877 3,2 7.664,831 2,2 Caracaraí 20.807 4,0 47.408,903 0,4 Caroebe 9.493 1,8 12.066,041 0,8 Iracema 10.859 2,1 14.409,508 0,7 Mucajaí 16.852 3,2 12.461,210 1,3 Normandia 10.527 2,0 6.966,811 1,5 Pacaraima 12.375 2,3 8.028,483 1,5 Rorainópolis 28.215 5,4 33.596,525 0,8 São João da Baliza 7.740 1,5 4.284,506 1,8 São Luiz 7.597 1,4 1.526,899 4,9 Uiramutã 9.836 1,9 8.065,564 1,2

Fonte: IBGE. Estimativas. Link http://cod.ibge.gov.br/HYF, acessado em 06/04/2017.

Em 2010, a população rural do estado concentrava 23,4% da população total

(IBGE, 2010), apesar da falta de dados atuais acredita-se que essa proporção

permanece com pequena alteração.

Tabela 2 - População residente do Estado de Roraima, 2016 e 2017 e a taxa geométrica de crescimento populacional MUNICÍPIO 2016

(TCU) 2017

(DOU) TCG 2016-17

RORAIMA 514.229 522.636 1,63% Amajarí 11.285 11.560 2,44% Alto Alegre 16.053 15.933 -0,75% Boa Vista 326.419 332.020 1,72% Bonfim 11.843 11.945 0,86% Cantá 16.516 16.877 2,19% Caracaraí 20.537 20.807 1,31% Caroebe 9.331 9.493 1,74% Iracema 10.592 10.859 2,52% Mucajaí 16.618 16.852 1,41% Normandia 10.339 10.527 1,82% Pacaraima 12.144 12.375 1,90% Rorainópolis 27.756 28.215 1,65% São João da Baliza 7.629 7.740 1,45% São Luiz 7.503 7.597 1,25% Uiramutã 9.664 9.836 1,78%

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas - DPE, Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS. TCG - taxa geométrica de crescimento populacional.

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26 Na Tabela 2 dispomos da população residente de Roraima, 2016 e 2017 e a

taxa geométrica de crescimento populacional. As estimativas populacionais

municipais são um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União no

cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios e são referência para

vários indicadores sociais, econômicos e demográficos. Esta divulgação anual

obedece ao artigo 102 da Lei nº 8.443/1992 e à Lei complementar nº 143/2013

(IBGE, 2017a).

A taxa geométrica de crescimento populacional de 2016 para 2017 foi de

1,63% (IBGE, 2017b), no início da década de 1990 o crescimento era de 175% ao

ano, e desde então vem decaindo (RORAIMA, 2016c).

O crescimento populacional de Roraima no período de 1980 a 2017 foi de

660,5%, passando de 79.121 em 1980 para 522.636 habitantes em 2017 (Figura 2).

Figura 2 - População residente do Estado de Roraima, 1980 a 2017 Fonte: IBGE (Censos e estimativas). Relatório Anual de epidemiologia de Roraima de 2015.

A pirâmide etária do Brasil e Roraima projetada pelo IBGE para 2017 (Figura

3) revela uma situação intermediária entre as pirâmides de país desenvolvido e de

país em desenvolvimento, os chamados países emergentes.

A exemplo do país, a pirâmide etária do estado tem se modificado nas

últimas. Sua forma atual revela uma queda, embora pequena, na taxa de natalidade,

redução da mortalidade infantil e sinaliza mesmo com redução gradual perda de

população jovem, passo que há um aumento da expectativa de vida, sobretudo entre

as mulheres.

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

450.000

500.000

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

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27

Figura 3 - Pirâmide etária Brasil e Roraima, 2017 Fonte: IBGE. Estimativas e projeções.

Na projeção da população pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) para 2030 o estado alcançará o número 618.057 habitantes, com 50,9% de

homens (50,9%) (IBGE, 2015).

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28 2 NATALIDADE

A natalidade mede os nascimentos ocorridos em uma população em

determinado período de tempo. A taxa de natalidade de uma população reúne

informações que permitem estabelecer um panorama nacional, estadual e municipal

da quantidade de nascimentos que foram registrados durante certo tempo.

O nascimento é um dos eventos vitais e seu monitoramento pode contribuir

para o conhecimento da situação de saúde de uma população, pois permite a

construção de indicadores que subsidiam o planejamento, a gestão e a avaliação de

políticas e ações de vigilância e atenção à saúde na área da saúde materna e infantil

(BRASIL, 2018). No Brasil, o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos - Sinasc foi

implantado pelo Ministério da Saúde (MS) em 1990 com a finalidade de gerar

indicadores sobre pré-natal, assistência ao parto e perfil epidemiológico dos

nascidos vivos. Utiliza como documento padrão a Declaração de Nascido Vivo (DN),

em todo território nacional. A partir da implantação do Sinasc, o registro de

nascimento só é efetuado mediante a apresentação da DN ao cartório,

diferentemente do que acontecia no Brasil antes do sistema ser implantado, onde

bastava a informação verbal (UNASUS, 2016A) .

A partir dos dados gerados pela DN, pode-se construir inúmeros indicadores

voltados para avaliação de riscos à saúde do segmento materno-infantil. Além disso,

o número de nascidos vivos é utilizado como denominador de importantes

coeficientes, como o de mortalidade infantil e materna.

Em Roraima o Sinasc foi implantado no Centro de Epidemiologia de Roraima

(CEPIRR), em 1995, e encontra-se desde 1999 descentralizado para os 15

municípios. Esse sistema permite ainda a construção de indicadores de saúde

levando em consideração as características da mãe, gravidez, do parto e do recém-

nascido, e essas informações podem subsidiar os gestores na tomada de decisão

sobre as ações prioritárias na atenção à saúde da mulher e do recém-nascido.

Segundo o MS a natalidade no Brasil vem diminuindo com o decorrer dos

anos, o que demonstra uma nova formação de família e também o envelhecimento

da população. Mesmo assim, é preciso lembrar que esse dado é progressivo e

acontece por conta de diversos fatores como: adoção de métodos anticoncepcionais

mias eficientes, aumento da escolaridade da mulher, a entrada da mulher no

mercado de trabalho, aumento das grandes cidades, entre outros (BRASIL, 2018).

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29 Tabela 3 - Taxa de natalidade (por mil habitantes) de Roraima e Brasil, 1990 a 2017

ANO

RORAIMA BRASIL

NASCIDOS VIVOS

POPULAÇÃO RESIDENTE

TAXA DE NATALIDADE

(POR MIL HABITANTES)

TAXA DE NATALIDADE

(POR MIL HABITANTES)

1990 5.016 203.977 24,6 - 1991 5.298 217.583 24,3 23,4 1995 7.023 262.194 26,8 - 2000 9.698 324.397 29,9 20,8 2001 9.561 337.253 28,3 20,2 2002 9.188 346.866 26,5 19,7 2003 10.286 357.296 28,8 19,1 2004 9.751 367.701 26,5 18,6 2005 9.699 391.318 24,7 18,1 2006 9.598 403.340 23,8 17,6 2007 9.584 415.281 23,1 17,1 2008 10.093 412.783 24,4 16,7 2009 9.678 421.497 22,9 16,2 2010 9.720 450.479 21,6 15,8 2011 9.969 460.165 21,6 15,5 2012 10.582 469.524 22,5 15,1 2013 10.556 488.072 21,6 14,7 2014 10.322 496.936 20,7 14,4 2015 10.535 505.665 20,8 14,1 2016 10.296 514.229 20,0 - 2017 10.793 522.636 20,6 -

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração. Em Roraima, a taxa de natalidade por mil nascidos vivos reduziu 16,3% no

período de 1990 a 2017, com clara tendência decrescente, e na comparação com o

ano de 2016 houve um acréscimo de 3%. Com relação ao sexo, há predomínio do

sexo masculino em 51,6% dos nascimentos (5.567).

Figura 4 - Taxa de natalidade (por mil habitantes). Roraima, 1990, 1995, 2000, 2005 a 2017 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

1990 1995 2000 2005 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Roraima 24,6 26,8 29,9 24,7 21,6 21,6 22,5 21,6 20,7 20,8 20 20,6

18

22

26

30

Taxa

de

nata

lidad

e po

r 100

0 ha

bita

ntes

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30

Foram captados 10.793 nascidos vivos de mães residentes em 2017 e a

distribuição por município de residência da mãe, proporção e taxa de natalidade

encontra-se detalhada na Tabela 4. Boa Vista concentrou 65,1% dos nascimentos e

sua taxa de natalidade foi de 21,1 nascidos vivos por mil habitantes. Os municípios

com as maiores taxas de natalidade foram Normandia com 34,6/1000 habitantes,

Bonfim e Pacaraima com 27,7/1000 habitantes, cada, e Uiramutã com 25,6/1000

habitantes, esses municípios possuem uma expressiva população indígena.

Em 2017, ocorreram 355 nascimentos vivos de mães residentes em outros

países e Unidades da Federação (UF), destes 278 são de mães da Venezuela, 67

de mães da Guiana, e 10 de mães de outras UF. Com a intensa imigração de

Venezuelanos para Roraima em busca de melhores condições de vida houve

aumento de 30% no número de nascimentos de mães deste País com relação ao

ano anterior.

Tabela 4 - Número de nascidos vivos, proporção e taxa de natalidade por município de residência da mãe, Roraima, 2017

MUNICÍPIO Nº % TAXA DE NATALIDADE (por 1.000 habitantes) RORAIMA 10.793 100,0 20,6 Alto Alegre 202 1,9 12,7 Amajarí 185 1,7 16,0 Boa Vista 7.032 65,1 21,2 Bonfim 331 3,1 27,7 Cantá 337 3,1 19,9 Caracaraí 357 3,3 17,1 Caroebe 181 1,7 19,1 Iracema 125 1,1 11,5 Mucajaí 292 2,7 17,3 Normandia 364 3,4 34,6 Pacaraima 343 3,2 27,7 Rorainópolis 564 5,2 20,0 São João da Baliza 121 1,1 15,6 São Luiz 107 1,0 14,1 Uiramutã 252 2,3 25,6

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Dados sujeitos a alteração.

A comparação entre os municípios de residência da mãe e de ocorrência do

parto evidenciado na Figura 5 permite descrever, ainda que parcialmente, a

mobilidade espacial das mulheres na busca de assistência ao parto. Capta-se aqui a

mobilidade intermunicipal, mas não a que ocorre dentro do município.

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31

Figura 5 - Proporção de nascimentos ocorridos fora do município de residência da mãe, Roraima, 2013 a 2017 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015. Dados sujeitos a alteração.

A comparação de nascidos vivos registrados no Sinasc com os do registro

civil no período de 2009 a 2013 apresentou uma diferença importante, evidenciada

pela razão de 3,47 em 2009 com decréscimo no período, atingindo 1,29, em 2013.

Vale ressaltar, que os registros do cartório civil foram informados por apenas um

cartório da capital (Tabela 5). Com relação a 2015, a comparação com os dados do

IBGE, revelam redução dessa diferença (RORAIMA, 2015).

Tabela 5 - Número de nascidos vivos informados pelo Sinasc e Registro civil e razão Sinasc/Registro civil, Roraima, 2009 a 2013 e 2015

ANO SINASC REGISTRO CIVIL RAZÃO SINASC/REGISTRO CIVIL DIFERENÇA 2009 9.678 2.789 3,47 6.889 2010 9.728 4.645 2,09 5.083 2011 9.969 4.408 2,26 5.561 2012 10.582 5.623 1,88 4.959 2013 10.556 8.188 1,29 2.368 2015 10.296 10.129 1,01 167

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Cartório de registro civil (2009 a 2013). IBGE - Estatística do Registro Civil de 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. Dados sujeitos a alteração.

O Sinasc vem evoluindo em cobertura e qualidade, tendo apresentado

cobertura estimada de 98% em 2015 no país. A coleta de dados, com novas

variáveis, vem sendo aprimorada ao longo dos anos para responder às novas

demandas de produção de conhecimento (BRASIL, 2018).

Em Roraima, os dados captados na DN são considerados bons porém a

completude de preenchimento das variáveis variam muito, e apresentam informação

Alto Alegre Amajarí Bonfim Cantá Caraca

raí Caroebe Iracema Mucajai Norman dia

Pacara ima

Rorai nópo

lis

São J Baliza São Luiz Uiramu

2013 39,1 49 81,6 93,6 68,4 82 76 89,3 52,1 61,2 72,4 80 81 73,3

2014 93 92,9 86,1 93,7 82,3 90,2 99,1 93,1 63,4 66,1 56,3 82,9 96,9 68,4

2015 90 93,3 80,6 94,9 95,4 92,7 97,6 94 65,4 74,5 22,2 69,3 48,8 53,9

2016 91 95,5 84,4 98 97,2 90,9 97,2 94,9 68,4 71 13,4 90,3 90,1 74,3

2017 92,1 91,3 84,6 96,4 90,6 91,7 96,8 92,8 61,5 77,2 11,4 90,9 98,1 79,7

0102030405060708090

100

%

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32 ignorado ou não informada na DN. Esse fato prejudica a análise epidemiológica

sobre as condições de gestação e de nascimento no município, estado e país.

Diante disso, a Figura 6 apresenta o grau de completude de preenchimento

de algumas variáveis da DN no estado para o ano de 2017, e sua comparação com

dados nacionais de 2015. Nessa comparação constatamos que as maiores falhas de

completude de preenchimento da DN no estado são: estado civil, duração da

gestação e APGAR no 1º e 5º minuto de vida. As duas últimas, estão diretamente

relacionadas com a assistência ao recém-nascido na hora do parto.

O Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN), única

maternidade no estado, pública, realiza 81,8% de todos os nascimentos, e nesse

serviço a DN não é preenchida pelo profissional que realiza o parto, é preenchida

por servidores do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) por meio do

prontuário médico, e este fato pode estar influenciado de alguma forma na qualidade

e na plenitude de preenchimento da DN.

Figura 6 - Completude de preenchimento das variáveis da Declaração de Nascido Vivo, Brasil, 2015 e Roraima, 2017 Fonte: BRASIL, 2018. Sinasc/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

2.1 ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER

É um indicador que mede quantos anos, em média, espera-se que viva um

recém-nascido, este indicador reflete a qualidade e assistência da população. Em

2015, a esperança de vida ao nascer do brasileiro foi de 75,4 anos. Mas nem

0 20 40 60 80 100

Número de consultas no pré-natal

Duração da gestação

Tipo de gravidez

Tipo de parto

Peso ao nascer

APGAR 1º minuto

APGAR 5º minuto

Escolaridade da mãe

Estado civil

RR BR

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33 sempre foi assim, na década de 40 era de 42 anos, de 50 (46 anos), de 60 (52

anos), de 80 (54 anos), de 90 (60 anos). Roraima acompanha essa tendência

crescente na esperança de vida ao nascer passando de 65,3 anos em 2000 para

70,6 em 2013, e em 2015, a esperança de vida ao nascer foi de 71,1 anos

(RORAIMA, 2016).

Figura 7 - Anos de vida esperados para ambos os sexos. Brasil e Roraima, 2015 Fonte: IBGE (Tábua Completa de Mortalidade 2015).

Segundo o IBGE (2016a), a expectativa de vida do brasileiro foi de 75,8 anos,

entre os homens 72,2 anos e entre as mulheres 79,4 anos.

O total de anos que, em média, os homens esperam viver não é o mesmo

total de anos que em média a mulher espera viver: a esperança de vida de Roraima

no ano de 2015 para os homens é de 68,8 e para as mulheres é de 74 anos. Em

todos os continentes a esperança de vida para mulheres é maior do que a

esperança de vida para os homens. As maiores taxas estão na América do Norte e

na Europa (RORAIMA, 2016c).

2.2 FECUNDIDADE

Esse indicador expressa a condição reprodutiva média das mulheres, para

que a reposição populacional seja assegurada, a taxa de fecundidade não pode ser

inferior a 2,1 filhos por mulher, pois as duas crianças substituem os pais e a fração

0,1 é necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a idade

reprodutiva (BRASIL, 2013a).

Na União Européia, a taxa de fecundidade média é menor que 1,38 filhos por

mulher. Na França, a taxa está em 1,8, na Inglaterra (1,6), na Grécia (1,3), na

Alemanha (1,3), na Itália (1,2) e na Espanha (1,1). No Brasil, a taxa de fecundidade

passou de 2,14 filhos por mulher, em 2004, para 1,74 em 2014, queda de 18,6%

(IBGE, 2015).

Brasil Roraima

Mulheres 79,1 74Homens 71,9 68,8Total 75,5 71,1

6065707580

Espe

ranç

a de

vida

ao

nasc

er (

em a

nos)

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34

Figura 8 - Taxa de fecundidade por ano. Brasil e Roraima, 2000 a 2012 Fonte: Estimativas: IBGE/Projeções demográficas preliminares. Dados Diretos: MS/SVS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Notas: Taxas estimadas com os dados informados ao SINASC corrigidos por fatores obtidos na Pesquisa de Busca Ativa realizada na Amazônia Legal e no Nordeste, no ano de 2008. 1. Para toda a série histórica, os denominadores derivam das projeções demográficas. 2. Dados de 2000 a 2010 revistos em relação ao IDB anterior.

Há uma tendência de queda da taxa de fecundidade do Brasil e Roraima no

período de 2000 a 2012, quando registravam taxas de 2,29 e 3,57, respectivamente

e reduziram para 1,77 e 2,50 filho/mulher (BRASIL, 2013a). A maior taxa de

fecundidade de Roraima (2,50 filhos/mulher), ainda assim abaixo da média mundial

de 2,52 (RORAIMA, 2014).

Tabela 6 - Taxa Geral de Fecundidade, Roraima, 2006 a 2017

ANO MULHERES DE 15-49 ANOS

NASCIDOS VIVOS

NASCIDOS VIVOS DE MÃES 15-49 ANOS

TAXA DE FECUNDIDADE

(1.000 MULHERES) 2006 128.099 9.598 9.411 73,4 2007 129.064 9.584 9.371 72,6 2008 127.199 10.093 9.883 77,7 2009 128.936 9.678 9.478 74,7 2010 127.646 9.728 9.536 74,7 2011 125.654 9.969 9.793 77,9 2012 128.239 10.582 10.348 80,7 2013 130.830 10.556 10.336 79,0 2014 134.026 10.322 10.177 75,9 2015 140.955 10.535 10.363 73,5 2016 144.296 10.296 10.279 71,2 2017 143.837 10.793 10.632 73,9

Fonte: Estimativas: IBGE/Projeções demográficas preliminares. Dados Diretos: MS/SVS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Notas: Taxas estimadas com os dados informados ao Sinasc corrigidos por fatores obtidos na Pesquisa de Busca Ativa realizada na Amazônia Legal e no Nordeste, no ano de 2008. 1. Para toda a série histórica, os denominadores derivam das projeções demográficas. 2. Dados de 2000 a 2010 revistos em relação ao IDB anterior.

A taxa geral de fecundidade - TGF de Roraima apresentou tendência de

quedas no período de 1997 a 2013, passando de 128,3/1000 mulheres em 1997

para 66,7 em 2013, e alcançou uma taxa de fecundidade de 3,57 filhos/mulher em

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

RORAIMA 3,57 3,37 3,3 3,22 3,21 3,09 3 2,93 2,82 2,78 2,62 2,59 2,5BRASIL 2,29 2,2 2,12 2,07 2,03 1,99 1,94 1,9 1,86 1,84 1,82 1,78 1,77

00,5

11,5

22,5

33,5

4

Taxa

de

fecu

ndid

ade

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35 2000 e 2,59 filhos/mulher em 2011, superior ao nível de reposição populacional de

2,1 filhos/mulher, porém com queda no período (RORAIMA, 2014).

Em 2017, a TGF voltou a subir com relação ao ano anterior e esse aumento

foi na ordem de 3,8%. Uma das explicações é a estimativa populacional de 2017

menor que 2016 (Tabela 6). Com relação ao número de nascidos vivos por mãe

chama a atenção que 36,1% (3.898) são de mães primigesta.

Tabela 7 - Taxa de fecundidade específica (15 a 49 anos), Roraima, 2006 a 2017

ANO 15 A 19 ANOS 20 A 29 ANOS 30 A 39 ANOS 40 A 49 ANOS

POP. NV TAXA POP. NV TAXA POP. NV TAXA POP. NV TAXA 2006 23.299 2.308 0,0990 36.982 5.147 0,1391 27.110 1.803 0,0665 16.986 153 0,0090 2007 21.369 2.328 0,1089 38.479 5.199 0,1351 27.670 1.719 0,0621 19.041 125 0,0065 2008 20.925 2.346 0,1121 37.733 5.454 0,1445 27.642 1.922 0,0695 18.972 161 0,0084 2009 21.204 2.248 0,1060 38.072 5.235 0,1375 28.441 1.806 0,0635 19.404 189 0,0097 2010 23.250 2.254 0,0969 43.580 5.139 0,1179 33.508 1.972 0,0588 22.648 171 0,0075 2011 23.747 2.317 0,0975 44.529 5.307 0,1191 34.236 1.994 0,0582 23.142 175 0,0075 2012 24.240 2.478 0,1022 45.444 5.392 0,1186 34.942 2.287 0,0654 23.613 191 0,0080 2013 25.481 2.465 0,0967 45.237 5.348 0,1182 35.760 2.323 0,0649 24.352 200 0,0082 2014 25.824 2.457 0,0951 46.054 5.196 0,1128 37.054 2.346 0,0633 25.094 178 0,0071 2015 26.061 2.338 0,0897 50.732 5.340 0,1052 38.273 2.498 0,0652 25.889 187 0,0007 2016 26.474 2.291 0,0865 51.684 5.052 0,0977 39.402 2.564 0,0650 26.736 205 0,0007 2017 26.811 2.236 0,0834 48.970 5.463 0,1115 40.417 2.696 0,0667 27.639 245 0,0088

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Estimativas do IBGE (Projeções do DATASUS). Dados sujeitos a alteração.

Dados do IBGE, de Roraima, para 2016 mostram a taxa de fecundidade total

de 2,2 filhos por mulher, taxa de fecundidade de 97,4 filhos/mulheres no grupo etário

de 15 a 19 anos, e de, 121,8 filhos/mulheres no grupo etário de 20 a 24 anos (IBGE,

2016b).

Na Tabela 7 e Figura 9 estão distribuídas as taxas de fecundidade específica

de Roraima no período de 2006 a 2017.

Figura 9 - Taxas de fecundidade específica (15 a 49 anos), Roraima, 2006 a 2017 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Estimativas do IBGE.

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

15-19 0,099 0,108 0,112 0,106 0,096 0,097 0,102 0,096 0,095 0,089 0,086 0,08320-29 0,139 0,135 0,144 0,137 0,117 0,119 0,118 0,118 0,112 0,105 0,097 0,11130-39 0,066 0,062 0,069 0,063 0,058 0,058 0,065 0,064 0,063 0,065 0,065 0,06640-49 0,009 0,006 0,008 0,009 0,007 0,007 0,008 0,008 0,007 0,000 0,000 0,008

00,020,040,060,08

0,10,120,140,16

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36 2.3 ESTABELECIMENTO DE SAÚDE

Com relação à esfera administrativa do estabelecimento de saúde de

ocorrência do parto, há um absoluto predomínio de partos ocorridos em

estabelecimentos de saúde públicos (Tabela 8). Vale lembrar que é considerada na

análise a esfera administrativa e não a origem do recurso financeiro do leito.

Tabela 8 - Distribuição dos nascimentos segundo esfera administrativa do estabelecimento de saúde, Roraima, 2001 a 2017

ANO ESTABELECIMENTO DE SAÚDE

PÚBLICO NÃO-PÚBLICO N° % N° %

2001 8.148 95,4 391 4,6 2002 8.226 94,7 459 5,3 2003 8.297 93,0 626 7,0 2004 7.788 92,6 624 7,4 2005 7.874 93,6 569 6,4 2006 7.962 95,1 410 4,9 2007 8.208 94,7 458 5,3 2008 8.388 93,4 591 6,6 2009 8.255 93,5 569 6,4 2010 8.447 93,3 604 6,7 2011 8.600 92,8 666 7,2 2012 8.830 93,4 621 6,6 2013 9.163 93,2 666 6,8 2014 9.352 90,6 727 7,0 2015 9.533 90,5 662 5,9 2016 9.674 94,0 622 6,0 2017 10.207 94,6 586 5,4

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2015. Dados sujeitos a alteração.

As proporções de partos domiciliares reduziram de forma significativa ao

longo dos últimos 12 anos passando de 12,7% (1.226/9.658) em 2006 para 0,9%

(98/10.793) em 2017, uma queda de 92,9% no período (Figura 10).

Figura 10 - Proporção de nascidos vivos segundo parto domiciliar e não domiciliar, Roraima, 2006 a 2017 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015. Dados sujeitos a alteração.

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Domiciliar 12,7 9,6 11,3 9,4 7,6 7,8 10,3 6,5 1,7 3,17 1,2 0,9Não domiciliar 87,3 90,4 88,7 90,6 92,4 92,2 89,7 93,5 98,3 96,8 98,8 99,1

5

25

45

65

85

%

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37 2.4 REFERENTES À MÃE 2.4.1 IDADE DA MÃE

No Brasil, nos últimos anos houve um envelhecimento da estrutura etária das

mulheres no momento do parto no país, com aumento da proporção de mães com

30 anos ou mais de idade, em 2012 foram 30,2% dos nascimentos. A proporção de

nascimentos de mães com idades menores que 15 anos permaneceu constante ao

longo do período, representando cerca de 30 mil nascimentos ao ano. A

desagregação dos nascimentos por idade da mãe retoma a discussão da

maternidade entre as adolescentes e jovens menores de 20 anos de idade e a

gravidez em idades mais tardias. Este tema assume grande relevância social, pela

vulnerabilidade em termos biológicos e de condições de sobrevivência das crianças,

pois a gravidez em idade muito jovem eleva os riscos de mortalidade para a mulher

e seus filhos (BRASIL, 2014a).

Figura 11 - Proporção de nascidos vivos por idade da mãe. Brasil e Região Norte 2014 e Roraima, 2017 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. BRASIL, 2017a

No Brasil, em 2014, 0,9% das mães tinham entre 10 e 14 anos de idade, em

números absolutos, estas chegam a 28.244 parturientes captadas pelo Sinasc e na

região Norte representaram 1,6% (BRASIL, 2016c). Em Roraima essa proporção

ficou bem acima da média nacional e um pouco abaixo da média da região Norte

(Figura 11). Entre as mães com menos de 20 anos de idade a proporção de

nascimentos varia de 18,8% no País e 26,2% na região Norte em 2014 e 22,2% em

Brasil Região Norte Roraima

35 e mais anos 12,2 8 10,5

20 a 34 anosma 68,9 65,8 67,215 a 19 anos 17,9 24,6 20,710 a 14 anos 0,9 1,6 1,5

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

%

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38 Roraima para o ano de 2017, valores considerados altos se consideramos que

vários estudos relacionam a gravidez em idades precoces com um risco maior de ter

um recém-nascido de baixo peso, pelo fato da mãe não possuir maturidade funcional

do organismo. A persistência desse número de nascimentos ao longo dos anos

evidencia a necessidade do incremento de políticas públicas voltadas para a

redução de condições de vulnerabilidade desse grupo populacional como condições

de pobreza, baixa escolaridade, abandono escolar e menor procura a serviços de

saúde (BRASIL, 2014a).

Em Roraima, no período de 2006 a 2017 é nítido a redução de nascimentos

entre mães adolescentes e jovens; entre as mães menores de 15 anos de idade

houve redução de 25% na proporção que passou de 2% em 2006 para 1,5% em

2017; entre as mães com idade entre 15 e 19 anos houve redução da proporção de

13,7% (24% em 2006 para 20,7% em 2017); e entre as mães com idade entre 20 e

24 anos a redução foi de 14,2% (32,3% para 27,7%) (Tabela 9).

Por outro lado, houve aumento de nascimentos entre as mães com 25 anos

de idade: aumento de 7,5% entre as mães de 25 a 29 anos passando de 21,3% em

2006 para 22,9% em 2017, assim como aumento de 28,5% entre as mães de 30 a

34 anos (13% em 2006 para 16,7% em 2017), aumento de 45,6% entre as mães de

35 a 39 anos (5,7% para 8,3%) e aumento de 43,7% entre as mães com 40 anos de

idade e mais (1,6% para 1,8%), mostrando um aumento em importante de gravidez

em idades mais tardias.

Tabela 9 - Número e proporção de nascidos vivos por idade da mãe, Roraima, 2006 a 2017

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016. Dados sujeitos a alteração.

ANO < 15 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40 e + N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° %

2006 182 2,0 2.308 24,0 3.102 32,3 2.045 21,3 1.251 13,0 552 5,7 158 1,6 2007 212 2,2 2.328 24,3 3.000 31,3 2.199 23,0 1.213 12,6 506 5,3 126 1,3 2008 209 2,1 2.346 23,2 3.076 30,4 2.378 23,5 1.335 13,2 587 5,8 162 1,6 2009 199 2,0 2.248 23,2 2.927 30,2 2.308 23,8 1.263 13,0 543 5,6 190 1,9 2010 191 1,9 2.254 23,1 2.869 29,5 2.270 23,3 1.388 14,2 584 6,0 172 1,8 2011 174 1,7 2.317 23,2 2.899 29,1 2.408 24,1 1.363 13,7 631 6,3 177 1,8 2012 233 2,2 2.478 23,4 2.968 28,0 2.424 23,0 1.602 15,1 685 6,5 192 1,8 2013 216 2,0 2.465 23,4 3.007 28,5 2.341 22,2 1.550 14,7 773 7,3 204 1,9 2014 174 1,7 2.448 23,7 2.912 28,2 2.269 22,0 1.609 15,6 731 7,1 178 1,7 2015 175 1,6 2.337 22,2 2.969 28,2 2.368 22,4 1.704 16,1 794 7,5 188 1,8 2016 183 1,8 2.291 22,2 2.809 27,3 2.243 21,8 1.696 16,5 868 8,4 206 2,0 2017 159 1,5 2.236 20,7 2.989 27,7 2.474 22,9 1.803 16,7 893 8,3 247 2,3

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39

No detalhamento dos nascimentos entre mães adolescentes, destaca-se que

0,5% (um nascimento) foi em mãe com menos de 12 anos, 50,7% (1.214

nascimentos) em mães entre 12 e 17 anos, 22,6% (452 nascimentos) em mães com

18 anos, e 26,2% (638 nascimentos) em mães com 19 anos.

Na Tabela 10 encontra-se a distribuição do número e proporção de nascidos

vivos por município de residência e idade da mãe em 2017.

Tabela 10 - Número e proporção de nascidos vivos por município de residência e idade da mãe, Roraima, 2017 MUNICÍPIO 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 Total RORAIMA 159 2.236 2.983 2.474 1.803 893 235 10 1 1 10.793 Alto Alegre 3 49 59 42 31 11 5 2 0 0 202 AmajarÍ 6 62 45 32 25 11 4 0 0 0 185 Boa Vista 72 1.291 1.952 1.687 1.244 615 165 4 1 1 7.032 Bonfim 8 86 73 73 42 36 13 0 0 0 331 Cantá 6 91 82 72 50 30 6 1 0 0 337 Caracaraí 10 104 98 73 50 19 3 0 0 0 357 Caroebe 4 37 46 41 33 17 3 0 0 0 181 Iracema 0 29 43 25 19 8 1 0 0 0 125 Mucajaí 6 72 91 53 46 21 4 0 0 0 292 Normandia 18 88 93 71 60 28 6 0 0 0 364 Pacaraima 10 81 94 79 51 20 7 1 0 0 343 Rorainópolis 7 133 169 134 78 34 8 1 0 0 564 São J Baliza 1 26 42 22 18 9 3 0 0 0 121 São Luiz 0 23 29 30 18 5 2 0 0 0 107 Uiramutã 8 64 67 40 38 29 5 1 0 0 252

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

2.4.2 INSTRUÇÃO DA MÃE

No Brasil, quanto ao nível de instrução da mãe, 23,7% de nascidos vivos são

de mães sem instrução e com ensino fundamental incompleto, e 37,7% de mães

com ensino fundamental completo e médio incompleto. Entre as mães com o ensino

médio completo e superior incompleto a proporção foi de 23,9% e de ensino superior

completo, 12,5% (BRASIL, 2016a).

Em Roraima, a análise dos dados sobre a instrução da mãe se deu pelos

anos de estudo da mãe. No período de 2006 a 2017 observamos uma redução

importante de nascidos vivos de mães sem nenhuma ou até sete anos de

escolaridade: nenhuma escolaridade reduziu 1,2%, de 1 a 3 anos de estudo reduziu

1,7% e de 4 a 7 anos de estudo reduziu 13,8%.

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40

Tabela 11 - Número e proporção de nascidos vivos por escolaridade (anos de estudo) da mãe, Roraima, 2006 a 2017

ANO

Nenhuma 1 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 11 anos 12 anos e + Não informado

Ignorado

N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° % 2006 622 6,4 1.063 11,0 2.767 28,8 3.622 37,7 1.138 11,8 225 2,3 161 1,7 2007 388 4,0 1.348 14,0 2.538 26,5 4.079 42,5 867 9,0 317 3,3 47 0,5 2008 625 6,2 967 9,6 2.556 25,3 4.778 47,3 892 8,8 211 2,1 64 0,6 2009 613 6,3 577 5,9 2.493 25,7 4.700 48,6 1.068 11,0 84 0,8 143 1,4 2010 747 7,7 341 3,5 2.029 20,8 5.279 54,2 1.272 13,1 34 0,3 26 0,2 2011 464 4,6 350 3,5 2.057 20,3 5.432 54,6 1.298 13,0 108 1,1 260 2,6 2012 531 5,0 321 3,0 2.018 19,1 5.652 53,4 1.400 13,2 265 2,5 398 3,7 2013 524 4,9 288 2,7 1.997 18,9 5.813 55,0 1.549 14,6 231 2,2 154 1,4 2014 151 1,4 196 1,9 1.823 17,6 6.335 61,3 1.646 15,9 96 0,9 75 0,7 2015 183 1,7 328 3,1 1.791 17,0 6.306 60,0 1.789 17,0 61 0,5 77 0,7 2016 146 1,4 227 2,2 1.597 15,5 6.438 62,5 1.849 17,9 30 0,3 9 0,1 2017 128 1,2 181 1,7 1.491 13,8 6.859 63,5 2.079 19,3 42 0,4 13 0,1 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

Em contrapartida, houve aumento importante de mães com escolaridade

maior que 8 anos de estudo: de a 8 a 11 anos de estudo aumentou 168,4%, de 12 e

mais anos aumentou 63,5%. Embora ainda persistam DN com dados não informado

ou ignorado houve uma redução importante no período (Tabela 11). O nível de

instrução (escolaridade) da mãe é um diferencial no processo de acesso ao pré-

natal e a educação, neste caso, se revela um fator importante na percepção da

importância da assistência à saúde materno-infantil.

Tabela 12 - Número de nascidos vivos por município de residência e escolaridade (anos de estudo) da mãe, Roraima, 2017

MUNICÍPIO Não Informado Nenhuma 1 a 3 4 a 7 8 a 11 12 e mais Ignorado Total

RORAIMA 42 128 181 1.491 6.859 2.079 13 10.793 Alto Alegre 1 11 6 36 126 21 1 202 Amajarí 0 17 6 31 120 10 1 185 Boa Vista 19 29 55 676 4.498 1.754 1 7.032 Bonfim 3 14 18 88 198 10 0 331 Cantá 1 5 10 69 223 29 0 337 Caracaraí 2 8 4 69 246 27 1 357 Caroebe 0 2 3 37 114 23 2 181 Iracema 1 3 4 24 80 13 0 125 Mucajaí 0 3 3 57 200 27 2 292 Normandia 6 2 27 102 213 14 0 364 Pacaraima 2 5 10 86 203 35 2 343 Rorainópolis 2 2 11 95 375 78 1 564 São J Baliza 1 1 7 25 71 16 0 121 São Luiz 1 2 1 19 70 13 1 107 Uiramutã 3 24 16 77 122 9 1 252

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

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41

Na Tabela 12 está detalhado o número de nascidos vivos de 2017 por

escolaridade (anos de estudo) da mãe e município de residência.

2.4.3 SITUAÇÃO CONJUGAL DA MÃE

Em 2017, a proporção de nascidos vivos de mães solteiras foi de 42,6%,

embora considerada elevado, essa proporção sofreu redução de 30,6% com relação

ao ano de 2015 (61,4%). Estudos apontam que o número de nascidos vivos de mãe

solteira é uma variável importante para caracterizar uma gestação com risco, pois

sugerem que estas mães poderiam reunir um quadro mais desfavorável, ou seja,

essa condição civil poderia estar ligada a alguns fatores socioeconômicos e culturais

que limitariam um acesso pleno à assistência na gravidez (BRASIL, 2014a).

Por outro lado, as variáveis como estado civil das mães nas categorias

casada, separada e viúva, determinam que estas mães possuam algum tipo de

assistência, apoio do cônjuge ou do companheiro, ou mesmo uma rede de proteção

familiar favorecendo um parto com condições mais estáveis, diferentemente das

mães solteiras (BRASIL, 2014a).

Figura 12 - Proporção de nascidos vivos por situação conjugal da mãe, Roraima, 2006 a 2017 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016. Dados sujeitos a alteração.

Na Tabela 13 estão os números de nascidos vivos por situação conjugal da

mãe e município de residência em 2017.

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Ignorado/Não informado 7,1 7,7 4,1 1,2 1 34,2 46,2 45,4 26,2 17,2 34,8 22,2Separado judicialmente 0,4 0,5 0,3 0,3 0,3 0,4 0,4 0,3 0,6 0,6 0,6 0,9

Viúvo 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,06 0,2 0,1Casado 34,9 33,4 31,2 37,8 44,9 30,8 24,3 21 20,8 20,6 21,7 20,5

Solteiro 57,4 58,2 64,3 60,4 53,6 34,4 29 33,2 52,1 61,4 42,6 56,2

0102030405060708090

100

%

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42 Tabela 13 - Número de nascidos vivos por município de residência e situação conjugal da mãe, Roraima, 2017 MUNICÍPIO NÃO INF. SOLTEIRO CASADO VIÚVO SEPARADO JUD IGN. TOTAL RORAIMA 23 6.071 2.213 10 99 2.377 10.793 Alto Alegre 0 121 36 0 0 45 202 Amajari 0 122 23 0 2 38 185 Boa Vista 11 4.057 1.525 7 79 1.353 7.032 Bonfim 1 193 56 0 0 81 331 Cantá 0 221 36 0 3 77 337 Caracaraí 1 223 47 1 3 82 357 Caroebe 1 51 74 0 1 54 181 Iracema 0 69 24 0 1 31 125 Mucajaí 0 187 41 1 2 61 292 Normandia 7 208 55 0 1 93 364 Pacaraima 1 202 48 0 2 90 343 Rorainópolis 0 172 138 0 4 250 564 São João Baliza 0 51 37 0 0 33 121 São Luiz 0 46 27 0 1 33 107 Uiramutã 1 148 46 1 0 56 252

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. 2.5 REFERENTES A GRAVIDEZ E AO PARTO 2.5.1 ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL

O acompanhamento do pré-natal e da atenção ao parto é reconhecido

atualmente como importante estratégia para prevenir ou reduzir o risco de

mortalidade, tanto para a gestante como para a criança. A Rede Cegonha (RC) é a

política pública brasileira que, de acordo com o MS, visa implementar uma rede de

cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a

atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às

crianças o direito ao nascimento seguro e crescimento e desenvolvimento saudáveis

(BRASIL, 2018).

Dados do país mostram que a maior parte das mulheres teve acesso ao pré-

natal “Mais que adequado” ou “Adequado” com 68,9%, em 2014, e 70,2%, em 2015.

As regiões que apresentaram os menores percentuais foram Norte com 51,5%, em

2014, e 53,1%, em 2015; e Nordeste com 61,8%, em 2014, e 63,8%, em 2015

(BRASIL, 2018) Houve diminuição da proporção de mulheres que teve acesso inadequado ao

pré-natal, de 22,3%, em 2014, para 21,3%, em 2015. Esses dados evidenciam

melhoria generalizada do acesso ao pré-natal. Essa tendência se reproduziu em

todos os estados, os dez estados com menor adequação do acesso situam-se nas

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43 regiões Norte e Nordeste. Em 2015, apenas Amazonas, Roraima, Acre e Amapá

somavam menos de 50% de proporção “mais que adequado e adequado” (BRASIL,

2018). A Figura 13 mostra que as mães dos nascidos registrados no Sinasc, em

2014, realizaram aproximadamente oito consultas de pré-natal durante a gestação.

Chama atenção que das 18 UFs que tem número de consultas abaixo da média

nacional, oito UFs (MT, GO, PB, CE, PE, RN, TO, e RO) fazem em torno de sete

consultas de pré-natal; sete UFs (PI, AL, BA, SE, PA, RR, AM) fazem entre seis e

sete consultas; e duas encontram-se no limiar, discretamente abaixo das seis

consultas (AC e MA), preconizado como o mínimo de consultas a serem realizadas

durante o pré-natal. Por fim, uma UF (AP) fez em média cinco consultas de pré-

natal, em 2014 (BRASIL, 2016a).

Figura 13 - Número médio de consultas de pré-natal por unidade da Federação – Brasil, 2014 Fonte: MS/SVS/DANTPS/CGIAE/Sinasc.

Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2014 a proporção de mães

que não realizaram nenhuma consulta de pré-natal representam 0,6% dos

nascimentos ocorridos no Brasil, 6,9% das mães realizaram de 1 a 3 consultas,

26,1% realizaram de 4 a 6 consultas e 66,4% realizaram 7 e mais consultas

(BRASIL, 2016a).

Em Roraima, no período de 2001 a 2016 observamos no estado uma redução

de quase 70% na proporção de mães sem consulta no pré-natal passando de 11,1%

em 2001 para 3,4% em 2016, em contra-partida houve aumento de quase 30% na

proporção de mães com sete ou mais consultas.

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44 Tabela 14 - Número e proporção de nascidos vivos por número de consultas de pré-natal, Roraima, 2001 a 2017

ANO NENHUMA 1 A 3 4 A 6 7 E + IGNORADO N° % N° % N° % N° % N° %

2001 1.060 11,1 1.530 16,0 3.084 32,2 3.691 38,6 196 2,0 2002 658 7,1 1.954 21,2 3.622 39,4 2.910 31,6 44 0,5 2003 775 7,5 2.020 19,6 4.359 42,4 3.007 29,2 125 1,2 2004 798 8,2 1.802 18,5 3.737 38,3 3.206 32,9 208 2,1 2005 699 7,2 1.621 16,7 2.995 30,9 4.215 43,4 169 1,7 2006 655 6,8 1.850 19,3 3.549 37,0 3.365 35 179 1,8 2007 542 5,6 1.672 17,4 3.741 39,0 3.429 35,8 200 2,1 2008 466 4,6 2.016 20,0 3.874 38,4 3.572 35,4 165 1,6 2009 436 4,5 1.702 17,6 3.514 36,3 3.935 40,6 91 1,0 2010 456 4,7 1.577 16,2 3.756 38,6 3.898 40,0 41 0,4 2011 449 4,5 1.762 17,7 3.703 37,1 3.950 39,6 105 1,0 2012 557 5,2 2.065 19,5 3.950 37,3 3.882 36,7 131 1,2 2013 450 4,3 1.865 17,6 4.073 38,6 4.061 38,5 107 1,0 2014 407 3,9 1.397 13,5 3.750 36,3 7.753 46 15 0,1 2015 394 3,7 1.406 13,3 3.747 35,5 4.973 47,2 15 0,1 2016 355 3,4 1.265 123 3.542 34,4 5.130 49,8 4 0,04 2017 396 3,7 1.343 12,4 3.678 34,1 5.363 49,7 13 0,1

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016. Dados sujeitos a alteração.

Em 2017, houve aumento na proporção de mães sem nenhuma consulta no

pré-natal, uma condição totalmente inadequada, e nas mães consideradas

assistidas no pré-natal, compreendendo 7 ou mais consultas, essa condição ocorre

em menos da metade dos nascimentos, e embora mínimo, ainda houve redução

com relação ao ano passado.

Tabela 15 - Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e número de consultas de pré-natal, Roraima, 2017

MUNICÍPIO NENHUMA 1-3 VEZES 4-6 VEZES 7 E + IGNORADO TOTAL RORAIMA 396 1.343 3.678 5.363 13 10.793 Alto Alegre 17 29 74 81 1 202 Amajarí 24 30 74 57 0 185 Boa Vista 218 771 2.133 3.909 1 7.032 Bonfim 21 74 144 88 4 331 Cantá 16 61 152 108 0 337 Caracaraí 19 49 131 157 1 357 Caroebe 3 18 56 103 1 181 Iracema 6 8 45 66 0 125 Mucajaí 8 28 104 152 0 292 Normandia 13 79 188 84 0 364 Pacaraima 16 52 160 115 0 343 Rorainópolis 7 68 221 264 4 564 São J Baliza 5 11 43 62 0 121 São Luiz 2 10 39 56 0 107 Uiramutã 21 55 114 61 1 252 Ignorado 0 0 0 0 0 0

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

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45

O acesso à assistência pré-natal é considerado uma condição muito

importante para que a gestação transcorra sem problemas tanto para a mãe quanto

para o filho ou, pelo menos, que haja um acompanhamento médico para as

situações de risco. Alguns estudos mostram que a maioria das mortes por causas

maternas são evitáveis, se ações que objetivam a qualidade da assistência perinatal

e o acesso aos serviços de saúde da gestante forem tomadas (BRASIL, 2014a).

Na Tabela 15 encontra-se o número de nascidos vivos por número de

consultas de pré-natal e município de residência da mãe em 2017, em Roraima.

2.5.2 DURAÇÃO DA GESTAÇÃO

Os recém nascidos são considerados prematuros quando nascem antes dos

nove meses da gestação. Como o organismo deles ainda não está complemente

desenvolvido, precisam de cuidados redobrados. Quando nascem próximos à idade

gestacional adequada, entre 34 e 36 semanas e seis dias, são considerados

prematuros limítrofes. Os prematuros moderados nascem entre 29 e 33 semanas e

seis dias e esses recém nascidos podem apresentar sinais importantes de

prematuridade (problemas respiratórios, neurológicos, cardíacos) como pode se

desenvolver sem grandes percalço (RORAIMA, 2016c).

Já as crianças que nascem com menos de 28 semanas, abaixo de um quilo,

são consideradas prematuras extremas. É a idade gestacional, e não o peso da

criança, que serão os principais fatores para incluí-las nessas categorias

(RORAIMA, 2016c).

A prematuridade e o baixo peso ao nascer são considerados importantes

fatores de risco para a saúde da criança, implicando decisivamente na mortalidade

infantil, especialmente a neonatal. No Brasil, em 2014, 11,2% dos recém-nascidos

foram prematuros, e na Região Norte 11,8% (BRASIL, 2016a).

Em Roraima, no período de 2006 a 2016, houve um aumento de 108,5% na

proporção de mães com menos de 37 semanas de gestação, e de 277,7% das mães

com 42 e mais semanas de gestação (RORAIMA, 2016c).

Em 2017, esse movimento foi inverso, houve queda da proporção de mães

com menos de 37 semanas e de mães com 42 e mais semanas de gestação, de

15% e 17,6%, respectivamente, e aumento de 2,8% entre as mães com 37 a 41

semanas, período considerado ideal para o nascimento. Falha no preenchimento da

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46 DN é evidente quando observamos a proporção de informação ignorada/não

informado na série histórica da Tabela 16.

Tabela 16 - Número e Proporção de nascidos vivos segundo a duração da gestação, Roraima, 2006 a 2016

ANO < 37 SEMANAS 37 A 41 SEMANAS 42 SEMANAS E + IGNORADO/

NÃO INFORMADO N° % N° % N° % N° %

2006 676 7,0 8.809 91,8 88 0,9 25 0,2 2007 496 5,1 8.991 93,8 66 0,7 31 0,3 2008 846 8,4 9.185 91,0 40 0,4 22 0,2 2009 903 9,3 8.704 90,0 45 0,4 26 0,3 2010 831 8,5 8.833 90,8 30 0,3 34 0,3 2011 1.495 15,0 7.688 77,1 522 5,2 264 2,6 2012 1.716 16,2 7.950 75,1 482 4,5 437 4,1 2013 1.591 15,0 8.513 80,6 355 3,3 97 0,9 2014 1.226 13,6 8.285 80,2 425 4,1 206 2,0 2015 1.440 13,6 8.387 79,6 366 3,4 342 3,2 2016 1.504 14,6 8.334 80,9 348 3,4 110 1,1 2017 1.345 12,4 8.984 83,2 321 2,8 143 1,3

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015. Dados sujeitos a alteração.

A idade gestacional por município de residência encontra-se na Tabela 17.

Tabela 17 - Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e idade gestacional, Roraima, 2017 MUNICÍPIO MENOS 22 22 A 27 28 A 31 32 A 36 37 A 41 42 E + N INF TOTAL RORAIMA 4 46 113 1.182 8.984 321 143 10.793 Alto Alegre 0 1 4 23 162 8 4 202 Amajari 0 1 1 16 157 2 8 185 Boa Vista 3 31 56 769 5.952 165 56 7.032 Bonfim 0 0 5 39 270 14 3 331 Cantá 0 0 5 36 285 10 1 337 Caracaraí 0 5 4 45 286 12 5 357 Caroebe 0 2 0 15 151 8 5 181 Iracema 0 0 1 18 102 2 2 125 Mucajaí 0 2 3 25 249 8 5 292 Normandia 0 0 6 46 283 14 15 364 Pacaraima 0 1 7 38 286 9 2 343 Rorainópolis 1 1 13 59 423 40 27 564 São J Baliza 0 1 2 17 86 9 6 121 São Luiz 0 0 1 9 87 8 2 107 Uiramutã 0 1 5 27 205 12 2 252

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Dados sujeitos a alteração.

