texto os sentidos das palavras (livro)
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8/6/2019 Texto Os Sentidos Das Palavras (Livro)
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Em pesquisa querealizou, 0Dr. Johnson O'Connor, do Labo-
rat6rio de Engenharia Humana, de Boston, e do Instituto de Tec-
nologia, de Hoboken, Nova Jersey, submeteu a urn teste de voca-
buhlrio cern alunos de urn curso de forma~ao de dirigentes de em-
presas industriais (industrial executives), os executivos. Cinco an osmais tarde, verificou que os dez por cento que haviam revelado
maior conhecimento ocupavam cargos de dire~ao, ao passo quedos Vinte e cinco por cento mais "fracos" nenhum alcanc;:ara igual
posic;:ao.
Isso nao prova, entretanto, que, para veneer na vida. basta ter
urn born vocabulario; outras qualidades se fazem, evidentemente,
necessarias. Mas parece nao restar duvida de que, dispondo de
jJJllavras suficientes e adequadas a expressao do pensamento d~maneira clara fiel e precisa, estamos em melhores condi~Oes de as-
similar conceitos, de refletir, de escolher, de julgar, do que outros
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tamento, pelos nossos habitos fisicos e mentais normais, tais como
a observa
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maforic~ - e urn sistema de simbolos5, signos ou signos-simbolos,
voluntanamente produzidos e convencionalmente aceitos, median-
te 0qual ? ~?mem se .comunica com seus semelhantes, expressan-do s~as l~elas, ~entlmentos ou desejos. Suas tres primordiais
fu?
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. . E~p lic~r: tor?ar. i?teligivel ou claro (0 que e ambiguo ou obscuro); justificar'leclOn~r,ensmar; ~lg~l1flcar;expressar; expor; explanar; dar a conhecera origemo~o m~ttv~ de; expnmlr-se; dar razao das suas a90es ou palavras' dar satisfa9il.oouexplica9ao; pagar (giria brasileira). '
Remo: instr~me~to ,de madeira que serve para fazer avan9ar na a a e-quenas embarca90es; mdlgenas da tribo dos Remos (Javari). gu p
. Golfo: Por9ao de mar que entra profundamente pela terra e cuja abertura emUlto larga; nome de planta.
T?madas no seu sentido literal, referencial ou denotativo (ver
a seg~lr), essas PAalavrasdeixariam 0 leitor perplexo. S6 0contexto
podena esclarece-Io, levando-o a tomar explicando no sentido de
desd~bra~do, abrindo e a ver em remos e golfo duas metaforas
(senttdo h?ur~do, co?,otativo ou afetivo) com que 0Autor procurou
tornar ~als VIvase pItorescas as ideias de asas e imensidiio do es-
par;o aereo .
. ,. Est~mos '.:.end?assi~ que as palavras sac elos numa cadeia de
Idelas e.m ten~oes, .I,nterhgadas umas as outras por intimas rela~6es
~e s~~ttdo: ~lssocIa-Ias da frase e desprove-Ias da camada do seu
s~gmhca~o vIrtual, i.e., contextual. Isso e' 0 que ocorre na linguavI:a, na It.ngu,a.de todos os dias, quer falada ou coloquial, quer es-
cnta o~ l~tera~I~. Conhecer-Ihes 0 significado dissociado do con-
texto nao.e sufIcIente. Portanto, exercicios de vocabulario que cons-
tern ~e hsta~ de palavras para decorar pouca utilidade tern. S6;;: J atr~v~s d~ leltura e da reda~ao e que se pode construir urn voca-
bulano VIVOe_at':lante, incorporado aos habitos lingiiisticos. Isso,
en:retanto, .~a? Impede, antes, pelo contrario, justifica se lance
ma? de arttfIclOs capazes de permitir a simula~ao de situa~6es
realS, de uma especie de contexto ad hoc. E0que se faz as vezes sebem que nem sempre com a necessaria freqiiencia, quando' se
abre~ lacu,n~s em frases completas para preencher, ou quando se
propoem senes de palavras sinonimas ou nao para escolha da(s)
