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IDADE MÉDIA história Geral apostila 02 5 História Geral - Apostila 02 pelo Papa e deviam fidelidade a ele. No entanto, desde o governo do Oton I, os imperadores do Sacro Império Romano Germânico corromperam essa regra e tomaram para si o direito de investir clérigos. Essas investiduras obedeciam critérios políticos dos imperadores, favorecendo a corrupção interna da Igreja. Contra esse estado decadente em que se encontrava a Igreja, levantou-se um movimento reformista liderado pela Ordem de Cluny. O maior expoente desse movimento foi o Papa Gregório VII, que recusou as interferências do Império nos assuntos da Igreja, condenando todas as investiduras efetuadas por leigos, decretando-as inválidas. Esse ato provocou forte reação do Imperador Henrique IV do Sacro-Império, que não obedeceu ao decreto papal, e foi excomungado. A nobreza alemã aliou-se ao Papa contra Henrique IV, que teve que peregrinar à cidade de Canossa para implorar o perdão papal em 1077. Reabilitado, Henrique IV desfechou duro golpe contra o papado, destituindo-o, esse fato provocou a fuga do Papa de Roma. A questão só foi resolvida em 1122, com a ratificação da Concordata de Worms. Este acordo estabeleceu os limites entre o poder do Império e da Igreja. Ao Papa ficava reservado o direito de investir clérigos e ao Imperador o direito de investir vassalos. Posteriormente reiniciaram-se novas querelas entre o papado sediado na Itália e o Sacro-Império na Alemanha. Esses constantes conflitos foram responsáveis pela fragmentação política da Alemanha, que, assim como a Itália, tornou-se um Estado centralizado apenas no século XIX. você sabia? Os pensadores da Idade Moderna se consideravam herdeiros da cultura clássica grega e romana anga e achavam que o período de mil anos que separava a Idade Moderna da Idade Anga era um período de decadência, uma noite de mil anos. Assim, a ideia de que a Idade Média foi a Idade das Trevas é incorreta, pois trata-se de um preconceito cunhado pelos intelectuais da Idade Moderna. Na verdade, apesar da Inquisição, a Idade Média foi um período em que houve diversas e importantes conquistas para o mundo ocidental. A Questão das Investiduras revela o grande poder detido pela Igreja Católica na Idade Média, pois a vitória coube ao Papa. No entanto, esta situação mudou na medida em que ocorreu o processo de centralização do poder monárquico, agora os reis detinham um poder maior que o poder dos Papas. TESTES 01. (UFPR) O Papa Francisco, eleito em março de 2013, chamou atenção novamente para a figura de Francisco de Assis, considerado o fundador da Ordem dos Franciscanos (ou dos Frades Menores) na Baixa Idade Média. Assinale a alternativa que relaciona o contexto de surgimento dos Franciscanos e sua motivação de ação. a) Com a retração do renascimento comercial e urbano, aumentaram a pobreza e o abandono de crianças, que eram recolhidas pelas Ordens Mendicantes, dentre elas a dos Franciscanos, para evitar que fossem recrutadas nas Cruzadas. b) Com o renascimento comercial e urbano, aprofundaram-se a pobreza e as desigualdades sociais, suscitando o aparecimento de várias Ordens Mendicantes, que pretendiam atuar junto aos necessitados, entre elas a Ordem dos Franciscanos. c) O renascimento comercial e urbano gerou um empobrecimento da Igreja Católica na Baixa Idade Média, suscitando o aparecimento das Ordens Mendicantes, dentre elas a dos Franciscanos. d) Com o renascimento comercial e urbano, surgem as Ordens Mendicantes, dentre elas a dos Franciscanos, que constituíram uma força de contestação da ordem feudal e do poder econômico da Igreja. e) Com a crescente ruralização e o aumento da pobreza no espaço europeu, surgiram as Ordens Mendicantes, como a dos Franciscanos, para se tornar a principal instância da Igreja Católica. 02. (UFPR) As invasões germânicas têm início no século IV d.C. e promovem importantes transformações no panorama mediterrânico, as quais atingem as estruturas do mundo clássico. Identifique, dentre as transformações abaixo, a que corresponde à raiz da protofeudalização da Europa Ocidental. a) Ruralização e fragmentação do poder político. b) Imposição da maneira de viver dos povos germânicos e conseqüente destruição da cultura dos povos dominados. c) Desaparecimento do latim como língua escrita e falada, substituída pelos dialetos germânicos. d) Substituição do cristianismo pelos cultos celtas e godos nos reinos germânicos. e) Substituição do Direito Romano pelos costumes dos povos invasores. 03. (UTFPR) “O processo de gestação do Feudalismo foi bastante longo, remontando à crise romana do século III, passando pela constituição dos reinos germânicos nos séculos V-VI e pelos problemas do Império Carolíngio no século IX, para finalmente se concluir em fins desse século ou primórdios do X.” (FRANCO JÚNIOR, Hilário. O feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1983, p. 9) Com base no texto acima, é correto afirmar sobre o Feudalismo na Alta Idade Média que: a) as lutas entre burgueses e trabalhadores assalariados impediram a estabilidade social e política. b) a sociedade feudal era rural e clericalizada e o poder político era fragmentado. c) as perturbações provocadas pela fome e pela peste fortaleceram o poder da nobreza feudal. d) o mundo feudal foi marcado pela centralização monárquica e pelo trabalho escravo. e) as invasões bárbaras ocasionaram o surgimento de heresias, provocando guerras religiosas.

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Page 1: TESTES - dynamicon.com.br · a) Com a retração do renascimento comercial e urbano, aumentaram a pobreza e o abandono de crianças, que eram recolhidas pelas Ordens Mendicantes,

IDADE MÉDIA história Geralapostila 02

5História Geral - Apostila 02

pelo Papa e deviam fidelidade a ele. No entanto, desde o governo do Oton I, os imperadores do Sacro Império Romano Germânico corromperam essa regra e tomaram para si o direito de investir clérigos.Essas investiduras obedeciam critérios políticos dos imperadores, favorecendo a corrupção interna da Igreja. Contra esse estado decadente em que se encontrava a Igreja, levantou-se um movimento reformista liderado pela Ordem de Cluny.O maior expoente desse movimento foi o Papa Gregório VII, que recusou as interferências do Império nos assuntos da Igreja, condenando todas as investiduras efetuadas por leigos, decretando-as inválidas.Esse ato provocou forte reação do Imperador Henrique IV do Sacro-Império, que não obedeceu ao decreto papal, e foi excomungado. A nobreza alemã aliou-se ao Papa contra Henrique IV, que teve que peregrinar à cidade de Canossa para implorar o perdão papal em 1077. Reabilitado, Henrique IV desfechou duro golpe contra o papado, destituindo-o, esse fato provocou a fuga do Papa de Roma.A questão só foi resolvida em 1122, com a ratificação da Concordata de Worms. Este acordo estabeleceu os limites entre o poder do Império e da Igreja. Ao Papa ficava reservado o direito de investir clérigos e ao Imperador o direito de investir vassalos.Posteriormente reiniciaram-se novas querelas entre o papado sediado na Itália e o Sacro-Império na Alemanha. Esses constantes conflitos foram responsáveis pela fragmentação política da Alemanha, que, assim como a Itália, tornou-se um Estado centralizado apenas no século XIX.

você sabia?Os pensadores da Idade Moderna se consideravam herdeiros da cultura clássica grega e romana antiga e achavam que o período de mil anos que separava a Idade Moderna da Idade Antiga era um período de decadência, uma noite de mil anos. Assim, a ideia de que a Idade Média foi a Idade das Trevas é incorreta, pois trata-se de um preconceito cunhado pelos intelectuais da Idade Moderna. Na verdade, apesar da Inquisição, a Idade Média foi um período em que houve diversas e importantes conquistas para o mundo ocidental.

A Questão das Investiduras revela o grande poder detido pela Igreja Católica na Idade Média, pois a vitória coube ao Papa. No entanto, esta situação mudou na medida em que ocorreu o processo de centralização do poder monárquico, agora os reis detinham um poder maior que o poder dos Papas.

TESTES01. (UFPR) O Papa Francisco, eleito em março de 2013, chamou atenção novamente para a figura de Francisco de Assis, considerado o fundador da Ordem dos Franciscanos (ou dos Frades Menores) na Baixa Idade Média. Assinale a alternativa que relaciona o contexto de surgimento dos Franciscanos e sua motivação de ação.

a) Com a retração do renascimento comercial e urbano, aumentaram a pobreza e o abandono de crianças, que eram recolhidas pelas Ordens Mendicantes, dentre elas a dos Franciscanos, para evitar que fossem recrutadas nas Cruzadas. b) Com o renascimento comercial e urbano, aprofundaram-se a pobreza e as desigualdades sociais, suscitando o aparecimento de várias Ordens Mendicantes, que pretendiam atuar junto aos necessitados, entre elas a Ordem dos Franciscanos. c) O renascimento comercial e urbano gerou um empobrecimento da Igreja Católica na Baixa Idade Média, suscitando o aparecimento das Ordens Mendicantes, dentre elas a dos Franciscanos. d) Com o renascimento comercial e urbano, surgem as Ordens Mendicantes, dentre elas a dos Franciscanos, que constituíram uma força de contestação da ordem feudal e do poder econômico da Igreja. e) Com a crescente ruralização e o aumento da pobreza no espaço europeu, surgiram as Ordens Mendicantes, como a dos Franciscanos, para se tornar a principal instância da Igreja Católica.

02. (UFPR) As invasões germânicas têm início no século IV d.C. e promovem importantes transformações no panorama mediterrânico, as quais atingem as estruturas do mundo clássico. Identifique, dentre as transformações abaixo, a que corresponde à raiz da protofeudalização da Europa Ocidental.

a) Ruralização e fragmentação do poder político. b) Imposição da maneira de viver dos povos germânicos e conseqüente destruição da cultura dos povos dominados. c) Desaparecimento do latim como língua escrita e falada, substituída pelos dialetos germânicos. d) Substituição do cristianismo pelos cultos celtas e godos nos reinos germânicos. e) Substituição do Direito Romano pelos costumes dos povos invasores.

03. (UTFPR) “O processo de gestação do Feudalismo foi bastante longo, remontando à crise romana do século III, passando pela constituição dos reinos germânicos nos séculos V-VI e pelos problemas do Império Carolíngio no século IX, para finalmente se concluir em fins desse século ou primórdios do X.”

(FRANCO JÚNIOR, Hilário. O feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1983, p. 9)

Com base no texto acima, é correto afirmar sobre o Feudalismo na Alta Idade Média que:

a) as lutas entre burgueses e trabalhadores assalariados impediram a estabilidade social e política. b) a sociedade feudal era rural e clericalizada e o poder político era fragmentado. c) as perturbações provocadas pela fome e pela peste fortaleceram o poder da nobreza feudal. d) o mundo feudal foi marcado pela centralização monárquica e pelo trabalho escravo. e) as invasões bárbaras ocasionaram o surgimento de heresias, provocando guerras religiosas.

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história geralapostila 02

História Geral - Apostila 02

04. (Enem) Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez de um profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio urbano, pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha.

DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa Feudal à Renascença. São Paulo: Cia. das Letras, 1990

(adaptado).

As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média, quando elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está diretamente relacionado com

a) o crescimento das atividades comerciais e urbanas. b) a migração de camponeses e artesãos. c) a expansão dos parques industriais e fabris. d) o aumento do número de castelos e feudos.e) a contenção das epidemias e doenças.

05. (UEPG) Instituição detentora de grandes poderes do mundo medieval, a Igreja Católica exerceu forte influência religiosa, ideológica e política na Europa durante o feudalismo. A respeito desse tema, assinale o que for correto.

01) Os sacerdotes católicos dividiam-se em duas categorias: o clero regular (que vivia nos mosteiros) e o clero secular (que vivia fora dos mosteiros). 02) Beneditinos, franciscanos, dominicanos e carmelitas são algumas das congregações católicas existentes na Europa medieval. 04) A Questão das Investiduras foi resolvida por uma Bula Papal que atribuiu aos senhores feudais o direito de nomear religiosos, como padres e bispos. 08) Os Tribunais da Inquisição foram criados com objetivo exclusivo de expulsar da Igreja Católica os fiéis que, ao mesmo tempo, frequentavam templos protestantes e eram, por isso, considerados hereges. 16) Única instituição religiosa medieval, a Igreja Católica – inspirada nos princípios cristãos – foi responsável pela promoção de um grande processo de reforma agrária na Europa.

06. (UFPR) Considere o fragmento abaixo: Durante a Idade Média, a figura feminina revestiu-se dos piores atributos imagináveis. Para os teólogos, além de infantil e inconstante, a mulher era mãe de todo pecado: Thomas Murner chamava-a de “Diabo doméstico”, enquanto Tomás de Aquino reservava-lhe a pecha de “macho deficiente”. Essas características levaram-na a ser o elo fraco das sociedades cristãs, a janela pela qual Satã adentrava territórios sacramentados. Sendo fraca de vontade e caráter, a mulher ficava à mercê das tentações demoníacas, tornando-se facilmente discípula e amante do Diabo.

(SOUZA, Aníbal. Missionários e Feiticeiros. História: Questões e Debates, Curitiba, v. 13. jul./dez., 1996. p. 118.)

Em relação ao imaginário na Idade Média, é correto afirmar que vigorava uma forte influência:

a) cristã protestante e alto poder do clero, com grande perseguição contra os considerados heréticos. b) cristã protestante e alto poder do clero, além de pouca mobilidade social e grande perseguição contra os considerados vassalos.

c) católica e alto poder do clero, além de pouca mobilidade social e grande perseguição contra os considerados heréticos. d) católica e alto poder dos nobres, além de grande mobilidade social e perseguição contra protestantes, considerados heréticos. e) católica e alto poder do clero, além de grande mobilidade social e perseguição contra os considerados vassalos.

07. (ENEM) A Peste Negra dizimou boa parte da população europeia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O conhecimento médico da época não foi suficiente para conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: “As pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos com minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos achavam que era o fim do mundo.” Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky.

The Black Death: a turning point in history? New York: HRW, 1971 (com adaptações).

O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste Negra, que assolou a Europa durante parte do século XIV, sugere que

a) o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos. b) a Igreja buscou conter o medo da morte, disseminando o saber médico. c) a impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte, porque as vítimas eram poucas e identificáveis. d) houve substancial queda demográfica na Europa no período anterior à Peste. e) o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de os cadáveres não serem enterrados.

08.(PUC PR) Leia o texto abaixo.