A proporção de nascimentos prematuros no estado é alto, em 2017 foi de

12,4%, e entre os prematuros extremos foi de 0,4% (50 recém nascidos), essa

situação aumenta o risco de mortalidade infantil bem como requer serviços de saúde

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47 de alta complexidade uma vez que os prematuros devem ser acompanhados de

perto e normalmente precisam ficar internados em unidades de terapia intensiva por

períodos cuja duração podem variar de dias a meses. Apesar dos dados conflitantes

nessa área, sabe-se que 10 a 15% dos prematuros desenvolvem uma grande

variedade de sequelas no desenvolvimento neurológico durante a infância e que 30

a 40% deles apresentam pequenas desordens motoras, comportamentais e de

aprendizado na idade escolar (CAÇOLA; BOBBIO, 2010). 2.5.3 TIPO DE PARTO

No Brasil, já houve várias propostas de redução de taxas de cesárea, por

exemplo, a Portaria GM/MS nº 466, de 14 de junho de 2000, instituiu o Pacto

Nacional pela Redução das Taxas de Cesárea e estabeleceu 25% como limite a ser

atingido, pelos estados, em diferentes períodos. Essa redução também é prioridade

da Rede Cegonha (BRASIL, 2018).

Figura 14 - Proporção de parto cesáreo, por Unidade da Federação de residência da mãe – Brasil, 2014 Fonte: MS/SVS/DANTPS/CGIAE/Sinasc.

As taxas de cesáreas no Brasil foram de 57%, em 2014, e de 55,5%, em

2015. Nas regiões Norte e Nordeste, encontram-se as menores taxas: 46,8% e

50,9%, em 2014, e 46,2% e 49,6%, em 2015, respectivamente. Já as regiões Sul,

Centro--Oeste e Sudeste apresentam as taxas mais elevadas, com mais de 60% dos

nascimentos nos referidos anos (Figura 14).

Ressalta-se que nenhuma região atendeu a recomendação da OMS de no

máximo 15% de partos cesáreos. Pelo contrário, no Brasil, desde 2009, mais de

50% dos nascimentos ocorreram por este tipo de parto. O parto vaginal caracteriza-

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48 se por ser um tipo de parto de baixo custo, natural, mais acessível às mães e,

portanto mais recomendado (BRASIL, 2013a).

Tabela 18 - Número e Proporção de nascidos vivos por tipo de parto, Roraima, 2001 a 2017

ANO VAGINAL CESÁREO IGNORADO N° % N° % N° %

2001 7.169 75,0 2.390 25,0 2 0,0 2002 7.166 78,0 2.019 22,0 3 0,0 2003 7.932 77,1 2.351 22,9 3 0,0 2004 7.666 78,6 2.084 21,4 1 0,0 2005 7.561 77,9 2.135 22,1 3 0,0 2006 7.185 74,8 2.407 25,2 6 0,0 2007 6.858 71,5 2.772 28,5 4 0,0 2008 6.673 66,1 3.416 33,9 4 0,0 2009 6.174 61,9 3.500 38,1 4 0,0 2010 6.252 64,3 3.475 35,7 1 0,0 2011 6.806 68,3 3.156 31,7 7 0,0 2012 7.160 67,7 3.394 32,0 31 0,3 2013 6.889 65,2 3.651 34,7 16 0,1 2014 6.476 62,7 3.845 37,2 1 0,01 2015 6.404 60,8 4.129 39,2 2 0,02 2016 6.040 58,7 4.254 41,3 2 0,02 2017 6.471 59,9 4.318 40,0 4 0,04

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016. Dados sujeitos a alteração.

A análise dos nascimentos por tipo de parto permite avaliar, em parte, as

práticas obstétricas. Na série histórica da Tabela 18 e Figura 15 observa-se que o

parto cesáreo apresentou aumento de 60% no período. Em 2016 essa proporção foi

o maior da série e alcançou 41,3% de todos os partos, embora ocorreu a redução de

3,1% dessa proporção em 2017, este índice ainda está bem acima do preconizado

pela OMS que aceita até 15% do total de partos, e apesar dos especialistas

alertarem para os riscos que essa prática traz a saúde da mãe e do recém-nascido.

Figura 15 - Proporção de nascidos vivos por tipo de parto, Roraima, 2001 a 2017 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016. Dados sujeitos a alteração.

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Cesáreo 25 22 22 21,4 22,1 25,2 28,5 33,9 38,1 35,7 31,7 32 34,7 37,2 39,2 41,3 40

Vaginal 75 78 77,1 78,6 77,9 74,8 71,5 66,1 61,9 64,3 68,3 67,7 65,2 62,7 60,8 58,7 59,9

0102030405060708090

100

%

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49 Tabela 19 - Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e tipo de parto, Roraima, 2017

MUNICÍPIO N INF VAGINAL CESÁREO TOTAL RORAIMA 4 6.471 4.318 10.793 Alto Alegre 0 148 54 202 Amajarí 0 141 44 185 Boa Vista 0 4.010 3.022 7.032 Bonfim 0 266 65 331 Cantá 0 247 90 337 Caracaraí 0 220 137 357 Caroebe 0 89 92 181 Iracema 0 78 47 125 Mucajaí 0 190 102 292 Normandia 0 311 53 364 Pacaraima 0 256 87 343 Rorainópolis 3 212 349 564 São João da Baliza 0 52 69 121 São Luiz 0 40 67 107 Uiramutã 1 211 40 252

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

Na Tabela 19 estão os número de nascidos vivos por tipo de parto e

município de residência da mãe em 2017.

2.6 REFERENTES AO RECÉM-NASCIDO 2.6.1 PESO AO NASCER

O peso do recém-nascido entre 2.500g a 3.999g expressam que a nutrição e

cuidados da mãe durante a gestação foram adequados e que comportaria menos

riscos para os recém-nascidos. A proporção de nascimentos com baixo peso no

Brasil em 2014 foi de 8,4%, com variações quanto a raça/cor da mãe: branca 8,5%,

preta 9,7%, amarela 8,9%, parda 8,1% e indígena 7,4% (BRASIL, 2016a). O baixo

peso ao nascer reflete piores condições de vida, cuja maior concentração provém da

clientela usuária do SUS, onde é maior a demanda por serviços de maior

complexidade (BRASIL, 2013a).

Em 2017 houve redução de 10,7% na proporção de recém-nascidos com

baixo peso ao nascer com relação a 2016, mesmo assim ainda é considerado alto, e

essa condição ao nascimentos é um dos principais preditores de morbidade e

mortalidade neonatal e perinatal, tanto em países desenvolvidos quanto em

desenvolvimento.

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50 Tabela 20 - Número e proporção de nascidos vivos por peso ao nascer, Roraima, 2006 a 2017

ANO ATÉ 2.500g 2.500 a 3.999g 4.000g e + IGNORADO N° % N° % N° % N %

2006 671 7,0 8.001 83,3 540 5,6 386 4,0 2007 653 6,8 8.078 84,3 521 5,4 332 3,4 2008 680 6,7 8.321 82,4 647 6,4 445 4,4 2009 699 7,2 8.093 83,6 611 6,3 275 2,8 2010 724 7,4 8.363 85,9 566 5,8 75 0,7 2011 761 7,6 8.518 85,4 599 6,0 91 0,9 2012 801 7,5 9.044 85,0 628 5,9 112 1,0 2013 784 7,4 9.106 86,2 596 5,6 70 0,6 2014 738 7,1 8.932 86,5 652 6,3 00 0,0 2015 831 7,9 9.066 86,0 635 6,0 3 0,02 2016 862 8,4 8.818 85,6 613 5,9 3 0,03 2017 803 7,5 9.355 86,7 632 5,8 0 0,0

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016. Dados sujeitos a alteração.

A incidência de baixo peso ao nascer varia consideravelmente entre as

populações. Mais de 95% dos bebês de baixo peso no mundo nascem em países

em desenvolvimento. Além disso, é uma medida útil, embora grosseira, do

desenvolvimento e se associa significantemente com particularidades da saúde

encontradas na idade adulta (CAÇOLA; BOBBIO, 2010).

O número de nascidos vivos por município de residência da mãe e peso ao

nascer estão na Tabela 21.

Tabela 21 - Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e peso ao nascer, Roraima, 2017

MUNICÍPIO 0g a 999g

1000g a 1499g

1500g a 2499g

2500g a 2999g

3000g a 3999g

4000g e mais IGNORADO TOTAL

RORAIMA 54 80 669 2.224 7.131 632 3 10.793 Alto Alegre 1 1 11 45 131 11 2 202 Amajarí 1 0 8 61 107 8 0 185 Boa Vista 37 49 463 1.412 4.666 405 0 7.032 Bonfim 2 2 16 76 205 29 1 331 Cantá 2 4 10 74 230 17 0 337 Caracaraí 0 7 26 62 242 20 0 357 Caroebe 1 1 4 38 129 8 0 181 Iracema 1 0 11 22 80 11 0 125 Mucajaí 2 3 19 63 182 23 0 292 Normandia 4 2 25 75 243 15 0 364 Pacaraima 1 6 18 89 211 18 0 343 Rorainópolis 1 3 24 114 387 35 0 564 São J Baliza 1 2 7 20 80 11 0 121 São Luiz 0 0 7 11 77 12 0 107 Uiramutã 0 0 20 62 161 9 0 252

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

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51 2.6.2 VITALIDADE AO NASCER (APGAR)

O APGAR mede a vitalidade do recém-nascido no primeiro e no quinto minuto

de vida. Essa medida é realizada na sala de parto pelo profissional que o assistiu,

logo é inaceitável a alta proporção de informação ignorada ou em branco na DN

(RORAIMA, 2016c).

Tabela 22 - Número e proporção de nascidos vivos segundo o APGAR no 1° e 5° minutos de vida, Roraima, 2006 a 2017

ANO

APGAR 1° MINUTO 5° MINUTO

≤7 8 A 10 IGNORADO ≤7 8 A 10 IGNORADO N° % N° % N° % N° % N° % N° %

2006 1.181 12,3 7.213 75,1 1.204 12,5 305 3,2 8.089 84,2 1.204 12,5 2007 1.089 11,3 7.625 79,5 870 9,0 268 2,8 8.441 88,7 875 9,1 2008 1.203 11,9 7.738 76,7 1.107 10,9 239 2,3 8.747 86,7 1.107 10,9 2009 1.234 12,7 7.559 78,1 885 9,1 247 2,5 8.540 88,2 891 9,2 2010 1.173 12,0 7.777 79,9 778 8,0 156 16,0 8.795 90,4 777 8,0 2011 1.077 10,8 8.156 81,8 736 7,4 264 2,6 8.967 90,0 738 7,4 2012 987 9,3 8.431 79,6 1.167 11,0 227 2,3 9.189 92,1 1.169 11,7 2013 927 8,8 8.843 83,7 786 7,4 241 2,3 9.529 90,2 786 7,4 2014 856 8,3 9.250 89,6 213 2,1 199 1,9 9.906 95,9 217 2,1 2015 895 8,5 9.347 88,7 298 2,8 273 2,6 9.969 94,6 298 2,8 2016 960 9,3 9.244 89,8 92 0,9 240 2,3 9.965 96,8 91 0,9 2017 809 7,5 9.891 91,7 93 0,8 233 2,1 10.471 97,0 89 0,8

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016. Dados sujeitos a alteração.

No primeiro minuto de vida as condições de vitalidade geralmente são piores

que no quinto minuto e por essa razão há aumento na proporção (Tabela 21).

Figura 16 - Proporção de nascidos vivos segundo o APGAR (8 a 10) no 1° e 5° minuto de vida, Roraima, 2006 a 2017 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016. Dados sujeitos a alteração.

A proporção de nascidos vivos com a vitalidade entre 8 e 10 no 5° minuto de

vida aumentou 15% no período de 2006 para 2016, e vem aumentando ano a ano,

75,1 79,5 76,7 78,1 79,9 81,8 79,6 83,7 89,6 88,7 89,8 91,784,2 88,7 86,7 88,2 90,4 90 92,1 90,2 95,9 94,6 96,8 97

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

1 minuto 5 minuto

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52 refletindo boas condições no nascimento. O oposto ocorre com o APGAR igual e

menor que 7 (Figura 16).

Tabela 23 - APGAR no 1º e no 5º minuto de vida por município de residência da mãe, Roraima, 2017

MUNICÍPIO APGAR no 1º minuto APGAR no 5º minuto

N INF 0 a 3 4 a 7 8 a 10 TOTAL N INF 0 a 3 4 a 7 8 a 10 TOTAL RORAIMA 93 163 646 9891 10793 89 126 107 10471 10793 Alto Alegre 7 6 16 173 202 6 5 2 189 202 Amajari 4 6 10 165 185 4 5 2 174 185 Boa Vista 30 82 412 6508 7032 30 63 73 6866 7032 Bonfim 8 9 20 294 331 5 6 4 316 331 Cantá 3 20 16 298 337 3 15 5 314 337 Caracaraí 4 6 26 321 357 4 5 5 343 357 Caroebe 2 0 16 163 181 2 0 2 177 181 Iracema 0 2 8 115 125 0 1 2 122 125 Mucajaí 3 1 19 269 292 3 0 2 287 292 Normandia 25 11 20 308 364 25 9 2 328 364 Pacaraima 3 8 23 309 343 3 5 2 333 343 Rorainópolis 0 3 26 535 564 0 4 4 556 564 São J Baliza 0 2 10 109 121 0 1 1 119 121 São Luiz 0 0 10 97 107 0 1 0 106 107 Uiramutã 4 7 14 227 252 4 6 1 241 252

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. 2.6.3 ANOMALIAS CONGÊNITAS

O Sinasc registrou 0,7% de nascimentos com anomalias congênitas no Brasil

em 2014, e 0,5% na Região Norte (BRASIL, 2016a).

Em Roraima ocorreram 26 anomalias congênitas em 2013, em 2014 (41), em

2015 (46), em 2016 (66), e em 2017 (60). Houve um aumento de 56,7% no período

de 2013 a 2017 no registro dessas anomalias na DN.

Com a introdução do Zika vírus no país em 2016 houve o aumento de casos

de microcefalia no país, sobretudo na Região Nordeste. Em Roraima esse aumento

foi percebido a partir de 2016 com a ocorrência de 15 casos de microcefalia,

representando 22,7% de todas as anomalias congênitas, e em 2017 houve apenas

um caso (1,7%).

Na Figura 17 estão apresentadas as 10 principais causas de anomalias

congênitas por ano no período de 2013 a 2017.

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53

Figura 17 - Dez principais causas de anomalias congênitas por ano, Roraima, 2013 a 2017 Fonte: Sinasc/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

15%15%

25%10%5%5%5%

5%5% 10%

2013 Hidrocefalia NEAnomalia posição de orelhaPé torto calcaneovalgoGastroquíaseSíndrome Down NEAnencefalia Fenda labial bilateralFenda palato mole c/ fenda labial bilateral Malformação vulvaMicrocefalia

11%17%

11%11%5%6%

11%

11%6% 11%

2014 Hidrocefalia NEAusência de pavilhão auricularMalfor orelha NEGastroquíaseSíndrome Down NEFenda labial bilateralPolidatilia NEPé chato congênitoPé torto calcaneovalgoPé torto equinovaro

20%5%

5%8%

28%5%

8%8%

8% 5%

2015Hidrocefalia NEAnomalia de posição de orelhaAusência de pavilhão auricularMalf lábios NCOPSíndrome Down NEFenda palato c/ fenda labial bilateral NEDeformação cong mãoDedos supranumeráios Pé torto calcaneovalgoGastroquíase

6% 6% 3%9%

3%8%

43%

14% 8%

2016 Hidrocefalia NE

Encefalocele NEAusência de pavilhão auricular

Outra malf cong ouvido médioSíndrome Down NE

Fenda palato c/ fenda labial bilateral NE

Microcefalia Dedos supranumeráios

Pé torto calcaneovalgo

7% 11%7%

7%18%7%7%

14%

22%

2017Hidrocefalia NE

Anomalia de posição de orelha

Malf orelha NE

Ventrículo c/ dupla via de entrada

Síndrome Down NE

Fenda palato c/ fenda labial bilateral NE

Deformação cong mão

Dedos supranumeráios

Pé torto calcaneovalgo

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54 3 MORBIDADE

Segundo o Plano Estadual de Saúde de 2012 a Vigilância Epidemiológica

(VE) é responsável por acompanhar o comportamento das doenças na sociedade,

reunindo informações com objetivo de conhecer, detectar ou prever qualquer

mudança que possa ocorrer nos fatores condicionantes do processo saúde-doença,

bem como identificar a gravidade de novas doenças à saúde da população. De

posse dessas informações a VE deverá então, propor medidas de intervenção para

reprimir ou amenizar os danos à população, elaborando ações e estratégias em

saúde (RORAIMA, 2012).

As funções da VE compreendem: Coleta de dados; Processamento de dados

coletados; Análise e interpretação dos dados processados; Recomendação das

medidas de controle apropriadas; Promoção das ações de controle indicadas;

Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; e Divulgação de

informações pertinentes (RORAIMA, 2012).

O Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) de Roraima é composto

por dezoito Núcleos: (1) Núcleo de Controle da Tuberculose, (2) Núcleo de Controle

da Malária, (3) Núcleo de Controle da Meningite e Difteria, (4) Núcleo de Controle

das Doenças Exantemáticas, (5) Núcleo de Controle da Hanseníase, (6) Núcleo de

Controle das Doenças e Agravos não Transmissíveis, (7) Núcleo de Controle das

Hepatites Virais, (8) Núcleo de Controle das Doenças de Veiculação Hídrica e

Alimentar, (9) Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue, (10) Núcleo de

Controle das DST’s/HIV//AIDS, (11) Núcleo de Controle do Tracoma, (12) Núcleo do

Sistema de Informação, (13) Núcleo do Programa Nacional de Imunização, (14)

Núcleo de Informações Estratégicas da Vigilância em Saúde, (15) Núcleo da

Vigilância Hospitalar, (16) Núcleo de Controle das Zoonoses, (17) Núcleo de

Controle da Pólio, Influenza e Tétano, (18) Núcleo da Entomologia (RORAIMA,

2012).

O SINAN a nível estadual está sob a responsabilidade da CGVS, e esse

sistema tem como objetivo padronizar a coleta e o processamento dos dados sobre

agravos de notificação em todo o território nacional, desde o nível local. Apesar do

grande avanço do SINAN, o sistema enfrenta algumas dificuldades, notadamente o

sub-registro dos agravos e a demora para o fechamento dos casos durante a

investigação.

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55

Nessa seção serão apresentadas as análises epidemiológicas,

separadamente, de cada área técnica dos referidos núcleos do DVE.

Neste documento, os dados de morbidade se referem aos agravos e doenças

de notificação compulsória (DNC) definidos pelo MS por meio da Portaria Nº

204/2016, alimentados no SINAN, bem como dos dados do SIVEP (malária,

influenza, e outros), e dados da vigilância sentinela e de doenças em

monitoramento.

Tabela 24 - Envio de lotes do SINAN por semana epidemiológica e município, Roraima, 2017

Município SEMANA 01 a 52

SEMANAS C/ NOTIF

INFORM

SEMANAS SEM NOTIFICAÇÃO INFORMADA

SEMANAS NÃO INFORMADAS (PENDÊNCIA)

Nº % Nº %

Alto Alegre 52 52 100,0 0 0,0

Amajari 52 52 100,0 0 0,0

Boa Vista 52 52 100,0 0 0,0

Bonfim 52 52 100,0 0 0,0

Cantá 52 51 98,1 1 1,9 2

Caracaraí 52 52 100,0 0 0,0

Caroebe 52 52 100,0 0 0,0

Iracema 52 42 80,8 10 19,2 2 3 5 12 13 23 24 38 49 52

Mucajaí 52 52 100,0 0 0,0

Normandia 52 50 96,2 2 3,8 35 41

Pacaraima 52 49 94,2 3 5,8 1 9 47

Rorainópolis 52 52 100,0 0 0,0

São J Baliza 52 30 57,7 22 42,3 7 15 a

17

19 a

21 24 27 29

35 a

36

39 a

45 49 51 a 52

São Luiz 52 52 100,0 0 0,0

Uiramutã 52 44 84,6 8 15,4 15 a

17 22 27 40 44 49

RORAIMA 780 734 94,1 46 5,9 46 semanas não informadas

FONTE: SINAN/NSIS/DVE/CGVE/SESAU/RR. NOTA: Tabela cedida pela Núcleo de Sistemas de Informação em Saúde - NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. 8 MUNICPIO COM REGULARIDADE 100% 3 MUNICPIO COM REGULARIDADE > 95<100% 3 MUNICPIO COM >70<94%

1 MUNICPIO COM IREGULARIDADE < 69%

Um dos instrumentos de monitoramento do SINAN é o encerramento

oportuno das fichas de notificação/investigação pelas Secretarias Municipais de

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56 Saúde (SMS). O envio de lote do SINAN, semanalmente, para o MS é uma forma de

monitorar a regularidade de envio de informações sobre os agravos e DNC

notificados no município para o nível estadual e federal. Na Figura 24 consta o

detalhamento do envio de lotes do SINAN por semana epidemiológica e município.

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57 3.1 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR

Maria Soledade Garcia Benedetti

Em 2017, um ano após a criação da Rede Estadual de Vigilância

Epidemiológica Hospitalar de Roraima (REVEH/RR) houve um aumento no número

e na qualidade das notificações pelos Núcleos Hospitalares de Epidemiologia (NHE)

e Unidades de Vigilância Epidemiológica (UVE) que a compõem.

Nesse ano, foram notificados 21.542 agravos e DNC pela REVEH/RR,

representando 97,1% de todas as notificações ocorridas no estado, e o aumento de

90,9% com relação as notificações realizadas pela rede em 2016 (Figura 18).

Figura 18 - Representação do aumento de notificação pela REVEH/RR em 2017 com relação a 2016 Fonte: SINAN/NSIS/DEVE/CGVS/SESAU/RR.

Esses dados mostram a importância de ter uma rede estadual de vigilância

epidemiológica hospitalar forte e atuante, uma vez que o ambiente hospitalar presta

atendimento aos casos mais graves das doenças, e possibilita descrever e identificar

o surgimento de novas doenças (emergentes), a re-emergência de outras doenças,

a mudanças na história natural de uma doença, a ocorrência de epidemias de

maneira precoce, e possibilita implementar medidas de controle de impacto

importante para a saúde pública.

É importante destacar que a REVEH/RR propiciou a aproximação das

Secretarias Municipais de Saúde (SMS) com as UVEs hospitalares, sobretudo no

interior do estado, bem como fortaleceu o cumprindo do fluxo de notificação de

agravos e DNC imediata e semanal.

Neste ano, foram realizados treinamento em serviço para as UVEs da

Unidade Mista Irmã Camila em Mucajaí, da Unidade Mista de Caracaraí, do

HMINSN, da Clínica Médica Especializada Coronel Mota e do Hospital Unimed Boa

Vista, além da implantação da UVE no Centro de Referência da Saúde da Mulher

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58 (CRSM). Foram realizadas ainda, palestras sobre Vigilância Epidemiológica para as

UVEs, profissionais de saúde da capital e interior do estado e a I Oficina de

Vigilância Epidemiológica Hospitalar de Roraima.

A REVEH/RR é composta atualmente por dois NHE e 18 UVEs e pode sofrer

alteração caso surjam novas unidades de saúde que comportem uma UVE. O

número e a proporção de agravos e DNC notificados estão detalhados no Tabela 25.

Os NHEs notificaram 36,6% das DNC e as UVEs 63,6%. Destaca-se que

somente a UVE do Pronto Atendimento Cosme e Silva, em Boa Vista, notificou

24,6% de todas as DNC, demonstrando a magnitude e a importância desse serviço

para a população. O Hospital Unimed Boa Vista teve a sua UVE reestruturada e

aumentou extraordinariamente as suas notificações. Com relação ao surto da febre

chikungunya, no estado em 2017, a REVEH/RR notificou 88,4% (5.840 notificações)

dos casos, além de 4.271 notificações de dengue.

Tabela 25 - Número e proporção de agravos e DNC notificados pela REVEH/RR em 2017

Fonte: SINAN/NSIS/DEVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

NÚCLEO HOSPITALAR DE EPIDEMIOLOGIA (NHE) Nº %

HOSPITAL GERAL DE RORAIMA 5.251 24,4

HOSPITAL DA CRIANÇA SANTO ANTÔNIO 2.583 12,0

Subtotal 7.834 36,4

UNIDADE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA (UVE) Nº %

CASA DE SAÚDE DO ÍNDIO 268 1,2

CENTRO DE REFERÊNCIA DA SAÚDE DA MULHER 120 0,5

CENTRO DE SAÚDE JAIR DA SILVA MOTA 80 0,4

CLÍNICA MÉDICA ESPECIALIZADA CORONEL MOTA 212 1,0

HOSPITAL DÉLIO DE OLIVEIRA TUMPINAMBÁ 138 0,6

HOSPITAL EPITÁCIO DE ANDRADE LUCENA 434 2,0

HOSPITAL FRANCISCO RICARDO DE MACEDO 204 1,0

HOSPITAL JOSÉ GUEDES CATÃO 1.726 8,0 HOSPITAL MATERNO INFANTIL N SRA DE NAZARETH 1.615

7,5

HOSPITAL PEDRO ÁLVARO RODRIGUES 245 1,1

HOSPITAL REG SUL OTTOMAR DE SOUZA PINTO 1.786 8,0

HOSPITAL UNIMED BOA VISTA 756 3,5

PRONTO ATENDIMENTO COSME E SILVA 5.307 24,6

UNIDADE MISTA DE CARACARAÍ 417 1,9

UNIDADE MISTA DE CAROEBE 72 0,3

UNIDADE MISTA IRMÃ CAMILA 85 0,4

UNIDADE MISTA RUTH QUITÉRIA 97 0,4

UNIDADE MISTA SÃO JOÃO DA BALIZA 146 0,7

Subtotal 13.708 63,6

TOTAL 21.542 100,0

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59 Na Figura 19 estão listadas os agravos e DNC realizadas pelos NHE do HGR

e HCSA em 2017 e revelam a magnitude e a diversidade de notificações.

No HGR, prevaleceu as notificações de casos de chikungunya com 27,3%

das notificações, atendimento antirrábico (19,2%), dengue (13,6%) e violência

interpessoal/autoprovocada (8,2%). Somente esses agravos e DNC representaram

68,3% de todas as notificações.

No HCSA, o atendimento antirrábico teve o maior número de notificação

(22,9%), seguido de chikungunya (17,9%), varicela sem complicação (17,4%) e

dengue (16,5%), e representaram 74,8% de todas as notificações.

Figura 19 - Proporção de agravos e DNC notificados pela NHE do Hospital Geral de Roraima (HGR) e Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) em 2017 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

HGR HCSA

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60 3.2 HIV/AIDS E OUTRAS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST)

Edição, Organização e Revisão: José Aristides Viola Ramos, Janderson Souto

Mangabeira e Rosemere Lopes dos Santos.

Colaboradores: Nelma Cavalcante da Costa, Sumaia dos Santos Dias, Valdirene de

Oliveira Cruz e Angela Aparecida Ferreira de Lima.

A construção de políticas públicas de saúde no contexto do SUS para os

agravos de Infecções Sexualmente transmissíveis (IST), HIV/AIDS e Sífilis exige

reflexões sobre conceitos de prevenção, promoção à saúde, vulnerabilidade e

direitos humanos. Tais reflexões devem ser pensadas no campo de saberes e

práticas da saúde à luz dos princípios do SUS, ou seja, a Descentralização,

Equidade, Integralidade, Controle Social, os quais este Núcleo tem procurado segui-

los através de um planejamento sistemático e estratégico.

As metas, indicadores pactuados, ações, estudos e projetos definidos no ano

de 2017 foram definidos a partir dos eixos prioritários de atuação que subsidiam a

definição de estratégias que contemplem: fortalecimento da rede de atenção e linhas

de cuidado às IST e AIDS; prevenção, diagnóstico precoce da infecção pelo HIV,

redução de risco e vulnerabilidades; promoção de direitos humanos e articulação

com redes e movimentos sociais; aprimoramento e desenvolvimento da vigilância,

informação e pesquisa; aprimoramento da governança e da gestão; acesso universal

aos medicamentos, preservativos e outros insumos usados em saúde com objetivo

de enfrentamento da Epidemia do HIV, AIDS e outras IST no estado de Roraima.

O monitoramento epidemiológico é importante instrumento para guiar a

vigilância dos casos de notificação e tomada de decisão, bem como para

planejamento estratégico das ações de saúde voltadas ao controle dos agravos no

Estado.

Nessa direção, reforça-se a necessidade da notificação no Sistema de

Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de todos os casos de HIV/AIDS, bem

como a melhoria da qualidade de preenchimento da ficha de notificação e

investigação dos casos, que devem ser reportados as autoridades de saúde. A

despeito dessa obrigatoriedade, observa-se que a subnotificação de casos no

SINAN traz relevantes implicações para a resposta ao HIV/AIDS, visto que outras

informações podem ficar comprometidas e/ou desconhecida no âmbito da

epidemiologia, tais como, número total de casos, comportamentos e vulnerabilidade.

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61

Além disso, a ausência de registro pode comprometer a racionalização do

sistema para fornecimento contínuo de medicamentos e as ações prioritárias para as

populações-chaves e populações mais vulneráveis acompanhamentos dos agravos.

As fontes utilizadas para obtenção dos dados epidemiológicos tomam por

base as notificações compulsórias dos casos de IST, HIV/AIDS e Sífilis no estado de

Roraima no ano de 2017, retiradas através SINAN. E numa perspectiva de

cruzamento destas informações, visando a consolidação e expansão das análises,

outros bancos de dados também são consultados, como Sistema de Informação

sobre Mortalidade (SIM), do qual são selecionados os casos de óbitos, cuja a causa

básica esteja relacionado ao HIV/aids; o Sistema de Informação de Exames

Laboratoriais (SISCEL) e o Sistema de Controle Logístico de Medicamentos

(SICLOM).

Ademais, neste instrumento de gestão é apresentada a execução do perfil

epidemiológico das DST/HIV/AIDS de Roraima contemplando o quantitativo de

casos de IST/AIDS, bem como suas variantes (Sexo, Faixa Etária, Município de

Residência, Município de Notificação,). Ressalta-se que estes indicadores tanto

operacional como epidemiológico são os pilares para o monitoramento e avaliação

da resposta em relação ao controle dos agravos, o impacto das ações executadas e

ainda servirão para subsidiar o planejamento estratégico das ações subsequentes.

A seguir a descrição das variantes pesquisadas em termos qualitativo e

quantitativo demonstrado em forma de tabelas e gráficos.

3.2.1 HIV/AIDS EM ADULTO

A política governamental brasileira de resposta à Aids está pautada na oferta

universal e gratuita de antirretrovirais e medicamentos para infecções oportunistas

por meio do Sistema Único de Saúde vem permitindo significativos avanços com

aumento da sobrevida, a qualidade de vida das Pessoas infectadas, assim como, os

mecanismos de vigilância epidemiológica do HIV/Aids vem permitindo monitorar

tendências, perfil, riscos e vulnerabilidades. Essas iniciativas resultam numa

combinação que impactam na redução nas taxas de morbidade e mortalidade

A vigilância da infecção pelo HIV/AIDS está baseada num modelo de vigilância

dos eventos: infecção pelo HIV, adoecimento (AIDS) e óbito, por meio de sistemas

de informação de rotina e de estudos seccionais e longitudinais.

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62 A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a síndrome da

imunodeficiência adquirida (AIDS), representam um problema de saúde pública de

grande relevância na atualidade, em função do seu caráter pandêmico e de sua

transcendência. Os indivíduos infectados pelo HIV, sem tratamento, evoluem para

uma grave disfunção do sistema imunológico, à medida que vão sendo destruídos

os linfócitos T CD4+, uma das principais células alvo do vírus.

A história natural dessa infecção vem sendo alterada consideravelmente, pela

terapia antirretroviral (TARV), iniciada no Brasil em 1996, resultando em aumento da

sobrevida dos pacientes, mediante reconstituição das funções do sistema

imunológico e redução de doenças oportunistas.

O HIV pode ser transmitido por via sexual (esperma e secreção vaginal), pela

transmissão vertical (de mãe para o filho na gestação e na hora do parto, pelo leite

materno), em acidente com material perfuro cortante durante a manipulação de

instrumentos contaminados com sangue e secreções de pessoas infectadas com o

HIV/AIDS ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas. Outros processos

infecciosos e inflamatórios favorecem a transmissão do HIV, especialmente, a

presença de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST).

No ano de 2017 foram notificados 387 casos de HIV/AIDS em adulto em

todos os Municípios de Roraima. Destes, 287 são do sexo masculino e 100 do sexo

feminino. A distribuição dos casos de aids neste ano mostra uma redução sensível

quando comparada ao ano de 2016, com 309 para sexo masculino e 96 para sexo

feminino. A predominância na cadeia de contaminação, correspondendo ao sexo

masculino conforme Figura 20.

Figura 20 - Número absolutos de casos de HIV/AIDS adulto, segundo sexo, no período de 2016 a 2017, no Estado de Roraima Fonte: SINAN-NET (Dados obtidos 18/04/2018 –sujeito a alterações).

309

96

287

100

Masculino Feminino

2016 2017

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63

No Figura 21, são apresentados os casos de HIV/AIDS adulto notificados no

Sinan no período de 2017. As faixas etárias de 20 a 29 foram notificados 141casos

e, entre 30 a 39 anos 104 casos. Ambas as categorias são as que apresentam a

maior concentração de infecção no ano de 2017. Os casos nessas faixas etárias em

relação ano de 2016, foram respectivamente de 163 e 104 casos notificados,

entretanto, observa uma redução de pouco impacto.

Figura 21 - Números absolutos de casos de HIV/AIDS adulto, segundo faixa etária, no período de 2016 a 2017, no Estado de Roraima Fonte: SINAN-NET (Dados obtidos 18/04/2018 –sujeito a alterações).

O resultado desse cenário reforça a necessidade de discussão, organização,

planejamento dos serviços e das redes de atenção a esse público vivendo com

HIV/AIDS no estado, ressaltando a importância do eixo de prevenção para as ações

estratégicas visando a diminuição de riscos e vulnerabilidades como uma forma de

promoção de política pública de enfrentamento ao aumento das tendências de

infecção.

No Figura 22, são apresentados os casos de infecção de HIV e AIDS,

segundo critério de confirmação, no período de 2016 a 2017, no Estado de Roraima.

No ano de 2017 foram notificados 240 casos de HIV + e 141 de AIDS adulto.

Vale destacar que no ano de 2016, foram registrados 242 casos de HIV+ e 158

casos AIDS em adultos. A diferença observada ainda não expressa significativas

mudanças no crescimento das tendências.

Considerando que o HIV/AIDS vem atingindo cada vez mais os segmentos

jovens da população, estes dados são relevantes tendo em vista a idade produtiva

dos indivíduos e o período de sobrevida que é em média de 25 anos, impacta

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64 diretamente no desenvolvimento pessoal e qualidade de vida na sociedade.

Prevendo-se que a epidemia leva em média de cinco a dez anos para se manifestar,

podemos considerar que os indivíduos vivenciaram situações de risco que

contribuíram para a infecção do HIV durante a adolescência e início da juventude.

Figura 22 - Números absolutos de casos de HIV/AIDS adulto, segundo critério de confirmação, no período de 2016 a 2017, no Estado de Roraima Fonte: SINAN-NET (Dados obtidos 18/04/2018 –sujeito a alterações).

Na Tabela 26 apresenta-se a taxa de detecção de AIDS em adultos, por

município de notificação e residência, no Estado de Roraima, ano 2017.

Tabela 26 - Demonstrativo da taxa de detecção de AIDS em adultos, por município de residência, em Roraima, no ano de 2017

MUNICÍPIO RESIDÊNCIA RR

CASOS NOVOS DE AIDS ANO 2017

TAXA DETECÇÃO AIDS

Alto Alegre 3 18,68 Amajari 3 26,58 Boa Vista 309 94,66 Bonfim 8 67,55 Cantá 7 42,38 Mucajaí 3 18,05 Normandia 1 9,67 Pacaraima 5 41,17 Uiramutã 1 10,34 Caracaraí 9 43,82 Caroebe 3 32,15 Iracema 1 9,44 Rorainópolis 11 39,63 São João da Baliza 2 26,21 São Luiz 1 13,32 RORAIMA 367 71,36

Fonte: SINAN-NET (Dados obtidos 18/04/2018 –sujeito a alterações).

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65

Em relação a taxa de detecção, percebe-se um total de 71,36/100.000

habitantes no Estado de Roraima. O município de Boa Vista concentra-se a maior

taxa de 94,66, seguidos de dos municípios de Bonfim com 67,55, Caracaraí com

43,82, Pacaraima com 41,17 e Rorainópolis com 39,63.

A Tabela 27 relaciona número de casos novos de AIDS em menores de cinco

anos. Essa categoria é um indicador do SISPACTO e, tem o objetivo medir o risco

de ocorrência de casos novos de AIDS nessa população. No ano de 2017, não há

registro de casos notificados de AIDS em menores de cinco anos conforme Tabela

27.

O monitoramento de AIDS em menores de cinco anos tem sido utilizado

também como indicador dos casos de notificação da transmissão vertical do HIV.

Tabela 27 - Demonstrativo de números absolutos de casos de AIDS em crianças menores de 5 anos, por município de residência, em Roraima, no ano de 2017

MUNICÍPIOS Nº DE CASOS DE AIDS EM MENORES DE 5 ANOS

Amajari 0 Boa Vista 0 Bonfim 0 Cantá 0 Caracaraí 0 Caroebe 0 Iracema 0 Mucajaí 0 Normandia 0 Pacaraima 0 Rorainópolis 0 São João da Baliza 0 São Luiz 0 Uiramutã 0 RORAIMA 0

Fonte: SINAN-NET (Dados obtidos 18/04/2018 –sujeito a alterações).

3.2.2 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS – IST

Nos últimos anos, principalmente após o início da epidemia de AIDS, as

Infecção de Sexualmente Transmissíveis (IST), readquiriram importância como

problema de saúde pública. Para subsidiar as ações de prevenção e controle, foi

incluído os Agravos de Doenças de Notificação Compulsória Estadual.

Destacamos a importância dos princípios básicos a serem observados nos

cuidados com às ISTs, para controle de epidemias, para controle clínico,

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66 monitoramento, faz-se necessário interromper a cadeia de transmissão, atuando nos

elos que formam essa corrente, ou seja, detectando precocemente os casos,

tratando os infectados e seus parceiros. Algumas estratégias de prevenção podem

evitar novas ocorrências, como aconselhamento especifico, disponibilização de

insumos e prevenção, seguimento das prescrições, dentre outros, contribuindo,

assim, de forma mais efetiva, para adoção de práticas sexuais mais seguras.

Tabela 28 - Demonstrativo de casos de IST por agravo notificado, em Roraima, no ano de 2017 AGRAVOS NOTIFICADO 2017 2017% B37 CANDIDIASE 475 15,05 A53 SIFILIS EM ADULTO (EXCLUIDA A FORMA PRIMARIA) 352 11,15 A59 TRICOMONIASE 56 1,77 A60 HERPES GENITAL (APENAS O PRIMEIRO EPISODIO) 67 2,12 A630 CONDILOMA ACUMINADO (VERRUGAS ANOGENITAIS) 155 4,91 A64 DOENCAS SEXUALMENTE TRANSMITIDAS, NAO ESPECIFICADAS 228 7,22 N485 SINDROME DA ULCERA GENITAL (EXC. HERPES GENITAL) 17 0,54 N72 SINDROME DO CORRIMENTO CERVICAL EM MULHERES 1032 32,7 N73 OUTRAS DOENCAS INFLAMATORIAS PELVICAS FEMININAS 319 10,11 A539 SIFILIS NAO ESPECIFICADA 178 5,64 R36 SINDROME DO CORRIMENTO URETRAL EM HOMEM 251 7,95 Total 3130 100

Fonte: SINAN-NET (Dados obtidos em 18/04/2018 – sujeito a alterações).

A Tabela 29 demonstra o número de casos de IST, segundo o município de

Unidade de Saúde Notificadora, Boa Vista registrou a maior incidência de casos

notificados com 2.161 (64,47%) dos casos, em segundo Rorainópolis com 369

(11,69%) dos casos. Estes são os dois municípios mais populosos do Estado.

Tabela 29 - Demonstrativo de casos de IST por agravo notificado, segundo município Unidade de Saúde Notificadora em Roraima, no ano de 2017 MUN US NOTI RR 2017 %Total 140005 Alto Alegres 50 1,58 140002 Amajari 41 1,29 140010 Boa Vista 2.161 64,47 140015 Bonfim 240 7,6 140017 Cantá 99 3,13 140020 Caracaraí 52 1,64 140023 Caroebe 19 0,602 140028 Iracema 28 0,88 140030 Mucajaí 31 0,98 140040 Normandia 29 0,91 140045 Pacaraima 8 0,25 140047 Rorainópolis 369 11,69 140050 São João da Baliza 24 0,76 140060 São Luiz 4 0,12

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67 140070 Uiramutã 1 0,031 Total 3.130 100

Fonte: SINAN-NET (Dados obtidos em 18/04/2018 – sujeito a alterações). Em 2017, foram notificados 3.130 casos de IST, tendo a maior incidência na

Síndrome do Corrimento Cervical nas Mulheres com 1.032 casos (32,7%), em

segundo a Candidíase com 475 casos (15,05%) e terceiro a Sífilis em adultos, com

352 casos (11,15%).

3.2.3 TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV E DA SÍFILIS

O Brasil é signatário junto à OPAS/OMS para a eliminação da transmissão

vertical do HIV e da sífilis nas Américas. Em 2011, foi instituída a Rede Cegonha,

entre cujas ações, no âmbito do componente pré-natal encontram-se a prevenção e

o tratamento das IST, HIV/AIDS e hepatites virais, com disponibilização de testes

rápidos de HIV e sífilis.

Tabela 30 - Demonstrativo de casos de HIV+ em gestante, por município de residência, em Roraima, no ano de 2017 MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA

RR HIV EM

GESTANTE NASCIDOS

VIVOS TAXA HIV EM GESTANTE/1.000

NASCIDOS VIVOS (2017) Alto Alegre 1 202 4,95 Amajari 1 185 5,41 Boa Vista 28 7032 3,98 Bonfim 3 331 9,06 Cantá 1 337 2,97 Caracaraí 2 357 5,65 Caroebe 1 181 5,52 Iracema 0 125 0 Mucajaí 1 292 3,42 Normandia 0 364 0,00 Pacaraima 0 343 0,00 Rorainópolis 2 564 3,55 São João da Baliza 1 121 8,26 São Luiz 0 107 0,00 Uiramutã 2 252 7,94

Total 43 10.793 3,98 Fonte: SINAN-NET (Dados obtidos em 18/04/2018 – sujeito a alterações).

Em 2014, a OPAS criou o Comitê Regional para Validação da Eliminação da

Transmissão Materno-Infantil de HIV e sífilis, que certificará os países que

alcançarem: Taxa de transmissão vertical do HIV ≤ 2% e incidência de HIV

pediátrico ≤ 0,3 caso/1.000 nascidos vivos; Taxa de incidência de sífilis congênita ≤

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68 0,5 casos/1.000 nascidos vivos; Cobertura de pré-natal (pelo menos 1 consulta) ≥

95%; Cobertura de testagem para HIV e sífilis em gestantes ≥ 95%; Cobertura de

tratamento com ARV em gestantes HIV+ ≥ 95%; Cobertura de tratamento com

penicilina em gestantes com sífilis ≥ 95%.

Em 2017 foram notificados no Estado de Roraima 43 casos de HIV+ em

gestante, sendo que a maior taxa de detecção encontra-se no município de Bonfim

(9,06/1.000 nascidos vivos), seguido de São João da Baliza (8,26 casos/1.000

nascidos vivos) e Uiramutã (7,94 casos/1.000 nascidos vivos). Em Roraima a taxa

de detecção de HIV em gestante foi de 3,98 casos/1.000 nascidos vivos) de acordo

com a Tabela 30.

A Tabela 31 demonstra o número de casos de Sífilis em gestante, segundo o

município de Residência. O município de Boa Vista registrou a maior incidência de

casos notificados com 2.161 (64,47%) dos casos, em segundo Rorainópolis com 369

(11,69%) dos casos.

Tabela 31 - Demonstrativo de casos de Sífilis em gestante, por município de residência, em Roraima, no ano de 2017

MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA

CASOS DE SÍFILIS EM GESTANTE 2017

NASCIDOS VIVOS 2017

TAXA POR 1.000 NASCIDOS VIVOS 2017

Alto Alegre 2 202 9,90 Amajari 1 185 5,41 Boa Vista 73 7032 10,38 Bonfim 4 331 12,08 Cantá 0 337 0,00 Caracaraí 0 357 0,00 Caroebe 1 181 5,52 Iracema 1 125 8,00 Mucajaí 1 292 3,42 Normandia 0 364 0,00 Pacaraima 08 343 23,32 Rorainópolis 04 564 7,09 São João da Baliza 0 121 0,00 São Luiz 1 107 9,35 Uiramutã 1 252 3,97 RORAIMA 150 10.793 13,90

Fonte: SINAN-NET (Dados obtidos em 18/04/2018 – sujeito a alterações).

No ano de 2017 foram notificados 150 casos de sífilis em gestante com taxa

de (13,90 casos/1.000 nascidos vivos) no estado de Roraima, o município de Bonfim

apresenta a maior taxa com 12,8 casos/1.000 nascidos vivos), seguido de Boa Vista

com 10,8 casos/1.000 nascidos vivos). Salientamos a importância de a vigilância

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69 epidemiológica atuar, em parceria com atenção básica dos municípios, na

investigação de todos os casos de sífilis em gestante, pois a realização do

tratamento adequado evita a transmissão vertical. A Tabela 32 demonstra o número de casos de Sífilis congênita, segundo o

município de Residência. O município de Boa Vista registrou a maior incidência de

casos notificados. Em relação à sífilis congênita foram notificados 25 casos, com taxa de

(2,32/1.000 nascidos vivos) em 2017 no Estado de Roraima, o município de

Caracaraí apresenta a maior taxa com 11,30 casos/1.000 nascidos vivos) seguido

do município de fronteira Pacaraima com 5,83 casos/1.000 nascidos vivos).

Tabela 32 - Demonstrativo dos casos de sífilis congênita, por município de residência, em Roraima, no ano de 2017

MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA

CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA 2017

NASCIDOS VIVOS 2017

TAXA POR 1.000 NASCIDOS VIVOS 2017

Alto Alegre 1 202 4,95 Amajari 0 185 0,00 Boa Vista 16 7032 2,28 Bonfim 0 331 0,00 Cantá 0 337 0,00 Caracaraí 4 357 11,30 Caroebe 0 181 0,00 Iracema 0 125 0,00 Mucajaí 1 292 3,42 Normandia 0 364 0,00 Pacaraima 2 343 5,83 Rorainópolis 1 564 1,77 São João da Baliza 0 121 0,00 São Luiz 0 107 0,00 Uiramutã 0 252 0,00

RORAIMA 25 10.793 2,32 FONTE: SINAN-NET (Dados obtidos em 18/04/2018 –sujeito a alterações).

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70

3.3 HEPATITES VIRAIS

Ananda Moura de Oliveira, Neyla Maia da Silva

As hepatites virais constituem-se em problema de saúde pública relevante em

todo mundo. O Brasil é classificado, pela OMS, como um país de alta endemicidade

para a hepatite A, como elevada prevalência para as hepatites B e delta (D),

particularmente na região da Amazônia Legal e de endemicidade intermediária para

a hepatite C.

O Núcleo de Controle das Hepatites Virais do Estado tem a missão de reduzir

a incidência das hepatites virais e melhorar a qualidade de vida dos portadores da

doença, promovendo ações de prevenção, vigilância, controle e assistência,

respeitando os princípios e diretrizes do SUS (RORAIMA, 2016c).

Para alcance dos objetivos o Núcleo Estadual de Hepatites Virais desenvolve

suas ações considerando cinco componentes: Vigilância Epidemiológica, Prevenção,

Assistência e Articulação com a Sociedade Civil.

As metas elaboradas com prazo para execução integral do Plano Anual de

Trabalho de 2016 (PAT-2016) têm o objetivo de implementar e consolidar de forma

integrada as estratégias para vigilância epidemiológica e prevenção e controle das

hepatites virais, visando reduzir a incidência desse agravo no estado de Roraima.

Através de ações relacionadas à assessoria técnica aos 15 municípios do Estado,

visando fortalecer as ações de vigilância e assistência aos portadores de hepatites

virais. Além de promover capacitação de profissionais com o objetivo de habilitar

estes profissionais na prevenção, detecção, investigação, notificação e

encaminhamento dos casos de hepatites A, B, C e D.

No dia 28 de julho de 2015 implantou-se o atendimento multidisciplinar dos

portadores crônicos das hepatites virais no SAE/Coronel Mota. Com a implantação

deste serviço foi possível proporcionar assistência de qualidade aos portadores

desta doença, garantindo assistência clínica, terapêutica, farmacêutica e

psicossocial, em nível ambulatorial, fixando o paciente a uma equipe multidisciplinar

que o acompanhará ao longo de sua doença,melhorando a qualidade de vida dessa

população no estado de Roraima. Após implantação do atendimento

multiprofissional das hepatites virais no SAE em 28 de julho de 2015, foram

cadastrados 285 portadores de hepatites virais crônicas. Até dezembro de 2016, o

número de portadores de hepatites virais crônicas em tratamento, cadastrados no

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71 SAE, é de 506 (275 do gênero masculino e 231 do gênero feminino), destes 314

pacientes estão em tratamento para hepatite B (136 do gênero feminino e 178 do

gênero masculino), e 192 em tratamento para hepatite C (95 gênero feminino e 97

do gênero masculino).

