textos de auxílio nepe

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Explicação Este livro foi publicado, inicialmente, com o título de Imitação do Evangelho. Kardec explica o seguinte: Mais tarde, por força das observações reiteradas do Sr. Didier e de outras pessoas, mudei-o para Evangelho Segundo o Espiritismo” . Trata-se do desenvolvimento dos tópicos religiosos de O Livro dos Espíritos, e representa um manual de aplicação moral do Espiritismo. A 9 de agosto de 1863, Kardec recebeu uma comunicação dos seus Guias, sobre a elaboração deste livro. A comunicação assinalava o seguinte: “Esse livro de doutrina terá influência considerável, porque explana questões de interesse capital. Não somente o mundo religioso encontrará nele as máximas de que necessita, como as nações, em sua vida prática, dele haurirão instruções excelentes. Fizeste bem ao enfrentar as questões de elevada moral prática, do ponto de vista dos interesses gerais, dos interesses sociais e dos interesses religiosos”. Em comunicação posterior, a 14 de setembro de 1863, declaravam os Guias de Kardec: “Nossa ação, principalmente a do Espírito da Verdade, é constante ao teu redor, e de tal maneira, que não a podes negar. Assim não entrarei em detalhes desnecessários, sobre o plano da tua obra, que, segundo os meus conselhos ocultos, modificaste tão ampla e completamente”. Logo adiante acentuavam: “Com esta obra, o edifício começa a libertar-se dos andaimes, e já podemos ver-lhe a cúpula a desenhar-se no horizonte”. Estas comunicações, cuja leitura completa pode ser feita em Obras Póstumas, revelam-nos a importância fundamental de O Evangelho Segundo o Espiritismo, na Codificação Kardeciana. Enquanto O Evangelho dos Espíritos nos apresenta a Filosofia Espírita em sua inteireza e O Livro dos Médiuns, a Ciência Espírita em seu desenvolvimento, este livro nos oferece a base e o roteiro da Religião Espírita. Livro de cabeceira, de leitura diária obrigatória, de leitura preparatória de reuniões doutrinárias, deve ser encarado também como livro de estudo, para melhor compreensão da Doutrina. A comunicação do Espírito da Verdade, colocada como prefácio, deve ser lida atentamente pelos estudiosos, pois cada uma de suas frases tem um sentido mais profundo do que parece à primeira leitura. A Introdução e o Capítulo I constituem verdadeiro estudo sobre a natureza, o sentido e a finalidade do Espiritismo. Devem ser estudados atenciosamente, e não apenas lidos. Formam uma peça de grande valor para a verdadeira compreensão da Doutrina. JOSÉ HERCULANO PIRES Tradutor

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ExplicaoEste livro foi publicado, inicialmente, com o ttulo de Imitao do Evangelho. Kardec explica o seguinte: Mais tarde, por fora das observaes reiteradas do Sr. Didier e de outras pessoas, mudei-o para Evangelho Segundo o Espiritismo . Trata-se do desenvolvimento dos tpicos religiosos de O Livro dos Espritos, e representa um manual de aplicao moral do Espiritismo.

A 9 de agosto de 1863, Kardec recebeu uma comunicao dos seus Guias, sobre a elaborao deste livro. A comunicao assinalava o seguinte: Esse livro de doutrina ter influncia considervel, porque explana questes de interesse capital. No somente o mundo religioso encontrar nele as mximas de que necessita, como as naes, em sua vida prtica, dele hauriro instrues excelentes. Fizeste bem ao enfrentar as questes de elevada moral prtica, do ponto de vista dos interesses gerais, dos interesses sociais e dos interesses religiosos.

Em comunicao posterior, a 14 de setembro de 1863, declaravam os Guias de Kardec: Nossa ao, principalmente a do Esprito da Verdade, constante ao teu redor, e de tal maneira, que no a podes negar. Assim no entrarei em detalhes desnecessrios, sobre o plano da tua obra, que, segundo os meus conselhos ocultos, modificaste to ampla e completamente. Logo adiante acentuavam: Com esta obra, o edifcio comea a libertar-se dos andaimes, e j podemos ver-lhe a cpula a desenhar-se no horizonte.

Estas comunicaes, cuja leitura completa pode ser feita em Obras Pstumas, revelam-nos a importncia fundamental de O Evangelho Segundo o Espiritismo, na Codificao Kardeciana. Enquanto O Evangelho dos Espritos nos apresenta a Filosofia Esprita em sua inteireza e O Livro dos Mdiuns, a Cincia Esprita em seu desenvolvimento, este livro nos oferece a base e o roteiro da Religio Esprita.

Livro de cabeceira, de leitura diria obrigatria, de leitura preparatria de reunies doutrinrias, deve ser encarado tambm como livro de estudo, para melhor compreenso da Doutrina. A comunicao do Esprito da Verdade, colocada como prefcio, deve ser lida atentamente pelos estudiosos, pois cada uma de suas frases tem um sentido mais profundo do que parece primeira leitura.

A Introduo e o Captulo I constituem verdadeiro estudo sobre a natureza, o sentido e a finalidade do Espiritismo. Devem ser estudados atenciosamente, e no apenas lidos. Formam uma pea de grande valor para a verdadeira compreenso da Doutrina.JOS HERCULANO PIRESTradutor

Explicao - Incio de tudoPouco sabemos dos fatos e da histria da Doutrina Esprita. Tratamos tanto do ouvir dizer e do algum falou, que sequer atentamos para o fato de que nas prprias obras, existem muitas explicaes e narrativas sobre a histria da Doutrina Esprita. Herculano Pires, em sua sobriedade e lucidez, nos revela estes fatos em muitas passagens de seus escritos que so magistralmente colocados nas introdues s obras da codificao. Denominado como o melhor metro que mediu Kardec, Herculano nos traz singularidades e particularidades que mostram, por diversas maneiras, as virtudes da Doutrina Esprita e a virtuose de seu codificador. Uma passagem interessante est contida j no primeiro pargrafo da chamada Explicao e que nos conta o seguinte:

(...) Este livro foi publicado, inicialmente, com o ttulo de Imitao do Evangelho. Kardec explica o seguinte: Mais tarde, por fora das observaes reiteradas do Sr. Didier e de outras pessoas, mudei-o para Evangelho Segundo o Espiritismo. Trata-se do desenvolvimento dos tpicos religiosos de O Livro dos Espritos, e representa um manual de aplicao moral do Espiritismo.(...)

Temos aqui alguns fatos que, em outros momentos, passar-nos-iam desapercebidos, mas os quais resolvi enfatizar. O primeiro e mais breve aquilo que muitos de ns j pode observar: O Livro dos Espritos em suas divises, trata de assuntos de maneira direta e lcida, mas no aprofunda-se nos mesmos. Este desmembramento das questes e de determinados temas, podemos observas nas obras subseqentes e que correspondem s partes do mesmo e que nunca demais ressaltemos, alis, ressaltaremos com base nas prprias palavras de Herculano Pires que podem ser encontradas na introduo ao Livro dos Espritos, escrita por ele em comemorao ao centenrio da obra, onde encontramos:

(...) A)LIVRO DOS MDIUNS , seqncia natural do livro dos Espritos, que trata especialmente da parte experimental da doutrina, tem a sua fonte no Livro II, a partir do captulo sexto at o final. Toda a matria contida nessa parte reorganizada e ampliada naquele livro, principalmente a referente ao captulo nono: "Interveno dos espritos no mundo corpreo'.

B) O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, uma decorrncia natural do Livro III, em que so estudadas as leis morais, tratando-se especialmente da aplicao dos princpios da moral evanglica, bem como dos problemas religiosos da adorao, da prece e da prtica da caridade. Nessa parte o leitor encontrar, inclusive, as primeiras formas de "Instrues dos Espritos", comuns quele livro, com a transcrio de comunicaes por extenso e assinadas, sobre questes evanglicas. (...)

Como ressalva, eu gostaria de dizer que, embora essa seja uma parte relativamente discriminada dentro da Doutrina Esprita, a religiosa, tambm aquela em que mais somos cobrados pelos nossos prprios companheiros de crena. Cobra-se a moral alheia e explana-se sobre as passagens que contm palavras de Jesus, como se quem assim o faz j estivesse totalmente isento das impurezas morais do esprito, quando na realidade em breve tempo de conhecimento da moral esprita, aprendemos que mais humilde aquele que cuida de suas prprias mazelas e oferta a mo ao prximo, ao invs de apontar-lhe o dedo. A simples meno de que ainda existem pessoas que agem assim, faz com que eu mesma pare para refletir se continuo me preocupando mais com minha prpria vida ou se com a alheia, mesmo quando meus sentimentos possam estar mascaradamente disfarados na boa inteno de que nenhuma ovelha se perca.

Nesse nterim, inmeros so os alertas que nos convocam a refletir: Que te importa a ti? Segue-me Tu que eu haverei de dele cuidar, pois nenhuma ovelha se perder e cada qual me seguir em seu prprio momento. um senhor puxo de orelhas.Eu, particularmente agradeo, porque em inmeras vezes, principalmente nas vezes em que somos afrontados e agredidos dentro de nossa prpria crena, nos colocamos a questionar e at a nos revoltarmos com tanta hipocrisia e desfaatez dos moralistas espritas.

Por isso, muito fcil falar da parte religiosa como se fossemos os maiores conhecedores da moral do Cristo; complicado pratic-la. E l vem o tema da tera-feira que estamos finalizando: Reforma ntima. Renovao e reformulao de nossos pensamentos e propsitos individuais para conosco e com o Pai. Prosseguindo, temos:

(...) C) O CU E O INFERNO decorre do Livro IV, "Esperanas e Consolaes", em que so estudados os problemas referentes s penas e aos gozos terrenos e futuros, inclusive com a discusso de dogmas, como o da ressurreio da carne, e os do paraso, inferno e purgatrio.

D) A GNESE, os milagres e as predies, relaciona-se aos captulos II, III e IV do Livro I, e captulo IX, X e XI do Livro II, assim como as partes dos captulos do Livro III que tratam dos problemas gensicos e da evoluo fsica da Terra (que, alis, far parte do prximo bloco de estudos, intitulado MUNDOS REGENERADORES). Esta obra mais ampla, pois trata de todos os aspectos, tornando-a mais difusa que os outros.

E) Pequenos livros introdutrios ao estudo da doutrina (e que deveriam ser indicados com freqncia maior, pois so o reflexo da mesma embora no se incluam propriamente na codificao), mas tambm esto diretamente relacionados com o Livro dos Espritos, decorrendo da INTRODUO e dos PROLEGMENOS. So estes livros introdutrios: O PRINCIPIANTE ESPRITA e O QUE O ESPIRITISMO.(...)

Aqui deparamo-nos com certa divergncia dentro do movimento esprita, quanto veracidade e autenticidade da obra PRINCIPIANTE ESPRITA. Segundo comentrios de respeitado companheiro de Doutrina Esprita, o Alcides, temos a seguinte narrativa:

(...) estranho pois este livro no atribudo Kardec, inclusive h esta citao no livro O Corpo Fludico de Wilson Martins. Supe-se que seja uma "adaptao" da Federao Esprita Brasileira, como muitas alteraes tendenciosas que aconteceram naquela instituio na tentativa de introduzir o conceito docentista! O Herculano ao lado de muitos outros espritas, como o prprio Imbassahy que deixou a Federao Esprita Brasileira, mostram os fatos em vrias obras. A minha a 62a. Edio de Outubro de 2001(...)

Cito este detalhe ou divergncia, que no deixa de ser serssima, por conta de que passemos a compreender algumas tendncias que se fazem dentro do Movimento Esprita e das obras lanadas a torto e a direito. Inclusive, essa parte, sobre a enxurrada de obras espritas, poderemos analisar mais adiante na prpria introduo ao Evangelho Segundo o Espiritismo.Exposto em 01-04-2009 por Fiorell@!

Explicao - Sr. DidierGostaria de contar-lhes quem a pessoa que exerceu tamanha influncia sobre Kardec, no tocante modificao do ttulo da obra.

