texfair magazine - ed. 03

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Revista da 11ª Texfair do Brasil Feira Internacional da Indústria Têxtil

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Revista da feira Texfair. Produzida pela Mundi Editora, Blumenau / SC

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Revista da 11ª Texfair do BrasilFeira Internacional da Indústria Têxtil

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A Texfair – Feira Internacional da Indústria Têxtil, que está em sua 11ª edição, desempenha um papel muito importante para o desenvolvimento de Blume-nau e de toda a região. O evento contribui para a geração de empregos e a divulgação do produto têxtil nacional, incentivando o turismo de negócios, a indústria de turismo local e os cursos de moda da região.

Nossa indústria têxtil, que já era reconhecida, evoluiu muito com a realização da Texfair, inclusive as pequenas e médias empresas. Em SC, a produção têx-til é a principal atividade econômica da indústria de transformação, gerando aproximadamente 157 mil empregos. Nacionalmente, a indústria têxtil em-prega 1,65 milhão de trabalhadores.

O evento representa o mais importante marco para toda a indústria têxtil na-cional e os visitantes da Texfair irão conhecer, em primeira mão, os lançamen-tos de cerca de 400 marcas para a Primavera/Verão 2010-2011, apresentados por empresas de todo o País. Esses lançamentos irão abastecer o varejo espe-cializado em confecção de moda, cama, mesa, banho e decoração de Norte a Sul do Brasil e também de outros países. Tudo isso desfrutando do conforto que os pavilhões do Parque Vila Germânica oferecem com a sua moderna in-fraestrutura.

Durante a realização do evento, a região recebe cerca de 25 mil visitantes de todo o País e também do Exterior e, além de Blumenau, as cidades vizinhas são beneficiadas por este fluxo, pois muitos visitantes se hospedam em outras cidades e aproveitam para fazer roteiros turísticos.

É bom também para expositores e visitantes, que, além de realizarem bons negócios, aproveitam a oportunidade para conhecerem – ou reverem – uma das regiões mais procuradas por turistas de todo o País e do Exterior.

Bem-vindos e bons negócios para todos: expositores, visitantes e aqueles que contribuem com seu trabalho para este grandioso evento!

Ulrich Kuhn Presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex)

editorial

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Texfair 2010: o grande evento da indústria têxtil nacional

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sumário

TEXFAIR MAGAZINE

EdiçãoDanielle Fuchs e Sidnei dos Santos ReportagemBeatriz Gaviolli, Gisele Scopel, Jean Laurindo e Mariana TordivelliGerência de Arte e DesenvolvimentoRui Rodolfo Stüp DiagramaçãoTiago de Jesus FotografiaDaniel Zimmermann, Banco de Imagens Mundi, divulgação (Prefeitura, Sintex e empresas)RevisãoFernanda Souza Momm (Sintex)/ Gisele Scopel (Mundi Editora)

Capa e Editorial de Moda

Modelos: DF Model ManagementFotos: Estúdio Nagô www.estudionago.comProdução de moda: AHA Estilowww.ahaestilo.blogspot.comBeauty: Fabiane ArcoverdeEdição e tratamento de imagens: Estúdio NagôAgradecimentos: M. Schuffer Acessórios e Arezzo

Promoção

Sindicato das Indústrias de Fiação,Tecelagem e do Vestuário de BlumenauRua Alwin Schrader, �9 Blumenau/SC/ BrasilCep.: �9.015-000Telefone: (47) 3326-9662www.sintex.org.br

Organização

Alameda Rio Branco, 14, sala 306Centro – Blumenau/SC/BrasilCep.: �9.010-300Telefone: (47) 3037-5990

Editora

Editora-chefeDanielle Fuchs Gerente ComercialEduardo BellidioGerente Geral Comercial Denilson MezadriDiretor ExecutivoNiclas Mund

Rua Almirante Barroso, 712 – Sala 2Bairro Vila Nova - Cep.: �9.035-401Blumenau - SC - Brasil Telefone: (47) 3035-5500www.mundieditora.com.br

18. Editorial de ModaContemporâneo, esportivo, irreverente, romântico ou sensual. Os conceitos da moda Primavera-Verão 2010/2011 abrangem todos os estilos. O importante é desacelerar o passo, entrar em sintonia com a natureza erespeitar a própria identidade. Confira alguns looks femininos, masculinos e infantis para a próxima temporada formados com peças de empresas que estão expondo na 11ª Texfair.

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32. Moda masculinaIndependente do estilo, a moda masculina vem democrática, renovada e acessível para a Primavera-Verão 2010/2011

36. Cristiano Buerger:‘O SCMC faz

o empresário escutar o novo,

o inusitado, mudar conceitos

e quebrar paradigmas’

38. Sustentabilidade Empresas mantêm no Verão

coleções fabricadas com tecidos ecológicos, algodão modificado geneticamente,

entre outras novidades que foram sucesso

neste Inverno.

12. A feira 14. Negócios16. Associativismo - o Sintex30. Moda feminina - tendências 33. Moda infantil - tendências34. Vitrinismo

40. Moda social42. Tecnologia44. Economia46. Gestão48. Turismo50. Artigo

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a feira

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Texfair do Brasil chega à 11ª edição como o maior evento da indústria têxtil de toda América Latina

A 11ª edição da Texfair do Brasil, Feira Interna-cional da Indústria Têxtil, será realizada entre os dias 1� e 21 de maio, em Blumenau, marcando uma trajetória de sucesso. Criado em 1999, pelo Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), o evento re-cebeu mais de 1�5 mil visitantes nas 10 edições anteriores.

A feira nasceu com o intuito de consolidar Blu-menau e o Vale do Itajaí como uma região de turismo e negócios, segundo o presidente do Sintex, Ulrich Kuhn. Hoje, ela recebe comprado-res de países do mundo inteiro como Argentina,

Venezuela, Portugal e África do Sul, que têm a oportunidade de conhecer artigos de alta tec-nologia, marcas de vestuário, malharia, cama, mesa, banho e decoração.

A Texfair mantém o foco voltado exclusivamente para os profissionais do setor, trazendo os lan-çamentos das coleções Primavera/Verão. A cada ano, a feira registra um aumento no número de marcas e expositores. Enquanto a primeira edi-ção contou com 104 empresas, representando 120 marcas, essa quantidade saltou para 220 expositores e 400 marcas em 2009. O número de lojistas também é espantoso: passou de 7 mil no

primeiro evento para 24,6 mil na 10ª edição. O balanço apontado pelo Sintex reflete a impor-tância deste, que se tornou o mais importante evento do calendário da indústria têxtil e de confecção da América Latina.

Considerada um projeto visionário no início, a Texfair agora tem como meta o crescimento. Para isso, problemas como as limitações da rede hoteleira devem ser resolvidos o mais breve pos-sível, na opinião do presidente do Sintex. Kuhn também destaca a necessidade de ampliação da estrutura física, já que o evento tem ocupado 100% da Vila Germânica.

11 anos de sucesso

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Em 2009, a Texfair mostrou seu potencial diante da crise financeira que assolou o mundo. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Cata-rina (Fiesc), Alcantaro Corrêa, em mo-mentos de desequilíbrio na economia, é fundamental criar novas frentes e buscar novos negócios. Assim, a Texfair é uma oportunidade para que produtos e em-presas possam ver e ser vistos.

Acompanhando a economia mundial, os lançamentos apresentados na Texfair 2009 destacaram peças básicas, com de-talhes e acabamentos diferenciados. É uma moda versátil e coordenável, focada no dia a dia dos consumidores e adequa-da aos tempos de crise.

Apresentando soluçõesA Texfair do Brasil é realizada no Parque Vila Germânica, em Blumenau. Com área construída de

26 mil m2 e pavilhões climatizados, o complexo foi projetado dentro dos mais altos padrões de tec-nologia, design moderno e normas ecologicamente corretas. Além disso, foi totalmente planejado com o propósito de atender a todos, com atenção especial para deficientes físicos e visuais. Para o presidente do Sintex, Ulrich Kuhn, a Texfair foi a força motriz que transformou a antiga Proeb na atual estrutura da Vila Germânica. Na opinião do prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing, por ser um grande evento, a Texfair do Brasil viabilizou o investimento na Vila, o que gerou para a cidade a possibilidade de atrair novas feiras, dentro do próprio setor têxtil e também em outras áreas.

A Vila Germânica

A feira Foco: lançamento das coleções Primavera-Verão 2010/2011 dos segmentos de vestuário, ma-

lharia, cama, mesa, banho e decoração Data: 18 a 21 de maio de 2010 Horário: das 10h às 19h (sexta-feira até 17h) Visitação: evento exclusivo para profissionais do setor Local: Parque Vila Germânica - Rua Alberto Stein, 199, Bairro Velha, a 2 quilômetros do Centro

de Blumenau (SC). Informações: www.texfair.com.br

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negócios

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Mais negóciosInvestidores europeus voltam à Texfair do Brasil

Durante a feira, a Fiesc terá um estande com informações sobre os programas de apoio à inter-nacionalização oferecidos pela entidade, como o Start Export, as missões empresariais, ser-viços de inteligência comercial e os cursos de capacitação em Comércio Exterior.