A Vigilância Epidemiológica das Hepatites Virais no Brasil utiliza o sistema

universal e passivo, baseado na notificação compulsória de casos suspeitos que

serão confirmados ou descartados através da avaliação do resultado de sorologia

específica.

No período de 2012 a 2017 foram notificados 10.745 casos suspeitos de

hepatites virais, destes 1.207 foram confirmados por critério laboratorial.A hepatite

viral mais frequente no estado é a hepatite B, apresentando maior incidência desde

2015. Em 2017 foram confirmados 87 casos. Em segundo lugar temos a hepatite C,

que apresentou maior taxa de detecção no ano de 2013 (com 18 casos

confirmados), apresentou um declínio e um leve aumento comparado ao ano de

2016 (14 casos).

Figura 23 - Série histórica de casos notificados dos anos de 2012 a 2017 por município Fonte:SINAN/NCHV/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Em 2017 foram confirmados 16 casos de hepatite C. Em terceiro lugar, a

hepatite A,sua maior taxa de detecção nos últimos 5 anos, foi em 2014 com 131

casos confirmados. Em 2017 foram confirmados 7 casos de hepatite A. Por fim, a

hepatite D sua maior taxa de detecção nos últimos 5 anos, em 2012 com 5 casos.

Em 2017 foram confirmados 0 casos de hepatite D.

Em relação à ocorrência das hepatites virais por faixa etária, observa-se que

as maiores incidências de hepatite A ocorreram na primeira década de vida,

02000400060008000

1000012000

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72 principalmente na faixa etária de 5 a 9 anos, com maior incidência nos anos de

2012, 2013 e 2014 (RORAIMA, 2016c).

Em 2017 Foram totalizados 08 casos de hepatite A. Este cenário sugere um

padrão epidemiológico de alta endemicidade no Estado, que está associado a

precárias condições socioeconômicas e de saneamento básico, porém vem

apresentando um declínio satisfatório nos últimos 3 anos.

Figura 24 - Série histórica de casos confirmados dos anos de 2012 a 2017 por município Fonte:SINAN/NCHV/DVE/CGVS/SESAU/RR.

A taxa de detecção da hepatite B começa a aumentar a partir dos 15 anos, o

que provavelmente está associado ao estilo de vida e ao comportamento que

oferecem maior risco (RORAIMA, 2016c).

Tabela 33 - Número de casos confirmados por classificação etiológica e faixa etária no ano de 2017

0100200300400500600700800900

FX ETARIA IGN/BRANCO VÍRUS A VÍRUS B VÍRUS C TOTAL Menor 1 ano 0 0 0 0 0 1 a 4 anos 0 0 0 0 0 5 a 9 anos 0 4 0 0 4 10 a 14 anos 0 0 0 0 0 15 a 19 anos 0 3 2 0 5 20 a 29 anos 1 1 18 1 21 30 a 39 anos 0 0 35 2 37 40 a 49 anos 0 0 14 1 15 50 a 59 anos 0 0 12 5 17 60 a 69 anos 0 0 5 3 8 70 a 79 anos 0 0 2 3 5 80 anos e mais 0 0 3 0 3 Total 1 8 92 15 116

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73 Fonte:SINAN/NCHV/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Em 2015, observou-se maior detecção na faixa de 50 a 59 anos de idade, e

em 2016 observou-se uma alteração, um aumento de detecção na faixa de 30 a 39

anos, totalizando 105 casos (RORAIMA, 2016c), e em 2017 manteve-se o padrão de

maior detecção de casos confirmados na faixa etária de 30 a 39 anos, porém em

números bem menores, totalizando 35 casos.

Figura 25 - Casos confirmados por classificação etiológica e faixa etária no ano de 2017 Fonte:SINAN/NCHV/DVE/CGVS/SESAU/RR. Em 2015, a hepatite C teve a maior taxa de detecção na faixa etária de 60 a

69 anos de idade, já em 2016, constatou-se a detecção em pessoas muito mais

novas, as faixas de 20 a 29 e 30 a 39 foram acometidas igualmente, ambas com

total de 08 casos cada (RORAIMA, 2016c).

Tabela 34 - Casos confirmados por classificação etiológica e município no ano de 2017

MUNICÍPIO RESIDÊNCIA VÍRUS A VÍRUS B VÍRUS C TOTAL Alto Alegre 0 3 0 3 Amajari 0 5 0 5 Boa Vista 5 64 13 82 Bonfim 0 0 0 0 Cantá 0 0 1 1 Caracaraí 0 2 0 2 Caroebe 0 4 0 4 Iracema 0 0 0 0 Mucajaí 1 2 1 4 Normandia 0 2 0 2 Pacaraima 0 0 0 0 Rorainópolis 1 2 0 3 São João da Baliza 0 1 0 1 São Luiz 0 1 1 2

020406080

100120

Ign/Branco

Vírus A

Vírus B

Vírus C

Total

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74

Uiramutã 0 1 0 1 Total 7 87 16 110

Fonte: SINAN/NCHV/DVE/CGVS/SESAU/RR

Em 2017 observa-se que os casos começam a ser detectados na faixa etária

de 20 a 29 anos, tendo sua maior taxa de detecção na faixa etária de 50 a 59 anos,

totalizando 5 casos, seguida das faixas etárias de 60 a 69 e 70 a 79 anos.

Figura 26 - Casos confirmados por município e classificação etiológica Fonte: SINAN/NCHV/DVE/CGVS/SESAU/RR

Ao analisar os casos confirmados por município de residência no ano de

2017, observou-se maior incidência de hepatite A no município de Boa Vista (05

casos), seguido pelos municípios de Mucajaí (01 caso) e Rorainópolis (01 caso). A

hepatite B apresentou maior taxa de detecção no município de Boa Vista (64 casos),

seguido pelo município deAmajarí (05 casos) e Caroebe (04 casos). A hepatite C

Apresentou maior taxa de detecção no município de Boa Vista (13 casos), seguido

pelos municípios de Cantá (01 caso), Mucajaí (01 caso) e São Luiz (01 caso).

0

20

40

60

80

100

120

Vírus A

Vírus B

Vírus C

Total

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75

3.4 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS

Sarampo, Rubéola, Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) e Varicela

Nayane Picanço Nomiyama

A doença exantemática é definida como enfermidade infecciosa sistêmica

cujo exantema (manifestações cutâneas) que acompanham o quadro clínico, são

frequentes nos atendimentos eventuais e levam a inúmeros diagnósticos diferenciais

(BRASIL, 2014b).

Nas Américas, a OPAS com o objetivo de eliminar o sarampo de todo o

hemisfério ocidental até o ano 2000, recomendou um plano baseado na

epidemiologia e na atuação do sarampo entre os períodos pré e pós-vacinal

(BRASIL, 2009b).

No Brasil, há evidências de descontinuação da transmissão autóctone do

vírus do sarampo desde o ano 2000, porém, o Ministério da Saúde tem confirmado

vários casos importados de sarampo entre os anos de 2001 a 2015 (MARANO,

2015).

O sarampo a rubéola e a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) estão

incluídos no SINAN como doenças de notificação compulsória e possuem vigilância

integrada desde 1999, tornando oportuna a detecção de casos e surtos e a

efetivação adequada das medidas de controle.

Nos últimos 30 anos os programas de erradicação das doenças

exantemáticas, têm demonstrado que a eliminação e erradicação de uma doença

são possíveis desde que estratégias apropriadas sejam aplicadas com respaldo em

sua epidemiologia e história natural (BRASIL, 2009).

3.4.1 SARAMPO

O sarampo é uma é uma doença de distribuição universal, O comportamento

endêmico - epidêmico do sarampo varia, de um local para outro, e depende

basicamente da relação entre o grau de imunidade e a suscetibilidade da população,

bem como da circulação do vírus na área.

É uma doença infecciosa aguda altamente transmissível que pode evoluir

com gravidade e progredir com complicações para encefalite e pneumonia, levando

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76 a óbito principalmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. A

transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de secreções nasofaríngeas. O

vírus pode ser transmitido de quatro a seis dias antes e, quatro dias após o início do

exantema (BRASIL, 2010). É considerado suspeito todo sujeito que, independentemente da idade e

situação vacinal, apresentar febre e exantema maculopapular acompanhados de um

ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite; ou todo

indivíduo suspeito com história de viagem ao exterior nos últimos 30 dias, ou de

contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior.

O sarampo é uma doença com alto risco e potencialidade de transmissão, o

que apresenta uma das maiores dificuldades de controle haja vista, que antes de o

médico fazer uma suspeita clínica, a pessoa já pode está transmitindo.

O Plano de Erradicação do Sarampo iniciou em 1992 com o objetivo de

erradicar a transmissão autóctone, do vírus do sarampo no Brasil e nos demais da

Região das Américas até o ano 2000, através de compromisso com a OPAS/OMS.

O Brasil registrou os últimos casos autóctones de sarampo em 2000. Desde então,

devido às altas coberturas vacinais e elevada sensibilidade da vigilância

epidemiológica, apenas casos importados da doença foram detectados no País

(BRASIL, 2013b).

A retomada do sarampo fez com que o MS requeresse novas campanhas

concentradas na vacinação em massa em crianças expostas ao vírus. Além disso, a

idade para a primeira dose foi reduzida de 01 ano de idade para 06 meses. De

acordo com o calendário de vacinação nacional, uma primeira dose válida deve ser

ministrada aos 12 meses de vida. A segunda, de reforço, três meses após a primeira

dose válida (BRASIL, 2014b).

3.4.1.1 PLANO DE ERRADICAÇÃO DO SARAMPO EM RORAIMA

O Plano de Erradicação do Sarampo foi implantado no estado de Roraima em

julho de 1999, por meio de um assessor técnico do Ministério da Saúde através de

recursos da Organização Pan Americanas de Saúde – OPAS, A partir desta data

ocorreram também às capacitações técnicas pelo o Centro Nacional de

Epidemiologia - CENEPI – um multiplicador para o município de Boa Vista e um

profissional do Laboratório Central – LACEN/RR para a realização dos exames de

diagnóstico no próprio Estado (RORAIMA, 2015).

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77

A Vigilância Epidemiológica teve grandes avanços com melhorias

significativas nas proporções de casos investigados em 48 horas, amostra colhida

adequadamente (1º ao 28º dia após o exantema), resultado do laboratório emitido

em até cinco dias pelo LACEN-RR, devido o trabalho e empenho para Erradicação

do Sarampo e Controle da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita,

contratado pela OPAS/OMS (RORAIMA, 2015).

3.4.2 RUBÉOLA E SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA (SRC)

Caracteriza-se por exantema maculopapular e puntiforme difuso, que se inicia

na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se, posteriormente, para tronco e

membros. Os sinais que colaboram para o diagnóstico diferencial frente a outras

doenças exantemáticas são: febre baixa, presença de linfoadenopatia retro auricular

cervical e occipital; geralmente antecedendo por 5 a 10 dias, ao exantema, em

adolescentes e adultos também podem apresentar dores generalizadas poliartralgia,

poliartrite, conjuntivite, coriza e tosse (BRASIL, 2010). Cerca de 25% a 50% das infecções pelo vírus da rubéola são subclínicas, ou

seja, não apresentam sinais e sintomas clínicos característico da doença. Tem curso

benigno e toda a sua importância epidemiológica está relacionada a Síndrome da

Rubéola Congênita. Haja vista, que, quando a doença ocorre nos cinco primeiros

meses da gestação pode resultar em aborto, malformação congênitas (cardiopatias,

surdez e catarata) e/ou natimorto (BRASIL, 2010).

A SRC geralmente é uma condição clínica grave. A infecção da placenta e

viremia fetal ocorrem em cerca de 40 a 60 % das mulheres grávidas infectadas com

o vírus da Rubéola, principalmente durante as primeiras nove semanas de gestação. Podendo resultar em nascimentos de crianças sem nenhuma anomalia, como

também, pode provocar abortamento espontâneo, a natimortalidade ou o

nascimento de crianças com anomalias simples ou combinadas. Tais anomalias

estão presentes ao nascimento, mas geralmente são detectadas mais tarde. A

prematuridade e o baixo peso ao nascer estão, também, associados à rubéola

congênita.

As principais manifestações clínicas são: catarata, glaucoma, retinopatia,

microftalmia, surdez, cardiopatia congênita (persistência do canal arterial, estenose

aórtica, estenose pulmonar), microcefalia e retardo mental. É possível a ocorrência

de formas leve e tardias que se manifestam como pequenas deficiências como:

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78 surdez parcial, pequenas deficiências cardíacas, diabetes melito, dentre outras,

diagnosticadas muitos anos após o nascimento (BRASIL, 2010).

3.4.3 VARICELA

A varicela é uma doença habitualmente benigna na infância, embora esteja

associada a complicações. Em recém–nascidos prematuros ou não e em

determinadas circunstâncias, gestantes, adolescentes e adultos, podem ter evolução

grave. A infecção materna no primeiro ou no segundo trimestre de gestação pode

resultar em embriopatia. Entretanto, o maior risco da varicela é quando ela acomete

pacientes imunocomprometidos, podendo atingir inclusive o sistema nervoso central.

A infecção primária produz a doença. Depois, o agente infeccioso pode permanecer

latente nos gânglios nervosos próximos a medula espinhal e a sua reativação causa

o herpes zoster que ocorre por debilidade do sistema imunológico. O vírus varicella

zoster é responsável por duas doenças distintas: herpes zoster (cobreiro ou zona) e

catapora. Quem já teve catapora uma vez não a tem novamente, mesmo que entre

em contato com outras pessoas contaminadas. A pessoa mantém o vírus latente,

não apresentando nenhum sintoma, nem sendo capaz de transmitir o vírus para

outros. Até 20% dos pacientes com história de catapora na infância vão apresentar

pelo menos um episódio de herpes-zoster, geralmente após os 50 anos. Entre os

pacientes com mais de 85 anos essa taxa sobe para mais de 50%.

3.4.3.1 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA VARICELA

Objetivos: Avaliar o impacto da vacinação antivaricela-zóster no país sobre a

morbimortalidade por varicela; Conhecer a incidência de casos graves de varicela no

país; Conhecer a mortalidade por varicela no país; Conhecer os padrões de

ocorrência da doença (sazonalidade e distribuição por faixa etária); Estabelecer

medidas de controle frente a situações de surtos e grupos populacionais de alto

risco para complicações e morte.

DEFINIÇÃO DE SURTO - Surtos de varicela: Considera-se como surto de varicela a

ocorrência de um número de casos acima do limite esperado, com base nos anos

anteriores, ou casos agregados em instituições, creches, escolas e hospitais

pediátricos.

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79 NOTIFICAÇÃO DE SURTOS - Somente os casos graves, surto ou óbito devem ser

notificados e registrados através do Sistema Nacional de Agravos de Notificação

(SINAN), por meio da Ficha de Notificação Individual ou Ficha de Investigação de

Surto.

3.4.4 CASOS SUSPEITOS NOTIFICADOS PARA SARAMPO E RUBÉOLA EM RORAIMA NO ANO DE 2017

Em 2017 foram notificados no estado de Roraima, 04 casos Suspeitos para

sarampo, sendo que os 04 casos foram descartados por critério laboratorial. Para

Rubéola, foram 02 casos notificados suspeitos para Rubéola e todos descartados

laboratorialmente, porém, quando o paciente é notificado para sarampo é aplicado

diagnóstico diferencial também para rubéola, e ocorre de igual modo quando são

notificados casos Rubéola, enquanto para a Síndrome da Rubéola Congênita não

houve casos suspeitos notificados.

3.4.4.1 ESTRATÉGIAS DE VIGILÂNCIA FRENTE AO CASO CONFIRMADO DE SARAMPO EM RORAIMA

Vacinar os contactantes dos casos suspeitos ou confirmados a partir de 06

meses de idade, sem limite superior;

Análise e monitoramento semanal Notificação/Investigação SINAN.

Revisar as Cadernetas de Vacinas e vacinar os escolares de creche, escola e

trabalho no qual tiveram contato com o caso confirmado.

Visita técnica, monitoramento, análise da situação epidemiológica e

capacitação dos profissionais da Vigilância de todo o Estado;

Identificar áreas de risco e realizar vacinação de forma ampliada;

Realização de visitas técnica nas UVES das Unidades notificantes e Visita semanal

NO LACEN-RR.

AÇÕES DESENVOLVIDAS:

Visita técnica in loco dos casos confirmado e dos suspeitos;

Capacitação dos profissionais de saúde, com ênfase nas

Notificação/Investigação, coleta adequada das informações para diagnóstico dos

casos suspeitos para sarampo, e ações a serem desenvolvida frente um caso

suspeito de sarampo;

Visita Técnica nos municípios para realização de supervisão e maior

conhecimento da realidade do trabalho de Vigilância em Saúde, monitoramento no

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80 SINAN; e instruções sobre a importância das notificações atualização e

encerramento das fichas de Notificação/Investigação, e do envio da Ficha de

Notificação Negativa Semanal, acertando os novos dias de envio, informações

quanto alerta de casos de SARAMPO na Venezuela, e recomendação aos médicos

e enfermeiros a não solicitação de exame para Rubéola em gestantes nos exames

de rotina no pré-natal (conforme Nota Informativa n° 01 de 2015/SVS/SAS/MS).

Participação em Reuniões, Cursos, Seminários e/outros eventos dentro do

Estado; Trabalho de campo no abrigo com a Equipe do EpiSus;

Envio das semanas negativas após a busca ativa diária nos prontuários em

todos os municípios do Estado.

3.4.5 ERRADICAÇÃO DA RUBÉOLA E DA SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA (SRC)

No dia 02 de dezembro de 2015 a OMS declarou que o Brasil está

oficialmente livre da rubéola e da SRC. O País foi reconhecido mundialmente

através do certificado de eliminação dos referidos agravos depois de cinco anos sem

registros de casos de transmissão da doença.

Para receber o título, o Brasil comprovou à OMS que desde 2008 não registra

casos de rubéola e desde 2009 não registra casos de síndrome da rubéola

congênita. A OMS reconheceu toda a América como a primeira região do mundo a

alcançar a eliminação da rubéola e da SRC. A expectativa agora é que, até o final de

2016, o Brasil receba o certificado de eliminação do sarampo pela OMS.

O Brasil desenvolveu uma série de ações estratégicas, ao longo dos anos,

para atingir esse objetivo, como campanhas de prevenção e a intensificação das

ações de rotina de vacinação. Atualmente, três vacinas são ofertadas pelo SUS

contra a rubéola: a dupla viral (sarampo e rubéola), tríplice viral (sarampo, rubéola e

caxumba) e a tetra viral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Estas vacinas

fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação e estão disponíveis durante todo

ano em todas as salas de vacinação do país.

COBERTURA VACINAL

No ano de 2017, alguns municípios não alcançaram a meta nacional (≥ 95%)

sendo que, alguns municípios alcançaram a cobertura vacinal no Imunobiológicos

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81 Tríplice Viral D1, e não alcançaram na campanha de Seguimento D2, enquanto

outros Municípios não alcançaram a meta nacional da Vacina Tríplice Viral na 1ª

dose (D1), como também na 2ª dose (D2) ) (Figura 27).

Figura 27 - Cobertura Vacinal do Estado de Roraima 1ª e 2ª dose Tríplice Viral, 2017 Tríplice Viral: Vacina contra Sarampo, Caxumba e Rubéola. Fonte: Gráfico 01- NPNI/DVE/CGVS/SESAU/RR 18/01/2018.

O Sistema Nacional de Vigilância em Saúde - SNVS utiliza como metodologia

a atualização dos indicadores das ações frente ao quadro epidemiológico existente e

vinculada ao Pacto pela Saúde como elenco norteador das ações para subsidiar a

Programação Anual de Saúde-PAS das secretarias Estatuais e Municipais na

perspectiva de alcançar as metas propostas pelo Pacto e de outras prioridades de

valiosa relevância para o sistema Nacional de Vigilância em Saúde, eleitas pelas

esferas Federal, Estadual e Municipal (BRASIL, 2013b).

As ações prioritárias do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica em

Saúde, estão relacionadas às ações estratégicas programadas para a realização

das ações e o cumprimento das Metas e Indicadores conforme definidos no Contrato

Organizativo de Ação Pública de Saúde – COOAP (BRASIL, 2013b).

Em Roraima, no período de 2015 a 2017 foram notificados 64 casos suspeitos

para as Doenças exantemáticas todos com diagnóstico diferencial para sarampo e

rubéola, 63 suspeitos foram descartados por critérios laboratoriais e 01 caso foi

confirmado para Sarampo (2015) Conforme apresenta os Indicadores de Vigilância

Epidemiológica na Tabela 35.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

D1

D2

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82

Para dar subsídio a Programação Anual de Saúde, a Vigilância

Epidemiológica em Saúde utiliza os indicadores e as metas propostas pelo Pacto da

Saúde como elenco para direcionamento das ações e das estratégias prioritárias

conforme definidas pela OPAS e MS.

Tabela 35 - Indicadores de vigilância epidemiológica do sarampo - Roraima, 2007 a 2017

INDICADORES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 2015 2016 2017 N° casos suspeitos 51 2 6 Homogeneidade da cobertura (TRÍPLICE VIRAL): n° de municípios com cobertura vacinal ≥ 95% em crianças com 12 meses de idade

66,10% 79,73% 74,58%

Investigação oportuna: n° de casos notificados investigados em até 48 horas (data da investigação - data da notificação) 96,0% 100% 100%

Coleta Oportuna: n° de casos com Coleta oportuna (data da coleta - data do exantema) ou seja n° de casos com coleta em até 28 dias da data do início do exantema

92,2% 100% 100%

Envio Oportuno: n° amostra enviada (data do envio - data da coleta) ao LACEN com até 5 dias da coleta 97,5% 100% 100%

Resultado Oportuno: n° resultados liberados (data da liberação do resultado - data de recebimento da amostra no laboratório) em até 4 dias de recebimento no laboratório.

100% 100% 100%

Casos encerrados por laboratório: n° de casos descartados ou confirmados por laboratório 92,1% 100% 100%

Investigação Adequada: n° de casos suspeitos com visita domiciliar até 48h após notificação, com pelo menos, 8 variáveis preenchidas (dt. Notif., dt. Invest. , tomou vacina, dt. Início exantema, outros sinais e sintomas , dt. Coleta S2, realização de bloqueio vacinal, classificação final do caso).

92,2% 100% 100%

Fontes: NCDE/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Nas figuras abaixo se pode observar as séries históricas das Doenças

Exantemáticas do estado de Roraima a partir do ano de 2015 ao ano de 2017,

como: Taxa de Notificação de casos suspeitos Sarampo e Rubéola, Homogeneidade

da Cobertura Vacinal da Vacina Tríplice Viral 1ª e 2ª dose (Vacina contra Sarampo,

Caxumba e Rubéola). Investigação Oportuna, Coleta Oportuna, Casos Encerrados

por Critério Laboratorial e Investigação Adequada.

Figura 28 -Taxa de Notificação das Doenças Exantemáticas, Roraima, 2015 a 2017 Fonte: SINAN 18/ 04/ 2018.

0

20

40

60

2015 2016 2017

N° de casos notificados

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83

Figura 29 - Homogeneidade da Cobertura Vacinal, Roraima, 2015 a 2017 Fonte: NCDE/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Figura 30 - Investigação Oportuna do Estado de Roraima, 2015 a 2017 Fonte: - NCDE/DVE/CGVS/SESAU/RR 18/ 04/ 2018.

Figura 31 - Coleta Oportuna do Estado de Roraima de 2015 a 2017

Fonte: SINAN - API/TabNet/DataSUS/MS 19/06/2017.

Figura 32 - Casos Encerrados por critério Laboratorial, Roraima, 2015 a 2017 Fonte: API/TabNet/DataSUS/MS - SINAN 18/ 04/ 2018.

Figura 33 - Investigação Adequada, Roraima, 2015 a 2017 Fonte: API/TabNet/DataSUS/MS - SINAN 18/ 04/ 2018.

Abaixo apresentaremos as séries históricas do número de casos notificados

por Varicela no estado de Roraima no período de 2015 a 2017; Número de casos de

0

50

100

150

2015 2016 2017

D1

D2

90

95

100

105

2015 2016 2017

Inves. Oportuna

859095

100105

2015 2016 2017

Coleta. Oportuna

80

90

100

2015 2016 2017

Casos Encerrados

859095

100

2015 2016 2017

Inves. Adequada

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84 Varicela por município de ocorrência no ano de 2017; Número de ocorrência por ano

no município de Boa Vista no período de 2015 a 2017.

Figura 34 - Número de casos notificados por varicela, Roraima, 2015 a 2017 Fonte: SINAN/NCDE/DVE/CGVS/SESAU- RR - 18/ 04/ 2018.

Figura 35 - Número de casos de Varicela por município de ocorrência, Roraima 2017 Fonte: SINAN/NCDE/DVE/CGVS/SESAU- RR - 18/ 04/ 2018.

Figura 36 - Número de caso de Varicela, por ano de Ocorrência, Boa Vista a partir de 2015 a 2017 Fonte: SINAN/NCDE/DVE/CGVS/SESAU- RR - 18/ 04/ 2018.

0

500

1000

1500

2015 2016 2017

N° de casos notificados

0200400600800

1000

N° de Casos por Muncípios

020406080

100

2015 2016 2017

N° de casos por ocorrência

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85 /www.cve.saugov.br/htm/resp/pdf/Sarampo14http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/resp/pdf/Sarampo14 0142014o Maranhão. UNA-S

3.5 NÚCLEO DE CONTROLE DO TÉTANO NEONATAL, TÉTANO ACIDENTAL,

PARALISIA FLÁCIDA AGUDA E INFLUENZA

Aryuska Rayane de Menezes Machado

3.5.1 TÉTANO NEONATAL

Com a implementação de uma política de eliminação do tétano neonatal como

problema de saúde pública no mundo, sua incidência tem sido reduzida

sensivelmente, principalmente nas Américas. A meta estabelecida pela OMS é de

menos de um caso novo por 1.000 nascidos vivos por distrito ou município, em cada

país. A doença continua existindo como problema de saúde pública apenas em

países de menor desenvolvimento econômico e social, principalmente no Continente

Africano e no Sudeste Asiático (MS, 2014).

Segundo dados registrados no Sistema de Informação de Agravos de

Notificação (SINAN), no período de 2007 a 2017 foram confirmados 35 casos de

TNN sendo: 15 casos na Região Norte (43%), 12 casos na Região Nordeste (34%),

04 casos na Região Sudeste (11%), 03 casos na Região Sul (9%) e 01 caso na

Região Centro-oeste (3%).

Em Roraima, não há ocorrência de tétano neonatal desde 1993, ano em que

foram registrados os últimos casos. Para que seja mantida a não ocorrência de

casos é importante intensificar a vigilância epidemiológica, incluindo a vigilância de

óbitos infantis, a manutenção de elevada cobertura vacinal de mulheres em idade

fértil, a qualidade do pré-natal e da consulta puerperal, além do aumento da

cobertura de partos assépticos.

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86

Figura 37 - Número de casos confirmados de Tétano Neonatal. Brasil, 1982 – 2017*

Em setembro de 2017 a OPAS/OMS declarou eliminado o tétano materno e

neonatal (TMN) nas Américas. O recente progresso na eliminação global levou à

eliminação do TMN em 43 países, inclusive o Haiti. O tétano materno e neonatal é

a sexta doença eliminada nas Américas por conta da vacinação. No mundo, há 16

países que ainda não eliminaram a doença. A vacinação, aliada aos cuidados de

higiene durante o parto e o pós-parto, foi fundamental para a região alcançar esse

objetivo. O Brasil eliminou o TMN enquanto problema de saúde pública em 2003.

Os principais fatores que colaboraram para a redução de casos no país e

consequentemente a sua eliminação foi à adoção de medidas de prevenção, como:

realização do pré-natal, atendimento adequado durante o parto e o puerpério e

vacinação de todas as mulheres em idade fértil.

Tabela 36 - Casos confirmados de Tétano Neonatal. Brasil, Região Norte, 1990 a 2017*

Fonte: SVS/MS- atualizado em 08/03/2018. * Dados sujeitos à revisão.

Dados do MS informam a ocorrência de um óbito por tétano neonatal em

Roraima no ano de 2004 (BRASIL, 2017a).

REGIÃO E UF 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Região Norte 0 4 4 1 2 0 0 0 0 Rondônia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Acre 0 1 1 0 0 0 0 0 0 Amazonas 0 0 2 0 0 0 0 0 0 Roraima 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pará 0 3 1 1 2 0 0 0 0 Amapá 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Tocantins 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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87 3.5.2 TÉTANO ACIDENTAL

O tétano acidental é uma doença universal que pode acometer homens,

mulheres e crianças, independente da idade quando suscetíveis. É mais comum em

países em desenvolvimento e subdesenvolvidos. A letalidade da doença é alta, de

cada 100 pessoas que adoecem cerca de 30% morrem.

O tétano é uma doença rara nos países da Europa e América do Norte,

sobretudo em decorrência do desenvolvimento social/educacional e da vacinação.

No Brasil, tem-se observado uma redução contínua do tétano acidental. No

ano de 1982 foram confirmados 2.226 casos com um coeficiente de incidência de

1,8/100.000 habitantes. Em 1992 ocorreram 1.312 casos com incidência de

0,88/100.000 habitantes, observando-se uma redução de 59% em relação à década

anterior. Em 2002 o número de casos reduziu-se ainda mais com a ocorrência de

608 casos e incidência de 0,35/100.000 habitantes. A partir de 2007, o número

médio de casos confirmados foi em torno de 300 casos/ano e incidência de

0,16/100.000 habitantes (MS, 2015).

Entre os anos de 2013 a 2017 foram registrados 1.298 casos de tétano

acidental no país sendo: 189 na Região Norte (14,4%); 379 na Nordeste (29,2%);

303 na Sudeste (23,3%); 263 na Sul (20,3%) e 277 na Região Centro-oeste

(12,8%). O coeficiente de incidência apresentou uma variação de 0,14 em 2013

para 0,10 por 100.000 habitantes em 2017. No mesmo período, 70% dos casos

concentram-se no grupo com faixa etária de 30 a 69 anos de idade. A maioria dos

casos de tétano acidental ocorreu nas categorias de aposentado-pensionistas,

trabalhador agropecuário, seguidas pelos grupos de trabalhador da construção civil

(pedreiro), estudantes e donas de casa. Outra característica da situação

epidemiológica do tétano acidental no Brasil é que, a partir da década de 90,

observa-se aumento da ocorrência de casos na zona urbana. Esta modificação

pode ser atribuída ao êxodo rural. A letalidade mantém-se acima de 30%, sendo

mais representativa nos idosos.

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88

Figura 38 - Número de casos notificados de tétano acidental – Roraima, 2002 a 2017 Fonte: SINAN/NCPFIT/DVE/CGVS/SESAU/RR.

A ocorrência de tétano acidental no estado de Roraima é baixa, baseando-se

nos 10 casos suspeitos notificados no SINAN entre 2002 a 2017. Nos registros de

internação do SUS consta apenas uma hospitalização por tétano acidental em 2013,

evoluindo a óbito. Nos anos seguintes ate o ano 2017 não houve nenhuma nova

notificação de Tétano Acidental.

Tabela 37 - Casos confirmados de Tétano Acidental. Região Norte - 2007 a 2017* REGIÃO E UF 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Região Norte 51 46 33 32 44 44 37 39 44 34 29 Rondônia 10 3 5 3 5 7 3 5 4 1 7 Acre 4 3 0 2 5 7 3 0 2 3 1 Amazonas 9 13 11 6 14 7 10 8 13 8 2 Roraima 0 2 1 1 1 1 1 0 0 0 0 Pará 22 22 13 18 16 22 18 25 22 21 17 Amapá 4 1 2 0 1 0 1 1 3 1 2 Tocantins 2 2 1 2 2 0 1 0 0 0 0

2002 2004 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Tétano acidental 2 1 2 1 1 1 1 1 0 0 0 0

0

0,5

1

1,5

2

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89

Figura 39 - Coeficiente de Incidência por Tétano Acidental e Cobertura Vacinal com (DTP e DTP+HIB), Brasil, 1990 a 2017*

Tabela 38 - Óbitos por Tétano Acidental - Brasil, Regiões e Unidades Federadas. 1998 - 2017*

Fonte: MS/SVS/DASIS - SIM - atualizado em 08/06/2017. *Dados preliminares sujeito a revisão. Obs: 2012 a 2017, dados do SINAN atualizado 08.03.2018.

3.5.3 PARALISIA FLÁCIDA AGUDA (PFA)

A poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença infecto-contagiosa viral

aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. O déficit

motor instala-se subitamente e sua evolução, freqüentemente, não ultrapassa três

dias. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como

principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e

arreflexia no segmento atingido. No Brasil, não há circulação de poliovírus selvagem

REGIÃO E UF 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Região Norte 21 16 12 9 19 21 17 12 13 17 12 Rondônia 3 0 1 0 1 4 2 4 2 1 4 Acre 0 1 0 2 2 5 0 0 0 1 0 Amazonas 2 4 3 1 6 2 3 1 4 3 0 Roraima 0 11 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Pará 13 0 7 6 9 10 10 7 6 12 8 Amapá 1 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 Tocantins 2 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0

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90 desde 1990, em virtude do êxito da política de prevenção, vigilância e controle

desenvolvida pelos três níveis do SUS.

Até a primeira metade da década de 1980, a poliomielite apresentou alta

incidência no Brasil, contribuindo, de forma significativa, para a elevada

prevalência anual de sequelas físicas, observada naquele período. Em 1994, a

OPAS/OMS certificou a eliminação da transmissão autóctone do poliovírus

selvagem nas Américas, após 3 anos sem circulação desse vírus no Continente.

Desde então, todos os países da região assumiram o compromisso de manter altas

e homogêneas coberturas vacinais, bem como uma vigilância epidemiológica ativa

e sensível para identificar, imediatamente, a reintrodução do poliovírus selvagem

em cada território nacional e adotar medidas de controle capazes de impedir a sua

disseminação (MS, 2014). Dois fatores foram decisivos para a certificação de país

livre da circulação autóctone de poliovírus selvagem: elevados níveis de cobertura

vacinal obtidos nas campanhas nacionais.

Mesmo nesse cenário, é importante estar atento para o risco de importações

de casos de países onde ainda há circulação endêmica do poliovírus selvagem

(Nigéria, Paquistão e Afeganistão), o que demanda ações permanentes e efetivas de

vigilância da doença e níveis adequados de proteção imunológica da população

(MS, 2014).

No Brasil, o último caso de infecção pelo poliovírus selvagem ocorreu em

1989, na cidade de Souza/PB. A estratégia adotada para a eliminação do vírus no

país foi centrada na realização de campanhas de vacinação em massa com a

vacina oral contra a pólio (VOP). Essa vacina propicia imunidade individual e

aumenta a imunidade de grupo na população em geral, com a disseminação do

poliovírus vacinal no meio ambiente, em um curto espaço de tempo.

O primeiro surto causado por um vírus derivado vacinal (PVDV) foi

detectado na Ilha de Hispaniola (que pertence ao Haiti e à República Dominicana),

em 2000/2001. Esse surto teve grande importância no processo de erradicação da

Poliomielite, quando foram registrados 21 casos (50% na faixa etária de 1 a 4

anos).

Chama-se a atenção para a ocorrência de casos de pólio derivado da vacina

em países com coberturas vacinais insuficientes e/ou heterogêneas. Ou seja, o

vírus derivado da vacina passa a readquirir neurovirulência e patogenicidade,

provocando surtos de poliomielite em países que já tinham a doença sob controle

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91 parcial ou total. De 2004 a 2017, ocorreram surtos em 23 países (Moçambique,

Miamar, Indonésia, China, Paquistão, Nigéria, Camarões, Niger, Chade,

Afeganistão, Somália, Quênia, Congo, Yemen, India, Ethiópia, Madagascar, Laos,

Ucrânia, Síria, Guiné, Sudão e Camboja).

Salienta-se que o controle da circulação do poliovírus derivado da vacina é o

mesmo desenvolvido para poliovírus selvagem: alcançar e manter altas e

homogêneas coberturas vacinais.

O monitoramento da ausência de circulação de poliovírus selvagem no

Brasil é feito a partir da vigilância das Paralisias Flácidas Agudas (VE_PFA/Pólio).

Todo caso de PFA em menores de quinze anos, independente da hipótese

diagnóstica, deve ser notificado, investigado imediatamente, digitado no Sistema

de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), coletado uma amostra de fezes

até o 14º dia do início do déficit motor para isolamento viral e esclarecimento

diagnóstico, ter reavaliação neuromuscular realizada (revisita) para avaliação de

sequela neurológica aos 60 dias do início da deficiência motora, e ser encerrado no

sistema em até 60 dias após a notificação. Esta medida visa subsidiar a tomada de

decisões em tempo hábil, quanto às formas de controle indicadas em cada situação.

A VE_PFA é avaliada com base nos seguintes indicadores de desempenho

operacional: 1) Taxa de notificação;

2) Investigação epidemiológica em até 48 horas;

3) Coleta de uma amostra oportuna de fezes e;

4) Proporção de notificação semanal negativa/positiva. Exceto a taxa de notificação

que é de no mínimo (1 caso/100.000 < 15 anos), os demais indicadores a meta

mínima esperada é de 80%.

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

PFA 6 4 3 3 2 0 0 1 0 1 0

0

1

2

3

4

5

6

7

N°d

e ca

sos

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92 Figura 40 - Notificação de paralisia flácida aguda – Roraima 2007 a 2017 Fonte: SINAN/NCPFIT/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Em Roraima de 2007 a 2017 foram notificados 20 casos de PFA, porém nos

anos de 2012, 2013, 2015 e 2017 não nenhum caso suspeito notificado.

3.5.4 INFLUENZA

No século XX, ocorreram três importantes pandemias de influenza, a gripe

espanhola (1918-20), a gripe asiática (1957-60) e a de Hong Kong (1968-72), que,

juntas, resultaram em altas taxas de mortalidade, com quase 1 milhão de óbitos.

(MS, 2014).

Uma característica importante das pandemias é a substituição da cepa atual

por uma nova cepa pandêmica. Além disso, existe a possibilidade de haver

pandemias, pela alta capacidade de mutação antigênica do vírus influenza A,

inclusive com troca genética com vírus não humanos, ocasionando rápida

disseminação e impacto entre os suscetíveis não imunes. A importância da influenza

como questão de saúde publica cresceu após o ano de 2009, quando se registrou a

primeira pandemia do século XXI, devido ao vírus influenza A (H1N1), com mais de

190 países notificando milhares de casos e óbitos pela doença.

Para o monitoramento das cepas dos vírus influenza circulantes no Brasil,

foram implantadas no país as Unidades Sentinelas da Influenza, que podem detectar

a circulação de novos subtipos que poderiam estar relacionados a novas pandemias

de influenza. As Unidades Sentinelas são regulamentadas pela PORTARIA Nº 183,

DE 30 DE JANEIRO DE 2014, que revogou portarias anteriores, mas manteve as

orientações técnicas e os repasses financeiros para os serviços sentinelas.

As Unidades sentinelas para registro de informação de casos de Síndrome

Gripal(SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), são unidades ou serviços

de saúde que atuam na identificação, registro, investigação e diagnóstico de casos

suspeitos e confirmados (BRASIL, 2014c).

Os sítios sentinelas para a vigilância da influenza estão distribuídos em

unidades de saúde de todas as Unidades Federadas (UFs) e tem como objetivo

principal identificar os vírus da influenza circulantes no Brasil, para:

Contribuir com a composição da vacina contra influenza;

Isolar espécimes virais para o envio ao Centro Colaborador de Influenza

referência nas Américas para a OMS;

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93 Conhecer a patogenicidade e virulência do vírus influenza circulante em cada

período sazonal, visando à orientação terapêutica;

Garantir representatividade mínima da circulação viral em todas as UFs do

país, tanto de casos graves como de casos leves;

Identificar situação inusitada e precoce de possível novo subtipo viral. (MS,

2017).

O registro de casos de SG e SRAG devera ser feito pelas unidades sentinelas

e inserido no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-

Gripe), o qual e o instrumento oficial de registro das informações. Tal registro deve

ser realizado de acordo com o fluxo estabelecido e organizado em cada UF.

Os casos identificados em unidades de vigilância sentinela devem ser

notificados pelo profissional de saúde, utilizando, como critérios de inclusão, os

atendimentos por: gripe, SG, influenza, resfriado, faringite, laringite, amigdalite,

traqueíte, infecção das vias aéreas superiores (IVAS), dor de garganta, rinorreia e

laringotraqueíte. Também poderão ser utilizados os seguintes CID 10: J00

Nasofaringite aguda (resfriado comum); J02.9 Faringite aguda não especificada;

J03.9 Amigdalite aguda não especificada; J04.0 Laringite aguda; J04.1 Traqueíte

aguda; J04.2 Laringotraqueíte aguda; J06 (todos) Infecção aguda das vias aéreas

superiores e não especificadas; J10 (todos) Influenza devido a vírus influenza

identificado; e J11 (todos) Influenza devido a vírus influenza não identificado. E para

a informação dos agregados de atendimentos de SRAG, selecionar as internações

classificadas como pneumonia e influenza de acordo com os códigos CID 10: J09 a

J18 da unidade sentinela, também por semana epidemiológica.

Em Roraima funcionam duas Unidades Sentinelas para Vigilância da

Influenza, localizadas na capital Boa Vista: Hospital Geral de Roraima (HGR),

Hospital da Criança Santo Antonio (HCSA) são Sentinelas para são Sentinelas para

SG e SRAG. Nos casos de SG, coletar por semana 5 amostras de secreção

orofaríngea através de swab, preferencialmente até o 7º dia a partir do início dos

sintomas, enviando a amostra ao LACEN, digitar no SIVEP-Gripe o número de

atendimentos, distribuindo por sexo e faixa etária de acordo com a semana

epidemiológica correspondente.

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94

Figura 41 - Casos de Sindrome Gripal com coleta de Amostras

Em SRAG, coletar amostras de no mínimo 80% (oitenta por cento) dos casos

de SRAG notificados nas UTI, com o devido envio de amostra ao LACEN e incluir os

casos no sistema de informação SIVEP-Gripe. Todos os casos de Síndrome

Respiratória Aguda Grave (SRAG) internados em UTI ou que forem a óbito devem

também ser notificados no sistema SINAN Influenza Web.

COLUNAS Nº NOTIFICAÇÕES Nº CASOS POSITIVOSIFI

Nº CASOS POSITIVOSRT-PCR

2009 614 118 2010 404 126 2011 300 86 2012 505 57 2013 480 11 2014 550 5 16 2015 222 0 2016 465 1 20 2017 391 1 38

Entre os anos de 2009 a 2017 tivemos 3.951 casos notificados suspeitos de

Influenza no Estado de Roraima, sendo que desse total foi positivo para influenza

468 casos.

0

200

400

600

800

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Nº Notificações Nº Casos Positivos IFI Nº Casos Positivos RT-PCR

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95

Figura 42 - Nº de casos notificados, internações e óbitos por Influenza CID 10: J9 a J18, Roraima, 2009 a 2017 Fonte:SINAN Influenza Web/NCPFIT/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Nos anos de 2010, 2011, 2013, 2015, 2016 e 2017 foram notificados poucos

casos suspeitos de Influenza CID 10: J9 a J18, já 2009, 2013 e 2014 tiveram mais

casos notificados. Geralmente a procura por atendimento especializado ocorre

quando indivíduo não obtém melhora, e esse período geralmente ultrapassa os 7

dias do início dos sintomas, o que dificulta a detecção do vírus na amostra, além do

que, a coleta tem que ser adequada, para que não haja contaminação da amostra, o

material coletado tem que ser suficiente para análise e a temperatura de

armazenamento de acordo com o preconizado pelo protocolo.

Entre os anos de 2009 a 2017 houve 184 casos suspeitos de Influenza

notificados no Estado de Roraima, e 16 pessoas evoluíram a óbito.

3.6 NÚCLEO DE CONTROLE DA MENINGITE, COQUELUCHE E DIFTERIA

Monica de Brito Medeiros 3.6.1 MENINGITE

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Notificação 79 1 1 3 20 41 9 16 14

Internação 66 1 1 3 20 41 9 16 14

Óbito 6 0 0 0 3 0 0 7 0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Notificação

Internação

Óbito

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96

A meningite bacteriana é um processo inflamatório das meninges,

membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, causada por uma grande

variedade de bactérias. No Brasil, as principais ocorrências de meningite bacteriana

são causadas por N. meninigitidis, S. pneuminiae e H. influenzae.

Segundo dados registrados no Sistema de Informação de Agravos de

Notificação (SINANNET), no período de Janeiro de 2017 a Dezembro 2017 foram

notificados (42) casos de Meningite, sendo: (29) casos confirmados e (13) casos

descartados.

Tabela 39 - Número de casos notificados, confirmados e descartados - Roraima, 2017

CLASSIFICAÇÃO DE CASOS

NÚMERO DE CASOS NOTIFICADOS

NÚMERO DE CASOS CONFIRMADOS

NÚMERO DE CASOS DESCARTADOS

Roraima 42 29 13

Fonte: SINAN/DVE/CGVS/SESAU/RR.

A classificação por tipos de meningites foram: Não Especificada (02),

Menigocemia(01), Meningite Menigocócica (01), Meningite Meningocócica com

meningococemia (0), Meningite Tuberculosa (0), Meningite por outras bactérias

(04), Meningite não especificada (10), meningite asséptica (02), meningite por

outras etiologias (03), meningite por pneumococos (0).

Figura 43 - Frequência de Meningite por classificação de tipos de meningites, 2017 Fonte: SINAN/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Os critérios utilizados para os casos confirmados foram: Cultura (05), CIE

(0), Ag. Latex (0), Clínico (07), Bacterioscopia (02), Quimiocitologia (12), Clínico

Epidemiológico (03), Isolamento Viral (0), PCR (01), Outros (0).

11

00

412

23

20

0 2 4 6 8 10 12 14

MeningocemiaMeningite Meningocócica

Meningite Meningocócica com MeningococemiaMeningite Tuberculosa

Meningite por outras BactériasMeningite não Especificada

Meningite AssépticaMeningite de outras Etiologias

Meningite por HemófiloMeningite por Pneumococos

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97

Figura 44 - Frequência de Meningite por critério de confirmação, 2017 Fonte: SINAN/DVE/CGVS/SESAU/RR

3.6.2 COQUELUCHE

Doença infecciosa aguda, transmissível, de distribuição universal.

Compromete especificamente o aparelho respiratório (traquéia e brônquios) e se

caracteriza por paroxismos de tosse seca. Em lactentes, pode resultar em número

elevado de complicações e até em morte.

A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa doente

com pessoa suscetível, através de gotículas de secreção da orofaringe eliminadas

por tosse, espirro ou ao falar. Em média, pode durar entre 5 a 10 dias, podendo

variar de 01 a 03 semanas.

A coqueluche é uma doença de notificação compulsória em todo o território

nacional e sua investigação laboratorial é obrigatória nos surtos e nos casos

atendidos nas unidades sentinelas, previamente determinadas, a fim de identificar a

circulação da B. pertussis.

Devido à complexidade da coleta de material para exames e às dificuldades

operacionais, os exames laboratoriais não são realizados rotineiramente para a

confirmação dos casos suspeitos, o que leva a uma dificuldade na notificação, uma

vez que existem outras infecções que se manifestam de forma clínica semelhante.

Segundo dados registrados no Sistema de Informação de Agravos de

Notificação (SINANNET), no período de Janeiro de 2017 a Dezembro 2017 foram

notificados (29) casos de coqueluche, sendo: (22) casos confirmados e (08) casos

descartados.

17%

23%

7%

40%

10% 3%CRITÉRIO DE CONFIRMAÇÃO

Cultura

CIE

Ag Látex

Clínico

Bacterioscopia

Quimiocitológico

Clínico Epidemiológico

Isolamento Viral

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98 Tabela 40 - Classificação de casos no Estado de Roraima com seus números de casos notificados, confirmados e descartados.

CLASSIFICAÇÃO DE CASOS

NÚMERO DE CASOS NOTIFICADOS

NÚMERO DE CASOS CONFIRMADOS

NÚMERO DE CASOS DESCARTADOS

Roraima 29 22 08 Fonte: SINAN/DVE/CGVS/SESAU/RR

Dos casos confirmados, o Município de Boa vista foi onde encontrou-se o

maior número de casos confirmados (22), e descartados(05), relacionados aos

outros municípios de residência. Pacaraima (03) casos confirmados, no Município

do Cantá (01) caso notificado e confirmado, no Município de Caracaraí (02) casos

notificados, porém, descartados.

Figura 45 - Número de casos notificados de Coqueluche por Município, Roraima, 2017 Fonte: SINAN/DVE/CGVS/SESAU/RR

3.6.3 DIFTERIA

Doença toxi-infecciosa aguda, contagiosa, potencialmente letal,

imunoprevenível, causada por bacilo toxigênico, que frequentemente se aloja nas

amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele.

É caracterizada por apresentar placas pseudomembranosas típicas.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

CASOS DE COQUELUCHE NOTIFICADOS EM RORAIMA …Alto Alegre

AmajariBoa Vista

BonfimCantá

CaracaraíCaroebeIracemaMucajaí

NormandiaPacaraima

RorainópolisSão João da BalizaSão Luiz do Anauá

Uiramutã

TOTAL DESCARTADOS TOTAL CONFIRMADOS

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99

Ocorre pelo contato direto de pessoa doente ou portadores com pessoa

suscetível, por meio de gotículas de secreção respiratória, eliminadas por tosse,

espirro ou ao falar.

Em casos raros, pode ocorrer a contaminação por fômites. O leite cru pode

servir de veículo de transmissão.

