texto argumentativo - discurso político

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Texto argumentativo - discurso político Bom dia, excelentíssimos senhores e muito obrigada pela vossa presença. Sinto-me extremamente honrada por poder estar aqui a discursar para uma tão vasta audiência sobre um tema tão importante como os direitos humanos. Neste preciso momento, milhões de pessoas estão a ser escravizadas em países um pouco por todo o mundo. Como não podem estar aqui presentes, eu serei a voz por detrás de todas aquelas almas, que, tal como nós, têm direitos que não estão a ser cumpridos, o que em pleno século XXI é inadmissível. Como ousam falar em progresso enquanto existem direitos fundamentais de todos os seres humanos ainda a serem quebrados? Enquanto estes direitos não forem cumpridos, a liberdade, a paz e a justiça no mundo serão apenas sonhos para todos nós. Porém, não é só a escravidão que me preocupa neste momento. Preocupa-me a desigualdade social, o racismo, a fome. Preocupa-me saber que existem milhões de jovens meninas que ainda não têm acesso ao ensino em alguns países do mundo. Como é possível existirem casos destes? 192 países são membros das Nações Unidas e todos eles se comprometeram a cumprir a Declaração Mundial dos Direitos Humanos. Será que isso não tem valor? Será que na nossa geração a palavra já de nada vale? Espero que esteja enganada, pois, se não estiver, toda a humanidade deveria sentir-se envergonhada neste preciso momento. Todos nós aqui presentes achamos que temos conhecimento de tudo o que nos rodeia, mas deixem-me fazer-vos uma questão. Levante a mão quem acha que tem, pelo menos, alguma noção de como o dinheiro está distribuído a nível mundial . Pois bem, vou provar que estão errados. 0.5% da população mais rica do mundo possui mais de um terço de todo o dinheiro existente. Como deixámos a situação chegar a este ponto? A partir deste momento, entraremos num círculo vicioso onde os pobres ficarão mais pobres e os ricos ficarão mais ricos. O que nos garante que no futuro continuaremos a ter dinheiro para alimentar as nossas famílias quando toda a fortuna estiver na posse de apenas uma dúzia de pessoas? Nós não somos números nem objetos, somos seres humanos e, como tal, temos direito a um nível de vida suficiente para assegurar não só a nossa saúde e bem-estar, bem como a dos nossos familiares. A vida de uns não pode ser comprometida pela ganância de outros . Teremos de redistribuir a riqueza mundial em breve, porém não será uma tarefa fácil. Não poderemos recolher o dinheiro de todos os cidadãos e distribuí-lo equitativamente. Seria a forma mais eficaz mas não sendo possível teremos de encontrar outras formas de atingir um equilíbrio. Se queremos evoluir, temos de começar já. Aliás, as grandes decisões já deveriam ter sido tomadas anos atrás. Porém, não podemos mudar o passado. Neste momento, teremos de nos concentrar não só no presente, mas fundamentalmente no futuro. Não podemos esperar que alguém aja por nós. Temos que dar o primeiro passo, sem medo da mudança. Caminhemos lado a lado por um mundo justo. Europeus e africanos, homens e mulheres, cristãos e muçulmanos, todos reunidos por um só objetivo. Fazer do nosso mundo, aquilo que todos nós merecemos. Merecemos a paz, a união, a solidariedade, a igualdade. Merecemos não temer pela nossa vida. Merecemos apenas o que é justo e nada mais. Pequenos passos ajudarão a que finalmente os direitos humanos sejam cumpridos universalmente. Todos os aqui presentes têm a capacidade de mudar o mundo. Só é preciso acreditar na causa. Existirá melhor causa que o bem de todos nós? Muito obrigada.

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Texto argumentativo - discurso político

Bom dia, excelentíssimos senhores e muito obrigada pela vossa presença.

Sinto-me extremamente honrada por poder estar aqui a discursar para uma tão vasta audiência sobre um tema tão importante como os direitos humanos.

Neste preciso momento, milhões de pessoas estão a ser escravizadas em países um pouco por todo o mundo. Como não podem estar aqui presentes, eu serei a voz por detrás de todas aquelas almas, que, tal como nós, têm direitos que não estão a ser cumpridos, o que em pleno século XXI é inadmissível. Como ousam falar em progresso enquanto existem direitos fundamentais de todos os seres humanos ainda a serem quebrados? Enquanto estes direitos não forem cumpridos, a liberdade, a paz e a justiça no mundo serão apenas sonhos para todos nós.

Porém, não é só a escravidão que me preocupa neste momento. Preocupa-me a desigualdade social, o racismo, a fome. Preocupa-me saber que existem milhões de jovens meninas que ainda não têm acesso ao ensino em alguns países do mundo. Como é possível existirem casos destes? 192 países são membros das Nações Unidas e todos eles se comprometeram a cumprir a Declaração Mundial dos Direitos Humanos. Será que isso não tem valor? Será que na nossa geração a palavra já de nada vale? Espero que esteja enganada, pois, se não estiver, toda a humanidade deveria sentir-se envergonhada neste preciso momento.

Todos nós aqui presentes achamos que temos conhecimento de tudo o que nos rodeia, mas deixem-me fazer-vos uma questão. Levante a mão quem acha que tem, pelo menos, alguma noção de como o dinheiro está distribuído a nível mundial. Pois bem, vou provar que estão errados. 0.5% da população mais rica do mundo possui mais de um terço de todo o dinheiro existente. Como deixámos a situação chegar a este ponto? A partir deste momento, entraremos num círculo vicioso onde os pobres ficarão mais pobres e os ricos ficarão mais ricos. O que nos garante que no futuro continuaremos a ter dinheiro para alimentar as nossas famílias quando toda a fortuna estiver na posse de apenas uma dúzia de pessoas?

Nós não somos números nem objetos, somos seres humanos e, como tal, temos direito a um nível de vida suficiente para assegurar não só a nossa saúde e bem-estar, bem como a dos nossos familiares. A vida de uns não pode ser comprometida pela ganância de outros. Teremos de redistribuir a riqueza mundial em breve, porém não será uma tarefa fácil. Não poderemos recolher o dinheiro de todos os cidadãos e distribuí-lo equitativamente. Seria a forma mais eficaz mas não sendo possível teremos de encontrar outras formas de atingir um equilíbrio.

Se queremos evoluir, temos de começar já. Aliás, as grandes decisões já deveriam ter sido tomadas há anos atrás. Porém, não podemos mudar o passado. Neste momento, teremos de nos concentrar não só no presente, mas fundamentalmente no futuro. Não podemos esperar que alguém aja por nós. Temos que dar o primeiro passo, sem medo da mudança. Caminhemos lado a lado por um mundo justo. Europeus e africanos, homens e mulheres, cristãos e muçulmanos, todos reunidos por um só objetivo. Fazer do nosso mundo, aquilo que todos nós merecemos. Merecemos a paz, a união, a solidariedade, a igualdade. Merecemos não temer pela nossa vida. Merecemos apenas o que é justo e nada mais.

Pequenos passos ajudarão a que finalmente os direitos humanos sejam cumpridos universalmente. Todos os aqui presentes têm a capacidade de mudar o mundo. Só é preciso acreditar na causa. Existirá melhor causa que o bem de todos nós?

Muito obrigada.