natação para bebês

Upload: itaceni-araujo

Post on 11-Jul-2015

162 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Natao para bebs. Retrato da realidade em Nova Iguau - RJChild's swimming. Analysis of the reality in Nova Iguau City Natacin para bebs. Anlisis de la realidad en Nova Iguau Natation pour les bbs. Analyse de la ralit dan la ville de Nova Iguau *Docente de Teoria e Prtica Pedaggica da Natao da UNIABEU Coordenador do Grupo de Pesquisas em Atividades Aquticas da UNIABEU Professor da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro SME / 6 CRE Professor do Programa Clubes Escolares da Secretaria Municipal de Educao do Rio de Janeiro **Coordenador de Assuntos Cientficos da Associao Brasileira de Desportos para Cegos - CPB Doutorando em Atividade Motora Adaptada - UNICAMP

Paulo Gil Salles*[email protected]

Leonardo Mataruna**[email protected] (Brasil)

Resumo Este trabalho tem a inteno de mostrar a realidade da Natao para Bebs no Municpio de Nova Iguau, verificando aspectos educacionais; levantando a estrutura fsica das academias; e a importncia da influncia da famlia na indicao da atividade aqutica. Foi verificado que os objetivos das academias nem sempre esto de acordo com os objetivos dos familiares e que os materiais mais utilizados nas aulas de Natao para Bebs so aqueles tambm utilizados na natao para crianas de idade mais avanadas. Unitermos: Natao para bebs. Materiais de auxlio. Efeitos educativos. Abstract The purpose of this paper is to show the reality of child's swimming in Nova Iguau City, verifying some educational aspects; the infra-structure of the academies; and the influence of the family in the aquatic activity indication. The results showed that the academy's objectives are not the same of the baby's relatives and that the supporting materials usually are the same of those used in swimming classes of older children. Keywords: Child's swimming. Supporting materials. Educative effects. Resumen Este estudio tiene el objetivo de presentar la realidad de la Natacin para bebs en la ciudad de Nova Iguau, confrontando aspectos educacionales; mostrando la estructura fsica de los gimnasios; y la importancia del efecto de la familia en la orientacin a la actividad acutica. Fue demostrado que los objetivos de los gimnasios no estn siempre en acuerdo con los objetivos de los familiares, y que los materiales mas utilizados en las clases de Natacin para nios pequeos son aquellas tambin utilizados en la natacin para nios mayores con edades mas avanzadas. Palabras clave: Natacin para nios pequeos. Materiales de auxilio. Efectos educativos. Rsum L'intention de cet article est de montrer la situation de la natation pour les bbs dans la ville de Nova Iguau a travers la verification du caractristiques educationales, l'analyse de l'structure physique des academies et l'importance de la famille au moment du choix de l'activit aquatique. On a vrifi que les objectifs des academies ne sont pas toujours les mmes des familles et que les matriels les plus employs dans les classes de natation pour les bbs sont les mmes employs dans les classes pour les plus ags. Mots cl: Natation pour les bbs. Matriels d'assistance. Effets ducatifes. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Ao 11 - N 96 - Mayo de 2006 1/1

1. IntroduoO Municpio de Nova Iguau ocupa uma rea aproximada de 524 Km2 na regio conhecida como Baixada Fluminense - Estado do Rio de Janeiro, e possui uma populao estimada em 750 mil habitantes aproximadamente (NOVA IGUAU,

2004). Fica na regio metropolitana da Cidade do Rio de Janeiro e, por este motivo, recebe influncias scio-culturais deste municpio que o maior e mais importante do Estado. Em relao s atividades aquticas para bebs na Cidade de Nova Iguau, no foi possvel encontrar nenhum texto ou artigo que tivesse a pretenso de retratar a realidade deste tipo de atividade, o que por si s, j mostra a relevncia deste trabalho. Segundo Del Castillo (1997), o beb que teve a oportunidade de experimentar o meio aqutico como algo satisfatrio, desenvolve uma atitude aqutica positiva e, ainda que no aprenda tcnicas especficas nesta fase, ter uma conduta na gua substancialmente melhor que outros que no tiveram a mesma oportunidade. O beb na gua se relaxa, aprende novos movimentos, fortalece sua musculatura e aprende a controlar a sua respirao, aspectos que contribuem de forma decisiva para seu desenvolvimento motor. O meio aqutico contribui significativamente para o desenvolvimento e conhecimento da criana, atuando sobre sua conduta, fazendo-o mais independente e ativo ao explorar o meio, o que favorece a socializao. Alm destes efeitos, a atividade na gua ainda atua sobre o apetite, melhora a qualidade do sono, pois facilita o relaxamento e tem algum efeito de sedao (IDEM). Outros autores como Franco e Navarro (1980), afirmam que a prtica aqutica nesta fase refora a personalidade e a independncia, e pode influir no processo de aquisio e desenvolvimento da linguagem. Poderamos dizer que a prtica de atividades aquticas aumenta as possibilidades motrizes do beb e permite a experimentao de novas situaes que o ajudaro a crescer. Por isso a atividade aqutica deve ser paralela ao crescimento e estar presente de forma continuada.

2. JustificativaA motivao para elaborao deste trabalho nasceu da curiosidade em relao Natao para Bebs no municpio de Nova Iguau e da possibilidade de retratar este tipo de atividade neste municpio de forma que os profissionais envolvidos possam ter um parmetro mais fiel para basear seus planejamentos estratgicos e pedaggicos. A total ausncia, em Nova Iguau, de uma pesquisa criteriosa sobre a Natao, e mais especificamente aquela focada nos bebs, justifica a necessidade deste estudo, que se torna um marco do pioneirismo investigativo e que pode auxiliar os profissionais de Educao Fsica a modificar conceitos e a traar novos objetivos para a prtica da Natao para Bebs.

3. Objetivos3.1. Objetivo geral O objetivo deste trabalho mostrar a realidade da Natao para Bebs no Municpio de Nova Iguau. 3.2. Objetivos especficos

Verificar aspectos educacionais, Levantar a estrutura fsica das academias, Descobrir as faixas de classificao etria, Discutir a relao entre responsveis e academias no tocante aos objetivos educacionais da Natao para Bebs; Verificar a influncia de parentes e do mdico pediatra na indicao da atividade aqutica, Examinar a relao da famlia com o perigo representado pelas piscinas prximas.

4. Reviso da literaturaSegundo Rodriguez (2001a), quando a criana nasce, sua forma principal de interao com o meio estabelecido atravs de reflexos incondicionados, que tendem a desaparecer entre o terceiro e sexto ms como no caso do reflexo de preenso com as mos. Outros reflexos, como o natatrio, devem ser estimulados para que no desapaream. medida que o beb avana por seu primeiro ano de vida, vai ocorrendo a formao de reflexos condicionados, como o controle do esfncter e tambm aparecem movimentos fundamentais. Com o desenvolvimento, entre 1 e 2 anos, a criana incorpora habilidades motoras primrias que vo permitir que ele execute movimentos cada vez mais complexos (RODRIGUEZ, 2001b). Entre os 2 e 3 anos a dependncia da criana em relao ao adulto diminui e ele j capaz de executar algumas tarefas com elevado grau de complexidade como subir e descer escadas. Nesta fase a linguagem da criana se enriquece bastante, aumentando o vocabulrio e melhorando a compreenso da linguagem do adulto (IBIDEM, 2001c). Conforme Lima (1999), muitos professores utilizam atividades inapropriadas para a idade e por isso, elas no so realizadas com eficincia ou simplesmente no atraem a ateno da criana: "Maturao o estado de prontido neurofisiolgica do organismo em realizar determinadas tarefas, independentes ou no dos fatores ambientais". Segundo Zulietti e Souza (2002), a Natao para bebs ou para lactentes abrange os primeiros 18 meses de vida e pouco tem a ver com a natao propriamente dita. Corra e Massaud (1999) indicam que a idade mnima para o ingresso em atividades aquticas deve ser os 6 meses, pois segundo estes autores, somente nesta idade as crianas j esto com as vacinas atualizadas, e portanto, protegidas contra srias doenas contagiosas. Lima (2003) refere que as aulas de natao devero ter seu incio aos 3 meses, pois a partir desta idade que a criana tem a capacidade de manter a cabea na vertical e culminar aos 36 meses. Fontanelli (1985) prope a mesma faixa etria e indica a durao das sesses em torno dos 20 minutos. Segundo Fonseca, (apud ZULIETTI e SOUZA, 2002), a presena da me, do pai ou algum que familiar ao beb fundamental para o processo de estimulao aqutica, onde estes vo proporcionar segurana afetiva e segurana fsica, enquanto os professores trabalharo como mediadores e facilitadores do processo de estimulao.