Devido à crise econômica e financeira que a Venezuela enfrenta com o

governo de Nicolás Maduro, a Venezuela encontra-se em uma situação caótica, com

falta de medicamentos, alimentos e etc. Essa situação provocou uma forte onda

migratória de Venezuelanos em nosso Estado, a cada dia cresce mais e mais o

número de refugiados em nosso país, aumentando assim os casos de doenças que

já haviam sido erradicadas no Brasil.

No dia 12 de julho de 2017 deu-se entrada no Hospital da Criança Santo

Antônio (HCSA), uma criança Venezuela, 10 anos, proveniente do garimpo

venezuelano do Estado de Bolivar na Venezuela, com suspeita de Difteria. Esta

Criança ficou internada em isolamento, foram realizados todos os procedimentos

necessários para o tratamento da difteria. Foi evoluindo para constatação e

confirmação da doença. Para se confirmar a difteria, utilizou-se a cultura com prova

de toxidade, onde detectou e confirmou a doença. No dia 18/07/2017, paciente foi a

óbito por difteria.

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100 3.7 MALÁRIA

Ducineia Barros de Aguiar

O Núcleo de Controle da Malária teve como meta principal em 2017 a redução

do Índice Parasitário Anual (IPA) em 15% em relação ao ano anterior. Várias ações

de apoio aos municípios responsáveis pela execução foram realizadas no controle

da doença no Estado, como realização de supervisões aos municípios e redes de

laboratórios de notificação e diagnóstico de Malária, ações de controle vetorial,

fortalecimento do diagnóstico precoce e tratamento rápido, capacitações para

profissionais envolvidos no Programa e na Atenção Básica.

O Estado de Roraima no ano de 2017 notificou no Sistema de Informação de

Vigilância Epidemiológica da Malária (SIVEP-Malária) um total de exames positivos

de 14.075 no Estado e no ano 2016 um total de exames positivos de 8.969 no

Estado, apresentando um acréscimo de 56.9% quando se refere ao ano anterior.

Nossa principal dificuldade como gestão estadual foram a imigração dos

venezuelanos, em busca de diagnóstico e tratamento sobrecarregando os

municípios de Pacaraima e a capital Boa Vista.

Figura 46 - Resumo Epidemiológico - Casos Positivos no Estado de Roraima anos 2016 e 2017 Fonte: SIVEP/Malária/NEPCM/DVE/CGVS/SESAU-RR.

Observamos ainda que ao longo do ano 2017 houve várias fragilidades de

gestão em todos os níveis hierárquicos, e principalmente aponta que as ações de

controle da malária não estão sendo desenvolvidas adequadamente com falta de

equipamentos, transporte, mudança de gestões e as demissões de microscopistas e

8969

14075

1

2016 2017

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101 com isso fechando diversos laboratórios municipais, então se faz necessários a

sensibilização dos Gestores Municipais, Prefeitos, para o problema da malária na

região amazônica, onde o aumento desta endemia compromete todo o

desenvolvimento econômico da região: a maior parte das pessoas diagnosticadas

com malária, no período avaliado representa a força produtiva nos municípios.

Quando nos se referimos ao local provável de infecção no ano de 2017, o

município de Rorainópolis apresentou 3.001 casos com IPA 110,0%seguido pelo

município do Cantá com 2.441 casos com IPA 151.2%, apresentado município com

alto risco para a doença (conforme Figura 47), esse aumento pode estar associado

devido a rotatividade de gestões gerando descontinuidade das ações, além da falta

de logística local e a falta de transporte. Neste sentido, são de extrema necessidade

que as atividades sejam intensificadas o mais breve possível as áreas de maior

transmissão nos municípios em questão, o Estado por sua vez auxiliou com

medicamento, inseticidas e transporte pelo período solicitado ao Estado através de

um plano emergencial para resolução das problemáticas local.

Figura 47 - Estado por Local Provável de Infecção ano 2017 Fonte: SIVEP/Malária/NEPCM/DVE/CGVS/SESAU-RR.

Conforme Figura 48 é possível verificar que a faixa etária com maior

relevância são de 20 a 29 anos (3.555), 30 a 39 anos (3.168) e 40 a 49 anos (2.236),

isso demonstra um idade produtiva e ativa, além da exposição ao vetor devido as

áreas de risco, tais como: garimpo e assentamentos.

Conforme a Figura 49 é importante observar que no ano de 2017 comparando

ao ano anterior houve um acréscimo considerado nas espécies parasitárias, P. vivax

110,2% e P. falciparum 109,5% (forma mais grave da doença), para combater essa

realidade ações estão sendo intensivas a nível municipal com apoio do Estado.

813543

185 65

2441

1853

120

872 814

7310

3001

64 71 180500

100015002000250030003500

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102

Figura 48 - Proporção de Lâminas por Faixa Etária ano 2017 Fonte: SIVEP/Malária/NEPCM/DVE/CGVS/SESAU-RR

Quanto a distribuição de lâminas por importados que os indivíduos são

oriundos de outros países e que foram notificados em Roraima, observa-se que os

países que fazem fronteira com o Brasil são os que apresentam maiores incidências

dos casos, na tabela 41 que a Venezuela lidera no número de maior notificação de

lâminas importadas ao longo do ano 2017 com 2.322 casos positivos e em seguida a

Guiana com 575 casos positivos, esse procura ao Brasil podemos atribuir a

escassez no atendimento nas unidades de diagnóstico e tratamento daquele

países, além das grandes dificuldades nas ações de controle de malária na

Venezuela.

Figura 49 - Espécies e formas parasitárias Fonte: SIVEP/Malária/NEPCM/DVE/CGVS/SESAU-RR.

274

12991549

1807 1850

35553168

2236

1378

614 180 60

< 1 1 A 4 5 A 9 10 A 14 15 A 19 20 A 29 30 A 39 40 A 49 50 A 59 60 A 69 70 A 79 80 A +

157

36

1095

5

13 5 7 0 4 0 0329

100

5212

25 15 35 0 0 0 0

P F P F + F G P V P F + P V P V + F G F G P M P F + P M P O N Ã O F

2017 2016

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103 Tabela 41 - Distribuição de Lâminas por Importados

PAÍS POSITIVOS FALCIPARUM VIVAX FALCIPARUM +VIVAX

MALARIAE OVALE

Colômbia 3 0 3 0 0 0 Guiana 575 129 419 27 0 0 Guiana Francesa

5 2 3 0 0 0

Romênia 1 1 0 0 0 0 Suriname 5 1 4 0 0 0 Venezuela 2322 717 1513 91 1 0

TOTAL 2911 850 1942 118 1 0 Fonte: SIVEP/Malária/NEPCM/DVE/CGVS/SESAU-RR.

O acesso precoce ao diagnóstico e tratamento também é estratégia

importante para a prevenção de doença grave e da morte de malária por P.

falciparum. Portanto, quanto a oportunidade do início do tratamento da malária (até

48 horas a partir do início dos sintomas para os casos autóctones e em até 96 horas

a partir do início dos sintomas para os casos importados), apenas Alto Alegre e

Caracaraí alcançaram o percentual de 70% dos casos de malária que iniciaram

tratamento em tempo oportuno, conforme Tabela 42.

Tabela 42 - Prazo para Início do Tratamento dos Pacientes Após a Data dos Primeiros Sintomas

MUNICÍPIOS EXAMES =< 24H 25 A 48H >= 49H % POSITIVOS DOS PRIM.

SINTOMAS DOS PRIM. SINTOMAS

DOS PRIM. SINTOMAS

NÃO INFORMADO

Alto alegre 1021 77,67 10,87 10,77 0,69 Amajari 538 47,21 18,59 31,23 2,97 Boa vista 4093 23,45 15,39 60,64 0,52 Bonfim 72 26,39 22,22 47,22 4,17 Cantá 2094 31,57 22,92 38,73 6,78 Caracaraí 1986 59,16 11,38 25,63 3,83 Caroebe 158 21,52 16,46 58,86 3,16 Iracema 779 30,04 19,64 47,63 2,69 Mucajaí 1012 25,89 20,36 51,68 2,07 Normandia 6 0 16,67 83,33 0 Pacaraima 2002 26,37 21,98 50,75 0,9 Rorainópolis 4006 25,84 24,61 44,91 4,64 São João da Baliza 103 29,13 26,21 39,81 4,85 São Luiz 66 21,21 19,7 46,97 12,12 Uiramutã 34 38,24 29,41 32,35 0 Total 17970 33,46 19,06 44,54 2,94

Fonte: SIVEP/Malária/NEPCM/DVE/CGVS/SESAU-RR.

Este fato, demonstra uma fragilidade do Programa de Controle da doença, no

que se refere à rede de diagnóstico e tratamento, casos importados dos países

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104 vizinhos e a falta de buscas ativas favorecendo o aumento de risco de transmissão

da Malária.

De acordo com a tabela 3 que apresenta em números absolutos de óbitos por

malária, por procedência da infecção, no período de 2024 a 2017. Assim, em 2014

ocorreram 03 óbitos, 2015 ocorreram 02 óbitos, 2016, apenas 01 óbito e 2017

somam-se 04 óbitos, totalizando 11 óbitos.De acordo com a Tabela 43, o maior

percentual (28%) foi causado por malária de procedência da Venezuela; de áreas

indígenas (18%), Guiana (9%); Zona Rural (27%); Não informado (18%).

Tabela 43 - Dados em Números Absolutos Referente a Óbitos por Malária, por Procedência da Infecção, Roraima (2014-2017)

LOCALIDADE 2014 2015 2016 2017 SOMA % Área indígena 1 0 0 1 2 18% Guiana 0 0 0 1 1 9% Venezuela 1 1 0 1 3 28% Zona Rural 0 2 0 1 3 27% Não informado 0 1 1 0 2 18% Total 2 4 1 4 11

Fonte: Sistema de Informação de Mortalidade(SIM)/DVE/CGVS/SESAU-RR.

Considerações finais:

Foi feito uma breve análise sobre o comportamento da malária no Estado de

Roraima, dando ênfase a malária importada no período de 2017, é evidente o

incremento dos casos, o fluxo migratório desordenado da Venezuela, contribuiu para

esse aumento. Com essa situação, a demanda de diagnóstico, tratamento e

hospitalização, sobrecarregando o setor saúde de Roraima.

A infraestrutura precária do programa de malária nos municípios, que na

verdade precisa garantir meios para que os indivíduos doentes obtenham o

diagnóstico correto e o tratamento adequado e oportuno de sua doença,

gerenciando a rede de laboratórios de diagnóstico de forma que os mesmos estejam

bem distribuídos, de forma de facilitar o acesso da população a este serviço.

Impedindo dessa forma, o diagnóstico tardio que pode levar ao óbito.

É importante fortalecer a integração das ações de vigilância e controle dos

vetores e a prevenção por meio das equipes Saúde da Família para os agentes de

saúde possam estar detectando precocemente os riscos ambientais de transmissão

da malária.

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105 3.8 NÚCLEO DE CONTROLE DA DENGUE, CHIKUNGUNYA, ZIKA E FEBRE

AMARELA

Vanessa S. Barros

3.8.1 DENGUE

No Brasil, é crescente a dispersão do mosquito Aedes aegypti, transmissor de

diversas arboviroses, entre elas, a dengue.

Entre os anos de 1981 e 1982, registrou-se em Roraima, ainda território

federal, a ocorrência de uma epidemia de dengue tipos I e IV, que atingiu a capital

com aproximadamente 11.000 casos e sem registro de óbitos, sendo responsável

pela reintrodução da doença no País. O índice de infestação predial na época

chegou a 80% nos bairros da capital (RORAIMA, 2000).

De 1982 a 1986, foi desencadeada uma campanha intensa de ataque ao

vetor em todas as modalidades (tratamento focal, perifocal, eliminação de

criadouros, tratamento de água potável, nebulização espacial e vacinação contra

febre amarela em massa na capital) (RORAIMA, 2000).

Em 1992, o município de Boa Vista foi re-infestado pelo Aedes aegypti, a

partir da localidade Pacaraima, fronteira de Roraima com a Venezuela e em 1994, a

zona urbana do município de Boa Vista apresentou infestação, iniciando no bairro

São Pedro.De 1992 a 1996, devido ausência de dados e precariedades nas

informações, torna-se evidente a falha do gerenciamento tanto do sistema de

vigilância entomológico quanto epidemiológico, o que ocasionou a dispersão do

Aedes aegypti no estado, oriundo de lugares com epidemia de dengue, colaborando

no aumento da ocorrência dos casos de dengue na capital (RORAIMA, 2000).

Em 1996, ocorram 116 casos confirmados por laboratório (28,4%), 265 foram

descartados (64,8%) e 12 confirmados por vínculo – epidemiológico (2,9%). Em

1998 ocorrem 26 casos confirmados por laboratório (10,1%) e 157 foram

descartados (60,8%). Boa Vista concentrou 85% das notificações (RORAIMA, 2000).

Em 1999, Roraima enfrentou um surto epidêmico atingindo especificamente a

capital Boa Vista, concentrando 98,3% dos casos. A cidade apresentou condições

favoráveis para o desenvolvimento e persistência da referida epidemia devido à alta

infestação predial por Aedes Aegypti (RORAIMA, 2000).

Em 2000, foram notificados 7.244 casos suspeitos de dengue e destes 4.107

foram confirmados (56,8%) com a incidência de 2.224 casos por 100.000

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106 habitantes.Não houve registro de casos de dengue em 3 municípios: Caroebe, São

João da Baliza e Uiramutã. A ocorrência dos sorotipos de Dengue 1, 2, 3 e 4 na

Venezuela, apresentava um alto risco epidemiológico de reintrodução destes

sorotipos em Roraima, sobretudo em Boa Vista, incrementando-se o risco de casos

de formas graves da doença. Foi confirmado por estudo de isolamento de vírus a

circulação dos sorotipos 1 e 2 (RORAIMA, 2000).

No período de 2000 a 2013 foram notificados 74.712 casos de dengue e

confirmados 37.788 (50,5% dos casos). O coeficiente de incidência variou de

1.266,04 (4.107/324.397) por 100 mil habitantes em 2000 e 183,16 (894/488.072)

em 2013,uma queda significativa no período, porém para o controle dessa endemia

é necessário um trabalho contínuo de controle do vetor, já que coexistecirculação

viral e susceptibilidade dos hospedeiros. Ressalta-se que é fundamental a vigilância

sorológica e principalmente a realização do isolamento viral dos casos suspeitos

para o monitoramento da circulação dos sorotipos (RORAIMA, 2013).

Figura 50 - Coeficiente de incidência de dengue – Roraima, 2000 a 2013 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de epidemiologia de 2013.

Entre os anos de 2014 e 2017 foram notificados um total de 11.681 casos de

dengue no estado de Roraima. Quando avaliado o percentual de casos para os

principais polos notificadores de dengue do estado destacam-se os municípios Boa

vista 6.270 (53,7%), Rorainópolis 1.705 (14,6%) e Mucajaí 1.033 (8,8%). Os demais

municípios somam em conjunto 2.673 (22,8%) dos casos notificados (Figura 51).

Para o ano de 2017, o estado de Roraima notificou 4.827 casos de dengue. Destes,

204 foram confirmados, sendo 83 por critério laboratorial e 121 por critério clínico-

epidemiológico. A Figura 52 apresenta a distribuição dos casos notificados,

prováveis e confirmados de dengue até a SE 52/2017.

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Incidência 1.266 992,7 365,5 1.394 153,3 592,1 202,8 159,8 1.339 740,4 1.559 286,4 389,9 183,1

0,00

200,00

400,00

600,00

800,00

1.000,00

1.200,00

1.400,00

1.600,00

1.800,00

(por

100

mil

hab.

)

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107

Figura 51 - Casos notificados de dengue Roraima, 2014 e 2017 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Quando analisado o coeficiente de incidência acumulada de casos prováveis

de Dengue no ano de 2017 no estado verifica-se maiores incidências para os

municípios de São João da Baliza (288/100 mil habitantes), Bonfim (185/100 mil

habitantes), Caracaraí (68/100 mil habitantes), Mucajaí (66/100 mil habitantes) e Boa

Vista (62/100 mil habitantes) (Figura 4).

Figura 52 - Distribuição dos casos notificados, prováveis e confirmados de dengue, por SE, Roraima, 2017 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

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108

Figura 53 - Coeficiente de incidência acumulada de casos prováveis de Dengue, Roraima, 2017 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. 3.8.2 FEBRE DE CHIKUNGUNYA

A Febre Chikungunya é causada por um vírus RNA, que pertence ao gênero

Alphavirus da família Togaviridae. O vírus chikungunya (CHIKV) foi isolado em

humanos em 1952-53 durante uma epidemia na Tanzânia. Outros surtos ocorreram

subseqüentemente na África e na Ásia, sendo que muitos ocorreram em pequenas

comunidades rurais. No entanto, na Ásia, cepas do CHIKV foram isoladas durante

surtos urbanos em Bangokok e Tailândia em 1960 e na Índia nas décadas de 60 e

70 (MS, 2013).

No Brasil, os primeiros casos autóctones foram notificados em agosto e

setembro de 2014, em municípios dos estados do Amapá e Bahia. Em Roraima, no

mesmo ano, foram notificados 187 casos de Chikungunya e confirmados 18 (9,6%

dos casos), sendo que todos os casos foram notificados no município de Boa Vista.

O primeiro caso autóctone no estado ocorreu no mês de novembro (BENEDETTI et

al, 2015), no bairro Pricumã, em Boa Vista. Dos 18 casos confirmados,10 são de

pacientes brasileiros, 06 são importados da Venezuela e 02 da Guiana (RORAIMA,

2016c). Portanto, em relação aos casos confirmados, 33% são de pacientes

oriundos de outros países, o que demonstra a importância da vigilância nas áreas de

fronteiras.

Entre os anos de 2014 e 2017 foram notificados um total de 7.455 casos febre

de chikungunya no estado de Roraima. Quando avaliado o percentual de casos para

os principais polos notificadores do estado destacaram-se os municípios Boa vista

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109 5.586 (74,9%), Rorainópolis 100 (8,4%) e Mucajaí (8,2%). Os demais municípios

somam em conjunto 8,3% dos casos notificados (Figura 54).

Figura 54 - Casos notificados de febre de chikungunya, Roraima, 2014 e 2017 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Em 2017 houve epidemia de Chikungunya em alguns municípios do estado.

Desta forma, as ações de vigilância – notificação, investigação e análise do perfil

epidemiológico dos casos e as ações do controle vetorial foram intensificadas pelos

profissionais de saúde e gestores municipais.

Para o ano de 2017, o estado de Roraima notificou 6.545 casos febre de

chikungunyia que correspondeu 87,7% de todas as notificações do Estado. A Figura

55 apresenta a distribuição dos casos notificados, prováveis e confirmados de febre

de chikungunya até a SE 50.

Figura 55 - Distribuição dos casos notificados, prováveis e confirmados de Chikungunya, por SE, Roraima, 2017 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

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110

Quando analisado o coeficiente de incidência acumulada de casos prováveis

de febre de chikungunya no estado verifica-se maiores incidências para os

municípios de Boa Vista (1.136/100 mil habitantes) Rorainópolis (587/100 mil

habitantes), Uiramutã (362/100 mil habitantes), Mucajai (318/100 mil habitantes) e

bonfim (318/100 mil habitantes) (Figura 56).

Figura 56 - Coeficiente de incidência acumulada de casos prováveis de febre de chikungunya, Roraima, 2017 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Quando comparado os casos notificados de febre de chikungunya por

semana epidemiológica para os municípios de Boa Vista e o total do Estado no ano

de 2017 verifica-se a tendência paralela do município de Boa vista e o total das

notificações de febre de chikungunya para o estado de Roraima (Figura 57).

Figura 57 - Comparativo dos casos notificados de febre de chikungunya por semana epidemiológica para os municípios de Boa Vista e o total do Estado, 2017 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

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111 3.8.3 DOENÇA AGUDA PELO VÍRUS ZIKA

O vírus Zika (ZIKAV) é um flavivírus, da família flaviviridae, isolado pela

primeira vez em 1947, em macacos Rhesus, na Floresta de Zika na Uganda. A

primeira confirmação de infecção humana se remete a 1952, a partir de amostras de

soro humano do Leste da África, o ZIKAV é considerado endêmico no Leste e Oeste

do continente africano. Em 1954, foi isolado em humanos na Nigéria, e nos anos

seguintes foi confirmada sua circulação em diversos países do continente Africano,

Asiático, na Oceania e, recentemente, nas Américas. Nas Américas foi identificado

no início de 2014, na Ilha de Páscoa, Chile. Até o momento são conhecidas duas

linhagens do vírus Zika, uma africana e outra asiática.

O principal modo de transmissão do ZIKA é vetorial, envolvendo mosquitos

pertencentes ao gênero Aedes, incluindo oAe. aegypti, responsável também pela

transmissão da Dengue, Chikungunya e Febre Amarela. No entanto, ainda existe a

possibilidade de transmissão sexual, perinatal e ocupacional.

No Brasil, foi confirmada transmissão autóctone de doença aguda pelo vírus

Zika em abril de 2015. Em Roraima, o primeiro caso autóctone ocorreu em julho de

2015, no município de Boa Vista (BENEDETTI et al., 2016).

Entre os anos de 2015 e 2017 foram notificados um total de 1.238 casos de

febre por vírus Zika no estado de Roraima. Quando avaliado o percentual de casos

para os principais polos notificadores do estado destacaram-se os municípios de

Boa vista 812 (65,5%), Mucajaí 185 (14,9%) São Luiz (4,2%) e Rorainópolis 35

(2,8%). Os demais municípios somam em conjunto 12,4% dos casos notificados

(Figura 58).

Figura 58 - Casos notificados de febre por virusZika, Roraima, 2015 e 2017 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

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112

Para o ano de 2017, o estado de Roraima notificou 852 casos de febre por

vírus Zika. Destes, 09 foram confirmados por critério laboratorial e 189 por critério

clínico-epidemiológico. A Figura 59 apresenta a distribuição dos casos notificados,

prováveis e confirmados de febre por vírus Zika até a SE 50.

Figura 59 - Distribuição dos casos notificados, prováveis e confirmados de febre por vírus Zika, por SE, Roraima, 2017 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Quando analisado o coeficiente de incidência acumulada de casos prováveis

de febre por Zika vírus no estado verifica-se maiores incidências para os municípios

de Bonfim (76/100 mil habitantes),Boa Vista (60,4/100 mil habitantes) Pacaraima

(49,4/100 mil habitantes), Amajarí (44,3/100 mil habitantes) (Figura 60).

Figura 60 - Coeficiente de incidência acumulada de casos prováveis de febre por Zika vírus, Roraima, 2017 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

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113 3.8.4 FEBRE AMARELA

A febre amarela é uma doença viral de grande importância na saúde pública

do País e de Roraima. Existem dois ciclos de transmissão do vírus da febre amarela:

um urbano, no qual o Aedes aegypti é o principal vetor; e outro silvestre, no qual

diferentes espécies de mosquitos (Haemagogus spp. e Sabethes spp.) atuam como

vetores e primatas não humanos participam como hospedeiros (RORAIMA, 2016c).

Apesar do último caso de febre amarela urbana (FAU) datar de 1942, a febre

amarela silvestre (FAS) apresenta periodicamente episódios de surtos, na área

endêmica enzoótica que compreende as regiões norte e parte do centro-oeste e

nordeste (RORAIMA, 2000; 2016c).

Roraima, no ano de 1998 viveu um surto de FAS com a confirmação de sete

casos, destes 71,4% em indígenas brasileiros e 42,8% em indígenas da Guiana

Inglesa, cinco casos em Alto Alegre, um em Iracema e um em Mucajaí. A letalidade

foi de 57,1%. É importante salientar o risco de reurbanização da febre amarela no

Brasil, através de Roraima nesse período, tendo em vista a alta infestação predial

por Aedes aegypti na capital Boa Vista.Após a notificação do primeiro caso, o

Programa Estadual de Imunização, realizou uma intensa campanha de imunização,

buscando atingir 100% da população. Foram aplicadas 47.735 doses de vacina

contra febre amarela (RORAIMA, 2000).

Figura 61 - Ocorrência de Casos de Febre Amarela Silvestre por Área Geográfica e períodos,1996 a 1999 Fonte: Ministério da Saúde/FUNASA/CENEPI, Apud, RORAIMA, 2000.

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114

Em 1999, ocorreram três casos de FAS, em dois indígenas da Guiana Inglesa

e um indígena brasileiro, todos do sexo masculino, não imunizados, que contrariam

a doença na área rural dos municípios do Cantá e Uiramutã. A letalidade foi de

66,7% (RORAIMA, 2000).

No período de 2000 a 2013 foram confirmados dois casos de FAS, um em

2001 no município de Boa Vista que não confirmou a doença e um em 2007 no

município de Caroebe que teve o resultado positivo (RORAIMA, 2013).

Em 2014, um caso de febre amarela foi notificado, entretanto sem

confirmação. No mesmo ano, foram aplicadas 9.209 doses de vacina de febre

amarela e apenas os municípios de Caroebe, Mucajaí, Rorainópolis e São João da

Baliza atingiram a meta de cobertura vacinal, e a cobertura vacinal em crianças

menores de 1 ano foi de 86,89%, não atingindo a meta (100%) (RORAIMA, 2014).

Em 2015, dois casos de febre amarela foram notificados, entretanto ambos

foram descartados. No mesmo ano, foram aplicadas 57.725 doses de vacina de

febre amarela e a cobertura vacinal em crianças menores de 1 ano foi de 71,28%,

não tendo sido atingida a meta (100%) (RORAIMA, 2015).

No Brasil casos humanos e epizootias em primatas não humanos (PNH)

foram recentemente registrados em uma ampla área do território nacional.

Inicialmente, entre 2014/2015, a transmissão se deu na região Norte, com posterior

expansão no sentido leste e sul do país, onde afetou prioritariamente a região

Centro Oeste entre 2015/2016. Mais recentemente, entre 2016/2017, foi registrado o

surto mais expressivo no Brasil, que afetou principalmente os estados da região

Sudeste, quando foram registrados 779 casos humanos e 262 óbitos, além de 1.659

epizootias por FA no Brasil.

Em 2016, no Estado de Roraima houve apenas um caso de febre amarela

notificada que foi descartado na investigação. Neste mesmo ano, foram aplicadas

8.991 doses de vacina de febre amarela em menores de 1 ano, e a cobertura vacinal

nessa faixa etária foi de 80,99% (RORAIMA, 2016c).

Para o período de monitoramento 2017, o estado de Roraima teve cinco

epizootias notificadas, sendo uma descartada, três indeterminadas e uma ainda se

encontra em investigação. Nenhuma notificação da doença em humanos em 2017.

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115 3.9 NÚCLEO DE CONTROLE DE ZOONOSES

Gilzônia veloso da Costa

O Núcleo de Controle de Zoonoses tem o papel de assessorar os municípios

e desenvolver as ações de prevenção, detecção e controle dos agravos relevantes.

Assim como, realizar treinamentos e distribuição de medicamentos para

leishmaniose (glucantime®, pentamidinas, anfotericinas), vacina e soro antirrábico e

soros antivenenos para todos os municípios. O Núcleo de Controle de Zoonoses é

responsável pelos seguintes programas: Raiva, Leptospirose, Hantavirose,

Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), Leishmaniose Visceral (LV), Acidentes

por Animais Peçonhentos, Doença de Chagas e Febre Maculosa.

O estado de Roraima vive um período atípico com a presença de inúmeros

imigrantes advindo do País vizinho (Venezuela), com isso sobrecarregando a saúde

do Estado. Mas especificamente, não se tem notado algo diferente quanto aos

números de notificação dos agravos correspondentes ao Núcleo de Controle das

Zoonoses como nos mostra o quadro abaixo. O estado sempre recebeu pacientes

venezuelanos com Leishmaniose Tegumentar para receber tratamento no Brasil,

principalmente em Pacaraima, e agora com o agravamento da crise na Venezuela

esses números tendem a aumentar.

Tabela 44 - Freqüência por ano de agravos notificados confirmados AGRAVOS NOTIFICADOS 2012 2013 2014 2015 2016 2017

B.57.1 DOENCA DE CHAGAS AGUDA 3 1 1 2 - -

A.77.9 FEBRE MACULOSA / RICKETTSIOSES - - - - - -

A.98.8 HANTAVIROSE - - - - - - B.55.1 LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA 559 667 548 622 192 309

B.55.0 LEISHMANIOSE VISCERAL 11 21 21 21 42 36

A.27.9 LEPTOSPIROSE 03 05 04 01 - 2

A.82.9 RAIVA HUMANA - - - - 1 -

W.64 ATENDIMENTO ANTI-RABICO 2252 2089 1708 2166 3411 4216

X.29 ACIDENTE POR ANIMAIS PECONHENTOS 686 646 649 578 557 853 FONTE: Tabwin/SINAN/DEPID.

Raiva Humana, Leptospirose, Hantavirose, Leishmaniose Visceral (LV),

Doença de Chagas e Febre Maculosa são doenças de notificação obrigatória ainda

na suspeita, portanto, notificações não significam efetivamente casos confirmados,

porém, necessitam de investigação antes da confirmação por critério clínico e

laboratorial. Agravos agudos como acidente rábico e acidente por animais

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116 peçonhentos não entram neste critério, assim como Leishmaniose Tegumentar

Americana doença notificada apenas quando confirmada.

Em 2017, ocorreram 853 acidentes com animais peçonhentos. Dentre os

casos ocorridos, a maioria ocorreu com homens, na faixa etária de 20 a 34 anos, ou

seja, na faixa etária produtiva e os acidentes estavam relacionados ao contato com

serpentes do gênero botrópico. A distribuição geográfica do agravo é maior nas

áreas indígena, em função da relação mais estreita dos indígenas com os animais.

Quanto aos atendimentos antirrábicos, foram notificados 4.216 (Tabela 45),

provavelmente, isso se deve ao fato de que correra um caso positivo de Raiva

Humana no ano de 2016, e fizera com que as pessoas procurassem o atendimento

pós-acidente com mais frequência.

Observa-se que houve uma diminuição, embora estatisticamente

insignificante de casos de Leishmaniose Visceral em 2017 sob o ano anterior, temos

a explicação de que se devem as intensificações de ações de prevenção nas áreas

indígenas, como a eutanásia de alguns cães infectados nas áreas.

Tabela 45 - Número de atendimentos antirrábicos por município MUNICÍPIO 2016 2017

Alto Alegre 66 153 Amajarí 22 49 Boa Vista 2.834 3.392 Bonfim 42 48 Cantá 2 11 Caracaraí 87 125 Caroebe 27 20 Iracema 15 14 Mucajaí 148 194 Normandia 30 37 Pacaraima 28 45 Rorainópolis 91 93 São João da Baliza 1 10 São Luiz 6 11 Uiramutã 12 14 TOTAL 3.411 4.216

FONTE: Tabwin/SINAN/DEPID

Não houve confirmação de casos dos respectivos agravos: Doenças de

Chagas Aguda, Febre Maculosa, Hantavirose e Leptospirose e Raiva humana.

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117 3.9.1 PROGRAMA DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS

Tabela 46 - Notificações e ocorrências de acidentes por animais peçonhentos por município Roraima – 2016 e 2017

2016 2017

MUNICÍPIOS NOTIFICAÇÃO OCORRÊNCIA NOTIFICAÇÃO OCORRÊNCIA Alto Alegre 71 71 175 182 Amajarí 28 27 75 83 Boa Vista 269 262 403 249 Bonfim 10 9 38 65 Cantá 0 0 02 38 Caracaraí 13 12 16 17 Caroebe 10 10 14 15 Iracema 5 5 16 16 Mucajaí 42 42 51 62 Normandia 6 6 07 11 Pacaraima 15 13 42 47 Rorainópolis 14 14 43 44 São João da Baliza 10 10 08 08 São Luiz do Anauá 6 6 10 10 Uiramutã 31 30 29 64

Fonte: TabWin.

Neste quadro observamos que as notificações nem sempre são feitas no local

de ocorrência do acidente.

Tabela 47 - Acidentes com animais peçonhentos, conforme tipo de acidente Roraima – 2016 e 2017 TIPO DE ACIDENTE 2016 2016 Ign/Branco 08 10 Serpente 29 478 Aranha 95 62 Escorpião 11 141 Lagarta 78 30 Abelha 24 173 Outros 542 35 Total 305 929

Fonte: TabWin.

Esta Tabela nos mostra a incidência dos animais causadores pelos acidentes.

O gênero de serpente que mais causam acidente em nosso estado é o

botrópico.

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118 Tabela 48 - Acidentes com animais peçonhentos, conforme gênero de serpente em Roraima – 2016 e 2017

SERPENTE 2016 2017 Ign/Branco 8 484 Botrópico 305 354 Crotálico 29 66 Elapídico 95 2 Laquético 11 14 Não Peçonhenta 78 9 Total 24 929

Fonte: TabWin.

A Tabela 49 nos mostra que o sexo masculino é mais afetado por estes

acidentes, em sua maioria na faixa etária compreendida entre 20 a 49 anos.

Tabela 49 - Acidentes com animais peçonhentos, conforme sexo e faixa etária em Roraima – 2016 e 2017

ANO 2016 2017 FX ETÁRIA SINAN MASCULINO FEMININO MASCULINO FEMININO

< 1 ano 12 6 10 10 1 a 4 15 13 32 24 5 a 9 33 25 50 36 10 a 14 45 27 56 25 15 a 19 47 23 91 39 20 a 34 98 43 176 83 35 a 49 83 31 92 64 50 a 64 32 9 65 33 65 a 79 10 3 25 14 80 e + 1 0 2 2 Total 376 180 599 330

Fonte: TabWin.

Em 2016 foram notificados 550 casos de acidentes por animais

peçonhentos, enquanto 2017 ocorreram 929 notificações. O perfil dos acidentados,

comparando 2017 com o ano anterior, são definidos pela maior ocorrência entre

homens, na faixa etária de 20 a 49 anos nos dois períodos citados.

Dentre os acidentes ocorridos a maioria é por serpente, do gênero Bothrops

(jararacas), tanto em 2016 quanto 2017. No ano de 2016 foi notificado 4 óbitos, em

quanto que, em 2017 foram notificado 7 óbitos, todos ocorridos por picada de

serpente.

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119 Tabela 50 - Acidentes com animais peçonhentos, conforme evolução do caso em Roraima – 2016 e 2017

EVOLUÇÃO 2016 2017 Ign/Branco 65 142 Cura 480 780 Óbito 4 7 Óbito por outra causa 0 0 Total 550 929

Fonte: TabWin.

3.9.2 PROGRAMA DE CONTROLE DAS LEISHMANIOSES

Letícia Godinho Pezenti

3.9.2.1 LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA

No ano de 2016 foi notificado, segundo município de infecção, 192 casos de

Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), enquanto em 2017 foram notificados

309 casos (Tabela 51).

Tabela 51 - Número de casos de LTA por município de notificação no ano de 2016 e 2017

Fonte: NCZ – Núcleo de Controle de Zoonoses - SINAN / Tabwin – 22/02/2018.

Os municípios de Pacaraima e Boa Vista, no ano de 2016, foram os

municípios com maior número de casos, 65 e 53 respectivamente, assim como em

2017. Boa Vista e Pacaraima apresentaram em 2017, 118 e 117 casos da doença

respectivamente. O número de casos em Pacaraima ultrapassou os municípios do

sul do Estado como Caroebe e Rorainópolis historicamente com grande número de

MUNICÍPIO DE INFECÇÃO 2016 2017

Alto Alegre 5 3 Amajarí 4 5 Boa Vista 65 118 Bonfim 9 9 Cantá 11 5 Caracaraí 3 4 Caroebe 14 22 Iracema 1 5 Mucajaí 0 6 Normandia 0 0 Pacaraima 53 117 Rorainópolis 12 5 São João da Baliza 1 5 São Luiz 0 0 Uiramutã 14 5 Total 192 309

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120 casos de LTA. Por um lado, pela diminuição da extração de madeira e dos

assentamentos e a derrubada de matas para construção de vicinais, e por outro,

pelo aumento de casos em Pacaraima causada pela migração venezuelana. É

importante ressaltar que Boa Vista não apresenta casos autóctones, os dados

representam que muitos pacientes do interior que realizam o tratamento na capital

apesar do tratamento estão disponibilizados em todos os municípios.

Figura 62 - Número de casos de LTA por faixa etária no ano de 2017 Fonte: NCZ – Núcleo de Controle de Zoonoses - SINAN / Tabwin – 22/02/2018.

De acordo com a Figura acima, a maior parte dos casos de LTA acometem

pessoas da faixa etária entre 15 e 49 anos, 55,72% de todos os casos notificados

em 2017. O sexo masculino é responsável por 77,3% das notificações.

Tabela 52 - Coeficiente geral de detecção de casos de LTA no ano de 2017 por município por 100.000 habitantes em RR

MUNICÍPIO DE INFECÇÃO

Nº. DE CASOS AUTÓCTONES LTA

POPULAÇÃO TOTAL MUNICÍPIO

COEFICIENTE DE DETECÇÃO/100.000 HAB.

Alto Alegre 2 14.562 13,73 Amajarí 5 7.980 62,66 Boa Vista 5 260.930 1,92 Bonfim 9 10.604 84,87 Cantá 4 11.638 34,37 Caracaraí 2 18.789 10,64 Caroebe 22 7.400 297,30 Iracema 4 6.118 65,38 Mucajaí 6 13.017 46,09 Normandia 0 7.403 0,00 Pacaraima 88 9.019 975,72 Rorainópolis 4 25.714 15,56 São J Baliza 5 5.945 84,10 São Luiz 0 5.922 0,00 Uiramutã 2 7.742 25,83 Total 158 412.780 38,28

Fonte: NCZ – Núcleo de Controle de Zoonoses - SINAN / Tabwin – 22/02/2018.

0

20

40

60

80

100

120

10-14 15-19 20-34 35-49 50-64 65-79

Nº d

e ca

sos

Faixa etária

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121

Em relação aos casos autóctones de LTA o Estado registrou, no ano de 2017,

a média de 38,28 casos autóctones por 100.000 habitantes. O município de

Pacaraima que registrou o coeficiente de 975,72 casos por 100.000 habitantes,

seguido de Caroebe com 297,30 casos (Tabela 52).

3.9.2.2 LEISHMANIOSE VISCERAL

Foram registrados 44 casos em 2016 e 37 casos em 2017. O número de

animais positivos aumentou nas áreas indígenas principalmente no município de

Uiramutã (Tabela 53). As ações profiláticas de borrifação das residências precisam

ser realizadas pelos DSEIs nas comunidades, assim como a eutanásia dos cães

positivos. Todos os casos humanos confirmados são de comunidades indígenas e

são notificados ou pelo Hospital Geral ou pelo Hospital da Criança já que as

comunidades não tem Unidade Notificadora. Ainda não foi registrado nenhum caso

autóctone de Leishmaniose Visceral no município de Boa Vista.

Todos os agravos relacionados ao Núcleo de Controle de Zoonoses possuem

como rotina ações de prevenção, controle e monitoramento do número de casos.

Desde o primeiro caso de Raiva Humana em 2016 tem se intensificado as

campanhas antirrábicas no estado, bem como o envio de amostras biológicas para

o laboratório referencia afim de prevenir e controlar a disseminação do vírus rábico

no Estado.

Tabela 53 - Número de casos confirmados de LV por município de notificação dos anos de 2016 e 2017

MUNICÍPIO 2016 2017 Alto Alegre 0 0 Amajari 0 0 Boa Vista 44 37 Bonfim 0 0 Cantá 0 0 Caracaraí 0 0 Caroebe 0 0 Iracema 0 0 Mucajaí 0 0 Normandia 0 1 Pacaraima 0 0 Rorainópolis 0 0 São João da Baliza 0 0 São Luiz 0 0 Uiramutã 0 0 Total 44 38

Fonte: NCZ – Núcleo de Controle de Zoonoses - SINAN / Tabwin – 22/02/2018.

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122 Considerações finais:

Em relação ao Programa de Acidentes com Animais Peçonhentos verificou-se

que houve um aumento no número de acidentes em relação a 2016. Todos os

municípios estão sensibilizados para notificar esses casos, porém há sempre uma

dificuldades por meios dos profissionais em relação ao preenchimento correto de

todos os campos da ficha de notificação, assim como maior sensibilidade por parte

dos médicos e enfermeiros em relação à identificação do animal peçonhento de

forma a se utilizar corretamente a medicação específica. A maior dificuldade é o

desabastecimento de soros antivenenos por parte do MS.

O programa de Leishmanioses (LTA e LV), devido à mudança no protocolo de

diagnóstico de Leishmaniose Visceral Canina, agora realizado por meio de teste

rápido (TR DPP), todos os municípios foram treinados para a utilização desta nova

metodologia.

O Núcleo tem monitorado constantemente a ocorrência de casos de LTA e

LV, por município de notificação, e realizado a distribuição de medicamento de

acordo com a necessidade de cada município. A distribuição do medicamento é

realizada por paciente, impedindo dessa forma a sub-notificação de LTA. Há sempre

uma orientação, por parte dessa coordenação, para que essa medicação seja

aplicada sempre na Unidade de Saúde em que foi feita a notificação e não seja

entregue ao paciente.

As dificuldades encontradas continuam sendo a rotatividade dos profissionais

da Unidade de Notificação dos Municípios, que compromete a qualidade das

notificações; a dificuldade em trabalhar com os Distritos de Saúde Indígena que

insistem em não notificar e não encerrar os casos em tempo oportuno,

comprometendo a meta Estadual.

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123

3.10 HANSENÍASE

Márcia Silva de Souza

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico

é o Mycobacterium leprae. A magnitude e o alto poder incapacitante mantêm a

doença como um problema de saúde pública. Em 2016, segundo a OMS, 143 países

reportaram 214.783 casos novos de hanseníase, o que representa uma taxa de

detecção de 2,9 casos por 100 mil habitantes. No Brasil, no mesmo ano, foram

notificados 25.218 casos novos, perfazendo uma taxa de detecção de 12,2/100 mil

hab. (Figura 63). Esses parâmetros classificam o país como de alta carga para a

doença, sendo o segundo com o maior número de casos novos registrados no

mundo.

A detecção de hanseníase em menores de 15 anos indica uma transmissão

ativa e recente da infecção na comunidade. Por isso, desde 2011, o MS, em

consonância com os objetivos da OMS, atua por meio do Plano Integrado de Ações

Estratégicas para Eliminação da Hanseníase. Esse tem o compromisso político de

enfrentamento dessa doença negligenciada em prol da sua eliminação como

problema de saúde pública, por meio do diagnóstico precoce e tratamento oportuno.

No período entre 2001 a 2017, a média da taxa de detecção de hanseníase

em menores de 15 anos no Brasil foi de 5,77 por 100 mil habitantes, considerada

muito alta. Entretanto, observa-se na Figura 64 que houve uma tendência

decrescente dessa taxa, sendo que, em 2017, a taxa de detecção foi de 3,68 por

100 mil habitantes, classificada como alta. Na Figura 64, é possível constatar a série

temporal da taxa de detecção de hanseníase em menores de 15 anos por região,

com tendência decrescente em todas elas.

Entre as doenças infecciosas, a hanseníase é considerada uma das principais

causas de incapacidades físicas, em razão do seu potencial de causar lesões

neurais. Esse alto potencial incapacitante está diretamente relacionado ao poder

imunogênico do Mycobacterium leprae. Entretanto, estima-se que 95% dos

indivíduos expostos ao bacilo são naturalmente resistentes à infecção. Nos 5%

susceptíveis, a doença pode se manifestar de diferentes formas, a depender de

fatores relacionados ao indivíduo, tais como sexo, idade e susceptibilidade genética,

ou às coletividades – por exemplo, condições socioeconômicas e geográficas.

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124

O Brasil está em consonância com as recomendações da Estratégia Global

para Hanseníase 2016-2020 da OMS, que tem como principal objetivo reduzir a

carga da doença. A estratégia pauta-se em três grandes pilares: o fortalecimento do

controle e da parceria governamental, o combate da hanseníase e suas

complicações, e o enfrentamento da discriminação com promoção da inclusão

social. Esses pilares abrangem a detecção precoce de casos, o tratamento imediato

com esquema de poliquimioterapia (PQT), o desenvolvimento de pesquisas básicas

e o enfrentamento do estigma, promovendo a mobilização e sensibilização junto à

comunidade.

Figura 63 - Taxa de Detecção geral de casos novos de Hanseníase,por Estado, Brasil 2016 e 2017

Apesar dos avanços na área da saúde a hanseníase é endêmica no país e

em Roraima apresenta um coeficiente de detecção decrescente de 2007 a 2017. Em

2007 a taxa de detecção foi de 56,1/100 mil habitantes e em 2017 foram

diagnosticados 131 casos novos, com coeficiente de detecção de 25,4/100 mil hab.

Em 2007, foram diagnosticados 222 casos novos de hanseníase, com um

coeficiente de detecção de 56,1/100 mil habitantes, e <15 de anos, 20 casos novos

confirmados. Em 2017, 131 casos novos foram confirmados de hanseníase, com um

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125 coeficiente de detecção de 25,4/100 mil, considerado alto. Em <15 de anos

houveram 21 casos confirmados com um coeficiente de detecção de 2,9.

Figura 64 - Taxa de detecção de casos de hanseníase em menores de 15 anos . Brasil e regiões, 2001 a 2017*

Em relação à efetividade da detecção precoce dos casos novos, que estima a

eficácia das atividades desenvolvidas para a detecção desses casos, tivemos uma

diminuição dessa efetividade em 2012, uma vez que em 2013 tivemos 4,07% dos

casos novos diagnosticados com grau II de incapacidade física, sendo considerado

um índice baixo, enquanto que em 2014 essa porcentagem foi de 8,54%, ou seja,

um índice médio, indicando que há falhas na detecção precoce desses casos

(Figura 66).

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

N° de casos 222 191 155 141 108 143 123 79 80 82 131Coeficiente de detecção 56,1 46,27 36,77 31,25 23,47 30,46 25,2 15,9 15,8 15,9 25,4

0

50

100

150

200

250

Taxa

(100

mil

hab.

)

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126

Figura 65 - Número de casos novos de Hanseníase e coeficiente de detecção por 100 mil hab./ Roraima, 2007 a 2017 Fonte:SESAU/SINAN-NET/NCH E IBGE - dados sujeitos a alteração.

No ano de 2017 tivemos 8,8% dos casos novos diagnosticados com grau II de

incapacidade física, indicando ainda um diagnóstico tardio.

Figura 66 - Proporção de casos com grau 2 de incapacidade física entre os casos novos detectados e avaliados no período de 2007 – 2017, Roraima Fonte:SESAU/SINAN-NET/NCH E IBGE -dados sujeitos a alteração.

A classificação operacional dos casos chama atenção pela predominância de

casos Multibacilar (MB) dos casos novos, sendo esta a forma transmissível da

doença e de maior gravidade, conforme demonstrado na Tabela 54.

Tabela 54 - Incidência de Hanseníase por Classificação Operacional CLASSIFICAÇÃO

POPULAÇÃO INCIDÊNCIA

PB* (%)

INCIDÊNCIA MB* (%) PB MB

2007 84 142 395.725 21,2 35,8 2008 69 123 412.783 16,7 29,8 2009 53 104 421.499 12,5 24,6 2010 57 85 451.227 12,6 18,8 2011 44 64 460.165 9,5 13,9 2012 50 94 469524 10,6 20 2013 44 85 488072 9 17,4 2014 30 53 496936 6 10,6 2015 14 66 505.665 2,7 13 2016 24 58 514.229 4,6 11,2 2017 29 102 522.636 5,5 19,5

Fonte:SESAU/SINAN-NET/NCH E IBGE -dados sujeitos a alteração. *100.000 hab

Entre 2007 a 2010 há uma heterogeneidade no indicador da proporção de

cura, uma vez que a porcentagem oscila entre 82% a 83%, sendo que o Parâmetro

11,71

7,85 7,74

12,06

9,26

3,5 4,07

8,54

12,5

6,2

8,8

0

2

4

6

8

10

12

14

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

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127 Nacional de referência para este indicador é alcançar ≥ 86% de proporção de cura

entre os casos novos diagnosticados, dado esse alcançado no ano de 2016 (Figura

67). Já em relação à proporção de abandono, essa oscilação se torna ainda maior,

sendo de 6,5% a 9% nos mesmos anos, caracterizando um aumento na proporção

de abandono, sendo que entendemos como bom, as porcentagens < 10%, regular

entre 10 a 25% e alto > 25% (Figura 67).

Figura 67 - Proporção de cura e abandono entre os casos novos de hanseníase dos anos de 2004 a 2017 Fonte:SESAU/SINAN-NET/NCH E IBGE - dados sujeitos a alteração.

Quando analisamos a proporção de contatos examinados entre os contatos

intradomiciliares registrados dos casos novos de Hanseníase, observamos que

ainda estamos longe de alcançar o esperado pelo Ministério da Saúde, uma vez que

nos anos avaliados o Estado não alcançou a meta prevista que é de ≥ 80% dos

contatos registrados, sendo examinados (Figura 68). Esse indicador visa

àinvestigação epidemiológica dos contatos intradomiciliares, principal grupo de risco,

tendo por finalidade a descoberta de casos entre aqueles que convivem ou

conviveram com o doente e suas possíveis fontes de infecção.

83 82,3 83,4 83 81,6 84 80 79 81,887

76

6,5 7,5 9 7 5,7 3,8 511,6

3,4 6,5 30

20

40

60

80

100

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017Cura Abandono

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128

Figura 68 - Proporção Contatos examinados entre os contatos intradomiciliares registrados de casos novos de Hanseníase Geral e em < 15 anos Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

Em menores de 15 anos, esse indicador se torna ainda mais importante, uma

vez que, normalmente onde há uma criança com Hanseníase, existe um adulto

transmitindo e a partir do momento que identificamos o transmissor e iniciamos com

o tratamento, quebramos a cadeia de transmissão da doença.