À morte de Carlos Magno, as instituições centrais do feudalismo já se encontravam presentes, sob o dossel de um império centralizado pseudo-romano. De fato, em breve se tornou claro que a rápida generalização dos benefícios e sua crescente hereditariedade tendiam a minar todo o pesado aparelho de Estado carolíngio, cuja ambiciosa expansão nunca correspondera às suas reais capacidades de integração administrativa, dado o nível extremamente baixo das forças de produção nos séculos VIII e IX. A unidade interna do Império não tardou a ruir, no meio de guerras civis de sucessão e de uma crescente regionalização da classe aristocrática que a mantinha. [...]. Ataques externos selvagens e inesperados, surgidos de todos os pontos cardeais,da terra e do mar, de vikings, sarracenos e magiares, pulverizou todo o sistema para-imperial de governação dos condes que ainda subsistia.

Fonte: ANDERSON, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Porto: Afrontamento, 1982. p. 156.

Sobre os fatores presentes na transição da Antiguidade ao feudalismo na Europa Ocidental, estão CORRETAS as seguintes alternativas que indicam características desse período.

I) Decadência econômica e estagnação técnica do Império Romano.II) Incapacidade administrativa dos Estados nacionais (como França, Alemanha e Itália) em fazer frente às invasões bárbaras.III) Crescente influência da Igreja Católica sobre os senhores locais.

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7História Geral - Apostila 02

IV) Progressivo papel desempenhado pela servidão nas relações econômicas e sociais.V) Afastamento da nobreza das antigas cidades romanas e sua fixação nas áreas rurais.

A) Somente I e II.B) II, IV e V.C) Somente IV e V.D) Todas estão corretas.E) I, III, IV e V.

09.(UEL) Leia o texto a seguir. Os camponeses que viviam nessas terras já não eram homens livres [...]. Eles pertenciam à terra que o rei tinha atribuído a um senhor ou às terras que um nobre já possuía. [...] Esses camponeses eram chamados “servos”. Não eram considerados cidadãos do reino. Nem tinham direito de se deslocar conforme quisessem, nem de decidir se estavam ou não dispostos a cultivar. [...] Esses homens sem liberdade não eram exatamente escravos, pois pertenciam à terra, que por sua vez pertencia ao rei, mesmo que ele a cedesse a um nobre. O nobre ou príncipe não tinha direito de vendê-los nem de matá-los, ao contrário do que acontecia com os donos de escravos de antes. Fora isso, tinha direito de exigir deles o que quisesse. Sempre que ordenasse, os servos tinham de cultivar suas terras e trabalhar para ele. Eram obrigados a lhe fornecer regularmente pão e carne para sua alimentação, pois o nobre não trabalhava no campo. No máximo ia à caça, quando tinha vontade. O domínio que o rei lhe cedera, chamado “feudo”, era sua propriedade, e ele a transmitia ao filho por herança, a não ser que cometesse faltas graves para com o rei. Em troca do feudo, o senhor se comprometia com o rei a custear a formação de um exército com seus camponeses e outros senhores e a lutar pelo rei quando houvesse guerra. Ora, guerras havia com freqüência. (GOMBRICH, E. H. Breve história do mundo. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

p. 160-161.)

De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre a sociedade feudal europeia, é correto afirmar:

a) A instituição do feudalismo estimulou a formação de um mercado de compra e venda de terras, constituindo-se embrião da atual propriedade privada fundiária. b) A Igreja de Roma resistiu à formação dos feudos, devido à sua opção preferencial pelos pobres, ficando segregada do sistema feudal. c) As cidades europeias desapareceram a partir do século XI, no período de crise da produção feudal, porque o comércio foi extinto. d) Os Estados medievais constituíram estruturas poderosas e complexas, com exército regulares, cunhagem centralizada da moeda e sistema jurídico baseado no Direito Romano.e) As terras senhoriais eram compostas pelas reservas senhoriais, trabalhadas pelos servos, pelas terras destinadas à subsistência dos servos e pelas terras coletivas, para o uso de todos.

10.(FGV) O sistema feudal caracterizava-se:

a) pela inexistência do regime de propriedade da terra, predomínio da economia de comércio e organização da propriedade pública; b) pelo cultivo da terra por escravos com produção intensiva e grandes benefícios para os vassalos;

c) pela aplicação do sistema assalariado e trabalho forçado dos vilões nas pequenas propriedades senhoriais; d) pela divisão da terra em pequenas propriedades senhoriais; e) pela propriedade senhorial da terra, regime de trabalho servil e bases essencialmente agrárias.

11.(UFTM) A formação do sistema feudal, dominante principalmente nos territórios do Império Carolíngio, durante a Idade Média, esteve ligada

a) à integração de instituições romanas e germânicas, tais como o colonato e o Comitatus.b) ao fim da importância das leis baseadas nos costumes e aos ataques vikings. c) às constantes invasões dos bárbaros germânicos, que levaram à queda do Império Bizantino. d) à decadência do escravismo romano e ao gradativo processo de êxodo rural.e) ao fortalecimento do poder real, devido à distribuição de benefícios aos guerreiros fiéis.

12.(UFPR) Entre os séculos V e VI, as monarquias romano-germânicas foram se consolidando como entidades políticas independentes nos territórios do extinto Império Romano do Ocidente. Cite alguns exemplos dessas monarquias, apontando as principais características que as vinculam, em termos ideológicos e culturais, à tradição baixo-imperial romana.

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13. (UEM) Indique quais são os três principais grupos sociais definidores da hierarquia da sociedade feudal.______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________

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História Geral - Apostila 02

14. (UEL 2018) Leia o texto a seguir. A casa de Deus, que cremos ser uma, está, pois, dividida em três: uns oram, outros combatem e os outros, enfim, trabalham. Essas três partes que coexistem não sofrem com a sua disjunção; os serviços prestados por uma são a condição da obra das outras duas; e cada uma, por sua vez, se encarrega de aliviar o todo. De modo que essa tripla associação nem por isso é menos unida, e é assim que a lei tem podido triunfar e que o mundo tem podido gozar de paz.

(Adalbéron de Laon (c. 1020). Apud LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Lisboa: Estampa, 1984. p.45-46.)

Esse texto se refere à Europa cristã medieval como a “casa de Deus”. A partir de tais informações, aponte o papel da Igreja Católica na criação e na manutenção do chamado Regime Feudal.

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A CULTURA MEDIEVAL

A característica mais importante da cultura Medieval foi sua ligação intrínseca com a ideologia da Igreja a serviço de seus interesses.

A Filosofia

A filosofia esteve sempre ligada às questões religiosas, Santo Agostinho (353-430 d.C), bispo de Hipona foi o grande expoente da filosofia Patrística no período da Alta Idade Média. No fim da antiguidade e início da Idade Média a obra do bispo de Hipona, firmou-se como cânone da filosofia ligada ao cristianismo, pois atingiu grande profundidade e amplitude de pensamento. Vinculou a filosofia grega, especialmente Platão, aos dogmas cristãos, mas, quando isso não foi possível, não teve dúvidas em optar pela fé na palavra revelada. Santo Agostinho refletiu em sua obra o contexto de crise em que viveu (decadência do Império Romano), a ideia da predestinação que permeia sua obra incorpora esse lado pessimista, pois o livre arbítrio humano só pode aproximá-lo do mal (o não ser), enquanto apenas Deus (O Ser), através da Graça, pode salvar a alma humana. Essa dualidade se reflete na idéia de “Cidade de Deus” e cidade terrena ou cidade dos homens.

As transformações da Baixa Idade Média permitiram surgir a filosofia Escolástica, mais otimista, baseada no livre arbítrio, seus grandes representantes foram Abelar do, doutor da Universidade de Paris cujo romance com Heloísa é uma das belas histórias medievais. Alberto Magno grande doutor e mestre de São Tomás de Aquino que se esforçou em sua obra máxima “Summa Teológica” para conciliar a Fé e a Razão tendo grande influência na Igreja de fins da Idade Média. Os filósofos escolásticos foram bastante influenciados pela filosofia aristotélica.

As ArtesO maior destaque cabe à arquitetura, pois foi na construção de Igrejas que se criaram e aplicaram os dois grandes estilos característicos da Idade Média: o românico e o gótico. Até os séculos XI e XII predominou o românico, com arcos redondos, paredes grossas, pequenas Janelas, pilastras grandes e maciças, interiores obscuros e predomínio da horizontalidade.O gótico floresceu nos séculos XIII e XIV. A introdução de inovações técnicas como o arco em ogiva, o arcobotante e abóbada estruturada por nervuras fizeram a diferença.

ESTILO ROMÂNICO

ESTILO GÓTICO

As catedrais ganharam altura, suas paredes se afinaram, as janelas cresceram e se recobriram com elaborados vitrais, o interior se iluminou e as paredes foram intensamente esculpidas sendo que a arte escultórica esteve subordinada à arquitetura como caráter decorativo.A escultura e a pintura foram expressões artísticas menos

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História Geral - Apostila 02

Augusto (1180-1223). Foi este Capetíngeo que pelo recurso às armas e aos casamentos como objetivos políticos, centralizou o poder: um a um os feudos passaram para o seu controle.Foi ainda o Rei Filipe Augusto que enfrentou os Plantagenetas - linhagem dos reis da Inglaterra. Combateu os descendentes de Henrique II - Ricardo Coração de Leão e João Sem Terra — e retomou as terras inglesas em solo francês — Anjou, Normandia e outras mais.Internamente, Filipe Augusto aliou-se à burguesia, apoiando o movimento contra os nobres. Organizou um exército de mercenários e centralizou a justiça por intermédio dos bailios e senescais — funcionários da Coroa que dirimiam questões de justiça em nome do rei.Seus sucessores, Luís VIII e Luís IX contribuíram ainda mais para a centralização do poder e a derrocada do feudalismo.Filipe, o Belo (1285-1314), filho de Luís IX, representou o

França e Inglaterra em 1400 quando a Inglaterra dominava grande parte da França.

França e Inglaterra em 1453 após expulsão os ingleses até a cidade de Calais.

França e Inglaterra em 1340 no início da Guerra dos 100 anos.

coroamento da política de centralização. Anexou outras possessões, taxou os bens do clero, proibiu a exportação de ouro e prata praticada pela Igreja. Com isso provocou a excomunhão papal. O rei prendeu o Papa Bonifácio VIII, conseguindo impor a eleição do Papa Clemente V. Foi mais além: transferiu a sede do Estado Papal de Roma para Avinhão, cidade do sul da França. Por quase setenta anovs, os papas ficaram à mercê dos reis da França e a Igreja Católica dividida (Cisma Católico).Mas veio a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), motivada sobretudo por questões econômicas. Flandres, rica região ao norte da França, estava no centro da disputa entre este país e a Inglaterra. Flandres aliou-se à Inglaterra, e os franceses, logo ao começo da guerra, sofreram sérias derrotas. Como não poderia deixar de acontecer, foi grave e violenta a repercussão interna. Camponeses arruinaram-se; o comércio ficou completamente desorganizado.

TESTES15.(UFPR 2018) Leia o trecho abaixo, retirado de uma carta escrita entre 830 e 840 pelo aristocrata franco Eginhardo, em favor de camponeses: Ao nosso mui querido amigo, o glorioso conde Hatton, Eginhardo, saudação eterna do Senhor. Um dos vossos servos, de nome Huno, veio à igreja dos santos mártires Marcelino e Pedro pedir mercê* pela falta que cometeu contraindo casamento sem o vosso consentimento [...]. Vimos, pois, solicitar a vossa bondade para que em nosso favor useis de indulgência em relação a este homem, se julgais que a sua falta pode ser perdoada. Desejo-vos boa saúde com a graça do Senhor.

(Cartas de Eginhardo. Tradução de Ricardo da Costa. Extratos de documentos medievais sobre o campesinato (sécs. V-XV). Disponível em: . Acesso em 11 de

agosto de 2018.)

No extrato acima, encontramos elementos da vida social e econômica do período medieval europeu (Alta Idade Média). Esse documento insere-se em qual sistema social, político e econômico predominante nesse contexto?

a) Feudalismo, caracterizado pela ruralização da economia, pela relação senhorial entre nobres e servos e pela atuação social e política da Igreja Católica. b) Mercantilismo, caracterizado pela urbanização da economia, pela relação senhorial entre nobres e camponeses e pela atuação social e política da Igreja Protestante. c) Socialismo, caracterizado pela ruralização da economia, pela relação remunerada entre nobres e servos e pela atuação cultural e política da Igreja Cristã. d) Mercantilismo, caracterizado pela urbanização da economia, pela relação campesina entre nobres e vassalos e pela atuação social e política da Igreja Ortodoxa.e) Feudalismo, caracterizado pela urbanização da economia, pela relação agrária entre o clero e os servos e pela atuação social e cultural da Igreja Cristã.

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IDADE MÉDIA história Geralapostila 02

13História Geral - Apostila 02

17. (UNIFESP-2008) Houve, nos últimos séculos da Idade Média ocidental, um grande florescimento no campo da literatura e da arquitetura. Contudo, se no âmbito da primeira predominou a diversidade (literária), no da segunda predominou a unidade (arquitetônica). O estilo que marcou essa unidade arquitetônica corresponde ao

a) renascentista. b) românico. c) clássico.d) barroco.e) gótico.

18. (UFPR) “Eu, Preste João, sou o Senhor dos Senhores e me avantajo a todos os reis da terra inteira em todas as abdâncias que existem debaixo do céu, em força e em poder. A Nossa Magnificência domina as três Índias; o nosso território começa na Índia posterior, na qual repousa o corpo do apóstolo São Tomé, estende-se pelo deserto em direção ao berço do sol, e desce até a deserta Babilônia, contígua à torre de Babel. [...] Na nossa terra nascem e crescem elefantes, dromedários, camelos, hipopótamos, crocodilos, metagalináceos, grifos, [...] homens com cornos, faunos, sátiros e mulheres da mesma raça, pimeus, cinocéfalos, gigantes cuja altura é de quarenta côvados, monóculos, ciclopes [...] e quase todo o gênero de animais que existem debaixo do céu.”

(Disponível em: <http://www.ricardocosta.com/pub/publica.htm>. Consulta em: 05/07/2006.)

