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Teste de Avaliação Escrita (3). Página 1 de 10

ES/3 JOÃO DE BARROS CORROIOS

TESTE DE AVALIAÇÃO ESCRITA

Decreto-Lei Nº24/2006 de 6 de Fevereiro

BIOLOGIA | Prova Escrita

Turma A | 12º Ano de Escolaridade | Curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologias

Teste de avaliação escrita (3) | 10 páginas

Duração da Prova: 80 min

Prof. Renato Costa | Março 2010 | Ano Lectivo de 2009/2010

Cada grupo de itens inicia-se por uma amostra de dados de diversa natureza que pode contemplar disposição textual dos fenómenos/factos científicos, figuras e

tabelas. Esta exposição da informação é uma referência documental fundamental que o aluno deve considerar para responder aos itens seguintes.

AS RESPOSTAS SÃO OBRIGATORIAMENTE DADAS NUMA FOLHA A DESIGNAR QUE NÃO A PRESENTE QUE CONSTITUIRÁ O ÚNICO

SUPORTE SUJEITO À CLASSIFICAÇÃO.

GRUPO I

Hepatite Auto-Imune

A hepatite auto-imune (HAI) é uma doença causada por um distúrbio do sistema imunológico que passa a reconhecer as células do fígado (principalmente hepatócitos) como estranhas e desencadeia uma inflamação crónica e destruição progressiva das mesmas. Surge, desta forma, neste órgão, produtos da resposta inflamatória combinados com linfócitos produtores de imunoglobulinas livres, aparecendo formações de rosetas.

A hepatite auto-imune é caracterizada:

Por Anticorpos contra pontos específicos no núcleo, citoplasma e microssomas (vesículas reticulares) dos hepatócitos;

Pelo aumento das imunoglobulinas gama (IgG);

Por hepatite de interface, com necroses, diagnosticada através de biopsia hepática;

Pela melhoria com a corticoterapia;

Sintomaticamente por períodos de exacerbação da doença, podendo ser fatais;

Pela ausência de relatórios clínicos ou laboratoriais que indiquem outra causa para a hepatite, além da HAI.

Há nítido predomínio de sexo feminino na incidência da doença: seis a oito mulheres para um homem. Existem dois picos de incidência: entre a primeira e segunda e entre a quinta e sexta décadas de vida. A apresentação da HAI é heterogénea e o seu quadro clínico é caracterizado por irregularidades evolutivas, reflectindo a intensidade da inflamação hepatocelular e o grau de fibrose subjacente. Os pacientes podem apresentar-se com sintomas atípicos de magnitude variável como fadiga, mal-estar, anorexia, náuseas, desconforto do quadrante superior direito do abdómen e prurido leve. Manifestações endócrinas também podem estar presentes, sobretudo em mulheres jovens, levando a amenorreia, hirsutismo (pilosidade elevada), estrias e acne. A atralgia

1 em pequenas articulações é uma

queixa comum.

A pesquisa de auto-anticorpos é, associada às características clínicas e exclusão de outras hepatopatias, de fundamental importância para reforçar o diagnóstico de HAI. O factor antinúcleo (FAN), o anticorpo antimúsculo liso (AML) e o antifracção microssomal de fígado e rim (LKM) são os tradicionais anticorpos associados à HAI.

Os alvos nucleares do FAN são pouco definidos sendo possíveis reacções com diversos antigénios nucleares recombinantes: centrómeros, ribonucleoproteínas.

A incidência de reactivação após terminado um tratamento altamente particularizado para este problema depende da gravidade da expressão da HAI, por exemplo, relativa à quantidade de produtos decorrentes da resposta inflamatória inicial. Pacientes que retornam à histologia normal (tecidos celulares saudáveis) ou próxima da de referência têm menor probabilidade de reactivação. E esta resposta é de índole secundária, revelada na fig.1.

Adaptado de Jorge S (2004); de Lemos L, Schiavon J & Ferraz M (2007).

1 Sensação dolorosa nas articulações.

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Associe a fig. 1 que se apresenta a algumas etapas da resposta imunitária no âmbito da HAI.

Figura 1

1.