Serviço

Pelo segundo ano consecutivo, a Texfair do Brasil recebe empresas europeias à procura de fornecedores para segmentos como cama, mesa, banho, tecido, vestuário e decoração. O Pro-jeto Comprador Al Invest, realizado pela Fiesc em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria, a Rede de Centros Internacionais de Negócios da CNI, o Sintex e o Sebrae, ocorrerá durante a feira através de rodadas de negócios.

Financiado pela Comissão Europeia, o projeto tem a finalidade de apoiar o fortalecimento e internacionalização das pequenas e médias empresas latino-americanas, além de promover negócios com estes empresários. “Após estabelecerem o primeiro contato com possíveis clien-tes internacionais, os empresários brasileiros podem buscar apoio de entidades como a Fiesc para exportar seu produto”, explica a coordenadora do Centro Internacional de Negócios da Fiesc, Tatiani Leal. Tatiani revela que os encontros de negócios contarão com representantes de empresas importadoras e distribuidores de produtos têxteis de diversos países europeus, especialmente da Alemanha, Espanha, França e Itália. Além de prospectar novos negócios, a comitiva europeia fará visitas técnicas a empresas e instituições catarinenses.

Na primeira edição do Projeto Comprador, realizada em 2009, houve 92 reuniões de negócios realizadas com a participação de cerca de 50 empresas brasileiras e importadores de países como Itália, Inglaterra, Polônia e Suécia. Dos encontros de negócios, ��% foram considerados positivos pelos europeus.

Para Tatiani, feiras como a Texfair aproximam cada vez mais a indústria indumentária do mercado e seus clientes. “Aproveita-se também a logística da região de Blumenau, um dos polos têxteis mais importantes do Brasil, para otimizar a participação de grande número de empresas do setor, assim como receber empresários e possíveis parceiros de outros estados brasileiros e também de outros países”, diz.

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Sobre a entidade Data de fundação: 17 de fevereiro de 1952 Área de abrangência: Blumenau, Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Dona Emma, Doutor Pedrinho,

Gaspar, Ibirama, Indaial, José Boiteux, Massaranduba, Pomerode, Presidente Getúlio, Rio dos Cedros, Ro-deio, Timbó, Vitor Meireles e Witmarsum.

Amparo legal: O Sintex é a única entidade representativa com respaldo legal para negociar e celebrar convenções coletivas com os sindicatos laborais das categorias de fiação, tecelagem e do vestuário nos municípios de abrangência

Empresas envolvidas: 6 mil Trabalhadores envolvidos: 80 mil Endereço: Rua Alwin Schrader, Blumenau, SC. CEP: 89.015-000. Página eletrônica: www.sintex.org.br Contatos: Fone/Fax: (47) 3326-9662

Não é de hoje que o setor têxtil representa a principal força econômica do Vale do Itajaí. Neste cenário, fomentar o de-senvolvimento das indústrias do mercado é essencial para as-segurar a manutenção do crescimento econômico e social de toda a região. Desde 17 de fevereiro de 1952, o compromisso é assumido pelo Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecela-gem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), que atualmente reúne em sua área de abrangência cerca de 6 mil empresas, distribuídas em 1� municípios do Vale do Itajaí.

Considerado um dos maiores polos têxteis do Brasil, a base territorial atendida pelo Sintex reúne aproximadamente �0 mil trabalhadores, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Apesar de prejudicada pelo alto índice de informalidade, a análise dos números do setor mostra que as empresas têxteis de Santa Catarina faturam aproximadamente US$ 5 bilhões por ano. No Brasil, a movi-mentação fica em torno de US$ 47 bilhões anuais.

O presidente do Sintex, Ulrich Kuhn, aponta que ao longo destes 5� anos de atuação a entidade conseguiu se tornar um dos maiores sindicatos patronais do País. “A represen-tatividade conquistada pelo trabalho do Sintex fez com que nossas ações ultrapassassem o compromisso principal com o setor e entrassem inclusive nas necessidades comunitá-rias”, avalia Kuhn, à frente da instituição desde 19�4. Se

Evolução constante

associativismo

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Produção e perspectivasPara o presidente do Sindicato, a avaliação dos trabalhos de apoio ao setor ao longo dos anos é bastante positiva. “O cenário de surgi-mento do Sintex é absolutamente incompa-rável ao atual, no qual é preciso estar sempre atento às novidades e às mudanças. Afinal, o mercado de hoje não é o mesmo de ontem. Ainda assim, cumprimos nosso papel como centro de debates para beneficiar os associa-dos e a população”, analisa Kuhn.

A expectativa do presidente é de que a en-tidade mantenha sua representatividade e possibilite ainda mais apoio aos associados.

“O nosso maior desafio de agora em diante é sermos cada vez mais ágeis para prestar serviços aos associados e sermos tão rápidos quanto o mercado atual”, afirma.

A constante evolução do mercado faz com que os associados busquem novas tecnolo-gias que proporcionem mudanças e avanços nos processos de produção. Atualmente, as matérias-primas mais utilizadas são algodão em pluma, fios de algodão, filamentos sinté-ticos, tecidos, malhas beneficiadas, produtos químicos, anilinas, corantes, sacos plásticos, caixas de papelão, aviamentos e etiquetas.

“A representatividade conquistada pelo trabalho do Sintex fez com que nossas ações ultrapassassem o compromisso principal com o setor e entrassem inclusive nas necessidades comunitárias”

Ulrich KuhnPresidente do Sintex

a evolução conquistada pelas empresas têxteis da região é resultado do trabalho individual das com-panhias, muitas das ações de amparo ao crescimento do setor foram de responsabilidade do Sintex. “Isso faz parte da própria função do sindicato. Buscamos a criação de opções que façam o segmento crescer e estamos sempre atentos às oportunidades”, explica.

O apoio do Sintex aos negócios do setor é citado pelo presidente por meio de intervenções importantes junto ao empresariado estadual. Uma delas foi a cria-ção, junto com o governo do Estado, de um plano de incentivo ao setor em 1994, o Prodec Têxtil, quando

a economia brasileira vivia o momento de abertura para o mercado internacional. “A estratégia ajudou muitas empresas a expandirem a atuação ou, pelo menos, estabilizarem os negócios”, recorda Kuhn.

Outra contribuição importante do Sintex para a pro-jeção do segmento têxtil catarinense nos cenários nacional e internacional é a promoção de feiras e eventos. Um dos principais destaques é a Feira In-ternacional da Indústria Têxtil (Texfair), mais im-portante feira de negócios do segmento de cama, mesa, banho, malharia, vestuário e decoração da América Latina.

Sindicato das indústrias têxteis reúne principais empresas do setor e promove ações que estimulam o crescimento

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Vestido Hering

SPRING/SUMMERF O T O G R A F I A : E S T Ú D I O N A G ÔP R O D U Ç Ã O D E M O D A : A H A E S T I L O

F A S H I O N T R E N D S

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Blusa Miss Masy e shorts jeans Dzarm

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Vestido Dzarm, cinto Hering (acima),vestido UP Girl para Malharia Cristina (ao lado)

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Camiseta BGO, calça saruel Dzarm (ele). Regata Hering, regata UP Girl para Malharia

Cristina, shorts Hering (ela)

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Camisa Dzarm ,Camisa BGO, Jeans Hering

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Camisa Hering,calça Saruel Dzarm,

boné Hering, cinto Hering

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Conjunto Hello Kity para Malharia Cristina

(ela), polo Brandili (ele)

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Vestido Brandili Mundi

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Polo Qyimby para Malharia Cristina

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Blusa e saia Miss Masy Kid, fronha Karsten.

Fotografia: Estúdio NagôProdução de Moda: AHA EstiloBeauty: Fabiane ArcoverdeTratamento de Imagens: Estúdio NagôProjeto Gráfico: Estúdio NagôModelos: DF Model ManagementAgradecimentos: M. Schuffer Acessórios, Arezzo

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moda feminina

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As semanas de moda mais importantes do mundo já termina-ram e uma equipe de caçadores de novidades do Senai juntou as tendências em mais uma edição do Caderno Perfil Moda para o Verão 2010/2011. A responsável técnica pelo caderno em Santa Catarina, Rosenei Zanchett, participou de feiras interna-cionais e saiu às ruas atrás de macrotendências para compor um guia sobre o que estará em voga na estação do calor.

É através de palestras, preview no Fashion Rio, aulas e con-sultorias que Rosenei passa para frente o que absorve pelo mundo. “Nosso objetivo é atingir pequenas e médias empre-sas. Dessa forma, todos se sintonizam na mesma tendência e fazem a roda da moda girar”, explica.