(...) Pierre-Paul Didier foi o primeiro editor das obras de Allan Kardec. Destemido, expondo-se s retaliaes da poca, principalmente as que o clero movia contra o Espiritismo, no receou comprometer-se, quer do ponto de vista profissional ou social. Idealista, o Codificador nele encontrou o companheiro que, certamente o Mundo Espiritual havia preparado para a tarefa da divulgao esprita, de vez que, lendo as obras que editava, acabou por se converter Doutrina. (...)

Por conta de suas virtudes e caractersticas, sinto-me no dever de mencionar um pouco mais sobre esta criatura que gozava da amizade de Kardec:

(...) Posto o Sr. Didier, pessoalmente, no tomasse parte muito ativa nos trabalhos da Sociedade, onde raramente usava da palavra, no deixava de ser um dos membros mais considerados, por sua ancianidade como fundador, por sua assiduidade e, sobretudo, por sua posio, sua influncia e os incontestveis servios prestados causa do Espiritismo, como propagador e como editor. (...)

Se observarmos bem, teremos duas impresses: a primeira a de nunca sequer termos ouvido falar deste senhor. E a segunda a de que nem sempre as pessoas em maior evidncia so as nicas influentes ou imprescindveis.

Muitos de ns confundimos notoriedade com serventia. E, esta confuso, faz com que muitas pessoas de grande valia e importncia abandonem trabalhos, projetos ou at mesmo determinadas funes por conta da discrio em que se encontram. como se sentissem sombra de algo ou algum, sem nem ao menos perceberem que se esto sombra ou abaixo de algum em uma tarefa ou procedimento em conjunto, com muita probabilidade so o sustentculo dessa situao ou seu grande alicerce.

E nesse alimentar de vaidades (no deixa de ser uma vaidade aflorando), muito tempo se perde no conjunto precioso da obra. Muitas vezes aquele que serve calado o que mais serve. E vemos isso constantemente: quem muito brada pouco faz; co que ladra no morde e assim por diante. Didier era uma pessoa de extrema importncia e valia diante do nascimento da Doutrina Esprita, no entanto, pode-se contar nos dedos quem sabia de sua figura, a comear por essa que vos fala. Kardec prossegue:

(...) As relaes que com ele tive durante sete anos permitiram-me perceber a sua correo, a sua lealdade e as suas capacidades especiais. Sem dvida, como cada um de ns, tinha suas pequenas particularidades, que no agradavam a todos, por vezes, mesmo, um gesto brusco, com o qual era preciso familiarizar-se, mas que nada tirava de suas eminentes qualidades; e o mais belo elogio que se lhe possa fazer dizer que em negcios se podia ir com ele de olhos fechados. (...)

A to procurada perfeio no existe em ponto algum. Kardec evidencia inclusive o aprendizado que sua ausncia nos proporciona: familiarizar-se com suas particularidades ou com aquilo que nos incomoda nos outros. Perceber se to somente um gesto carregado de fora ou uma postura ou inflexo. At me lembrei de duas situaes que vemos em nosso dia-a-dia. Tenho o hbito de cham-los de meu senhor ou minha senhora e adoro quando vejo-os assim me chamando. Parece que conquistamos algo to nosso e prximo que vocs nem imaginam. E quando uma criatura me agrada ou faz com que eu me sinta bem em lidar com ela, quase que instantneo assim me referir a ela. E muita gente no gosta e no percebe. Questo de familiarizar-se com essa minha maneira de proceder. Eu poderia falar criatura ou bonito, como j falei durante muitos anos, mas enfim, no agrada a todos. E assim era com nosso Didier e assim com o entregador que toca meu interfone e fala: Colega, sou eu, da empresa tal... Enfim, treinamentos e aprendizados que ns, estudiosos da Doutrina Esprita tambm j interpretamos por outra maneira, maneira essa que o psicolgico tambm nos ensina: tudo uma questo de vibrao e sintonia. Por vezes, o encolerizado tem seu peito em chamas e no necessariamente conosco. Aquele que galhofa de algo, pode ter a dor a invadir-lhe as entranhas. O sarcstico pode ainda no ter descoberto o valor sincero da amizade ou da palavra e por assim se segue. No justifica a atitude de ningum, mas nos alerta de que por trs de algum nestas condies, com muita certeza podem estar vrios sentimentos. Deste nosso companheiro de doutrina esprita e amigo particular de Kardec ainda podemos ouvir:

(...)Comerciante, devia encarar as coisas comercialmente, mas no o fazia com mesquinhez e parcimnia. Era grande, largo, sem mesquinharia nas suas operaes; a atrao do ganho no o teria levado a empreender uma publicao que lhe no conviesse, por mais vantajosa que fosse. Numa palavra, o Sr. Didier no era o negociante de livros, a calcular seu lucro vintm a vintm, mas o editor inteligente, justo apreciador, consciencioso e prudente, tal qual era preciso para fundar uma casa sria como a sua. Suas relaes com o mundo culto, pelo qual era amado e estimado, haviam desenvolvido suas idias e contribudo para dar sua livraria acadmica o carter srio, que a tornou numa casa de primeira ordem, menos pela cifra dos negcios do que pela especialidade das obras que explorava e a considerao comercial de que, a justo ttulo, desfrutava havia longos anos. (...)

Que dizer dessa particularidade? Embora possusse em mos a possibilidade de apenas lucrar com a situao, preferiu buscar caminhos que suscitaram em Kardec todos estes elogios e a sincera e profunda boa impresso que despertou naqueles que o visualizaram alm apenas de um comerciante ou editor. O que me fez lembrar da passagem de Yvonne Pereira, quando em certa feita ela foi abordada por uma entidade que desejava transmitir-lhe, psicograficamente, um livro que lhe traria muito dinheiro e notoriedade. Mas Yvonne, mais do que apenas receber o convite ou a oferta, analisou detidamente aquele que ofertava, sentindo-lhe mais do que ouvindo-o e, diante disto, recusou-se a psicografar a referida obra. Mais de 15 anos depois, a mesma entidade retorna com o mesmo convite tentador, mas ainda exalando as condies inferiores de que era portadora. Uma vez mais esta mdium recusou-se a ceder-lhe o espao para que transmitisse o referido livro, no que a entidade se afastou totalmente desequilibrada. Ao questionar Bezerra de Menezes, seu mentor, do por qu daquela situao, duas vezes profundamente tentada, foi-lhe dito que ela precisava passar pela situao e utilizar de seu livre-arbtrio para que seu esprito se fortalecesse diante das tentaes do intercmbio medinico.

E assim foi com Didier e com cada um de ns que inmeras vezes nos vemos s voltas com as repetidas tentaes ou facilidades para que incorramos no erro e, no entanto, nosso carter e nosso brio que havero de se fazerem perceber. Nossa moralidade adquirida ou no quem far a grande diferena diante da situao. Finalizando sobre Didier, Kardec enfatiza:

(...) No que me concerne, felicito-me por t-lo encontrado em meu caminho, o que devo, sem dvida assistncia dos bons espritos, e com toda a sinceridade que digo que nele o Espiritismo perde um apoio e eu um editor tanto mais preciso quanto, entrando perfeitamente no esprito da Doutrina, tinha verdadeira satisfao em propag-la. (por Carlos A. Baccelli - Uberaba - MG.)(...)Mais do que apenas um comerciante ou um esprita que se foi para o plano Espiritual, eis que o desencarne de Didier mostrou-nos que a humildade, o prazer em servir e ser til no necessita de cornetas e tambores a alardear. Referncia:http://www.mariadenazare.com.br/editora_didier/artigos/artigo0022.htmlExposto em 08-04-2009 por Fiorell@!

PrefcioComo Prefcio de O Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos a seguinte mensagem:

(...)Os Espritos do Senhor, que so as virtudes dos cus, como um imenso exrcito que se movimenta, ao receber a ordem de comando, espalham-se sobre toda a face da Terra. Semelhantes a estrelas cadentes, vm iluminar o caminho e abrir os olhos aos cegos.(...)

Missionrios Celestes, Falange de Amor, Anjos Iluminados, enfim, designamos estes irmos da espiritualidade por diversos nomes, at confundindo sua real denominao, na nsia de fazermos transbordar de ns a ventura e a felicidade que sentimos ao sermos envolvidos por eles ou presenciarmos sua interferncia junto a ns.

E como uma herana divina, eis que o Esprito da verdade nos assevera que eles se renem como um imenso exrcito de amor e luz e envolvem toda a Terra, sempre sob o comando de Deus. Essa passagem me faz recordar as cenas de filmes em que diante das guerras e batalhas, um exrcito iluminado vem envolvendo aos adversrios trazendo a vitria e a conquista do bem.

at uma lembrana muito distante daquilo que cita o Esprito da Verdade, porque ele nos assevera que estes iluminados irmos descem at nosso orbe tais quais estrelas cadentes, iluminando nossos caminhos e retirando nossas vendas.

a fora de nossa imaginao que deve divisar a atmosfera em redor ao nosso orbe e perceber centenas de milhares estrelas adentrando ao orbe terreno, iluminando e projetando o amor por todos os lugares e em todas as criaturas. E a fixao nessa imagem pode nos proporcionar a sensao de que tambm estamos sendo envolvidos, neste instante, por todo este amor e por toda esta luz, proporcionando o refrigrio ao nosso corao dorido, proporcionando a paz nossa mente conturba, proporcionando o amor ao nosso ser sedento de amparo e proteo.

O comando de Deus assim os designa, porque toda a sua obra haver de se salvar e sequer uma criatura haver de se perder ou haver sido feita para as trevas. Muitos sero os chamados neste momento; muitos sero profundamente envolvidos por este amor e por esta renovao; poucos sero escolhidos,isto porque poucos abandonaro a si mesmos para seguir ao amor incondicional. Mas aqueles que assim o fizerem, estes sero amparados, qualificados e fortalecidos nas lides para que no momento correto, se juntem a esta falange de amor.

o nosso propsito, o propsito da nossa criao, que se concretizar neste momento e novos mundos, novas vidas e novos propsitos abrir-se-o diante de ns, descortinando a infinidade de vida e amor do nosso Criador.

(...) Eu vos digo, em verdade, que so chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.(...)

Com a chegada de O Evangelho Segundo o Espiritismo, eis que a luz se fez sobre as trevas do orgulho, da ignorncia e dos interesses mesquinhos. A Luz foi propagada, com a intensidade dos exrcitos de quem j alcanou as virtudes supremas e j se encontra distante dos interesses temporais e mundanos, seja qual mundo for. Vigora a plenitude da criao, onde cada ser a face do amor que transborda e do bem que prolifera. Os que at ento dominavam com sua perverso e sua tirania desprovida de benefcio a quem quer que seja, sero ofuscados e dizimados em suas intenes.

A glorificao dos justos se percebeu atravs da renovao dos propsitos , das idias e da chama da caridade que se espalhou por todo o mundo, acendendo focos de luz, amor e solidariedade entre todas as criaturas. A dor diante dos que se fizeram prfidos e desprovidos de luz, subjugando e aprisionando, elevou as criaturas aos cus da conscincia reta e do carter ntegro, desflorando a paz que banhou a Terra, como as guas banham o solo seco, adentrando s entranhas e trazendo a nutrio, trazendo a sustentabilidade e a oportunidade de germinao das sementes que ali jaziam adormecidas.

(...) As grandes vozes do cu ressoam como o toque da trombeta, e os coros dos anjos se renem. Homens, ns vos convidamos ao divino concerto: que vossas mos tomem a lira, que vossas vozes se unam, e, num hino sagrado, se estendam e vibrem, de um extremo do Universo ao outro.(...)

Analogia que convoca a cada um de ns para a Seara do Mestre. O cu se abre, com a chegada de O Evangelho Segundo o Espiritismo e as grandes vozes de amor ressoam por todo o planeta, em unssono com os celestes seres que trazem o coro envolvente do amor. As vibraes amorosas se intensificam e todos somos aptos a nos envolvermos nesse chamado celestial para que o hino sagrado do Evangelho se estenda por todos os mundos e universos.