Corra e Massaud (1999) afirmam que as expectativas de realizar as atividades aquticas para os bebs so: 1. Evitar acidentes em piscinas - no caso da criana cair na piscina de forma acidental. 2. Evitar futuros problemas motores - a natao agindo como um estmulo motor, j que a criana, no meio aqutico, consegue realizar movimentos que no conseguiria se estivesse fora d'gua. 3. Melhorar a sade dos bebs - os familiares acreditam que a natao tem a capacidade de curar alguns problemas respiratrios. Vrios autores, entre eles Corra e Massaud (1999 e 2004), Lima (2003), Corra (1999) e Oliveira e Nakamura (1998), concordam que a temperatura da gua para atividades com bebs deve estar em torno de 30 C, e que a piscina deve ser coberta para se manter uma temperatura ambiente constante. Moreno e cols. (2003) indicam que as sesses de Natao para Bebs devem acontecer em piscinas cobertas e a temperatura destas devem variar entre 27 C e 32 C. Lima (2003) e Corra (1999) listam materiais auxiliares prtica da Natao para Bebs como sendo aqueles capazes de chamar a ateno da criana ou aqueles que sustentam o peso deste, como: as plataformas, as bolas coloridas de tamanhos diversos, os tapetes de EVA, as bias, os brinquedos macios que flutuam e que afundam, os regadores e os baldes. Em relao profundidade das piscinas, Moreno e cols. (2003), afirmam que estas devem ter profundidade varivel, de forma que a criana possa ficar de p em uma parte da piscina e quando for o caso, movimentar-se livremente, sem contato com o fundo, em outra parte.

5. Metodologia da pesquisa5.1. Populao estudada Foi elaborado um levantamento das academias que estavam formalmente constitudas de acordo com a legislao em vigor, sendo cadastradas 21 academias que preenchiam esta condio e que atuavam na rea da Natao para Bebs. Foram escolhidas, de forma aleatria, 16 academias para serem visitadas. O professor da turma de Natao para Bebs ou o diretor tcnico da academia (n=16), juntamente com o responsvel pelo beb (n=16), formaram a amostra estudada.

5.2. Instrumentos Foram elaborados dois questionrios, baseados naquele idealizado pelo Prof. Ms. Edson Luiz de Lima (LIMA, 2003), totalizando 36 perguntas. O primeiro, contendo 24 questes, tinha o objetivo de verificar aspectos educacionais da Natao para Bebs e fazer levantamento de dados sobre a estrutura fsica das instalaes onde aconteciam essas atividades aquticas; a metodologia de ensino utilizada; e detalhes sobre a organizao pedaggico-administrativa da academia. Este questionrio foi respondido por professores das turmas de Natao para Bebs ou por seus diretores tcnicos.

O segundo questionrio, com 12 questes, foi dirigido aos responsveis pelos bebs que responderam sobre as expectativas e a relao da famlia com as atividades aquticas. Ambos os questionrios foram aplicados, nos meses de junho e julho de 2004, por alunos do Curso de Graduao em Educao Fsica da UNIABEU, da cidade de Belford Roxo - RJ, que integram o Grupo de Estudos em Atividades Aquticas deste Centro Universitrio. Os questionrios foram previamente validados quanto a sua aplicabilidade atravs de dois testes piloto realizados entre os dias 01/06/2004 e 05/06/2004, com professores e responsveis por bebs do Projeto de Extenso Universitria ABEU EM MOVIMENTO, alm da validao interna com trs professores doutorandos em renomados centros de pesquisa (UGF, UNICAMP e UFF) e docentes da UNIABEU. A anlise estatstica das variveis contnuas foi realizada com o teste T de Student. Essas variveis foram analisadas utilizando o software estatstico SPSS 9.0. Foi considerado como valor significativo p < 0,05.

5.3. Aspectos ticos Foi elaborado um "termo de compromisso e consentimento" que firmava o compromisso de manter em sigilo os nomes dos voluntrios envolvidos nas respostas e tambm os resultados individuais de cada questionrio. Outro compromisso assumido era que, se fosse o desejo da academia, esta teria o direito a receber uma cpia dos resultados finais da pesquisa. Por outro lado, o termo supracitado dava o consentimento de utilizao dos dados levantados tanto no questionrio destinado s academias quanto ao questionrio dos responsveis, em trabalhos cientficos e/ou acadmicos.