No caderno, quatro macrotendências servem como ponto de partida para cinco perfis: contemporâneo, esportivo, irreve-rente, romântico e sensual. Dessa forma, diferentes conceitos abrangem todos os estilos.

A primeira macrotendência apresentada pelo caderno é o tempo, ou a falta dele. De acordo com Rosenei, o fato de não termos tempo para mais nada, felizmente, vai dando espaço para uma fase de desaceleração.

A ideia do coletivo também vai para a moda. Para a técnica, colaboração é a palavra de ordem. Sendo assim, os produtos que possibilitarem interação com o consumidor também se-rão os de maior sucesso.

A busca pelo sustentável faz parte das macrotendências. A frente que preserva nossos ecossistemas surge na nítida pre-ferência do consumidor por ‘etiquetas verdes’.

Por último, o mundo das maravilhas que funcionam como escapismo de tantas tragédias e crises que pipocam nos te-lejornais diariamente.

Caderno desvenda o Verão 2010/2011Macrotendências definem o que estará na moda para mulheres agrupadas em cinco perfis de comportamento

Identifique-seCompreendidas as inspirações, vamos selecionar alguns elementos da moda femini-na que prometem fazer sucesso no próximo Verão, de acordo com cada perfil:

Contemporâneo

Moda contemporânea não é tudo o que é produzido no momento e sim aquilo que nos propõe modernidade. Moças que seguem esse perfil se interessam por vestuário ecolo-gicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito.

A construção minimalista faz parte dos looks, do mesmo modo que a cintura levemente marcada. Alfaiataria, peças amplas, pantalonas e macaquinhos são as peças que vestem bem essa turma.

Aposte em cores como verde musgo, cobalto, areia e azul escuro.

Nas passarelas: as peças fluídas e elegantes das grifes Burberry, Etro e Ferreti.

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SensualO clima da moda pautado por uma sensualidade controlada, marcada pela combinação do provocante com a elegância.

De um lado, roupas curtas, ainda ao sabor dos anos �0, cores extravagantes e transparências. Do outro, a sensualidade mais contida apresenta recortes envelopes e drapeados. Os decotes, que sempre fazem a cabeça da consumidora sensual, aparecem com força. Continuam forte também as peças próximas ao corpo, em que técnicas de moulage fazem emergir uma mulher que não abusa do sex appeal e mostra um toque ligeiramente retrô.

A paleta de cores desse perfil é extensa e intensa. Tons terrosos, azuis-esverdeados e nude colorem os looks.

Nas passarelas: a sensualidade no ponto certo de Versace, Blumarine e Miele.

EsportivoSer esportivo é mais que vestir-se para uma partida de tênis. Fazer parte desse perfil significa vestir-se para a correria do dia a dia com despojamento e com tecidos tecnológicos, que se unem aos materiais orgânicos em busca do conforto.

As formas são assimétricas, cheias de recortes e amarrações; mas não tudo no mesmo look, é claro. Abuse do short, da calça oversized e das jaquetas leves.

As cores flúor, que iluminaram o Verão passado, aos poucos saem de cena dando espaço para o verde pistache, cinza, azul-claro e céu.

Nas passarelas: blocos de cores nos looks de Michael Kors, Y3 e Jean Paul Gaultier.

IrreverenteO que importa para este perfil é o imaginário. A moda direcionada para pessoas com esse estilo mostra um espetáculo de imagens e liberdade para criar. A irreverência não tem resistência.

Aposte em sobreposições, amarrações e assimetrias. O folk é tema para produções exóticas, assim como o kitsch – termo usado para itens que têm o valor estético distorcido.

Para o próximo Verão, abuse do vermelho queimado, marrom, roxo e lilás.

Nas passarelas: explosões de cores com Vivienne Westwood, Arora e Miu Miu.

Romântico

A delicadeza e a fragilidade são enaltecidas nas pessoas românticas. Essas qualidades se refletem no estilo das mo-ças. O romantismo é um movimento que perdura como uma atitude, um conjunto de sinais estéticos que representa a suavidade do sexo feminino.

O formato é nobre, recebe babados, golas delicadas e proporções contidas. Mulheres com este perfil ficam lindas com short comportado ou saia tulipa.

A cartela de cores favorece os tons nude, pastel e vinho.

Nas passarelas: tecidos nobres e design sofisticado do Elie Saab, Fendi e Diane von Furstenberg.

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moda masculina

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Fora de moda está o homem que veste a primeira roupa que vê pela frente. O cenário fashion masculino está mudando e os rapazes que-rem mais é se vestir bem. Do surfista ao empresário, a nova tempora-da vem com novos elementos para todos os bolsos e estilos.

Ruas e praiasDe acordo com o estilista da BGO Têxtil, Lírio Sterz, o estilo urbano impera na Primavera/Verão 2010 -2011. Versátil e com temas va-riados para agradar todas as tribos, o estilista destaca elementos voltados à música, principalmente o rock’n roll. “Para as linhas de surfwear, as praias californianas serviram como pano de fundo”, diz, lembrando que a moda praia é amplamente consumida por aqui.

Contraste de coresSe a praia inspira o surfwear, a cartela de cores não poderia ser dife-rente. Tons vibrantes vão chegar com tudo nas prateleiras das lojas. Segundo Sterz, para colorir as peças da coleção foram acrescentadas novas cores, como os tons pastéis. “O forte para esta temporada é a mistura das tonalidades em uma mesma peça, com destaque para as peças com efeito de tie dye e dégradé”, exemplifica.

Coringa da estaçãoO coringa da estação será camisetas com decote em ‘V’. Para aliviar o calor do Verão, tecidos leves são os mais indicados. Mais frescas ain-da são as camisas sem mangas apontadas no Caderno Perfil do Senai por Rosenei Zanchett. Assim como o colete, a moda também resgata calças e bermudas nos estilos saruel, carrot, skinny e boyfriend para os rapazes mais estilosos.

Sofisticação renovadaA alfaiataria, que veste homens clássicos, foi renovada com sutileza. A linha mostra uma elegância casual, através da combinação do tra-dicional com o urbano. As peças perdem o aspecto sério através de novas proporções e volumes. O homem passa a ser mais descontraí-do dentro de trajes formais. A alfaiataria masculina está mais relax e casual. Toda a descontração é refletida nas calças que aparecem amplas e com o gancho mais baixo. Tecidos brilhantes também agre-gam descontração e irreverência aos looks do Verão. Ternos surgem com menos botões e abrigam camisas leves e golas não engomadas. A camisaria vem em tecidos diferenciados e, para os mais ousados, transparentes. Seja na rigidez do homem de negócios, na descon-tração do jovem urbano ou na tranquilidade dos que não saem da praia, a moda masculina vem democrática, renovada e acessível aos rapazes do mundo real.

Rock urbano sofisticadoSeja na rigidez do homem de negócios, na descontração do jovem urbano ou na tranquilidade dos que cutem praia, a moda masculina vem democrática

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moda infantil

Estilo desde o berço

Referências marítimas, romantismo e muita festa inspiram as coleções infantis

Engana-se quem pensa que só os grandinhos podem acompanhar as viradas da moda. Na hora de vestir os pequenos, a mamãe ante-nada pensa no conforto e na praticidade, mas sem deixar o estilo de lado.

Para a estilista da marca Kyly, de Pomerode (SC), Eliz Ribeiro, a coleção Primavera-Verão 2010/2011 vem cheia de surpresas e com clima de festa. “O encanto, o colorido e o lúdico são alguns dos elementos que compõem as criações da Kyly”, exemplifica, lembrando que não precisa ter idade para ter estilo.

Romance e mar

Ainda no berço, os bebês ganham roupas com motivos táteis, através de estampas com relevo, que imitam bordados e ressaltam a natureza. Para as pequenas, vestidos e blusas recebem toques multicoloridos, com motivos divertidos e elegantes, como bolas, laços, borboletas e flores.

Com os primeiros passos, vem a vontade de desbravar. Inspirada nisso, a estilista conta que buscou na tendência navy referências como listras. Vermelho, azul e marinho colorem as peças com cli-ma marítimo.

Segundo Eliz, os primeiros passos das meninas são com peças ro-mânticas. O romance aparece nas estampas florais, em tons pas-téis ou aquarelados, e trazem leveza e doçura à coleção. Quanto às formas, os vestidos balonês, as batas, os babados e laços reforçam o estilo romântico. “Toques de brilho, strass e paetês valorizam as peças”, acrescenta.

Quatro a dezesseis Para os mais crescidinhos, a natureza é retratada com uma visão romântica para as meninas e lúdica para os meninos. Eliz apon-ta modelagens com falsas sobreposições, que permitem um look mais elaborado em uma única peça.