O texto acima é um fragmento da “carta do Preste João” (apócrifa) – do século XII – endereçada ao imperador de Bizâncio. Preste João, um rei padre que se dizia cristão, declarava-se senhor das três Índias e dono de riquezas fabulosas. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Idade Média, é correto afirmar:

a) Na época representada no texto, predominavam geografias imprecisas e imaginárias, onde o maravilhoso e o estranho preenchiam o lugar do desconhecido, que só as grandes viagens de navegação dos séculos XV e XVI permitiram questionar. b) No período retratado, devido à influência exercida pela Igreja Católica na Europa, textos como a Carta de Preste João careciam de crédito, posto que a literatura clássica de origem greco-romana estava enraizada na cultura dos camponeses no medievo.c) O texto de Preste João revela uma profunda sintonia com o imaginário medieval europeu, que situava todas as maravilhas terrestres no ponto mais extremo do Ocidente, localizadas por alguns estudiosos do século XII na América.

16. (UNIFESP-2007) Sobre as cidades européias na época moderna (séculos XVI a XVIII), é correto afirmar que, em termos gerais,

a) mantiveram o mesmo grau de autonomia política que haviam gozado durante a Idade Média.b) ganharam autonomia política na mesma proporção em que perderam importância econômica. c) reforçaram sua segurança construindo muralhas cada vez maiores e mais difíceis de serem transpostas.d) perderam, com os reis absolutistas, as imunidades políticas que haviam usufruído na Idade Média.e) conquistaram um tal grau de autossuficiência econômica que puderam viver isoladas do entorno rural.

d) Os escritos resultantes das viagens ao mundo “além- Mediterrâneo”, por abordarem uma humanidade fantástica, eram desconsiderados na Idade Média, em razão da existência de rígidas barreiras entre a literatura científica e a literatura da fantasia. e) Quando Cristóvão Colombo concebeu suas viagens de navegação, os conhecimentos geográficos disponíveis, principalmente os mapas de Toscanelli e a Geografia de Ptolomeu, haviam eliminado quaisquer resquícios da mentalidade do medievo.

19. (FUVEST) “Assim, pois, a cidade de Deus que é tomada como una, na realidade, é tripla. Alguns rezam, outros lutam, outros trabalham. As três ordens vivem juntas e não suportariam ser separadas Os serviços de cada uma das ordens permitem os trabalhos das outras e cada uma por sua vez presta apoio as outras”. O texto acima, escrito em 998 d.C., representa:

a) um ataque à representação do Deus uno, defendida pelos monofisistas; b) uma justificativa funcional das diferenças sociais no mundo medieval; c) um retorno às concepções de Santo Agostinho, que opunha à cidade de Deus a cidade dos homens; d) uma descrição da estrutura social de Roma, sede do papado e considerada a cidade de Deus; e) Uma crítica à desigualdade entre os homens, pois estes são considerados iguais perante Deus.

20. (FUVEST) As cruzadas representam para a sociedade feudal:

a) uma aventura militar que levou a Cristandade a perder importantes territórios e a conhecer a Peste Negra; b) uma saída para o excedente populacional e a satisfação da necessidade espiritual da peregrinação a Jerusalém; c) um movimento nobiliárquico que ao reforçar o feudalismo atrasou a centralização política em dois séculos; d) um reforço importante no prestígio da Ordem Dominicana, que as idealizou, organizou, financiou e, teoricamente, comandou; e) uma abertura para o exterior, responsável pela entrada na Europa de elementos da cultura clássica, como o gótico e a escolástica.

21.(UFPR) - “O conhecimento histórico é sempre (...) uma consciência de si mesmo: ao estudar a história de uma outra época, os homens não podem deixar de compará-la com seu próprio tempo (...). Mas, ao comparar a nossa época e a nossa civilização com as outras épocas e civilizações, corremos o risco de lhes aplicar a nossa própria medida(...)”. (GUREVICH, Aron. As categorias da cultura medieval. Lisboa: Editorial Caminho, p. 15). Aplicando o raciocínio exposto acima aos sentidos que a Idade Média adquiriu em diferentes tempos históricos, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:

( ) Atualmente, os historiadores entendem o medievo na sua multiplicidade, com suas especificidades regionais e temporais, ao mesmo tempo que mostram a permanência e a relevância de determinadas instituições e invenções medievais, como a universidade, o livro, a imprensa e o banco.( ) No século XV, surge a noção negativa de Idade Média, considerada uma era intermediária e homogênea de trevas e ignorância, separando a antiguidade Greco-romana e o Renascimento, que se via como herdeiro do período “clássico” –

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IDADE MÉDIA

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História Geral - Apostila 02

noção que ainda perdura entre muitas pessoas. ( ) Nos séculos XX e XXI, obras como “O Senhor dos Anéis”, “As crônicas de Nárnia” e “Game of Thrones” evocam elementos medievais imaginativos, tais como a floresta como lugar do mágico, cavaleiros, espadas, dragões, religiosidade, dando continuidade a recriações da Idade Média em curso desde o século XIX. ( ) Na recente historiografia, por conta das apropriações midiáticas da Idade Média, procura-se estabelecer as diferenças e as distâncias entre a Idade Média e a História do Brasil, mostrando que o medievo não possui relação com a formação de nosso país, por ter sido um fenômeno europeu.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) F – F – V – V.b) V – V – F – V. c) F – V – V – F.d) V – V – V – F.e) V – F – F – V.

22. (UEPG) As Cruzadas foram expedições militares promovidas sob o comando da Igreja Católica. Motivadas por fins religiosos e econômicos que ocorreram entre os séculos XI e XIII, tinham como justificativa a tomada de Jerusalém, então sob o domínio dos turcos seldjúcidas. A respeito desse tema, assinale o que for correto.

01) Ao final das Cruzadas, a Igreja Católica manteve sua unidade. A Igreja Católica Ortodoxa, fundada no Oriente, correspondeu ao avanço unificado do cristianismo para além do território europeu. 02) O intenso comércio gerado pela movimentação das tropas europeias em direção ao Oriente fez com que produtos restritos a Europa chegassem a Ásia. A noz-moscada, a pimenta-do-reino e a canela são algumas das especiarias europeias que se disseminaram pelo mundo a partir de então. 04) Não se pode afirmar que a Igreja era a única instituição interessada no avanço para o Oriente. A nobreza feudal e os comerciantes (especialmente mediterrâneos) também possuíam razões para apoiar e participar das Cruzadas. 08) O fortalecimento do poder real, a expansão do mercado e o enfraquecimento da aristocracia feudal foram algumas das consequências geradas pelas Cruzadas. 16) Templários era a denominação dada pelos cristãos aos turcos durante as Cruzadas. Por sua vez, estes chamavam os católicos de infiéis.

23.(UFPR LITORAL) Entre os séculos XII e XIII, as sociedades feudais na Europa Ocidental passaram por transformações demográficas, econômicas, políticas e culturais que são reconhecidas pela historiografia como de fundamental importância para se compreender os processos de consolidação e expansão da civilização cristã a partir de então. Sobre essas transformações, é correto afirmar:

a) O comércio se sobrepôs às atividades agrárias, contando com o apoio das monarquias centralizadas, que concederam monopólios e privilégios para as grandes companhias de comércio que se formaram no período. b) O declínio do campo e a ascensão das cidades contribuíram para a expulsão dos camponeses de suas comunidades aldeãs, gerando um clima de instabilidade social, agravado pela concentração dessas populações nas cidades medievais.

c) Os conflitos entre o Papado e o Império contribuíram para o enfraquecimento de suas pretensões em instaurar uma monarquia universal, ao mesmo tempo em que as monarquias nacionais começaram a se fortalecer em detrimento dos poderes feudais. d) Numa reação ao domínio clerical do conhecimento, os monarcas apoiaram as universidades que foram criadas no período, sendo organizadas como espaços culturais laicos nos quais floresceu o humanismo.e) O renascimento cultural do século XII pode ser definido como um movimento conduzido pela Igreja contra a aristocracia leiga e os ideais da cavalaria, estabelecendo nas escolas das catedrais e nos mosteiros polos de produção cultural contrários às universidades.

24. (UFPR) “No coração da obra, esta idéia: Deus é luz. Desta luz inicial, incriada e criadora, participa cada criatura. Cada criatura recebe e transmite a iluminação divina segundo a sua capacidade, isto é, segundo o lugar que ocupa na escala dos seres, segundo o nível em que o pensamento de Deus hierarquicamente o situou.”

(DUBY, Georges. O tempo das catedrais. Lisboa: Estampa, 1979. p. 105.)

A citação resume o princípio norteador do estilo gótico, que predominou na arquitetura e na escultura religiosas da Europa Ocidental no século XIII. Sobre esse estilo e seus ideais, assinale a alternativa correta.a) A luminosidade das catedrais góticas representa uma tentativa dos arquitetos da época de identificar os espaços sagrados com o entusiasmo predominante no século XIII, decorrente das boas condições de vida que se instauravam com a conjuntura de crescimento urbano, mercantil e agrícola que predominava naquele contexto. Com isso, a Igreja mantinha atualizados seu discurso e presença como convinha ao otimismo da época. b) A necessidade de luminosidade levou ao desenvolvimento de técnicas cada vez mais apuradas de sustentação de grandes candelabros nas altas abóbadas, a fim de garantir, com velas de cera, a luz no interior da construção, visto que a luz natural é escassa na maior parte do ano nas regiões setentrionais da Europa. c) Na Idade Média, todos os pensadores que discordavam do pensamento oficial da Igreja tinham que buscar espaços alternativos para a manifestação de suas idéias. As catedrais góticas, construídas nas cidades, são um exemplo desse tipo de espaço. d) Como as catedrais eram construídas por mestres pedreiros, ferreiros, vitraleiros e carpinteiros, entre outros, a arqui-tetura das altas igrejas e a aparência de poder e verticalidade das construções decorriam das aspirações desses membros das corporações de ofícios de conquistarem o poder dentro das cidades. e) Os vitrais representavam cenas ocorridas durante a construção das catedrais, que demoravam décadas até estarem concluídas, e apresentavam sobretudo cenas do trabalho dos mestres e trabalhadores manuais

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IDADE MÉDIA história Geralapostila 02

15História Geral - Apostila 02

25. (UEPG) O mundo medieval, predominantemente arraigado ao universo rural e à produção agrícola, conheceu um peculiar sistema de posse da terra e de relações sociais estabelecidas a partir de tal sistema. A respeito dessa questão, assinale o que for correto.

01) O clero católico não fazia parte deste sistema. Por determinação da Igreja, os padres, bispos e carde-ais católicos não deveriam se envolver com questões materiais, preocupando-se apenas com as questões espirituais. 02) A posição social de um indivíduo no universo feudal não era adquirida ao nascer. Um camponês, por exemplo, poderia ascender socialmente e tornar-se um nobre caso obtivesse uma alta produção nas terras confiadas a ele por um senhor feudal. 04) Cada feudo possuía um único senhor. Nessa unidade era permitida a formação de uma única aldeia e as terras eram cultivadas coletivamente, como resultado da produção sendo dividido de forma parcimoniosa entre os camponeses e o senhor feudal.08) Na prática, funcionava um sistema de escalas em que o rei concedia a terra para senhores feudais, os quais a distribuíam para outros senhores (menos poderosos) e para camponeses despossuídos. Por sua vez, quem recebia a terra, ou o direito de nela trabalhar, jurava fidelidade a seu senhor. 16) Os camponeses (ou servos), apesar de não receberem a posse da terra, estavam presos a ela e submetidos ao poder do senhor feudal. Isso configura o princípio de uma sociedade estamental, típica do mundo medieval.

26. (ENEM) O garfo muito grande, com dois dentes, que era usado para servir as carnes aos convidados, é antigo, mas não o garfo individual. Este data mais ou menos do século XVI e difundiu-se a partir de Veneza e da Itália em geral, mas com lentidão. O uso só se generalizaria por volta de 1750. BRAUDEL, F. Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII; as estruturas do cotidiano. São Paulo: Martins Fontes, 1977 (adaptado). No processo de transição para a modernidade, o uso do objeto descrito relaciona-se à

a) construção de hábitos sociais. b) introdução de medidas sanitárias. c) ampliação das refeições familiares. d) valorização da cultura renascentista.e) incorporação do comportamento laico

27.(UNIFESP) ... doentes atingidos por estranhos males, todos inchados, todos cobertos de úlceras, lamentáveis de ver, desesperançados da medicina, ele [o Rei] cura-os pendurando em seus pescoços uma peça de ouro, com preces santas, e diz-se que transmitirá essa graça curativa aos reis seus sucessores.

(William Shakespeare, Macbeth.)

Esta passagem da peça Macbeth é reveladora

a) da capacidade artística do autor de transcender a realidade de seu tempo. b) da crença de origem medieval, no poder de cura dos reis. c) do direito divino dos reis, que se manifestava em seus dons sobrenaturais.d) da mentalidade renascentista, voltada ao misticismo e ao maravilhoso. e) do poder do absolutismo, que obrigou a Igreja a aceitar o caráter sagrado dos reis.

28. (UNESP) “Na expansão da economia europeia da Idade Média, os tecidos desempenharam o mesmo papel principal que no século XIX coube, na Inglaterra, à metalurgia e aos algodões.”

(Marc Bloch, A Sociedade Feudal.)

Identifique os dois momentos de expansão da economia, verificados na Europa, a que se refere o texto.

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29.(UNICAMP) Esta longa Idade Média é o contrário do hiato visto pelos humanistas do Renascimento e, salvo raras exceções, pelos homens das Luzes. É o momento da criação da sociedade moderna, do essencial das nossas estruturas sociais e mentais; momento em que se criou a cidade, a universidade, o moinho, a máquina, a hora e o relógio, o livro, o garfo, o vestuário, a pessoa, a consciência.

(Adaptado de Jacques Le Goff, “Prefácio”, Para um novo conceito de Idade Média: Tempo, Trabalho e Cultura no Ocidente. Lisboa, Editorial Estampa,

1979, p. 12.)

a) A que conceito de Idade Média o texto está se contrapondo?

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b) Qual o período histórico valorizado pelos humanistas do Renascimento? Por quê?

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c) Caracterize a atividade que impulsionou o desenvolvimento das cidades medievais.

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IDADE MODERNA

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História Geral - Apostila 02

30.(UFPR) Durante o período das Cruzadas, São Bernardo de Claraval (1090-1153) escreveu: “Mas os soldados de Cristo combatem confiantes nas batalhas do Senhor, sem nenhum temor de pecar por pôr-se em perigo de morte e por matar o inimigo. Para eles, morrer ou matar por Cristo não implica qualquer crime, pelo contrário, traz a máxima glória. (...) Em outras palavras: o soldado de Cristo mata com a consciência tranquila e morre com a consciência mais tranquila ainda.” (São Bernardo de Claraval apud COSTA, Ricardo da. Apresentação: A Cruzada

Renasceu? BLASCO VALLÈS, Almudena, e COSTA, Ricardo da (coord.). A Idade Média e as Cruzadas. jan.-jun. 2010/ISSN 1676- 5818, p. XIII)

No que se refere às Cruzadas no período medieval, determine quem eram esses soldados de Cristo referenciados no trecho acima, quais as motivações para empreender suas batalhas e quais as suas consequências para o mundo ocidental daquele período.

