tese estudo fitoquímico de genótipos de araçá (psidium...
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Universidade Federal de Pelotas
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Tese
Estudo fitoquímico de genótipos de araçá (Psidium cattleianum) em
seis safras (2008 a 2013)
ANDRÉA MIRANDA TEIXEIRA
Pelotas, 2015
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ANDRÉA MIRANDA TEIXEIRA
Bacharel em Química de Alimentos
Mestre em Ciências
Estudo fitoquímico de genótipos de araçá (Psidium cattleianum) em
seis safras (2008 a 2013)
Tese apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Ciência e Tecnologia de
Alimentos da Universidade Federal de
Pelotas, como requisito parcial à obtenção
do título de Doutor em Ciências (área do
conhecimento: Ciência e Tecnologia de
Alimentos).
Orientação: Prof. Dr. Cesar Valmor Rombaldi - DCTA – UFPEL
Dr. Rodrigo Franzon - EMBRAPA
Pelotas, 2015
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Catalogação na fonte por Nídila Alonso Guimarães – CRB 10/1903
T266e Teixeira, Andréa Miranda
Estudo fitoquímico de genótipos de araçá (Psidium cattleianum) em seis
safras (2008 a 2013) / Andréa Miranda Teixeira; orientadores Cesar Valmor
Rombaldi, Rodrigo Franzon - Pelotas: 2015.
85f.: il:
Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia
de Alimentos, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2015.
1. Ácido L-ascórbico. 2. Antocianinas. 3. Compostos fenólicos. 4.
Atividade antioxidante. 5. Antiprofiferativa. I. Título. II. Rombaldi, Cesar
Valmor, orient. III. Franzon, Rodrigo, orient.
CDD – 634
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Andréa Miranda Teixeira
Estudo fitoquímico de genótipos de araçá (Psidium cattleianum) em seis safras
(2008 a 2013).
Tese aprovada, como requisito parcial, para obtenção do grau de Doutor em Ciência
e Tecnologia de Alimentos, Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia
de Alimentos, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de
Pelotas.
Data da defesa: 24/09/2015.
Banca Examinadora:
Prof. Dr. César Valmor Rombaldi (Orientador). Doutor em Biologie Moléculaire
Végétale pela Ecole Nationale Superieure Agronomique de Tolouse
Dr. Rodrigo Franzon. Doutor em Agronomia pela Universidade Federal de Pelotas
Prof. Dr. Valdecir Carlos Ferri. Doutor em Agronomia pela Universidade Federal de
Pelotas
Profa. Dra. Carla Rosane Barboza Mendonça. Doutora em Química pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Prof. Dr. Amauri Costa da Costa. Doutor em Ciência e Tecnologia Agroindustrial pela
Universidade Federal de Pelotas
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Dedico ao meu mais novo e eterno amor,
minha maior motivação,
meu pequeno Otávio.
5
Agradecimentos
Aos meus pais, Kleber e Vera, e irmãs, Daniele e Isabella, por todo amor,
apoio e incentivo constantes.
Ao meu marido, Franer, por ter sido paciente e compreendido meus
momentos de ausência e mudanças de humor. Pelo seu amor, carinho e apoio
desde o início desta jornada, mas, acima de tudo, por ter me dado a maior
motivação para a finalização deste trabalho, nosso pequeno Otávio, que em breve
estará entre nós.
À Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e ao Programa de Pós-
Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA) pela oportunidade na
realização do curso.
Ao professor César Valmor Rombaldi, pela acolhida, orientação,
ensinamentos, apoio e, principalmente, pelas palavras de incentivo, mesmo quando
tudo parecia perdido.
Aos Membros da Banca de Qualificação e Tese, pela disponibilidade e
enriquecimento deste trabalho.
Á Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), pela possibilidade
de realização do curso. Aos colegas professores, funcionários e alunos da unidade
da Uergs em Cachoeira do Sul, pela torcida, carinho e compreensão durante o
período de Doutorado. Em especial, àqueles que, além de colegas e alunos, se
tornaram grandes amigos.
A todos os familiares e amigos queridos que sempre estiveram torcendo por
mim.
À todos que de alguma forma contribuíram para a conclusão desta tese.
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Resumo
TEIXEIRA, Andréa Miranda. Estudo fitoquímico de genótipos de araçá (Psidium cattleianum) em seis safras (2008 a 2013). 2015. 85f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2015.