Os detalhes nas peças femininas ficam por conta dos bordados e das aplicações de botões, pérolas ou lastex coloridos. Na estam-paria, as listras continuam em evidência. As estampas podem vir acompanhadas de aplicações ou com efeitos que valorizam o de-senho.

A estilista avisa que bermudas estampadas continuam com tudo. Bom para os meninos que vestem o estilo surfwear. Mas, se for para fazer bonito em ocasiões sofisticadas, polos e camisas, com listras em cores alegres, são as melhores pedidas. “As cores em destaque são coral, tons de azul e tons de lilás”, conclui Eliz.

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Ideias organizadasPara reconhecer se uma loja tem vitrine harmoniosa, o consultor sugere o seguinte teste: Passe em frente do es-tabelecimento, contando cinco passos enquanto observa a disposição dos itens. Feito isso, feche os olhos e tente se lembrar do que viu. Se a imagem aparecer organiza-da em sua memória, com todos os produtos da vitrine, o local está harmonioso. Agora, se tudo o que lembrar for confuso, e, poucos itens surgirem à mente, o comer-ciante precisa rever a disposição da fachada. O consultor acredita que os lojistas têm noção de como é uma vi-trine apresentável, contudo, não sabem como montá-la. Sendo assim, Marinho recomenda a consultoria de um vitrinista. Caso não seja possível, ele sugere a visita a grandes magazines como Renner, Zara e C&A, uma vez que estas lojas trabalham com profissionais do ramo. De acordo com o consultor, as vitrines de Blumenau são tão discretas quanto a cultura da cidade. São contidas. Ele diz que a relação (vitrine/perfil cultural) é normal e salutar, mas sugere um pouco de ousadia quando possível.

Vitrine da Moda

Mantenha a fachada sempre limpa e sem poeira; Invista na iluminação correta. A luz jamais pode ofuscar a vista do

cliente; Use película especial para evitar reflexo no vidro na vitrine; Jamais coloque os produtos no chão. Além de ser visualmente errado,

desvaloriza o item; Não queira mostrar tudo de uma só vez. Lembre-se que a vitrine é só o

trailer do filme; Explore temas diversos nas composições. Peça sugestões aos clientes

e funcionários.

Criatividade à solta Manequins com mão quebrada, cabelo de nylon embaraçado ou com pintura descas-cando desvalorizam o produto. Outro erro comum apontado pelo consultor é o uso de manequins com poses sem atitude. “Se o manequim custa caro, adquira um modelo que não tenha cabeça e use a criatividade ao colocar máscaras que combinam com o estilo da loja”, aconselha. O consultor acredita que todos os produtos merecem vitri-ne. Farmácia, agências de viagens e até estúdio de tatuagem podem usar a fachada para atrair a clientela. Para Marinho, o lojista pode evidenciar qualquer produto, do lingerie ao protetor solar, se enquadrá-lo em um contexto. Além das datas comemo-rativas, o consultor recomenda a exploração de temas como viagem, deserto, Copa do Mundo e aquecimento global, por exemplo. Quanto à mudança da arrumação da vitrine, Marinho conta que cada loja deve estudar seu tempo ideal, considerando o público que passa pelo local e a frequência com que recebe novos produtos.

Existem vários tipos de vendedor, alguns melho-res, outros piores. Mas nenhum deles vende mais que uma boa vitrine. O consultor e especialista em marketing de varejo e vitrinismo, Nelson Marinho, afirma sem medo de errar que a vitrine é responsá-vel por aproximadamente 45% das vendas.

Segundo Marinho, a vitrine de uma loja é como o trailer de um filme: mostra apenas a melhor parte e convida o consumidor a ver o todo. Mas como mui-tos lojistas não dão a devida atenção à ferramenta, o especialista dá dicas importantes de como fazer uma boa vitrine sem custos elevados.

vitrinismo

Especialista mostra importância

da vitrine e dá dicas de execução

O melhor vendedor

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entrevista:Cristiano Buerger

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‘O SCMC passou por uma transformação’

Santa Catarina é um grande polo da moda. Os números provam isso. Segundo a Asso-ciação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), em 200�, a produção na-cional de peças alcançou 5,5 bilhões. De 2004 a 200�, a produção têxtil cresceu 16%. Atualmente são mais de 20 mil produtores em atividade. Em 12 anos, o Estado teve 30 milhões de consumidores a mais no mercado. Em 12 anos, a renda per capta aumen-tou 15%. O resultado é que temos mais consumidores, com maior poder de compra: 70% são formados pelas classes B e C, que correspondem a 63% da população.

Para unir forças e ir além, o projeto Santa Catarina Moda Contemporânea cresceu e apareceu. Ao abrir as portas de grandes empresas para o novo, para a experimen-tação e, principalmente, para a realidade do mercado. Desde a primeira edição, o projeto também oferece capacitação, gestão, networking e informação, ao reunir

as empresas mais importantes da indústria catarinense. A quinta edição foi conclu-ída com um desfile, que é o ápice de cada SCMC. Os nove meses que antecederam o evento foram repletos de ações como palestras e workshops. As 15 empresas liga-das ao projeto, juntamente com os alunos das 14 instituições de ensino trabalha-ram, neste período, na linguagem de moda, na construção da identidade comercial e envolveram-se em muita pesquisa.

O diretor da Tecnoblu e presidente da SCMC, Cristiano Buerger, ressalta que a proposta é transformar o mercado de moda catarinense por meio da interação entre instituições de ensino, alunos e indústrias têxteis locais. E Buerger revela muito mais sobre o projeto na entrevista exclusiva que concedeu à revista Texfair Magazine. Confira:

“Hoje, o SCMC faz toda a diferença no currículo de um estudante de moda e design no Estado”

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Texfair Magazine – O que é o Santa Catarina Moda Contemporânea (SCMC)? Cristiano Buerger – O SCMC é o principal agente transformador da nossa cultura, da nossa educação para a importância do design, da ino-vação e do valor percebido para o futuro da nossa cadeia. Através dele, queremos desenhar uma nova história de sucesso em Santa Catarina.

TM – Por quem o projeto é formado?CB – Pelas principais indústrias do Estado, escolas de moda e estudan-tes selecionados através de etapas criteriosas.

CB – O que o SCMC representa para Santa Catarina? TM – O projeto, em apenas cinco anos de existência, já está entre as 10 maiores semanas de moda do Brasil, embora o desfile final seja apenas uma parte do SCMC. Conseguimos reunir muitas das mais importantes empresas do Estado, as quais, juntas, faturam aproximadamente R$ 2,5 bilhões por ano e geram mais de 22 mil empregos diretos. O projeto visa a trazer inovação às empresas, através de design contemporâneo, mas baseado na identidade regional.

TM – Qual o balanço da última edição, encerrada em março? CB – Mais de 3 mil pessoas no evento final, mais de 300 páginas de editoriais de moda e design, a formação de mais 54 alunos. Além disso, revistas e sites do Exterior vieram cobrir o evento. O SCMC passou por uma transformação importante.

TM – Como o SCMC impulsiona a carreira dos estudantes envolvidos no projeto? CB – Imagine um estudante de terceiro ou quarto ano, saindo após oito meses de projeto com um conhecimento prático enorme sobre desenvolvimento de coleções, modelagem, corte e costura, marketing, maquiagem e estrutura de desfile. Os estudantes sabem o que é possí-vel ou não fazer dentro da tecnologia existente na empresa parceira, sempre com acompanhamento de fantásticos estilistas e professores. Ao final desse período, o aluno ainda pode desfilar a sua coleção para 3 mil pessoas num ambiente como a Green Valley, em Camboriú, na presença de 30 jornalistas de moda do País e do Exterior. Para mim, isso é a materialização de um sonho. Hoje, o SCMC faz toda a diferença no currículo de um estudante de moda e design no Estado.

TM – Quais os benefícios das empresas que participam? CB – São muitos. Entre eles, o fato de dividir conhecimentos para so-mar experiências. A experiência do novo entrando na empresa através de alunos super criativos e sem ‘pré-conceitos’ instituídos, palestras e workshops com mestres em assuntos fundamentais para o futuro da empresa. E ainda: o SCMC faz o empresário escutar o novo, o inusitado, mudar conceitos e quebrar paradigmas.

TM – É possível adiantar alguma novidade sobre a sexta edição? CB – O SCMC começa em 25 de maio com a palestra do jornalista e editor de moda Jackson Araújo. Começa também o Very Important Company (VIC), processo que levará os empresários a conhecerem em-presas de outras áreas. O primeiro evento acontece em maio, na visita à Duas Rodas, em Jaraguá. Durante o São Paulo Fashion Week (SPFW), em junho, visitaremos a TAM e a Natura. A direção criativa do projeto, que teve durante os cinco primeiros anos o competente Mário Queiroz, mudará. Ainda não podemos indicar seu substituto, mas, certamente, será inovador.