6. ResultadosPara melhor compreenso, os resultados da pesquisa foram divididos em reas que procuram responder:

6.1. Quem o beb que chega academia de natao? Dentre os responsveis pesquisados, 56,3% informaram que somente procuraram atividades aquticas para seus bebs aps estes completarem 2 anos de vida, porm 12,5% comearam as atividades com menos de 3 meses e 18,8% entre 6 e 9 meses. J as academias de Natao para Bebs, colocavam turmas disposio para menores de 6 meses em 68,8% dos casos e 18,8% para bebs entre 6 e 9 meses de idade. Os bebs eram acompanhados durante a aula de natao em 50% das vezes pela me, 37,5 % somente pelo professor, 12,5% por outra pessoa que no fosse o pai. Neste ponto, ficou claro que a presena do pai do beb era extremamente escassa, pois em nenhuma das entrevistas ele foi citado.

6.2. Como a aula que este beb recebe?

As aulas de Natao para Bebs em Nova Iguau aconteciam 2 vezes por semana em 5 das 16 academias (31,2%) e 3 vezes por semana em 11 das 16 academias (68,8%), mas 50% (8/16) dos alunos estudados faziam aula 2 vezes na semana e o restante 3 vezes. As aulas tinham durao de 20 minutos em dez academias (62,5%) pesquisadas, em duas (12,5%), de 25 minutos, outras duas (12,5%), de 30 minutos e mais duas (12,5%) de 50 minutos. As turmas de Natao para Bebs sofriam subdivises em 62,5% (10/16) das academias (FIGURA 1). Das academias que usavam este tipo de estratgia, 30% (3/10) dividiam a turma por faixa etria, 30% (3/10) por habilidade e os 40% (4/10) restante o fazia por idade e habilidade. importante ressaltar que 60% (6/10) das academias que funcionavam com subdivises, o faziam no mesmo horrio, ou seja, praticamente juntas.Figura 1. As subdivises nas Aulas de Natao para Bebs

O nmero mximo de alunos por turma era de somente 1 em 50% (8/16) das academias, porm 25% (4/16) delas tm 5 ou 6 alunos por turma. Em 12,5% (2/16) das academias, as turmas eram compostas de 7 ou 8 alunos. A maior relao "aluno / turma" foi encontrada em 12,5% (2/16) das academias que apresentaram 11 ou 12 crianas em cada turma (FIGURA 2).Figura 2. Nmero mximo de alunos por turma nas academias pesquisadas.

6.3. Qual a estrutura fsica disponvel nas academias de Natao para Bebs? Dentre as dezesseis academias pesquisadas, somente a que atendia exclusivamente os bebs, tinha uma piscina s para Natao para Bebs. As outras

utilizavam a mesma piscina em diferentes atividades aquticas desenvolvidas pela academia. Do total de piscinas (n=16), quatorze (87,5%) eram aquecidas, mas somente cinco (31,3%) eram cobertas. A temperatura da gua da piscina variava muito (FIGURA 3), indo desde a temperatura ambiente em duas (12,5%) das academias, passando por trs academias (18,8%) que embora aquecidas mantinham a gua numa temperatura inferior a 27 C. Dentre as academias estudadas em Nova Iguau, quatro (25%) regulavam a temperatura da gua para algo entre 27 C e 29 C, quatro (25%) entre 29 C e 30 C, e trs (18,8%) entre 30 C e 31 C.Figura 3. A temperaturas das piscinas pesquisadas.

Dentre as academias analisadas em Nova Iguau, a profundidade mnima encontrada nas piscinas era de 80 cm, sendo que em 75% destas (12/16), a parte mais rasa media pelo menos que 1 metro de profundidade. Em 68,8% (11/16) das piscinas pesquisadas o volume de gua era superior a 200 m3, ou seja, mais de 200.000 litros. Estes fatos que sugerem que a piscina no foi construda levando em considerao o seu uso por bebs. Fato curioso era que apesar de no ser um setor rentvel, pois quinze entre dezesseis (93,7%) academias informaram que as atividades aquticas com bebs representavam menos de 15% do faturamento total (FIGURA 4), a Natao para Bebs era uma atividade que em 62,6% (11/16) destas j ocorria h pelo menos 5 anos. Este fato devia-se, provavelmente, concepo de que a Natao para Bebs era uma atividade que possua condies de atrair alunos para outras reas de atuao da academia. Vale ressaltar que em relao a este aspecto, somente uma academia trabalhava exclusivamente com atividades para bebs.Figura 4. Percentual que representa a Natao para bebs no faturamento total da academia.