q~e se ~dapte(m! ao contexto verbal. Outro tipo de exercicio tam-
bem ef,lcaz cons~ste. em se criarem situa~6es globais em torno de
certas are_asse~anttcas~ como, por exemplo, as dos sentidos, para
a expressao de Impressoes (cores, formas, sons, odores, etc.). No
entanto, 0 melhor processo para a aquisi~ao de vocabulilfio eaq~ele que parte de uma experiencia real e nao apenas simulada
pOlS s6 ela per~ite assimilar sati~fatoriamente conceitos e ideia~
~ue traduzam Impress~s. vivas. E i?util ou, pelo menos, impro-
hcuo tentarmos traduzIr Impress6es ou juizos que a experiencia
lato sensu, nao nos proporcionou. '
1. 4 Denotal;;iio e conotar;iio: sentido referencial e sentido afetivo
Por ~a~s v.ariados que sejam, os sentidos das palavras situam-
se em dOlSmvelS ou pianos: 0da denotar;iio e 0da conotar;iio, duas
antigas denomina
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Quando uma palavra e tomada no seu sentido usual, no sen-
tido dito "proprio", isto e, nao figurado, nao metaforico, no sen-
tido "primeiro" que dela nos dao os dicionarios, quando e em-
pregada de tal modo que signifique a mesma coisa para mim e para
voce, leitor, como para todos os membros da comunidade sOcio-
lingiiistica de que ambos fazemos parte, entao se diz que essa
palavra tern sentido denotativo ou referencial, porque denota,
remete ou se refere a urn objeto do mundo extralingiiistico, objeto
real ou imaginario. A palavra assim empregada e entendida in-
dependentemente de interpreta~Oes individuais, interpreta90es de
natureza afetiva ou emocional, 0 seu significado nao resulta de as-socia~oes, nao esta condicionado a experiencia ou as vivencias do
receptor (leitor, ouvinte). 0seu sentido e, digamos assim "pao,
pao, queijo, queijo".
Se, entretanto, a significa9ao de uma palavra nao e a mesma
para mim e para voce, leitor, como talvez nao 0 seja tambem para
todos os membros da coletividade de que ambos fazemos parte, e
nao 0 e por causa da interpreta93.0 que cada urn de nos the possa
dar, se a palavra nao remete a urn objeto do mundo extralingiiis-
tico mas, sobretudo, sugere ou evoca, por associa9ao, outra(s)
ideia(s) de ordem abstrata, de natureza afetiva ou emocional, en-
tao se diz que seu valor, i.e., seu sentido, e conotativo ou afetivo.
Exemplifiquemos. A palavra "cao" tern sentido denotativo quan-
do denota, aponta, designa 0 animal domestico, mamifero, qua-
tlrupede, canino; mas e pura conota9ao (e, no caso, tambem
metaforiza93.0) quando expressa 0 desprezo que me causa uma
pessoa sem carater ou extremamente servil. Verde, no senti do de
cor resultante da combina9ao do azul com 0 amarelo no espectro
solar, de cor das ervas e das folhas da maioria das plantas, e pura
denotar;iio: se pe90 uma camisa verde, 0 lojista nao me trara uma
vermelha (a menos que seja daltonico). Mas, se verde me sugere es-
peran9a, se verde significa que algo ainda nao se desenvolveu com-
pletamente, entao seu sentido e conotativo ou afetivo (e, no caso,
tambem metaforico). Branco = cor resultante da combina93.0 detodas as cores no espectro solar = denotar;iio; mas branco = ino-
cencia, pureza, imacula9ao: conotar;iio. A palavra rosa nao sig-nifica a mesma coisa (do ponto de vista afetivo, lato sensu) para 0
botanico interessado na classifica~ao das especies vegetais, para 0
jardineiro profissional incumbido de rega-Ia, para 0 amador que a
culti,va como passatempo nos fins-de-semana e procura, por sim-
ples deleite, obter, atraves de enxertos e cruzamentos, uma especie
nova para exibir a amigos e visitas. Muito diversa ha de ser ainda a