“O SCMC faz o empresário escutar

o novo, o inusitado, mudar conceitos

e quebrar paradigmas”

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Gestão 6ª edição (2010 - 2011) Presidente: Cristiano Buerger (Tecnoblu) Vice-presidente e Marketing: André Luiz Klein da Silva (Dalila Têxtil) Diretora Executiva: Amélia Malheiros (Hering) Diretor Financeiro: Alfredo Guilherme Fantoni (Villa Têxtil) Diretor de Capacitação: André Lobe (Lancaster Tinturaria e Estamparia) Diretor Acadêmico: Jacir Lenzi (Senai)

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sustentabilidade

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As constantes inovações que ditam as regras no mercado atual são responsáveis também por novas tendências que invadem as fábricas, os estabeleci-mentos comerciais e passam a fazer parte da vida dos consumidores. Algumas companhias largam na frente e desenvolvem soluções que têm como objetivo a redução do impacto ecológico, mas também se des-tacam pela qualidade.

Um dos exemplos em ascensão no Vale do Itajaí é o trabalho da blumenauense Altenburg. Líder de vendas no mercado brasileiro de travesseiros, a empresa lançou neste ano o primeiro travesseiro ecologicamente correto.

O Ecofriendly tem tecido com composição de 100% algodão em percal de 200 fios. No processo de de-senvolvimento e acabamento, porém, o tecido não

sofre contato com elementos químicos. Já o interior e as fibras são totalmente reciclados de garrafas PET. A empresa calcula que cada travesseiro dessa linha retira 15 embalagens plásticas da natureza.

A diretora de Marketing da Altenburg, Diva Castro, ressalta que o produto é apenas a primeira novida-de da empresa na linha de modelos sustentáveis. Durante a 11ª Texfair, o principal tema da expo-sição da companhia será justamente o princípio ecológico. Para fortalecer a proposta, outros lan-çamentos já estão previstos.

“A Altenburg sempre teve a preocupação de buscar processos produtivos que não agredissem o meio am-biente e nunca fez divulgação disso. O que estamos fazendo com os novos produtos é tornar mais tan-gível essa crença”, esclarece. A novidade na cartela

de produtos da empresa apresentada ao mercado na feira têxtil é a linha de roupa de cama produzida com malha ecológica. O tecido é composto por 50% de fios de algodão e 50% de fios de garrafas PET reciclados. A textura dos produtos, no entanto, é a mesma da linha de outros tecidos.

“Queremos mostrar para o consumidor, cada vez mais consciente, que não existe diferença de qualidade entre os produtos tradicionais e ecológicos”, garante Diva.

A linha de produtos tem estampas em tons que re-metem à natureza e composição que oferece con-forto e ajuda a retirar embalagens plásticas do es-paço natural. Segundo a diretora, um jogo de cama completo da linha ecológica, com seis travesseiros, edredom e acolchoado, retira aproximadamente 170 garrafas do meio ambiente.

Soluções ecológicas mostram evolução têxtil na proteção ao meio ambiente

De bem com a natureza

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O processo Veja como acontece a transformação da garrafa PET em fibra e, posterior-

mente, em fios de algodão que permitem a produção de peças de vestuário:

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Consciência vem do berço

Cuidar do meio ambiente não é um compromisso só para gente grande. A Brandili Têxtil, empresa de Apiúna especializada em moda infantil, desen-volveu a coleção de Outono/Inverno 2010 da marca premium Brandili Mundi com base nos conceitos ecológicos em alta no mercado. Além do visual dos novos modelos, os processos de produção também se adaptaram à tendência e diminuíram os impac-tos causados ao meio ambiente.

As peças da coleção foram fabricadas com tecidos ecológicos. Além do fio composto por fibras de gar-rafas PET recicladas, a empresa utilizou variedades de algodão modificadas geneticamente. Com isso, o material já nasce colorido e evita o processo de tingimento. Uma etiqueta explicativa acompanha as peças e garante o emprego da tecnologia verde ao produto. Para completar, frases e imagens apli-cadas nas peças reforçam a necessidade de cuida-do com o meio ambiente.

A ideia de desenvolver uma coleção voltada ao meio ambiente já era discutida na empresa há mais de um ano. Além de agregar valor ao pro-duto, o apego aos princípios ambientais fortalece a política da empresa, que sempre se preocupou com os impactos da indústria ao meio ambiente. “A repercussão da coleção está sendo muito posi-tiva, o que mostra o acerto de buscar um tema que faz parte do próprio DNA da empresa”, informa a gerente de Marketing da Brandili, Mariana Dulac. Nos pontos-de-venda, os produtos são entregues em sacolas biodegradáveis que também ajudam a preservar a natureza.

A intenção do departamento de criação da empresa é estender a produção de peças ecológicas para as próximas coleções da Brandili Mundi e, inclusive, aprimorar as formas e tecidos que cumprem a mis-são de contribuir com o meio ambiente.

Mais do que tema de coleção, o conceito sustentá-vel é atribuído aos processos industriais da empre-sa desde a fundação, em 1965. Nos últimos anos, a empresa desenvolveu ações como programa de re-cuperação ambiental às margens do Rio Itajaí-Açu, pesquisa para reuso da água utilizada, construção de nova estação de tratamento de efluentes e pro-fissionalização da equipe de meio ambiente. “Como o consumidor do nosso produto final é a criança, a Brandili sempre teve a característica de fortalecer os cuidados ecológicos”, informa o coordenador de Meio Ambiente, Leonir Soliman Filho.

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moda social

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Empresas investem cada vez maisem responsabilidade social

O termo responsabilidade social nunca esteve tão em alta como nos últimos tem-pos. As empresas estão cada vez mais ado-tando práticas não apenas para conservar o Planeta, mas focando principalmente na gestão de pessoas e da comunidade.

Com o slogan ‘Desenvolvendo moda para desenvolver pessoas’, a empresa Lepper (Joinville/SC), especializada em cama, mesa e banho, preocupa-se desde a fun-dação com o desenvolvimento respon-sável tanto de colaboradores quanto da região onde atua.

De acordo com a diretora vice-presidente Maria Regina de Loyola Rodrigues Alves, a empresa desenvolve corporativamente dois programas de responsabilidade so-cial: Casa Solidária e Retalhos da Solida-riedade. O Casa Solidária prevê a doação de produtos fabricados pela empresa a entidades assistenciais de Joinville e região. Já o Retalhos da Solidariedade repassa às entidades três toneladas de retalhos de tecido anualmente, promo-vendo o voluntariado e auxiliando na renda de famílias em situação de risco e vulnerabilidade social.

Maria Regina conta que o projeto envolve 33 entidades, 400 voluntários e beneficia cerca de 5 mil pessoas. Outro orgulho, segundo Maria Regina, é a Fundação

12 de Outubro, instituída pelo patriarca da família e presidente do grupo, José Henrique Carneiro de Loyola. “Desde a fundação, em 12 de Outubro de 19�7, o órgão tem sido parceiro das entidades assistenciais para promover desenvolvi-mento harmonioso da família, atuando na execução, financiamento, orientação e acompanhamento de projetos voltados ao atendimento às crianças, adolescentes e idosos”, explica.

A Fundação também mantém vários ou-tros projetos: Reencontro, atendimento às famílias das crianças abrigadas no Lar Abdon Batista; Reviver com Sabedoria, acompanhamento de idosos da Comu-nidade Ezequiel e Cidadania e Solida-riedade, focado na educação ambiental e capacitação de multiplicadores para a geração de renda, auxiliando cinco co-munidades.

Além desses, segundo enfatiza Maria Regina, a têxtil mantém o programa de bolsas de estudos, oportunizando ensino profissionalizante e universitário a jovens carentes. “Essa ação incentiva as pessoas a buscarem mais conhecimento, impul-sionando, assim, o seu encaminhamento ao mercado de trabalho. Para tanto, man-têm convênio com cinco instituições de ensino, doando um montante de R$ 200 mil por ano”, diz Maria Regina.

Moda quedesenvolve pessoas

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tecnologia

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A internet é a mídia que mais cresce no Brasil e, de olho na expansão, as empresas têm investido pesado nessa mídia. Só em 2009 foram cerca de R$ 1,3 bilhão com crescimento médio de 30% e participação de 6%.

Redes sociais como o Twitter, Orkut e Facebook fazem cada vez mais parte dos mecanismos de comunicação empresarial. São ferramentas cada vez mais populares na internet e um fenômeno tão recorrente e forte que não passa despercebido pelas empresas. Redes sociais nascem com a finalidade de estabelecer contatos virtuais entre as pessoas. Mas são tantas as possibilidades criadas por esse tipo de site que muitas empresas estão aprovei-tando para expandir os negócios através do serviço.

Dados de uma pesquisa divulgados pela revista Business Week com as 100 empresas mais valiosas do mundo mostraram que os empreendimentos que investem em mídias sociais apresentam melhores resultados e receitas finais mais recheadas. Em média, empresas que investi-ram em mídias sociais cresceram 1�% em um ano, en-quanto aquelas que investiram pouco nas redes tiveram queda de 6%, em média, nas receitas no mesmo período.