Nº PAR

AFIRMAÇÕES

1

I. As histaminas produzidas são libertadas por mastócitos, que resultam da diferenciação dos macrófagos.

II. Assiste-se a fenómenos de quimiotaxia na região hepática, formando-se um edema interno.

2

I. É clinicamente sustentável afirmar que o desconforto do quadrante superior direito do abdómen e o prurido leve sentido pelos indivíduos com HAI é resultado da resposta inflamatória.

II. É possível que estas respostas inflamatórias desencadeiem respostas sistémicas, sintomatizadas por febres.

3

I. Na resposta inflamatória gerada ao nível do fígado, os antigénios são corpos do próprio organismo.

II. Os glóbulos vermelhos atravessam, por diapedese, o tecido epitelial dos vasos sanguíneos para acederem ao meio intersticial.

4

I. Podem actuar linfócitos paralelamente ao processo de resposta inflamatória.

II. Se, numa análise sanguínea a um indivíduo com HAI, for constatada uma concentração de leucócitos acima dos valores de referência, conclui-se imediatamente que é o efeito gerado por uma resposta local.

Chave:

a. I é verdadeira e II é falsa.

b. I e II são verdadeiras.

c. I e II são falsas.

d. I é falsa e II é verdadeira.

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Seleccione a alternativa que atribui, a cada número do par de afirmações relativas à HAI, a letra da chave que o avalia correctamente.

(A) 1 – b; 2 – d; 3 – a; 4 – a.

(B) 1 – d; 2 – b; 3 – a; 4 – a.

(C) 1 – d; 2 – b; 3 – c; 4 – c.

(D) 1 – d; 2 – d; 3 – a; 4 – c.

2. As afirmações que se seguem dizem respeito aos mecanismos celulares que participam no equilíbrio orgânico do Ser-Humano.

Quando um dado linfócito reconhece, através do seu receptor membranar correspondente, um antigénio, activa-se, prolifera-se e entra em vários ciclos de mitoses, incorrendo posteriormente em diferenciação.

1. Se existir uma mutação num proto-oncogene de modo a que se inicie uma divisão nuclear, podem ser activados mecanismos génicos de apoptose para abortar a anomalia.

2. Quando os linfócitos não estão associados a antigénios, os genes que codificam proteínas estimuladoras da divisão celular estão na forma de oncogenes e os genes supressores tumorais estão activos.

3. Mitoses descontroladas dos linfócitos motivadas por mutações nos genes controladores podem levar a metástases.

(A) 1 e 3 são verdadeiras; 2 é falsa.

(B) 2 e 3 são verdadeiras; 1 é falsa.

(C) 2 é verdadeira; 1 e 3 são falsas.

(D) 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas.

3. Seleccione a alternativa que completa a frase seguinte de modo a obter uma afirmação correcta.

A resposta imunitária secundária referida na fig.1 tem como protagonistas células (nº2) que surgem da diferenciação dos linfócitos 1. As células 2 aumentam a eficácia da imunidade do organismo a todos os níveis, por exemplo, no que respeita à intensidade e durabilidade. Não obstante, possuem, quando activadas por antigénios, capacidade de diferenciação em plasmócitos (nº3) – células especializadas na emissão de imunoglobulinas – e competência para prolongar a resposta imunitária secundária.

Esta resposta abordada no texto …

(A) … explica como se processa a memória imunitária e as estruturas nº2 são células-memória.

(B) … explica como se processa a memória imunitária e as estruturas nº2 são mastócitos.

(C) … reflecte o processo de resposta inflamatória e as estruturas nº2 são fagócitos.

(D) … reflecte os processos da memória imunitária e de resposta inflamatória.

4. Seleccione a alternativa que completa a frase seguinte de modo a obter uma afirmação correcta.

Os linfócitos 1 da fig.1 tornam-se células imunocompetentes …

(A) … no timo.

(B) … nas vias sanguíneas e linfáticas.

(C) … na medula óssea.

(D) … dependentemente da migração do precursor mielóide.

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5. Seleccione a alternativa que completa o texto seguinte de modo a obter um raciocínio correcto.

O esquema (fig.1) ilustra algumas etapas de uma resposta imunitária mediada por em que cada linfócito reconhece um tipo de antigénio.