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A IDADE MODERNA (1453 - 1789)Introdução

A crise do final da Idade Média possibilitou o surgimento de uma série de novas estruturas. Assim, a Época Moderna pode ser entendida como um longo período de transição no qual as estruturas medievais foram sendo gradativamente sobrepostas pelas estruturas modernas e contemporâneas na Europa Ocidental. Outra interpretação é dada pelo historiador frances Jacques Le Goff. Ele entende que a Idade Moderna representou uma continuação da Idade Média, sem rupturas tão profundas.O início da Era Moderna na Europa, foi marcado por transformações históricas importantes: mercantilismo, absolutismo, renascimento cultural e reforma religiosa. O mercantilismo propiciou o desenvolvimento da burguesia. Esta apoiou a centralização do poder monárquico contra os entraves feudais ao comércio e a Reforma protestante contra a Igreja católica que condenava o lucro. Da mesma forma, financiou com amplos recursos econômicos o Renascimento cultural. Ao mesmo tempo aconteceram as grandes navegações que permitiram aos europeus explorar imensas regiões do globo com seus povos e culturas, desenvolvendo ainda mais o sistema mercantil e acumulando riquezas (capital) numa escala nunca antes imaginada.

Todas essas transformações se configuraram num processo altamente conflitivo que resultou num progressivo questionamento das anteriores formas de domínio feudal em função do desenvolvimento do capitalismo e do conseqüente fortalecimento e ascensão da burguesia ao poder. A efervescência desse período se refletiu nas guerras de religião (católicos x protestantes) e as guerras pela imposição do poder absolutista.Surgiram novas ideologias mais adequadas aos novos tempos. O humanismo e o iluminismo significaram o triunfo da razão e da ciência sobre as formas místicas e religiosas de compreensão do mundo típicas da Idade Média.A ruptura definitiva dos velhos cânones se fez através das grandes revoluções que marcaram a modernidade: A Revolução Inglesa, Francesa, Científica e Industrial.

O ESTADO MODERNO E O ABSOLUTISMO MONÁRQUICO

A crise generalizada do final da Idade Média (guerra, fome, peste e cisma), colocou em cheque toda a organização social, econômica e política feudal. Necessitou-se, então, de Estados fortes que pudessem superar a crise. Isso favoreceu, no plano político, o desenvolvimento do absolutismo monárquico e dos Modernos Estados Nacionais: Portugal, Espanha, França e Inglaterra.Foi decisivo o apoio dado pela burguesia aos reis para que estes pudessem impor a centralização aos particularismos feudais. A burguesia visava a unificação tributária, monetária e dos pesovs e medidas, assim como a eliminação das barreiras comerciais.Apesar de sua associação com a burguesia, o Absolutismo não aboliu o feudalismo, pois, continuou englobando estruturas feudais.Segundo o historiador Inglês Perry Anderson o Estado Absolutista significou a evolução do sistema feudal ou seja, a reorganização da nobreza feudal em crise sob nova roupagem, o absolutismo. Seu colega Cristopher Hill considera as diferenças entre a monarquia feudal e a monarquia absolutista, mas afirma que a classe dirigente continuou a mesma.De fato, o Estado Absolutista, arrebanhou em suas fileiras a nobreza feudal que passou a orbitar o rei na corte. O parasitismo econômico desse grupo acarretou aumentos abusivos de impostos para a burguesia, que acabou por combater o absolutismo (revoluções burguesas), no fim da Idade Moderna.

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23História Geral - Apostila 02

Os Povos Pré-Colombianos

Acredita-se que as Américas foram povoadas por povos vindos da Ásia entre 100.000 e 50.000 anos atrás. Esses povos espalharam-se de norte a sul e posteriormente formaram civilizações distintas.Há oito mil anos atrás já se praticava a agricultura na América Central e Andina. Esses povos agricultores deram origem, posteriormente à civilização olmeca no México e nasca nos Andes. Estas civilizações deixaram vestígios de sua grandeza como a pirâmide da Lua em Teotiuacan no México.Quando os primeiros europeus chegaram a América em fins do século XV e início do XVI depararam-se com civilizações bastante desenvolvidas como a civilização Asteca na região do atual México e a civilização Inca na região do atual Peru. Eram sociedades hierárquicas, tinham comércio, escrita, escolas, cidades e estradas.

A Conquista da América

Os europeus trouxeram três agentes conquistadores: a guerra, a peste e a cruz. As armas de fogo dos europeus causaram profundo impacto sobre a mentalidade dos nativos americanos. Os jesuítas impuseram a religião cristã, contribuindo para a desestruturação das culturas pré-colombianas. A peste foi muito mais eficiente, pois a varíola, o sarampo e a gripe dizimaram sistematicamente milhões de vidas americanas, na medida em que os nativos não tinham resistência a essas doenças típicas da Europa.

você sabia?Que os pólos norte e sul geográficos foram definidos pelos cartógrafos a partir de uma perspectiva eurocêntrica, pois os polos norte e sul magnéticos são invertidos em relação aos pólos geográficos. Se os pólos geográficos coincidissem com os pólos magnéticos os mapas que conhecemos hoje deveriam ser vistos de ponta cabeça como no mapa abaixo. A Europa estaria no hemisfério sul e a África ocuparia lugar privilegiado em cima e no centro, no hemisfério norte. Assim, nota-se uma clara intenção ideológica na disposição geográfica dos continentes.

TESTES31. (PUC PR). Com a formação dos Estados nacionais europeus, surgiu em vários países um sistema de governo centralizado denominado de “monarquia absoluta”. Sobre o caráter desse sistema de governo, diz o historiador Perry Anderson:

“(...) De fato a monarquia absoluta no ocidente foi, portanto, sempre duplamente limitada: pela persistência de corpos políticos tradicionais colocados abaixo dela e pela presença de uma lei moral situada acima. Por outras palavras, a dominação do Absolutismo exerceu-se, no fim das contas, necessariamente nos limites da classe cujos interesses ele preservava.”

ANDERSON , Perry. “Classes e Estados – problemas de periodização.” In: HESPANHA, António Manuel. Poder e instituições na Europa do Antigo Regime.

Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984, p. 133.

Considerando o texto, assinale a alternativa CORRETA.

a) Na monarquia absolutista, o poder político era igualmente dividido entre o monarca, a aristocracia e o clero, sendo que os plebeus ficavam completamente excluídos.b) A formação das monarquias absolutistas corresponde ao crescimento de poder da classe burguesa, pois com os impostos vindos do crescimento do comércio e da navegação, o rei tornou-se dependente dessa classe.c) Na monarquia absolutista, o poder real era exercido com certos limites, oferecidos pela aristocracia, classe que participava do poder político, e pela Igreja, que oferecia as bases morais para o sistema.

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História Geral - Apostila 02

d) No momento da formação dos Estados nacionais europeus, o poder da Igreja cresceu, fazendo com que os reis precisassem se submeter ao poder papal.e) No sistema de governo da monarquia absolutista, apesar da centralização política, o rei tinha sempre os seus poderes limitados por uma constituição, à qual deveria obedecer.

32. (UEM) A expressão “Le État c’est moi” (o Estado sou eu), atribuída a Luís XIV, o “rei Sol”, que reinou na França de 1661 a 1715, é considerada a síntese perfeita da monarquia absolutista, forma de governo que se difundiu na Europa entre os séculos XVI e XVIII.

A respeito dessa forma histórica de governo, assinale a alternativa correta.

a) A monarquia absoluta baseia-se no princípio da soberania popular, pois seus teóricos advogam que a origem de todo o poder está na vontade do povo, manifestada por maioria absoluta (mais de 50% dos votos) nas Assembléias dos Estados Gerais. b) Trata-se de uma forma de governo baseada na teoria política desenvolvida por Montesquieu, segundo a qual apenas um monarca investido de amplos e ilimitados poderes seria capaz de conciliar os interesses sociais divergentes, evitando, assim, a “guerra de todos contra todos”, que lançaria a sociedade em uma eterna anarquia. c) A monarquia absolutista era a expressão política dos interesses exclusivos da nobreza feudal, constituindo, assim, um obstáculo ao desenvolvimento do capitalismo comercial manufatureiro na Europa Ocidental. d) Trata-se de uma forma de governo geralmente baseado na idéia de que o poder monárquico tinha origem divina e na qual o Rei arrogava o direito de exercer, simultaneamente, as funções de legislador, de chefe do poder executivo e de magistrado supremo do reino. e) A principal fonte teórica do absolutismo monárquico é o Segundo Tratado sobre o Governo (1590), obra em que o teólogo John Locke, baseado em leituras da Sagrada Escritura, desenvolve com brilhantismo a tese segundo a qual a autoridade do rei é sagrada e absoluta porque emana diretamente de Deus.

33. (UEPG 2018) Formados a partir da crise política e social que pôs fim ao feudalismo, os Estados Nacionais Modernos emergiram na Europa trazendo consigo novas organizações e estratégias econômicas, sociais e, especialmente, políticas. É, portanto, neste cenário, que nasceram as chamadas monarquias absolutistas. A respeito desse tema, assinale o que for correto.

01) Em “O Príncipe”, Nicolau Maquiavel considera que não há limites morais ou éticos nas ações de um monarca, desde que os atos praticados por ele tivessem como objetivo manter o Estado funcionando de modo pleno. 02) Os Estados Modernos estão assentados no princípio do contrato social, ou seja, o princípio de que todos são iguais perante as leis e que nenhum grupo social poderia ter privilégios em relação a outros. Além disso, o contrato social estabelece que os meios de produção pertencem exclusivamente ao Estado e não aos indivíduos. 04) O principal vínculo social dos monarcas absolutistas foi com as camadas mais empobrecidas da sociedade. Em todos os Estados Modernos percebe-se um forte vínculo entre o rei e

os camponeses, por exemplo. Ao mesmo tempo, há um nítido distanciamento entre o soberano e a burguesia nascente. 08) Formulada a partir das ideias de Jean Bodin e Jacques Bossuet, a teoria do direito divino dos reis partia do princípio que o poder real tem origem divina e, portanto, voltar-se contra um rei era o mesmo que se voltar contra Deus. 16) Uma das características centrais dos Estados Nacionais Modernos foi o não investimento na formação de exércitos. Na medida em que os reis centralizaram o poder e que as fronteiras nacionais foram definidas, as estruturas militares foram consideradas desnecessárias.

34. (UEM) A respeito do Estado Nacional centralizado que emerge na Europa entre final da Idade Média e início dos tempos modernos, assinale o que for incorreto.

a) Pode-se dizer que o Estado moderno é uma organização política em cujo interior coexistem instituições e costumes herdados do feudalismo com instituições e costumes da sociedade burguesa em formação. b) Esse Estado representou um grande obstáculo ao desenvolvimento da burguesia comercial-manufatureira, visto que impediu a formação do mercado interno (nacional) para os produtos manufaturados. c) Na Alemanha e na Itália, o Estado Nacional centralizado foi organizado somente no século XIX. d) Maquiavel foi um grande pensador renascentista que defendeu o fortalecimento do poder monárquico. e) Na Inglaterra, o Estado centralizado desempenhou papel importante no desenvolvimento do capitalismo, ao criar leis rigorosas para combater a vadiagem dos camponeses expulsos da terra e obrigá-los ao trabalho assalariado na manufatura ou na agricultura.

35. (UEM) Entende-se por Mercantilismo o conjunto de leis e de práticas administrativas adotadas por vários Estados europeus entre os séculos XVI e XVIII, que regulamentavam as atividades econômicas. A respeito do Mercantilismo, assinale o que for incorreto. a) O mercantilismo assumiu formas diferentes nos diversos países europeus. b) As leis mercantilistas eram inspiradas pela doutrina do liberalismo econômico, de Adam Smith, e visavam intensificar as exportações e as importações. c) Os teóricos do Mercantilismo acreditavam que, mais do que o comércio interno, era o comércio externo com outras nações que trazia lucros e riquezas. d) Os países mercantilistas adotavam medidas severas para evitar a saída de ouro e de prata de seu território. e) Obter uma balança comercial favorável era uma preocupação constante dos Estados mercantilistas.

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25História Geral - Apostila 02

36.(ENEM) Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado).Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo.

No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao

a) valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo.b) rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.c) afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana.d) romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem.e) redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão.

37. (UFPR) Leia o texto abaixo sobre práticas protecionistas recentes: “(...) Tanto o Brasil quanto os EUA adotaram medidas protecionistas nos últimos cinco anos. As duas principais razões foram a crise econômica internacional e a concorrência da China. Do lado americano, o principal instrumento foi a concessão de subsídios. Já o Brasil fez uso de tarifas de importação, defesa comercial e requisitos de conteúdo local.” BONOMO, Diego. Protecionismo brasileiro e americano. Folha de S. Paulo, 10 de outubro de 2012, p. 3.

Assinale a alternativa correta que identifica as diferenças de contexto histórico e econômico em que a prática do protecionismo foi adotada no período atual e no período da Idade Moderna europeia (século XV-XVIII).

a) No período moderno, o protecionismo era parte integrante do renascimento comercial, caracterizado por intervencionismo estatal, balança comercial favorável e imperialismo; no período atual, o protecionismo é alvo de contestações em nome da liberdade de mercado, num contexto de capitalismo financeiro neoliberal. b) No período moderno, o protecionismo era parte integrante do iluminismo, caracterizado por políticas fisiocráticas, subsídios estatais à agricultura e à manufatura, pacto colonial e metalismo; no período atual, o protecionismo é alvo de ações antidumping por parte de países em desenvolvimento, num contexto de capitalismo financeiro globalizado. c) No período moderno, o protecionismo era parte integrante do mercantilismo, caracterizado por intervencionismo estatal, metalismo, balança comercial favorável e colonialismo; no período atual, o protecionismo é alvo de contestações em nome da liberdade de mercado, num contexto de capitalismo financeiro globalizado. d) No período moderno, o protecionismo era parte integrante do mercantilismo, caracterizado por imperialismo, padrão-ouro e intervencionismo estatal; no período atual, o protecionismo é alvo de contestações de países desenvolvidos em nome da

liberdade de mercado, num contexto de capitalismo financeiro monopolista. e) No período moderno, o protecionismo era parte integrante do liberalismo, caracterizado por fisiocracia, metalismo, incentivo à maquinofatura e pacto colonial; no período atual, o protecionismo é alvo de ações antitruste em nome da liberdade de mercado, num contexto de capitalismo financeiro globalizado.