“É preciso alertar as empresas, de quaisquer portes, para a eficiência e relevância das redes sociais”, diz o especialista em tecnologia de informação Nelson Ro-drigo Krug. “Há um benefício bastante grande em usar esse tipo de tecnologia, porque agiliza os processos de

negócios”. Para o especialista, as redes sociais, desde que utilizadas adequadamente, evitam duplicidade de informação, aumentam o trabalho colaborativo e melhoram os repositórios para criar um conhecimento coletivo da empresa.

Segundo Krug, melhorar o conhecimento coletivo é essencial para criar potencial e diferencial competitivo. “A empresa consegue melhorar os custos e agilizar pro-cessos de negócios”, afirma.

Por definição, uma rede social online é um site da in-ternet em que se pode publicar um perfil público da empresa ou de si próprio. Como em uma praça, um clube ou um bar, esse é o espaço no qual as pessoas trocam informações sobre as novidades, nesse caso, empresa-riais, compartilham os lançamentos e encontram novos talentos.

Com a utilização das redes sociais cada vez mais comum, as empresas aproveitam a visibilidade para promover seus produtos e serviços. Um exemplo disso é a Brandili, consolidada empresa têxtil de Apiúna (SC), especializa-da em moda infantil, que há mais de um ano está em redes sociais: Orkut, Twitter e Facebook. “A empresa resolveu adotar as redes sociais com o intuito de es-treitar cada vez mais o relacionamento com os clientes e parceiros, de uma forma que jamais seria possível no meio off line”, diz o gerente de Marketing da empresa,

Fabiano Acunha. Redes sociais são por sua natureza abertas, mutantes, autogerenciáveis e, principalmente, um mecanismo que oferece ao usuário formas de ter voz dentro da corporação, sendo um local onde se exerce não somente o uso de um software ou aplicativo, mas também a democracia do ouvir e ser ouvido. “Hoje, com a implantação das novas mídias, é possível desenvolver ações muito mais assertivas e conquistar um público peculiar, ao qual antes não tínhamos acesso. O contato com o público deixa de ser só comercial e passa a ser um relacionamento efetivamente coeso.”, acredita Acunha.

A blumenauense Altenburg entendeu a transformação da mídia com a implantação de redes sociais e buscou alinhar-se à modernidade e ao novo estilo de vida dos consumidores. Em função dessa mudança, há cerca de um ano, a empresa mantém uma comunidade no Orkut e, há dois meses, lançou o blog e o twitter com o slogan ‘Bem dormir, bem viver’.

Para a gerente de marketing da Altenburg, Diva Castro, antigamente o popular ‘horário nobre’ era aquele quan-do a família reunia-se para ver o jornal e a telenovela. Esse era o momento ideal para as marcas comunicar-se com os consumidores. Ela acredita que no cenário atual, quem faz o horário nobre é o próprio consumidor. “As opções de mídia multiplicaram-se e a solução das mar-cas é estabelecer a conectividade através dos interesses comuns. Isso as redes sociais propiciam”, afirma.

Empresas investem em ferramentas da internet como Twitter, Orkut e Facebook para agilizar o contato e aproximar os clientes

Redes sociaisimpulsionam os negócios

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Instantaneidadenos resultados

Além de tornar mais fácil o acesso direto ao consumidor final, a internet também se destaca como canal de rápido retorno para as empresas que nela investem. Segundo Diva, as redes sociais es-treitam a comunicação com os consumidores. Eles interagem diretamente com a empresa através de posts (comentários deixados no site). “Isso cria um desejável sentido de ‘pertencimento’ e de identidade. Essas ações nos dão retorno imediato sobre a percepção do consumidor, encurtando o espaço e o tempo entre melhorias e correções em produtos e comunicação”, aponta Diva.

As palavras da gerente de Marketing da Altenburg são carimbadas pela Brandili. Após a mudança no foco de comunicação da empresa, a visibilidade para os produtos da marca aumentou signifi-cativamente. Uma das criações que ganharam destaque na Brandili foi o Fã Clube das Crianças do Brasil, em 2009, pelo qual mães interagem enviando perguntas, dúvidas e sugestões através do site e absorvem também o conteúdo de moda e novidades.

No começo, de acordo com o gerente de Marketing Fabiano Acunha, a campanha era para durar três meses, no entanto, o projeto foi bem recebido pelos consumidores, tornando-se uma rede social para mães e crianças dentro do site da empresa. “Antes do lançamento do Fã-Clube nossa média de acessos era de aproximadamente 300 ao dia, no ápice do concurso, em 2009, atingimos mais de 90 mil e, hoje, temos mais de 25 mil crianças e mães cadastradas interagindo entre si”, enumera. Segundo o especialista em tecnologia da informação Nelson Krug, o consumidor que acessa o pro-duto na web tem outra visão do negócio do que aquele que vê a propaganda na TV. “Quando se anuncia na TV, você não sabe se a pessoa está na sala ou se mudou de canal. Na internet, o usuário carregou a página porque quis e vai ver. Se haverá efeito, dependerá da pessoa, mas será impactada, o que você não garante na TV”, afirma.

Segundo Diva, ainda é cedo para se quantificar os resultados da implantação das redes sociais na Altenburg. Ela acredita que a possibilidade de interação, a rapidez no feedback, a criação de afini-dade e pertinência da marca fazem com que os custos sejam mais acessíveis. “Com as redes sociais, as empresas proporcionam soluções práticas, dando voz para os consumidores, tornando-os agentes ativos na construção de uma marca”, acrescenta a gerente de Marketing da Altenburg.

Para Acunha, as redes sociais deram certo pelo fato de quebrarem as barreiras da rigidez da co-municação formal e, principalmente, pela velocidade com que a informação chega ao consumidor. “Um dos maiores benefícios das mídias sociais é a questão do relacionamento com o consumidor que torna-se direto e sem ruídos, conseguimos informações extremamente relevantes para planejar as futuras ações”, sentencia.

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economia

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Imagine uma solução que pode diminuir os custos de cultivo do algodão entre 20% e 50%, reduzir pela me-tade o espaço necessário para cultivo e garantir preços mais acessíveis ao produto final. Realidade em países como Estados Unidos, Argentina e Paraguai, a planta-ção do algodão adensado, quando o espaço entre as fileiras das mudas são reduzidos de 90 para 45 cen-tímetros, ganha força no Brasil e favorece, inclusive, o volume de exportação dos produtores derivados.

A técnica foi utilizada de forma experimental em cerca de 5 mil hectares, no Mato Grosso, na safra 200�/2009. Os primeiros resultados dos produtos agradaram em cheio à cadeia nacional têxtil e a produção já evoluiu para escalas maiores. Neste ano, só o Mato Grosso

responde por 52 mil hectares de plantio do algodão adensado. “Essa modalidade já recuperou a área de plantio perdida nos últimos anos e, em breve, já deve-mos ter até crescimento”, revela o presidente da As-sociação Mato-Grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Gilson Pinesso.

Do ponto de vista da indústria têxtil, a novidade traz como principal benefício o aumento da oferta do material no mercado nacional. Segundo o presidente da Ampa, antes do novo cultivo, a oferta de algodão nacional era de 1,30 milhão de toneladas, enquanto a demanda era de 1,05 milhão. “A situação, certa-mente, caminhava para a necessidade de importação. E importar algodão atualmente não está fácil. Além

da falta de material, o custo fica muito mais alto”, informa. Estima-se que o custo de aquisição da principal matéria-prima para a indústria têxtil ul-trapassasse os 40%.

Por se tratar de uma commodity supervisionada pelo governo, o preço do algodão no mercado não deve sofrer redução mesmo com a nova técnica, que traz menos custo ao cultivo. Além disso, o prejuízo enfren-tado pelos produtores nas últimas colheitas também deve ser o alvo da lucratividade proporcionada pela variedade adensada. “A necessidade de menos inves-timento para plantação deve ajudar na hora da esco-lha dos produtores entre algodão, milho e soja, onde o primeiro perdia espaço em safras anteriores”, explica.

Algodão adensado melhora produtividadeNova técnica de plantação de algodão adensado impulsiona agronegócio e pode beneficiar processos na cadeia têxtil

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QualidadeO coordenador do Comitê do Algodão da Associação Brasileira das Indús-trias Têxteis, Ivan Bezerra Filho, reforça a importância da chegada do algo-dão adensado ao mercado brasileiro, mas ressalta que o que se conhece da técnica é fruto da primeira safra, em caráter experimental. “Sabemos que esse material pode ajudar muito a indústria, mas tem mais impurezas, tornando-se um algodão de qualidade inferior”, alega.