(A) células (…) T

(B) células (…) B

(C) anticorpos (…) T

(D) anticorpos (…) B

6. Seleccione a alternativa que completa o texto seguinte de modo a obter um raciocínio correcto.

As estruturas do esquema (fig.1) assinaladas com o número 1 são as células efectoras da linha de defesa, que constitui o sistema imunitário .

(A) segunda (…) adaptativo

(B) segunda (…) inato

(C) terceira (…) adaptativo

(D) terceira (…) inato

7. Seleccione a alternativa que completa o texto seguinte de modo a obter um raciocínio correcto.

Se, passado alguns anos, o indivíduo voltar a entrar em contacto com o mesmo antigénio representado no esquema, o tempo que decorre entre o reconhecimento dos antigénios e a sua eliminação é do que no primeiro contacto. Para tal, contribui o facto de o tempo de permanência (meia-vida) das células-memória no organismo ser ao tempo de permanência dos anticorpos.

(A) menor (…) inferior

(B) maior (…) superior

(C) menor (…) superior

(D) maior (…) inferior

8. Chave:

(A) Barreira química.

(B) Células NK.

(C) Fagocitose.

(D) Imunidade celular.

(E) Imunidade humoral.

(F) Interferão.

(G) Memória imunitária.

(H) Resposta inflamatória.

Afirmações:

I. Toxinas produzidas por agentes patogénicos induzem o aumento da temperatura corporal.

II. Glicoproteínas produzidas por células infectadas por vírus estimulam a produção de proteínas antivirais noutras células.

III. Acção macrófoga que é caracterizada pela adesão, ingestão e digestão do antigénio.

IV. A secreção de substâncias tóxicas para o meio externo impede a progressão das bactérias no organismo.

V. A proliferação e diferenciação de certas células dão origem a imunoglobulinas livres que apresentam especificidade para um dado antigénio.

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Seleccione a alternativa que faz corresponder correctamente a cada um dos números (de I a V), relativos às afirmações acima, uma letra da chave (de A a H), que se refere a um termo imunitário.

(A) I – F; II – H; III – C; IV – A; V – E.

(B) I – H; II – F; III – C; IV – A; V – D.

(C) I – H; II – F; III – C; IV – A; V – E.

(D) I – H; II – F; III – G; IV – A; V – E.

9. As afirmações que se seguem assentam praticamente na primeira metade do ciclo sexual feminino e relacionam-se com as várias conjugações hormonais nela envolvidas, susceptíveis de alterações significativas no decurso de uma HAI que chegam a amenorreias.

Analise-as sob a noção do fenómeno uterino que serve de início do ciclo menstrual. O último evento diz respeito à estrutura responsável pela produção simultânea das hormonas sexuais femininas.

(A) Os folículos, já hormonalmente funcionais, reagem à FSH e alguns deles iniciam o percurso para folículos secundários.

(B) Formação do corpo lúteo.

(C) A mucosa uterina apresenta uma configuração típica do efeito gerado pelo decréscimo acentuado dos estrogénios e progesterona.

(D) A massa de estrogénios por unidade de volume sanguíneo aumenta gradualmente e consequencia mecanismos de feedback positivo.

(E) A cavidade folicular de grandes dimensões pressiona a granulosa e forma-se uma saliência na parede ovariana até ruptura.

Seleccione a alternativa que representa correctamente a reconstituição da sequência temporal dos acontecimentos mencionados segundo uma relação de causa-efeito, com a ordenação das letras que os identificam.

(A) A – D – E – B – C.

(B) C – A – D – E – B.

(C) C – A – E – D – B.

(D) C – D – A – E – B.

10. Seleccione a alternativa que completa a frase seguinte de modo a obter uma afirmação correcta.

Por mecanismos de regulação do material genético, a interacção entre compostos químicos de diferente natureza, proteínas repressivas e material genético determina conjugações de activação de genes que podem desencadear divisões cancerígenas. Se a activação envolver, neste caso, uma alteração permanente no cariótipo do indivíduo ao nível de alguns nucleótidos com alteração do número original destes monómeros, trata-se …

(A) … de uma mutação génica com alteração substancial dos tripletos nucleotídicos a partir da região da delecção.