conota9ao para a dona-de-casa que
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Nenhum leitor, pOl' mais desprevenido que fosse, verla em
"plumagem ~o galo" as pen as do galinaceo, ou em "ouro perfido"
o metal preclOSO com que se fazem j6ias e moedas. E que essas
palavras, nesse contexto, ultrapassam a perlferia do sentido exato
ou concreto, desdobrando-se em ondas semanticas para serem
captadas pelas antenas da sensibilidade do leitor. E 0que acontece
quase sempre_na poesia, onde os simbolos verbais - palavras, ter-
mos, expressoes, frases - evocam significados dependentes deuma infinidade de fatores de ordem pessoal e intima (experiencia,
cultura, habitos lingiiisticos, preconceitos, temperamento sen-
sibilidade), que levam a interpretac;:ao do texto, nem sempre ~ mes-
ma para todos os leitores, sendo ate, em certos casos, diferente
p~~a 0me.~~l0,leitor em rno~entos d,iversos. E pOl' isso que Valerydlzla que I1n y a pas de vral sens d un texte; un texte est comme
un appareil dont chacun peu t se servlr a sa guise et selon ses
moyens ... " 13 (nao ha verdadeiro sentido de urn texto; urn texto e
como urn aparelho de que cada qual se pode servlr a seu talante esegundo seus meios ... )
.Relembrando-nos que n en hum dicionario pode dar todos os
sentIdos das p alavras, em viItude das inumeraveis situac;:oes (con-
textos) em que aparecem, S.1. Hayakawa, no seu conhecido- livfo
- Lan!?~a!?ein tho~g~t an.d action _14c)lama-nos a atellc;:ao para
a necessldade de dlstIngUir sempre 0 valor denotativo 'do COllO-
tativo. ~ue ele denomina de preferencia, extensional e inten-sional,
r:sp~ctIvamen~e ..0exemplo que nos oferece para frisar a impor-
tancl~ ?essa dlstInc;:ao e bastante elucidativo, inclusive pelos seus
corolanos: a declarac;:ao de que "an jos velam a noite junto a meu
lei to" s6 tern sentido intensional (com "s", adverte 0Autor)IS po is
nao nos e possivel ve-Ios, toea-los, fotografa-los, 0que n ao significa
" Variete III, p. 68.
'4 Londres, G eo rg e Allen & Unwin, 1952; p. 58.
"0Autor frisa a grafia com "s", mas, na p. 6 5, ao justifica-la, da-lhe como etimo
a palav ra "intention" (intenc;iio, proposito) , 0 qu e l evaria a forma (inglesa) com
"t"; par a propor "s", teria de admitir sua filia,ao etimol6gica com "intension"
(cogna to de intens o, tenslio, intensivQ), e, de fato, assim e: em La lingu isti qu e _
GUide alphabetique, obra publicada sob a direc;ao de Andre Martinet conceitua-se'
a denotac; ao como "definition en extension", e a conotac;ao como "definition inten-
sive" (cf. p. 342). Entretanto. na citada obra de Umbert o Eco - A estrutura ausen-
Ie. p. 22 - a tradutora preferiu grafar "intencionalidade" (com "c"). A termi-
11010gia("intension". "intensional". "extensao", "extensional") e, como se sabe
. de Carnap (d. "Significations et synonymie dans les langues naturelles", trad. fr.:
Langages 2. 1966. p. 108-23; ver tamb~m Todorov, "Recherches semantiques"Idem. nO I, p. 9, e Bar-Hillel, "Syntaxe logique et semantique", idem, n? 2, p. 39):
que nao existam, mas que apenas na o se pode provar sua existen-
cia. Trata-se de uma declarac;:ao que nao se refere a objeto tangivel,
que nao se ap6ia em fato concreto. 0resultado e que a discussao
sobre a existencia ou nao dos anjos jamais chegara a uma con-
clusao satisfat6ria para qualquer dos interlocutores.E uma ques-
tao de opiniao ou convicc;:ao. Tern sentido intensional. POI' autro
lado, quando se diz - 0exemplo e ainda de Hayakawa - que esta
sala tern quinze metros de comprimento, nao hayed margem para
disputas estereis: basta alguem pe gar a fita metric a e medj..Ja.