Na justificativa do coordenador, destaca-se ainda o apelo para que o pro-duto venha identificado e que não se misture nos processos industriais com o algodão tradicional. “Em alguns setores menos exigentes, como o de produção de tecidos índigos, o material vai ser muito bem-vindo, mas outros produtores terão que ter cautela com a variedade que pode ter pre-ço inferior”, argumenta.

O presidente da Ampa garante que a qualidade do algodão é exatamente a mesma. As primeiras toneladas produzidas foram negociadas no mercado in-terno, além de Indonésia e Coreia do Sul, importadores tradicionalmente exi-gentes. “Não tivemos sequer um registro de reclamação”, assegura Pinesso.

Ele atribui as especulações sobre qualidade ao desconhecimento da técnica e reforça que o produto serve para toda a cadeira têxtil e evita a necessidade de importação. Além disso, ele explica que o cultivo feito na Argentina é diferente do realizado no Brasil, que ganha em qualidade. “O algodão argentino começa a ser plantado numa época quente e é colhido numa estação fria. Aqui no Centro-Oeste, a plantação acontece num perí-odo quente e, quando o produtor vai colher, as temperaturas ainda estão altas. Isso faz com que a forma de cultivo dê uma qualidade ainda maior ao produto”, explica o coordenador. Pinesso garante que o algodão é vendido de acordo com os padrões internacionais.

Cenário regional

Apesar de ainda não ter muita representatividade nas indústrias catari-nenses, os caminhos abertos com o cultivo do algodão adensado são vistos com bons olhos pelo setor. “Não temos levantamento que mostre se esse algodão já chegou às empresas, mas, desde que atenda as características necessárias, o produto se mostra importante e traz uma tecnologia na qual vale a pena investir”, avalia a gerente-geral da Fundação Blumenauense de Estudos Têxteis (Fbet), Cássia Cristina de Melo Longen.

Na opinião de Cássia, a tecnologia surge como uma alternativa para garan-tir competitividade ao produtor de algodão, que, consequentemente, dis-semina os bons resultados também à indústria têxtil. “O cultivo do algodão adensando é um futuro que indica ser promissor, já que se pode plantar mais em áreas menores e com menor custo”, justifica.

A expectativa positiva é compartilhada também pelo presidente da Ampa. “Tenho certeza que o futuro proporcionado por essa nova forma de cultivo é muito promissor. Cabe à indústria têxtil aplaudir essa evolução e apoiar o processo para acompanhar os resultados”, orienta.

A inovação no cultivo da principal matéria-prima da indústria têxtil vai ao encontro da evolução que o mercado atravessa. De 2007 a 2009, o setor faturou aproxima-damente R$ 134,3 bilhões em todo o Brasil e gerou 5 milhões de empregos diretos. Sexto maior produtor mundial de algodão, o Brasil produziu 5,5 bilhões de peças somente na indústria do vestuário no ano passado.

No Vale do Itajaí, principal polo têxtil de Santa Catarina, referência no mercado, o potencial não é diferente. Com aproximadamente 6 mil unidades industriais e �0 mil trabalhadores, o faturamento médio do setor na região é de aproximadamente US$ 4�0 milhões mensais.

Força do setor

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gestão

Bons ventos no varejo

Atendimento é um dos itens determinantes na fidelização do cliente. Ximenes aponta os elementos que envolvem o bom atendimento antes, durante e após a compra. “Respei-to, atenção e educação. Usando essas três palavras mágicas tudo ficará mais fácil ”, afirma o perito em varejo. Mas, o que faz uma pessoa entrar em uma loja em vez de outra? Para responder essa pergunta específica é preciso levar em conta a comparação visual, como explica Ximenes. Ele orienta a caprichar na qualidade da fachada e do letreiro, que devem ficar sempre limpos e com boa pintura. Deve-se usar vitrines atrativas e bem iluminadas, além da boa exposição interna de produtos e com espaço adequado para locomoção. Os preços devem estar legíveis em todos os produtos. Uma experiência positiva fará com que o cliente retorne ao estabelecimento.

1) Propaganda inteligente e para o público correto da loja, com certeza, vai gerar fluxo por menor que tenha sido o investimento;

2) Vitrine bem feita tem o poder de transformar quem está passando em po-tencial cliente e, sem dúvida, vende muito;

3) Promoções inteligentes e que realmente proporcionam algum tipo de van-tagem para os clientes.

Para atrair o cliente faça...

Perspectivas positivas para o setor estimulam adaptação dos lojistas e atenção ao cliente

O poder de encantarO desenvolvimento do varejo brasileiro tem se mostrado positivo nos últimos anos, principalmente no que diz respeito ao volume de vendas, apresentação de produtos, layout das lojas, pontos de venda e diversificação de ofertas. Economistas apontam números otimis-tas. Enquanto a economia brasileira como um todo deve crescer de 5% a 6%, o comércio varejista tem previsão de crescer mais de 10% em 2010.

De acordo com o especialista em treinamento nas áreas de atendi-mento, vendas e liderança para indústrias e varejo, Artur Ximenes, o setor segue uma tendência que se baseia no cotidiano dos consu-midores. Com mais de 20 anos de experiência ministrando cursos e palestras, Ximenes explica que as transformações sociais e a demo-cratização das informações fomentam as necessidades humanas.

O resultado é uma cobrança cada vez maior de novos produtos, ser-viços e respostas. O especialista avalia que esta é uma tarefa difícil, tendo em vista a competitividade imposta por grandes redes do va-rejo, principalmente as estrangeiras. Essa situação traz no reboque a necessidade de profissionalização dos lojistas. “O bom disso tudo é que ainda existem muitas oportunidades para se manter competiti-vo e faturar”, considera Ximenes.

Ele destaca que para trabalhar no terreno varejista é preciso consi-derar uma série de fatores como localidade, concorrência, segmen-to, tamanho e tempo de vida do negócio, nível de profissionalização do gestor e equipe de vendas e também o perfil de consumidores da praça. “Não existem receitas prontas e para tudo no varejo se exige muito trabalho, observação e atitude em relação a esses inúmeros fatores pertinentes ao negócio”, salienta o especialista.

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1) Sabe ouvir;

2) Passa confiança e credibilidade no que fala e defende;

3) É automotivado e estabelece objetivos;

4) Gosta de gente;

5) Mostra boa vontade.

O bom vendedor...

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Cliente satisfeito é a melhorpropaganda

Para Artur Ximenes, conhecer bem o cliente é primordial para que ele tenha a sensação ‘da loja que é a minha cara’. Observações de como o cliente compra e pesquisas sobre o seu per-fil auxiliam nesta tarefa. Além disso, é preciso disponibilizar um mix de produtos atualizado, manter a equipe de atendimento motivada, assim como o cadastro atualizado de clien-tes. Algo que ajuda a movimentar o comércio e pode começar dentro da loja é desenvolver um site e montar um calendário de eventos promocionais com os principais fornecedores, sugere o especialista.

Conquistar novos clientes não é fácil nem barato. Por isso, o pós-venda deve ser uma ferramenta para manter e desenvolver atuais clientes. Ximenes diz que com a criação do Có-digo de Defesa do Consumidor as frustrações diminuíram bastante em relação às garantias, trocas e reclamações, mas ainda existe muito que fazer. “Existem inúmeros exemplos de em-presas que fazem do pós-venda um eficaz arti-fício de encantamento e controle da qualidade do atendimento prestado”.

O telefone e o e-mail são duas ótimas opções para esse trabalho. Através deles, pode-se constatar se a venda foi realizada com sucesso em todas as etapas, da aquisição ao uso. “Por-tanto, troque contatos sempre que possível, em qualquer hora ou dia, dê a atenção devida a todas as reclamações, por menores que sejam, adote ações corretivas e colha excelentes fru-tos, pois, cliente bem atendido se transforma num excelente propagandista de sua loja”, garante Ximenes.

Comprador feliz

Ter as necessidades ou desejos atendidos corretamente. É isso que uma pessoa espera quando entra em uma loja. O vendedor precisa ajudar o cliente e, quando necessário, ensiná-lo a fazer a melhor aquisição ou experiência de compra possível. Ximenes constata que são inúmeros os casos de frustração por omissão, ganância ou despreparo dos vendedores. Ele cita como exemplo o pro-fissional que vende uma nova cama ou colchão sem perguntar o tamanho do quarto ao cliente. “Na entrega do produto, ele percebe que continuará a dormir na cama antiga ou no chão tendo em vista que o novo não cabe no quarto”.

Mas bom atendimento é o básico a se oferecer. O cliente quer mais, principalmente porque sabe do seu valor e de como a luta é acirrada para conquistá-lo. Ximenes considera que sempre é possível melhorar. Novas táticas e criatividade devem ser colocadas à prova. “Construa uma atmosfera de felicidade na loja, personalize cada atendimento, tratando cada cliente pelo nome, mostre boa vontade e interesse real em atender as necessidades dele, distribua sorrisos e respeite o bolso dele”, enumera o especialista.