O coeficiente de prevalência de hanseníase no ano de 2017 foi de 4,6 casos

por 10 mil habitantes, o coeficiente de detecção foi de 24,3 casos em 100 mil

habitantes, considerado muito alto e o coeficiente de detecção em menores de 15

anos foi de 3,9 casos por 100 mil habitantes, considerado alto (Figura 69).

Figura 69 - Coeficiente de Prevalência Geral - 2017 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Considerações finais:

O núcleo de controle da hanseníase, no estado Roraima está trabalhando na

programação e execução da campanha de doenças em eliminação em todos os

municípios do estado, para que a população tenha acesso aos serviços de saúde e

não encontrem dificuldades para realização do diagnóstico, tratamento e prevenção

0

20

40

60

80

100

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

7063,5 64,3 65,8

56,664,3

44

58,7 57,4 6268

84,174,5

92,8

6468

87,5

51 56

100

76,9

64,6

Proporção de Contatos Examinados Geral (%) Proporção de Contatos Examinado ˂ 15 anos (%)

3,7

0,9

3,9

1,7 2,4

5,84,3

2,84,8

0,0 0,8

13,7

3,9 4,0

1,00,02,04,06,08,0

10,012,014,016,0

Coeficiente Prevalência

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129 da doença, realizando procedimentos de vigilância, para reduzir a transmissão da

doença. O que depende do grau de oferta e qualidade dos serviços prestados.

3.11 TUBERCULOSE

Ângela Maria Félix Alves Oliveira

Elba Urzedo de freitas Lamounier

Maria Goreth Souza Alves

A tuberculose segue como um grave problema de saúde pública no mundo.

A OMS, em parceria com o MS, por meio da Coordenação Geral do Programa

Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT), lançou em 2017, o Plano Nacional

pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública (Plano Nacional). O

plano apresenta como metas reduzir os coeficientes de incidência da doença para

menos de 10 casos e de mortalidade para menos de um óbito a cada 100 mil

habitantes até 2035.

O objetivo deste relatório é avaliação dos indicadores epidemiológicos e

operacionais da tuberculose em Roraima, para analise dos dados, foi utilizado a

base do sistema de informação de agravos de notificação (SINAN NET) e boletins

estatísticos encaminhado pelos municípios com dados importantes para

monitoramento das ações desenvolvidas para o controle da tuberculose no estado.

Os dados foram alocados em tabelas apresentado os indicadores mais importantes

referentes ao comportamento da doença no estado.

As metas do Estado são as mesmas preconizadas pelo Programa Nacional

do Controle da Tuberculose - PNCT/MS. Os dados deste relatório são parciais e

estão sujeitos as alterações.

Na análise dos resultados durante o ano de 2017 foram notificados 222

casos de tuberculose no Estado, sendo 197 (90%) casos residentes no estado, 07

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130 (3,2%) casos são residentes do Amazonas, 02 (1%) caso residente na Guiana e 13

casos (5,9%) da Venezuela.

Dos casos residentes em Roraima, notificados em 2017, 182 (92,3%) são

casos novos residentes em Roraima (indivíduos que nunca realizaram tratamento

para tuberculose e/ou iniciaram e abandonaram o tratamento com menos de 30

dias), 09 (9,6%) transferência (indivíduos residentes no estado que realizaram o

diagnóstico em outra UF e retornaram para o estado) 04 (2,0%) casos de recidiva

(casos que realizaram o tratamento, curaram e voltaram a adoecer), 01 (0,5%) caso

de reingresso após abandono (casos que iniciou o tratamento anteriormente

abandonou e voltou a adoecer) 01 (0,5%) caso de Pós Óbito (notificados após a

morte). O pós-óbito reflete falha na busca ativa de casos e um diagnóstico tardio.

Tabela 55 - Número de casos de tuberculose notificados por tipo de entrada e local de residência, Roraima, 2017

NÚMERO LOCAL DE RESIDÊNCIA

RORAIMA AMAZONAS GUIANA VENEZUELA TOTAL Casos Novos 182 07 01 10 200

Transferência 09 0 01 02 12

Reing. Após Abandono 01 0 0 0 01

Recidiva 04 0 0 01 05

Pós óbito 01 0 0 0 01

Total 197 07 02 13 219 Fonte: SINANNET/NCT/DVE/CGVS/SESAU-RR. Dados sujeitos a alterações

Em relação à avaliação dos casos suspeitos, cuja meta é examinar 100%

dos sintomáticos respiratórios (pessoas com tosse por 3 semanas ou mais), que

refere a 1% da população, apenas os municípios de Alto Alegre, Bonfim, Pacaraima

e Uiramutã atingiram a meta. Os demais municípios, não atingiram a meta.

Importante destacar que os casos suspeitos dos municípios que atingiram a meta,

foram examinados pelos Distritos Sanitários Indígenas (DSL e DSY).

Tabela 56 - Número de sintomáticos respiratórios examinados (incluindo áreas (indígenas) por município de residência e percentual em relação à meta em Roraima – 2017

MUNICÍPIOS META POR MUNICÍPIO 1 % POP

SINTOMÁTICOS RESPIRATÓRIOS EXAMINADOS % Examinados

DSL DSY NI TOTAL A. Alegre 160 0 188 0 188 117,5 Amajari 113 4 60 8 72 63,7 Boa Vista 3.264 17 0 3.207 3.224 98,8 Bonfim 118 307 0 0 307 260,2 Cantá 165 3 0 21 24 14,5

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131 Caracaraí 205 0 0 33 33 16,0 Caroebe 93 1 0 11 12 12,9 Iracema 105 0 0 6 6 5,7 Mucajaí 166 0 0 46 46 27,7 Normandia 103 48 0 3 51 49,5 Pacaraima 121 150 0 0 150 124,0 Rorainópolis 277 0 0 22 22 7,9 São J. Baliza 76 0 0 6 6 7,9 São Luiz 75 0 0 20 20 26,6 Uiramutã 96 176 0 0 176 183,3

TOTAL 5137 706 248 3.383 4.337 84,4 Fonte: SINAN NET/NCT/DVE/CGVS/SESAU-RR. Dados sujeitos a alteração

A baixa busca ativa dos sintomáticos respiratórios de forma continua nos

municípios de residência acarreta o aumento dos diagnósticos realizados no

município de Boa Vista, pela rede de média e alta complexidade, com aumento do

custo do tratamento, diagnóstico tardio, manutenção da cadeia de transmissão e

prejuízo social para o paciente. Necessitando de ações de vigilância de forma

continua para que a descoberta de casos seja nos municípios de residência e

realizadas precocemente para quebra da cadeia de transmissão da doença (Tabela

56).

A taxa de incidência de tuberculose estima-se o risco de um indivíduo vir a

desenvolver a tuberculose em qualquer uma de suas formas clinicas, em uma

determinada população, em intervalo de tempo determinado.

O país possui elevada variação entre as UF quanto ao risco de adoecimento

por tuberculose: As capitais com maior coeficiente de incidência da tuberculose, em

2017, foram Manaus (104,7/100 mil hab.), Rio de Janeiro (88,5 /100 mil hab.) e

Recife (85,5/100 mil hab.). A meta para eliminação da tuberculose como problema

de saúde pública no Brasil é de <10 casos para cada 100 mil hab.Em Roraima a

taxa de incidência em 2008 era de 32,9/100.000 hab. em 2017 foi de

34.8/100.000hab., incidência maior do que a nacional (33,5 casos/100mil hab.).

No Estado a incidência é bastante heterogenia, os municípios de Alto Alegre,

Bonfim e Normandia apresentam uma incidência maior que o Estado (Figura 70). Quando observamos esse mesmo indicador distribuído pela faixa etária, podemos

ver que a população que tem o maior risco de adoecimento em nosso estado é a

população acima de 65 anos (Figura 71).

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132

Figura 70 - Incidência de Tuberculose Todas as Formas. Roraima, 2017 Fonte: SINAN NET/NCT/DVE/CGVS/SESAU-RRe IBGE - Dados sujeitos a alteração. Casos Novos = Casos Novos + Não Sabe + Pós Óbito.

Quanto à distribuição da tuberculose em relação ao sexo,75,8% acometeram

o sexo masculino e 24,2% do sexo feminino. O que pode demonstra ser pela maior

exposição dos homens ao bacilo (fonte de infecção), devido ao trabalho e

vulnerabilidade social (drogas, álcool) (Figura 72). Em relação à faixa etária, o maior

número de casos foi entre a faixa de 15 a 44 anos, o que representa a maior força

produtiva, igual à média nacional. Porém vale ressaltar que quando avaliado o

maior risco de adoecimento encontra-se na faixa etária de 65 anos ou mais,com

uma taxa de incidência de 110,9/100.000hab (Figura 70).

Figura 71 - Número de Casos Novos de Tuberculose todas as formas, Residentes em Roraima 2017 Fonte: SINAN NET/NCT/DVE/CGVS/SESAU-RRe IBGE - Dados sujeitos a alteração. Casos Novos = Casos Novos + Não Sabe + Pós Óbito

105,8

26,539,5

50,6

18,19,7 10,7

18,8 18

38,624,7 25,2

13,10

10,3

0

20

40

60

80

100

120

0 a 14 anos 15 a 24 anos 25 a 34 anos 35 a 44 anos 45 a 54 anos 55 a 64 anos 65 e +

Nº C.N 10 40 42 29 21 19 21

Coef. Incid 6,3 37,3 46,1 42,1 43,4 62,3 110,9

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

Coef

icie

nte

de In

cidê

ncia

po

r (10

0.00

0 H

ab.)

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133

Observa-se na Tabela 57, referente ao número de casos novos

diagnosticados por município de residência, que somente os municípios de Alto

Alegre, Boa Vista, Bonfim, Iracema, Mucajaí, Pacaraima e São João, atingiram a

meta de diagnosticar 70,0% dos casos novos esperados em relação a meta

programada. Vale ressaltar que 95 (52,2%) dos casos novos foram diagnosticados

no Hospital Geral de Roraima, 15 (8,2%) na CASAI e 4 (2,2%) no Hospital da

Criança Santo Antônio. O MS espera que apenas 10% dos casos de tuberculose seja

diagnosticado na Rede hospitalar, que são os casos de difícil diagnóstico, porém os

resultados demonstram a baixa resolutividade nas ações da Atenção Básica para

diagnóstico precoce dos casos de tuberculose.

Figura 72 - Número de Casos Novos de Tuberculose por Sexo e Faixa Etária, Roraima, 2017 Fonte: SINAN NET/NCT/DVE/CGVS/SESAU-RRe IBGE - Dados sujeitos a alteração. Casos Novos = Casos Novos + Não Sabe + Pós Óbito

Em relação à forma clínica dos casos novos de tuberculose residentes no

Estado, 151 (83,0%) são pulmonares e 8(4,4%) pulmonar + extrapulmonar, desses

casos, 149 (93,7%) com confirmação bacteriológica, a forma mais infectante da

doença e 23 casos (12,6%) são extrapulmonares (Figura 73).

Tabela 57 - Números de Casos Novos de Tuberculose (incluindo áreas indígenas) por município de residência e percentual em relação à meta em Roraima, 2017

MUNICÍPIO CASOS NOVOS

ESPERADOS (META)

CASOS NOVOS NOTIFICADOS

INDÍGENA NÃO INDÍGENA TOTAL

% DE CASOS NOTIFICADOS EM

RELAÇÃO AO ESPERADO (META)

A. Alegre 9 12 5 17 189,0

5

9 810

4 4 45

3134

1917

1517

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 a 14 anos 15 a 24 anos 25 a 34 anos 35 a 44 anos 45 a 54 anos 55 a 64 anos 65 e +

Feminino Masculino

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134 Amajari 8 3 0 3 37,5 Boa Vista 103 7 122 129 125,2 Bonfim 7 5 1 6 85,7 Cantá 8 0 3 3 37,5 Caracaraí 9 0 2 2 22,2 Caroebe 2 1 0 1 50,0 Iracema 2 1 1 2 100,0 Mucajaí 3 0 3 3 100,0 Normandia 6 3 1 4 66,7 Pacaraima 4 2 1 3 75,0 Rorainópolis 12 0 7 7 58,3 São J. Baliza 1 0 1 1 100,0 São Luiz 1 0 0 0 0,0 Uiramutã 2 0 1 1 50,0

TOTAL 177 34 148 182 102,8 Fonte: SINAN NET/NCT/DVE/CGVS/SESAU-RR. Dados sujeitos a alteração. Casos Novos = Casos Novos + Não Sabe + Pós Óbito.

Figura 73 - Percentual de Casos Novos de Tuberculose por Forma Clinica, Roraima, 2017 Fonte: SINAN NET/NCT/DVE/CGVS/SESAU-RR e IBGE - Dados sujeitos a alteração. Casos Novos = Casos Novos + Não Sabe + Pós Óbito.

A tuberculose é a principal causa de morte, por doença infecciosa, em

pessoas vivendo com HIV/AIDS, e o uso da terapia antirretroviral (TARV) em

pacientes coinfectados reduz a mortalidade nesse grupo mais vulnerável. Pessoas

que convivem com o vírus do HIV, devem ser avaliadas e indicado o tratamento para

infecção latente da tuberculose (ILTB). Tendo assim a oportunidade de evitar o

desenvolvimento da doença. O MS recomenda que seja ofertado o teste HIV para

todos os casos de tuberculose e realizado o aconselhamento dos pacientes.

No Brasil, em 2017, 73,4% dos casos novos de tuberculose realizaram

testagem para o HIV. Essa testagem em todos os pacientes com tuberculose é uma

importante estratégia para identificação oportuna da coinfecção, o que pode

possibilitar a introdução precoce da TARV. Roraima, apresentou um bom

83

4,4 12,6

Pulmonar Ext. pulmonar Pulmonar+ extrapulmonar

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135 desempenho (89%) na realização do exame, a coinfecção TB/HIV no estado foi de

10,5%.

Na análise da Figura 74, observa-se que 7,3 % dos casos não realizaram o

teste HIV, 2,2 % não têm o registro do resultado do teste, 81,4% tiveram resultados

negativos, e 8,8% o resultado positivo em relação aos casos que receberam o

resultado de exame.

O MS/PNCT recomenda que 100% dos casos de tuberculose com

confirmação laboratorial, os casos de retratamento e as pessoas que apresentam

algum problema social, realizem o tratamento diretamente observado (TDO) e que

esta estratégia seja garantida pelas equipes de saúde dos municípios e que esteja

inserido nas atribuições das equipes de estratégia saúde da família (ESF).

Figura 74 - Número e Percentual de realização de testagem para HIV entre os casos novos de tuberculose. Roraima, 2017 Fonte: SINAN NET/NCT/DVE/CGVS/SESAU-RR e IBGE - Dados sujeitos a alteração. Casos Novos = Casos Novos + Não Sabe + Pós Óbito.

O TDO é um dos indicadores prioritário para aumentar a adesão ao

tratamento “cura” e reduzir o abandono que na maioria das vezes quando ocorrem é

em pessoas que apresentam alguma vulnerabilidade social ou econômica, convivem

com a dependência química (drogas e álcool, desagregação familiar, sem residência

fixa), agravos associados (diabetes, HIV/AIDS e doença mental) necessitando assim

de um acompanhamento mais humanizado, especializado e direto.

0

50

100

150

Positivo Negativo Em And. Não Real.Nº de CN residentes/RR % de CN residentes/RR

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136

Figura 75 - Percentual de casos novos de tuberculose todas as formas por tratamento supervisionado - Residentes em Roraima/2017 Fonte: SINAN NET/PCT/DVE/CGVS/SESAU/RR.Dados sujeito a alterações.

Em 2017, 75,3% dos casos estão registrados como TDO realizado e 8,8%

como tratamento auto administrado. Porém, durante o monitoramento observa-se

que a maioria dos casos não obedecem aos critérios estabelecidos pelo Programa

Nacional de Controle da Tuberculose, como a utilização da ficha de TDO e a

observação da tomada diária dos medicamentos para todos os casos (Figura 75). O MS preconizaa realização de cultura seguida do teste de sensibilidade

(TS), principalmente nos casos de retratamento (Figura 76). É válido destacar que o

TS deve ser realizado em todos os casos com cultura de escarro positiva, a fim de

que haja o diagnóstico precoce da tuberculose drogarresistente e posterior execução

de medidas pertinentes ao manejo clínico. Diante de todas as informações

repassadas e normas preconizadas,ainda existe casos sem a realização do exame.

Figura 76 - Proporção de realização de cultura de escarro entre os casos de retratamento de tuberculose - Roraima/ 2017 Fonte:SINAN NET/NCT/DVE/CGVS/SESAU-RR. Dados sujeito a alterações.

20

20

40

20

Positivo Negativo Não Realizado Em Andamento

75,3

8,815,9

TDO Realizado TDO Auto administrado Sem Informação

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137

O exame de contatos é uma estratégia que deve ser realizada de forma ativa

e contínua, e tem como objetivo identificar/descartar casos de tuberculose ativa e de

ILTB. Por meio dessa estratégia, é possível detectar precocemente os casos de

tuberculose e iniciar o tratamento oportunamente, visando à interrupção da cadeia

de transmissão da doença.

No Brasil, em 2017, 52,4% dos contatos dos casos novos de tuberculose

confirmados por critério laboratorial foram examinados. Em Roraima, esse indicador

alcançou 54,9%. Apenas os municípiosde Caroebe e Pacaraima atingiram a meta de

70% dos contatos examinados entre os casos novos de tuberculose com

confirmação laboratorial.

A identificação dos casos de ILTB e a adequada avaliação quanto à

indicação da profilaxia evitarão futuros casos de tuberculose. Em 2017, foram

indicados 37 tratamentos para ILTB. Isso significa que 37 pessoas podem deixar de

adoecer nos próximos anos, o que é extremante relevante para o controle da

tuberculose no Estado (Tabela 58). Tabela 58 - Número e percentual de contatos examinados por município de residência, Roraima, 2017

MUNICÍPIO REGISTRADOS CONTATOS EXAMINADOS

EXAMINADOS % EXAMINADO EM RELAÇÃO AO REGISTRADO

Alto Alegre 54 17 31,5 Amajarí 6 1 16,7 Boa vista 431 260 60,3 Bonfim 17 4 23,5 Cantá 6 3 50,0 Caracaraí 5 0 0,0 Caroebe 1 1 100,0 Iracema 1 0 0,0 Mucajaí 6 3 50,0 Normandia 9 2 22,2 Pacaraima 5 9 180,0 Rorainópolis 23 10 43,5 São J. Baliza 1 0 0,0 São Luiz 0 0 0,0 Uiramutã 0 0 0,0

TOTAL 565 310 54,9 Fonte:SINAN NET/NCT/DVE/CGVS/SESAU-RR. Dados sujeito a alterações.

Em relação à avaliação da cura, a meta pactuada é de curar 85,0%, dos

casos novos com confirmação laboratorial. Em 2016, 75,8% dos casos novos de

tuberculose pulmonar com confirmação laboratorial evoluíram para a cura (Tabela

59), isso representa a cura de pessoas com tuberculose e o não abandono do

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138 tratamento contribuem para a interrupção da cadeia de transmissão. Os municípios

de Amajarí, Mucajaí, Normandia e Uiramutã atingiram a meta (cura 85%).

Por sua vez, percebe-se que a proporção de abandono do tratamento de

tuberculose no mesmo período foi (4,2%), ficando dentro do esperado pelo

Ministério da saúde (<5%).

Vale ressaltar que no período avaliado ainda temos 4 casos sem informação

de encerramento no SINAN.

Tabela 59 - Cura, Abandono, Óbito e transferênciade casos novos de tuberculose pulmonar com confirmação laboratorial, Residentes em Roraima, 2016

COORTE cura abandono óbito por

outras causas

óbito por tuberculose transferência total

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Alto Alegre 5 83,3 0 - 1 16,7 0 - 0 - 6 Amajari 1 100,0 0 - 0 - 0 - 0 - 1 Boa Vista 52 78,0 4 6,0 6 9,0 02 3,0 02 1,4 67 Bonfim 2 66,6 0 - 1 33,3 0 - 0 - 3 Cantá 2 66,6 0 - 0 - 0 - 1 33,3 3 Caracarai 3 50,0 0 - 1 16,7 0 - 1 16,7 6 Caroebe 0 0 0 - 0 - 0 - 0 - 0 Iracema 0 0 0 - 0 - 0 - 0 - 0 Mucajai 2 100,0 0 - 0 - 0 - 0 - 2 Normandia 2 100,0 0 - 0 - 0 - 0 - 2 Pacaraima 0 0 0 - 0 - 0 - 0 - 0 Rorainopolis 2 66,6 0 - 0 - 0 - 0 - 3 São João 0 0 0 - 0 - 0 - 0 - 1 São Luiz 0 0 0 - 0 - 0 - 0 - 0 Uiramutã 1 100,0 0 - 0 - 0 - 0 - 1 Estado 72 75,8 4 4,2 9 9,5 02 2,1 04 4,2 65

Fonte:SINAN NET/NCT/DVE/CGVS/SESAU-RR. Dados sujeito a alterações. *Foram considerados casos com confirmação laboratorial os que apresentaram resultado positivo na baciloscopia e/ou no teste rápido molecular para tuberculose e/ou exame de cultura positiva.Os casos que apresentaram situação de encerramento registrado como mudança de diagnóstico foram excluídos da análise. *Para o cálculo das proporções de cura e de abandono de tratamento, foram excluídas as situações de encerramento – falência, mudança de esquema e TBDR.

A OMS alerta que a tuberculose resistente aos principais medicamentos de

tratamento se tornou uma ameaça no mundo.Nos últimos anos, no país, quase duas

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139 mil pessoas desenvolveram tuberculose resistente às principais drogas de

tratamento.

Os pacientes que são diagnosticados com alguma resistência aos

medicamentos, são notificados no Sistema de Informação de Tratamentos Especiais

da Tuberculose (SITE-TB), que é a principal ferramenta da vigilância de casos de

tuberculose que necessitam de tratamentos especiais no Brasil, nesse sistema são

notificados os seguintes padrões de resistência: monorresistência, resistência à

rifampicina pelo teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB), polirresistência,

multirresistência e resistência extensiva aos medicamentos, também são notificados

os casos de micobactéria não tuberculose (MNT) e outros tratamentos especiais.

Em Roraima, o SITE-TB, está implantado no ambulatório de Referência

Terciária da Tuberculose na Clínica de Especialidades Médicas Coronel Mota.

Em 2017, foram notificados no (SITE-TB), dois casos, sendo um caso de

drogaressistente e um caso de MNT. Dos casos notificados um caso abandonou e

outro continua em tratando.

Considerações finais:

O PNCT, é descentralizado e hierarquizado nos três níveis de Governo, com

atribuições e responsabilidades especificas. Tem como objetivo principal a redução

da morbidade e mortalidade da doença no mundo e conta com parceria da OMS e

OPAS, onde juntos estabelecem as normas e diretrizes para controle da doença.

O núcleo de controle da tuberculose, no estado Roraima está sempre

trabalhando para que a população tenha acesso aos serviços de saúde e não

encontrem dificuldades para realização do diagnóstico, tratamento e prevenção da

doença, realizando procedimentos de vigilância, para reduzir a transmissão da

doença. O que depende do grau de oferta e qualidade dos serviços prestados.

O Estado apresentou avanços em alguns indicadores como: detecção de

casos novos esperados, superior a 70%, o esperado pelo Ministério da Saúde e 89%

de realização do teste anti-HIV, porém o diagnóstico de mais50,0% dos casos de

tuberculose, são realizados na rede Hospitalar,o que demonstra a fragilidade da

atenção básica em detectar os casos até mesmo os de diagnóstico simples, através

da baciloscopia de escarro.

É necessário priorizar a avaliação dos contatos e o tratamento correto com

realização do TDO para todos os casos de tuberculose, buscando estratégias para

superar os desafio e obstáculos encontrados, para evitar o desenvolvimento de

bacilos resistentes.

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140

O número de abandono ficou dento do esperado pelo MS (<5), porem o

numero do abandono de tratamento ocorrido no município de Boa Vista como pode

ser observado na tabela 5, demonstra a necessidade de reforçar o tratamento

diretamente observado pelas equipes de saúde, visto ter um número muito pequeno

de casos de tuberculose para serem acompanhados durante o ano e uma boa

cobertura de ESF.

Por fim, existe a necessidade de melhorar o acesso e a resolutividade e

priorizar a tuberculose na gestão municipal, pois somente o diagnóstico com

tratamento imediato dos casos de forma correta e a investigação dos casos

suspeitos poderão representar o aumento do diagnóstico precoce e quebra da

cadeia de transmissão da doença e reduzir os óbitos.

3.12 TRACOMA

Danúbia Rodrigues Basílio

O tracoma é reconhecido milenarmente como uma importante causa de

cegueira. Referências de ocorrência de casos foram encontradas desde os primeiros

registros humanos, em diferentes civilizações e momentos históricos como na China

(século XXVII a.C.), Suméria (século XXI a.C.), Egito (século XIX a.C.), Grécia

(século V a.C.) e Roma (século I a.C.). O tracoma não existia entre as populações

nativas do Continente Americano. No Brasil, a porta de entrada do tracoma foi a

região nordeste, onde relata-se ter sido introduzido a partir da deportação de

ciganos, expulsos de Portugal no século XVIII. Outros dois “focos” teriam contribuído

decisivamente para a disseminação do tracoma nos país: os “focos de São Paulo e

do Rio Grande do Sul”, que teriam se iniciado com a intensificação da imigração

européia para esses dois estados, a partir da segunda metade do século XIX. Com a

expansão da fronteira agrícola, em direção ao oeste, o tracoma foi se disseminando

e tornou-se endêmico em praticamente todo o Brasil, sendo encontrado em locais de

maior pobreza do território nacional (BRASIL, 2014d).

No decorrer do século XX, com a melhoria das condições de vida,

consequente à industrialização e ao desenvolvimento social e econômico,

desapareceu da Europa, América do Norte e Japão. No entanto, o tracoma continua

a ser um importante problema de saúde pública, enquanto causa de morbidade,

deficiência visual e cegueira, em grande parte dos países em desenvolvimento,

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141 principalmente na África, Oriente Médio, Subcontinente Indiano e Sudoeste da Ásia

e em menores proporções, na América Latina e Oceania.

O tracoma compõe o grupo de doenças relacionadas a pobreza que ocorrem

com grande carga nas populações mais vulneráveis, em termos de desigualdades

sociais e que persistem, apesar de instrumentos e ferramentas disponíveis para o

seu controle.

A OMS preconiza a eliminação do tracoma como causa de cegueira no

mundo. Para atender ao compromisso de eliminação da doença e fundamental a

adoção de praticas de vigilância e controle que ampliem o conhecimento de situação

epidemiológica dirigidas as populações mais vulneráveis, para a identificação de

espaços geográficos de maior risco, promover um maior acesso ao diagnóstico, ao

tratamento e as ações educativas para a prevenção (BRASIL, 2014d).

Em 2008, em Genebra, na reunião da Aliança Global da OMS para

Eliminação do Tracoma como Causa de Cegueira foi recomendo medidas para a

eliminação do tracoma como causa de cegueira até o ano 2020. Para alcançar este

objetivo, preconiza-se a utilização da estratégia, sob o acrônimo em inglês SAFE, que significa S – cirurgia (do inglês surgery) dos casos de triquíase tracomatosa

(TT), A – antibioticoterapia dos casos de tracoma inflamatório, F – educação em

saúde e cuidados corporais/higiene facial (do inglês, face washing) e E– melhoria de

acesso ao saneamento e disponibilidade de água (do inglês, environment health,

ambiente) (BRASIL, 2014d).

Figura 77 - Percentual de positividade do tracoma. Inquérito de tracoma em escolares. Brasil, 2002-2008

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142

Dados do último inquérito de prevalência da doença em escolares, realizado

entre 2002 e 2008 em 27 estados do Brasil, em 1.514 municípios amostrados (com

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDH-M - menos que a média

nacional), mostraram que o tracoma, em sua forma transmissível, apresenta

prevalência em torno de 5%. Em 37,6% dos municípios amostrados foram

encontrados coeficientes acima de 5%, o que é considerado pela OMS como

parâmetro indicativo de que a doença não atingiu as metas de eliminação enquanto

causa de cegueira (BRASIL, 2014d).

O Governo brasileiro se propôs a realizar a tarefa até o ano de 2020, e entre

as estratégias estão: (1) a realização de busca ativa de casos de tracoma em 10%

da população de escolares da rede pública do 1° ao 5° ano do ensino fundamental

dos municípios prioritários integrantes da região, (2) realizar tratamento dos casos

positivos de tracoma inflamatório (TF e/ou TI) e de seus contatos, (3) busca ativa

dos casos de Triquíase Tracomatosa (TT) na população maior de 14 anos, (4) e

encaminhamento dos casos de TT para a realização de cirurgia (BRASIL, 2014d).

Os indicadores epidemiológicos para obtenção da certificação de eliminação

do tracoma como causa de cegueira junto a OMS são: menos de um caso de

Triquíase Tracomatosa (TT) por 1000 habitantes; e menos de 5% de Tracoma

Inflamatório (TF e/ou TI) em crianças menores de 10 anos de idade em todos os

municípios (BRASIL, 2014d).

Figura 78 - Número de examinados, casos positivos e percentual de positividade de tracoma. Brasil, 2008 - 2015 Fonte: CGHDE/DEVIT/SVS/MS.

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143 Entre 2008 e 2015 foram examinados 3.185.662 pessoas e detectados

128.233 casos de tracoma, com um percentual médio de positividade de 4,1%

(RORAIMA, 2015).

O tracoma apesar de não ser uma doença de notificação compulsória é uma

doença de interesse para a saúde pública por apresentar alta prevalência e causar

deficiência visual e cegueira em grande parte dos países subdesenvolvidos.

O Programa de Controle do Tracoma foi implantado em Roraima no final de

2001, e as primeiras ações de estruturação e pesquisas começaram em 2002 com a

realização do inquérito em escolares de Boa Vista. Foram examinados 1.028

escolares e diagnosticados 81 casos de tracoma inflamatório (TF e/ou TI) com a

prevalência de 7,87% (RORAIMA, 2014).

Figura 79 - Prevalência de tracoma por município – Inquérito nacional de prevalência - Roraima, 2003. Fonte: BRASIL, 2007.

Em 2003 o inquérito em escolares foi realizado em parceria com o MS e

Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) nos municípios de Alto Alegre (17 casos),

Amajarí (5), Bonfim (56), Cantá (35), Caracaraí (28), Caroebe (11), Iracema (26),

Mucajaí (18), Normandia (11), Pacaraima (3), Rorainópolis (39), São João da Baliza

(21), São Luiz (11) e Uiramutã (8), correspondendo 93,3% (14/15) dos municípios,

incluindo escolas indígenas, e revelaram taxas de prevalência média no estado de

4,34% (289 diagnósticos/6.650 examinados) com taxas de detecção variando de

1,12% a 12,7%. Os municípios de Bonfim e São João da Baliza apresentaram as

maiores taxas de detecção (BRASIL, 2007).

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144

Nos anos de 2007 e 2010 o inquérito ocorreu somente em Boa Vista e a

prevalência foi de 11,9% (268/2.252) em 2007 e 9,24% (264/2.856) em 2010

(RORAIMA, 2014).

Tabela 60 - Número de pessoas examinadas, número de casos positivos e proporção de casos positivos de tracoma entre os examinados - Roraima, 2003 a 2017

Indicadores 2003 2007 2008

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Pessoas examinadas (N)

6.650 2.252 598 1.367 2.856 3.829 1.037 6.045 5.941 7.152 7.277 2.810

Casos positivos (N)

289 268 212 523 264 1.191 259 661 1.010 638 925 940

Proporção de casos positivos (%)

4,34 11,90 35,45 38,25 9,24 31,10 24,97 10,9 17,0 8,9 12,7 33,4

Fonte: SINAN 2017. Relatório anual de Epidemiologia 2013, 2014, 2015 e 2016.

Em 2008 e 2009 ocorreram inquéritos nos municípios de Boa Vista (52 e 365

casos), Cantá (15 e 11), Caroebe (99 e 4), Pacaraima (23 e 72) e Uiramutã (23 e

71), correspondendo a 33,3% (5/15) dos municípios e a prevalência foi de 35,45%

(212/598) em 2008 e 38,25% (523/1.367) em 2009 (RORAIMA, 2014).

Em 2011 os inquéritos foram realizados em Boa Vista (202), Mucajaí (16),

Normandia (3), Pacaraima (9) e Uiramutã (961), 33,3% (5/15) dos municípios e a

prevalência encontrada de 30,4% (1.164/3.829) (RORAIMA, 2014).

Em 2012 ocorreram inquéritos nos municípios de Boa Vista (239), Cantá (6),

Caroebe (2), São Luiz (8) e Uiramutã (4) e corresponderam 33,3% (5/15) dos

municípios e a prevalência de 24,97% (259/1.037) (RORAIMA, 2014).

Em 2013, foram notificados 18.321 casos de tracoma no Brasil. Em

rastreamentos realizados em localidades de maior risco, o percentual de positividade

para o País foi de 4,2%. As UF com maiores proporções foram Goiás (11,2%),

Roraima (10,9%) e Sergipe (9,6%) (BRASIL, 2013). Neste ano, Roraima examinou

6.045 pessoas para tracoma nos municípios de Boa Vista (606), Bonfim (40) e

Uiramutã (15) totalizando 661 casos de tracoma e prevalência de 10,92%

(RORAIMA, 2014).

No ano de 2014 ocorreram inquéritos em 33,3% (5/15) dos municípios. Boa

Vista registrou 410 casos de tracoma, Pacaraima 408, Uiramutã 118, Amajarí 67 e

Alto Alegre 7 casos. A prevalência foi de 17,00% (1.010/5.941) (RORAIMA, 2015).

Em 2015 houve inquérito/campanha do tracoma em sete (46,66%) municípios

do Estado de Roraima e foram examinadas 7.152 pessoas (incluídos inquéritos

realizados nos DSEIs Leste e Yanomami) (RORAIMA, 2015).

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145

Em 2016, houve no Estado de Roraima inquérito/campanha em dez

municípios, representando 66,67% (10/15), um aumento de 20% no número de

municípios que realizaram a campanha/inquérito. Foram examinadas 7.277 pessoas

e confirmados 925 casos, Alto Alegre (188), Amajarí (204), Boa Vista (65), Bonfim

(13), Cantá (09), Caracaraí (39), Iracema(25), Pacaraima (46), São Luiz( 106),

Uiramutã (230), prevalência de 12,7% ( 925/7.277) para o estado, o maior número

desde o início do registro da doença no SINAN NET em 2007.

Em 2017, não houve oficialmente a Campanha das doenças em eliminação

mas, 07 municípios realizaram a busca ativa em escolares, com 2.810 examinados,

e 940 casos positivos, com prevalência de 33,4%.

Em Roraima, no período de 2003 a 2017, 44.894 pessoas foram examinadas

e 6.344 casos foram diagnosticados, na maioria TF.

Esses indicadores epidemiológicos demonstram que Roraima necessita de

ações contínuas de busca ativa, monitoramento, tratamento e avaliação do

pacientes diagnosticados com tracoma. Importante salientar que vemos a

necessidade da atualização dos profissionais que foram padronizados em 2013,

como também a formação de novos padronizados.

Por outro lado à intensificação das ações preventivas referentes às vias de

transmissão mais eficazes que são a melhoria das condições de saneamento

básicas, incluindo-se o controle dos vetores, melhorias da habitação, do acesso à

água, do destino adequado dos dejetos e da qualidade de vida da população, por

meio de articulação com os setores de saneamento e ambiental são fundamentais

(BRASIL, 2014d).

Uma grande dificuldade encontrada pelos serviços de atenção à saúde deve-

se ao pouco conhecimento da ocorrência, da freqüência e da distribuição da doença

por parte dos gestores e dos profissionais de saúde. Diante desta necessidade, é

fundamental a sensibilização dos gestores e a capacitação dos profissionais de

saúde. As equipes de vigilância epidemiológica e de atenção básica devem atuar, de

forma integrada, para a adoção de medidas de prevenção e controle com vistas ao

controle e à eliminação da doença como causa de cegueira (BRASIL, 2014d).

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146

3.13 DOENÇAS HÍDRICAS E ALIMENTARES

Danúbia Rodrigues Basílio

As Doenças Diarréicas Agudas (DDA) se caracterizam pela diminuição da

consistência das fezes, aumento do número de evacuações, com fezes aquosas; em

alguns casos, há presença de muco e sangue (disenteria). São autolimitadas, com

duração de até 14 dias. Podem ser classificadas em três tipos: diarréia sem

desidratação; diarréia com desidratação; e diarréia com desidratação grave. Quando

tratadas incorretamente ou não tratadas, podem levar à desidratação grave e ao

distúrbio hidroeletrolítico, podendo ocorrer óbito, principalmente quando associadas

à desnutrição.

Em países em desenvolvimento, são uma importante causa de

morbimortalidade em crianças menores de 5 anos de idade onde as crianças

apresentaram entre 3 a 10 episódios de diarréia por ano durante os primeiros 5 anos

de vida, com uma duração média de 4 a 6 dias cada episódio. No Brasil, a doença

diarréica aguda é reconhecida como importante causa de morbimortalidade,

mantendo relação direta com as precárias condições de vida e saúde dos indivíduos,

em consequência da falta de saneamento básico, de desastres naturais (estiagem,

seca e inundação) e da desnutrição crônica, entre outros fatores.

A Vigilância Epidemiológica das DDA, é composta também pela

monitorização das doenças diarréicas agudas (MDDA), regulamentada pela Portaria

nº. 205 de 2016. Embora a DDA não seja doença de notificação compulsória

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147 nacional, os casos isolados devem ser notificados apenas quando atendidos em

unidades sentinelas para DDA. Já os surtos de DDA são de notificação compulsória

e imediata e deve ser feita no Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

Na Figura 80 é apresentada a distribuição das notificações das doenças

diarréicas no período de 2014 a 2017.

Entre os anos de 2014 a 2017, foram notificados, mediante o preenchimento

das planilhas da área técnica e do Sivep- DDA no estado de Roraima, 90.558 casos.

Em 2017 foram 18.762 casos de DDA. Na semana epidemiológica (SE) 07, foi

verificado um aumento de números de casos detectados pelo MDDA em Roraima,

556 casos no total, deste em menores de 1 ano de idade foram notificados 48 casos,

171 crianças com idade entre 1 a 4 anos, 57 casos entre crianças de 5 a 9 anos e

acima de 10 anos foram 280 casos. Nos municípios de Iracema esse aumento foi

significativo, passando de 0 na SE 01, para 24 casos na SE 07, tornando a baixar e

se manter estável nas semanas seguintes. O município de Boa Vista, Caracaraí e

Rorainópolis apresentam um número de notificações maior em 2016 em relação aos

outros anos. Foram 131 unidades sentinelas monitorando, o que pode ter

contribuído com o aumento no número de casos deste ano.

Figura 80 - Distribuição das notificações de doenças diarréicas agudas no estado de Roraima da 1ª Semana Epidemiológica de 2014 até a 47ª de 2017 Fonte: SIVEP/SINAN até a 47ª SE de 2017. *dados sujeitos a alterações

O ano de 2017 apresenta o menor número de casos para os

municípios de Alto Alegre, Boa Vista, Caracaraí, Caroebe, Mucajaí, Normandia,

Pacaraima, Rorainópolis, São Luiz e Uiramutã até a semana epidemiológica 47.

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148 Em relação à prevalência das doenças diarréicas por idade, observa-se que a

faixa etária mais acometida foi a de dez anos ou mais. Isto se deve principalmente

ao número de indivíduos que compõem essa faixa, pois se trata de um universo de

pessoas bastante elevado. Cabe ressaltar, contudo, que o perfil epidemiológico das

doenças diarréicas nos dias de hoje vem se alterando, tendo em vista,

principalmente, o surgimento de novos patógenos denominados emergentes.

O modo de transmissão é específico para cada agente etiológico envolvido e

pode acontecer transmissão direta ou indireta. Na transmissão direta ocorre de

pessoa a pessoa e de animais para pessoas. Na transmissão indireta a transmissão

de dá pela ingestão de água e alimentos contaminados e contato com objetos

contaminados como por exemplo, utensílios de cozinha. A avaliação do estado de

hidratação do paciente orientará a escolha entre os três planos de tratamento.

Figura 81 - Distribuição da série histórica das notificações para as doenças diarréicas agudas por faixa etária no estado de Roraima no período de 2014 a 2017.

3.13.1 ROTAVÍRUS

Os rotavírus (RV) são os principais agentes virais causadores de gastrenterite

(GE) aguda com desidratação grave em nível global. Estima-se que, em 2008,

ocorreram 453.000 óbitos entre crianças menores de 5 anos de idade devido à

diarréia causada por esse agente em todo o mundo. No Brasil, entre 2000 e 2011,

foram notificados 33 milhões de casos de diarréia, a maioria em menores de 1 ano

de idade.

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149

Figura 82 - Número de notificações de Rotavírus, 2009 a 2017 Fonte: SINAN/DTHA/DVE/CGVS/SESAU/RR

O mecanismo de transmissão mais frequente é pela via fecal/oral,

diretamente de pessoa à pessoa. Os sintomas associados à infecção por RV são

principalmente diarréia e vômitos, resultantes da ação do vírus desencadeando-se o

processo diarréico. Desde março de 2006, a vacina de origem humana monovalente,

designada é utilizada no Programa Nacional de Imunizações do Brasil sob a

denominação de vacina oral de rotavírus humano (VORH), sendo administrada a

lactentes em duas doses, por via oral, aos 2 e aos 4 meses de idade.

Em relação à positividade por região, o Centro-Oeste aparece em primeiro

lugar, com 31,3%, seguido do Sudeste (26,6%), Sul (18,2%) e Nordeste (17,5%). Em

Roraima entre o ano de 2009 a 2017 foram notificados 1.287 casos suspeitos de

Rotavírus. Deste total 1.052 foram descartados, 33 são ignorados, e 206

confirmados.

3. 13.2 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA CÓLERA – BRASIL

Até 1991, o Brasil era uma área incólume para cólera. A epidemia que atingiu

o país, a partir daquele ano, faz parte da progressão da sétima pandemia iniciada

em 1961, com um foco epidêmico na Indonésia, que se espalhou por países da Ásia,

Oriente Médio, África e regiões da Europa, com eventuais achados nos Estados

Unidos, desde a década de 1970. Essa pandemia atingiu o continente sul-americano

pelo litoral do Peru, em janeiro de 1991, estendendo- se, em seguida, por todo

aquele país e para o Brasil, atingindo finalmente 14 países da América do Sul. A

introdução da cólera, no Brasil, aconteceu pela selva amazônica, no Alto Solimões.

A partir daí, alastrou-se progressivamente pela região Norte, seguindo o curso do

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Notificados 237 399 195 148 49 61 28 130 36

Confirmados 71 31 32 10 3 18 2 31 8

050

100150200250300350400450

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150 Rio Solimões/Amazonas e seus afluentes, principal via de deslocamento de pessoas

na região. Posteriormente, atingiu as regiões Nordeste e Sudeste, através dos

principais eixos rodoviários. A partir daí, passou-se a observar alternância de

períodos de silêncio epidemiológico e de recrudescimento da epidemia.

Atualmente, o comportamento da cólera sugere um padrão endêmico,

definido pela ocorrência regular de casos e flutuações cíclicas de maior ou menor

gravidade, na dependência de condições locais que favoreçam a circulação do V.

cholerae.

O registro de casos é maior nos períodos mais secos do ano, quando a baixa

do volume de água nos reservatórios e mananciais proporciona a concentração de

vibriões. Em algumas áreas, as condições socioeconômicas e ambientais favorecem

a instalação e rápida disseminação do V. cholerae. Assim, a deficiência do

abastecimento de água tratada, destino inadequado dos dejetos, alta densidade

populacional, carências de habitação, higiene inadequada, alimentação precária,

educação insuficiente favorecem a ocorrência da doença. Desde a sua introdução no país, em 1991, os coeficientes de incidência de cólera

aumentaram progressivamente até 1993, ano em que apresentou o maior valor (39,8

casos/100 mil habitantes), com 670 óbitos e letalidade de 1,11%. Apesar da

intensidade com que a doença atingiu principalmente a região Nordeste, entre os

anos de 1992 a 1994, os esforços do sistema de saúde conseguiram reduzir

drasticamente esses valores. A partir de então, observou-se sensível redução do

risco, principalmente após 1995, sugerindo a tendência de endemização da doença.

No período de 1991 a 1999, a cólera atingiu todas as regiões do país, produzindo

um total de 167.885 casos e 2.015 óbitos, com registro de grandes epidemias na

região Nordeste. Entre os anos de 2000 e 2008, ocorreu uma redução significativa

no número de casos e óbitos por cólera no Brasil, sendo registrados, nesse período,

766 casos e 20 óbitos. Todos os casos foram registrados na região Nordeste e o

estado de Pernambuco liderou o número de registros (511 casos e 12 óbitos). A taxa

de letalidade, em casos graves de cólera sem tratamento adequado, pode atingir

50%, porém, quando esse é instituído, correta e precocemente, a taxa pode cair

para menos de 2%. No período de 1991 a 2004, a letalidade oscilou em torno de

1,3%, apresentando maiores percentuais desde então.

Nas áreas epidêmicas, o grupo etário mais atingido é o de maiores de 15

anos. Enquanto que, nas áreas endêmicas, a faixa mais jovem é a mais atingida.

A incidência predomina no sexo masculino, por maior exposição à

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151 contaminação ambiental. Os indicadores de morbidade, mortalidade e letalidade são

diferenciados, de acordo com as condições socioeconômicas, densidade

populacional, meios de transporte, acesso aos serviços de saúde e outras situações

de risco.

No estado de Roraima não houve casos de Cólera registrados durante todos

os períodos desde que a doença surgiu no Brasil.

3.13.3 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DO BOTULISMO

A distribuição do botulismo é mundial, com casos esporádicos ou surtos

familiares, em geral relacionados à produção e à conservação de alimentos de

maneira inadequada. Raramente ocorrem surtos envolvendo produtos processados

comercialmente. Os casos de botulismo infantil têm sido notificados na Ásia,

Austrália, Europa, América do Norte e América do Sul. A incidência e a distribuição

real não são precisas, porque os profissionais de saúde, em poucas ocasiões,

suspeitam de botulismo. Esta doença pode ser responsável por 5% dos casos de

morte súbita em lactentes. Segundo Ministério da Saúde; no início de 2014 , o Brasil

registrou 16 casos suspeitos e, destes, oito foram confirmados, com dois óbitos.

Santa Catarina registrou um surto de botulismo alimentar envolvendo cinco pessoas

com um mesmo alimento.

No período de 2006 a 2017 não houve nenhum caso registrado de Botulismo

em Roraima.

3.13.4 FEBRE TIFÓIDE

Doença bacteriana aguda, de distribuição mundial, associada a baixos níveis

socioeconômicos, principalmente em áreas com precárias condições de

saneamento, higiene pessoal e ambiental. Com tais características, praticamente

encontra-se eliminada em países onde esses problemas foram superados. No Brasil,

a febre tifóide ocorre sob a forma endêmica, com superposição de epidemias,

especialmente nas regiões Norte e Nordeste, refletindo as condições de vida de

suas populações.

A febre tifóide não apresenta sazonalidade ou outras alterações cíclicas,

assim como distribuição geográfica, que tenham importância prática. A sua

ocorrência está diretamente relacionada às condições de saneamento básico

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152 existentes e aos hábitos individuais. Em áreas endêmicas, acomete com maior

frequência indivíduos de 15 a 45 anos e a taxa de ataque diminui com a idade. No

Brasil, nas últimas décadas, constata-se uma tendência de declínio nos coeficientes

de morbimortalidade por febre tifóide. No início da década de 2000, eram notificados

no Brasil, em média, 800 casos. A partir de 2003, essa média tem ficado em torno

de 542 casos, observando-se uma maior concentração nas regiões Norte e

Nordeste.

As regiões Norte e Nordeste concentram maior número de casos, devido à

precariedade de suas condições sanitárias, onde apenas 42,2 e 36,27% de sua

população, respectivamente, possuem cobertura por esgotamento sanitário e 58,14

e 71,2%, respectivamente, possuem acesso à rede de abastecimento de água.

Todavia, só uma grande concentração de bactérias – inóculo – torna possível a

infecção. Por isso não se costuma verificar, com muita frequência, surtos de febre

tifóide após enchentes e chuvas em grande volume, quando provavelmente há maior

diluição do agente no meio ambiente e menor possibilidade de sua ingestão em

número suficiente para causar a doença.

Figura 83 - Número de notificações de Febre Tifóide em Roraima- 2009 a 2017 Fonte: SINAN/DTHA/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Em Roraima, foram 13 notificações de casos suspeitos entre 2009 e 2017.

Boa vista notificou 12 destes e, apenas 1 em Mucajaí em 2014. Todos os casos

foram descartados.

2009 2010 2014 2015 2016 2017

Notificados 6 1 1 1 3 1

Confirmados 0 0 0 0 0 0

0

1

2

3

4

5

6

7

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153

3.14 DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS – NCDANTS

Nathalia Yossef Coutinho

3.14.1 PROJETO VIDA NO TRÂNSITO

O Projeto Vida no Trânsito (PVT) faz parte da iniciativa internacional

denominada‘ Road Safety in Ten Countries’ (RS 10), formada por um consórcio das

seguintes instituições: OMS;OPAS; Association for Safe International Road Travel

(ASIRT); EMBARQ; Global Road Safety Partnership (GRSP); Johns Hopikins

Bloomberg Schoolof Public Health (JHU); World Bank Global Road Safety Facility

(GRSF); e Bloomberg Philanthropies, esta que é uma das instituições financiadoras

do projeto juntamente com os recursos próprios dos países. Essa iniciativa está

presente em dez países no mundo – Federação Russa, China, Turquia, Egito,

Vietnam, Camboja, Índia, Quênia, México e Brasil.

Do total de vítimas fatais no trânsito mundial, 62% ocorrem em dez países na

seguinte ordem de magnitude: Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Brasil, Irã,

México, Indonésia, África do Sul e Egito (OMS, 2009).