A exploso do amor se dar e a paz envolver os seres, assim como envolveu quando Mestre se fez dentre ns. Seus ensinamentos, seus exemplos, sua f e sua devoo ao pai sero compreendidos e o consolo chegar a cada criatura , a cada lar e a cada canto dos mundos infinitos, ressoando entre encarnados e desencarnados, trazidas que foram pelas mos amorosas de abnegados irmos que aceitaram a lira em suas mos e a fizeram soar de seu corao, em um gesto de devoo e desprendimento junto humanidade.

(...) Homens, irmos amados, estamos juntos de vs. Amai-vos tambm uns aos outros, e dizei, do fundo de vosso corao, fazendo a vontade do Pai que est no Cu: Senhor! Senhor! e podereis entrar no Reino dos Cus.(...)

A espiritualidade nos acompanha. Quantas vezes dizemos isso e, no entanto ainda no interiorizamos? Dizemos at por ameaa ou desdm de que tudo est descoberto, mas eis que nos dito de maneira a que nos sintamos fortalecidos, confortados e renovados diante da vida, do amparo celeste e da nossa f. Estamos, o Esprito da Verdade e a falange celestial nos envolve a companhia. Eles esto ao nosso redor e para perceb-los, basta criemos a sintonia necessria. Basta elevemos nossos pensamentos e nossos propsitos, no esporadicamente, mas de maneira profunda em ns.

E somos chamados a nos amarmos uns aos outros e isso vivo em ns. O amor lateja, mesmo para com aqueles que se assemelham a inimigos e algozes tenazes, porque compreendemos j a fragilidade das criaturas ante a verdade, ante o respeito, ante vida e s obras da criao. Esse amor se faz vvido e intenso porque assim nos conclamou o Mestre a fazer e em sua suavidade nos envolveu em renncia, abnegao e resignao, ensinado-nos que nosso sofrimento passageiro e pode ser vertido em nosso benefcio e daqueles que nos cercam.

Somos chamados a de nossas entranhas clamarmos Senhor, Senhor e nesse clamor depositarmos todo nosso empenho em realizarmos a vontade de Deus, para que entremos no Reino dos Cus. E aqueles que se dispuserem a seguir por esta trade da prtica do amor, da crena nos resultados do amor e da f em aceitar sua veracidade e benefcio, havero de alar as culminncias e adentrar pliade dos Espritos do Senhor, renovados em amor, f e caridade.

este o convite que abre nosso Evangelho Segundo o Espiritismo, o de que aprendamos em mincia estas leis que regem a nossa re-ligao com o Pai, leis estas que esto banhadas e fortalecidas diante do intercmbio com a espiritualidade e dos ensinamentos de Jesus onde aprenderemos como amar a ns mesmos e ao nosso prximo, alm de como clamar com sinceridade e confiana o Senhor, Senhor da salvao!

Por fim temos que esta mensagem nos foi transmitida por O Esprito da Verdade, a quem conheceremos um pouco no prximo encontro. Por hora, possvel saibamos que esta mensagem resume ao mesmo tempo o verdadeiro carter do Espiritismo, o que tambm o objetivo da obra O Evangelho Segundo o Espiritismo. E o carter da Doutrina Esprita a profunda ligao com Deus, respeitando-se a figura do Mestre Jesus, o mentor do planeta Terra.

O ESPRITO DE VERDADE

Nota: A instruo acima, transmitida por via medinica, resume ao mesmo tempo o verdadeiro carter do Espiritismo, e o objetivo desta obra. Por isso, foi aqui colocada como prefcio.Exposto por Fiorell@!

Esprito de Verdade, quem seria Ele? o Esprito da Verdade, que o mundo... no o v nem o conhece; mas vs o conhecereis... Voltarei a vs. (Jesus, em Joo 14,17-18).I IntroduoA resposta a essa pergunta um assunto ainda polmico no meio Esprita. Para uns o Esprito de Verdade Jesus; outros dizem que no, e completando h ainda os que no se preocupam nem um pouco com a sua identificao, a turma do tanto faz. Embora esse assunto no seja objeto de grande destaque na mdia esprita, chama-nos a ateno ser ele objeto de tantas discusses, pois, a essa altura do campeonato - praticamente um sculo e meio de Doutrina -, ns, os Espritas, j deveramos ter plena certeza de quem, realmente, assinara nas obras da Codificao, usando este codinome.

Assim sendo, iremos trazer nossa contribuio, na condio de ser apenas um estudioso, para, quem sabe, se no resolver de uma vez por todas a questo, pelo menos indicar um caminho que nos leve a deduzir claramente quem seria o Esprito de Verdade.

Esclarecemos, logo de incio, que no temos a pretenso de refutar nenhum artigo escrito sobre o assunto. E reafirmamos que queremos apenas contribuir para elucidar essa questo.

II Seria uma comunidade de Espritos?

Tendo em vista que muitos o consideram como sendo uma pliade de Espritos, necessrio, j de incio, definirmos este ponto. Encontramos, na Revista Esprita, algumas comunicaes nas quais nos fundamentaremos para responder a este quesito.

Perguntou-se ao Esprito Jobard:

Vedes os Espritos que esto aqui convosco? - R. Eu vejo sobretudo Lzaro e Erasto; depois, mais distante, o Esprito de Verdade, planando no espao; depois, uma multido de Espritos amigos que vos cercam, apressados e benevolentes. (Revista Esprita 1862, p. 75).

Ao Esprito Sanson, se fez a seguinte pergunta:

No vedes outros Espritos? - R. Perdo; o Esprito de Verdade, Santo Agostinho, Lamennais, Sonnet, So Paulo, Lus e outros amigos que evocais, esto sempre em vossas sesses. (Revista Esprita 1862, p. 175).

Numa comunicao de Lacordaire, lemos:

Era preciso, alis, completar o que no havia podido dizer ento, porque no teria sido compreendido. Foi porque uma multido de Espritos de todas as ordens, sob a direo do Esprito de Verdade, veio em todas as partes do mundo e em todos os povos, revelar as leis do mundo espiritual, das quais Jesus havia adiado o ensinamento, e lanar, pelo Espiritismo, os fundamentos da nova ordem social. Quando todas as bases lhe forem postas, ento vir o Messias que dever coroar o edifcio e presidir reorganizao com a ajuda dos elementos que tero sido preparados. (Revista Esprita 1868, p. 47).

Pela informao desses trs Espritos, podemos concluir que no se trata de uma coletividade, mas que o Esprito de Verdade , sem receio, uma individualidade. Mas sigamos em frente. Devemos, para dissipar as possveis dvidas, trazer o testemunho do prprio Kardec, que, analisando uma comunicao de um determinado esprito, assim a explicou:

O Esprito que ditou a comunicao acima , pois, muito absoluto no que concerne a qualificao de santo, e no est na verdade dizendo que os Espritos Superiores se dizem simplesmente Espritos de verdade, qualificao que no seria seno um orgulho mascarado sob um outro nome, e que poderia induzir em erro se tomado ao p da letra, porque ningum pode se gabar de possuir a verdade absoluta, no mais do que a santidade absoluta. A qualificao de Esprito de Verdade no pertence seno a um e pode ser considerado como nome prprio; ela especificada no Evangelho. De resto, esse Esprito se comunica raramente, e somente em circunstncias especiais; deve-se manter em guarda contra aqueles que se apoderam indevidamente desse ttulo: so fceis de se reconhecer, pela prolixidade e pela vulgaridade de sua linguagem. (Revista Esprita 1866, p. 222).

No restando, portanto, a ns mais dvida quanto a no ser uma coletividade, uma vez que as informaes nos apontam para identific-lo como sendo mesmo uma individualidade. Inclusive, da recomendao de que deve-se manter em guarda contra aqueles que se apoderam indevidamente desse ttulo, podemos perceber que se trata de algum Esprito de elevada hierarquia que no se manifestava de forma rotineira, e dele j se tinha uma idia do estilo de linguagem longe da prolixidade e da vulgaridade.

Levando-se em conta que Kardec disse que a qualificao do Esprito de Verdade encontra-se especificada no Evangelho, seguiremos sua orientao, e, um pouco mais frente, iremos ver o que l poderemos encontrar sobre isso.

III Seria o prprio Jesus o Consolador?

Vejamos esta passagem de Joo:

Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dar outro Consolador, a fim de que esteja eternamente convosco, o Esprito de Verdade, que o mundo no pode receber, porque no o v, nem o conhece; vs o conheceis, porque ele habita convosco e estar em vs. No vos deixarei rfos, voltarei para vs outros. Mas o Consolador, o Esprito Santo, a quem o Pai enviar em meu nome, esse vos ensinar todas as cousas e vos far lembrar de tudo o que vos tenho dito. (Joo 14,15-18 e 26).

Por ter dito que enviaria outro Consolador, devemos concluir, com Kardec, que o Consolador no Jesus. Entretanto, a passagem bblica d a entender que ele o Esprito de Verdade, fato que vem causando uma certa confuso para se identificar quem realmente ele seja, se apenas a tomarmos como referncia. Kardec quem vai nos esclarecer isso, pois, para ele, so duas coisas distintas.

Em A Gnese, cap. XVII, item 39, encontramos o seguinte:

Qual dever ser esse Enviado? Dizendo: Pedirei a meu Pai e ele vos enviar outro Consolador, Jesus claramente indica que esse Consolador no seria ele, pois, do contrrio, dissera: Voltarei a completar o que vos tenho ensinado. No s tal no disse, como acrescentou: A fim de que fique eternamente convosco e ele estar em vs. Esta proposio no poderia referir-se a uma individualidade encarnada, visto que no poderia ficar eternamente conosco, nem, ainda menos, estar em ns; compreendemo-la, porm, muito bem com referncia a uma doutrina, a qual, com efeito, quando a tenhamos assimilado, poder estar eternamente em ns. O Consolador , pois, segundo o pensamento de Jesus, a personificao de uma doutrina soberanamente consoladora, cujo inspirador h de ser o Esprito de Verdade. (KARDEC, A Gnese, FEB, 2007, p. 441).

Assim, Kardec, reafirmando o que ele j havia dito alhures, relaciona o Consolador a uma doutrina soberanamente consoladora, qual seja, o Espiritismo, cujo inspirador foi o Esprito de Verdade. Portanto, fica claro, para ns, que Kardec separa uma coisa da outra, o que nos leva a concluir que o Esprito de Verdade no o Consolador, o qual foi identificado por ele mesmo como sendo o Espiritismo. O que fica ainda mais ntido com estas duas outras falas dele:

Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que est na Terra; atrai para os verdadeiros princpios da lei de Deus e consola pela f e pela esperana. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI, item 4, p. 135).

... reconhece-se que o Espiritismo realiza todas as promessas do Cristo a respeito do Consolador anunciado. Ora, como o Esprito de Verdade quem preside ao grande movimento da regenerao, a promessa do seu advento se encontra realizada, porque, de fato, ele o verdadeiro Consolador. (A Gnese, item 42, IDE, p. 31).

Caracteriza, portanto, o Espiritismo como sendo o Consolador prometido, ao qual lhe atribui a realizao da promessa de Jesus do seu envio, o que mostra claramente a separao que fazia entre Esprito de Verdade e o Consolador.

Nessa ltima fala, ao dizer no final que ele o verdadeiro Consolador, o ele a que Kardec aqui est se referindo o Espiritismo e no o Esprito de Verdade; ressaltamos, para que no se venha confundi-los no entendimento desse texto. Para confirmar esse nosso entendimento, vejamos esta outra fala de Kardec, contida em O Evangelho Segundo o Espiritismo (p. 134): O Espiritismo vem, na poca predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Esprito de Verdade. Comparando essa fala com a que acima dita a promessa do seu advento se encontra realizada, porque, pelo fato, ele o verdadeiro Consolador, percebemos que nessa ltima frase o seu advento est se referindo ao Espiritismo, o que pode ser conferido com o que foi colocado na primeira frase. Assim, s.m.j., o ele se relaciona expresso seu advento, o que, por conseguinte, nos remete ao Espiritismo.