Os benefícios à saúde, atribuídos aos alimentos ricos em compostos fenólicos e
outros antioxidantes naturais, têm elevado a procura por novas espécies que
possuam, além dessa propriedade, uma atividade biológica complementar relevante,
como proteção à doenças crônicas ou degenerativas. Na região Sul do Brasil, o
araçazeiro (Psidium cattleianum Sabine), com frutos de sabor e aroma apreciados
pelos consumidores, é uma das espécies de frutíferas nativas que mais se destaca.
Os teores de ácido L-ascórbico, antociananinas totais, carotenoides totais, taninos
totais, fenólicos totais e individuais presentes em seis genótipos (AR9, AR19, AR29,
AR27, AR46 e AR72) de frutos de araçá nos anos de 2008 a 2013, bem como sua
potencial atividade antioxidante e antiproliferativa frente a células tumorais foram
avaliados neste estudo. Os frutos estudados mostraram elevada variabilidade na
composição fitoquímica, seja em relação aos genótipos ou às safras. Os frutos de
coloração vermelha (AR9, AR19 e AR29) apresentaram maiores teores de
antocianinas e compostos fenólicos totais. Já os genótipos AR 46 e AR72, de
coloração amarela, apresentaram maiores teores de ácido L-ascórbico. A
epicatequina foi a molécula fenólica mais abundante presente nos frutos, seguida de
ácido gálico, em todos os genótipos. Apenas o teor de taninos totais de cada
genótipo não foi influenciado pelos anos agrícolas. Os extratos dos frutos
aumentaram os índices de sobrevivência das células de Saccharomyces cereviseae,
demonstrando um potencial de proteção das células frente ao agente estressor. Os
extratos também inibiram a proliferação de células de adenocarcinoma de cólon
humano demonstrando potencial ação antiproliferativa frente a células tumorais. Os
resultados deste estudo contribuem para o incentivo no consumo desses frutos
como alimentos com propriedades fitoquímicas de destaque, com potenciais
benefícios à saúde.
Palavras-chave: ácido L-ascórbico; antocianinas, compostos fenólicos; atividade
antioxidante; atividade antiproliferativa.
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Abstract
TEIXEIRA, Andréa Miranda. Phytochemicals of araça genotypes (Psidium cattleianum) n six harvests seasons (2008 a 2013). 2015. 85f. Tese (Doutorado) –
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2015. The health benefits attributed to foods rich in phenolic compounds and other natural
antioxidants, have high demand for new species that have, besides this property, an
important complementary biological activity, as a protection against chronic or
degenerative diseases. In southern Brazil, the araça (Psidium cattleianum Sabine),
fruits with attractive taste and smell, is one of the native species that stands out. L-
ascorbic acid, total anthocyanins, total carotenoids, total tannins, total and individual
phenolics, antioxidant and antiproliferative activities with tumoral cells of extracts
from six araçá genotypes (AR9, AR19, AR29, AR27, AR46 and AR72) in six harvests
seasons (2008 - 2013) were evaluated. The results showed that the fruits have high
variability in the phytochemical composition wheter is relation to genotype or harvest
season. Red color genotypes (AR9, AR19 and AR29) had higher anthocyanins
contents and phenolic compounds. Already AR46 and AR72, yellow color genotypes,
showed higher L-ascorbic acid content. Epicatechin was the most abundant phenolic
molecule present in fruit, followed by gallic acid in all genotypes. Only the total tannin
content of each genotype was not affected by crop years. Araçá extracts increased
the survival rate of Saccharomyces cereviseae cells, demonstrating a potential
protecting effect against the oxidant stress agent (H2O2). Similarly, all extracts
inhibited the proliferation of the human colon adenocarcinoma cells (Caco-2)
demonstrating potencial antiproliferative activity against tumoral cells. The results of
this study contribute to promote consumption of these fruits as food with
phytochemical properties, with potential health benefits.
Keywords: L-ascorbic acid; anthocyanins; phenolics compounds; antioxidant
capacity; antiproliferative activity.
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Lista de figuras
Figura 1. Rota metabólica de síntese de compostos
fenólicos.......................................................................................
18
Figura 2. Estrutura química dos ácidos hidroxibenzoicos (a) e do ácidos
cinâmicos (b) ...............................................................................
20
Figura 3. Núcleo fundamental dos flavonoides (flavílio) e sua
numeração...................................................................................
20
Figura 4. Estrutura dos principais flavonoides............................................ 21
Figura 5. Estrutura genérica das antocianinas a partir do esqueleto das
antocianidinas..............................................................................
22
Figura 6. