texto - natação paradesportiva - classe funcional

Upload: camila-heinz-faustino

Post on 06-Jul-2015

484 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA DEPARTAMENTO DE EDUCAO FSICA CAMPUS UNIVERSITRIO DE BAURU

UTILIZAO DO MODELO DE VELOCIDADE CRTICA NA PREDIO DE PERFORMANCES AERBIAS DE NADADORES PARADESPORTIVOS

RICARDO VITRIO

BAURU 2006

2

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA DEPARTAMENTO DE EDUCAO FSICA CAMPUS UNIVERSITRIO DE BAURU

UTILIZAO DO MODELO DE VELOCIDADE CRTICA NA PREDIO DE PERFORMANCES AERBIAS DE NADADORES PARADESPORTIVOS

RICARDO VITRIO

Monografia de concluso de curso apresentada ao Departamento de Educao Fsica da Faculdade de Cincias, UNESP Campus de Bauru, como requisito da disciplina Projeto de Monografia, orientado pela Profa. Dra. Marli Nabeiro e co-orientado pelo Prof. Ms. Marcelo Papoti.

BAURU 2006

2

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a uma fora interna positiva e imensurvel da qual eu chamo de Deus, que em momento algum faltou em meus sentimentos, pensamentos e atitudes. Ao Sr. Fernando Costa, da empresa de prteses Polior, que no me deixou faltar pernas para trilhar um caminho rduo rumo a minha formao e, principalmente me possibilitou e possibilita viver dignamente, por ser uma pessoa to grandiosa e amante do direito de viver bem. A uma princesa chamada Patrcia, que acredito no existir outra parecida e to recheada de qualidades, companheirismo e amor. A todos meus amigos, que nunca faltaram nem duvidaram de minha capacidade, nunca me resumindo em uma dimenso puramente esttica, compartilhando timos momentos de diverso e tambm queles de intensa busca pela construo do conhecimento! Muito obrigado amigos: Mococa, Andr, Rogrio, Samuel, Ronaldo, Thiago Dionsio, Peduti, Bruno, Nine Bauer, Bil, Vtor, Francinni, Karina, Andressa, J, Ariane, Sara, Vivi e todos da minha sala e da faculdade... Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (Fapesp), por ter me concedido a bolsa de Iniciao Cientfica e financiado parte de meus estudos e conseqentemente a presente monografia. No posso deixar de agradecer o insubstituvel Tima, o cara mais estilo e solidrio que j conheci. Ao professor Milton, que mostrou como ensinar pelo respeito e amizade, ao invs do autoritarismo.

3

4 Agradeo tambm a todos os professores que tive durante a vida, que brilhantemente conseguiram me encantar com a arte chamada educar... A minha prima e professora de ensino infantil Silvia Rosa, que quando eu tinha 8 anos de idade me presenteou com um livro e disse: Leia criana, pois de sua cultura depender seu futuro... Hoje entendo com clareza o que realmente ela quis me dizer!!! Ao mestre Papoti, por me orientar nesse trabalho e investir tantas horas me explicando a admirvel fisiologia do exerccio e suas implicaes no treinamento desportivo, bem como o exemplo de paixo pela produo cientfica e docncia. pessoa que me mostrou uma intensa luz quando eu parecia estar em meio a maior escurido de minha jovem vida. voc professora Marli, algum que acreditou muito em minha competncia, plantou a semente do conhecimento e o esprito de perseverana, resumindo os nossos possveis sucessos em uma nica palavra: Trabalho. Para finalizar, quero agradecer a algo desconhecido e abstrato, que prefiro denominar intuio, ao qual sempre se faz presente nas tomadas de decises importantes e que, na maioria das vezes, me conduz ao sucesso.

4

5 DEDICATRIA

Como no poderia deixar de ser, quero com toda sinceridade de minhas palavras, dedicar a conquista desse grandioso objetivo minha famlia. Ao meu pai Artur, minha me Conceio, minhas irms Eloisa e Denise e, por fim, ao meu irmo Renato. Somente eles sabem com toda profundidade o que significa para eu ter chegado ao fim dessa jornada, obtendo a formao no curso que sempre me orgulhei. Sim, a Educao Fsica, a qual me comprometo fazer dela uma multiplicadora de saberes, de tica profissional e de responsabilidade no cunho educacional de todos seres humanos. A vocs ento querida famlia, um presente de quem nasceu de novo, numa embalagem diferente, mas com um contedo vencedor e rompedor de qualquer tipo de barreira que a imprevisvel vida pode nos submeter.