Podemos observar que, nessa passagem bblica mencionada, Jesus diz voltarei para vs, profecia que se realizou quando da implantao do Espiritismo, isso ficar claro quando conseguirmos identificar quem usou o nome de Esprito de Verdade.

IV Quando ele aparece pela primeira vez?

No dia 24 de maro de 1856, Kardec estava, em seu escritrio, escrevendo um texto sobre os Espritos e suas manifestaes, quando, por vrias vezes, ouviu repetidas batidas, cuja causa no logrou sucesso em encontrar. No dia seguinte, ou seja, 25 de maro, era dia de sesso na casa do Sr. Baudin. L, Kardec interroga ao Esprito Z (Zfiro) sobre a origem das batidas. Acontecimento que consta do livro Obras Pstumas (p. 304-306), da seguinte forma:

Pergunta - Ouvistes, sem dvida, o relato que acabo de fazer; podereis dizer-me qual a causa daquelas pancadas que se fizeram ouvir com tanta persistncia?

Resposta - Era teu Esprito Familiar.

P. - Com que fim foi ele bater daquele modo?

R. - Queria comunicar-se contigo.

P. - Podereis dizer-me quem ele?

R. - Podes perguntar-lhe a ele mesmo, pois que est aqui.

P. - Meu Esprito familiar, quem quer que tu sejas, agradeo-te o me teres vindo visitar. Consentirs em dizer-me quem s?

R. - Para ti, chamar-me-ei A Verdade e todos os meses, aqui, durante um quarto de hora, estarei tua disposio.

Antes da ltima pergunta, Kardec colocou a seguinte nota:

Nessa poca, ainda se no fazia distino nenhuma entre as diversas categorias de Espritos simpticos. Dava-se-lhes a todos a denominao de Espritos familiares.

Indagando sobre o porqu das batidas, teve como resposta que havia um erro no que estava, naquela ocasio, escrevendo, fato que depois se confirmou.

Voltando s perguntas, continua Kardec:

P. - O nome Verdade, que adotaste, constitui uma aluso verdade que eu procuro?

R. - Talvez; pelo menos, um guia que te proteger e ajudar.

P. - Poderei evocar-te em minha casa?

R. - Sim, para te assistir pelo pensamento; mas, para respostas escritas em tua casa, s daqui a muito tempo poders obt-las.

P. - Ters animado na Terra alguma personagem conhecida?

R. - J te disse que, para ti, sou a Verdade; isto, para ti, quer dizer discrio: nada mais sabers a respeito.

Em nota acrescida s respostas obtidas do Esprito de Verdade, realizada na casa do Sr. Baudin, a 09 de abril de 1856, Kardec, nos informa (p. 307):

A proteo desse Esprito, cuja superioridade eu ento estava longe de imaginar, jamais, de fato, me faltou. A sua solicitude e a dos bons Espritos que agiam sob suas ordens, se manifestou em todas as circunstncias de minha vida, quer a me remover dificuldades materiais, quer a me facilitar a execuo dos meus trabalhos, quer, enfim, a me preservar dos efeitos da malignidade dos meus antagonistas, que foram sempre reduzidos impotncia. (...).

Isso nos deixa bem claro que Kardec ficou sabendo quem era o Esprito de Verdade, visto ele confessar que estava longe de supor a sua superioridade, o que nos leva a concluir que deveria ser algum de extraordinrio valor, pois, se no fosse um Esprito de elevada categoria, teria dito o seu nome sem maiores reservas. Por outro lado, foi um Esprito que esteve encarnado entre ns, ou seja, que era conhecido; caso contrrio no se poderia supor a sua elevada evoluo.

Algumas objees tm-se feito quanto a essa superioridade, quando relacionada ao Esprito de Verdade, tendo em vista, principalmente, dois pontos: que dar pancadas no seria coisa que um Esprito superior faria, pois estaria se rebaixando, caso o fizesse; e tambm por ter sido tratado de Esprito familiar.

Para o primeiro ponto podemos encontrar uma explicao do prprio Kardec, em O Livro dos Mdiuns, segunda parte - Cap. XI, item 145 (p. 198-199):

Resta-nos destruir um erro assaz espalhado: o de confundirem-se com os Espritos batedores todos os Espritos que se comunicam por meio de pancadas. A tiptologia constitui um meio de comunicao como qualquer outro, e que no , mais do que o da escrita, ou da palavra, indigno dos Espritos elevados. Todos os Espritos, bons ou maus, podem servir-se dele, como dos diversos outros existentes. O que caracteriza os Espritos superiores a elevao das idias e no o instrumento de que se utilizem para exprimi-las. Sem dvida, eles preferem os meios mais cmodos e, sobretudo, mais rpidos; mas, na falta de lpis e de papel, no escrupulizaro de valer-se da vulgar mesa falante e a prova disso que, por esse meio, se obtm os mais sublimes ditados. (...)

Assim, pois, nem todos os Espritos que se manifestam por pancadas so batedores. Este qualificativo deve ser reservado para os que, poderamos chamar de batedores de profisso e que, por este meio, se deleitam em pregar partidas, para divertimentos de umas tantas pessoas, em aborrecer com as suas importunaes... Acrescentemos que, alm de agirem quase sempre por conta prpria, tambm so amide instrumentos de que lanam mo os Espritos superiores, quando querem produzir efeitos materiais.

Portanto, o que importa no o meio pelo qual uma mensagem foi dada, mas to-somente o seu contedo. Agora, quanto ao segundo ponto, ou seja, de ter sido identificado como um Esprito familiar, temos tambm a explicao de Kardec de que, na poca, no se fazia nenhuma distino entre as diversas categorias de Espritos simpticos. Eram todos genericamente chamados de Espritos familiares, conforme j mencionamos anteriormente.

Assim, o Esprito de Verdade se apresentou a Kardec e, por motivo de discrio, no disse absolutamente nada sobre si mesmo. Alis, muita discrio tambm uma atitude que Ele recomendou ao Codificador (Obras Pstumas, 2006, p. 313).

importante observar que isso aconteceu antes do lanamento de O Livro dos Espritos; porm, se Kardec tivesse dito quem realmente Ele era e divulgado tal coisa, ser que, hoje em dia, estaramos falando sobre o Espiritismo? Considerando que ainda no estamos nos fins dos tempos, poca em que, segundo crem alguns, dever acontecer a parusia, algum aceitaria, sem maiores reservas, que seria verdadeira a sua identidade, ou acreditaria na revelao desse Esprito? Feito isso, teria o Espiritismo sobrevivido? Sua sobrevivncia se deve ao fato de que, no princpio, Kardec sempre procurou ressaltar o aspecto cientfico da Doutrina. E isso no foi, porque quis, mas, certamente, por atender orientao do Esprito de Verdade. De certa forma, foi essa a opinio de Herculano Pires, que nos disse: Kardec teve de agir com prudncia na divulgao do Espiritismo, para que a reao violenta e fantica das religies no asfixiasse no bero a nova mundividncia que nascia das pesquisas medinicas (PIRES, 1990, p. 13).

Em 9 de agosto de 1863, Kardec, prestes a lanar o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, fica sabendo o real objetivo do Espiritismo:

Aproxima-se a hora em que te ser necessrio apresentar o Espiritismo qual ele , mostrando a todos onde se encontra a verdadeira doutrina ensinada pelo Cristo. Aproxima-se a hora em que, face do cu e da Terra, ters de proclamar que o Espiritismo a nica tradio verdadeiramente crist e a nica instituio verdadeiramente divina e humana. (Obras Pstumas, p. 340).

Se o Espiritismo a verdadeira doutrina ensinada pelo Cristo, no h como no aceit-lo como uma religio, que, segundo o acima colocado, foi para o que veio.

Poucos dias depois, a 14 de setembro de 1863, Kardec recebe mais uma mensagem, da qual ressaltamos o seguinte trecho:

(...) Nossa ao, sobretudo a do Esprito de Verdade, constante ao teu derredor e tal que no a podes negar. (...) Com esta obra, o edifcio comea a se livrar dos seus andaimes e j se lhe pode a cpula a desenhar-se no horizonte. (Obras Pstumas, p. 341).

Fica demonstrada de forma explcita a ao do Esprito de Verdade sobre Kardec, que tambm O reconhecia como seu guia espiritual, fato que podemos confirmar em seus escritos publicados na Revista Esprita 1861 (p. 356):

Sim, senhores, este fato no s caracterstico, mas providencial. Eis, a este respeito, o que me dizia ainda ontem, antes da sesso, o meu guia espiritual: o Esprito de Verdade.

Estranham algumas pessoas essa afirmativa de Kardec de que o Esprito de Verdade era seu guia espiritual. E aqui temos mais um bom motivo para que ele no se identificasse claramente como sendo Jesus, porquanto iriam ridicularizar tanto o Espiritismo quanto a ele, que, na melhor das hipteses, seria taxado de mais um louco, entre milhares, que se dizem em contato com Jesus. Entretanto, a darmos crdito ao que Emmanuel afirma sobre o Codificador, essa possibilidade bem real. Vejamos:

Um dos mais lcidos discpulos do Cristo baixa ao planeta, compenetrado de sua misso consoladora, e, dois meses antes de Napoleo Bonaparte sagrar-se imperador, obrigando o Papa Pio VII a coro-lo na igreja de Notre Dame, em Paris, nascia Allan Kardec, aos 3 de outubro de 1804, com a sagrada misso de abrir caminho ao Espiritismo, a grande voz do Consolador prometido ao mundo pela misericrdia de Jesus Cristo. (XAVIER, 1987, p. 194).

Emmanuel no deixa por menos, qualificando Kardec como um dos mais lcidos discpulos do Cristo, fato que o coloca altura da nobre misso que recebeu para trazer ao mundo a nova revelao, presidida pelo prprio Cristo.

Particularmente, acreditamos que esta condio de guia se relaciona ao perodo em que Kardec assumiu a misso de codificar a Doutrina Esprita, seguindo as orientaes dos Espritos Superiores, ou seja, um guia especfico, que o ajudaria a cumprir essa misso. Ficamos curioso para saber quem teria sido Kardec, numa reencarnao passada, para que o Esprito de Verdade o chamasse de meu apstolo (KARDEC, 1990, p. 137).

Se, porventura, Kardec houver mesmo sido o reformador checo Jan Huss, em nova roupagem (INCONTRI, 2004, p. 22-24) ou talvez, quem sabe, o ressurgimento do antigo precursor, Joo Batista (ALEIXO, 2001, p. 40-41), teremos que nele ver, em qualquer das hipteses, um missionrio cujas reencarnaes estariam relacionadas misso de anunciar e/ou restabelecer a revelao divina aos homens.

Em janeiro de 1862, Kardec publica na Revista Esprita um artigo intitulado Ensaio sobre a interpretao da doutrina dos anjos decados, sobre o qual houve vrias mensagens dos espritos. Dentre elas, destacamos uma recebida em Haia (Holanda), cujo teor :

Sobre este artigo no tenho seno poucas palavras a dizer, seno que sublime de verdade; nada h a acrescentar, nada h a suprimir; bem felizes aqueles que unirem f a essas belas palavras, aqueles que aceitaro esta Doutrina escrita por Kardec. Kardec o homem eleito por Deus para instruo do homem desde o presente; so palavras inspiradas pelos Espritos do bem, Espritos muito superiores. Acrescentai-lhe f; lede, estudai toda esta Doutrina: um conselho que vos dou. (Revista Esprita 1862, p. 115).