Trata-se aqui de uma declarac;:ao de sentido extensional.
"Ai esta, pois - citamos agora textualmellte - a importante
diferenc;:a entre sentido extensional e sentido intensional, a saber:
quando as dedarac;:6es tern sentido intensional, a discus sao pode
prosseguir indefinidamente, dai resultando conflitos irreconci-
liaveis. Entre individuos. pode provocar a ruptura de lac;:os de
amizade; na sociedade, ocasiona a formac;:ao de grupos antago-
nicos; entre as nac;:oes, pode agravar tao seriamente as tellsoes ja
existentes, que se criam obstaculos a soluc;:ao pacifica dos desen-
tendimentos" (op. cit., p. 59).
Essa imprecis ao do sentido das palavras, que toma dificil ou
as vezes impassivel a compreensao entre os homens, decorre prin-
cipalmente da falta de urn referente concreto, pois "somente 0
mundo objetivo e que da a l inguagem significac;:ao especifica",
como diz P. Currey (op. cit., p. 24), que acrescenta ainda 0 tes-
temunho de Roger Frys: "0significado decorre do completo con-
tato que a inteligencia faz com as coisas, da mesma forma como a
sensac;:ao resulta do contato que os selltidos fazem com as coisas".
A nao ser assim, as palavras expressam ideias vagas ou plurivalen-
tes, situac;:ao agravada ainda pOl' outras circunstancias tais como os
preconceitos e a polarizac;:ao, que de urn modo geral sempre mar-
caram a atividade mental e 0comportamento social dos individuos.
E daro que, em certas situac;:oes e contextos, a linguagem in-
tensional se imp6e pOl' si mesma como decorrencia da pr6pria
natureza do assunto. Eo que acontece com a filosofia, a moral e a
religiao, que abusam de abstrac;:6es. la 0 vellio Albalat dizia que
"ce qui rend, en effect, la philo sophie ennuyeuse, c'est sa langue
abstraite", ilustrando sua censura com inumeros exemplos de
fil6sofas do seu tempo, inclusive, e principalmente, Bergson:
"A rigor, poder-se-ia admitir, em algumas raras obras, a
necessidade de uma lingua especial destinada a u rn reduzido
numero de leitores iniciados. Mas abra-se qualquer livro de f i-
losofia, sem excec;:ao: 0que ai se I e sao coisas deste jaez: 'deficits davontade , progenerescencia das faculdades , taras fisiologicas, que
san os adjutores poss{veis e n ao os substitutos das faculdades',
se,m esquecer as suspei~oes, as transforma~oes qualitativas, as
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1) 0 entreguista nao acredita no povo como principal dirigente do processo bra-
sileiro.2) Nao acredita que 0 Brasil pode, com os recursos internos, resolver os seus
problemas, e tende a considerar 0 desenvolviment~ brasileiro essencialmente
dependente da entrada de capitais estrangeiros e da aJu~a externa.3) Acredita que 0destino do Brasil estii invariavelmente vmculado ao dos Estados
Unidos.4) 0 entreguista contribui objetivamente e com seu trabalho par a 0 exito de em-
preendimentos, fesivos ao interesse nacional.