38. (UFPR) Idéia fundamental da forma “bulionista do Mercantilismo”: a) O Estado regulamenta a produção, fiscaliza as exportações, controla as vendas no exterior e o lucro. b) A estrita subordinação dos interesses do indivíduo aos da coletividade, justificando a intervenção do Estado. c) A prosperidade dos países está na razão direta da quantidade de metais preciosos que ele possui. d) A necessidade de aumentar o volume da moeda para fazer crescer a riqueza pública. e) A liberdade de produção e de comércio, tanto em âmbito nacional como internacional.

39. (UEL)

Com base no mapa ao lado e nos conhecimentos sobre a formação dos Estados e a expansão comercial e colonial europeia, considere as afirmativas a seguir. I. O mapa é posterior à expansão, pois nele consta um esboço dos limites pertencentes à América Portuguesa e Espanhola. II. O Papado estabeleceu a divisão do mundo entre reis católicos, na condição de a Igreja de Roma manter o domínio espiritual sobre os povos. III.O Tratado de Tordesilhas pode ser considerado um dos primeiros acordos diplomáticos selados na Cristandade para delimitar domínios políticos. IV. Os demais países atlânticos na Europa respeitaram o domínio dos mares pelos ibéricos até o imperialismo oitocentista. Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e IV são corretas. b) Somente as afirmativas II e III são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.

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IDADE MODERNA

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História Geral - Apostila 02

40. (ENEM) Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinambá com as chamadas guerras de religião dos franceses que, na segunda metade do século XVI, opunham católicos e protestantes. .(.) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra. (.) Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade [o canibalismo] mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um ho-mem vivo do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos; e isso em verdade é bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (.) Podemos portanto qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades.

MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, São Paulo: Nova Cultural, 1984.

De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne,

a) a idéia de relativismo cultural baseia-se na hipótese da origem única do gênero humano e da sua religião. b) a diferença de costumes não constitui um critério válido para julgar as diferentes sociedades. c) os indígenas são mais bárbaros do que os europeus, pois não conhecem a virtude cristã da piedade. d) a barbárie é um comportamento social que pressupõe a ausência de uma cultura civilizada e racional. e) a ingenuidade dos indígenas equivale à racionalidade dos europeus, o que explica que os seus costumes são similares.

41. (UEL). Leia o Texto a seguirTenha-se como certo e firme, pois afirmam-no autores sapientíssimos, que é justo e natural que homens prudentes, íntegros e humanos dominem sobre os que não o são. [...] Sendo assim, [...] com perfeito direito os espanhóis dominam sobre os bárbaros do Novo Mundo [...], os quais em prudência, engenho, toda virtude e humanidade são superados pelos espanhóis como [...] macacos por homens. (SEPÚLVEDA, J. G. As justas causas de guerra contra os índios. In: SUESS, P. (Coord.). A conquista espiritual da América Espanhola. Petrópolis: Vozes, 1992.

p. 531.)

Com base no texto, que foi escrito em 1547, e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar: a) A superioridade moral espanhola, fundada no cristianismo e nos valores capitalistas, como a busca pelo lucro, fez com que a colonização da América fosse um sucesso do ponto de vista humano, tendo promovido a civilização do índio e a prosperidade social. b) Os índios, por sua liberdade natural, deveriam ser aceitos em seu estado edênico, portanto não deveriam ser condenados a expiar em cativeiro os pecados da idolatria, do paganismo, do incesto, da feitiçaria, do canibalismo e da antropofagia. c) Os europeus, devido à inferioridade de sua cultura, necessitavam absorver os fundamentos técnicos dos nativos sobre o ambiente americano, para posteriormente dominá-los e transformá-los em consumidores dos produtos industrializados espanhóis.

d) A colonização espanhola no Novo Mundo era legítima, pois, baseada na escravização do indígena, promoveu a civilização europeia, ao popularizar o consumo de produtos tropicais como o açúcar, o café e o fumo, além de fornecer grande quantidade de mão de obra para a industrialização.e) O discurso através do qual se justificava a conquista e a submissão dos povos era baseado na convicção da superioridade natural da cultura europeia, que se manifestaria no uso de roupas, na crença em uma divindade única e no casamento monogâmico

42. (ENEM) Jean de Léry viveu na França na segunda metade do século XVI, época em que as chamadas guerras de religião opuseram católicos e protestantes. No texto abaixo, ele relata o cerco da cidade de Sancerre por tropas católicas. (…) desde que os canhões começaram a atirar sobre nós com maior freqüência, tornou-se necessário que todos dormissem nas casernas. Eu logo providenciei para mim um leito feito de um lençol atado pelas suas duas pontas e assim fiquei suspenso no ar, à maneira dos selvagens americanos (entre os quais eu estive durante dez meses) o que foi imediatamente imitado por todos os nossos soldados, de tal maneira que a caserna logo ficou cheia deles. Aqueles que dormiram assim puderam confirmar o quanto esta maneira é apropriada tanto para evitar os vermes quanto para manter as roupas limpas (...).

Neste texto, Jean de Léry

a) despreza a cultura e rejeita o patrimônio dos indígenas americanos. b) revela-se constrangido por ter de recorrer a um invento de “selvagens”. c) reconhece a superioridade das sociedades indígenas americanas com relação aos europeus. d) valoriza o patrimônio cultural dos indígenas americanos, adaptando-o às suas necessidades. e) valoriza os costumes dos indígenas americanos porque eles também eram perseguidos pelos católicos.

43. (PUC-PR) As práticas mercantilistas, ocorridas na Idade Moderna, estiveram relacionadas com:

a) a exploração de impérios coloniais e a regulamentação do comércio exterior. b) o surgimento das Corporações de Ofícios. c) a ideia de liberdade de produção, de concorrência e de circulação de mercadorias. d) o surgimento das doutrinas iluministas. e) o final dos regimes absolutistas e os princípios liberais surgidos nas chamadas revoluções burguesas.

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27História Geral - Apostila 02

44. (UEL) Leia o texto a seguir.

Quando Cortés apodera-se do México e Pizarro, do Peru, os dois conquistadores realizaram um empreendimento militar de conquista. Mas a colonização espanhola não se limitou a esse episódio [...] foi também uma gigantesca tentativa de apropriação dos seres e das coisas da América [...]. Trata-se daquilo que chamei a ocidentalização do Novo Mundo. [...] Mas esse imenso empreendimento [...] só podia se realizar com o concurso ativo dos indígenas. [...] Nessa política de ocidentalização [...] as elites indígenas tinham um papel essencial a desempenhar. Situadas entre os milhões de índios e os poucos milhares de invasores espanhóis, elas serviram em toda parte de intermediários obrigatórios entre o novo poder e as massas vencidas.

(GRUZINSKI, S. O renascimento ameríndio. In NOVAES, A. ( Org.). A outra margem do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 283-285.)

De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre a conquista e a colonização da América, é correto afirmar:

a) A colonização espanhola dependeu fundamentalmente da superioridade militar e quantitativa dos exércitos de ocupação em toda a América para garantir a extração da prata e a produção agrícola de exportação. b) Os antigos senhores indígenas foram ocidentalizados e incorporados à administração colonial espanhola, nela permanecendo, ao longo de séculos, como intermediários entre os conquistadores e a população local. c) Os colonos espanhóis conseguiram estabelecer seu domínio com o apoio da Igreja e seus missionários que, reunindo os índios nas missões e reduções, forneciam mão de obra escravizada e domesticada para os empreendimentos mercantis coloniais. d) A produção agrícola foi o principal objetivo dos conquistadores, cujo sucesso foi garantido na medida em que os indígenas aceitaram os espanhóis como senhores naturais e, voluntariamente, a eles se submeteram. e) A construção de um espaço colonial na América espanhola foi fruto da revolução empreendida pelas massas indígenas que, cristianizadas, rechaçaram seus antigos senhores, pois o domínio espanhol era muito mais pacífico e benigno.

45. (Unicamp) A respeito do Estado moderno, o pensador político inglês John Locke (1632-1704) escreveu: “Considero poder político o direito de fazer leis para regular e preservar a propriedade”.(MUNAKATA, Kazumi, A Legislação Trabalhista no Brasil, 1984.)

Explique a função do Estado segundo essa tese de Locke.______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________

46. (UFPR) A política mercantilista, sistema defendido por

Colbert, ministro do rei Luís XIV, da França, foi um dos elementos principais da economia colonial de Portugal. Aponte as características principais desse sistema e a forma como se aplicou às relações entre Portugal e o Brasil no período colonial.______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________

47. (FUVEST 2004) “O ouro e a prata que os reis incas tiveram em grande quantidade não eram avaliados [por eles] como tesouro porque, como se sabe, não vendiam nem compravam coisa alguma por prata nem por ouro, nem por eles pagavam os soldados, nem os gastavam com alguma necessidade que lhes aparecesse; tinham-nos como supérfluos, porque não eram de comer. Somente os estimavam por sua formosura e esplendor e para ornamento [das casas reais e ofícios religiosos]”. Garcilaso de la Vega, Comentários Reais, 1609.

Com base no texto, aponte: As principais diferenças entre o conjunto das ideias expostas no texto e a visão dos conquistadores espanhóis sobre a importância dos metais preciosos na colonização.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ 48. (UFRRJ) A monarquia absolutista, com uma longa gestação no espírito da realeza, tornou-se a realidade dominante em França apenas durante o reinado de Luís XIV (1643-1715). A fronda de 1648-1653 representou a última vez que secções da nobreza territorial pagaram em armas contra a realeza centralizadora.

SKOCPOL, Theda. Estados e revoluções sociais.Lisboa: Editorial Presença, 1985.p.62.

O Antigo Regime estendeu-se em França até a Revolução Francesa de 1789. Um dos impedimentos à consolidação do poder monárquico era justificado pela tenaz resistência da nobreza. Uma vez dominada a nobreza, consolidava-se a monarquia absolutista.

a) Cite duas características do Absolutismo.

____________________________________________________________________________________________________

b) Estabeleça uma relação entre o reinado de Luís XIV e o Absolutismo.

____________________________________________________________________________________________________

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História Geral - Apostila 02

você sabia?Que cronistas da época deixaram relatos sobre a violência do massacre em Paris. Eles disseram que era impossível andar pelas ruas sem sujar as roupas de sangue no dia seguinte à carnificina.

O massacre de Calvinistas pelos católicos em Paris na noite de São Bartolomeu.

A partir de Paris a matança de huguenotes (protestantes) por católicos se alastrou por toda a França e calcula-se que cerca de 30 mil foram mortos em todo o reino naqueles dias terríveis. Como uma forma de unir católicos e protestantes, tentou-se o casamento de Henrique de Navarra (huguenote) e de Margarida (Margot) da França (católica). Margot foi pressionada a casar-se com Henrique de Navarra por seu irmão, o rei Carlos IX, um rei fraco e manipulado pela mãe, a ultracatólica Catarina de Médicis. Tratou-se de um casamento de interesses, para que as guerras religiosas na França diminuíssem, mas o massacre só contribuiu para acirrar ainda mais os ânimos dos oponentes. Uma das primeiras vítimas do massacre foi o conselheiro do rei Gaspard de Coligny, um grande líder hugue-note que aconselhava o rei a dar liberdade de culto aos protestantes. O próprio Henrique de Navarra só livrou-se de ser morto porque converteu-se no último momento ao catolicismo.

Henrique e Margot tornaram-se soberanos do reino de Navarra. De volta a Navarra, Henrique retornou à religião protestante dizendo que abjurou somente para proteger-se da morte certa nas mãos dos católicos em Paris. Carlos IX morreu em 1574 e ascendeu ao trono seu irmão Henrique III. Esse rei teve seu período de governo (1574-1589) sacudido por oito guerras entre católicos e protestantes, até que f inalmente Henrique de Navarra venceu os católicos.

No entanto, Henrique de Navarra percebeu que sem o apoio católico jamais conseguiria governar a França, assim, converteu-se pela segunda vez ao catolicismo em 1594, dizendo “Paris bem vale uma missa”. Essas estratégias eram muito comuns naquela época em que as disputas pelo poder eram informadas por Maquiavel (“os fins justificam os meios”).Em 1598 ortorgou o Êdito de Nantes pelo qual concedia liberdade de culto aos protestantes. Quase cem anos depois, seu neto, Luís XIV (1643-1715), para impedir que os protestantes formassem “um Estado dentro do Estado”, revogou o Êdito de Nantes, em 1685.Isso provocou uma enorme evasão de prósperos banqueiros, comerciantes e artesãos protestantes causando grave crise econômica na França. As gravuras da época nos informam sobre a grande violência praticada nessas guerras em nome da fé.

Henrique de Navarra.

católico, tendo seus reis uma forte aliança com a Igreja que muito contribuía para o financiamento da Coroa.As rivalidades entre católicos e protestantes (huguenotes) na França da segunda metade do século XVI, expressou-se resumidamente no episódio do massacre da noite de São Bartolomeu, ocorrido em Paris no dia 24 de agosto de 1572, quando cerca de 4 mil protestantes foram massacrados nas ruas da cidade.

TESTES49. (ENEM) Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre o espaço geográfico, através da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os cientistas também iriam se atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento.

SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.

O texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção artística, marcada pela constante relação entre

a) fé e misticismo.b) ciência e arte.c) cultura e comércio. d) política e economia. e) astronomia e religião.

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50.(UEPG) Período marcado por um renovado interesse pela cultura greco-romana, o Renascimento se configura em um dos momentos decisivos para o desenvolvimento artístico, científico e intelectual do Ocidente. A respeito desse período histórico, assinale o que for correto.

01) O Renascimento pode ser considerado como um fenômeno tipicamente urbano. Milão, Florença e Veneza foram cidades italianas que abrigaram e patrocinaram inúmeros artistas renascentistas. 02) Trecento, Quatrocento e Cinquecento foram períodos distintos do Renascimento. Enquanto no Trecento apenas a Europa estava envolvida com o movimento renascentista, no Cinquecento ele já se encontra espalhado pela África, Ásia e América. 04) A tradição medieval pautou, durante os séculos renascentistas, o princípio artístico e estético dos principais pintores, escritores e escultores do Renascimento. 08) Classe social em ascensão durante o Renascimento, a burguesia europeia foi crítica contumaz desse movimento. Para os burgueses, o investimento em arte era um desperdício de tempo e de força de trabalho. 16) O mecenato (financiamento da produção de obras renascentistas) desenvolvido por famílias ricas, como os Medici e os Sforza, foi uma prática essencial para que artistas e intelectuais pudessem desenvolver os seus trabalhos com liberdade e criatividade.