Aqui temos a informao de que Kardec foi o homem eleito por Deus para instruo do homem, e alm disso, a da afirmao para te assistir pelo pensamento, podemos deduzir que o codificador era um mdium de intuio, fato que poderemos tambm corroborar com suas prprias palavras:

Sem ter nenhuma das qualidades exteriores da mediunidade efetiva, no contestamos em sermos assistidos em nossos trabalhos pelos Espritos, porque temos deles provas muito evidentes para disto duvidar, o que devemos, sem dvida, nossa boa vontade, e o que dado a cada um de merecer. Alm das idias que reconhecemos nos serem sugeridas, notvel que os assuntos de estudo e observao, em uma palavra, tudo o que pode ser til realizao da obra, nos chega sempre a propsito, - em outros tempos eu teria dito: como por encantamento -, de sorte que os materiais e os documentos do trabalho jamais nos fazem falta. Se temos que tratar de um assunto, estamos certos de que, sem pedi-lo, os elementos necessrios sua elaborao nos so fornecidos, e isto por meios que nada tm seno de muito natural, mas que so, sem dvida, provocados por colaboradores invisveis, como tantas coisas que o mundo atribui ao acaso. (Revista Esprita 1867, p. 274). (grifo nosso)

Um pouco mais frente, em agosto de 1863, numa mensagem a respeito da publicao da Imitao do Evangelho, entre outras coisas, foi dito a Kardec:

... Ao te escolherem, os Espritos conheciam a solidez das tuas convices e sabiam que a tua f, qual muro de ao, resistiria a todos os ataques.

Entretanto, amigo, se a tua coragem ainda no desfaleceu sob a tarefa to pesada que aceitaste, fica sabendo bem que foste feliz at ao presente, mas que chegada a hora das dificuldades. Sim, caro Mestre, prepara-se a grande batalha; o fanatismo e a intolerncia, exacerbados pelo bom xito da tua propaganda, vo atacar-te e aos teus com armas envenenadas. Prepara-te para a luta. Tenho, porm, f em ti, como tens f em ns, e sei que a tua f das que transportam montanhas e fazem caminhar por sobre as guas. Coragem, pois, e que a tua obra se complete. Conta conosco e conta, sobretudo, com a grande alma do Mestre de todos, que te protege de modo to particular. (Obras Pstumas, p. 340-341).

Nesta mensagem confirma-se que Kardec recebia uma proteo de modo to particular de Jesus, designado como Mestre de todos, o que vem corroborar tudo quanto estamos citando a seu respeito em relao a ele ser uma pessoa especial, que o qualificava para a misso de trazer ao mundo a terceira revelao divina.

Alm disso, podemos ainda citar do Esprito de Verdade: As grandes misses s aos homens de escol so confiadas e Deus mesmo os coloca, sem que eles o procurem, no meio e na posio em que possam prestar concurso eficaz (O Livro dos Mdiuns, FEB, 2007, p. 488), o que nos permite, objetivamente, qualificar Kardec como um homem de escol.

Mas estaramos, segundo alguns podero supor, diante de uma outra dificuldade, qual seja: Jesus poderia se manifestar? No vemos nenhum problema nisso, desde que no o mantenhamos no pedestal em que foi colocado, quando o transformaram num Deus, retirando-lhe a sua condio humana, da qual nunca negou ser. certo, pois ns, os espritas, disso no duvidamos, que Ele realmente um Esprito puro, e nessa condio, segundo a classificao dos Espritos feita por Kardec, Jesus pode perfeitamente se comunicar, o que pode ser corroborado pelo fato acontecido na estrada de Damasco, quando Ele aparece a Paulo de Tarso (At 9,5), questionando-lhe sobre a sua perseguio.

Quanto natureza de Cristo, Kardec, at o ms de setembro de 1867, no quis entrar em detalhes, argumentando:

... uma soluo prematura, qualquer que ela seja, encontraria muita oposio de parte a parte, e afastaria do Espiritismo mais partidrios do que ela lhe daria; eis por que a prudncia nos faz o dever nos abstermos de toda polmica sobre esse assunto, at que estejamos seguros de poder colocar o p sobre um terreno slido. (Revista Esprita 1867, p. 272).

E dentro desta mesma prudncia que vemos o porqu de Kardec no ter dito claramente tambm que Jesus era o Esprito de Verdade.

Considerando que, para Deus, mil anos so como um dia (2Pe 3,8), ento podemos dizer que o nosso guia e modelo esteve encarnado aqui entre ns h apenas dois dias, situao essa que julgamos muito mais complicada do que Jesus se manifestar a um ser humano.

V A quem esse nome poderia qualificar?

Mas, afinal, a quem poderamos qualificar com o codinome a Verdade? De onde podemos tirar algo para relacionar com ele? Se o Espiritismo, conforme sustentam os Espritos superiores, o Cristianismo redivivo, s podemos encontrar alguma coisa no Evangelho, o que, convm lembrar, tambm foi sugesto de Kardec para que, assim, procedssemos.

Fizemos uma pesquisa, na qual procuramos eliminar as passagens comuns entre os evangelistas e, como resultado, encontramos Jesus empregando, por sessenta vezes, a expresso Em verdade vos digo, quantidade que reportamos bem significativa.

Podemos enumerar mais duas outras passagens para demonstrar a importncia que Ele dava palavra verdade. Primeira: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ningum vem ao Pai a no ser por mim (Joo 14,6). No desdobramento da parte inicial desse versculo, teremos os trs eptetos a que Jesus se atribui: Eu sou o Caminho. Eu sou a Verdade. Eu sou a Vida. Ser que por aqui j no daria para identificarmos quem poderia se denominar a Verdade? Segunda: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertar (Joo 8,32) que, se a colocssemos dessa forma: E conhecereis a Jesus, e Jesus vos libertar, ficaria plenamente inteligvel e, alm disso, poderia perfeitamente ser aplicada.

Essas passagens nos levam a concluir tambm que Jesus , de fato, o Esprito de Verdade, pois estariam nelas as razes de ter usado o nome: a Verdade.

E colocamos a seguinte pergunta: Algum Esprito superior teria a insensatez ou vaidade de usar o codinome a Verdade, sabendo que poderamos relacion-lo a Jesus? Impossvel, pois a elevao que tais Espritos atingiram no lhes permitiria dizer coisas dbias que induziriam as pessoas a pensar coisas equivocadas, principalmente em se tratando de levar algum a confundi-los com Jesus.

VI O que os Espritos disseram?

Na Revista Esprita 1861 (p. 169), destacamos um trecho da carta do Sr. Roustaing, de Bordeaux, a Kardec:

Agradeo com alegria e humildade esses divinos mensageiros por terem vindo nos ensinar que o Cristo est em misso sobre a Terra, para a propagao e o sucesso do Espiritismo, essa terceira exploso da bondade divina, para cumprir esta palavra final do Evangelho: Unum ovile et unus pastor, por terem vindo nos dizer: No temais nada! O Cristo (chamado por eles Esprito de Verdade), a Verdade o primeiro e o mais santo missionrio das idias espritas. Estas palavras me tocaram vivamente, e me perguntava: Mas onde est, pois, o Cristo em Misso na Terra? A Verdade comanda, segundo a expresso do Esprito de Marius, bispo das primeiras idades da Igreja, essa falange de Espritos enviados por Deus em misso sobre a Terra, para a propagao e o sucesso do Espiritismo.

Assim, Roustaing diz a Kardec que os Espritos com os quais ele tinha relao diziam ser o Cristo aquele a quem chamavam de o Esprito de Verdade. Julgamos importante essa informao por ela ter vindo de fora do crculo ao qual o Codificador estava vinculado.

Vejamos agora algumas comunicaes de Espritos relacionados Codificao Esprita:

Em 20 de janeiro de 1860, de Chateaubriand:

Sois guiados pelo verdadeiro Gnio do Cristianismo, eu vos disse; porque o prprio Cristo preside aos trabalhos de toda natureza que esto em vias de cumprimento para abrir a era de renovao e de aperfeioamento que vos predizem os vossos guias espirituais. (...) (Revista Esprita 1860, p. 62).

Em 19 de setembro de 1861, de Erasto aos Espritas lionenses:

No podereis crer o quanto nos doce e agradvel presidir ao vosso banquete, onde o rico e o arteso se acotovelam bebendo fraternalmente; onde o judeu, o catlico e o protestante podem se sentar na mesma comunho pascal. No podereis crer o quanto estou orgulhoso em distribuir, a todos e a cada um, os elogios e os encorajamentos que o Esprito de Verdade, nosso mestre bem-amado, me ordenou conceder s vossas piedosas coortes (...). (Revista Esprita 1861, p. 305).

Em 14 de outubro de 1861, Kardec l a mensagem de Erasto aos Espritas de Bordeaux:

Sei o quanto vossa f em Deus profunda, e quo fervorosos adeptos sois da nova revelao; por isso que vos digo, em toda a efuso de minha ternura por vs, estaria desolado, estaramos todos desolados, ns que somos, sob a direo do Esprito de Verdade, os iniciadores do Espiritismo na Frana, se a concrdia das quais destes, at este dia, provas brilhantes viessem a desaparecer de vosso meio. (...) Devo vos fazer ouvir uma voz tanto mais severa, meus bem-amados, quanto o Esprito de Verdade, mestre de ns todos, espera mais de vs. (Revista Esprita 1861, p. 348/350).

Em 21 de novembro de 1862, de Antoine (Esprito que foi o pai de Kardec):

Aquele, diz-se, que tiver resistido a essas tristes tentaes, pode no esperar a mudana dos decretos de Deus, os quais so imutveis, mas contar com a benevolncia sincera e afetuosa do Esprito de Verdade, o Filho de Deus, o qual saber, de maneira incomparvel, inundar sua alma da felicidade de compreender o Esprito de justia perfeita e de bondade infinita, e, por conseqncia, salvaguard-lo de toda nova armadilha semelhante. (Revista Esprita 1862, p. 343).

Em 17 de setembro de 1863, de So Jos:

Compreendei bem que quanto mais conduzirdes os homens a vos imitar, mais o conjunto de vossas preces ter poder. Tomai os homens pela mo, e conduzi-os no verdadeiro caminho onde engrossaro a vossa falange. Pregai a boa doutrina, a doutrina de Jesus, a que o prprio Divino Mestre ensina em suas comunicaes, que no fazem seno repetir e confirmar a doutrina dos Evangelhos. Aqueles que viverem vero coisas admirveis, eu vo-lo digo. (Revista Esprita 1863, p. 365-366).

Em Paris, 1863, de Erasto:

Eis, meus filhos, a verdadeira lei do Espiritismo, a verdadeira conquista de um futuro prximo. Caminhai, pois, em vosso caminho, imperturbavelmente, sem vos preocupar com as zombarias de uns e amor-prprio ferido de outros. Estamos e ficaremos convosco, sob a gide do Esprito de Verdade, meu senhor e o vosso. (Revista Esprita 1868, p. 51).

Ressaltamos as expresses: nosso Mestre bem-amado, Mestre de ns todos, o Filho de Deus, Divino Mestre e Meu senhor e o vosso; a quem poderemos dar esses ttulos? Isso mesmo; s existe um ser a quem podemos aplic-los, que no outro seno o prprio Jesus. Isso fica claro se compararmos a expresso nosso Mestre bem-amado, usada por Erasto para designar o Esprito de Verdade, com uma outra, que consta de sua mensagem recebida em abril de 1862, na qual ele atribui essa mesma expresso a Cristo (Revista Espirita 1862, p. 111). Poderemos, ainda, para reforar, usar da fala de So Jos que disse taxativamente que o prprio Divino Mestre ensina em suas comunicaes, o que, tambm, nos d certeza de que Ele se manifestava, acabando com as dvidas sobre essa possibilidade.

Merecem ateno especial as que so citadas por Erasto, pois sabendo da sua efetiva participao nas obras da codificao com vrias orientaes e instrues, como se podero ver em O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Mdiuns e na Revista Esprita, deveramos levar em conta o que ele nos informa. Esse Esprito, citado pelo codificador como sbio (KARDEC, O Livro dos Mdiuns, FEB, 2007, p. 129), cujas comunicaes todas trazem o cunho incontestvel de profundeza e lgica (KARDEC, O Livro dos Mdiuns, FEB, 2007, p. 124), era considerado por Kardec, em relao a outros espritos, como sendo muito mais instrudo do ponto de vista terico (KARDEC, O Livro dos Mdiuns, FEB, 2007, p. 129). Assim, no h o que se discutir sobre o que ele aqui fala a respeito do Esprito de Verdade, pois se o que ele diz no serve neste ponto, tambm no servir nos outros.