5) 0entreguista niio participa conscientemente, pelo seu trabalho, de nenhum dos
esjor90s coletivos tendentes a promover a emancipa9iio nacional.
idiossincrasias, a heterogeneidade, a existencia numenal, as
mani/estar;;oes potenciais, 0eu e 0nQo-eu fenomenal, os fenomenos
superorganicos ... "16
Outro 6bice a comunica~ao e 0 que se costuma chamar de
polarizar;;Qo, essa "tendencia a reconhecer apenas os extremos,
negligenciando as posi~oes intermediarias", cujas raizes se encon-tram "nos sistemas de etica que exerceram influencia sobre 0mun-
do modemo. 0 Cristianismo generalizQu as palavras do Deus dos
hebreus: Quem nQ Oesta comigo esta contra mim".17 Desde Abel e
Cairn 0 mundo se dicotomiza em antagonismos, agravados ainda
mais pela complexidade da vida modema. Hoje 0mundo esta ou
parece estar dividido entre 0Oriente e 0Ocid ente - qu e ja n ao as-
sinalam apenas contrastes geograticos -, entre comunismo e im-
perialismo, entre desenvolvidos e subdesenvolvidos. Essa pola-
riza~ao constitui 0 grande problema do n osso seculo, e a comu-
nicac;ao humana tern de sofrer 0 impacto desse conflito, imp acto
tanto mais grave e daninho quanto mais intensional for 0 sentido
das palavras com que os hom ens procuram traduzir ideias, con-
ceitos, opinioes. A polarizac;ao eo sentido irHensional tomam a lin-
guagem ainda mais polissemica, agravando os conflitos e os desen-
tendimentos. Que se entende exatamente por nacionalista, por
en treguis ta, por rea cionario, por democrata, por imperialista,
por comunista, ou socialista ou subversivo? Ha trinta anos ou
menos, nazistas e fascistas, que se opunham, e ainda se op5em, a
comunistas, diziam-se, e ainda se dizem, nacionalistas; hoje os
nacionalistas sac com freqiiencia tachados de comunistas, e
aqueles outros, de reacionarios. Os partidarios da estatizac;ao eram
antes fascistas, hoje sac comunistas, mas eles mesmos se d izem
nacionalistas. Quem def ende a i niciativa privada e anticomunistapara uns, reacionario para outros, embora se considere democrata
e progressista. Pa'ra muitos, nacionalismo e amor a patri a, para
outros, xenofobia ... Polarizac;ao e polissemia de maos dadas.
No Brasil contemporaneo, uma das poH~micas mais extre-
madas foi a que se travou entre "nacionalistas" e "entreguistas".
Whitaker Penteado no seu excelente livro acima citado, transcreve
urn trecho de Guerreiro Ramos que nos permite fazer uma' id6ia
mais exata do que e sentido intensional e dos r iscos a que estao
sujeitos os homens quando se servem de palavras desse tipo:
Comentando esse conceito de entreguista, diz Whitaker Pen-
teado: "0 qu e sera uma pessoa que acredita no povo como urn dos
principais dirigentes do processo brasileiro? E que nao acredita
que 0 Brasil possa, com seus recursos internos, resolver seus
problemas, tendendo a considerar 0 desenvolvimento brasileiro
parcialmente dependente da entrada de capitais estrangeiros e da
ajuda extema? E que acredita estar 0 destino do Brasil intermiten-
temente (sic: deve ser invariavelmente como esta na transcric;ao do
trecho de Guerreiro Ramos) vinculado aos Estados Unidos?" (op.
cit., p. 131).0 que acontece com esse neologismo, "entreguista",
ocorre com a maior ia das palavras de sentido nao referencial
sujeitas ao impacto da polarizac; ao e dos preconceitos. Infelizmen-
te, nem sempre e possivel evitar - pelo menos em certas areas do
conhecimento humano - essa plurivalencia semantica, essa im-
precisao de linguagem. Em certos casos, entretanto, e possivel
diminuir esses riscos, com o veremos.
'6 Comment if ne [aut pas ecrire, p. 178," WHITAKER PENTEADO, J. R. A tecnica da comullica9iio humana, p. 124.