(B) … de uma mutação génica com alteração substancial dos tripletos nucleotídicos a partir da região da inserção.

(C) [As duas opções anteriores estão correctas].

(D) [Nenhuma das opções anteriores está correcta]

11. Na literatura, dados relativos a aspectos imunológicos nos pacientes com Síndrome de Edwards, uma trissomia no par de cromossomas 18, são bastante escassos. A anomalia mais frequentemente observada nos órgãos do sistema imunológico dos pacientes com esta aneuploidia foi a atrofia ou hipoplasia do timo. Foi observada também diminuição de linfócitos no baço, nos linfonodos (gânglios linfáticos) e no tracto intestinal.

É portanto uma doença cromossómica que provoca atraso mental profundo e defeitos congénitos múltiplos. Poucos bebés vivem mais do que um ano e raros são aqueles que sobrevivem na infância.

Enquadre geneticamente esta ocorrência mutagénica, explicitando o conceito de aneuploidia e abordando a possibilidade de haver casos menos graves da Síndorme de Edwards.

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Seleccione a alternativa que responde correctamente a este problema.

(A) A síndrome em estudo é uma mutação cromossómica numérica expressa num cariótipo 47 [XX ou XY] +18, dado que existe mais um cromossoma do que o normal no par 18. A causa desta alteração assenta sobre uma não-disjunção cromossómica ou cromatídica: nas anafases da meiose e mitose e na ausência de citocinese. Uma vez que esta mutação interfere parcialmente com o cariótipo, em particular com o par 18, trata-se de uma aneuploidia. Como qualquer outra mutação, estes erros podem suceder-se nas células somáticas ou da linha germinativa. Deste modo, admitindo, por exemplo, ao longo do desenvolvimento intra-uterino, a existência de uma possibilidade biologicamente viável de falhas nas anafases mitóticas, poder-se-iam formar mosaicos somáticos 46 [XX ou XY]/47 [XX ou XY] +18, logo, diferentes graus da síndrome.

(B) A síndrome em estudo é uma mutação cromossómica numérica expressa num cariótipo 47 [XX ou XY] +18, dado que existe mais um cromossoma do que o normal no par 18. A causa desta alteração assenta sobre uma não-disjunção cromossómica ou cromatídica: nas anafases da meiose e mitose e na ausência de citocinese. Uma vez que esta mutação interfere integralmente com o cariótipo, revelando-se em todos os pares, trata-se de uma aneuploidia. Como qualquer outra mutação, estes erros podem suceder-se nas células somáticas ou da linha germinativa. Deste modo, admitindo, por exemplo, ao longo do desenvolvimento intra-uterino, a existência de uma possibilidade biologicamente viável de falhas nas anafases mitóticas, poder-se-iam formar mosaicos somáticos 46 [XX ou XY]/47 [XX ou XY] +18, logo, diferentes graus da síndrome.

(C) A síndrome em estudo é uma mutação cromossómica numérica expressa num cariótipo 47 [XX ou XY] +18, dado que existe mais um cromossoma do que o normal no par 18. A causa desta alteração assenta sobre uma não-disjunção dos cromossomas homólogos na anafase II e dos cromatídios na anafase I, uma citocinese deficitária ou sobre anafases mitóticas visíveis no processo humano de redução da ploidia. Uma vez que esta mutação interfere parcialmente com o cariótipo, em particular com o par 18, trata-se de uma aneuploidia. Como qualquer outra mutação, estes erros podem suceder-se nas células somáticas ou da linha germinativa. Deste modo, admitindo, por exemplo, ao longo do desenvolvimento intra-uterino, a existência de uma possibilidade biologicamente viável de falhas nas anafases mitóticas, poder-se-iam formar mosaicos somáticos 46 [XX ou XY]/47 [XX ou XY] +18, logo, diferentes graus da síndrome.