Existia uma variedade considervel de material pedaggico de apoio s aulas de Natao para Bebs, evidenciando o investimento feito pelas academias nesta rea, j que todas (16/16) declararam que possuam materiais pedaggicos para utilizao durante as aulas (FIGURA 5). Todas elas (16/16) possuam pranchas, espaguetes (tubo-guas), bolas coloridas e de tamanhos variados, letras flutuantes, letras que afundam e argolas. Outros materiais bastante presentes eram os halteres e brinquedos que afundam (13/16), os brinquedos de EVA (flutuantes) e os pinos (12/16) e o bambol (11/16). importante ressaltar o pequeno uso de materiais alternativos como a garrafa pet, presente em somente 2 academias e a cmara de ar que no foi citada em momento algum.Figura 5. Utilizao do material pedaggico pelas academias de Natao para Bebs.

6.4. Qual a relao da famlia do beb com as atividades fsicas e aquticas? Somente 37,5% dos entrevistados (6/16) declararam que algum familiar praticava atividades fsicas com regularidade. Destes praticantes, 1/3 eram os pais, 1/3 as mes e 1/3 um outro parente prximo. Sempre que era permitida a presena do acompanhante durante as aulas de Natao para Bebs (10/16), eles eram, em 100% dos casos, acompanhados por pessoas que se sentiam confortveis no meio lquido, o que podia se traduzir em sensao de segurana para a criana. Perguntados sobre o principal motivo que os levaram a matricular seus bebs em aulas de natao, os responsveis responderam que era para que o beb pudesse praticar uma atividade fsica (56,2% dos casos) ou para melhorar ou fortalecer a sade da criana (43,8%). O questionamento sobre o fcil acesso s piscinas visava aferir o quanto estava presente o perigo de acidentes ou afogamentos na vida dos familiares desses bebs. Dentre os entrevistados, 43,8% declararam que tinham acesso fcil a piscinas no dia a dia e 56,2% no tinham. Em 81,3% das entrevistas foi detectado que o mdico pediatra foi consultado sobre a possibilidade do beb praticar atividade aqutica, nestes casos o pediatra se colocou a favor da atividade. Somente 18,7% dos entrevistados alegaram que no perguntaram ao pediatra sobre este assunto. Em relao frase "A Natao para Bebs de grande valor educativo para seu filho", 87,5% dos entrevistados disseram que concordavam totalmente e 12,5% que concordavam parcialmente. Nenhum entrevistado disse que discordava.

6.5. Quais os efeitos educativos esperados? Uma mesma lista de nove efeitos educativos foi apresentada tanto para os responsveis pelos bebs, como para os professores ou diretores tcnicos das academias. Foi pedido que eles valorassem cada um destes efeitos entre 1 e 9 pontos, de forma que fosse possvel hierarquiz-los atravs da mdia da soma dos 16 resultados de cada grupo (responsveis e academia). Na tabela 1 pode-se observar que no entender das academias de Natao para Bebs o efeito educativo mais importante era o tcnico, ou seja, a adaptao ao meio lquido que pontuou 7,38 de mdia. Em seguida estavam a afetividade com 6,56 pontos de mdia, o desenvolvimento psicomotor com 6,25 pontos, a socializao com 5,75 pontos e a autoconfiana com 5,63 pontos de mdia. A percepo do perigo aparecia em 6 lugar com 4,63 pontos de mdia. Para os responsveis pelos bebs, o efeito mais importante era o desenvolvimento psicomotor que marcou 7,19 pontos de mdia. Em seguida estavam a autoconfiana com 6,75 pontos de mdia, o efeito tcnico da adaptao ao meio lquido com 6,13 pontos, a disciplina com 4,88 pontos e a afetividade com 4,56 pontos de mdia. A socializao aparecia em 6 lugar com 4,19 pontos de mdia. (TABELA 1)Tabela 1. Efeitos educacionais esperados pelas academias e pelos responsveis pelos bebs.

Se fizermos uma relao entre as respostas obtidas no questionrio para as academias de Natao para Bebs e as respostas do questionrio dos responsveis (FIGURA 6), podemos observar que os grupos se manifestam a respeito dos efeitos educativos esperados de forma diferente.Figura 6. Relao entre as mdias das expectativas dos efeitos educativos das academias e dos responsveis.

Dentre os nove efeitos educativos que foram listados (1- aprender a lidar com frustraes, 2- efeito tcnico: adaptao ao meio lquido, 3- disciplina, 4desenvolvimento psicomotor, 5- afetividade, 6- socializao, 7- percepo do perigo, 8- amenizar o egocentrismo, 9- autoconfiana), todos apresentaram diferenas estatsticas entre as expectativas das academias e dos responsveis pelos bebs (TABELA 2). Apesar destas diferenas, somente foram significativas (p