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FACULDADE MAURCIO DE NASSAU

Centro Universitrio Maurcio de Nassau - UNINASSAU

Departamento de Cincias HumanasCurso de Direito

Disciplina: Direito InternacionalProfessor: Cristiano MoreiraFUNDAMENTO DO DIREITO INTERNACIONAL1. INTRODUO

O que se busca saber aqui no so os motivos de fato, filosficos, polticos, sociais, econmicos, histricos ou religiosos de sua observncia, mas sim as razes jurdicas capazes de explicar o por qu da aceitao e obrigatoriedade do DI por parte de toda a sociedade internacional.

O FUNDAMENTO DO DI no se confunde com suas fontes. Enquanto AS FONTES buscam determinar de onde provm as regras jurdicas internacionais, o FUNDAMENTO estabelece os fatos que atribuem ao DI obrigatoriedade no mundo jurdico.

* Matria inicialmente discutida pela Escola Espanhola de Direito Internacional, principalmente com Francisco Surez

2. CORRENTES:a) Voluntarista (Voluntarista-positivista) a obrigatoriedade do DI decorreria da vontade prpria dos Estados, da vontade comum dos Estados, da mesma maneira que o direito interno decorre da vontade dos cidados. Sua base essencialmente positivista pelo fato de serem as regras adotadas pelo Estado, produto exclusivo de seu consentimento. De acordo com essa concepo, o DIP obrigatrio porque os Estados, expressa ou tacitamente, assim o desejam e querem. Seu fundamento encontra suporte na vontade coletiva dos Estados ou no consentimento mtuo destes, sem qualquer predomnio da vontade individual de qualquer Estado sobre os outros

* CRTICAS:

PRIMEIRA: Como explicar que um novo Estado, que surge no cenrio internacional, pode estar obrigado por um tratado, norma costumeira ou princpio geral do direito de cuja formao ele no participou com o produto de sua vontade?

SEGUNDA: A obrigatoriedade de vontade coletiva dos Estados cai por terra se, de um momento para outro, qualquer um dos Estados se retire da coletividade ou modifique a sua vontade original para que a validade do DI fique comprometida, o que ocasionaria grave insegurana s relaes internacionais.

POR CONSEQUNCIA, defender o voluntarismo permitir que os Estados possam a qualquer momento desligar-se unilateralmente das normas jurdicas internacionais, sem que se possa falar em responsabilidade, sem que se possa falar em violao do DI.

b) Jusnaturalista (Objetivista) a obrigatoriedade do DI baseada em razes objetivas, isto , alm e acima da vontade dos Estados. Por essa corrente, a obrigatoriedade do DI advm da existncia de princpios e normas superiores aos do ordenamento jurdico estatal, uma vez que a sobrevivncia da sociedade internacional depende de valores superiores que devem ter prevalncia sobre as vontades e os interesses domsticos dos Estados.

Para essa doutrina objetivista, a legitimidade e a obrigatoriedade do DI devem ser procuradas fora do mbito de vontade dos Estados, ou seja, na realidade da vida internacional e nas normas que disciplinam e regem as relaes internacionais que so autnomas e independentes de qualquer deciso estatal.

* CRTICA: tal doutrina minimiza a vontade soberana dos Estados, que exercem papel importante na criao das regras de DI.

c) Terceira corrente (fundamento do DI na regra pacta sunt servanda) mais moderna e consagrada por instrumentos internacionais, essa terceira doutrina se baseia em princpios jurdicos alados a um patamar superior ao da vontade dos Estados, mas sem que se deixe totalmente de lado a vontade desses mesmos Estados. TRATA-SE DE UMA TEORIA OBJETIVA TEMPERADA, por poder tambm levar em considerao a vontade dos Estados.

uma corrente que, de uma maneira simples e clara, impe aos Estados o dever de respeitar a sua palavra e de cumprir com a obrigao aceita no livre e pleno exerccio de sua soberania.

* REPERCUSSO: referida corrente tem merecido o crdito e o respeito de grande parte dos autores, merecendo destaque os da Escola Italiana de DI, em especial Dionsio Anzilotti, que encontrava na norma pacta sunt servanda, o fundamento nico e absoluto do DIP, que serviria de critrio para diferenciar as normas internacionais de todas as demais normas.

* CONSAGRAO DA NORMA:

- Conferncia de Londres (1871);

- Conveno de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969), em seu art. 26.

* JUS COGENS (norma imperativa de Direito Internacional) reconhecida pela sociedade internacional e consagrado nos arts. 53 e 64 da Conveno de Viena, normas essas que impem limitaes autonomia da vontade dos Estados.

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