(D) A síndrome em estudo é uma mutação cromossómica estrutural expressa num cariótipo 47 [XX ou XY] +18, dado que existem mais dois cromossomas face à normalidade no par em destaque. A causa desta alteração assenta sobre uma não-disjunção cromossómica ou cromatídica: nas anafases da meiose e mitose e na ausência de citocinese. Uma vez que esta mutação interfere parcialmente com o cariótipo, em particular com o par 18, trata-se de uma aneuploidia poliplóide. Como qualquer outra mutação, estes erros podem suceder-se nas células somáticas ou da linha germinativa. Deste modo, admitindo, por exemplo, ao longo do desenvolvimento intra-uterino, a existência de uma possibilidade biologicamente viável de falhas nas anafases mitóticas, poder-se-iam formar mosaicos somáticos 46 [XX ou XY]/47 [XX ou XY] +18, logo, diferentes graus da síndrome.

GRUPO II

Documento 1

No Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), foi desenvolvida uma nova técnica de manipulação genética que tira partido de um sistema de defesa de Escherichia coli contra antibióticos. Quando a bactéria é confrontada com tetraciclina, activa um sistema genético – o operão da tetraciclina (operão tet – fig.2) – que leva à produção de proteínas que provocam a saída do antibiótico da célula, garantindo, desse modo, a sua sobrevivência.

Investigadores do IGC inseriram componentes do operão da tetraciclina no genoma de ratinho, de modo a controlarem a expressão de genes do animal. Assim, para estudar a função de um gene do ratinho que esteja inactivo desde a fertilização, basta administrar tetraciclina à mãe ou ao ratinho depois de nascer para o gene ser “ligado” e se tornar activo; se o investigador quiser voltar a “desligar” o gene, basta suspender a administração de tetraciclina. O processo é, portanto, reversível.

Vários processos biológicos complexos, como o cancro, têm sido estudados e compreendidos desta forma.

Vários grupos mostraram já interesse nesta técnica, nomeadamente uma empresa farmacêutica multinacional, que pretende utilizá-la nos seus estudos de modelos animais de doenças humanas. Esta invenção é assim um caso exemplar de como a investigação básica em Biologia produz ideias e conhecimentos aplicáveis ao desenvolvimento de novas tecnologias em Biomedicina.

A investigação no IGC abarca tanto a investigação científica básica, como as áreas de desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias, sendo privilegiadas as interacções entre ambas. Esta estratégia tem granjeado ao Instituto uma sólida reputação internacional e coloca o IGC numa posição privilegiada para fazer a ponte entre conhecimento e inovação.

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Figura 2: representação esquemática do processo de regulação do operão tet em E. coli.

Documento 2

Uma mulher do grupo sanguíneo AB recorre ao tribunal para que seja reconhecida a paternidade dos seus dois filhos. Uma das crianças pertence ao grupo sanguíneo O e a outra ao grupo sanguíneo B. O indivíduo que é acusado como pai pertence ao grupo O. A decisão do tribunal tarda em chegar, as análises sanguíneas são repetidas, é convocado um especialista em Genética e são pedidas análises a outros caracteres.

Entende-se por interacção génica o facto do genótipo de um par de genes afectar a expressão do genótipo de outro, levando à ocorrência de resultados fenotipicamente diferentes do esperado, segundo os cruzamentos mendelianos. Dentro deste tema, a epistasia constitui uma modalidade de interacção génica na qual a acção de um par de genes (designado epistático) mascara ou reprime a expressão de outro (hipostático). No Homem, o exemplo de interacção génica por epistasia mais comum e descrito na bibliografia refere-se ao sistema sanguíneo ABO.

Os aglutinogénios A e B são sintetizados pela acção das enzimas A-transferase e B-transferase. Estas enzimas são codificadas pelo gene I, que possui três alternativas alélicas: I

A, I

B e I

O. Pela fig. 3, interpreta-se que estas enzimas

actuam sobre um outro antigénio H. Conclui-se então que só haverá antigénios A e B se o antigénio H existir previamente.

A enzima H-transferase é sintetizada pelo gene H, que possui duas alternativas alélicas: H – condiciona a síntese da enzima; h – alelo mutante que implica deficiência enzimática. O alelo H é dominante.

Note-se que é, dependendo do genótipo no par de genes I, possível a tradução das enzimas A e B-transferases. No entanto, estas podem não ter substrato para actuar se não houver antigénio H.

Figura 3: hipotética via biossintética dos antigénios A, B e H.

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1.