5

6 SUMRIO

ABSTRACT................................................................................................................................6 RESUMO....................................................................................................................................8 NDICE DE TABELAS E FIGURAS ...........................................................................................9 1. INTRODUO..................................................................................................................10 2. DEFINIES CONCEITUAIS E MODELOS MAIS UTILIZADOS NA AVALIAO, PRESCRIO E MONITORAMENTO DO TREINAMENTO AERBIO EM NATAO. .........13 2.1 Limiar Anaerbio (Lan).....................................................................................................13 2.1.1 Testes invasivos com inferncias sanguneas............................................................13 2. 2 Mtodos no invasivos geralmente utilizados na determinao da capacidade aerbia em natao. ...............................................................................................................15 2. 2. 1 Teste de 30 Minutos (t-30) ...........................................................................................15 2. 2. 2 Modelo de Velocidade Crtica (Vcrit). .........................................................................16 2.2.3 Parmetros Mecnicos da Braada (Pmb). ..................................................................17 3. CARACTERSTICAS FUNCIONAIS DOS NADADORES PARADESPORTIVOS E CENRIO ATUAL DA NATAO PARAOLMPICA BRASILEIRA E MUNDIAL. ....................................19 3.1 Classificao funcional dos nadadores paradesportivos..............................................19 3. 2 DESCRIO DO CENRIO ATUAL DA NATAO PARADESPORTIVA. .....................21 4. OBJETIVOS .........................................................................................................................24 5. MATERIAIS E MTODOS....................................................................................................25 5.1 Participantes .....................................................................................................................25 5.2 Ambiente dos testes.........................................................................................................25 5.3 Determinao do Limiar Anaerbio (Lan) .......................................................................25 5.4 Determinao das performances mximas (Pmx)........................................................26 5.5 Determinao da velocidade crtica (Vcrit) .....................................................................26 5.6 Determinao dos parmetros mecnicos de braada..................................................27 5.7 TRATAMENTO ESTATSTICO ..........................................................................................29 6. RESULTADOS........................................................................................................................30 7.DISCUSSO............................................................................................................................36 8. CONCLUSO.........................................................................................................................39 9. CONSIDERAES FINAIS....................................................................................................40 10. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...............................................................................42

6

7 ABSTRACT Nowadays, studies on worldwide competition swimming have achieved high levels of applicability and consequently improvement on the training prescription and maximum performances of athletes. However, it has not occurred proportionally in paralympic swimming. Considering that the practice has reached an important place in adapted sports, the purpose of this study was to utilize the critical velocity model (CV) as a predictor of aerobic capacity (Anaerobic threshold) in paralympic swimmers, for this model is simple, inexpensive and relatively reliable. Six male paralympic swimmers belonging to S7S10 class of Brazil national level participated in this study. The anaerobic threshold, stroking rate, length stroking and maximum performances (Pmax) at the 100m and 150m distances were determined in order to find the CV. The values between anaerobic threshold and CV were compared with the t Student test to dependent samples, whereas to establish possible association from those with Pmax of 100m e 150m the Pearson test correlation was utilized. In all cases the significance level corresponding to P< 0,05 was used. The values agreement of the anaerobic threshold and CV were quantified using the Bland-Altman coefficient to assess the significance of relationships between them. No significant differences were found between anaerobic threshold (0.86 0.12 m/s) and CV (0.92 0.14 m/s), these values were highly correlated though (r =0,83). CV and anaerobic threshold were significantly correlated (r 0, 86) with the 100m and 150m Pmax. These findings suggest two mean possibilities: 1. With the utilization of relationships between stroking rate and swim velocities during incremental test it is possible to determine the best stroking rate intensity to train in aerobic capacity; 2. The VC model is one inexpensive and effective tool that may be used in evaluations, prescriptions and monitoring of the paralympic swimmers aerobic training.

7

8 RESUMO Atualmente os estudos referentes natao competitiva mundial tm alcanado altos nveis de aplicabilidade e conseqentemente melhora na prescrio de treinamento e nas performances mximas dos atletas. No entanto, isso ainda no vem acontecendo de maneira proporcional na natao paraolmpica e/ou paradesportiva. Considerando que essa prtica tem conquistado um espao muito importante dentro do esporte adaptado, a proposta desse estudo foi utilizar o modelo de velocidade critica (Vcrit) como preditor da capacidade aerbia (Lan) de nadadores paradesportivos, por se tratar de um mtodo simples, barato e de relativamente confivel. Foram avaliados 6 atletas das categorias de S-7 a S-10, onde determinamos Lan, parmetros mecnicos de braada e performances mximas (Pmax) de 100m e 150m para determinao da Vcrit. Os valores de Lan e Vcrit foram comparados com o teste t de Student para amostras dependentes, de modo que para as possveis associaes desses parmetros com as Pmx de 100m e 150m utilizou-se o teste de correlao de Pearson. Em todos os casos o nvel de significncia foi pr-fixado para P