Em janeiro de 1864, junto Sociedade Esprita de Paris, lemos nas instrues do Esprito Hahnemann:

... cada um procurar, pela melhoria de sua conduta, adquirir esse direito que o Esprito de Verdade, que dirige este globo, conferir quando for merecido. (Revista Esprita 1864, p. 16).

A quem cabe a direo do nosso globo? Segundo nos informam os Espritos, a Jesus; assim, via de conseqncia, no h como negar que Ele o Esprito de Verdade.

Em 5 de janeiro de 1866, de Sonnez:

1866, possas tu, pelos anos a vir, ser essa estrela luminosa que conduziu os reis magos para a manjedoura de um humilde filho do povo; vinham prestar homenagem encarnao que deveria representar, no sentido mais amplo, o Esprito de Verdade, essa luz benfazeja que transformou a humanidade. Por esta criana tudo foi compreendido! Foi bem ela que eternizou a graa da simplicidade, da caridade, da benevolncia, do amor e da liberdade. (Revista Esprita 1867, p. 58).

Nessa comunicao a relao de Jesus como sendo o Esprito de Verdade direta, sem meio termo, o que poder, caso no haja preconceito ou cristalizao de opinio, dissipar todas as possveis dvidas quanto a esse fato.

Em 30 de janeiro de 1866, de Inocente (em vida, arcebispo de Turida):

[...] A Alemanha assiste, como em todos os tempos, emigrao de seus habitantes s centenas de milhares, o que no faz honra aos seus governos; o Papa, prncipe temporal, espalha o erro pelo mundo, em vez do Esprito de Verdade, de que ele se constituiu o emblema artificial. [...] (KARDEC, Obras Pstumas, FEB, 206, p. 346).

Considerando que o Papa visto pelos lderes catlicos como o Vigrio do Filho de Deus, ou seja, de Jesus, a citao acima, em se referindo ao Esprito de Verdade, leva-nos concluso de que se fala da mesma personalidade.

Em 11 de maro de 1867, numa mensagem sobre a regenerao da humanidade, cuja assinatura consta simplesmente Um Esprito:

... Coragem! O que foi predito pelo Cristo deve-se realizar. Nesses tempos de aspirao verdade, a luz que ilumina todo homem vindo a este mundo, bilha de novo sobre vs; perseverai na luta, sede firmes e desconfiai das armadilhas que vos so estendidas; ficai ligados a esta bandeira onde vs haveis escrito: Fora da caridade no h salvao, e depois esperai, porque aquele que recebeu a misso de vos regenerar retorna, e ele disse: Bem-aventurados aqueles que conhecerem o meu novo nome! (Revista Esprita 1868, p. 96).

Fala-se claramente do retorno de Cristo, com a misso de regenerar os homens, agora com um novo nome, que, por tudo quanto est sendo colocado nessa pesquisa, s pode ser o Esprito de Verdade.

No Crculo Cristiano Espiritista de Lrida (Espanha), em meados de 1873, encontramos duas mensagens.

A primeira foi assinada por S. Paulo:

Ensinai aos que no tm f as excelentes e doces verdades do Espiritismo que o bom Senhor vos concedeu por seus enviados, porque a Verdade se aproxima e necessrio que os enviados lhe preparem o caminho.

Em verdade vos digo: que o Cristo j recebeu a palavra de Deus j desceu da regio de luz e est entre vs. (PELLCER, 1982, p. 121).

Dizendo que a Verdade se aproxima e depois afirmando que o Cristo est entre vs, a relao entre um e outro evidente demais para no consider-la.

A outra, por S. Lus Gonzaga:

Preparai-vos, no durmais; porque, em vossos dias, o Esprito da Verdade vir, com seus eleitos, operar a mais importante das renovaes que a Humanidade jamais tem presenciado e admirado. (PELLCER, 1982, p. 132).

Embora aqui a identidade do Esprito de Verdade no tenha sido revelada, no podemos deixar de relacion-la a algum a quem poder aplicar-se a expresso com seus eleitos. Esse algum, sem nenhuma impropriedade, no outro seno o prprio Jesus.

E, mais recentemente, poderemos colocar do livro Missionrios da Luz (p. 99) a explicao do esprito Alexandre a Andr Luiz:

- Mediunidade - prosseguiu ele, arrebatando-nos os coraes - constitui meio de comunicao; e o prprio Jesus nos afirma: eu sou a porta... se algum entrar por mim ser salvo e entrar, sair e achar pastagens! Por que audcia incompreensvel imaginais a realizao sublime sem vos afeioardes ao Esprito de Verdade, que o prprio Senhor?

Aqui se afirma, mais uma vez, agora com uma informao mais atual, prxima a ns, que o Esprito de Verdade o Senhor, ou seja, Jesus.

VII Kardec disse alguma coisa?

A primeira vez em que Kardec fala, em suas obras, sobre esse episdio, foi no livro Instrues Prticas sobre as Manifestaes Espritas (Iniciao Esprita, p. 231/232), onde diz que o Esprito usou um nome alegrico e que soube depois, por outros Espritos, ter sido ele um ilustre filsofo da antiguidade. Entretanto, quando lana O Livro dos Mdiuns, que, segundo ele mesmo, substitui o primeiro por ser muito mais completo e sobre um outro plano (Revista Esprita 1860, p. 256), ao relatar novamente essa mesma comunicao, j fala que ele pertencia a uma ordem muito elevada, e que desempenhou um papel muito importante sobre a Terra (KARDEC, 2007, p. 110), e, finalmente, no livro Obras Pstumas (p. 305-306), quando relata todo o acontecimento, ele fala que o Esprito usou o codinome A Verdade, se abstendo de revelar quem realmente Ele teria sido. (ver item IV).

Por que ser que Kardec muda a fala? Para encontrarmos a explicao, devemos ver algumas observaes que ele faz a respeito das comunicaes:

a) Recebida em 11 de dezembro de 1855: V-se, por estas perguntas, que eu era ainda muito novio acerca das coisas do mundo espiritual. (p. 302).

b) Recebida em 25 de maro de 1856: Nessa poca, ainda no se fazia distino nenhuma entre as diversas categorias de Espritos simpticos. Dava-se-lhes a todos a denominao de Espritos familiares. (p. 305).

c) Recebida em 09 de abril de 1856, com o detalhe que nessa a pergunta feita ao Esprito que se identificou como A Verdade: A proteo desse Esprito, cuja superioridade estava longe de imaginar, de fato, jamais me faltou. (...). (p. 307).

Considerando que essas trs comunicaes, constantes do livro Obras Pstumas, so os documentos originais que Kardec possua e que, por sua vez, tambm so anteriores poca da publicao do livro Instrues Prticas sobre as Manifestaes Espritas que se deu no ano de 1858, e que em sua substituio veio O Livro dos Mdiuns, disponvel ao pblico em data posterior, qual seja, no ano de 1861, e que neste ltimo livro j mudava o um ilustre filsofo da antiguidade, (se colocssemos o mais ilustre caberia como uma luva a Jesus), para qualific-lo como sendo um Esprito que pertence a uma categoria muito elevada e que desempenhou na Terra importante papel (O Livro dos Mdiuns, FEB, 2007, p. 110) (se dissssemos o de uma categoria mais elevada que desempenhou o papel mais importante sobre a Terra, ficaramos com a impresso de que, de fato, estaramos falando de Jesus). E conclumos que essas ltimas expresses devam prevalecer sobre aquelas. Quer dizer, as comunicaes constantes do livro Obras Pstumas so as que devemos considerar como a realidade dos acontecimentos, enquanto que, para as outras, acreditamos na hiptese de Kardec ter colocado a questo de modo diferente, por absoluta discrio, e tambm para que no atrasse a si, nem Doutrina nascente, a ira dos religiosos de seu tempo, como aconteceu em relao ao Cristianismo, quando esse ainda se encontrava no incio.

Em 1868, h uma interessante observao de Kardec, que nos ajudar no esclarecimento do uso, no livro Instrues Prticas, da expresso um ilustre filsofo, cujo teor poderemos encontrar no item 41, do cap. I, de A Gnese:

O Espiritismo, longe de negar ou destruir o Evangelho, vem, ao contrrio, confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da Natureza, que revela tudo quanto o Cristo disse e fez; elucida os pontos obscuros dos seus ensinamentos, de tal sorte que aqueles para quem eram ininteligveis certas partes do Evangelho, ou pareciam inadmissveis, as compreendem e admitem, sem dificuldade, com auxlio desta doutrina; vem melhor o seu alcance e podem distinguir entre a realidade e a alegoria; o Cristo lhes parece maior: j no simplesmente um filsofo, um Messias divino. (KARDEC, FEB, 2007, p. 42-43).

Fica evidente que a expresso um ilustre filsofo foi tomada pelo uso comum, mas nesta fala Kardec eleva Jesus categoria de um Messias divino.

Analisemos, em O Livro dos Mdiuns, a comunicao IX, inserida no captulo XXXI, intitulado Dissertaes Espritas (p. 482/483), da qual destacamos os seguintes trechos:

Venho, eu, vosso Salvador e vosso juiz; venho, como outrora, aos filhos transviados de Israel; venho trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como outrora a minha palavra, tem que lembrar aos materialistas que, (...). Revelei a Doutrina Divina; como o ceifeiro, atei em feixes o bem esparso na Humanidade e disse: Vinde a mim, vs todos que sofreis!

Mas, ingratos, os homens desviaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai, e se perderam nas speras veredas da impiedade. (...).

Crede nas vozes que vos respondem: so as prprias almas dos que evocais. S muito raramente me comunico. Meus amigos, os que ho assistido minha vida e minha morte so os intrpretes divinos das vontades de meu Pai.

(...) Estou infinitamente tocado de compaixo pelas vossas misrias, pela vossa imensa fraqueza, para deixar de estender mo protetora aos infelizes transviados que, vendo o cu, caem no abismo do erro. (...)

Examinando as expresses usadas aqui nesta mensagem, as quais realamos em negrito, no h como no relacion-las a Jesus. Na realidade, elas d-nos a impresso de estarmos ouvindo-O falar. Entretanto, o mais importante dessa comunicao a nota que Kardec coloca logo aps; vejamo-la:

Esta comunicao, obtida por um dos melhores mdiuns da Sociedade Esprita de Paris, foi assinada com um nome que o respeito no nos permite reproduzir, seno sob todas as reservas, to grande seria o insigne favor de sua autenticidade e porque dele se h muitas vezes abusado demais, em comunicaes evidentemente apcrifas. Esse nome o de Jesus de Nazar. De modo algum duvidamos de que ele possa manifestar-se; mas, se os Espritos verdadeiramente superiores no o fazem, seno em circunstncias excepcionais, a razo nos inibe de acreditar que o Esprito por excelncia puro responda ao chamado do primeiro que aparea. Em todos os casos, haveria profanao, no se lhe atribuir uma linguagem indigna dele.

Por estas consideraes, que nos temos abstido sempre de publicar o que traz esse nome. E julgamos que ningum ser circunspecto em excesso no tocante a publicaes deste gnero, que apenas para o amor-prprio tm autenticidade e cujo menor inconveniente fornecer armas aos adversrios do Espiritismo.

Como j dissemos, quanto mais elevados so os Espritos na hierarquia, com tanto mais desconfiana devem os seus nomes ser acolhidos nos ditados. Fora mister ser dotado de bem grande dose de orgulho, para poder algum vangloriar-se de ter o privilgio das comunicaes por eles dadas e considerar-se digno de com eles confabular, como com os que lhe so iguais.

Na comunicao acima, apenas uma coisa reconhecemos: a superioridade incontestvel da linguagem e das idias, deixando que cada um julgue por si mesmo de quem ela traz o nome, que no a renegaria. (KARDEC, O Livro dos Mdiuns, FEB, p. 483-484).