Nº PAR

AFIRMAÇÕES

1

I. A estrutura número 4 é o local de tradução do mRNA derivado do gene estrutural.

II. A RNA polimerase só se associa ao gene promotor caso o repressor esteja a interagir com a tetraciclina.

2

I. A tetraciclina, identificada com o número 2, liga-se a um repressor originalmente inactivo, representado pela imagem número 1.

II. As proteínas produzidas a partir do gene estrutural regulam a concentração de tetraciclina no meio intrabacteriano.

3

I. O complexo expresso pelo número 3 favorece os fenómenos de transcrição do gene estrutural cujo produto se revela no número 5.

II. O gene I faz parte do operão tet.

4

I. O operão tet é do tipo repressivo, pois a tetraciclina funciona como correpressor.

II. Sem tetraciclina no meio, a proteína repressiva descodificada a partir do gene regulador liga-se ao gene operador.

Chave:

a. I é verdadeira e II é falsa.

b. I e II são verdadeiras.

c. I e II são falsas.

d. I é falsa e II é verdadeira.

Seleccione a alternativa que atribui, a cada número do par de afirmações relativas ao esquema do funcionamento do operão tet (fig. 2), a letra da chave que o avalia correctamente.

(A) 1 – a; 2 – d; 3 – a; 4 – a.

(B) 1 – b; 2 – b; 3 – c; 4 – a.

(C) 1 – b; 2 – d; 3 – a; 4 – d.

(D) 1 – d; 2 – a; 3 – d; 4 – d.

2. As afirmações que se seguem dizem respeito a processos da engenharia biotecnológica.

1. Usando DNA viral como vector na transição de genes do operão tet para um ratinho, é obrigatório aplicar as mesmas endonucleases de restrição sobre aquele DNA e o DNA bacteriano.

2. Para fazer cópias do segmento de DNA que encerre o operão tet, promovem-se ciclos de cDNA.

3. Para extrair os componentes genéticos de E. coli a transferir para o genoma de ratinhos, é necessário submeter o DNA bacteriano à acção de uma helicase, para se obterem extremidades coesivas.

Seleccione a alternativa que as avalia correctamente.

(A) 1 e 3 são verdadeiras; 2 é falsa.

(B) 1 é verdadeira; 2 e 3 são falsas.

(C) 2 e 3 são verdadeiras; 1 é falsa.

(D) 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas.

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3. Seleccione a alternativa que completa a frase seguinte de modo a obter uma afirmação correcta.

Admitindo que a identificação e respectivo isolamento do gene estrutural do operão tet implicasse grandes dificuldades técnicas laboratoriais e se constatasse a concentração elevada de mRNA elaborada a partir dos codogenes de interesse, …

(A) … optar-se-ia pela inclusão da técnica de cDNA na metodologia de rDNA, aplicando a funcionalidade da transcriptase reversa para catalisar polímeros de DNA a partir dos ribonucleótidos.

(B) … optar-se-ia pela inclusão da técnica de cDNA na metodologia de rDNA, aplicando a funcionalidade da DNA polimerase para catalisar polímeros de DNA a partir dos ribonucleótidos.

(C) … optar-se-ia pela inclusão da técnica de cDNA na metodologia de rDNA, aplicando a funcionalidade da RNA polimerase para catalisar polímeros de DNA a partir dos ribonucleótidos.

(D) … optar-se-ia pela execução da metodologia convencional de rDNA, sem adição de qualquer outra técnica.

4. Seleccione a alternativa que completa a frase seguinte de modo a obter uma afirmação correcta.

Um ciclo de PCR …

(A) … contempla sequencialmente a desnaturação da molécula de DNA por aquecimento, a anexação de primers numa fase de arrefecimento e consequente extensão da síntese da molécula.

(B) … contempla sequencialmente a desnaturação da molécula de DNA por arrefecimento, a anexação de primers numa fase de aquecimento e consequente extensão da síntese da molécula.

(C) … contempla sequencialmente a desnaturação da molécula de DNA por aquecimento e a anexação de primers numa fase de arrefecimento, concluindo-se o processo.

(D) … contempla sequencialmente a anexação de primers numa fase de aquecimento, a desnaturação da molécula de DNA por arrefecimento e consequente extensão da síntese da molécula.