51. (PUC 2018) Durante o Renascimento houve uma revolução tecnológica fundamental em máquinas e equipamentos cujo impacto para o progresso das ciências equipara-se ao advento da internet no final do século XX. Essa revolução se deveu

a) à imprensa dos tipos móveis que agilizou a troca de ideias e a divulgação de inventos. b) às Reformas religiosas, a partir das quais as pessoas deixaram de ser crentes e místicas.c) à expansão marítima, cujos lucros contribuíram para o desenvolvimento científico e comercial autônomo das colônias. d) ao Moderno Estado Europeu, que priorizou as áreas exatas e tecnológicas nas universidades.e) ao intercâmbio de informações entre as civilizações europeia, chinesa e islâmica.

52. (UEPG) Concebido por Adam Smith no século XVIII, o liberalismo é uma doutrina política e econômica que possui características e princípios bastante peculiares. A respeito deste tema, assinale o que for correto.

01) A doutrina liberal defende a livre organização dos trabalhadores em associações, sindicatos e partidos que representem os seus interesses. Para o liberalismo, é a organização dos trabalhadores que gerará salários justos e direitos sociais garantidos. 02) No liberalismo há o incentivo ao mérito, ou seja, todo indivíduo terá garantida igualdade de oportunidades e depende apenas do seu esforço pessoal para alcançar seus objetivos e propósitos. 04) Ideologicamente vinculado à perspectiva capitalista, o liberalismo constrói sua base argumentativa na defesa do aumento da produção e na ideia de bem-estar material do indivíduo.08) No bojo do pensamento liberal, destaca-se o princípio de que, se em uma sociedade as leis fossem cumpridas por todos, não haveria necessidade de que o Estado cobrasse impostos

e investisse, por exemplo, na formação de quadros militares. 16) Enquanto doutrina, o liberalismo defende o Estado mínimo, ou seja, um Estado que pouco interfira na economia, mas, ao mesmo tempo, garanta a propriedade privada, os direitos individuais, a liberdade religiosa e a segurança.

53.(UFPR LITORAL) A respeito das idéias e dos valores defendidos pelos humanistas, é correto afirmar:

a) Voltados para a cultura clássica, os humanistas pregaram uma nova religião inspirada no panteão greco-romano e no culto da Natureza, sendo, por esse motivo, perseguidos pela Inquisição. b) Atentos às transformações econômicas em curso nos séculos XV e XVI impulsionadas pela monetarização, pelo comércio e pela expansão ultramarina, os humanistas foram contrários ao enriquecimento proporcionado pelo desenvolvimento do capitalismo mercantil, condenando práticas financeiras como o empréstimo a juros. c) Defensores das liberdades democráticas e dos ideais republicanos, os humanistas combateram veementemente o absolutismo. d) Apesar de ser a Itália o centro mais importante da produção e da divulgação do humanismo desde o século XIV, trata-se de um movimento internacional que não ficou restrito aos estudos humanísticos, mas que renovou igualmente as artes plásticas e a literatura nas línguas nacionais, tendo, entre seus representantes, nomes como Erasmo, Thomas More, Garcilaso de La Vega e Montaigne. e) Os humanistas acreditavam que uma verdadeira reforma dos costumes e da sociedade não seria possível sem a participação das mulheres. Nesse sentido, foram verdadeiros precursores do feminismo ao apoiar as idéias favoráveis à educação feminina e combater os preconceitos contra as mulheres.

54.(UFSC) Sobre o período histórico conhecido como Renascimento, é correto afirmar que:

01) Foi causado pelo desenvolvimento do comércio, pelo crescimento das cidades e pela fuga ao misticismo medieval. 02) Teve como características o racionalismo, o realismo e o individualismo. 04) Surgiu na Itália, tendo como principais centros culturais Florença, Veneza e Roma.08) Houve rejeição, por parte de homens ricos conhecidos como mecenas, aos artistas da época. 16) São considerados artistas renascentistas: Shakespeare, Miguel Ângelo e Leonardo da Vinci.

55. (UEPG) Um dos acontecimentos de maior impacto no século XVI, o movimento de ruptura com a Igreja Católica – que recebeu a denominação de Reforma Protestante – significou um abalo na hegemonia religiosa que dominara o mundo medieval e abriu as portas para uma série de grandes e importantes transformações no mundo a partir de então. A respeito da Reforma Protestante, assinale o que for correto.

01) No século XIV, o sacerdote inglês John Wycliff levantou uma série de questionamentos sobre a atuação do clero católico, a cobrança de indulgências e o celibato clerical. Por conta disso, Wycliff é considerado um dos precursores do movimento de Reforma que ocorreria tempos depois. 02) O quadro geral do final da Idade Média (caracterizado por tensões sociais e políticas, pela ocorrência de revoltas camponesas que questionavam o sistema de posse da terra,

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História Geral - Apostila 02

pela disseminação de pestes, pelo início das práticas capitalistas e pela emergência da burguesia) ajuda a entender o nascimento do movimento de Reforma Protestante do século XVI. 04) Apesar de a Reforma ter iniciado na Alemanha, com Martin Lutero, neste país as premissas protestantes não tiveram grande repercussão. O catolicismo manteve-se hegemônico entre os germânicos, restando aos seguidores de Lutero avançar sobre um pequeno setor da nascente burguesia alemã. 08) Os anabatistas, ou reformadores radicais, surgiram na Suíça e defendiam, entre outras coisas, a necessidade do batismo de adultos por imersão (como modo de confirmar a conversão do fiel), a restauração da igreja primitiva e o afastamento absoluto de práticas mundanas (como dançar e cantar). 16) Um dos expoentes da Reforma Protestante, John Calvino era um estudioso da Bíblia e um escritor dedicado a reinterpretar as Escrituras Sagradas. Em seus textos, Calvino negava muitas das antigas verdades bíblicas e propunha a necessidade de que novas concepções bíblicas fossem disseminadas entre os Protestantes.

56. (UFSC) Some as alternativas corretas:

01) O Calvinismo teve influência no desenvolvimento econômico de vários países, pois o êxito no desempenho das profissões e negócios era para os calvinistas como um sinal de “predestinação”. 02) A Reforma foi um movimento de caráter religioso, político e econômico, iniciado na Itália no século XVI, e que se expandiu pela Europa. 04) A venda de indulgências pelos dominicanos, ligados aos banqueiros Függers, foi o motivo inicial para a ruptura entre Lutero e a Igreja. 08) O apoio dos príncipes alemães foi decisivo para a vitória do Luteranismo.

57.(UEM) “Erram, pois, os pregadores das indulgências que dizem que, pelas indulgências do papa, o homem fica livre de toda a pena e fica salvo.”

(LUTERO, Martinho. Obras. In: MELLO, Leonel Itaussu A. e COSTA, Luís C. Amad. História moderna e contemporânea. São Paulo: Scipione, 1995. p. 54.)

Essa é uma das teses que o reformador protestante Martinho Lutero publicou no início do século XVI, na Alemanha, para criticar as práticas da Igreja Católica e propor mudanças. Teses religiosas como essa mostram a intensificação das críticas de Lutero e preparam o caminho para sua ruptura com a Igreja Católica, desencadeando o movimento conhecido como Reforma Protestante. Sobre essa Reforma, assinale a alternativa incorreta. a) Na Inglaterra, a Reforma Protestante foi deflagrada por Henrique VIII, que rompeu com o Papa e criou a Igreja Anglicana, subordinada ao Estado inglês. b) Por meio das indulgências, a Igreja Católica absolvia os pecados dos fiéis em troca de uma soma de dinheiro. c) A Companhia de Jesus, criada por Inácio de Loyola na primeira metade do século XVI, foi um importante instrumento de difusão do protestantismo na Europa. d) Lutero rejeitou os rituais católicos de salvação da alma e defendeu a tese de que o homem se torna justo por meio da fé. e) Para o reformador protestante Calvino, defensor da doutrina da predestinação, alguns homens já nasciam predestinados à salvação.

59. (UEL) Leia o texto a seguir. Uma família de Guarujá vivia angustiada nas últimas semanas com boatos sobre uma se-questradora de crianças à solta na periferia da cidade do litoral paulista. O medo naquela casa do bairro de Morrinhos era que a criminosa se aproximasse de Fabiane Maria de Jesus, 33 anos de idade, casada e mãe de duas filhas. “Se ela chegasse na minha irmã, tomava as crianças dela. Porque a Fabiane é assim: se alguém começa a conversar com ela no ônibus, ela já conta a vida inteira.” O desabafo, com os verbos no presente, é de Leidiane, 31 anos de idade, irmã mais nova de Fabiane, linchada na semana passada por moradores de Morrinhos após ser confundida com a tal sequestradora que nunca agiu no município. O que se soube após a morte de Fabiane é que tudo não passava de um boato. Um retrato falado feito em 2012 pela polícia do Rio de Janeiro foi divulgado em uma página na Internet voltada à população de Guarujá e a falsa informação levou pânico aos moradores. Na família de Fabiane, por exem-plo, apenas ela não dava muita atenção à história da “bruxa” que levava crianças para rituais macabros. A mãe, Raimunda Maria de Jesus, 50 anos de idade, conta que chegou a alertar a filha, mas Fabiane não acreditou na conversa. “Ela me disse: ‘Isso é coisa do satânico. Isso é mentira’.” A opinião de Fabiane, porém, era minoria em casa e também em Morrinhos. Na tarde de sábado, dia 3, ela foi cercada e atacada por uma multidão. Ao longo de pelo menos duas horas, nas ruas de terra e nas palafitas do bairro, foi arrastada, levou chutes e pauladas e foi jogada ao chão. Internada em estado crítico após as agressões, morreu às 6h40min de segunda-feira. O linchamento foi registrado em fotos e vídeos gravados com celulares, o que já permitiu à polícia prender suspeitos de agredir Fabiane, mãe das meninas Yasmin, 12 anos de idade, e Esther Nicolly, 1 ano de idade.

(Adaptado de: Acesso em: 11 jul. 2015.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, responda aos itens a seguir.

58.(UEPG) Quest ionando verdades estabelecidas, sacramentadas pela Igreja, o homem do Renascimento lançou-se na aventura de pensar livremente. Assim fizeram Copérnico, Newton, Francis Bacon e Leonardo da Vinci, apontando caminhos, abandonando muitas concepções medievais e proclamando a importância da razão e do pensar sem barreiras. Essa atitude estendeu-se também ao campo religioso, através da Reforma, que não aceitava intermediários entre Deus e o homem. Sobre o movimento reformista, assinale o que for correto.

01) A formação das monarquias nacionais favoreceu o movimento reformista porque o conflito entre o poder temporal (do rei) e o poder espiritual (do papa) constituiu um obstáculo ao fortalecimento da autoridade central da Igreja de Roma. 02) Um dos pontos de conflito entre o papado e a burguesia mercantil foi a “teoria do justo preço”. 04) Certas práticas da Igreja Católica, como a venda de indulgências e as negociatas em torno de cargos religiosos, bem como o despreparo de alguns sacerdotes, foram objeto de críticas de grande impacto popular por parte dos reformistas. 08) A adesão da maior parte da população dos países ibéricos ao ideário reformista coincidiu com o sucesso do movimento na França e na Inglaterra. 16) Lutero, um dos principais reformistas, defendia a liberdade de culto e de consciência individual, a partir da convicção de que a salvação seria obtida exclusivamente pela fé.

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IDADE MODERNA história Geralapostila 02

41História Geral - Apostila 02

REVOLUÇÕES INGLESAS

A dinastia Tudor teve fim com a morte da “rainha virgem” (Elizabeth I), em 1603. Em seu longo governo Elizabeth I conseguiu transformar a Inglaterra na nação mais poderosa da Europa. Houve um grande desenvolvimento do mercantilismo sob forte intervenção do Estado absolutista inglês. Em seu lugar ascendeu ao trono o rei da Escócia Jaime Stuart, como Jaime I (1603-1625), iniciando assim, a dinastia Stuart na Inglaterra. Os Stuart herdaram uma Inglaterra rica e em pleno desenvolvimento capitalista, porém em conflito com os últimos resquícios de feudalismo ainda vigentes.A dinastia Stuart foi extremamente conturbada pelas revoluções Puritana e Gloriosa no século XVII. Isso se deve ao fato da impopularidade causada por sua

a) Discorra sobre o que era considerado como “bruxaria” no contexto da sociedade europeia entre a Baixa Idade Média e o início da Idade Moderna. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ b) Quais poderiam ser as comparações possíveis entre o relatado no texto e as noções sobre “bruxaria” na sociedade europeia entre a Baixa Idade Média e o início da Idade Moderna.

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60. (Unesp) [...] tudo que os renascentistas pretendiam era assumir a condição humana até seus limites, até as últimas consequências. Nem Deus e nem o demônio; todo o desafio consistia em ser absolutamente, radicalmente humano, apenas humano.

(Nicolau Sevcenko. O Renascimento, 1985.)

Explique a caracterização que o texto faz do Renascimento e dê exemplo de uma obra artística em que tal intenção se manifeste.

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61.(UFPR) Considerado um dos mais famosos e copiados pintores dos primórdios do Barroco, Michelangelo Merisi de Caravaggio foi bastante requisitado durante a Contra-Reforma. Observe a imagem abaixo, do quadro Jantar em Emmaus, pintado por ele em 1596.

a) A partir da observação da imagem, comente duas características presentes no Barroco.

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b) Estabeleça uma relação entre o Barroco e a Contrarreforma

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IDADE MODERNA história Geralapostila 02

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TESTES62. (UFPR) Considere o excerto abaixo, escrito pelo filósofo John Locke em 1689:

Ninguém pode impor-se a si mesmo ou aos outros, quer como obediente súdito de seu príncipe, quer como sincero venerador de Deus: considero isso necessário sobretudo para distinguir entre as funções do governo civil e da religião, e para demarcaras verdadeiras fronteiras entre a Igreja e a comunidade. Se isso não for feito, não se pode pôr um fim às controvérsias entre os que realmente têm, ou pretendem ter, um profundo interesse pela salvação das almas, de um lado, e, de outro, pela segurança da comunidade.

(LOCKE, John. Carta acerca da tolerância. São Paulo: Abril Cultural, 1973, col. Os Pensadores, vol. XVIII, p. 11.)