Primeiramente gostaramos de chamar a ateno para o que Kardec coloca, logo no incio da nota, para ressaltar as qualidades do mdium que recebeu a comunicao, visando nos alertar para a confiabilidade que depositava nele, visto o que haveria de falar na seqncia sobre quem assinou tal mensagem.

E quando ele coloca que temos abstido sempre de publicar o que traz esse nome ao se referir a assinatura de Jesus de Nazar, nos parece que existiram vrias comunicaes deste tipo, porquanto o Esprito So Jos confirma isso quando diz que o prprio Divino Mestre ensina em suas comunicaes. A pergunta : onde esto essas mensagens, considerando que nas obras de Kardec encontramos apenas trs, sendo que duas delas ele as considerou apcrifas? E, quanto outra, disse que ela leva, na forma e no fundo dos pensamentos, na simplicidade junto nobreza do estilo, uma marca de identidade que no se poderia desconhecer (Revista Esprita 1868, p. 288). Devemos considerar as assinadas pelo Esprito de Verdade, como sendo a resposta a essa questo, fato que se confirmar a seguir.

Tambm est aqui explicado por que Kardec no quis colocar a assinatura na mensagem: no fornecer armas aos adversrios do Espiritismo. Entretanto, quando do Evangelho Segundo o Espiritismo, ele coloca esta mesma mensagem no Captulo VI - O Cristo Consolador, item 5 (p. 135/136), agora assinada pelo Esprito de Verdade, datando-a como ocorrida em Paris, em 1860, ou seja, bem no incio do Espiritismo. Isso quer dizer que, ao afirmar que essa comunicao tem a assinatura de Jesus, mas em vez desse nome coloca o de Esprito de Verdade, devemos pressupor que, para ele, ambas provinham da mesma individualidade. Fato que fica mais claro quando, em O Livro dos Mdiuns, no captulo XXXI, ao tratar das Comunicaes Apcrifas (p. 502-511), Kardec coloca duas comunicaes assinadas por Jesus (item XXXIII), s quais, em nota, nos explica o seguinte:

Indubitavelmente, nada h de mau nestas duas comunicaes; porm, teve o Cristo alguma vez essa linguagem pretensiosa, enftica e empolada? Faa-se a sua comparao com a que citamos acima, firmada pelo mesmo nome, e ver-se- de que lado est o cunho da autenticidade.

Para ns fica claro que, ao pedir para comparar essas duas mensagens com a anterior, e ver onde se encontra o cunho da autenticidade, porque admite como autntica a primeira, que exatamente a que citamos um pouco mais acima, ou seja, aquela firmada pelo mesmo nome, na qual a assinatura Jesus de Nazar. O que, em outras palavras, podemos dizer que Kardec admitia como verdadeira a comunicao dada por Jesus e que, ao coloc-la em outra ocasio como assinada pelo Esprito de Verdade, porque sabia que se tratava do mesmo Esprito.

Sendo, segundo afirma o codificador, Jesus o Esprito puro por excelncia, situao em que, acreditamos, e ningum duvida dela, da termos encontrado, ento, mais uma forte razo para t-lo como o coordenador da Terceira Revelao Divina, porquanto S os puros Espritos recebem a palavra de Deus com a misso de transmiti-la (Revista Esprita 1867, p. 260).

Ainda em O Livro dos Mdiuns, quando Kardec fala dos Sistemas, ao se referir ao Sistema unisprita ou monoesprita (item 48), ele faz uma colocao pela qual podemos concluir claramente que Cristo e o Esprito de Verdade so a mesma pessoa; vejamos:

Quando se lhes objeta com os fatos de identidade, que atestam, por meio de manifestaes escritas, visuais, ou outras, a presena de parentes ou conhecidos dos circunstantes, respondem que sempre o mesmo Esprito, o diabo, segundo aqueles, o Cristo, segundo estes, que toma todas as formas. Porm, no nos dizem por que motivo os outros Espritos no se podem comunicar, com que fim o Esprito da Verdade nos viria enganar, apresentando-se sob falsas aparncias, iludir uma pobre me, fazendo-lhe crer que tem ao seu lado o filho por quem derrama lgrimas. A razo se nega a admitir que o Esprito, entre todos santo, desa a representar semelhante comdia. (...) (KARDEC, O Livro dos Mdiuns, FEB, 2007, p. 69).

No podemos deixar de ressaltar que, a, Kardec faz uma relao objetiva entre o Cristo e o Esprito de Verdade de forma a no deixar dvida quanto sua identidade. Na hiptese de que somente o Cristo se manifesta, contra-argumenta o codificador indagando com qual objetivo o Esprito de Verdade nos viria enganar... e, concluindo, que a razo se recusa a admitir que o Esprito, entre todos santo, se rebaixe para executar uma semelhante comdia, o que nos leva a deduzir que no h a mnima possibilidade de entendimento, seno, o de que os dois so a mesma personalidade. Merece destaque esta expresso entre todos santo usada por Kardec, que, a nosso ver, s caberia a Jesus. Na traduo feita por Renata Barbosa e Simone T. N. Bele, em publicao da Petit Editora (p. 48-49), fica ainda mais ntida esta questo: o Esprito, entre todos o mais santo.

Podemos ainda corroborar isso, em se comparando essas duas falas de Kardec:

... o Espiritismo... Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realizao das coisas futuras. Ele , pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, regenerao que se opera e prepara o reino de Deus na Terra. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. I, item 7, p. 59-60).

... reconhece-se que o Espiritismo realiza todas as promessas do Cristo com respeito ao Consolador anunciado. Ora, como o Esprito de Verdade que preside ao grande movimento de regenerao, a promessa da sua vinda se acha por essa forma cumprida, porque, de fato, ele o verdadeiro Consolador. (A Gnese, cap. I, item 42, FEB, p. 43).

Aqui oportuno lembrar que O Evangelho Segundo o Espiritismo foi publicado em abril de 1864, enquanto que o livro A Gnese, o foi em janeiro de 1868. Queremos chamar a sua ateno, caro leitor, para que observe a comparao que faremos entre essas duas mensagens:

... obra do Cristo, que preside... regenerao que se opera; e

... o Esprito de Verdade que preside ao grande movimento da regenerao...

Falando do Espiritismo, Kardec afirma, primeiramente, que o Cristo o preside; depois disse que o Esprito de Verdade quem o preside, do que podemos concluir que os dois so a mesma personalidade, porquanto a coordenao geral do movimento de regenerao coube somente a um. Ento, percebe-se claramente que ele fala da mesma individualidade, usando nomes diferentes; o que vem fortalecer, em ns, a convico de que ele sabia perfeitamente quem era o Esprito de Verdade, que, para ele, no era outro seno o prprio Jesus.

Um outro fato importante que, no j citado captulo VI - O Cristo Consolador, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, com o subttulo Advento do Esprito de Verdade, existem, nas Instrues dos Espritos, cinco mensagens assinadas pelo Esprito de Verdade. A primeira delas a que consta de O Livro dos Mdiuns, comunicao IX, do captulo XXXI, da qual transcrevemos alguns trechos mais acima, mas com a assinatura de Jesus de Nazar. Vejamos o que podemos realar delas:

5. Venho, como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas. ....

Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas speras sendas da impiedade. Meu Pai no quer aniquilar a raa humana; ...

Sinto-me por demais tomado de compaixo pelas vossas misrias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mo socorredora aos infelizes transviados que, vendo o cu, caem nos abismos do erro...

Espritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento, instru-vos, este o segundo... (O Esprito de Verdade - Paris, 1860) (KARDEC, 1990, p. 135-136).

6. Venho instruir e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem a sua resignao ao nvel de suas provas, que chorem, porquanto a dor foi sagrada no Jardim das Oliveiras; mas, que esperem, pois que tambm a eles os anjos consoladores lhes viro enxugar as lgrimas.

... o trabalho das vossas mos vos fornece aos corpos o po terrestre; vossas almas, porm, no esto esquecidas; e eu, o jardineiro divino, as cultivo ... Nada fica perdido no reino de nosso Pai ...

Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos e assistem os seus irmos so bem-amados meus. Instru-vos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas e vos mostra o sublime objetivo da provao humana... Estou convosco e meu apstolo vos instrui. (O Esprito de Verdade - Paris, 1861) (KARDEC, 1990, p. 136-137).

7. Sou o grande mdico das almas e venho trazer-vos o remdio que vos h de curar. Os fracos, os sofredores e os enfermos so os meus filhos prediletos. Venho salv-los. Vinde, pois, a mim, vs que sofreis e vos achais oprimidos, e sereis aliviados e consolados... (O Esprito de Verdade) (KARDEC, 1990, p. 137-138).

No h como no relacion-las a Jesus, to evidente fica o estilo de linguagem que lhe prprio. Inclusive, um detalhe bem particular em uma delas algo importante para relacionar o Esprito de Verdade a Jesus, mas que passa despercebido a muitos. Trata-se da expresso o jardineiro divino; embora Jesus nunca a tenha usado referindo-se a si prprio, ela tem significado relevante, pois, aps a sua ressurreio, Ele aparece a Madalena, que o confunde com o jardineiro (Jo 20,15); assim, cabe-nos dar um carter alegrico para essa viso, no sentido de nos considerarmos plantas do seu jardim. Julgamos fora de propsito que Kardec tenha se enganado ou que nos tenha deixado ver uma coisa onde ela no est. Portanto, no vemos outra alternativa seno aceit-las como sendo mesmo de Jesus, uma vez que a primeira, conforme dito em O Livro dos Mdiuns, leva essa assinatura. A expresso meu apstolo vos instrui, certamente a Kardec que se refere, demonstrando, mais uma vez, sua condio de Esprito de uma categoria mais elevada.

VIII O Esprito de Verdade nos deixou alguma pista?

A essa pergunta responderemos que sim, pois, pelo menos, o que, diante dos fatos, nos parece; e no que acreditamos. Vejamos uma comunicao assinada pelo Esprito de Verdade, a propsito de A Imitao do Evangelho (O Evangelho Segundo o Espiritismo), dada em Bordeaux, em maio de 1864:

Um novo livro acaba de aparecer; uma luz mais brilhante que vem clarear o vosso caminho. H dezoito sculos eu vim, por ordem de meu Pai, trazer a palavra de Deus aos homens de vontade. Esta palavra foi esquecida pela maioria, e a incredulidade, o materialismo, vieram abafar o bom gro que eu tinha depositado sobre vossa Terra. (...)

H vrias moradas na casa de meu Pai, eu lhes disse h dezoito sculos. Estas palavras o Espiritismo veio fazer compreend-las. (Revista Esprita 1864, p. 399).

A respeito da assinatura, Kardec faz a seguinte observao:

Sabe-se que tomamos tanto menos a responsabilidade dos nomes quanto pertenam a seres mais elevados. Ns no garantimos mais essa assinatura do que muitas outras, nos limitamos a entregar esta comunicao apreciao de todo Esprita esclarecido. Diremos, no entanto, que no se pode nela desconhecer a elevao do pensamento, a nobreza e a simplicidade das expresses, a sobriedade da linguagem, a ausncia de todo suprfluo. Se se a compara quelas que esto reportadas em A Imitao do Evangelho (prefcio, e cap. III - O Cristo Consolador [o correto o VI]), e que levam a mesma assinatura, embora obtidas por mdiuns diferentes e em diferentes pocas, nota-se entre elas uma analogia evidente de tom, de estilo e de pensamento que acusa uma fonte nica. Por ns, dizemos que ela pode ser de O Esprito de Verdade, porque digna dele; ao passo que delas vimos massas assinadas com este nome venerado, ou o de Jesus, cuja prolixidade, verborragia, vulgaridade, s vezes mesmo a trivialidade das idias, traem a origem apcrifa aos olhos dos menos clarividentes.(...) (Revista Esprita 1864, p. 399-400).