5. Seleccione a alternativa que completa o texto seguinte de modo a obter um raciocínio correcto.

O plasma sanguíneo do tipo O possui aglutininas anti-A e anti-B. Os indivíduos que possuem tipo de sangue O e têm genótipo produzem o antigénio H .

(A) HH (…) , mas não produzem quaisquer dos outros antigénios

(B) hh (…) , mas não produzem quaisquer dos outros antigénios

(C) HH (…) e os outros antigénios

(D) hh (…) e os outros antigénios

6. Seleccione a alternativa que completa o texto seguinte de modo a obter um raciocínio correcto.

As hemácias da mulher que quer ver, em tribunal, reconhecida a paternidade dos seus filhos possuem os dois aglutinogénios A e B, revelando-se esta relação alélica como , e a enzima H-transferase .

(A) codominante (…) alterada, por mutação do gene H

(B) dominante incompleta (…) normal

(C) dominante incompleta (…) alterada, por mutação do gene H

(D) codominante (…) normal

7. Chave:

(A) BO HH

(B) BO Hh

(C) BB Hh

(D) AO HH

(E) AO Hh

(F) AB HH

(G) AB Hh

(H) AA HH

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Afirmações:

I. Em loci homólogos, existe dominância de um alelo sobre outro, apresentando homozigotia para o genótipo codificador da H-transferase normal e revelando grupo sanguíneo A.

II. Grupo sanguíneo A com heterozigotia para o loci do gene codificador da H-transferase.

III. Grupo sanguíneo com aglutininas anti-A no plasma e heterozigotia para o gene H, sem possibilidade de transmitir o I

O à geração seguinte.

IV. Heterozigotia para ambos os pares de genes com tipo de sangue B.

V. Homozigotia para ambos os pares de genes.

VI. O plasma sanguíneo não possui aglutininas anti-A e anti-B e o organismo é portador do alelo mutante para a H-transferase.

VII. Para um dos pares de genes, não há uma situação de dominância/recessividade e os gâmetas formados revelam sempre o alelo H.

VIII. Possibilidade de transmissão à descendência do IO e sem possibilidade de transmitir o alelo h, no que diz

respeito a um grupo sanguíneo B.

Seleccione a alternativa que faz corresponder correctamente a cada um dos números (de I a VIII), relativos às afirmações acima, uma letra da chave (de A a H), que se refere à hereditariedade combinada de dois caracteres.

(A) I – D; II – E; III – C; IV – B; V – H; VI – G; VII – F; VIII – A.

(B) I – D; II – E; III – C; IV – G; V – F; VI – A; VII – H; VIII – B.

(C) I – D; II – E; III – C; IV – G; V – H; VI – B; VII – A; VIII – F.

(D) I – D; II – E; III – G; IV – B; V – H; VI – C; VII – F; VIII – A.

8. Seleccione a alternativa que completa a frase seguinte de modo a obter uma afirmação correcta.

O estudo dos mecanismos de transmissão hereditária dos grupos sanguíneos está inserido no domínio …

(A) … do polialelismo com três alelos a ocupar os loci homólogos, dois a dois.

(B) … da hereditariedade heterossómica com alelos dominantes e recessivos.

(C) [As duas opções anteriores estão correctas].

(D) [Nenhuma das opções anteriores está correcta].

9. Faça o papel do especialista em Genética no processo de paternidade que decorre em tribunal (doc.2).

Elabore um parecer de perícia no qual explique, numa primeira fase, a conjugação de dados que, depois de interpretados por si, também o intrigou e que o fez aconselhar a pedir análises a outros caracteres hereditários.

Numa segunda fase, após esta análise efectuada, confirmou-se que as duas crianças eram, de facto, filhas do casal.

Deixe também claro no seu parecer a sua conclusão explicativa relativamente ao grupo sanguíneo O de um dos filhos baseado na informação do doc.2 e fig.3.

NOTA: É FUNDAMENTAL A CONSULTA DETALHADA DO DOC.2 PARA RESPONDER.

ITENS I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9 I10 I11 II1 II2 II3 II4 II5 II6 II7 II8 II9 TOTAL

(pontos)

COTAÇÕES (pontos) 12 8 8 8 8 8 8 12 8 8 12 12 8 8 8 8 8 12 8 28 200

FIM