O comprometimento do Governo Brasileiro em desenvolver o Projeto no país

tem como propósito enfrentar a grave situação dos acidentes de trânsito, descrita

anteriormente, a partir de ações nacionais, estaduais e municipais, procurando

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154 desenvolver e aprimorar estratégias de segurança no trânsito bem sucedidas,

possíveis de serem apropriadas pelos municípios e Estados. O Projeto é mais uma

estratégia dentro do conjunto de intervenções que farão parte do Plano Nacional da

Década de Ações de Segurança.

No Brasil a implantação do PVT deu-se através da Portaria Interministerial nº

2.268, de 10/08/2010, sendo o Ministério da Saúde o responsável pela coordenação

dessa comissão, com dois fatores de risco prioritários dessa comissão: velocidade e

álcool. Em 2011, foi registrado no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)

um total de 43.256 óbitos por Acidentes de Transporte Terrestre (ATT). Desse total,

82,3% foram homens e entre estes, 38,8% se encontrava na faixa de idade de 20 a

39 anos (Epidemiol.Serv.Saúde, Brasilia,2013).

Fontes do MS (43.075 óbitos e 201.000 feridos hospitalizados em 2014) e o

Seguro DPVAT (em 2015, 42.501 indenizações por morte e 515.751 por invalidez).

3.14.1.1 ESTATÍSTICA DOS ACIDENTES EM RORAIMA

A Figura abaixo mostra a evolução do número de óbitos registrados pelo

Ministério da Saúde (DATASUS)no Estado de Roraima: 135 em 2011, 149 em 2012,

152 em 2013, 146 em 2014, 160 em 2015. Pelo DETRAN são: 146 óbitos em 2011,

164 em 2012, 188 em 2013.DPRF, mortos nas rodovias federais do Estado: 35 em

2011, 28 em 2012.

Vias Seguras [email protected]

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155

Vias Seguras [email protected]

Vias Seguras [email protected]

Comparação com Outros Dados

A Seguradora Líder, entidade gestora do seguro obrigatório DPVAT, fornece

estatísticas referentes às indenizações pagas por morte.

Também, até 2006, o DENATRAN publicou Anuários Estatísticos a partir dos

Boletins de Ocorrência estabelecidos pela Polícia.

A Figura abaixo mostra a comparação entre os dados provenientes destas

três fontes:

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156

Nesta Figura, a curva "DPVAT" representa o número de indenizações pagas

cada ano. Isto não corresponde ao número de óbitos ocorridos no ano, pois certos

processos de indenização podem levar vários anos. A forma irregular da curva

traduz unicamente a evolução dos processos administrativos de indenização, sem

nada a ver com a evolução do número de ocorrências.

Ao contrário, a curva "DATASUS" representa o número de óbitos registrados

pelo Ministério da Saúde cada ano.

A Figura mostra que, no período 2005-2015, o número de mortos no trânsito,

indenizados pelo DPVAT, foi superior ao número registrado no âmbito do Sistema

Único de Saúde.

A curva "DATASUS" representa o número de pessoas que foram internadas

em hospital em decorrência de acidentes de trânsito.

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157

A curva "DPVAT" representa o número de pessoas que foram indenizadas por

invalidez permanente cada ano. Isto não corresponde ao número de lesões

ocorridas no ano, pois certos processos de indenização podem levar vários anos. A

grande diferença entre as ordens de grandeza dos números de indenizações antes e

depois 2007 pode se dever a uma maior facilidade de acesso ao seguro a partir

daquele ano.

Estes dois indicadores têm a ver com a gravidade das lesões, porém os

valores dos últimos anos são tão diferentes que não é possível tirar deles,

diretamente, uma avaliação do número de feridos graves. Uma análise comparativa

mais detalhada seria necessária.

3.14.1.2 ESTATÍSTICAS DO SEGURO DPVAT

O DPVAT indenizou, em média, 52.000 sinistros de morte de 2002 a 2015.

Este número passou a 42.501 em 2015.

O número de indenizações por invalidez permanente cresceu de forma

explosiva a partir de 2004, chegando a 595.693 em 2014 e diminuindo em 2015 para

515.757.

Em 2015, os três números de indenizações - por morte, por invalidez

permanente e por despesas médicas – diminuíram significativamente.

No ano de 2016 as indenizações pagas pelo Seguro DPVAT registraram

redução de 33% ante o ano de 2015. Os casos de Invalidez Permanente, apesar de

representarem a maioria das indenizações pagas pelo Seguro DPVAT no período

(80%), registraram redução de 33% ante o mesmo período de 2015.

Entre 2014 e 2017, o número de indenizações por invalidez permanente

diminuiu consideravelmente.

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158

Fonte:www.vias-seguras.com

3.14.1.3 ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES EM BOA VISTA- RORAIMA

Em Boa Vista, Roraima, o projeto surgiu em 2012, com objetivo de fortalecer

as ações de segurança no Trânsito e reduzir os índices de óbitos em acidentes. Um

dos pontos do PVTé a qualificação das informações, identificando os fatores de risco

e pontos críticos de maior ocorrência de acidentes.

Mesmo com as intensas campanhas de conscientização e maior rigor da

fiscalização, o número de acidentes em Roraima ainda é preocupante. Conforme o

setor de estatística do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), de janeiro a

junho do ano de 2015, o número de acidentes de trânsito sofreu um aumento de

19% em relação ao mesmo período do ano de 2014.

De acordo com a autarquia, no primeiro semestre de 2015, foram

contabilizados 2.342 acidentes em todo o Estado. No mesmo período do ano de

2014, foram registrados 1.966. Apesar disso, houve diminuição de mortes no

trânsito. No primeiro semestre de 2014, foram totalizadas 95 mortes, e em 2015,

foram 85 mortes. Uma queda de 10,5% no número de óbitos

(Fonte:folhabv.com.br/noticia/Roraima-registra-aumento-no-numero-de-acidentes-

de-transito/10612).

Conforme dados repassados pelo Departamento Estadual de Trânsito de

Roraima (Detran-RR), com base em informações do Instituto Médico Legal (IML), de

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159 janeiro a setembro de 2015 foram registradas 124 mortes causadas por acidentes de

trânsito. Já em 2016, até setembro, foram 95.

Comparando 2015 com 2016, houve uma redução de 23,4% das mortes

violentas no trânsito, o levantamento mostra ainda que as principais vítimas são os

motociclistas. De janeiro a setembro de 2015, foram registrados 48 casos. Já em

2016, até setembro, foram 39, o que significa uma redução de 18,8%

(Fonte:roraimaemtempo.com).

3.14.1.4 AVALIAÇÃO DO NÚMERO DE MORTOS NO TRÂNSITO

Segundo os dados do DETRAN: 146 mortos em 2011, 164 em 2012, 188 em

2013.

Segundo os dados do MS (DATASUS), óbitos ocorridos no Estado: 135 em

2011, 149 em 2012, 152 em 2013; 146 em 2014 e 160 em 2015.

E segundo a DPRF, mortos nas rodovias federais do Estado: 35 em 2011, 28

em 2012.

Na Tabela abaixo é apresentado o número de óbitos por município de

ocorrência no Estado de Roraima, de acordo com a fonte

SIM/NSIS/CGVS/SESAU/RR (Fevereiro de 2018): 155 óbitos em 2014, 175 em

2015, 112 em 2016 e 114 em 2017.

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160

Os dados de Roraima de acordo com a frequência de óbito, segundo

município de residência por acidente de transporte, aponta o município de Boa Vista

com maior porcentagem, seguido por Rorainópolis e Mucajaí no ano de 2017.

Fonte: www.vias-seguras.com/os_acidentes/estatisticas/estatisticas_nacionais; Fonte:Detran/Roraima Fonte:SIM

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161

Figura 84 - Proporção de Acidentes de Transporte por Município de Residência Roraima 2010 a 2017 Fonte:SIM (Novembro/2017).

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Uiramutã 0,5 0 0,6 0 0 0,6 0 0,7São Luiz 0,7 0 0,6 1,2 2,6 1,2 0,9 1,3

S.J.Baliza 0 0 0,6 0,6 2,6 1,2 0,9 1,1Rorainópolis 4,4 5 9,8 6,1 10,4 7,3 2,8 8,2Pacaraima 4,4 0,7 0,6 0 1,3 1,2 0 1,3Normandia 0,7 1,4 0 0 1,3 1,8 1,9 0,7Mucajaí 0,7 2,9 3,9 1,8 3,2 5,5 0,9 4,0Iracema 5,9 2,1 0,6 0,6 2,6 3 1,9 1,1Caroebe 0,7 0 0,6 0,6 0,6 2,4 0,9 0,8

Caracaraí 3,7 3,6 5,2 5,5 3,2 4,2 3,7 3,3Cantá 3 6,5 6,5 1,8 3,2 3,6 8,4 3,1Bonfim 2,2 2,9 3,26 0,6 3,2 4,9 0,9 3,1Boa Vista 68,6 71 62,7 75,9 63 59,5 72 65,0Amajarí 0,7 2,1 1,3 1,2 0,6 1,8 2,8 2,4Alto Alegre 3,7 1,4 3,9 3,7 4,5 1,2 0,9 3,7

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

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162

Tabela 61 - Populaçãoresidente e frota de veículos registrada Boa Vista 2001-2017

Fonte: Elaborado pelo Setor de Estatística da SMST com dados do DENATRAN e (IBGE) Ministério das Cidades, Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN- 2016 Obs: *Estimativa do IBGE (2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013, 2014,2015, 2016 e 2017).

ESPECIFICAÇÃO ANO

2001 2002 2003 2004 2005 2006* 2007* 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017*

POPULAÇÃO 208. 514

214. 541

221. 027

236. 319

242. 179

249. 655

249. 853

260. 930

266. 901

284. 258

290. 741

296. 959

308. 996

314. 900

326. 419

326. 419

332. 020

FROTA 40. 207

45. 390

51. 602

56. 639

60. 546

66. 754

77. 656

88. 281

99. 316

112. 724

124. 235

134. 915

145. 678

156. 708

166. 867

153. 723

182. 390

MOTO 15. 841

18. 564

22. 000

24. 986

27. 210

31. 233

36. 634

42. 395

47. 629

53. 583

59. 125

63. 850

68. 372

72. 556

76. 059

62. 277

81. 131

AUTOMÓVEL 20. 655

22. 142

24. 133

25. 671

26. 258

27. 384

29. 695

31. 742

35. 991

41. 202

45. 008

48. 794

52. 974

57. 494

61. 828

60. 989

67. 920

CAMINHONETE 1.061 1.721 2.111 2.416 3.351 4.246 7.044 9.478 10.544

12. 167

13. 684

15. 103

16. 591

18. 216

19. 769

21. 268

22. 934

CAMINHÃO 1.800 1.898 2.084 2.160 2.183 2.196 2.350 2.404 2.545 2.724 2.909 3.068 3.200 3.362 3.537 3.655

3.808

UTILITÁRIO 1 2 18 28 54 69 148 250 306 458 616 722 815 932 1.018 1.085

1.177

ÔNIBUS 169 246 275 299 349 366 397 505 527 585 622 641 678 746 822 836

922

MICRO-ÔNIBUS 126 135 160 171 182 204 232 267 308 337 360 394 435 470 492 498

528

OUTROS 190 224 242 224 222 245 269 275 401 489 638 968 1.105 1.252 1.416 3.115

3.970

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163

163

3.14.1.5 INFORMAÇÕES GERAIS E INDICADORES DE TRÂNSITO:

MUNICÍPIO DE BOA VISTA 2017

Tabela 62 - Frota de veículos, por tipo e com placa, segundo os municípios da federação - novembro / 2017 POPULAÇÃO1: 332.020 Habitantes FROTA REGISTRADA2: 182.390 Veículos VEÍCULOS3: Motos 81.131 44,4% Automóveis 67.920 37,2% Caminhonete 22.934 12,5% Caminhão 3.808 2,0% Utilitário 1.177 0,6% Semi Reboque 1.144 0,6% Ônibus 922 0,5% Micro-Ônibus 528 0,2% Outros 2.826 1,54% Total 182.390 100% ¹Estimativa do IBGE. ² O Município de Boa Vista concentra 88% da frota de veículos do Estado de Roraima. ³ Neste indicador as camionetas são agrupadas junto com os automóveis e as motonetas junto com as motocicletas em “Motos”.

Figura 85 - Comparativo do Crescimento Anual da Frota de Veículos de Boa Vista 2001-2017 Fonte: Frota (DENATRAN) e organização SMST.

“Motos”.

-20%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

REDUÇÃO

AUMENTO

FROTA

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164

164

Figura 86 - Comparativo do Crescimento Anual da Frota de Motos de Boa Vista 2001-2017 Fonte: Frota (DENATRAN) e organização SMTS.

Figura 87 - Comparativo do Crescimento Anual da Frota de Automóveis de Boa Vista 2001-2017 Fonte: Frota (DENATRAN) e organização SMST.

3.14.2 REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL - RCBP

RORAIMA

O Registro de Câncer de Base Populacional – (RCBP) constitui-se de

uma ferramenta de vigilância e monitoramento das neoplasias. Tendo como

objetivo: coletar, analisar e classificar as informações de todos os casos novos

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

Série1

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

Série1

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165

165

de cânceres, a fim de produzir estatísticas epidemiológicas dos diferentes tipos

de neoplasias dessas ocorrências em uma população definida.

No Brasil, há atualmente 27 (vinte e sete) RCBP implantados, esses

registros representam uma importante fonte de informações sobre a incidência

do câncer no Brasil. A partir dos dados gerados pelo RCBP, estima-se a

incidência desta patologia por áreas geográficas, esses dados são

encaminhados periodicamente via sistema para o Instituto Nacional do Câncer-

INCA e MS.

3.14.2.1 DESCRIÇÃO DO RCBP RORAIMA

Os registros de câncer são fontes imprescindíveis para o

desenvolvimento de pesquisas epidemiológicas e clínicas, como também para

planejamento e avaliação das ações de controle. Os Registros de Câncer de

Base Populacional (RCBP) surgiram no Brasil em fins dos anos 1960 por

iniciativas que buscavam a obtenção de informações sobre morbidade por

câncer no país, como se verificavaem diversas partes do mundo. No início dos

anos 1980 surgia no INCA o primeiro Registro Hospitalar de Câncer (RHC)

brasileiro.

Os RCBP produzem informações que permitem descrever e monitorar o

perfil da incidência, enquanto os RHC reúnem informações que têm por

finalidade a avaliação da qualidade da assistência prestada a pacientes

atendidos em determinado hospital ou num conjunto de hospitais (Fonte:

www1.inca.gov.br/situacao/arquivos/acoes_vigilancia.pdf).

O RCBP Roraima integra a rede de informações do Instituto Nacional do

Câncer, todos os procedimentos desenvolvidos baseiam-se nas normas de

padronização recomendadas pela IARC/OMS, cujos objetivos:

I - Coleta ativa em todas as fontes de notificadoras do RCBP, nas quais serão

identificados todos os tumores malignos diagnosticados no ano definido;

II - Adotar condutas padronizadas conforme determinação do INCA/MS;

III – Criar e executar relatórios operacionais e não operacionais;

IV – Analisar as informações de forma integrada, de modo a contribuir para o

planejamento, monitoramento e avaliação das ações oncológicas, bem como

para a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis.

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166

166

O RCBP notifica os casos de qualquer indivíduo residente em Roraima,

com a confirmação e diagnóstico de neoplasia maligna por meio de exames

anatomopatológicos, citológicos, hematológico, histológico, exploração

cirúrgica, por imagem, exame clínico ou por outro meio diagnóstico com

parecer médico, e casos de óbitos por câncer (Fontes de informações:

Registros de Câncer de Base Populacional do Estado).

3.14.2.2 CONTRIBUIÇÃO DE CASOS DEFINITIVOS POR FONTE DE NOTIFICAÇÃO

Para que o registro de câncer de base populacional possa desenvolver e

cumprir suas atividades operacionais através da alimentação do sistema

interligado com o Instituto Nacional do Câncer, é importante a colaboração das

fontes notificadoras, para este registro. Temos como colaboradores o Centro

de Atenção ao Paciente Oncológico, Centro de Referência da Saúde da

Mulher, Hospital Coronel Mota, Hospital da Criança Santo Antônio, Hospital

Geral de Roraima, Laboratório Central de Patologia Estadual, Laboratório de

Cito Patologia Municipal, Laboratório de Citopatologia Estadual, Laboratório de

Patologia e Análises Clinicas Lapac, Laboratório Nossa Senhora de Fátima,

Registro Hospitalar de Câncer, Sistema de Informação de Mortalidade e

Siscolo.

3.12.2.2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO BANCO DE DADOS, A BASE DE ANÁLISE SÃO INFORMAÇÕES DO REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL

A Tabela abaixo indica a incidência de casos de câncer do colo do útero

no período de 2006 a 2012 no estado de Roraima. Verifica-se um alto índice de

câncer do colo do útero no Estado.

No ano de 2005, o trabalho de busca ativa, análise de prontuários e

mapeamento de novas fontes, continua sendo realizado com algumas

dificuldades em relação ao acesso a essas informações, em virtude de sua

complexidade.

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167

167

Tabela 63 - Distribuição de casos analíticos de tumores por topografia dos anos de 2006 a 2012 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 TOTAL COLO DO ÚTERO 288 296 418 263 40 98 282 1685 PELE 100 106 200 206 120 163 94 989 PRÓSTATA 27 35 77 56 44 66 63 368 MAMA 21 21 30 23 35 10 0 140 FÍGADO 11 13 0 0 0 0 0 24 RETO 10 0 0 0 0 12 0 22 PULMÃO 0 13 17 15 15 0 0 60 TIREÓIDE 0 11 0 13 0 0 0 24 ESTÔMAGO 0 24 18 0 19 22 0 83 NIC II 0 0 0 0 0 248 153 401 PÊNIS 0 0 0 0 0 15 0 15 OVÁRIO 0 0 0 0 0 12 0 12 TOTAL 457 519 760 576 273 646 592

Fonte: Registro de Câncer de Base Populacional

3.14.3 VIOLÊNCIA INTERPESSOAL E AUTOPROVOCADA

No Brasil e no mundo, o impacto da morbimortalidade por causas

externas (violências e acidentes) constitui uma das maiores preocupações para

chefes de Estado e dirigentes do setor saúde. O incremento da mortalidade por

violências e acidentes, assim como do número de internações e de sequelas

devido, principalmente, a homicídios, acidentes de transporte terrestre e

quedas têm contribuído significativamente para a redução da expectativa de

vida de adolescentes e jovens e da qualidade de vida da população. O

fenômeno das violências e acidentes pode ser considerado endêmico em

muitos países, entre os quais o Brasil, tornando-se um grave problema de

saúde pública.

O MS, reconhecendo que as violências e os acidentes exercem grande

peso social e econômico, em especial, sobre o Sistema Único de Saúde –

SUS, e que as intervenções pautadas na vigilância, prevenção e promoção da

saúde são fundamentais para o enfretamento desse problema, assumiu a

responsabilidade de implantar, em 2001, a Política Nacional de Redução da

Morbimortalidade por Acidentes e Violências.

Em 2006, as ações de prevenção de violências e acidentes e de

promoção da saúde e cultura de paz foram priorizadas na Política Nacional de

Promoção da Saúde. Para consolidar a implementação dessas políticas,

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168

especialmente no tocante à vigilância epidemiológica de violências e acidentes,

o MS publica este Instrutivo para o preenchimento da Ficha de

notificação/investigação individual de violência doméstica, Sexual e/ou Outras

Violências, cujo objetivo é subsidiar os profissionais de saúde e de outros

setores que atuam nos serviços de atendimento às pessoas que sofreram ou

que vivem em situações de violências para um preenchimento mais

padronizado dessa ferramenta de coleta de dados. Secretaria de Vigilância em

Saúde/MS. A Ficha de notificação/investigação individual de violência

doméstica, sexual e/ou outras violências e seu Instrutivo para o preenchimento

foram construídos em colaboração com gestores e profissionais de saúde do

MS e de outras instituições governamentais das três esferas que compõem o

SUS, de instituições de ensino e pesquisa e parcerias não governamentais.

Essa ficha é composta por um conjunto de variáveis e categorias que

retratam as violências perpetradas contra si (violências autoprovocadas),

contra outra pessoa ou contra grupos populacionais (violências interpessoais),

conforme a definição de caso contida nesse instrutivo. Este instrutivo refere-se

à Ficha de notificação/investigação individual de violência doméstica, sexual

e/ou outras violências do Sistema de Informação de Agravos de Notificação –

SINAN Net. O aplicativo de entrada de dados no SINAN foi desenvolvido pelo

Datasus/MS, no segundo semestre de 2008, em parceria com a Gerência

Técnica do SINAN e com a Área Técnica de Vigilância e Prevenção de

Violências e Acidentes, e tem como objetivos específicos coletar, transmitir e

consolidar dados gerados rotineiramente pela vigilância epidemiológica dos

agravos de notificação compulsória, fornecendo informações para tomada de

decisão e análise do perfil da morbidade da população nas três esferas de

governo, no âmbito SUS. A coordenação nacional das ações de promoção,

prevenção e vigilância de violências e acidentes – Viva e do SINAN é de

responsabilidade da Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS, do MS, por

meio da Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis –

CGDANT, do Departamento de Análise de Situação em Saúde – Dasis e da

Gerência Técnica do SINAN, da Coordenação Geral de Vigilância e Resposta

às Emergências em Saúde Pública – CGVR e do Departamento de Vigilância

Epidemiológica – Devep, respectivamente. Essas ações são articuladas e

desenvolvidas no âmbito do SUS com as secretarias de Saúde de estados e

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169

169

municípios. VIVA: Instrutivo da Notificação de Violência Doméstica, Sexual e

outras Violências (Fonte:bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/viva_instrutivo_

notificacao_violencia_domestica.pdf).

A vigilância de violências e acidentes tem o objetivo de subsidiar ações

de enfrentamento dos determinantes e dos condicionantes das causas

externas, que se tornaram objeto de vigilância e de prevenção em saúde, no

âmbito do SUS, sob a coordenação do Ministério da Saúde numa perspectiva

intersetorial, priorizando-se os grupos em situação de vulnerabilidade, com

base no direito à saúde e à vida, incentivando a formação de redes de atenção

e proteção às pessoas vítimas de violências e acidentes, buscando, desta

forma, garantir a atenção integral, a promoção da saúde e a cultura de paz.

Este monitoramento tem subsidiado a elaboração de políticas públicas e

de ações de saúde que estão voltadas para o enfrentamento desses problemas

(Fonte: portalsaude.saude.gov.br).

Figura 88 - Comparativo do Crescimento Anual de Fichas de Notificações Compulsórias das Violências Interpessoais e Autoprovocadas em Boa Vista 2009-2017 Fonte: SINANNET (Fevereiro/2018) E DANTS/DVE/CGVS/SESAU/SINAN.

Conforme mostra a Figura, após a intensificação das capacitações para

o correto preenchimento das fichas de notificação compulsória no estado de

Roraima, houve um aumento significativo nas notificações do ano de 2015 para

2017.

423

507

671

507

788839

723

878

1054

0

200

400

600

800

1000

1200

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

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170

170

4 MORTALIDADE

Maria Soledade Garcia Benedetti

A mortalidade se constituiu historicamente como um indicador importante para

avaliar a situação de saúde das populações. As informações sobre a mortalidade

permitem análises de situação, planejamento e avaliação das ações e programas na

área da saúde (SÃO PAULO, 2009).

A literatura é abundante em afirmar que as estatísticas de mortalidade são

uma das principais fontes de informação de saúde e, em muitos países, constituem

o tipo mais confiável de dados de saúde, logo, as medidas de mortalidade são

utilizadas internacionalmente como indicadores de situação de saúde, e sua

importância pode ser corroborada pela inclusão de taxas de mortalidade precoce

como a infantil e materna, entre os objetivos de desenvolvimento do milênio (ODM).

É sabido que percentuais elevados de mortes com causas mal definidas

sugerem deficiências na declaração das causas de morte e, em outras

circunstâncias, nos processos de registro, coleta, crítica e análise dos dados de

mortalidade (RORAIMA, 2015).

A frequência de causas mal definidas é condicionada pela disponibilidade de

recursos médicos e assistenciais, inclusive, para diagnóstico. Também pode refletir o

cuidado no preenchimento da declaração de óbito (DO). O emprego de termos

imprecisos e expressões dúbias que prejudicam a identificação da causa básica da

morte colocam o óbito como de causa mal definida (BRASIL, 2014a).

O perfil das causas de morte no Brasil tem mudado de forma importante nas

últimas décadas. A transição epidemiológica e demográfica vem ocorrendo de forma

acelerada. O envelhecimento populacional e a redução das causas de morte por

desnutrição, doenças infecciosas e parasitárias, materno-infantil, além do

crescimento acelerado das mortes por doenças crônicas e causa externa vêm

delineando um novo cenário para a atuação da política pública (BRASIL, 2014a).

A cobertura do SIM, ou seja, sua abrangência é heterogênea no território

nacional, conforme demonstra a Figura 89, e Roraima segue essa tendência quando

analisamos a cobertura por município.

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171

Figura 89 - Cobertura do SIM por Unidade da Federação - Brasil, 2010 Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil, 2010: uma análise da situação de saúde e de evidências selecionadas de impacto de ações de vigilância em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 372p. Disponível em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes_brasil_2010.pdf>.

Apesar de muito importante para a análise da situação de saúde, os dados de

mortalidade apresentam problemas de qualidade e abrangência que acompanham o

SIM desde sua criação, mas que vem sendo superados constantemente pela

preocupação do MS em aprimorar o sistema de forma contínua (UNASUS, 2017b).

Além da cobertura, a qualidade dos dados do SIM também varia, pois o

preenchimento da DO pode apresentar incorreções e, em algumas situações,

campos ignorados. Esses problemas afetam a qualidade das informações e,

consequentemente, podem influenciar na análise de situação de saúde de uma

população, já que a mortalidade é uma das mais antigas dimensões utilizadas para

medir a situação de saúde das populações, e seu uso ainda é muito importante nos

dias atuais (UNASUS, 2017b).

Em Roraima, o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) capta,

anualmente, uma média de dois mil óbitos, em 2017, foram captados 2.557 óbitos,

uma média mensal de 213 óbitos e de 7 óbitos ao dia. É importante destacar que os

dados de mortalidade deste documento referem-se a mortalidade de residentes do

estado, embora ocorram óbitos de residentes de outros estados (16 óbitos), e de

outros países (60 óbitos de venezuelanos e 16 de guianeses), e lamentavelmente,

existem ainda as DOs com essa informação ignorada (15 óbitos).

A comparação do número de óbitos captados no SIM com os do registro civil

por meio dos dados do IBGE, em 2015, mostrou uma razão SIM/registro civil de 1,13

(IBGE, 2016a), demonstrando a boa cobertura do SIM no estado (Tabela 64).

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172

172

Tabela 64 - Número de óbitos informados no SIM e Registro civil e razão SIM/Registro civil, Roraima, 2009 a 2013 e 2015

ANO SIM REGISTRO CIVIL RAZÃO SIM/REGISTRO CIVIL DIFERENÇA

2009 1.601 580 2,76 1.021 2010 1.703 843 2,02 860 2011 1.663 730 2,27 933 2012 1.873 763 2,45 1.100 2013 2.024 749 2,70 1.275 2015 2.220 1955 1,13 265

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Cartório de registro civil até 2013. IBGE, Estatística do Registro Civil de 2015, Rio de Janeiro: IBGE, 2015. Dados sujeitos a alteração

Roraima é considerado um estado com boa qualidade de informação sobre

mortalidade em função do percentual de aproximadamente 5% de causas mal

definidas (capítulo XVIII da CID 10) nos últimos anos, essas causas são

tradicionalmente classificadas como "códigos R" cujas causas básicas não foram ou

não puderam ser identificadas. A Tabela 65 mostra, anualmente, o número de óbitos

por causas mal definidas e sua proporção.

Tabela 65 - Número e proporção dos óbitos por causas mal definidas, Roraima, 2001 a 2017

ANO Nº DE ÓBITOS CAUSAS MAL DEFINIDA Nº %

2001 1.275 76 5,9 2002 1.382 67 4,8 2003 1.494 90 6,0 2004 1.524 115 7,5 2005 1.517 95 6,2 2006 1.594 84 5,3 2007 1.594 76 4,7 2008 1.544 47 3,0 2009 1.601 78 4,9 2010 1.703 63 3,7 2011 1.663 57 3,4 2012 1.873 120 6,4 2013 2.024 102 5,0 2014 2.036 79 3.9 2015 2.167 108 4,7 2016 2.220 127 5,7 2017 2.557 76 3,0

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016. Dados sujeitos a alteração

Apesar da redução da proporção de mortes por causas mal definidas de

quase 50% no período de 2001 (5,9%) a 2017 (3%) (Figura 90) e de apresentar

percentual inferior ao percentual de óbitos por causas mal definidas do Brasil que é

de 6%, e da Região Norte que registrou 10% (BRASIL, 2014a), esse indicador

demonstra fragilidade no diagnóstico de doenças e/ou no preenchimento da DO, e

acredita-se que a busca de parcerias com a assistência para o melhor

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173

173

preenchimento da DO, capacitação dos profissionais e a criação do Serviço de

Verificação de Óbito (SVO) possa melhorar ainda mais essa proporção.

Figura 90 - Proporção de óbitos por causas mal definidas. Roraima, 2001 a 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016. Dados sujeitos a alteração

Embora vem se observando uma redução de óbitos por causas mal definidas

(capítulo XVIII da CID 10), outros códigos garbage ou códigos “pouco úteis”

destacam-se como importantes causas de mortes, mostrando que somente a análise

do percentual de causas mal definidas não é suficiente para avaliar a qualidade da

informação sobre causas de óbito, logo, é necessário avaliar a proporção de código

garbage total, ou seja, é necessária a avaliação da qualidade do preenchimento da

DO também no que se refere aos códigos garbage não R.

Já na análise da qualidade dos dados de mortalidade por meio do Índice de

Desempenho das Estatísticas Vitais (VSPI-Q)1, disponibilizados pelo

ANACONDA/MS (2017), podemos observar em quatro momentos 2000 (60,6%),

2005 (60,8%), 2010 (59,7%) e 2015 (69,3%) uma tendência crescente do VSPI-Q no

estado, e portanto, embora pequena, sinaliza uma melhora na qualidade dos dados

de mortalidade (Figura 91). Embora em ascensão desde 2010, o VSPI-Q para 2015

é considerado de nível médio, e encontra-se abaixo da média nacional de 78,5%

para 2015.

_________________ 1 Índice de Desempenho das Estatísticas Vitais (VSPI-Q) - escore...

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

% 5,9 4,8 6 7,5 6,2 5,3 4,7 3 4,9 3,7 3,4 6,4 5 3,9 4,7 5,2 3

0

1

2

3

4

5

6

7

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174

Figura 91 - Índice VSPI-Q para Roraima, 2000, 2005, 2010 e 2015 Fonte: ANACONDA. Ministério da Saúde, 2017.

Segundo esses dados do ANACONDA/MS, em 2015, os componentes que

mais contribuíram para a redução desse índice foram a qualidade da notificação da

causa básica (42,5%), seguido do nível de detalhamento das causas (43,4%), e da

cobertura de notificação dos óbitos (14,1%), sendo essas as prioridades de ação

necessárias para melhoria da qualidade dos dados (BRASIL, 2015) (Figura 92).

Figura 92 - Prioridade de ação necessárias para melhoria da qualidade dos dados de mortalidade, Roraima, 2015 Fonte: ANACONDA. Ministério da Saúde, 2017.

Os códigos garbage ou códigos “pouco úteis” representam um indicador de

má qualidade da informação de mortalidade, e consistem, portanto, em códigos da

Classificação Internacional de Doenças (CID) relativos a causas básicas de óbito

com diagnósticos indefinidos ou incompletos que não apontam a causa específica

60.6 60,859,7

69,3

54565860626466687072

2000 2005 2010 2015

Anos

%

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175

175

de morte. Dessa forma, uma alta proporção desses códigos compromete a

qualidade da informação sobre causas de morte, podendo dificultar a identificação

de prioridades e o planejamento de ações (ISHITANIL et al., 2017).

Os códigos garbage ou códigos “pouco úteis” representam um indicador de

má qualidade da informação de mortalidade, e consistem, portanto, em códigos da

Classificação Internacional de Doenças (CID) relativos a causas básicas de óbito

com diagnósticos indefinidos ou incompletos que não apontam a causa específica

de morte. Dessa forma, uma alta proporção desses códigos compromete a

qualidade da informação sobre causas de morte, podendo dificultar a identificação

de prioridades e o planejamento de ações (ISHITANIL.H et al, 2017).

Na contramão do VSPI-Q os códigos "pouco úteis" estão em queda no

período de 2000 (35,2%) a 2015 (27%) com redução de 23,3%, sinalizando embora

de maneira muito tímida, a melhoria da qualidade da informação. Esse dado permite

mostrar aos serviços de saúde os principais problemas relativos ao preenchimento

das causas de óbito na DO.

Figura 93 - Proporção de óbitos com códigos garbage ou códigos “pouco úteis”. Roraima, 2000, 2005, 2010 e 2015 Fonte: ANACONDA. Ministério da Saúde, 2017.

Como o estado faz parte de um projeto piloto do ANACONDA/MS, houve a

implantação de um protocolo de investigação de códigos garbage/códigos “pouco

úteis”, em 2017, no hospital de referência, o Hospital Geral de Roraima, e

certamente, este trabalho trará dados de mortalidade mais confiáveis (corrigidos).

Os dados corrigidos para estudo de mortalidade permitem a utilização de

informação apropriada em dados válidos (medem o que precisa medir) e confiáveis.

A elaboração de indicadores válidos e confiáveis, que expressem a situação de

35,2 34,5 32,9

27

05

10152025303540

2000 2005 2010 2015

%

Anos

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176 saúde e avaliem o desempenho de políticas e programas é de fundamental

importância, pois a informação em saúde é uma prioridade da gestão do SUS,

especialmente após a introdução dos processos de pactuação de indicadores de

saúde, considerados estratégicos, que fortalecem a informação e a análise da

situação de saúde, e valorizam os sistemas de informações com a ampliação do seu

uso.

Entre as limitações, destaca-se que as bases de dados nacionais sobre

mortalidade ainda apresentam cobertura insatisfatória em muitos municípios do

País, havendo expressiva subnotificação de óbitos; a proporção de causas mal

definidas tende a estar subestimada em áreas com baixa cobertura de informação

sobre mortalidade; essas áreas costumam apresentar condições assistenciais

insatisfatórias, com prejuízo para a identificação das causas de morte (BRASIL,

2013a).

Na análise do SIM em 2017 com relação aos códigos garbage foram

identificadas 506 códigos "não úteis", esses códigos estão presentes em quase

todos os capítulos da CID 10, e estão relacionados tanto a dificuldade de

diagnósticos pela assistência quanto a incompletude da DO. As causas básicas com

maiores números desses códigos estão na Figura 94, e sinaliza pontos importantes

para a atuação da vigilância epidemiológica a fim de sanar ou minimizar esse

problema.

Figura 94 - Proporção dos principais códigos garbage em Roraima, 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU. NE - não especificado.

4%13%

6%7%

8%8%22%

4%7%

9%12%

Distúrbio misto do equilíbrio ácido básicoHipertensão essencialInsuficiência cardíaca congestivaAcidente vascular cerebral NE com hemorragia isquêmicaSequelas de acidente vascular cerebral NE com hemorragia isquêmicaPneumonia bacteriana NEPneumonia NEInsuficiência renal aguda NESenilidadeOutras causas mal definidas e NE de mortalidadeLocal NE

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177

177

4.1 INDICADORES DE MORTALIDADE

A taxa de mortalidade geral (TMG) mede o risco de morte por todas as

causas em uma população de um dado local e período. A TMG inferior a 4 por mil

habitantes indica precariedade na cobertura das informações de mortalidade

(BRASIL, 2014a).

Em Roraima, no período de 1990 a 2017 a TMG por mil habitantes, aumentou

16,7% permaneceu, e nos últimos cinco anos a TMF se mantém acima de 4 por mil

habitantes. A Tabela 65 apresenta, detalhadamente, a taxa de mortalidade desse

período, e ainda a taxa nacional.

Tabela 65 - Taxa de mortalidade geral de Roraima e Brasil, 1990 a 2017

ANO RORAIMA BRASIL N° DE

ÓBITOS POPULAÇÃO RESIDENTE

TAXA DE MORTALIDADE (POR

MIL HAB.)

TAXA DE MORTALIDADE (POR MIL HAB.)

1990 855 203.977 4,19 - 1995 967 262.194 3,68 - 2000 1.265 324.397 3,89 6,67 2005 1.517 391.318 3,87 6,20 2006 1.594 403.340 3,95 6,14 2007 1.594 415.281 3,83 6,10 2008 1.544 412.783 3,74 6,07 2009 1.601 421.497 3,79 6,05 2010 1.703 450.479 3,78 6,03 2011 1.663 460.165 3,61 6,02 2012 1.873 469.524 3,98 6,03 2013 2.024 488.072 4,14 6,04 2014 2.036 496.936 4,09 6,06 2015 2.169 505.665 4,29 6,08 2016 2.220 514.229 4,32 - 2017 2.557 522.636 4,89 -

Fonte: SIM/NSIS/DVE/C.S/SESAU/RR. Dados até 31/12/2017 (sujeitos à alteração). - Sem informação. NOTA: IBGE (Censo e estimativas populacionais). Taxa bruta de mortalidade por mil habitantes – IBGE. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

Quando analisamos a evolução da TMG nas últimas décadas percebemos

uma tendência, embora discreta, de aumento dessa taxa no período (Figura 75).

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Figura 95 - Taxa de mortalidade geral (por 1.000 mil habitantes) - Roraima, 1990 a 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/C.S/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

4.2 MORTALIDADE POR MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA

A Tabela 67 retrata sobre o número de casos de óbitos dos municípios (por

residência) do ano de 1997, 2000, 2005 a 2017. Na análise da mortalidade por

município de residência no ano de 2017, a capital, Boa Vista concentrou 62,8% dos

óbitos, seguido de Rorainópolis (5,4%), Alto Alegre (4,7%) e Caracaraí (3,6%)

(Tabela 66). Rorainópolis é o segundo município mais populoso e possui um hospital

de referência para toda a região sul do estado.

Tabela 66 - Número e proporção de óbitos fetal e não fetal por município de residência, Roraima, 2017

MUNICÍPIO RESIDÊNCIA FETAL

NÃO FETAL*

TOTAL

Nº % Nº % Nº % RORAIMA 129 100,0 2.428 100,0 2.557 100,0 Alto Alegre 2 1,6 119 4,9 121 4,7 AmajarÌ 9 7,0 66 2,7 75 2,9 Boa Vista 70 54,3 1.536 63,3 1.606 62,8 Bonfim 9 7,0 69 2,8 78 3,1 Cantá 3 2,3 82 3,4 85 3,3 Caracaraí 1 0,8 91 3,7 92 3,6 Caroebe 2 1,6 39 1,6 41 1,6 Iracema 2 1,6 21 0,9 23 0,9 Mucajaí 4 3,1 84 3,5 88 3,4 Normandia 6 4,7 40 1,6 46 1,8 Pacaraima 7 5,4 51 2,1 58 2,3 Rorainópolis 6 4,7 131 5,4 137 5,4 São João da Baliza 1 0,8 23 0,9 24 0,9 São Luiz 1 0,8 24 1,0 25 1,0 Uiramutã 6 4,7 51 2,1 57 2,2

1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

TMG 4,1 3,6 3,8 3,8 3,9 3,8 3,7 3,7 3,7 3,6 3,9 4,1 4,0 4,2 4,3 4,8

0

1

2

3

4

5

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Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU. * 01 óbito não fetal com município ignorado. Dados sujeitos a alteração.

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Tabela 67 - Número de óbitos por município de residência, Roraima, 1997, 2000, 2005 a 2017 MUNICÍPIO 1997 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Roraima 916 1.265 1.517 1.594 1.594 1.544 1.601 1.706 1.670 1.893 2.024 2.036 2.167 2.020 2.557 Alto Alegre 12 68 83 107 95 44 93 50 75 130 139 104 97 54 121 Amajarí 03 42 33 46 40 21 48 33 30 61 67 51 55 1.462 75 Boa Vista 774 813 944 993 1.035 1.020 1.052 1.132 1.097 1.201 1.270 1.270 1.400 52 1.606 Bonfim 11 31 38 55 42 35 38 40 34 27 50 59 51 64 78 Cantá 13 28 30 32 38 42 33 47 48 62 45 55 74 105 85 Caracaraí 20 59 51 57 65 64 61 65 65 74 84 94 103 27 92 Caroebe 03 08 19 24 26 26 27 28 39 34 34 28 32 28 41 Iracema 01 05 21 27 22 27 35 35 20 19 35 34 32 68 23 Mucajaí 26 47 56 49 47 42 60 53 61 51 85 73 53 51 88 Normandia 06 34 34 36 26 36 18 38 17 34 20 42 40 38 46 Pacaraima 09 26 40 42 25 48 25 42 47 42 39 35 42 104 58 Roiranópolis 19 43 66 53 68 60 49 61 72 89 76 91 108 24 137 São J Baliza 10 11 18 19 22 14 20 26 11 29 23 27 26 18 24 São Luiz 06 15 13 13 18 19 15 26 13 12 22 28 22 44 25 Uiramutã 03 33 71 40 25 44 26 30 39 28 35 44 32 54 57

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Em 2016 e 2017 incluído um óbito com município ignorado. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

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Os óbitos por grupos de causa segundo os capítulos da CID 10 estão na

Tabela 68, e suas proporções na Figura 96. Esses dados permitem um olhar mais

profundo sobre as razões das mortes nos municípios do estado.

Tabela 68 - Número de óbitos por grupos de causas (capítulo CID10) e município de residência, Roraima, 2017

MUNICÍÍPIO GRUPOS DE CAUSAS SEGUNDO CAPÍTULOS DO CID 10 - 2016

Total I II III IV V VI VIII IX X XI XII XIII XIV XV XVI XVII XVIII XX NC

RORAIMA 103 351 13 203 9 36 2 512 205 122 16 6 67 6 207 53 76 562 8 2.557

Alto Alegre 6 9 0 13 0 3 0 11 18 4 0 0 3 1 5 3 5 40 0 121

Amajarí 6 6 1 5 0 1 0 9 9 6 2 0 0 0 9 2 1 18 0 75

Boa Vista 58 256 8 129 2 24 2 349 124 84 10 5 47 2 112 28 38 328 0 1.606

Bonfim 3 8 2 8 1 0 0 8 7 1 0 0 1 0 12 3 4 20 0 78

Cantá 4 10 1 8 1 0 0 17 6 4 0 0 3 1 4 2 3 21 0 85

Caracaraí 5 12 0 8 0 2 0 18 8 4 0 0 1 0 3 2 3 23 3 92

Caroebe 1 5 0 6 1 0 0 10 1 2 0 0 2 0 3 1 0 9 0 41

Iracema 1 4 0 2 0 1 0 4 0 0 0 0 0 0 3 0 1 7 0 23

Mucajaí 2 13 0 4 0 1 0 22 8 3 0 0 3 0 4 1 7 20 0 88

Normandia 2 3 1 3 0 0 0 5 2 5 2 0 1 0 11 3 2 6 0 46

Pacaraima 4 2 0 2 2 1 0 14 2 0 1 0 3 0 14 5 1 7 0 58

Rorainópolis 4 15 0 10 1 1 0 26 4 6 1 0 1 1 11 0 6 45 5 137

São J Baliza 1 3 0 2 0 0 0 4 6 0 0 0 0 0 1 1 1 5 0 24

São Luiz 2 4 0 0 1 0 0 5 1 2 0 0 1 0 1 1 0 7 0 25

Uiramutã 4 1 0 3 0 2 0 9 9 1 0 1 1 1 14 1 4 6 0 57

Ignorado 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 LEGENDA:

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo

II. Neoplasias (tumores) XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo

III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár XIV. Doenças do aparelho geniturinário

IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas XV. Gravidez parto e puerpério V. Transtornos mentais e comportamentais XVI. Algumas afec originadas no período perinatal VI. Doenças do sistema nervoso XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas

IX. Doenças do aparelho circulatório XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat X. Doenças do aparelho respiratório XX. Causas externas de morbidade e mortalidade XI. Doenças do aparelho digestivo

Fonte: SIM/NSIS/DVE/C.S/SESAU/RR. NC - não classificado. Dados sujeitos a alteração.

Na Tabela 69 consta o número óbitos por local de ocorrência e chama a

atenção que 20,5% dos óbitos são domiciliares e 5,5% ocorreram via pública.

Há um predomínio de óbitos no sexo masculino, e estes representam 63,4%

dos óbitos com uma razão de sexo de 1,7 óbitos masculino/feminino. A Tabela 70

apresenta o número e a proporção dos óbitos por sexo.

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Figura 96 - Proporção de óbitos por grupo de causa (CID10) e município de residência, Roraima, 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos à alteração.

1 2 3 4 5 6 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 20

Ignorado 0 0 0 0 0 0 0,2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Uiramutã 3,9 0,3 0 1,5 0 5,6 0 1,8 4,4 0,8 0 16,7 1,5 16,7 6,8 1,9 5,3 1,1

São Luiz 1,9 1,1 0 0 11,1 0 0 1 0,5 1,6 0 0 1,5 0 0,5 1,9 0 1,2

São J. Baliza 1 0,9 0 1 0 0 0 0,8 2,9 0 0 0 0 0 0,5 1,9 1,3 0,9

Rorainópolis 3,9 4,3 0 4,9 11,1 2,8 0 5,1 2 4,9 6,25 0 1,5 16,7 5,3 0 7,9 8

Pacaraima 3,9 0,6 0 1 22,2 2,8 0 2,7 1 0 6,25 0 4,5 0 6,8 9,4 1,3 1,2

Normandia 1,9 0,9 7,7 1,5 0 0 0 1 1 4,1 12,5 0 1,5 0 5,3 5,7 2,6 1,1

Mucajaí 1,9 3,7 0 2 0 2,8 0 4,3 3,9 2,5 0 0 4,5 0 1,9 1,9 9,2 3,6

Iracema 1 1,1 0 1 0 2,8 0 0,8 0 0 0 0 0 0 1,4 0 1,3 1,2

Caroebe 1 1,4 0 3 11,1 0 0 2 0,5 1,6 0 0 3 0 1,4 1,9 0 1,6

Caracaraí 4,9 3,4 0 3,9 0 5,6 0 3,5 3,9 3,3 0 0 1,5 0 1,4 3,8 3,9 4,1

Cantá 3,9 2,8 7,7 3,9 11,1 0 0 3,3 2,9 3,3 0 0 4,5 16,7 1,9 3,8 3,9 3,7

Bonfim 2,9 2,3 15,4 3,9 11,1 0 0 1,6 3,4 0,8 0 0 1,5 0 5,8 5,7 5,3 3,6

Boa Vista 56,3 72,9 61,5 63,5 22,2 66,7 100 68,2 60,5 68,9 62,5 83,3 70,1 33,3 54,1 52,8 50 58,4

Amajarí 5,8 1,7 7,7 2,5 0 2,8 0 1,8 4,4 4,9 12,5 0 0 0 4,3 3,8 1,3 3,2

Alto Alegre 5,8 2,6 0 6,4 0 8,3 0 2,1 8,8 3,3 0 0 4,5 16,7 2,4 5,7 6,6 7,1

0

102030

405060

708090

100

%

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Tabela 69 - Número de óbitos por local de ocorrência segundo município de residência, Roraima, 2017 MUNICÍPIO HOSPITAL OUT EST

SAÚDE DOMICÍLIO VIA PÚBLICA OUTROS IGN TOTAL

RORAIMA 1.600 28 525 142 253 9 2.557 Alto Alegre 44 9 28 1 37 2 121 Amajarí 36 2 16 1 19 1 75 Boa Vista 1.109 8 287 88 112 2 1.606 Bonfim 47 0 20 7 4 0 78 Cantá 44 0 22 6 13 0 85 Caracaraí 48 0 20 4 18 2 92 Caroebe 22 0 15 1 3 0 41 Iracema 9 0 5 4 5 0 23 Mucajaí 41 1 27 3 16 0 88 Normandia 30 0 11 3 1 1 46 Pacaraima 35 0 14 3 6 0 58 Rorainópolis 75 0 29 17 15 1 137 São J Baliza 18 0 4 2 0 0 24 São Luiz 15 0 7 0 3 0 25 Uiramutã 27 8 19 2 1 0 57 Ignorado 0 0 1 0 0 0 1

Fonte: SIM/NSIS/DVE/C.S/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

Os dados sobre os óbitos por faixa etária encontra-se na Tabela 71.