Sobre a relação desse pensamento de Locke com o contexto político e religioso da Europa do século XVII, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F):

( ) John Locke defende a separação entre poder político e poder espiritual como base para o estabelecimento de novas comunidades religiosas na Europa ocidental, em referência às novas ações da Inquisição nos reinos católicos.( ) John Locke defende a tolerância religiosa e a separação entre a religião e o poder político civil como bases para a convivência pacífica entre os povos de religiões diferentes, em referência às guerras entre católicos e protestantes nos reinos europeus.( ) John Locke defende a separação entre Igreja e Estado no contexto das perseguições empreendidas pelos puritanos na Inglaterra, após saírem vitoriosos da Revolução Gloriosa.( ) John Locke defende a tolerância religiosa como condição primordial para a convivência entre diferentes religiões que nasciam na Europa no século XVII e que eram perseguidas pela Igreja Católica, como o espiritismo kardecista.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.

a) F – F – V – F.b) F – V – F – F.c) V – F – F – F.d) F – F – F – V.e) V – F – F – V.

63. (UFPR 2018). Considere o excerto abaixo sobre o livro Utopia, do escritor inglês Thomas Morus (1478-1535), lançado entre 1516 e 1518: [...] Em sua obra Utopia, Morus descreve a vida numa ilha em formato de lua crescente, na qual tudo é dividido de maneira equânime entre as pessoas, onde não existe injustiça e violência e se vive confortavelmente. [...] na ilha de Utopia, o problema da exclusão social, tema candente de seu tempo, [...] seria resolvido de uma vez por todas. E de que maneira? Pela aplicação de todos ao trabalho [...]”.

(LOPES, M. A. Uma História da ideia de utopia: o real e o imaginário no pensamento político de Thomas Morus. História: Questões & Debates, Curitiba,

n. 40, 2004, p. 141-142.)

A partir do trecho acima e dos conhecimentos sobre o início da Idade Moderna (1453-1789), é correto afirmar que a obra de Morus pertenceu ao:

a) Iluminismo europeu e foi publicada no contexto do absolutismo inglês, em que o clero católico possuía privilégios, terras e metais preciosos, ao contrário da maioria da população. b) Renascimento europeu e foi publicada no contexto do republicanismo inglês, em que os parlamentares possuíam terras, títulos de nobreza e isenção de impostos, ao contrário da maioria da população. c) Arcadismo europeu e foi publicada no contexto do protecionismo inglês, em que o clero protestante possuía terras, privilégios e perdão de dívidas, ao contrário da maioria da população. d) Humanismo europeu e foi publicada no contexto do absolutismo inglês, em que a aristocracia possuía privilégios, terras e rendas, ao contrário da maioria da população. e) Romantismo europeu e foi publicada no contexto de expansionismo inglês, em que a monarquia possuía manufaturas, terras e ouro, ao contrário da maioria da população.

64. (FUVEST) Sobre o chamado despotismo esclarecido é correto afirmar que:

a) Foi um fenômeno comum a todas as monarquias europeias, tendo por características a utilização dos princípios do iluminismo. b) Foram os depostas esclarecidos os responsáveis pela sustentação e difusão das ideias iluministas elaborada pelos filósofos da época. c) Foi uma tentativa bem intencionada, embora fracassada, das monarquias europeias reformarem, estruturalmente seus Estados. d) Foram burgueses europeus que convenceram os reis a adotarem o programa de modernização proposto pelos filósofos iluministas. e) Foi uma tentativa, mais ou menos bem sucedida, de algumas monarquias reformarem, sem alterá-las, as estruturas vigentes.

65.(UFPR) “Nossas esperanças sobre os destinos futuros da espécie humana podem se reduzir a estas três questões: a destruição da desigualdade entre as nações; os progressos da igualdade em um mesmo povo; enfim, o aperfeiçoamento real do homem.”

(CONDORCET. Esboço de um quadro histórico dos progressos do espírito humano. Trad. de Carlos A. R. de Moura. Campinas: Ed. da UNICAMP, 1993. p. 177.)

As esperanças de Condorcet foram compartilhadas pelos filósofos iluministas, representantes de um movimento cultural e intelectual que teve na França um dos centros mais importantes e atuantes no século XVIII. Sobre o iluminismo, assinale a alternativa correta.

a) Os iluministas acreditavam na capacidade humana de superar a miséria e a ignorância pelo uso da razão, condição fundamental para o exercício da liberdade e a conquista da felicidade; a história, nesse sentido, é entendida por eles como um movimento linear cuja finalidade é o progresso humano. b) Condorcet e os filósofos iluministas defendiam a revolução política com o objetivo de extinguir as classes sociais. c) No seu combate à Igreja Católica, os iluministas defenderam o confisco dos bens eclesiásticos, com o intuito de distribuí-los entre os pobres. d) Rousseau, Voltaire, Diderot e D’Alembert foram duramente perseguidos por forças de repressão da monarquia francesa por defenderem um regime republicano e instigarem, com suas idéias, os camponeses à rebelião; em meados do século XVIII, estabeleceram formas de ação política retomadas mais tarde pelos jacobinos.

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história geralapostila 02

História Geral - Apostila 02

69. (PUC-PR) Leia o texto a seguir:

“Cem anos atrás um grande americano, em cuja sombra simbólica nos encontramos hoje, assinou a proclamação da emancipação [dos escravos]. (…)Mas, cem anos mais tarde, o negro ainda não está livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro ainda é duramente tolhida pelas algemas da segregação e pelos grilhões da discriminação. Cem anos mais tarde, o negro habita uma ilha solitária de pobreza, em meio ao vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro continua a mofar nos cantos da sociedade americana, como exilado em sua própria terra. Então viemos aqui hoje para dramatizar uma situação hedionda. (…) Mas há algo que preciso dizer a meu povo posicionado no morno liminar que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso lugar de direito, não devemos ser culpados de atos errados. Não tentemos saciar nossa sede de liberdade bebendo do cálice da amargura e do ódio. Temos de conduzir nossa luta para sempre no alto plano da dignidade e da disciplina. Não devemos deixar nosso protesto criativo degenerar em violência física. Precisamos nos erguer sempre e mais uma vez à altura majestosa de combater a força física com a força da alma.”

Trechos do discurso de Martin Luther King, em 28 de agosto de 1963. Disponível em: <Exame>

Interprete o texto acima e observe as seguintes afirmações sobre o movimento negro nos EUA, na segunda metade do século XX:

I. Martin Luther King foi um importante líder do movimento negro nos EUA no período após a Segunda Guerra Mundial. O seu discurso está inserido no contexto da luta pelos direitos civis dos negros nesse país, no qual questiona as leis segregacionistas que delimitavam, por exemplo, lugares separados para brancos e para negros em locais públicos.II. No seu discurso, Martin Luther King faz referência à propaganda capitalista própria do período da Guerra Fria segundo a qual os EUA eram um país onde os cidadãos desfrutavam do sonho americano de bonança financeira, o que não correspondia com a realidade vivida pela comunidade negra.III. Martin Luther King foi um importante representante do movimento negro nos EUA, conhecido como “Panteras Negras”, que pregava o enfrentamento violento e radical dos negros frente aos brancos, para a conquista dos direitos civis pelos primeiros, que carregavam a triste herança da escravidão.

Estão CORRETAS as afirmações:

a) I e II apenas.b) I e III apenas.c) I, II e III.d) I apenas.e) II e III apenas

e) Os iluministas eram adeptos de um modelo econômico baseado na propriedade coletiva dos meios de produção.

66. (ENEM) Observe as duas afirmações de Montesquieu (1689-1755), a respeito da escravidão: A escravidão não é boa por natureza; não é útil nem ao senhor, nem ao escravo: a este porque nada pode fazer por virtude; àquele, porque contrai com seus escravos toda sorte de maus hábitos e se acostuma insensivelmente a faltar contra todas as virtudes morais: torna-se orgulhoso, brusco, duro, colérico, voluptuoso, cruel. Se eu tivesse que defender o direito que tivemos de tornar escravos os negros, eis o que eu diria: tendo os povos da Europa exterminado os da América, tiveram que escravizar os da África para utilizá-los para abrir tantas terras. O açúcar seria muito caro se não fizéssemos que escravos cultivassem a planta que o produz.

(Montesquieu. O espírito das leis.)

Com base nos textos, podemos afirmar que, para Montesquieu, a) o preconceito racial foi contido pela moral religiosa. b) a política econômica e a moral justificaram a escravidão. c) a escravidão era indefensável de um ponto de vista econômico. d) o convívio com os europeus foi benéfico para os escravos africanos. e) o fundamento moral do direito pode submeter-se às razões econômicas

67. (UEM) Em oposição ao Mercantilismo, que se caracterizava pela intervenção do Estado na economia por meio de monopólios, proibições e regulamentos, surgiu o chamado Liberalismo Econômico. A respeito desse tema, assinale a alternativa incorreta.

a) A mais famosa formulação teórica que se opunha ao Mercantilismo foi o livro de Adam Smith, publicado em 1776, A Riqueza das Nações. b) Denominou-se Mercantilismo um conjunto de normas que regulavam as atividades comerciais nos mais importantes países da Europa e sua aplicação foi mais efetiva durante os séculos XVI, XVII e XVIII. c) Os teóricos do Liberalismo Econômico afirmavam que a intervenção do Estado obstaculizava o desenvolvimento das atividades econômicas. d) O Liberalismo Econômico caracterizava-se pela defesa aberta da liberdade sexual e da acumulação de riquezas pela burguesia. e) Os fisiocratas François Quesnay e Turgot foram alguns dos primeiros economistas a combater de forma mais contundente o Mercantilismo.

68. (UEM) A respeito do Liberalismo Econômico, assinale o que for incorreto.

a) O livro de Adam Smith, A Riqueza das Nações (1776), é a base teórica principal do capitalismo liberal. b) O Liberalismo opõe-se teoricamente ao Mercantilismo. c) Mesmo tendo algumas diferenças teóricas, a visão de Adam Smith se somava à Fisiocracia na defesa do livre comércio. d) A frase Laissez faire, laissez passer, le monde va de lui-même (Deixai fazer, deixai passar, que o mundo anda por si mesmo) expressa o pensamento do Liberalismo. e) As teses liberais de Adam Smith serviram de inspiração, inclusive, para os regimes fascistas que floresceram na Europa no século XX.

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70.(Mackenzie-SP) Leis britânicas acirraram as divergências en-tre colonos americanos e a Coroa inglesa, provocando a luta pela independência. Dentre os objetivos dessas leis, destacam-se:

a) aumentar a receita real, impedir o contrabando e o comércio intercolonial e recuperar a Companhia das Índias Orientais.b) aumentar o consumo de chá e de açúcar na colônia, obrigar o uso de selos nas correspondências e aumentar as exportações da colônia.c) abolir a escravidão nas colônias, separar juridicamente as Treze Colônias e ajudar a Pensilvânia a anexar terras no Oeste.d) recuperar Companhia das Índias Ocidentais, abrir o porto de Boston às nações amigas e aumentar as importações da colônia.e) pagar indenizações à França, devido à derrota inglesa na Guerra dos Sete Anos, revogar os atos Townshend e favorecer os produtores locais de açúcar.

71.(UEPG) “Quando, no curso dos acontecimentos humanos, um povo se vê na necessidade de romper com os laços políticos que o unem a outro, e assumir entre as potências da Terra a posição igual e distinta a que as leis da natureza e do Deus da natureza lhe dão direito, um justo respeito pela opinião dos homens exige que ele declare as causas que o levaram a essa separação.”

(Declaração Unânime dos 13 Estados Unidos da América, 1776). Sobre a Independência das 13 colônias inglesas, assinale o que for correto.

01) Entre as medidas da metrópole que precipitaram a crise das 13 colônias figura o fortalecimento do controle sobre sua atividade comercial. 02) Em suas disputas com a Coroa Inglesa, os colonos norte-americanos não tiveram a possibilidade de realizar uma negociação institucionalizada, porque não tinham direito a representação no Parlamento Britânico. 04) Com o fim do domínio metropolitano e a adoção dos princípios liberais expressos na Declaração de Independência, implantou-se nos Estados Unidos da América uma sociedade livre da escravidão. 08) O panfleto “Common Sense”, de Thomas Paine, incentivou os colonos a lutarem por sua liberdade. 16) A Guerra dos Sete Anos, travada entre a França e a Inglaterra paralelamente às lutas coloniais, não exerceu nenhuma influência sobre o processo de independência das 13 colônias.

72.(UFPR) Alexis de Tocqueville, um dos grandes teóricos da democracia na América, afirma em sua obra de 1835: “Quando comparo as repúblicas gregas e romanas com essas repúblicas da América, as bibliotecas manuscritas das primeiras e seu populacho grosseiro com os mil jornais que circulam nas segundas e com o povo esclarecido que as habita; quando em seguida penso em todos os esforços que ainda são feitos para julgar uns com a ajuda dos outros e prever, pelo que aconteceu há dois mil anos, o que acontecerá em nossos dias, sou tentado a queimar meus livros, a fim de aplicar apenas idéias novas a um estado social tão novo”.

(TOCQUEVILLE, Alexis. de. A Democracia na América. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 355–356).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a formação da democracia nos Estados Unidos da América, é correto afirmar:

a) Por considerar a democracia na América uma ruptura histórica, Alexis de Tocqueville afirma que a democracia norte-americana foi um episódio original e sem precedentes em experiências

históricas anteriores. b) Ao destacar o ineditismo da democracia norte-americana, Tocqueville refere-se ao fato de a Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) ter conferido igualdade, liberdade e direitos irrestritos às mulheres e aos escravos. c) O “estado social tão novo” apregoado pelo autor refere-se à existência de uma democracia fundamentada nos pressupostos do Despotismo Esclarecido que caracterizava o sistema político no Antigo Regime na Europa. d) Tocqueville sugere que, diferente das repúblicas gregas e romanas, a experiência democrática americana resultou na formação de uma população grosseira e iletrada, conseqüência da leitura de jornais em vez de livros.e) A instituição precoce da democracia liberal nos Estados Unidos foi responsável pela implementação da “missão civilizadora” que possibilitou a incorporação pacífica das populações indígenas nativas na sociedade nacional e assegurou a manutenção do seu modo de viver.

73.(UNESP) Todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais figuram a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Para assegurar esses direitos, entre os homens se instituem governos, que derivam seus justos poderes do consentimento dos governados. Sempre que uma forma de governo se dispõe a destruir essas finalidades, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la, e instituir um novo governo, assentando seu fundamento sobre tais princípios e organizando seus poderes de tal forma que a ele pareça ter maior probabilidade de alcançar-lhe a segurança e a felicidade.(Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776). In: Harold Syrett (org.).