Kardec, embora muito reservado e no fugindo a essa sua caracterstica, diz que tal comunicao pode ter vindo do Esprito que a assinou, por ser digna dele e, alm disso, por ter uma analogia de tom, de estilo e de pensamento, quando comparada s outras, que acusa uma nica fonte. O que no fica difcil de aceitar se considerarmos que, ao falar das comunicaes apcrifas, Kardec coloca que apareceram vrias delas assinadas por Jesus e pelo Esprito de Verdade, do qual disse ser um nome venerado, o que significa que igualou os dois.

Ressaltamos as expresses: h dezoito sculos eu vim, por ordem de meu Pai e eu lhes disse h dezoito sculos, que deixam transparecer que se trata mesmo de Jesus, embora tenha assinado como Esprito de Verdade.

IX Concluso

Tentamos, na medida de nossa capacidade, com esse estudo, abranger tudo quanto foi possvel encontrar nas obras de Kardec sobre o assunto, para que pudssemos, de maneira definitiva (ousadia de nossa parte?), dar a resposta nossa questo inicial: quem seria o Esprito de Verdade?

Antes de terminar, queremos, ainda, colocar tambm o pensamento de outros autores Espritas, objetivando demonstrar que no estamos sozinhos nessa idia, qui maluca, para alguns, uma vez que a nossa concluso pode no ser convincente para os que pouco ou nenhum valor do opinio de autores ainda desconhecidos do grande pblico Esprita, como , especificamente, o nosso caso. Entretanto, bom que se diga, h tambm os que so contrrios idia.

Hermnio C. Miranda:

No h como duvidar, portanto, de que, em algum momento, presumivelmente entre 1861 e 1863, Kardec foi informado de que o Esprito Verdade era o prprio Cristo. (...)

A identificao do Esprito Verdade com Jesus confirmada em outro livro de boa fonte medinica, publicado aps a partida de Allan Kardec para o plano espiritual. Chama-se este Rayonnements de la vie spirituelle, tendo funcionado como mdium, a sra. W. Krell, de Bordus, autora tambm, do prefcio.

No h, pois, como ignorar a bvia e indiscutvel concluso de que, sob o nome de Esprito Verdade, o Cristo dirigiu pessoalmente os trabalhos de formulao e implementao da Doutrina dos Espritos, caracterizando-a como o Consolador que prometera h dezoito sculos. (MIRANDA, 1993, p. 46-49).

Srgio F. Aleixo:

Vemos que, em termos rigorosamente kardecianos, est dirimida esta dvida quanto individualidade e identidade do Esprito de Verdade. Ele nico! Ele Jesus! A menos que no tenhamos motivos para confiar em Kardec e nos espritos da codificao. (ALEIXO, 2001, p. 61).

L. Palhano Jr.:

No advento do Esprito de Verdade, em 1857, o prprio Jesus de Nazar quem preside os acontecimentos da nova Cincia, da nova Filosofia e da nova Religio, cuja moral a verdadeira, pois preconiza aquela que est escrita na conscincia. (PALHANO JR., 2001, p. 31).

Porm, mensagens assinadas pelo Esprito de Verdade foram, de fato, assinadas por Jesus. Kardec, por cuidado, que omitiu esse detalhe. (PALHANO JR., 1999, p. 92-93).

De uma forma indireta, podemos tambm citar Lon Denis (1846-1927), ressaltando que ele considerado como um dos principais seguidores de Allan Kardec e difusor da Doutrina Esprita. Quando afirma que Jesus opera a Nova Revelao sob direo oculta, nos remete ao Esprito que, em resposta a Kardec, disse se chamar a Verdade; vejamos:

A passagem de Jesus pela Terra, seus ensinamentos e exemplos, deixaram traos indelveis; sua influncia se estender pelos sculos vindouros. Ainda hoje, ele preside os destinos do globo em que viveu, amou, sofreu. Governador espiritual deste planeta, veio, com seu sacrifcio, encarreir-lo para a senda do bem, e sob a sua direo oculta e com o seu apoio que se opera essa nova revelao, que, sob o nome de moderno espiritualismo, vem restabelecer sua doutrina, restituir aos homens o sentimento dos prprios deveres, o conhecimento de sua natureza e dos seus destinos. (DENIS, 1987, p. 79).

Podemos destacar as duas principais causas pelas quais algumas pessoas se apiam para no aceitar a concluso a que chegamos. Uma delas que considerando, mesmo que inconscientemente, Jesus uma divindade, no o admitem se comunicando com os homens. Isso, muitas das vezes, trazemos das religies das quais viemos. Entretanto, bom lembrar que Jesus nunca se colocou como tal; ao contrrio, se igualava a ns: Subo a meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus (Joo 20,17); chegou mesmo a dizer: quem cr em mim far as obras que eu fao e far maiores do que elas... (Joo 14,12). A prova de que Ele se comunica podemos ver nas narrativas bblicas com Ele orientando Paulo de Tarso, fora a questo de que j havia se apresentado a seus discpulos, logo aps a sua ressurreio, passando-lhes suas ltimas orientaes. E o prprio codificador afirmou: De modo algum duvidamos de que ele possa manifestar-se (KARDEC, O Livro dos Mdiuns, 2007, p. 483). Na segunda causa, a viso que se tem de Jesus que Ele um Esprito puro; mas, nem assim, nessa condio desmistificada, acreditam que Ele possa se manifestar, contrariando o que Kardec disse sobre essa nica classe dos Espritos de primeira ordem: Os homens podem comunicar-se com eles, mas bem presunoso seria quem pretendesse t-los constantemente s suas ordens (KARDEC, O Livro dos Espritos, 2006, p. 125).

Embora sabendo que ainda restaro alguns indivduos que no iro aceitar a nossa opinio, mesmo assim externamo-la, afirmando que o Esprito de Verdade realmente Jesus. Chegamos a esse entendimento pelos motivos apresentados ao longo deste estudo informao dos Espritos, pela fala de Kardec, pela opinio de outros autores espritas, pelo Evangelho e pela comunicao do Esprito de Verdade , que foram as bases com as quais fortalecemos nossa convico. Fora isso, ainda poderamos questionar sobre quem, a no ser Jesus, poderia coordenar este rol de espritos?: Afonso de Liguori, Arago, Benjamim Franklin, Channing, Chateaubriand, Delphine de Girardin, Emmanuel, Erasto, Fnelon, Francisco Xavier, Galileu Galilei, Hahnemann, Henri Heine, Rousseau, Joana d'Arc, Joo Evangelista, Lacordaire, Lamennais, Lzaro, Massillon, Pascal, Paulo de Tarso, Plato, Sanson, Santo Agostinho, So Bento, So Lus, Scrates, Swedenborg, Timteo, Joana de Angelis (um esprito amigo), Cura D'Ars, Vicente de Paulo, Adolfo (bispo de Argel), Dr. Barry, Crita, Duftre (bispo de Nevers), Franois (de Gnve), Isabel (de Frana), Jean Reynaud, Joo (bispo de Bordus), Julio Olivier, Morlot e V. Monod. (MARCON, 2002).

Entretanto, bom esclarecer que no pretendemos ser o dono da verdade, mas este nosso entendimento se baseia nesta pesquisa criteriosa, que veio solidificar a nossa verdade, independentemente daquela que cada um tenha. Usando Kardec diramos: Se tenho razo, todos acabaro por pensar como eu; se estou em erro, acabarei por pensar como os outros (Obras Pstumas, p. 384).

Esperamos que, com os dados aqui apresentados, possa voc tambm, caro leitor, tirar a sua prpria concluso, j que aqui nos propomos a no impor nada. Estamos apenas passando os dados, para que cada um tenha condies de tirar suas prprias concluses, mas ser fcil perceber que eles esto permeados de nossas opinies, pois so resultantes da nossa convico adquirida no decorrer de nossa pesquisa.

Paulo da Silva Neto SobrinhoAgosto/2003 (revisado em abr/2008).Referncias bibliogrficas:ALEIXO, S. F. O Esprito das Revelaes, NiteriRJ, Lachtre, 2001.INCONTRI, D. Para entender Allan Kardec, Bragana Paulista, SP: Lachtre, 2004.KARDEC, A. A Gnese, Araras-SP: IDE, 1993._________ A Gnese, Rio de Janeiro: FEB, 2007._________ Iniciao Esprita, So Paulo: Edicel, 1986._________ O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: FEB, 1990._________ O Livro dos Espritos, Rio de Janeiro: FEB, 2006._________ O Livro dos Mdiuns, Rio de Janeiro: FEB, 2007._________ O Livro dos Mdiuns, So Paulo: Petit, 2000._________ Obras Pstumas, Rio de Janeiro: FEB, 2006._________ Revista Esprita, Araras-SP: IDE, vol. I a XI, diversas edies.DENIS, L. Cristianismo e Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB, 1987.MARCON, M. H. (org) Os expoentes da codificao esprita. Curitiba: FEP, 2002.MIRANDA, H. C. As Mil Faces da Realidade Espiritual, Sobradinho-DF: Edicel, 1993.PALHANO Jr., L. Lxico Kardeciano, Rio de Janeiro: CELD, 1999._____________ Teologia Esprita, Rio de Janeiro: CELD, 2001.PELLCER, J. A. Roma e o Evangelho. Rio de Janeiro: FEB, 1982.PIRES, J. H. Curso dinmico de Espiritismo. Juiz de Fora, MG: A Casa do Caminho, 1990.XAVIER, F. C. A Caminho da Luz, Rio de Janeiro: FEB, 1987.___________ Missionrios da Luz, Rio de Janeiro: FEB, 1986.A Bblia Anotada. So Paulo: Mundo Cristo, 1994.Bblia de Jerusalm. So Paulo: Paulus Editora, 2002.Bblia Sagrada. So Paulo: Ave Maria, 1989.

(Esse artigo foi publicado, de forma reduzida, no Jornal Esprita, maro 2005, n 355, So Paulo: FEESP, p. 11 e na Revista Internacional de Espiritismo - RIE, ano LXXXIII, n 01, Mato, fevereiro 2008, p. 38-40).Ps.: sobre esse tema recomendamos a leitura, pela ordem:

1 O Consolador veio no Pentecostes?2 Jesus no o Esprito de Verdade3 Esprito de Verdade, quem seria ele?Exposto por Fiorell@!

Introduo - Objetivo desta ObraA Famlia no se estruturar em preconceitos provindos dos tempos de barbrie, mas na moral evanglica pura, feita de amor e respeito pelas exigncias da vida - Herculano Pires em Curso Dinmico de Espiritismo. com muita alegria que retomamos os estudos de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Fato que fizemos apenas alguns encontros e nos vimos na eminncia de paralis-los, mas com o auxlio de amigos generosos, eis que pudemos retom-lo.

At o momento abordamos em mincia a parte relativa Explicao, escrita por Herculano Pires e que consta de apenas alguns livros, aqueles traduzimos pelo mesmo. Vimos interessantes relatos acerca da publicao primeira desta obra to importante e conhecemos um pouco mais sobre as pessoas que exerceram influncia sobre o mesmo, destacando-se o Sr. Didier e O Esprito de Verdade.

O primeiro, Sr. Didier, no conhecido por muitos de ns e sua amizade fiel a Allan kardec, alm de sua devoo Doutrina Esprita, foram fatores fundamentais para que ele fosse ouvido como voz da razo em momentos cruciais, dentre eles a mudana do nome para O Evangelho Segundo o Espiritismo.

O segundo, de quem j muito ouvimos falar e at detnhamos nossa prpria concepo, O Esprito de Verdade, tambm foi abordado de maneira profunda e esclarecedora, quando utilizamos um estudo feito por Paulo da Silva Neto Sobrinho, que dedicou-se de maneira minuciosa e abrangente a abordar o tema, mostrando-nos por quais motivos pode-se afirmar que Jesus o Esprito de Verdade e a Doutrina Esprita O Consolador prometido por Ele.

S repassando para aqueles que no acompanharam os encontros citados, Paulo nos mostra em diversos pontos de seu estudo, como era a intercesso, a discrio e quais eram os objetivos que O Esprito de Verdade buscou ao acompanhar e intuir Kardec