Tabela 70 - Número e proporção de óbitos por municípios de residência - Roraima, 2017

MUNICÍPIO MASCULINO FEMININO IGN TOTAL

Nº % Nº % Nº Nº % RORAIMA 1.621 100,0 935 100,0 1 2.557 100,0 Alto Alegre 77 4,8 43 4,6 1 121 4,7 Amajari 44 2,7 31 3,3 0 75 2,9 Boa Vista 994 61,3 612 65,5 0 1.606 62,8 Bonfim 49 3,0 29 3,1 0 78 3,1 Cantá 59 3,6 26 2,8 0 85 3,3 Caracaraí 60 3,7 32 3,4 0 92 3,6 Caroebe 24 1,5 17 1,8 0 41 1,6 Iracema 17 1,0 6 0,6 0 23 0,9 Mucajaí 61 3,8 27 2,9 0 88 3,4 Normandia 26 1,6 20 2,1 0 46 1,8 Pacaraima 41 2,5 17 1,8 0 58 2,3 Rorainópolis 95 5,9 42 4,5 0 137 5,4 São J Baliza 12 0,7 12 1,3 0 24 0,9 São Luiz 20 1,2 5 0,5 0 25 1,0 Uiramutã 41 2,5 16 1,7 0 57 2,2 Ignorado 1 0,1 0 0,0 0 1 0,0

Fonte: SIM/NSIS/DVE/C.S/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

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Tabela 71 - Número e proporção de óbitos por municípios de residência, Roraima, 2017

MUNICÍPIO

RORAIMA < 1

1-4

5-9

10-14

15-19

20-29

30-39

40-49

50-59

60-69

70-79 80e+ IGN TOTAL

207 38 22 29 77 186 199 184 306 375 366 434 134 2.557 Alto Alegre 17 10 4 4 4 13 11 5 10 12 11 17 3 121 Amajarí 10 5 1 3 2 6 2 2 12 7 11 5 9 75 Boa Vista 84 10 7 14 45 118 130 130 210 261 240 287 70 1.606 Bonfim 12 3 1 0 2 4 4 4 7 11 8 13 9 78 Cantá 5 1 1 2 4 3 4 6 10 14 14 16 5 85 Caracaraí 17 3 2 1 4 5 4 7 8 11 12 17 1 92 Caroebe 3 0 0 1 0 2 3 2 5 7 6 10 2 41 Iracema 1 1 0 0 0 4 4 1 2 3 5 0 2 23 Mucajaí 5 0 1 2 4 7 6 5 9 11 17 17 4 88 Normandia 10 1 1 0 0 2 4 2 2 5 4 9 6 46 Pacaraima 15 0 0 1 2 2 2 5 5 8 5 6 7 58 Rorainópolis 5 0 2 0 7 15 18 10 18 17 15 22 8 137 São J Baliza 1 0 0 0 1 2 1 1 2 4 5 6 1 24 São Luiz 1 0 0 0 0 3 3 0 5 3 5 4 1 25 Uiramutã 21 4 2 1 2 0 3 4 1 1 7 5 6 57 Ignorado 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1

Fonte: SIM/NSIS/DVE/C.S/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

Na distribuição dos óbitos por raça/cor observa-se que 13,8% são de

indígenas, e 7,1% das declarações de óbito não possuem informação sobre a

raça/cor (Tabela 72).

Tabela 72 - Número de óbitos por raça/cor segundo município de residência, Roraima, 2017

MUNICÍPIO BRANCA PRETA AMARELA PARDA INDÍGENA NÃO INFORMADO TOTAL

RORAIMA 420 89 4 1.508 353 183 2.557 Alto Alegre 15 1 0 25 77 3 121 Amajari 4 2 0 15 44 10 75 Boa Vista 311 60 3 1.083 44 105 1.606 Bonfim 3 1 0 34 30 10 78 Cantá 6 1 0 52 23 3 85 Caracaraí 10 2 0 55 20 5 92 Caroebe 8 4 0 22 2 5 41 Iracema 5 1 0 15 0 2 23 Mucajaí 11 3 1 56 11 6 88 Normandia 5 0 0 9 24 8 46 Pacaraima 7 1 0 11 31 8 58 Rorainópolis 20 9 0 101 0 7 137 São J Baliza 6 1 0 14 1 2 24 São Luiz 8 3 0 13 0 1 25 Uiramutã 1 0 0 3 46 7 57 Ignorado 0 0 0 0 0 1 1

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Fonte: SIM/NSIS/DVE/C.S/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. O número de óbitos por município de residência nos anos de 1997, 2000,

2005 a 2017 está na Tabela 67, e sua proporção por grupo de causa (CID10) e está

na Figura 96.

As causas externas foram a principal causa de morte em 46,7% dos

municípios, e ocorreu nas seguintes proporções: Rorainópolis (34,1%), Alto Alegre

(33,1%), Iracema (30,4%), São Luiz (28%), Bonfim (25,6%), Cantá (24,7%) e

Amajarí (24%).

As mortes por doenças do aparelho circulatório foram o principal grupo de

causa de morte em 33,3% dos municípios, a citar, Mucajaí e São João da Baliza

(25%) cada, Caracaraí e Caroebe (24,4%) cada, e Boa Vista (21,7%). Em Boa Vista,

as causas externas ocupam a segunda posição com 20,4% das mortes.

As mortes por algumas afecções originadas no período perinatal

representaram o grupo de morte mais prevalente em Uiramutã (24,6%), Pacaraima

(24,1%) e Normandia (23,9%). Esses municípios têm em comum uma extensa área

indígena e baixa proporção de mães com sete ou mais consultas no pré-natal, de

24% em Uiramutã, 33% em Pacaraima e 23% em Normandia, segundo dados do

Sinasc para 2017. É importante destacar, a coberta de 100% da Estratégia Saúde

da Família (ESF) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) nesses municípios,

com exceção de Normandia que tem 94,5% de ACS (Dados do Programa estadual

de Atenção Básica para 2017).

Figura 97 - Taxa de Mortalidade Geral (por 1.000 habitantes) por município de residência, Roraima, 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU. Dados populacionais: estimativas TCU para 2017. Dados sujeitos a alteração.

7,5

6,5

4,8

6,5

54,3 4,3

2,1

5,24,4 4,7 4,7

3,1 3,3

5,8

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186

186

A Taxa de Mortalidade Geral de cada município para 2017 estão na Figura 97

Na Tabela 73 estão distribuídas as dez principais causas básicas de morte por

município de residência, essas dados apontam para a importância das causas

externas.

Tabela 73 - Distribuição das dez principais causas básicas de morte por município de residência, Roraima, 2017

ALTO ALEGRE Nº % Violência interpessoal 16 13,2 Pneumonias 15 12,4 Acidente de transporte terrestre (ATT) 11 9,1 Infarto agudo do miocárdio (IAM) 6 5,0 Contato com serpentes e lagartos venenosos 6 5,0 Diabetes mellitus (DM) 6 5,0 Outros transt da secreção pancreática interna 5 4,1 Diarréia e gastroenterite orig infecc presum 3 2,5 Acid vasc encefálico (AVE) 2 1,7 Neopl malig do encefalo 2 1,7

AMAJARÍ Nº % Pneumonias 6 8,0 ATT 5 6,7 Violência interpessoal 4 5,3 Lesão autoprovocada 4 5,3 Morte fetal de causa NE 4 5,3 Diarréia e gastroenterite orig infecc presum 4 5,3 Cardiomiopatias 3 4,0 Fet rec-nasc afet afec mat n obr rel grav at 3 4,0 Neopl malig estômago 2 2,7 Fibrose e cirrose hepática 2 2,7

BOA VISTA Nº % ATT 110 6,8 DM 100 6,2 Pneumonias 78 4,9 Acid vasc encefálico 82 5,1 Hipertensao essencia/Doenc cardiaca hipertensiva 67 4,2 Infarto agudo do miocárdio (IAM) 69 4,3 Violência interpessoal 56 3,5 Cardiomiopatias 40 2,5 Neopl malig brônquos e pulmão 37 2,3 Neopl malig próstata 23 1,4

BONFIM Nº % ATT 9 11,5 DM 5 6,4 Fet rec-nasc afet afec mat n obr rel grav at 5 6,4 Lesão autoprovocada 4 5,1 Pneumonias 4 5,1 Malf cong coração 3 3,8

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187

187

Diarréia e gastroenterite orig infecc presum 2 2,6 IAM 2 2,6 Violência interpessoal 2 2,6 Neopl malig colo do útero 2 2,6

CANTÁ Nº % ATT 14 16,5 HAS 5 5,9 DM 4 4,7 Pneumonias 4 4,7 Lesão autoprovocada 3 3,5 AVE 3 3,5 Diarréia e gastroenterite orig infecc presum 2 2,3 Fibrose e cirrose hepática 2 2,3 IAM 2 2,3 Violência interpessoal 1 1,2

CARACARAÍ Nº % ATT 9 9,8 Pneumonia 7 7,6 AVE 6 6,5 Afogamento e submersao em aguas naturais 5 5,4 HAS 5 5,4 IAM 4 4,3 Desnutrição protéico-calórica grave NE 3 3,7 Septicemia 2 2,2 DM 2 2,2 Violência interpessoal 2 2,2

CAROEBE Nº % DM 5 12,2 ATT 4 9,7 HAS 3 7,3 AVE 3 7,3 Morte fetal de causa NE 2 4,9 Neopl malig próstata 2 4,9 Violência interpessoal 1 2,4 Tuberculose 1 2,4 Fibrose e cirrose hepática 1 2,4 Neopl malig do útero 1 2,4

IRACEMA Nº % ATT 4 17,4 Acid vasc encefálico 3 13,0 Lesão autoprovocada 1 4,3 AVE 1 4,3 Fet rec-nasc afet afec mat n obr rel grav at 1 4,3 Morte fetal de causa NE 1 4,3 Neopl malig estômago 1 4,3 Neopl malig dos bronquios e dos pulmoes 1 4,3 Sindr de aspiracao neonatal 1 4,3

MUCAJAÍ Nº % IAM 13 14,8 Violência interpessoal 5 5,7

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188

188

DOPC 3 3,4 ATT 3 3,4 Lesão autoprovocada 3 3,4 Fet rec-nasc afet afec mat n obr rel grav at 3 3,4 IRC 2 2,3 Pneumonia p/ microorg NE 2 2,3 Meningite bact NCOP 1 1,1 Miocardiopatias 1 1,1

NORMANDIA Nº % Morte fetal de causa NE 5 10,9 Pneumonias 4 8,7 ATT 3 6,5 DM 3 6,5 Desconforto respiratório do RN 2 4,3 HIV 1 2,2 Violência interpessoal 1 2,2 Enterocolite necrotizante do feto e rec-nasc 1 2,2 IAM 1 2,2 Fibrose e cirrose hepática 1 2,2

PACARAIMA Nº % IAM 6 10,3 ATT 3 5,2 Acid vasc encefálico 3 5,2 Hipertensao essencia/Doenc cardiaca hipertensiva 2 3,4 Diarréia e gastroenterite orig infecc presum 2 3,4 Transt mentais comport dev uso álcool 2 3,4 Fet rec-nasc afet afec mat n obr rel grav at 2 3,4 IRA 2 3,4 HIV 1 1,7 Suicídio 1 1,7

RORAINÓPOLIS Nº % ATT 16 11,7 DM 10 7,3 Violência interpessoal 9 6,6 IAM 9 6,6 Acid vasc encefálico 7 5,1 Hipertensao essencia/Doenc cardiaca hipertensiva 6 4,4 Neopl malig próstata 5 3,6 Pneumonias 4 2,9 Morte fetal de causa NE 3 2,2 Desconforto respirat do recem-nascido 3 2,2

SÃO JOÃO DA BALIZA Nº % Pneumonias 5 20,8 Violência interpessoal 2 8,3 Acid vasc encefálico 2 8,3 Insuficiência cardíaca 2 8,3 ATT 1 4,2 Microcefalia 1 4,2 Morte fetal de causa NE 1 4,2 Outr anemias 1 4,2

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189 Neopl malig dos bronquios e dos pulmoes 1 4,2 Neopl malig encéfalo 1 4,2

SÃO LUIZ Nº % Hipertensao essencia/Doenc cardiaca hipertensiva 5 20,0 ATT 2 8,0 Doença alcólica do fígado 2 8,0 Queda 2 8,0 Violência interpessoal 1 4,0 Lesão autoprovocada 1 4,0 HIV 1 4,0 Neopl malig próstata 1 4,0 Neopl malig estômago 1 4,0 Neopl malig laringe 1 4,0

UIRAMUTÃ Nº % Pneumonias 7 12,3 Morte fetal de causa NE 5 8,8 Acid vasc encefálico 3 5,3 IAM 3 5,3 ATT 2 3,5 Lesão autoprovocada 2 3,5 Trans rel gesta curt dur peso baix nasc NCOP 2 3,5 Insufic respiratória NCOP 2 3,5 Diarréia e gastroenterite orig infecc presum 2 3,5 Leishmaniose 1 1,8

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

4.3 MORTALIDADE POR FAIXA ETÁRIA

As causas de morte e o risco de morrer variaram segundo a faixa etária e o

sexo (RORAIMA, 2016c).

Figura 98 - Mortalidade proporcional por faixa etária. Roraima, 2006 e 2017

< 1 ano

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 29

anos

30 a 39

anos

40 a 49

anos

50 a 59

anos

60 a 69

anos

70 a 79

anos

80 e + anos

2006 12,5 3,2 1,3 1,6 2,9 7,9 7,2 9,8 10,9 10,8 13 11,82017 8,1 1,5 0,9 1,1 3 7,3 7,8 7,2 12 14,7 14,3 17

02468

1012141618

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190 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016. Dados sujeitos a alteração. Na análise da mortalidade proporcional por faixa etária (Figura 98), no período

de 2006 a 2017, observa-se alta proporção de morte entre os menores de 1 ano,

entretanto, há uma redução de 35,2% na proporção dessas mortes, passando de

12,5% em 2006 para 8,1% em 2017, apesar da importante redução, esse valor é

superior a média da Região Norte para 2013 que foi de 7%, perdendo apenas para o

Amapá (12%), e bastante acima da média das Regiões Sul (2%) e Sudeste (3%)

(BRASIL, 2013a).

Figura 99 - Curva de mortalidade proporcional (Nélson de Moraes). Roraima, 1987, 1993, 2000, 2007 e 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

No período de 1987 a 2017, observa-se uma mudança no padrão da curva de

Nélson de Moraes assumindo um padrão de curva intermediária entre o Tipo I em

1987 e Tipo IV, em 2017, refletindo em melhoras na condição de vida e saúde da

população (Figura 99).

Em 2017, a mortalidade entre os maiores de 50 anos de idade (indicador Swaroop-

Uemura) foi em 58%, embora 4,3% maior que relação ao ano de 2016 ainda está

muito abaixo da proporção de 70% que equivale a um nível de saúde elevado,

característico de países desenvolvidos (Figura 100).

Para o Brasil a participação dos óbitos da população de 50 anos e mais de

idade está em elevação há cerca de duas décadas (BRASIL, 2013a).

< 1 ano 1 a 4 anos 5 a 19 anos 20 a 49 anos 50 anos e +

1987 31,8 8,5 9,9 21,5 28,31993 24,2 5 7,1 29,1 32,42000 13,1 4,7 8,1 32,5 41,12007 11,2 2,2 6,1 28 45,5

2017 8,1 1,5 5 22,3 58

010203040506070

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191

Figura 100 - Mortalidade proporcional de 50 anos e mais de idade. Roraima, 1995, 2000 e 2006 a 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração. 4.4 MORTALIDADE POR SEXO

Em 2013, a razão de óbitos masculino em relação ao feminino foi de 1,73 em

2000, ou seja, ocorreram 173 óbitos masculinos para cada 100 do sexo feminino.

Este quadro é observado na grande maioria dos grupos de causa, merecendo

destaque as causas externas, onde a razão masculino/feminino é de 5,18, ou seja,

518 óbitos masculinos para cada 100 femininos. Em 2006 a razão de óbitos

masculino/feminino foi de 1,69 e em 2013 de 1,77 destacando um aumento dessa

razão no período (RORAIMA, 2013).

Em 2014, a razão foi de 1,68 óbitos masculinos em relação ao feminino e

significa uma redução de 0,6% dessa relação na comparação com 2013. Na

distribuição dos óbitos por sexo no ano de 2014 observa-se o predomínio do sexo

masculino em 62,3% (1.270/2.036) das mortes, e uma queda dessa proporção de

15% com relação às mortes do sexo masculino ocorridas em 2013 (73,3%). Na

análise do sexo e grupo de causa de morte destacamos para as causas externas

com 82,7%% (355/429) das mortes entre os homens, seguido das doenças

infecciosas e parasitárias com 74,1% (66/89), das doenças do aparelho digestivo

com 69,4% (66/95), das doenças do sistema nervoso com 62% (18/29), das doenças

do sistema geniturinário com 60,6% (20/33), das doenças do aparelho circulatório

com 60,4% (234/387), dos transtornos mentais e comportamentais com 60% (3/5),

das neoplasias com 57,6% (159/276), algumas afecções originárias no período

perinatal com 56,9% (107/188), doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas com

48,1% (79/164), doenças da pele e do tecido subcutâneo com 28,5% (4/14),

1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

50 anos e + 37,7 41,1 47,1 46,6 45,5 48,3 47,6 52,5 54,7 51,6 50,5 54,8 55,6 55,6 58

0

10

20

30

40

50

60

70

%

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192

192

malformação congênita, deformidades e anomalias cromossômicas com 34,8%

(16/46), doenças da pele e do tecido subcutâneo com 28,5% (4/10), doenças do 153

sangue e transtornos imunológicos com 25% (3/12), e doenças do aparelho

respiratório com 2,8% (95/175) (RORAIMA, 2014).

No sexo feminino os grupos de causas de morte a que prevaleceram foram às

doenças do aparelho respiratório com 97,2% (80/95), doenças do sangue e sistema

imunológico com 75% (9/12), doenças de pele e do tecido subcutâneo com 71,5%

(10/14), malformação congênita, deformidades e anomalias cromossômicas com

65,2% (25/46), doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo com 60%

(6/10), doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas com 51,9% (85/164),

algumas afecções originárias no período perinatal com 43,1% (75/188). Os

sintomas, sinais e achados anormais no exame clínico e laboratorial (causas mal

definidas) corresponderam a 3,9% de todas as mortes, e destas 51,9% (41/79)

ocorreram no sexo masculino. Esse grupo expressa deficiência de diagnóstico e no

preenchimento da DO (RORAIMA, 2014).

Em 2015, a razão foi de 1,79 óbitos masculinos em relação ao feminino, e os

óbitos masculinos corresponderam a 64% (1.388/2.167) de todas as mortes

(RORAIMA, 2015).

Figura 101 - Proporção de óbitos por sexo e grupo de causa (CID10), Roraima, 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima, 2016. Dados sujeitos à alteração.

64,153,1

61,546,0

62,547,4

61,359,8

77,180,0

14,364,1

49,546,9

59,083,2

61,8

35,946,9

38,454,0

37,552,6

38,740,2

22,920,0

85,738,9

100,050,5

53,141,0

16,738,2

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Algumas doenças infecciosas e parasitárias

Doenças do sangue, órgãos hemat e transt …

Transtornos mentais e comportamentais

Doençasdo aparelho circulatório

Doenças do aparelho digestivo

Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo

Gravidez, parto e puerpério

Malf cong deformid e anomalias cromossômicas

Causas externas de morbidade e mortalidade

Masculino Feminino

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193

193

Em 2016, os óbitos masculinos foram 61,8% (1.372/2.220) de todas as mortes

(RORAIMA, 2016c). Na Figura 101 estão detalhadas as Proporção de óbitos por

sexo e grupo de causa segundo CID 10.

Em 2017, a razão de sexo foi de 1,73 óbitos masculinos para cada óbito

feminino, e 63,4% (1.621/2.557) dos óbitos ocorreram no sexo masculino. Na Figura

102 estão detalhados os óbitos por faixa etária e sexo. Entre os memores de 1 ano

de idade 0,5% das mortes tiveram o sexo ignorado (1/207).

Figura 102 - Proporção de óbitos por sexo e faixa etária, Roraima, 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos à alteração.

4.5. MORTALIDADE POR GRUPO DE CAUSAS

A distribuição da mortalidade por grupo de causas (CID 10) está detalhada na

Tabela 74.

Tabela 74 - Número e proporção de óbitos por causa (capítulo CID 10), Roraima, 2017

CAUSA (CAP CID10) NÚMERO* % I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 103 4,0 II. Neoplasias (tumores) 351 13,8 III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár 13 0,5 IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 203 8,0 V. Transtornos mentais e comportamentais 9 0,4 VI. Doenças do sistema nervoso 36 1,4 VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 2 0,1 IX. Doenças do aparelho circulatório 512 20,1 X. Doenças do aparelho respiratório 205 8,0 XI. Doenças do aparelho digestivo 122 4,8 XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 16 0,6 XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 6 0,2

< 01a 01-04a

05-09a

10-14a

15-19a

20-29a

30-39a

40-49a

50-59a

60-69a

70-79a 80 e+ Ign

Feminino 35,7 34,2 36,4 51,7 26 24,2 24,6 34,8 34 38,2 38,5 45,6 45,5Masculino 63,8 65,8 63,6 48,3 74 75,8 75,4 65,2 66 61,8 61,5 54,4 54,5

0102030405060708090

100

%

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194 XIV. Doenças do aparelho geniturinário 67 2,6 XV. Gravidez parto e puerpério 6 0,2 XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 207 8,1 XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas 53 2,1 XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 76 3,0 XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 562 22,0 Total 2.557 100,0

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. *Nota: 8 óbitos com capítulo ignorado. 4.5.1 MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS

No Brasil, as causas externas são a terceira causa de óbitos na população

geral, mudando de posição no ranking das principais causas, conforme sexo,

raça/cor da pele, faixa etária e condição social. Mais de um terço destas mortes

foram por homicídios (violência interpessoal) no período de 2000 a 2015 (BRASIL,

2018).

Em Roraima as causas externas ocupam a principal causa de morte há

décadas, e corresponderam a 22% de todas as mortes ocorridas em 2017

(562/2.2557).

A proporção das mortes por causas externas reduziu de forma importante nos

últimos 15 anos na ordem de 25% no período de 2001 (25,7% das mortes) para

2016 (19,4%), e a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes passou de 97,2 por

100 mil habitantes em 2001 para 84,4 em 2016, uma redução de 13,2% (RORAIMA,

2016c), porém em 2017 essa taxa (107,5 por 100 mil habitantes) se aproximou das

taxas encontradas na década de 90, sendo a maior taxa dos últimos 18 anos

(FIGURA ).

A Figura 103 mostra a proporção de óbitos por causas externas no período de

2001 a 2017.

Figura 103 - Proporção de óbitos por causas externas, Roraima, 2001 a 2017

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Causas externas 25,7 26,3 22,6 22,3 21,7 21,2 24,9 21,8 21,9 22 21 22,4 24,5 21 23,4 19,4 22

0

10

20

30

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195

195

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016. Dados sujeitos à alteração.

A violência interpessoal (agressões/homicídios) com 42,2% (237/562) dos

óbitos representam a principal causa básica de óbito no grupo das causas externas,

superando os acidentes de transporte terrestre (ATT) com 24,7% (139) que ocupou

essa posição por décadas, seguido das lesões autoprovocadas (suicídios) com 7,6%

(43), afogamentos (6,2%/35) e quedas (4,1%/23) (Tabela 75 e Figura 104).

Tabela 75 - Número, proporção e taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas, Roraima, 2017

CAUSAS EXTERNAS Nº % TAXA POR 100 MIL HABITANTES Acidentes de transporte (ATT) 139 24,7 26,6 Quedas 23 4,1 4,4 Afogamento e submersoes acidentais 35 6,2 6,7 Exposicao a fumaca, ao fogo e as chamas 2 0,3 0,4 Envenen, intoxic por ou expos a subst nociv 2 0,3 0,4 Lesoes autoprovocadas voluntariamente (suicídio) 43 7,6 8,2

Agressoes/homicídios (violência interpessoal) 237 42,2 45,3 Eventos(fatos) cuja intenção e indeterminada 35 6,2 6,7 Demais causas externas 46 8,4 8,8 Total 562 100,0 107,5

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos à alteração.

O estudo de BENEDETTI; VIEIRA FILHO; SOUZA (2016) sobre a mortalidade

por causas externas realizado em 2015 mostrou que as mortes por causas externas

representaram 23,12% (513/2.219) de todas as mortes, ocupando o primeiro lugar

entre todos os grupos de causas de mortes listados na CID 10. Os homicídios

corresponderam a 36,4% (187 mortes), seguido dos acidentes de transporte com

33,5% (172 mortes), suicídios com 7,2% (37 mortes), afogamentos com 5% (26

mortes), quedas com 3,9% (20 mortes) e 13,8% (71 mortes) por outras causas

externas. Quanto ao sexo 83% (426/513) ocorreram no sexo masculino. Na

distribuição por faixa etária, destacamos a ocorrência em todas as faixas etárias,

4,6% em menores de 1 ano, 1,5% entre 1 a 4 anos, 1,9% entre 5 a 9 anos, 1,9%

entre 10 a 14 anos, 8,9% entre 15 a 19 anos, 25,1% entre 20 a 29 anos, 20,6% entre

30 a 39 anos, 11,3% entre 40 a 49 anos, 9,3% entre 50 a 59 anos, 6,6% entre 60 a

69 anos, 3,5% entre 70 a 79 anos e 3,9% em 80 e mais anos. Entre as causas

básicas destacam os atropelamentos com 5,23% dos casos entre os acidentes de

transporte (9/172) e os acidente com motociclistas 34,88% (60/172), e entre os

homicídios 37,96% (71/187) foram por arma branca e 28,87% (54/187) por arma de

fogo. Considerando-se que as causas externas são causas previsíveis e

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196 preveníveis, é inaceitável que, atualmente, uma grande parcela da população

venham a perder suas vidas por essas causas. A etiologia das mortes por causas

externas é multifatorial, tem raízes biológicas, psicológicas, sociais e ambientais e

deve ser enfrentada, concomitantemente, por vários seguimentos da sociedade.

Figura 104 - Proporção de mortes por causas externas (causas básicas), Roraima, 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

O número de óbitos de causa externa por causa básica (CID10) referente aos

anos de 1990 e 1995 e ao período de 2000 a 2017 estão detalhados na Tabela 76.

Tabela 76 - Número de óbitos de causa externa por causa básica (CID10), Roraima, 1990, 1995, 2000 a 2017

ANO ACIDENTE DE TRANSPORTE

HOMICÍDIO AFOGAMENTO SUICÍDIO QUEDAS OUTROS TOTAL

1990 52 127 14 04 - 56 253 1995 84 88 26 15 - 17 230 2000 130 128 25 22 - 35 340 2001 127 110 30 17 8 36 328 2002 139 133 26 20 1 45 364 2003 94 122 25 22 3 72 338 2004 84 85 42 26 6 97 340 2005 102 112 25 28 7 56 330 2006 110 111 27 35 6 49 338 2007 144 122 27 46 11 47 397 2008 119 106 24 31 4 53 337 2009 128 117 21 32 7 46 351 2010 147 125 13 34 10 47 376 2011 135 100 23 34 13 50 355 2012 149 145 18 39 7 64 422 2013 155 212 30 33 16 50 496 2014 147 151 27 15 10 79 429 2015 163 190 26 38 20 71 508 2016 101 179 33 52 8 61 434 2017 139 237 35 43 23 85 562

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2016. Dados sujeitos a alteração.

24,7%

42,2%

6,2%

7,6%4,1%

15,2%

Acidentes de transporte Homicídios/violência interpessoalAfogamentos Suicídios/lesão autoprovocadaQuedas Outros

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197

197

Em 2016, os homicídios ocorreram em 41,2% (179/434) dessas mortes,

seguido dos ATT (23,3%/101), suicídios (12%/52), afogamentos e submersões

acidentais (7,6%/33), quedas (1,8%/8) e as demais causas somaram 61 mortes

(RORAIMA, 2016c).

Na análise da taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externa

segundo a causa básica no período de 2006 a 2016, os ATT tiveram uma taxa de

mortalidade de 27,2 por 100 mil habitantes em 2006 e 19,6 em 2016, expressando

uma redução de 27,9%. Os homicídios tiveram a taxa de 27,5 por 100 mil habitantes

em 2006 e 34,8 em 2016, um aumento de 26,5% na taxa. Os suicídios tiveram um

aumento expressivo na taxa de mortalidade de 17,4% no período de 2006 a 2015,

passando de 8,6 por 100 mil habitantes em 2006 para 10,1 em 2016. Roraima tem

uma das maiores taxas de mortes por suicídio no país (RORAIMA, 2016c).

A Figura 105 mostra a razão de sexo por causas externas para o período de

2001 a 2016 e revelam que as mortes entre o sexo masculino são expressivas.

Figura 105 - Razão de sexo por causas externa, Roraima, 2001 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2016. Dados sujeitos a alteração.

Em 2017, os homicídios (violência interpessoal) tiveram uma taxa de 45,3 por

100 mil habitantes, a maior dos últimos 18 anos, mostrando uma escalada da

violência no estado, embora seja um problema mundial, como aponta o relatório

publicado em 2014 pela OMS sobre a prevenção da violência que informou que a

partir de 2000 o número de mortes por homicídio ultrapassou as mortes ocorridas

em todas as guerras que aconteceram no mesmo período, somando cerca de 6

milhões de mortes por violência interpessoal em todo o mundo a partir deste ano.

(BRASIL, 2018).

7

5,86,4

5,34,3

5,34,5

5,1

3,54,3 4,2

4,84,2

4,8 4,9 5

012345678

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Razão de sexo

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198

198

As maiores taxas de homicídios estimadas nos países de renda baixa e

média, ocorreram na Região das Américas (28,5 homicídios por 100 mil habitantes),

seguido da região Africana (10,9 homicídios por 100 mil habitantes), enquanto nos

países de alta a renda a taxa estimada é de 3,8 homicídios por 100 mil habitantes. O

número de pessoas vítimas de homicídios no Brasil fez com que o País ocupasse,

em 2012, a 11ª posição no ranking de violência fatal e o 3º nas Américas (1º

Venezuela e 2º Colômbia) (BRASIL, 2018).

Com relação aos ATT a taxa estadual de 26,6 óbitos por 100 mil habitantes

para 2017 é considerada elevada. Segundo dados do MS o risco de morte pro ATT

no Brasil variou de 17,6 em 2000 para 18,3 óbitos por 100 mil habitantes, em 2015,

na Região Norte a taxa foi de 20,2 óbitos por 100 mil habitantes, ainda segundo

dados do MS o estado de Roraima apresentava a taxa de 37,0 óbitos por 100 mil

habitantes em 2000 e 35,3 óbitos por 100 mil habitantes em 2015, uma redução de

4,5% no período (BRASIL, 2018).

Figura 106 - Taxas padronizadas de mortalidade segundo condição da vítima (pedestre, ocupante de automóveis, ciclista e motociclista) e a proporção de número de óbitos de ATT com condição da vítima não especificada nas unidades da Federação, Brasil, 2015 Fonte: Ministério da Saúde/Secretaria de Vigilância em Saúde – Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na Figura 106 estão as taxas padronizadas de mortalidade segundo condição

da vítima (pedestre, ocupante e automóveis, ciclista e motociclista) e a proporção de

número de óbitos de ATT com condição da vítima não especificada nas unidades da

Federação, Brasil, 2015, e chama a atenção que Roraima, infelizmente, ocupa as

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199

199

primeiras posições: a taxa de 3,7 óbitos por 100 mil habitantes para pedestre, 3,2

óbitos por 100 mil habitantes para ciclista, 15,9 óbitos por 100 mil habitantes para

motociclista, 7,5 óbitos por 100 mil habitantes para ocupante de automóvel (BRASIL,

2018).

No período de 2013 a 2017 foi realizado um levantamento no SIM sobre as

mortes por ATT e violência interpessoal (homicídio) e calculado as taxas de

mortalidade por 100 mil habitantes por sexo e faixa etária, utilizando as projeções

demográficas do DATASUS/MS para os anos de estudo.

Figura 107 - Taxas de mortalidade de violência interpessoal por sexo e faixa etária, Roraima 2013 a 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

Com relação as mortes por violência interpessoal, nesse período, pode-se

observar uma peculiaridade que é a questão do 'infanticídio", esse fenômeno

bastante estudado pela antropologia, é comum entre algumas etnias indígenas do

estado, e eleva a taxa de mortalidade por violência interpessoal entre os menores de

1 ano de idade. Em 2013, a taxa foi de 384,99/100.000 habitantes para o sexo

feminino e 342,65 para o masculino; em 2014 (197,16 e 329,97, respectivamente);

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200

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em 2015 (190,16 e 270,08); em 2016 (158,35 e 236,36); e em 2017 (111,11 e

122,48). Na faixa etária de 1 a 4 anos de idade não teve ocorrência de mortes por

violência interpessoal no período. De 5 a 9 anos de idade ocorreram mortes nos

anos de 2014 e 2017 somente para o sexo masculino (3,58/100.000 habitantes e

3,70, respectivamente); e em 2015, com a taxa de 3,82/100.000 habitantes para o

sexo feminino e 7,24 para o masculino. A partir da faixa etária de 10 a 14 anos de

idade, há predomínio absoluto do sexo masculino e com altas taxas (Figura 107).

Ainda com relação a esse levantamento, as mortes por ATT são observadas

em todas as faixas etárias para o sexo masculino em 2013. Chama a atenção as

elevadas taxas entre os menores de 1 ano de idade nos anos de 2013 a 2015,

felizmente, em 2016 e 2017 hão houve mortes por ATT entre os menores de 4 anos

de idade. É preocupante as elevadas taxas de mortalidade por ATT a partir dos 15 a

19 anos de idade, sobretudo do sexo masculino, e essas taxas são mais elevadas

ainda a partir dos 70 anos de idade (Figura 108).

Figura 108 - Taxas de mortalidade de acidente de transporte terrestre (ATT) por sexo e faixa etária, Roraima 2013 a 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Em 2017, a taxa de suicídio (lesão autoprovocada) do estado é de 8,2 óbitos

por 100 mil habitantes, valor abaixo da média mundial de 11,5 óbitos por 100 mil

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201

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habitantes para 2015, mas acima da média nacional de 7,5 óbitos por 100 mil

habitantes para o período de 2000 a 2015, sendo a taxa de 12,1 óbitos por 100 mil

habitantes para o sexo masculino e de 3,1 óbitos por 100 mil habitantes para o sexo

feminino (BRASIL, 2018).

No estudo de BENEDETTI; ARAÚJO (2017) sobre o suicídio em Roraima no

período de 2006 A 2016, constataram 406 suicídios no período estudado, as taxas

por 100 mil habitantes variaram de 10,9 óbitos por 100 mil habitantes em 2006 a 9,9

óbitos por 100 mil habitantes em 2016, uma redução de 9,1% no período. A maior

incidência ocorreu em 2007 (11,1 óbitos por 100.000 habitantes) e a menor em 2015

(3,0 óbitos por 100 mil habitantes ) (Figura 109). As maiores causas de suicídio

foram enforcamento (343 óbitos/84,5%), lesão por armas de fogo (18 óbitos/4,4%) e

auto-intoxicação por pesticidas (7 óbitos /1,7%) (BENEDETTI; ARAÚJO, 2017).

Figura 109 - Taxa de incidência (por 100.000 habitantes) de suicídio, Roraima, 2006 a 2016 Fonte: BENEDETTI; ARAÚJO 2017.

O sexo masculino foi o mais acometido com 77,8% (316 óbitos) dos casos. A

faixa etária de 20 a 29 anos de idade concentrou 34,5% (141 óbitos) dos casos e a

raça/cor parda 63,3% (257 óbitos) seguido da indígena com 22,1% (90 óbitos).

Quanto a escolaridade 8,6% (36 óbitos) dos casos não tinham nenhuma

escolaridade, 42,6% (173 óbitos) tinham menos de 7 anos de estudo; e 72,4% (294

óbitos) eram solteiros. Os 15 municípios do estado registraram casos de suicídio no

período, Boa Vista, a capital, concentrou 56,9% (231 óbitos), seguido de Bonfim

(7,1%/29 óbitos) e Cantá (6,6%/27 óbitos) (Figura 110) (BENEDETTI; ARAÚJO,

2017).

10,9 11,1

7,5 7,86,4

7,48,5

6,8

3

9,9 9,9

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

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202

202

Figura 110 - Indicadores sócio-demográficos do Suicídio. Roraima, 2006 a 2016 Fonte: BENEDETTI; ARAÚJO, 2017.

O estudo conclui que apesar da redução na incidência de suicídio no período

estudado, Roraima apresenta alta incidência com relação à média nacional de 5,8

por 100 mil habitantes em 2014. A população indígena que corresponde a cerca de

30% da população do estado concentrou 22,1% dos casos. As pessoas com menor

escolaridade, os homens e os jovens foram as maiores vítimas do suicídio em

Roraima. A literatura afirma que é possível prevenir o suicídio, desde que os

profissionais de saúde, de todos os níveis de atenção, estejam aptos a reconhecer

os seus fatores de risco. Almejamos uma sociedade engajada na defesa pela vida e

em gestores comprometidos com políticas públicas que mudem esse cenário

(BENEDETTI; ARAÚJO, 2017).

Outro estudo importante sobre o tema retrata a tentativa de suicídio,

incidência e perfil epidemiológico das vítimas no período de 2009 a 2016. Nesse

foram notificados 5.350 casos de violência interpessoal/autoprovocada em Roraima,

destas 15,1% (807 casos) foram por violência autoprovocada, uma média de 100

casos por ano (Figura 111) (BELO et al., 2017).

Em 2016, ocorreram 29,4 tentativas de suicídio para cada 100 mil habitantes.

As mulheres representam 63,1% dos casos (517 casos), a raça/cor parda 70,4%

(568 casos) e a indígena 6,4% (52 casos). A faixa etária de 10 a 14 anos registrou

8,2% (66 ) dos casos, de 15-19 anos (26,9%/217 casos), de 20-29 anos (3,8%/249),

de 30-39 anos (21,6%/174), de 40-49 anos (7,4%/60), de 50-59 anos (2,7%/22), de

60-69 anos (1%/8), de 70-79 anos (0,5%/4) e com 80 e mais anos (0,2%/2). Cerca

de 50% são solteiros (392), 22,7% (183) casados, 3,4% (29) separados e 0,7% (6)

viúvos. Os indivíduos com ensino médio completo representam 15,9% (128) dos

77,8 %

34,5%

72,4%63,3%

22,1%8,6%

42,6%56,9%

7,1% 6,6%

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203

203

casos, do fundamental incompleto 13,6% (110), médio completo (11,3%/91), até a

quarta série (5,9%/48), fundamental completo (5,2%/42), superior incompleto

(3,3%/27), superior completo (2,7%/22) e analfabetos (1%/8). Os estudantes eram

24,2% (195) dos casos, dona-de-casa (15,2%/123), aposentado (1,8%/15),

desempregado crônico (1,2%/10), pedreiro e presidiário (0,7%/6), cada.

Proporcionalmente, Boa Vista concentrou 80,6% (646) dos casos, Pacaraima

(7,5%/60) e Amajarí e Caracaraí (2,2%/18) cada (BELO et al., 2017).

Figura 111 - Número de casos de tentativa de suicídio por ano. Roraima, 2009 a 2016 Fonte: Belo et al.,2017.

Estima-se que os coeficientes de tentativas de suicídio sejam pelo menos 10

vezes superiores aos de suicídio. Em Roraima é cerca de três vezes maior que o

coeficiente de suicídio de 9,9/100.000 habitantes de 2016. Em 65,9% dos casos, a

tentativa ocorreu em menores de 30 anos, principalmente do sexo feminino. É

expressiva a quantidade de notificação com informação ignorada/branca além de

possível subnotificação. Assunto pouco discutido, o suicídio é um problema de saúde

pública e tem crescido nas mais diferentes faixas etárias, e os índices entre jovens e idosos

chamam a atenção dos especialistas (BELO et al., 2017).

Os afogamentos apresentaram a taxa de mortalidade de 6,6 por 100 mil

habitantes em 2006 e 6,4 em 2016, uma redução de 3% nesse período. Em 2017,

representaram 6,2% (35/562 óbitos) dos óbitos por causas externas com a taxa 6,7

óbitos por 100 mil habitantes.

No período de 2006 a 2016, a taxa de mortalidade por quedas aumentou

20%, passando de 1,5 por 100 mil habitantes em 2006 para 1,8 em 2016. Em 2007,

representaram 4,1% (23/562 óbitos) das mortes por causas externas com a taxa de

4,4 óbitos por 100 mil habitantes.

33 28

63

109

166142

115

151

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

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204

204

Figura 112 - Taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) de causas externas por causas básicas, Roraima, 1990, 1995, 2000 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anua de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos à alteração.

1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Causas Externas 124 87,7 104 97,2 106 94,5 92,4 84,3 83,8 95,5 81,6 83,2 83,2 76 89,4 101 86,3 100,4 84,4 107,5ATT 29 32 40 37,6 40 26,3 22,8 26 27,2 34,6 28,8 30,3 32,6 29,3 31,7 31,7 29,5 32,2 19,6 26,6Homicídio 73 33 39 31,7 38,3 34,1 23,1 28,6 27,5 29,3 25,6 27,7 27,5 21 30,6 41,7 30,3 37,5 34,8 45,3

Suicídio 1,9 5 7 5 5,7 6,1 7,1 7,1 8,6 11 7,5 7,6 7,5 7,4 8,1 6,7 3 7,5 10,1 8,2Afogamento 8 9 8 8,9 7,5 0 11,4 6,4 6,7 6,5 5,8 5 2,9 5 3,8 6,1 5,4 5,1 6,4 6,7

0

20

40

60

80

100

120

140

Taxa

por

100

mil

habi

tant

es

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205

205

Figura 113 - Proporção de óbitos por causa externa e faixa etária, Roraima, 2006 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

A distribuição das mortes por causas básicas de causas externas e faixa

etária, no período de 2006 a 2016, estão apresentadas na Figura 113.

Com relação a frota de veículos observa-se um aumento de 250% no período

de 2005 a 2015 passando de 54.559 veículos em 2005 para 191.053 veículos em

2015, segundo dados do Ministério das Cidades/Departamento Nacional de Trânsito

(IBGE, 2015). Boa Vista concentra 85,8% (164.033/191.053) de toda a frota do

estado. Na Tabela 74 encontra-se o número de veículos em Boa Vista, Roraima e

Brasil referente ao ano de 2015. As motocicletas tiveram aumento de 235% nesse

período, passando de 21.694 motocicletas em 2005 para 72.614 em 2015, e

correspondiam a 38% (72.614/191.053) do total de veículos em 2015. Houve

aumento da frota de veículos na ordem de 6,8% em relação a 2015 (RORAIMA,

2015).

< 1 ano 1 a 9 anos

10 a 19 anos

20 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 e + anos Ignorado

2006 6,9 63,2 65,3 68,2 49,5 29,5 8,3 3,3

2007 9,5 39 70,6 68,1 61,2 32,9 8,1 3,72008 5,3 36 65,1 61,4 57,9 32,5 7,1 5,5

2009 8,8 31,3 55,3 71,4 54,9 28 8,6 2,12010 4,6 21 66,2 69 53,5 34,4 6,9 7,72011 4,7 36,1 55,7 67,9 48,6 34,8 8,1 3,22012 14,7 27,2 67 69,2 50,3 34,8 8,5 02013 14,9 25,9 92 75 57,1 20 9,5 4,3

2014 12,8 26,1 65,3 73,4 56,9 31,4 8,6 2,72015 6,1 3,5 11 24,8 20,2 11,6 9,2 0,6

2016 3,9 3,2 12,3 29,3 18,8 12,5 19,3 0,5

010

20

30

40

5060

70

80

90100

%

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206

206

Tabela 77 - Número de veículos em Boa Vista, Roraima e Brasil no ano de 2015 VEÍCULO BOA VISTA RORAIMA BRASIL

Automóveis 57.827 63.111 49.822.708 Caminhões 3.537 4.430 2.645.992 Caminhões-trator 506 569 593.892 Caminhonetes 19.769 21.849 6.588.813 Caminhonetas 4.001 4.426 2.908.233 Micro-ônibus 492 636 375.274 Motocicletas 60.084 72.614 20.216.193 Motonetas 15.975 18.349 3.833.159 Ônibus 822 994 590.657 Tratores 2 2 30.371 Utilitários 1.018 1.049 637.211 Fonte: Ministério das Cidades, Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN - 2015.

4.5.2 MORTALIDADE POR DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO

Esse grupo de causas de morte compõe o principal grupo de morte no mundo

e no país, incluindo as doenças hipertensivas, doenças isquêmicas do coração, as

doenças em decorrências da febre reumática e as cerebrovasculares. No Brasil, as

doenças cardiovasculares são responsáveis por 29,4% de todas as mortes

registradas no país em um ano. Isso significa que mais de 308 mil pessoas

faleceram principalmente de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). A alta

freqüência do problema coloca o Brasil entre os 10 países com maior índice de

mortes por doenças cardiovasculares (BRASIL, 2016a).

Em Roraima, as doenças do aparelho circulatório ocupam o segundo lugar no

ranking do grupo de causas de óbito (CID 10). Nos últimos 20 anos essa taxa

aumentou 46%, em 2016 teve 19,1% (424/2.220) de todas as mortes, e destas

61,3% (260/424) ocorrerem no sexo masculino e a razão masculino/feminino é de

1,58. A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes foi de 83,2 mortes por 100 mil

habitantes (RORAIMA, 2016c).

Em 2017, esse grupo alcançou 20,1% (512/2.557 óbitos) de todas as mortes,

a maior desde 2012 (Figura 112) e teve a taxa de 97,9 óbitos por 100 mil habitantes,

a maior da série história desde 1996, e apresenta tendência de crescimento

contínuo (Tabela 78).

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Figura 112 - Proporção de óbitos por doenças do aparelho circulatório, Roraima, 2001 a 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

Em 2016, houve o predomínio das doenças cerebrovasculares com 29,9%

(128/428) das mortes por doenças do aparelho circulatório, seguido das doenças

isquêmicas do coração com 26,4% (113), e das doenças hipertensivas com 19,4%

(83). No detalhamento das taxas de mortalidade por causa básica observa-se um

aumento de 2,9% na taxa de mortalidade por doenças cereborvasculares no período

de 2006 a 2016, 40,9% na taxa das doenças isquêmicas do coração, e de 32,9% na

taxa das doenças hipertensivas (Figura 113) (RORAIMA, 2016c).

Tabela 78 - Número, proporção e taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório, Roraima, 1996 a 2017

ANO N° DE ÓBITOS

POPULAÇÃO RESIDENTE

APARELHO CIRCULATÓRIO TAXA DE MORTALIDADE

(POR 100 MIL HAB.) N° %

1996 1.029 247.131 141 13,7 57,0 1997 926 254.498 151 16,3 59,3 1998 1.095 260.701 188 17,2 72,1 1999 1.096 266.914 189 17,2 70,8 2000 1.265 324.397 236 18,6 72,7 2001 1.275 337.253 228 17,9 67,6 2002 1.232 346.866 226 18,3 65,1 2003 1.494 357.296 282 18,9 78,9 2004 1.503 367.701 262 17,4 71,2 2005 1.517 391.318 292 19,2 74,6 2006 1.594 403.340 362 22,7 89,7 2007 1.594 415.281 281 17,6 67,6 2008 1.544 412.783 331 21,4 80,2 2009 1.601 421.497 287 17,9 68,1 2010 1.703 450.479 337 19,8 74,8 2011 1.663 460.165 381 22,9 82,8 2012 1.873 469.524 356 19,0 75,8 2013 2.024 488.072 376 18,6 77,0 2014 2.036 496.936 389 19,1 78,3 2015 2.167 505.665 416 19,2 82,3 2016 2.220 514.229 428 19,1 83,2 2017 2.557 522.636 512 20,1 97,9

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Ap. circulatório 17,9 16,3 18,7 16,9 19 18,5 17,4 21 17,5 20,4 22,2 18,5 18 19 19,2 19,1 20,1

0

5

10

15

20

25

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Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

Em 2017, as doenças cerebrovasculares concentraram 30,9% (158/512

óbitos) de todas as mortes por doenças cardiovasculares, seguido das doenças

isquêmicas do coração com 24,6% (126 óbitos), das doenças hipertensivas com

20,9% (107 óbitos). Dentre as doenças isquêmicas do coração 118 óbitos foram por

infarto agudo do miocárdio. As taxas por 100 mil habitantes dessas causas básicas

estão em plena ascensão e são as maiores taxas da série desde 2016, e mostram

claramente a importância desse grupo de causas de morte para a saúde pública do

estado (Figura 113).

Figura 113 - Taxa de mortalidade das doenças do aparelho circulatório por causa básica, Roraima, 2006 a 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

A Figura 114 apresenta as principais causas básicas de óbitos desse grupo

com as proporções, e isoladamente o infarto agudo do miocárdio representa 23% de

todas as mortes, seguido das miocardiopatias e infarto cerebral, ambas com 12%.

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017Doenças do aparelho circulatório 73,13 66,94 78,73 66,42 77,02 80,4 74,11 74,78 77,87 82,26 83,23 97,9Doenças cerebrovasculares 24,29 22,39 22,52 21,82 24,19 23,25 18,1 25,2 24,95 22,1 25 30,2Doenças isquêmicas do coração 15,61 16,37 19,62 16,13 17,98 22,81 19,16 17,62 22,13 19,4 22 24,1Doenças hipertensivas 12,14 6,74 11,14 10,9 11,54 17,6 17,03 15,98 13,28 17,8 16,14 20,5

0102030405060708090

100

Taxa

(por

100

mil

hab)

.

8%

9%3%

2%

23%

12%

6%2%

8%

12%

5% 6%2%

Hipertensao essencialDoenc cardiaca hipertensivaDoenc renal hipertensivaDoenc cardiaca e renal hipertensivaInfarto agudo do miocardioCardiomiopatiasInsuf cardiacaHemorragia subaracnoideHemorragia intracerebralInfarto cerebralAcid vasc cerebr NE como hemorrag isquemicoSequelas de doenc cerebrovascularesAneurisma e disseccao da aorta

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Figura 114 - Proporção das doenças do aparelho circulatório por causa básica, Roraima, 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. 4.5.3 MORTALIDADE POR NEOPLASIAS

As neoplasias em vários países vêm aumentando acentuadamente sua

incidência, em função de diferentes características socioeconômicas e culturais

(BRASIL, 2013a). No Brasil é a segunda causa de morte, e em Roraima a terceira e

correspondeu a 12,3% de todas as mortes em 2016. A taxa de mortalidade por 100

mil habitantes aumentou 40,3% no período de 1996 (38/100 mil habitantes) a 2016

(53,3/100 mil habitantes) (RORAIMA, 2016c).