Um exemplo que tem se destacado no mercado é a adaptação de alguns segmentos para atender o mais relevante consumidor: a mulher. Estúdios fotográficos, oficinas mecânicas, lojas de materiais de construção, concessionárias de automóveis e outras inúmeras áreas estão se recriando para atender esse importante consumidor. Ao buscar a excelência no atendimento, o lojista alcança a preferência de seus clientes e a credibilidade no mercado.

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turismo

Uma cidade para ser visitada

Lugar repleto de riquezas naturais, o Vale do Itajaí também é marcado pelas fortes características da colonização na arquitetura, na culinária, no artesanato e nos jardins bem cuidados e coloridos. Com um povo hospitaleiro, a região é um dos destinos mais requisitados do Sul do País. Na gastronomia, os sabores das cozinhas brasileira, alemã, italiana e portuguesa atraem os olhares e o paladar.

Com potencial nato para o turismo, as cidades do Vale desenvolveram atrativos que compõem a gama de opções para lazer e cultura em Santa Catarina. O variado comércio, conhecido em todo o Brasil, monumentos históricos, passeios pelas rotas do Vale Europeu e o povo, que mantém as tradições das antigas colônias, inclusive a língua nativa dos antepas-sados. Um passeio por esses lugares remete imediatamente à impressão de estar em outro país.

A alegria contagiante desse povo fica mais evidente durante as festas típicas, especialmente as de outubro, com destaque para a Oktoberfest, realizada em Blumenau desde 1984. Na área rural, as pequenas pro-priedades com casas bem cuidadas, jardins floridos e pastos verdes são um convite à contemplação. Nesses locais, podem-se adquirir produtos coloniais de qualidade.

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Belezas do Vale Europeu fazem da região um dos principais destinos do Sul do País

Blumenau convida

Caminhadas

No dia 1� de agosto, a Secretaria de Turismo de Blumenau lança o Proje-to Caminhadas. O percurso de 12 quilômetros é um convite para conhe-cer a Vila Itoupava, a 25 quilômetros do Centro. O trajeto tem o tempo previsto de quatro horas e oferece o contato com a natureza e o povo.

Dia do Turista

A proposta é dar ao turista um dia de rei. Rei do Tiro. Os clubes de caça e tiro sempre representaram os costumes trazidas pelos imigrantes e pre-servam um importante papel social, cultural, político e recreativo. Hoje, Blumenau conta com 36 clubes, que lutam para manter vivas as origens dos antepassados. No passeio, os visitantes têm a oportunidade de parti-cipar das atividades culturais com uma bela festa de reis e rainhas. Tudo isso regado a muito chope e pratos típicos.

Roteiro de Turismo Industrial

Idealizado em 2005, o passeio oferece a oportunidade de conhecer as empresas que fabricam os produtos blumenauenses. Atualmente, fazem parte do roteiro a Cia.Hering, Cristal Blumenau, Glas Park, Fornos Jung, Momento Engenharia Ambiental, Sulfabril e Weg Transformadores Elé-tricos. As visitas às empresas devem ser agendadas pela Secretaria de Turismo de Blumenau.

Roteiro de Turismo Histórico

O trajeto inclui pontes, prédios antigos e contemporâneos da Rua XV de Novembro, monumentos, praças, igrejas, pontes e todos os lugares que contam a história da cidade. Neste roteiro, a pessoa pode obter informa-ções na Central de Atendimento ao Turista (CAT) e fazer o percurso sem a necessidade de guia.

Roteiro das Cervejarias Artesanais

Além de conhecer a exposição de equipamentos e peças utilizados na fabricação da cerveja, fotografias e documentos no Museu da Cerveja, o visitante pode ir além e provar o produto feito artesanalmente na região. O Roteiro das Cervejarias artesanais inclui 11 estabelecimentos produtores. As visitas deverão ser agendadas com antecedência com cada cervejaria.

Roteiro de Natureza

Parques ecológicos, trilhas, fauna e flora compõem as belas paisagens de Blumenau. No passeio que contempla a natureza, o turista tem acesso ao Parque Ecológico Spitzkopf, Nova Rússia e Museu de Ecologia Fritz Muller. Os demais destinos estão fechados para reestruturação.

- A Central de Atendimento ao Turista (CAT) funciona todos os dias da semana, das �h às 20h. Informações: (47) 3222-3176

Mário Barbeta / Divulgação

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De acordo com o secretário de turismo de Blumenau, Eduardo Bahls de Almeida, o principal intuito de todas as secretarias de turismo da região é desenvolver projetos sustentáveis, que dêem opções para que o turista permaneça por mais tempo no Vale, seja na área de lazer ou negócios. A Prefeitura de Blumenau, em parceria com o Convention e Visitors Bureau, tem buscado atrair cada vez mais eventos, congressos, feiras e criar roteiros para que essa proposta seja viabilizada. “Ter passeios formatados auxilia no nosso objetivo de atender às expectativas dos visitantes”, explica o secretário.

Bahls de Almeida ressalta a importância de fomentar parce-rias com as operadoras de turismo. Segundo ele, anualmente o Brasil recebe 280 mil turistas de Portugal e 90% deles de-sembarcam no Nordeste, poucos seguem para o Sul do País. Criar pacotes que incluam Blumenau no destino dos visitan-tes é algo que já vem sendo pensado.

Em 2009, as prefeituras apresentaram para a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), a ideia de fazer um turismo conjunto. A entidade, criada com o intuito de pro-mover a integração e a organização dos municípios da região, estuda o projeto que pretende agregar o que cada município tem de melhor através de uma série de ações.

Ações conjuntas

Especial Patrick Rodrigues

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artigo

Bons ventos para a indústria da modaO setor têxtil e de confecção brasileiro é carregado de significado não somente para os que atuam há gerações nessa indústria pulsante, mas para milhões de brasileiros que depen-dem direta e indiretamente desse setor. A história da industrialização brasileira se confun-de com a própria história do setor têxtil que, desde os primórdios até os dias atuais, sempre puxou o desenvolvimento industrial do País ao se tornar o seu grande amortecedor social, empregando e gerando renda aos brasileiros. Hoje, são mais de 1,7 milhão de trabalhado-res diretos e mais 7 milhões se adicionarmos os indiretos.

A capilaridade da cadeia têxtil e de confecção é incomparável. Não há um único lugarejo no Brasil onde não se encontra uma atividade têxtil ou de confecção. Mesmo no mais recôndi-to povoado é possível encontrar uma costureira, uma bordadeira, uma mulher a tricotar. Um setor essencialmente feminino, no qual 75% da mão-de-obra é constituída por mulheres, muitas das quais são chefes de família.

Protagonistas de uma indústria portadora de futuro, os profissionais e empresários do setor inovam diariamente, sedimentando cada vez mais o caminho para as próximas gerações. Na amplitude de seus números, o setor é autossustentável na produção de algodão com mais de 1,5 milhão de ton/ano, 1,4 milhão toneladas de tecido plano, 6�0 mil toneladas de malhas e mais de 9,5 bilhões de peças de confecção.

Estamos projetando um crescimento de 4% para o setor têxtil e de confecção brasileiro para 2010, tendo por base de cálculo as metas do governo para o PIB deste ano, em torno de 5%. Esse crescimento nos possibilitará gerar mais 40 mil novos postos de trabalho direto. Cerca de 10% desse contingente já será contratado em função dos negócios gerados pela Copa do Mundo, especialmente para as empresas de material esportivo.

Certamente, estamos com um mercado interno aquecido e este mercado é nosso maior pa-trimônio e precisamos defendê-lo. A ABIT nunca buscou proteção para a nossa indústria, mas sempre defendeu e continuará defendendo o setor do comércio ilegal e desleal. Da mesma forma, precisamos avançar com mais tenacidade além das nossas fronteiras e au-mentar nossas exportações. O governo anunciou recentemente um pacote de medidas para incentivar os exportadores e incluiu um pleito da ABIT que era a não-adição das vendas ex-ternas no faturamento total das empresas do Simples. Essa e outras medidas do pacote não resolvem nosso déficit na balança comercial no curto prazo, mas incentivam as empresas a pensarem no mercado internacional.

Santa Catarina é um dos grandes exportadores do nosso setor e está entre os cinco maiores polos de cama, mesa e banho do mundo. Com tecnologia de ponta, design diferenciado, os produtos que veremos na Texfair estão entre os mais desejados do mundo, principalmente pela sustentabilidade socioambiental que muitas marcas agregam ao valor final. Tenho certeza que compradores e expositores ficarão muito satisfeitos com os negócios que serão feitos.

Um abraço e bons negócios!

Aguinaldo Diniz FilhoPresidente da ABIT

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“A história da industrialização brasileira se confunde com a

própria história do setor têxtil que, desde os primórdios até

os dias atuais, sempre puxou o desenvolvimento industrial do País ao se tornar o seu grande

amortecedor social”

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