Documentos históricos dos Estados Unidos, 1988.)

O documento expõe o vínculo da luta pela independência das treze colônias com os princípios

a) liberais, que defendem a necessidade de impor regras rígidas de protecionismo fiscal.b) mercantilistas, que determinam os interesses de expansão do comércio externo.c) iluministas, que enfatizam os direitos de cidadania e de rebelião contra governos tirânicos.d) luteranos, que obrigam as mulheres e os homens a lutar pela própria salvação.e) católicos, que justificam a ação humana apenas em função da vontade e do direito divinos.

74. (Fuvest) “Uma casa dividida contra si mesma não subsistirá. Acredito que esse governo, meio escravista e meio livre, não poderá durar para sempre. Não espero que a União se dissolva; não espero que a casa caia. Mas espero que deixe de ser dividida. Ela se transformará só numa coisa ou só na outra.”

[Abraham Lincoln, em 1858].

Esse texto expressa a:

a) posição política autoritária do presidente Lincoln.b) perspectiva dos representantes do sul dos EUA.c) proposta de Lincoln para abolir a escravidão.d) proposição nortista para impedir a expansão para o Oeste.e) preocupação de Lincoln com uma possível guerra civil.

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História Geral - Apostila 02

75. (UFPR) Leia o seguinte excerto da intelectual e ativista Angela Davis: A prova das forças acumuladas que as mulheres negras forjaram por meio de trabalho, trabalho e mais trabalho pode ser encontrada nas contribuições de muitas líderes importantes que surgiram no interior da comunidade negra. Harriet Tubman, Sojourner Truth, Ida Wells e Rosa Parks não são mulheres negras excepcionais, na medida em que são epítomes da condição da mulher negra. As mulheres negras, entretanto, pagaram um preço alto pelas forças que adquiriram e pela relativa independência de que gozavam. Embora raramente tenham sido “apenas donas de casa”, elas sempre realizaram tarefas domésticas.

(DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016, p. 5253-5259 [kindle edition].)

A respeito do movimento dos Direitos Civis nos EUA, considere as seguintes afirmativas:

1. A célebre Marcha sobre Washington para o Trabalho e Liberdade de 1963 foi marcada pela participação importante de mulheres negras com um discurso que privilegiava o papel dos negros em relação aos brancos. 2. A participação feminina nas marchas, boicotes e manifestações de rua que marcaram a década de 1960 nos EUA teve como demanda principal a igualdade de gênero. 3. Rosa Parks aparece no excerto acima graças a duas questões. A primeira, pelo fato de ser uma mulher comum negra, que tinha a sua dupla atribuição de trabalho. A segunda, especificamente por ocupar esse papel é que seu ato de desobediência civil foi mais impactante que o de outras lideranças. 4. A relativa independência das mulheres negras provém de problemas da condição de risco em que viviam seus companheiros homens, uma vez que era muito comum o fato de eles serem encarcerados ou sofrerem outros tipos de violência. Nesse sentido, a independência das mulheres negras nos EUA era sintoma da desigualdade entre negros e brancos. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 3 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

76.(UFRJ) “Dois acontecimentos que fizeram época marcam o inicio e o fim do absolutismo clássico. Seu ponto de partida foi a guerra civil religiosa. O Estado moderno ergue-se desses conflitos religiosos mediante lutas penosas, e só alcançou sua forma e fisionomia plenas ao superá-los. Outra guerra civil – a Revolução Francesa – preparou seu fim brusco.”

Fonte: KOSELLECK, Reinhart. Crítica e crise. Rio de Janeiro, Eduerj & Contraponto, 1999, p. 19.

a) Identifique dois aspectos que caracterizavam o exercício da autoridade pelo Estado Absolutista.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________

b) Em 1651, em meio às guerras religiosas que assolavam a Europa, o filósofo inglês Thomas Hobbes defendia a necessidade de um Estado forte como forma de controlar os sentimentos antissociais do homem. Pouco mais de um século depois, o filósofo J.J. Rousseau, em sua obra Contrato Social (1762), apresentou uma outra visão sobre o mesmo problema. Comente uma característica da concepção de Estado presente em Rousseau.

__________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________

77. (UFPR) Leia o excerto sobre a Guerra de Secessão dos Estados Unidos (1861-1865): “Foi essa experiência terrível [a Guerra de Secessão – 1861-1865], e não a luta pela independência, que fez dos americanos um povo unido, consciente de seu destino único.”

(AMEUR, Farid. O nascimento de uma nação. História Viva. Disponível em: http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/o_nascimento_ de_umanacao.

html). Por que o autor faz esta afirmação sobre a Guerra Civil norte-americana?

Justifique sua resposta, comparando a situação política e econômica interna dos Estados Unidos após a guerra de independência (1776-1783) e após a Guerra de Secessão.

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IDADE MODERNA história Geralapostila 02

51História Geral - Apostila 02

GABARITO

TESTES

01 B 11 A

02 A 12 *

03 B 13 *

04 A 14 *

05 03 15 A

06 C 16 D

07 A 17 E

08 E 18 A

09 E 19 B

10 E 20 B

21 D 31 A

22 12 32 D

23 C 33 09

24 A 34 B

25 24 35 B

26 A 36 C

27 B 37 C

28 * 38 C

29 * 39 D

30 * 40 B

41 E

42 D

43 A

44 B

45 *

46 *

47 *

48 *

49 B

50 17

51 A

52 22

53 D

54 23

55 11

56 13

57 C

58 23

59 *

60 *

61 *

62 B

63 D

64 E

65 A

66 E

67 D

68 E

69 A

70 A

71 11

72 A

73 C

74 E

75 C

76 *

77 *

12. Abordagem: As monarquias germânicas que se estruturaram após a queda do Império Romano do Ocidente, são influenciadas pelas tradições germânicas e romanas, no caso romano os campos jurídico, político e cultural são os mais evidentes. Exemplos podem ser: Reino visigodo; Reino franco; Reino burgúndio; Reino ostrogodo; Reino suevo; Reino vândalo; Reino lombardo. Monarquias onde o soberano poderia ascender ao poder tanto de forma hereditária – caso do Reino franco – como por intermédio da aclamação entre seus pares – caso do Reino visigodo. Monarquias onde o rei mantinha uma política de equilíbrio entre as poderosas nobrezas laica e eclesiástica.

13. Abordagem: A sociedade medieval era estamental, não permitindo mobilidade, os três grupos em questão são a nobreza dona das terras e cuja função era a defesa do feudo, clero representado pela igreja e que determinava a forma de agir e pensar do homem medieval, e os servos que trabalhavam nos campos da nobreza em troca de uma pequena parcela da produção.

14. Abordagem: A Igreja Católica teve papel central na criação e na manutenção do Regime Feudal na Europa cristã medieval porque ela era a instituição que interpretava e explicava, em termos religiosos, a realidade social para os fiéis cristãos. Assim, para explicar o regime feudal, a Igreja divulgou a imagem da sociedade de três funções como um corpo, no qual aqueles que oravam (os clérigos da própria Igreja) eram a cabeça da sociedade; os que combatiam (nobres guerreiros, isto é, senhores feudais e seus vassalos) eram os braços; e os que trabalhavam (os camponeses, ligados às terras dos senhores, principalmente, por elos de servidão) eram os pés dela. Essa visão de mundo divulgada pelos membros da Igreja Católica permitia a ela manter os diversos grupos sociais do Regime Feudal sob sua orientação.

28.Abordagem: Na Baixa Idade Média, houve o Renascimento Comercial e Urbano, a partir do século XII, caracterizado em grande parte pelo desenvolvimento das manufaturas de tecidos.No século XIX, houve na Inglaterra o desenvolvimento tecnológico da Revolução Industrial, como decorrência da mecanização que se iniciara no século XVIII.

29.a) Abordagem: Ao conceito difundido durante o Renascimento, que via na Idade Média uma época de trevas, superstição e ignorância da humanidade.

b) Abordagem: os humanistas valorizavam a Antiguidade Clássica, os valores culturais e artísticos criados na Grécia e Roma, que segundo os mesmos teriam sido em grande parte negligenciados pela igreja durante o período do medievo. c) Abordagem: As cidades medievais tiveram seu desenvolvimento impulsionado pelo comércio que renasceu no século XII no mediterrâneo, com a ajuda dentre outros elementos das cruzadas, que mesmo não obtendo resultado satisfatório na reconquista da terra santa, abriram caminho para retomada comercial entre o ocidente e o oriente.

30. Abordagem: Os cruzados eram camponeses, servos e nobres cavaleiros, e posteriormente até comerciantes. Dentre as motivações, primeiramente destacou-se a campanha empreendida pela Igreja para a reconquista da Terra Santa, Jerusalém, tomada pelos muçulmanos. A esses fatores somam-se o aumento populacional, a pressão pela posse de terras (conquista territorial), e a possibilidade de ascensão social e fuga da pobreza que a conquista de terras e espólios fornecia. As consequências para o ocidente foram o aquecimento do comércio entre ocidente e oriente e aumento do interesse ocidental pelas especiarias e artigos de luxo; o fortalecimento da autoridade dos monarcas e enfraquecimento do poder da igreja, além do fortalecimento da burguesia comercial.

45. Abordagem: Segundo Locke o estado moderno deve fazer leis, preservar os direitos e a propriedade de seus cidadãos e agir de acordo os interesses da sociedade.

46. Abordagem: O mercantilismo trabalhava com a ideia de acumulação de metais preciosos, protecionismo econômico, balança comercial sempre favorável a metrópole, busca por colônias para expandir os mercados, entre outras. No caso das relações entre Brasil e Portugal o comércio sempre visava enriquecer a metrópole, tendo o Brasil como uma colônia de exploração nos moldes do Pacto Colonial.

47. Abordagem: os colonizadores europeus estavam inseridos no contexto do capitalismo comercial, uma das características deste sistema era o metalismo ou bulionismo, no qual o poder de um estado

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estava diretamente associado a acumulação de metais preciosos presentes em sua economia, principalmente ouro e prata.

48.a) Abordagem: No Absolutismo, o rei detinha todo o poder. Podemos dizer que esse poder era exercido de forma discriminativa, ou seja, com a mínima interferência dos outros setores na política do Estado. Com isso, a realeza exercia total controle sobre as atividades econômicas e sobre a política do país, tendo também como uma de suas prioridades, centralizar e praticar a justiça, zelando pelo contingente militar.

48.b) Abordagem: O reinado de Luís XIV desempenhou um importante papel no desenvolvimento da França, nele o Absolutismo chegou ao seu auge com o rei exercendo o controle sobre vários setores do estado. Daí o termo atribuído ao rei Luís “O Estado sou Eu”, mostrando a força de seu poder.

59.a) Abordagem: Na sociedade europeia, as “bruxas” eram acusadas de adulterar o controle divino da natureza. Tal ingerência se daria por meio de palavras, gestos, objetos ou oferendas. Portanto, estavam sempre relacionadas com a dimensão sobrenatural. O estereótipo foi construído, a partir do século XVI, por teólogos e magistrados. As bruxas eram comumente acusadas de fazerem pactos demoníacos e realizarem feitos sobrenaturais, como voar pelos ares. Foi com esse imaginário simbólico que acusações foram legitimadas e várias mulheres foram mortas em diversas cidades da Europa até a chegada do Iluminismo. A bruxaria foi considerada uma prática demoníaca, e a mulher, o principal agente do demônio. A “caça às bruxas” era realizada pelo Tribunal da Inquisição

59.b) Abordagem: Espera-se que o candidato consiga, por meio da análise do texto da reportagem, discorrer sobre a característica específica que conecta as duas temporalidades, qual seja, a degradação da imagem feminina. A mulher foi reduzida a um objeto sem valor, portanto, sua vida era passível de ser removida. Em períodos do passado, as bruxas vivenciaram a fogueira e as torturas corporais dos mais variados níveis de intensidade. O candidato também poderia discorrer sobre outros temas de banalização da condição humana da mulher com base no preconceito, cujos exemplos são inúmeros: o estupro justificado como responsabilidade da mulher; a violência doméstica contra a mulher ainda existente e crescente; a diferença entre salários de homens e mulheres; o preconceito contra as mulheres que amamentam em público; a desqualificação realizada em relação às mulheres que atuam no espaço político ou profissional; a propensão de se ter mais assédio sexual no trabalho em relação à mulher, entre outros.

60. Abordagem: O texto faz menção a visão antropocêntrica de mundo, na qual o homem é o centro do desenvolvimento intelectual, os artistas renascentistas buscavam sua inspiração na Antiguidade Clássica, criticando as superstições e mitos que faziam parte do imaginário medieval, poderia citar entre outras obras O Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci, Pietá de Mi-chelangelo e na literatura Shakespeare entre outros.

61. a) Abordagem: O barroco na Europa valoriza as cores, as sombras e a luz. As imagens não são tão centralizadas quanto as renascentistas e aparecem de forma dinâmica, valorizando o movimento. No caso da pintura de Caravaggio fica evidente o fundo escuro dando destaque aos personagens mais claros em um primeiro plano, além de um tom mais sombrio

b) Abordagem: O barroco na Europa valoriza as cores, as sombras e a luz. As imagens não são tão centralizadas quanto as renascentistas e aparecem de forma dinâmica, valorizando o movimento. No caso da pintura de Caravaggio fica evidente o fundo escuro dando destaque aos personagens mais claros em um primeiro plano, além de um tom mais sombrio

76.a) Abordagem: O Estado Absolutista, ampliou sua autoridade por meio do monopólio do poder militar e da justiça, da formação de uma burocracia estatal e da interferência na economia.

76.b) Abordagem: Rousseau considera que o Estado deve preservar as liberdades do homem, o povo nesta concepção é o depositário do poder e os governantes constituem apenas seus funcionários. As leis devem ser aprovadas por todos, a soberania do povo deve ser absoluta e se manifestar através da vontade geral, pois a liberdade só existe quando há igualdade entre os componentes da sociedade, é considerado um dos pensadores Iluministas mais radicais, pelo seu espírito combativo.

77. Abordagem: Desde o início do processo de colonização da América do Norte, ficou evidente as diferenças entre as colônias do norte onde predominava o povoamento e o sul com predomínio da escravidão, com a independência, esta tendên-cia continuou, pois o federalismo concedia autonomia para os estados, a tensão vai explodir no século XIX com o governo de Abraham Lincoln, as diferenças econômicas e políticas levaram a guerra Civil que opôs nortistas contra sulistas levando a vitória nortista e tendo como consequência a abolição da escravidão a e integração nacional .