Em 2017, as neoplasias foram responsáveis por 13,8% (351/2.557 óbitos) de

todas as mortes e sua taxa foi de 67,1 óbitos por 100 mil habitantes e representa um

aumento de 76,6% dessa taxa em comparação com 1996, e aumento de 25,9% com

relação ao ano de 2016 (Tabela 79).

Tabela 79 - Número, proporção e taxa de mortalidade por neoplasias, Roraima, 1996 a 2017

ANO N° DE ÓBITOS POPULAÇÃO RESIDENTE

NEOPLASIAS TAXA DE MORTALIDADE (POR 100 MIL

HAB.)

N° %

1996 1.029 247.131 94 9,1 38,0 1997 926 254.498 101 10,9 39,6 1998 1.095 260.701 77 7,0 29,5 1999 1.096 266.914 92 8,4 34,4 2000 1.265 324.397 110 8,7 33,9 2001 1.275 337.253 108 8,5 32,0 2002 1.232 346.866 133 10,8 38,3 2003 1.494 357.296 144 9,6 40,3 2004 1.503 367.701 155 10,3 42,1 2005 1.517 391.318 141 9,3 36,0 2006 1.594 403.340 182 11,4 45,1 2007 1.594 415.281 188 11,8 45,2 2008 1.544 412.783 172 11,1 41,6 2009 1.601 421.497 200 12,5 47,4 2010 1.703 450.479 207 21,1 45,9 2011 1.663 460.165 204 12,2 44,3 2012 1.873 469.524 223 11,9 47,9 2013 2.024 488.072 228 11,2 46,7 2014 2.036 496.936 276 13,5 55,5 2015 2.167 505.665 275 12,7 54,3 2016 2.220 514.229 274 12,3 53,3 2017 2.557 522.636 351 13,8 67,1

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000e 2016. Dados sujeitos a alteração.

Na análise dessas mortes por causa básica chama a atenção que as

neoplasias da traquéia, brônquios e pulmões tiveram a maior incidência em 2017

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com 14,5% (51/351 óbitos) dos óbitos, seguido das neoplasias de próstata com

10,5% (37 óbitos), neoplasias de estômago com 10% (35 óbitos), neoplasias de

fígados e vias intrahepáticas com 6,8% (24 óbitos), e neoplasias do colo do útero

com 6,6% (23 óbitos) (Tabela 80).

Tabela 80 - Número, proporção e taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) de neoplasias por causas básicas (CID 10), Roraima, 2017

NEOPLASIAS (CID 10) Nº % INCIDÊNCIA POR 100 MIL HABITANTES

Neopl malig do lábio, cav oral e faringe 10 2,8 1,91 Neoplasia maligna do esôfago 12 3,4 2,30 Neoplasia maligna do estômago 35 10,0 6,70 Neoplasia maligna do colo,reto e anus 16 4,6 3,06 Neopl malig do fígado e vias bil intrahepat 24 6,8 4,59 Neoplasia maligna do pâncreas 18 5,1 3,44 Neoplasia maligna da laringe 8 2,3 1,53 Neopl malig da traquéia,brônquios e pulmões 51 14,5 9,76 Neoplasia maligna da pele 3 0,9 0,57 Neoplasia maligna da mama 13 3,7 2,49 Neoplasia maligna do colo do útero 23 6,6 4,40 Neopl malig de corpo e partes n/esp útero 1 0,3 0,19 Neoplasia maligna do ovário 5 1,4 0,96 Neoplasia maligna da próstata 37 10,5 7,08 Neoplasia maligna da bexiga 5 1,4 0,96 Neopl malig mening,encef e out partes SNC 14 4,0 2,68 Linfoma nao-Hodgkin 4 1,1 0,77 Mieloma mult e neopl malig de plasmócitos 6 1,7 1,15 Leucemia 14 4,0 2,68 Neoplasias in situ, Benig, Comport Incert 7 2,0 1,34 Restante de neoplasias malignas 45 12,8 8,61 Total 351 100,0 67,16

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

4.5.4 MORTALIDADE POR DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO

As doenças do aparelho respiratório atingem principalmente crianças e

idosos. Em 2016 foram responsáveis por 8,9% (198/2.220 óbitos) de todas as

mortes. A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes em 2016 foi de 38,5 por 100

mil habitantes e apresentou um aumento de 64,5% desde 1996. Entre as causas

básicas de mortalidade a pneumonia representou 58% (115/198 óbitos) das mortes

e a influenza 1% (2 óbitos) (RORAIMA, 2016c).

Em 2017, foram responsáveis por (205/2.557 óbitos) 8% de todas as mortes e

a sua taxa de mortalidade foi de 39,2 óbitos por 100 mil habitantes, e teve aumento

de 67,5% desde 1996 e de 10,% com relação a 2016 (Tabela 81).

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Tabela 81 - Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade por doenças do aparelho respiratório, Roraima, 1996 a 2017

ANO N° DE ÓBITOS

POPULAÇÃO RESIDENTE

DOENÇAS DO APARELHO

RESPIRATÓRIO TAXA DE

MORTALIDADE (POR 100 MIL HAB.) N° %

1996 1.029 247.131 58 5,6 23,4 1997 926 254.498 38 4,1 19,9 1998 1.095 260.701 86 7,8 32,9 1999 1.096 266.914 72 6,5 26,9 2000 1.265 324.397 104 8,2 32,0 2001 1.275 337.253 65 5,1 19,2 2002 1.232 346.866 107 8,7 30,8 2003 1.494 357.296 99 6,6 27,7 2004 1.503 367.701 110 7,3 29,9 2005 1.517 391.318 133 8,7 33,9 2006 1.594 403.340 135 8,4 33,4 2007 1.594 415.281 107 6,7 25,7 2008 1.544 412.783 131 8,2 31,7 2009 1.601 421.497 118 7,4 27,9 2010 1.703 450.479 138 8,1 30,6 2011 1.663 460.165 121 7,3 26,2 2012 1.873 469.524 159 8,5 33,8 2013 2.024 488.072 178 8,8 36,4 2014 2.036 496.936 175 8,6 35,2 2015 2.167 505.665 174 8,0 34,4 2016 2.220 514.229 198 8,9 38,5 2017 2.557 522.636 205 8% 39,2

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. dados sujeitos a alteração.

No detalhamento por causa básica as pneumonias tiveram 54,1% (111/205

óbitos) dos óbitos, seguido das doenças crônicas das vias áreas inferiores com

28,3% (58 óbitos) (Tabela 82).

Tabela 82 - Número, proporção e taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) de doenças do aparelho respiratório por causas básicas (CID 10), Roraima, 2017

DOENCAS DO APARELHO RESPIRATORIO (CID 10) Nº % INCIDÊNCIA POR 100 MIL

HABITANTES Influenza (Gripe) 1 0,5 0,2 Pneumonia 111 54,1 21,2 Bronquiolite 1 0,5 0,2 Doenças crônicas das vias aéreas inferiores 58 28,3 11,1 Asma 1 0,5 0,2 Restante doenças do aparelho respiratório 33 16,1 6,3 Total 205 100,0 39,2

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

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212

212

4.5.5 MORTALIDADE POR DOENÇAS ENDÓCRINAS, NUTRICIONAIS E METABÓLICAS

A mortalidade por doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas vêm

aumentando no mundo, no País e em Roraima, em 2017 as mortes por esse grupo

alcançou 8% (203/2.557 óbitos) de todas as mortes com a taxa de mortalidade de

38,8 óbitos poor 100 mil habitantes, e entre as causas básicas o Diabetes mellitus foi

responsável por 74,4% (151/203 óbitos) das mortes (Tabela 83).

Tabela 83 - Número, proporção e taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) de doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas por causas básicas (CID 10), Roraima, 2017 DOENÇAS ENDÓCRINAS, NUTRICIONAIS E METABÓLICAS (CID 10) Nº % INCIDÊNCIA POR 100 MIL

HABITANTES Diabetes Mellitus (DM) 151 74,4 28,9 Desnutrição 9 4,4 1,7 Rest doenças endocr, nutricion e metabol 43 21,2 8,2 Total 203 100,0 38,8

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

4.5.6 MORTALIDADE POR DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

O comportamento das doenças infecciosas tem mudado em todo o mundo

nas últimas décadas, em grande parte pelas melhorias socioeconômica da

população, em Roraima, a transição epidemiológica está caracterizada na Figura

115. As mortes por doenças infecciosas e parasitárias (DIP) reduziram 68,2% no

período de 1993 onde representavam 12,6% de todas as mortes para 4% em 2017,

e saiu da terceira posição no ranking das causa de morte em 1993 para a sétima

posição em 2017.

Em 2017, as mortes por DIP corresponderam a 4% (122/2.557 óbitos) de

todas as mortes e a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes ficou em 19,7 óbitos

por 100 mil habitantes, reduziu em 60% no período de 1996 e 2017.

As principais causas básicas de morte foram: diarréias e gastroenterite de

origem infecciosa presumível com 25,2% (26/103 óbitos) dos óbitos, seguido do HIV

com 23,2% (24 óbitos) e da septicemia com 11,7% (12 óbitos) (Tabela 84).

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Figura 115 - Mortalidade proporcional por grupo de causas (CID10). Roraima, 1993, 1996, 2006, 2016 e 2017 Fonte: SIM/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 1993 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

No estudo sobre a mortalidade por DIP no período de 1996 a 2004 observou-

se os 744 óbitos corresponderam a 7% da totalidade de óbitos do período, com

variações proporcionais de 12,2% (115/942) em 1996 e 4,3% (59/1371) em 2004. O

coeficiente de mortalidade sofreu uma redução importante no período de

46,53/100.000 habitantes em 1996 para 16,04 em 2004. Houve um deslocamento da

faixa etária mais acometida de 33% (38/115) em menores de um ano em 1996, para

20,3% (12/59) na faixa etária de 30-39 anos em 2004 e predomínio de mortes no

sexo masculino de 68,6% (79/115) em 1996 e 66,1% (39/59) em 2004. Entre as

causas básicas, em 1996, 27% (31/115) das mortes foram por septicemia, 25,2%

(29/115) por diarréias, 13,9% (16/115) por Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

(SIDA) e 10,4% (12/115) por tuberculose, e em 2004, 28,8% por AIDS e diarréias

(17/59) para ambas, 15,2% (9/59) por septicemia e 8,5% (5/59) por tuberculose

(BENEDETTI et al., 2005).

Outro estudo mais recente sobre a mortalidade infantil em Roraima no

período de 2006 a 2015 observou-se que as mortes por DIP somaram 936 óbitos no

período, entre os menores de 1 ano de idade somaram 145 mortes representando

15,5% (145/936) de todas as mortes por DIP. A participação das mortes infantis

variou de 23,6% (22/93) em 2006 para 6,6% (6/90) em 2015, sofrendo uma redução

dessa proporção de 72% no período, e na análise das causas básicas de morte

1993 1996 2006 2016 2017

Mal definidas 5,6 4,6 5,3 5,7 3Neoplasias 6,7 10 11,4 12,3 13,8Aparelho respiratório 10,5 6,2 8,5 8,9 8Infecciosas e parasitárias 12,6 11,2 5,8 5,3 4Aparelho circultório 13,5 15 18,5 19,2 20,1Causas externas 21,6 26,9 21,2 19,5 22

01020304050607080

%

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podemos observar que 59,3% (86/145) dessas mortes ocorreram por "diarréia e

gastroenterite de origem infecciosa presumível"; 22,7% (33 mortes) por septicemia;

2,7% (4) por coqueluche; 2% (3) por varicela; 1,3% (2) por difteria, dengue, sífilis

congênita precoce, leishmaniose visceral, meningococcemia, coccidiodiomicose

pulmonar aguda e HIV, cada; e 0,7% (1) por malária vivax, malária não especificada,

intoxicação alimentar devido ao Clostridium perfringens, citomegalovirus e

balantidíase, cada. Quando analisamos a totalidade de mortes entre os menores de

1 ano no período observamos uma redução na participação das mortes por DIP na

ordem de 71,3%. Em 2006 esse grupo de causas de morte foi responsável por

10,8% (22/203) de todas as mortes em menores de 1 ano, e em 2015 ficou em 3,1%

(6/90) (SANTOS et al., 2016).

Tabela 84 - Número, proporção e taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) de doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas por causas básicas (CID 10), Roraima, 2017 ALGUMAS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS (CID 10) Nº % INCIDÊNCIA POR 100 MIL

HABITANTES Doenças Infecciosas intestinais 27 26,2 5,2 -Diarr e Gastroenter orig infec presumível 26 25,2 5,0 -Outras Doencas Infecciosas Intestinais 1 1,0 0,2 Tuberculose 6 5,8 1,1 - Tuberculose respiratória 6 5,8 1,1 - Outras Doenças bacterianas 21 20,4 4,0 Hanseníase 1 1,0 0,2 Septicemia 12 11,7 2,3 Infecções com transm predominant sexual 2 1,9 0,4 Doenças virais 34 33,0 6,5 - Out febres p/arbovirus e febr hemorr virais 1 1,0 0,2 - Hepatite viral 6 5,8 1,1 - Doen p/Vírus da Imunodefic Humana (HIV) 24 23,3 4,6 Doenças devidas a Protozoários 4 3,9 0,8 - Malária 2 1,9 0,4 - Leishmaniose 1 1,0 0,2 - Doença de Chagas 1 1,0 0,2 - Helmintíases 1 1,0 0,2 - Restante de Helmintíases 1 1,0 0,2 Restante de algumas doenças infecc e parasit 10 9,7 1,9 Total 103 100,0 19,7

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

Este estudo destacou a redução proporcional das mortes infantis por DIP no

período analisado e o predomínio das mortes por doenças diarréicas (59,3%),

corroborando com os dados da literatura que apontam as doenças diarréicas como

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importante causa de morte nessa faixa etária e sua forte associação com fatores

socioeconômicos, e chamou a a atenção que 6,2% (9/145) das mortes foram em

decorrência de doenças imunopreveníveis como a coqueluche, difteria e varicela, e

a presença de doenças negligenciadas em 5,5% (8/145) das mortes, entre elas,

leishmaniose visceral, malária, dengue e sífilis congênita (SANTOS et al., 2016).

Tabela 85 - Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias, Roraima, 1996 a 2017

ANO N° DE ÓBITOS

POPULAÇÃO RESIDENTE

DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

TAXA DE MORTALIDADE

(POR 100 MIL HAB.) N° % 1996 1.029 247.131 116 11,2 46,9 1997 926 254.498 84 9,1 33,0 1998 1.095 260.701 97 8,8 37,2 1999 1.096 266.914 76 6,9 28,4 2000 1.265 324.397 84 6,6 25,8 2001 1.275 337.253 68 5,3 20,1 2002 1.232 346.866 52 4,2 14,9 2003 1.494 357.296 105 7,0 29,3 2004 1.503 367.701 59 3,9 16,0 2005 1.517 391.318 96 6,3 24,5 2006 1.594 403.340 93 5,8 23,0 2007 1.594 415.281 83 5,2 19,9 2008 1.544 412.783 93 6,0 22,5 2009 1.601 421.497 101 6,3 23,9 2010 1.703 450.479 98 5,7 21,7 2011 1.663 460.165 87 5,2 18,9 2012 1.873 469.524 80 4,3 17,0 2013 2.024 488.072 110 5,4 22,5 2014 2.036 496.936 89 4,3 17,9 2015 2.167 505.665 88 4,0 14,4 2016 2.220 514.229 118 5,3 22,9 2017 2.557 522.636 103 4,0 19,7

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

4.5.7 MORTES POR CAUSAS MAL DEFINIDAS

No CID 10 as causas mal definidas são um conjunto de mortes com

sintomas, sinais e achados anormais clínicos e laboratorial inespecíficos ou que não

consta em outra parte (NCOP) e corresponde ao capítulo XVIII.

A literatura é abundante em afirmar que percentuais elevados de mortes com

causas mal definidas sugerem deficiências na declaração das causas de morte e,

em outras circunstâncias, nos processos de registro, coleta, crítica e análise dos

dados de mortalidade (RORAIMA, 2016c).

A freqüência de causas mal definidas é condicionada pela disponibilidade de

recursos médicos e assistenciais, inclusive, para diagnóstico. Também pode refletir o

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cuidado no preenchimento da Declaração de Óbito (DO). O emprego de termos

imprecisos e expressões dúbias que prejudicam a identificação da causa básica da

morte colocam o óbito como de causa mal definida (RORAIMA, 2014).

Entre as limitações, destaca-se que as bases de dados nacionais sobre

mortalidade ainda apresentam cobertura insatisfatória em muitos municípios do

País, havendo expressiva subnotificação de óbitos; a proporção de causas mal

definidas tende a estar subestimada em áreas com baixa cobertura de informação

sobre mortalidade; essas áreas costumam apresentar condições assistenciais

insatisfatórias, com prejuízo para a identificação das causas de morte (BRASIL,

2013a).

Em 2016, proporção de mortes por causas mal definidas foi de 5,7%, 3,4%

menor que em 2001 (RORAIMA, 2016c). Apesar da redução e de apresentar

percentual inferior ao percentual de óbitos por causas mal definidas do Brasil que é

de 6%, e da Região Norte que registrou 10% (BRASIL, 2014a) esse indicador

demonstrar fragilidade no diagnóstico de doenças e/ou no preenchimento da DO, e

acredita-se que a busca de parcerias com a assistência para o melhor

preenchimento da DO, capacitação dos profissionais e a criação do Serviço de

Verificação de Óbito (SVO) esse percentual pode ser ainda menor.

Tabela 86 - Número e proporção dos óbitos por causas mal definidas, Roraima, 2001 a 2017

ANO Nº DE ÓBITOS CAUSAS MAL DEFINIDA Nº %

2001 1.275 76 5,9 2002 1.382 67 4,8 2003 1.494 90 6,0 2004 1.524 115 7,5 2005 1.517 95 6,2 2006 1.594 84 5,3 2007 1.594 76 4,7 2008 1.544 47 3,0 2009 1.601 78 4,9 2010 1.703 63 3,7 2011 1.663 57 3,4 2012 1.873 120 6,4 2013 2.024 102 5,0 2014 2.036 79 3.9 2015 2.167 108 4,7 2016 2.220 127 5,7 2016 2.557 76 3,0

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

Em 2017, as morte por causas mal definidas corresponderam a 3% (76/2.557

óbitos) de todas as mortes, sua taxa de mortalidade foi de 14,5 óbitos por 100 mil

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habitantes e representou uma redução de 41,3% com relação a 2016 (24,7 óbitos

por 100 mil habitantes). Essa redução se deu em grande parte pelo trabalho

desenvolvido pela Vigilância do Óbito estadual e pelos grupos técnicos da

mortalidade infantil, fetal e materna dos municípios coordenado pelo Núcleo de

Sistemas de Informação em Saúde - NSIS da Coordenadoria Geral de Vigilância em

Saúde (CGVS).

Dentre as causa básicas estão as mortes declaradas como senilidade com

27,6% (21/76 óbitos) das mortes, 2,6% (2 óbitos) de mortes sem assistência médica,

e um número alarmante de óbitos declarados com sintomas, sinais e achados

anormais clínicos e laboratoriais (Tabela 87), demonstrando claramente a fragilidade

no diagnóstico de doenças e/ou no preenchimento da DO.

Tabela 87 - Número, proporção e taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) de causas mal definidas por causas básicas (CID 10), Roraima, 2017 CAUSAS MAL DEFINIDAS: SINTOMAS, SINAIS E ACHADOS ANORMAIS CLINICOS E LABORATORIAL, NCOP (CID10)

Nº % INCIDÊNCIA POR

100 MIL HABITANTES

Senilidade 21 27,6 4,0 Morte sem assistência médica 2 2,6 0,4 Rest sint, sin e ach anorm clin e laborat 53 69,7 10,1 Total 76 100,0 14,5

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Nota: NCOP - não consta em outra parte. 4.6 MORTALIDADE NA INFÂNCIA E INFANTIL

A taxa de mortalidade em menores de 5 anos (TM<5), ou taxa de mortalidade

na infância, é um indicador importante para o acompanhamento das condições de

saúde de uma população, a ponto de constar do quarto Objetivo de

Desenvolvimento do Milênio (ODM), do Fundo da Organização das Nações Unidas

para a Infância (Unicef), que define especificamente a redução de dois terços da

TM<5 mundial entre 1990 e 2015. Embora a TM em menores de 5 anos mundial

tenha sido reduzida de 91 óbitos por mil nascidos vivos (NV) entre 1990 para 43

óbitos por mil NV em 2015, o quarto ODM não foi atingido, considerando os dados

mundiais. No entanto, a UNICEF estima que o Brasil já tenha alcançado a meta,

com TM<5 atingindo o nível de 16 óbitos por mil NV em 2015 (BRASIL, 2016a).

Em Roraima, em 2016, foram registrados 240 óbitos em menores de 5 anos e

a taxa de 23,3 óbitos por mil NV. Até esse ano, a proporção da mortalidade em

crianças menores de 5 anos de vida reduziu drasticamente, em 73,2%, desde 1987

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(RORAIMA, 2016c). Em 2017, essa faixa etária representou 9,6% (245/2.557 óbitos)

de todas as mortes (Figura 116) e apresentou uma redução de 11,1% com relação a

2016.

Figura 116 - Proporção de mortes em crianças menores de 5 anos de idade. Roraima, 1987, 1993, 2000, 2007, 2016 e 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 1993, 2000 e 2016. Dados sujeitos a revisão.

A mortalidade infantil tem sido, ao longo do tempo, utilizada como bom

indicador das condições de vida, refletindo o estado de saúde da parcela mais

vulnerável da população: os menores de um ano de idade. Valores altos refletem em

geral, níveis precários de saúde, condições de vida e de desenvolvimento

socioeconômico (BRASIL, 2016a).

No Brasil, apesar dos avanços na redução da mortalidade infantil nos últimos

20 anos, persistem taxas elevadas, quando comparadas com outros países da

América Latina (UNICEF, 2016). Segundo as estimativas da taxa de mortalidade

infantil (TMI) divulgadas pela OMS, em 2015, países como o Chile e Argentina

apresentam TMI de 7 por mil nascidos vivos (NV) e 11,1 por mil NV,

respectivamente, contra uma taxa de 14,6 por mil NV do Brasil (BRASIL, 2010;

UNICEF, 2016).

Entre 1990 e 2014, a TMI do Brasil reduziu de 47,1 para 14,1 óbito infantil por

mil NV, representando redução de 70%. O País atingiu a meta da ODM para

redução em dois terços da mortalidade infantil antes do prazo final de 2015. O

percentual de redução da TMI e na infância (Figura 117) evidencia que grandes

decréscimos ocorreram em todas as regiões do Brasil, com destaque para a Região

Norte (BRASIL, 2016a).

1987 1993 2000 2007 2016 2017

< 5 anos 40,3 29,2 17,8 13,4 10,8 9,6

0

10

20

30

40

50

%

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219

219

Figura 117 - Taxa de mortalidade infantil. Brasil, Regiões e Roraima, 1990, 2000, 2010, 2012 e 2014 Fonte: MS/SVS/CGIAE/SIM e SINASC, 1990, 2000, 2010 e 2012. BRASIL, MS, Saúde Brasil - 2013 – Dados preliminares. SIM/NSN/DVE/CGVS/SESAU/RR.Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 2000, 2013 e 2014. Dados sujeitos a alteração.

A TMI do Brasil, em 2016, aumentou pela primeira vez desde 1990. Entre as

possíveis explicações para esse aumento estão a epidemia do vírus zika (trouxe

queda nos nascimentos e mortes de RN com malformações graves) e a crise

econômica (perda de renda pelas famílias, cortes na saúde pública, estagnação de

programas sociais), influenciando nas mortes por diarréia e pneumonias.

Até 1990 a redução anual média da TMI era de 4,9% e a média global era de

3,2% (UNICEF - Relatório do Fundo das Nações Unidas). No Brasil, em 2016, a TMI

ficou em 14 óbitos por 1.000 NV um aumento de 5,2% com relação ao ano de 2015

(Tabela 88). Na América Latina entre 2015 e 2016 a TMI ficou em 18 óbitos por

1.000 NV e no mundo a tendência de redução se manteve de 42 para 41 óbitos por

1.000 NV (UNICEF - Relatório do Fundo das Nações Unidas).

Em Roraima, a TMI, reduziu 54,7% no período de 1888 a 2017, passando de

42,6 por mil NV em 1988 (RORAIMA, 1993) para 19,3 por mil NV em 2017. Apesar

da importante redução ainda está acima da média nacional de 14,1 óbitos infantis

por mil NV para o ano de 2014. A menor taxa da série apresentada na Tabela 88 foi

de 12,8 óbitos por 1.000 NV em 2011.

Em 2016, com relação a mortalidade infantil por município de residência

observa-se que 50,8% (96/189 óbitos) das mortes ocorreram no município de Boa

Vista, seguido de Rorainópolis com 9,5% (18 óbitos), Caracaraí com 8,5% (16

óbitos), Alto Alegre com 5,8% (11 óbitos), Amajarí com 5,3% (10 óbitos), Uiramutã

Brasil Norte Nordeste Sul Sudeste Centro-oeste Roraima

1990 47,1 45,9 75,8 28,3 32,6 34,3 36,42000 26,1 32,8 35,9 16,9 20,1 22,3 17,12010 16 21 19,1 11,6 13,4 15,9 13,22012 14,6 19,5 17,1 10,8 12,3 15 16,72014 14,1 17,7 16,3 10,7 12,3 15,1 20,4

01020304050607080

Taxa

(1.0

00 N

V)

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220

220

com 4,2% (8 óbitos), Normandia e Pacaraima com 3,7% (7 óbitos) cada, Mucajaí

com 3,2% (6 óbitos), Bonfim com 2,1% (4 óbitos), São João da Baliza com 1,6% (3

óbitos), e Cantá, Iracema e São Luiz com 0,5% (1 óbito) cada. O município de

Caroebe não registrou óbito em menores de 1 ano de idade.

As maiores TMI por município de residência foram encontradas nos

municípios de Amajarí (56,5 óbitos por mil NV), Caracaraí (50 óbitos por mil NV) e

Alto Alegre (49,1 óbitos por mil NV). Boa Vista possui taxa similar a TMI do país, e o

Cantá registrou a TMI de 3,3 óbitos por mil NV (RORAIMA, 2016c).

Tabela 88 - Número, proporção e taxa de mortalidade infantil, Roraima e Brasil, 1990 a 2016

ANO RORAIMA BRASIL

NASCIDOS VIVOS

ÓBITO INFANTIL TAXA DE MORTALIDADE (POR MIL NV)

TAXA DE MORTALIDADE (POR MIL NV)

N° %

1990 5.016 183 21,4 36,4 - 1995 7.023 191 19,7 27,1 - 2000 9.698 166 13,1 17,1 29,0 2005 9.699 188 12,4 19,3 22,1 2006 9.598 203 12,7 21,1 21,0 2007 9.584 179 11,2 18,6 19,9 2008 10.093 168 10,9 16,6 18,9 2009 9.678 182 11,3 18,8 18,0 2010 9.728 129 7,6 13,2 17,2 2011 9.969 128 7,7 12,8 16,4 2012 10.582 177 9,3 16,7 15,6 2013 10.556 194 9,6 18,3 15,0 2014 10.322 211 10,3 20,4 14,1 2015 10.535 189 8,7 17,9 13,3 2016 10.296 189 8,5 18,3 14,0 2017 10.793 207 8,1 19,2 13,8*

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. sujeitos à alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015. Dados sujeitos a alteração. Nota: - Sem informação. * Números oficiais ainda não estão fechados pelo MS.

Em 2017, 40,6% (84/207 óbitos) dos óbitos em menores de um ano ocorreu

no município de Boa Vista, capital do estado que concentra cerca de 60% da

população, o município de Uiramutã teve 10,1% (21 óbitos) e Alto Alegre 8,2% (17

óbitos).

Com relação a TMI por município de residência as maiores taxas ocorreram

nos municípios de Alto Alegre com 84,1 óbitos por mil NV, seguido de Uiramutã com

83,3 óbitos por mil NV e Amajarí com 54,0 óbitos por mil NV, essas taxas são muito

altas, esses municípios possuem uma extensa área indígena (Tabela 89).

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221

221

Tabela 89 - Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade infantil por município de residência. Roraima, 2017

MUNICÍPIO Nº % TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (por 1.000 NV)

Alto Alegre 17 8,2 84,1 Amajarí 10 4,8 54,0 Boa Vista 84 40,6 11,9 Bonfim 12 5,8 36,2 Cantá 5 2,4 14,8 Caracaraí 17 8,2 47,6 Caroebe 3 1,4 16,6 Iracema 1 0,5 8,0 Mucajaí 5 2,4 17,1 Normandia 10 4,8 27,5 Pacaraima 15 7,2 43,7 Rorainópolis 5 2,4 8,8 São João da Baliza 1 0,5 8,2 São Luiz 1 0,5 9,3 Uiramutã 21 10,1 83,3 Total 207 100,0 19,2

Fonte: SIM e SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

4.6.1 MORTALIDADE INFANTIL POR COMPONENTES

A mortalidade infantil é dividida em neonatal precoce (< 7 dias), neonatal

tardia (7 a 27 dias) e pós-neonatal (28 dias a < 1 ano).

Nos últimos anos, as principais causas de morte de crianças menores de 1

ano de idade passaram a ser por afecções perinatais, que dependem de fatores

associados às condições da criança no nascimento e à qualidade da assistência à

gravidez e ao parto. Em anos recentes, a TMI tem caído principalmente por causa

da redução da mortalidade pós-neonatal, reflexo da melhoria da atenção básica à

criança e dos fatores associados ao meio ambiente, sobretudo água e saneamento.

Dessa forma, tornou-se proporcionalmente maior a participação dos componentes

neonatais na TMI. Estes, para serem atenuados, dependem do aperfeiçoamento do

atendimento à mãe desde a gestação e o parto até o pós-parto, bem como da

qualidade da atenção ao recém-nascido com condições especiais de risco

(UNASUS, 2017b).

Atualmente, as políticas de redução da mortalidade infantil do Brasil priorizam

os primeiros 27 dias de vida da criança, a exemplo do que acontece nos países mais

desenvolvidos (UNASUS, 2017b).

As taxas de mortalidade infantil por componentes do Brasil e de Roraima

apresentam similaridade com relação ao predomínio dos componentes neonatal

precoce e neonatal tardio nos últimos anos (Figura 118).

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222

222

Figura 118 - Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) por componente. Brasil e Roraima, 1992, 2000, 2010, 2012 e 2014 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia 2015. Saúde Brasil, SVS/MS, 2015.

Todas as TMI por componentes de Roraima mostraram redução importante

no período de 1992 a 2016. A taxa de mortalidade pós-neonatal reduziu no período

de 1992 (34,9 óbitos por mil NV) e 2016 (7,3 óbitos por mil NV) na ordem de 79,1%.

A taxa de mortalidade neonatal tardia reduziu 13,6% nesse período passando de 2,2

em 1992 para 1,9 em 2016. A taxa de mortalidade neonatal precoce variou de 16,2

em 1992 para 9,1 em 2016, uma redução de 43,8% no período (RORAIMA, 2016c).

Em 2016, a proporção da mortalidade pós-neonatal foi de 39,7% (75/189

óbitos), a mortalidade neonatal tardia foi de 10,6% (20/189 óbitos), e a mortalidade

neonatal precoce 49,7% (94/189 óbitos). A mortalidade neonatal representou 60,3%

das mortes infantil. No detalhamento da mortalidade por componentes observa-se

no período de 2001 a 2016 que a mortalidade neonatal, componente mais complexo

e atualmente o mais expressivo da mortalidade de menores de um ano de idade,

sofreu aumento de 0,16% passando de 60,2% (79/161 óbitos) em 2001 a 60,3%

(114/189 óbitos) em 2016, a mortalidade pós-neonatal sem manteve com 39,7% em

2001 e em 2016 (RORAIMA, 2016c).

Em 2017, 56% das mortes ocorrem em crianças com menos de um mês de

vida, óbitos nesse período refletem a qualidade da assistência do pré-natal e do

parto, chama a atenção que entre as mortes neonatal precoce 41,6% (37/89 óbitos)

dos óbitos ocorreram em menos de uma hora de vida. Os óbitos pós-neonatal

Pós-Neonatal

Neonatal Tardia

Neonatal Precoce

1992 20,7 4,6 16,62000 9,4 3,6 13,1

2010 4,9 2,6 8,52012 4,3 2,5 7,8

2014 4,3 2,4 7,5

0

5

10

15

20

25

Taxa

(1.0

00 N

V)

Brasil

Pós-Neonatal

Neonatal Tardia

Neonatal Precoce

1992 34,9 2,2 16,22000 17,1 3,1 6,7

2010 5,5 1,2 6,42012 7 1,5 8,1

2014 3 7,9 9,5

05

10152025303540

Roraima

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223

223

corresponderam a 44% (91/207 óbitos) dos óbitos e apresentam aumento de 10,8%

com relação ao ano de 2016 (Figura 119). Na Figura 121 estão detalhadas as

proporções das mortes em menores de um ano por grupo de causas (Cap. CID 10).

Figura 119 - Proporção de óbito infantil por ano e componentes, Roraima, 2001, 2005, 2010 a 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016. Dados sujeitos a alteração.

4.7 MORTALIDADE FETAL

A morte fetal é a morte do produto da concepção, ocorrida antes da sua

completa expulsão ou extração do organismo materno, independentemente do

tempo de gestação. A morte é indicada pelo fato de que, depois da separação, o feto

não respira nem mostra qualquer outro sinal de vida, como batimentos cardíacos,

pulsações do cordão umbilical ou movimentos de músculos voluntários. A

mortalidade fetal precoce refere-se aos abortos e está compreendida no período

entre a concepção e a vigésima semana de gestação, no qual o feto tem um peso

aproximado de 500g. A morte fetal intermediária ocorre entre a 20ª e a 28ª semana

Neonatal precoce Neonatal tardia Pós-neonatal

2001 49 11,2 39,72005 44,7 13,8 41,52010 48,8 9,3 41,9

2011 54,9 13 32,82012 48,6 9 42,4

2013 46,9 11,3 41,82014 46,9 14,7 38,82015 45,5 17,5 372016 49,7 10,6 39,72017 43 13 44

0

10

20

30

40

50

60

%

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224

de gestação (com pesos fetais entre 500 e 1.000g) e a fetal tardia entre a 28ª (1.000

g) e o parto (BRASIL, 2014a).

No Brasil tem se observado uma diminuição do número de nascidos mortos

(natimortos), principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Em 2013, a taxa de

mortalidade fetal (1.000 NV) por regiões brasileiras foram: Norte 11,2/1.000 NV,

Nordeste 13,1/1.000 NV, Sudeste 10,6/1.000 NV, Sul 9,1/1.000 NV e Centro-Oeste

9,3/1.000 NV (BRASIL, 2013).

Em Roraima, a taxa de mortalidade fetal no período de 1992 (23,6 óbitos por

mil NV) a 2016 (10,9 óbitos por mil NV) registrou uma redução de 53,8%,

acompanhando uma tendência nacional, porém na comparação com 2015 houve o

aumento de 18,5% na taxa (RORAIMA, 2016c).

Em 2017, foram registrados 129 óbitos fetais e a taxa de mortalidade foi de

11,9 óbitos por mil NV, esta taxa teve um acréscimo de 9,2% com relação ao ano de

2016 (Tabela 90).

Tabela 90 - Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade fetal por mil NV, Roraima, 1992, 1995, 2000, 2005 a 2017

ANO NASCIDOS VIVOS

ÓBITO FETAL N° TAXA DE MORTALIDADE FETAL (MIL NV)

1992 4.920 116 23,6 1995 7.023 117 16,2 2000 9.698 108 11,1 2005 9.699 107 11,0 2006 9.598 106 11,0 2007 9.584 100 10,4 2008 10.093 83 8,2 2009 9.678 88 9,0 2010 9.728 89 9,1 2011 9.969 87 8,7 2012 10.582 129 12,1 2013 10.556 130 12,3 2014 10.322 105 10,1 2015 10.535 97 9,2 2016 10.296 113 10,9 2017 10.793 129 11,9

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

4.8 MORTALIDADE MATERNA

É considerado morte materna a “morte de uma mulher durante a gestação ou

até 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou da localização

da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou

por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou

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incidentais”. São classificadas em diretas e indiretas. A morte materna obstétrica

direta é aquela que ocorre por complicações obstétricas na gravidez, parto e

puerpério, devidas a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou a uma cadeia

de eventos resultantes de qualquer dessas causas (RORAIMA, 2016c).

A mortalidade materna é um bom indicador para avaliar as condições de vida

de uma população. O estudo desses óbitos pode revelar o grau de desenvolvimento

de uma determinada sociedade (BRASIL, 2013a).

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), finalizados em 2015,

tiveram como seu quinto objetivo (ODM-5) reduzir em 70% a razão de mortalidade

materna (RMM) desde 1990 até 2015. A grande maioria dos países no mundo não

cumpriu a meta estabelecida, incluindo o Brasil que reduziu a RMM em torno de

50% (BRASIL, 2018).

A Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, ocorrida

em 2015, formalizou no mesmo ano os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

(ODS). Esta nova agenda tem como Objetivo 3 “assegurar uma vida saudável e

promover o bem-estar para todos, em todas as idades”, e como objetivo 3.1 “reduzir

a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100 mil nascidos

vivos até 2030”, sendo este um dos ODS que deverão orientar as políticas nacionais

e as atividades de cooperação internacional nos próximos 15 anos, sucedendo e

atualizando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) (BRASIL, 2018).

A partir de 2008, o MS intensificou esforços para ampliar, estruturar e

fortalecer ações de vigilância dos óbitos (VO) que buscam aprimorar a captação e a

qualificação das informações sobre mortalidade materna, nos três níveis de gestão

do SUS. Com o monitoramento das mortes maternas e mortes de mulheres em

idade fértil (MIF) no Brasil nos últimos anos pela vigilância do óbito (VO) nos três

níveis de gestão do SUS, foi possível reclassificar mortes maternas, não declaradas

inicialmente, e promover a sua identificação no SIM. Foi possível também descartar

mortes que foram notificadas erroneamente como maternas, quando não

relacionadas ao período gravídico puerperal, ou sem relação de agravamento mútuo

entre uma afecção concomitante e o estado gravídico puerperal. Outra atividade,

instituída anteriormente, a busca ativa de óbitos, também desenvolvida pelas

equipes dedicadas a vigilância do óbito nos estados e nos municípios, já vinha

resgatando, para a base de dados, óbitos não captados pelo fluxo tradicional do

sistema. O registro dos resultados das atividades desenvolvidas pelos serviços de

VO local tornou-se viável após a criação de módulo de investigação de óbitos

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226

integrado com o SIM, a partir de 2008. Os novos insumos de informação tornaram

possível mensurar as mortes maternas somente identificadas após a revisão

decorrente da investigação das mortes de MIF e compará-las com o número de

óbitos declarados ao SIM antes da investigação. A proporção média de incremento

no número de mortes maternas no País em 2013 foi a maior observada no período

de informações disponíveis, de 2009 a 2015, ficando próxima a 31%,6 sendo que

houve variação desta proporção entre as regiões. Neste ano, a partir dos resultados

da investigação de óbitos de MIF, a Região Sudeste incrementou em 42% o número

de óbitos maternos que haviam sido declarados inicialmente por outras causas. Na

Região Sul a proporção de incremento no número de casos de morte materna foi de

34%, e na Nordeste este percentual ficou em 27% (BRASIL, 2018).

Figura 120 - Taxa de mortalidade materna por mil nascidos vivos, Roraima, 1996, 2000, 2005 a 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

Em Roraima, a taxa de mortalidade materna (TMM) por 1.000 nascidos vivos

se manteve estável na comparação dos anos de 1996 e 2016, a maior taxa

registrada na série da Tabela 66 ocorreu em 1998 (1,4 por mil NV) (Figura 120). Na

comparação com 2015 houve a redução de 50% na taxa (RORAIMA, 2016c).

Em 2017, a TMM foi de 0,55 óbitos por mil nascidos vivos e representou um

aumento de 37,5% em comparação com a taxa de 2016. Ocorreram seis óbitos

maternos, sendo cinco morte materna obstétrica direta, 83,3% das mortes maternas,

e um óbitos materna por causas indiretas (16,7% dos óbitos). O aborto e a

eclampsia foram as principais causas de morte materna obstétrica direta, ambas

1996 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Taxa de mortalidade materna 0,4 0,61 0,51 0,93 1,14 0,79 1,03 0,1 0,6 0,37 0,47 0,38 0,85 0,4 0,55

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

por 1

.000

NV

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227

227

com 33,3% (2/6) das ocorrências, seguida pela hipertensão gestacional com 16,7%

(1/6) (Figura 92) .

Tabela 91 - Número de nascidos vivos, óbito materno e taxa (por 1.000 NV) de mortalidade materna, Roraima, 1996 a 2017

ANO NASCIDOS VIVOS ÓBITO MATERNO

N° TAXA DE MORTALIDADE MATERNA (1.000 NV)

1996 7.373 03 0,4 1997 8.148 08 0,9 1998 8.208 12 1,4 1999 8.726 05 0,5 2000 9.698 06 0,6 2001 9.561 05 0,5 2002 9.188 05 0,5 2003 10.286 04 0,3 2004 9.751 02 0,2 2005 9.699 05 0,5 2006 9.598 09 0,9 2007 9.584 11 1,1 2008 10.093 08 0,7 2009 9.678 10 1,0 2010 9.728 01 0,1 2011 9.969 06 0,6 2012 10.582 04 0,3 2013 10.556 05 0,4 2014 10.322 04 0,3 2015 10.535 09 0,8 2016 10.296 04 0,4 2017 10.793 06 0,5

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

Quanto ao perfil sociodemográfico, observou-se predomínio de óbitos

maternos, entre mulheres de raça/cor parda (50,0%), seguido da cor branca com

(33,3%). Não houve diferença de percentual na faixa etária de 15 a 39 anos, ficando

iguais com (33,3%). Podemos observar que não foi informada a escolaridade dos

óbitos maternos (FIGURA 93)

Tabela 92 - Número e percentual de óbito materno, segundo tipo de causa obstétrica, Roraima, 2017

Tipo Causa Obstétrica Nº % Morte materna obstétrica direta 5 83,3 Aborto 2 33,3 Hipertensão gestacional 1 16,7 Eclampsia 2 33,3 Morte materna obstétrica indireta 1 16,7 Doeninf paras mat COP complgravpartpuerp 1 16,7 Total de mortes maternas 6 100,0

Fonte: Módulo web de Mortalidade Materna/SIM e SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

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Com relação ao município, 12,5% (1 óbito) ocorreram no Cantá, Caracaraí,

Mucajaí e Uiramutã, cada, e 25% (2 óbitos) em Boa Vista e Rorainópolis, cada.

Tabela 93 - Número de óbitos maternos, segundo raça/cor, faixa etária e escolaridade da mãe, Roraima - 2017

VARIÁVEIS ÓBITOS MATERNOS Raça/Cor Nº %

Branca 2 33,3 Parda 3 50,0 Indígena 1 16,7

Faixa Etária Nº % 15-19a 2 33,3 20-29a 2 33,3 30-39a 2 33,3

Escolaridade Mãe Não informada 6 100,0%

Fonte: Módulo web de Mortalidade Materna/SIM e SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

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Figura 121 - Proporção de óbitos em menores de 1 ano por grupos de causas (CID10), Roraima, 2001 a 2017 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 e 2016. Dados sujeitos a alteração.

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Doenças osteomusculares e tec conjuntivo 0 0 0 0 0,5 0,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Doenças da pele e tec subcutâneo 0 0,8 0 0 0 0 0 0 0 0,8 0 0 0,5 0 0 0,5 0,5

Causas externas 3,1 1,6 1,1 3,8 11,2 6,9 9,5 5,3 8,8 4,6 6,9 14,7 14,9 12,8 16,4 9 11,1Mal definidas 7,4 2,4 8,5 11,4 6,9 4,4 7,8 1,8 3,3 2,3 3,8 5,6 3,1 1,9 4,2 5,8 3,4Malformações congênitas e anomal cromossômicas 18,6 20,8 18,1 14,6 13,8 15,3 14,5 17,8 9,3 17 18,3 11,3 12,4 17 18 19,6 22,7Afecções originárias no período perinatal 50,6 46,4 31,1 35,3 38,1 41,4 42,7 44,2 47 49,1 52,7 39 37,9 43,1 40,7 44,4 39,6Doenças do aparelho geniturinário 0 0,8 0 1,1 0 0 0 0,6 1,6 0 0,8 0 1 0 0 0,5 0,5

Doenças do aparelho digestivo 1,2 1,6 0,6 0 1 1 2,2 0,6 1,1 0 0 1,7 0 0,4 1 1 1Doenças do aparelho respiratório 6,2 11,2 19,8 15,7 14,3 12,3 8,4 12,5 9,3 10,8 7,6 10,1 14,9 12,8 8,4 8,4 8,7

Doenças aparelho circulatório 1,2 1,6 0,6 2,7 1,6 0,5 1,1 1,8 3,3 1,5 1,5 1,1 1 1,4 4,6 2,1 1,9Doenças sistema nervoso 0,6 2,4 1,7 2,2 1 0,5 0 1,2 1,6 1,5 0 3,4 1 0,4 0,5 2,1 1,4Doenças endócrina, nutricional e metabólica 4,3 4 2,2 8,3 2,1 4,9 3,3 3 3,8 3,1 2,3 3,9 5,1 3,8 3,1 1,6 2,4Doenças sangue e imunológico 0 0 0 0 0,5 1,5 0 1,8 1,1 0 0 0 0,5 0 0 0 1Neoplasias 0 0 0 0,5 0 0 0,5 1,2 0,5 0 0,7 0 0 0,4 0 0 0

Doenças infecciosas e parasitárias 6,8 7,2 16,4 6 9 10,8 10 8,3 9,3 9,3 5,3 9 7,7 5,7 2,6 4,8 6,8

0102030405060708090

100

%

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230

230

5 RECOMENDAÇÕES

Divulgação do Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2017 para o Governo

do Estado, Casa Civil, Assembléia Legislativa, Gestores estadual e municipais de

Saúde, de Educação e Segurança Pública, e para os profissionais da área da

saúde;

Estreitar o relacionamento da vigilância epidemiológica estadual com a

assistência em saúde (Atenção Básica e Urgência/Emergência) pública e privada,

bem como as instituições de ensino e pesquisa;

Estreitar o relacionamento da vigilância epidemiológica estadual com as

vigilâncias epidemiológicas municipais para melhor articulação de estratégias de

prevenção e promoção à saúde;

Ampliar a divulgação da página da CGVS na internet para maior divulgação do

boletim epidemiológico, elaborados quadrimestral por todos os núcleos do

DVE/CGVS, e demais documentos epidemiológicos, a fim de retroalimentar os

gestores e os profissionais de saúde com o objetivo de subsidiá-los na tomada de

decisão;

Desenvolvimento de ações coordenadas de supervisão entre os programas do

Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) nas Secretarias Municipais de

Saúde (SMS) no que se refere à VE e os sistemas de informação em saúde;

Monitoramente contínuo da natalidade, mortalidade e dos agravos e doenças de

notificação compulsória (DNC) pelas áreas técnicas com o objetivo de intervir de

forma imediata junto às SMS;

Reestruturação do CIEVS/NIEVS estadual com aumento no número de

profissionais, preparação técnica dos mesmos e a criação de uma sala de

situação permanente para monitoramento das doenças e agravos de interesse da

saúde pública do estado;

Fortalecimento dos laboratórios de análise clínica nas unidades de saúde,

sobretudo, no interior do estado, quanto a coleta, armazenamento e transporte de

amostras biológicas ao LACEN/RR (atendendo todas as normas técnicas

necessárias para a adequabilidade da amostra);

Fortalecimento do Núcleo de Vigilância Hospitalar (NVH) do estado visando

ampliar a capacidade de reposta do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) do

HGR e HCSA e Unidade de Vigilância Epidemiológica (UVE) existentes em

estabelecimentos de saúde da capital e interior;

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231

231

Promoção de capacitação periódica em notificação de agravos e DNC para os

NHE e UVE por meio das áreas técnicas/núcleos do DVE e Saúde do

Trabalhador;

Promoção de monitoramento contínuo das notificações pelos núcleos do DVE e

Saúde do Trabalhador a fim de identificar possíveis falhas de preenchimento e

promover o feedback por meio de treinamento em serviço;

Promoção de capacitação em vigilância epidemiológica dos agravos e DNC para

os profissionais de saúde da área da assistência, da capital e interior, e

capacitação em manejo clínico para os médicos visando melhorar a qualificação

profissional, bem como as informações das fichas de atendimento e prontuários,

principais fontes de notificação;

Promoção de maior integração entre os NHE e UVE e os demais profissionais de

saúde das unidades de saúde, bem como maior envolvimento da direção geral e

direção clínica com o funcionamento da vigilância epidemiológica no âmbito

hospitalar;

Promoção de integração entre os NHE e UVE e a vigilância epidemiológica

municipal, sobretudo no interior do estado;

Adequação do espaço físico, aquisição de equipamentos de informática e

aquisição de mobília para as UVEs que atuam em âmbito hospitalar sobretudo

dos estabelecimentos de saúde do interior do estado;

Garantir que os recursos de portaria ministerial específicas para o NHE do HGR

sejam destinados exclusivamente para o mesmo;

Criação do Serviço de Verificação de óbito (SVO) no estado nos moldes

preconizados pelo MS.

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232

232

REFERÊNCIAS ANACONDA. Ministério da Saúde, 2017.

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GOVERNO DO ESTADO DE RORAIMA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DEPARTAMENTO DEVIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Rua Dr. Arnaldo Brandão com a Av. Capitão Júlio Bezerra, nº 238 Bairro São Francisco. CEP 69.305-080

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Telefone (95) 3623-2757. E-mail: [email protected] Boa Vista – Roraima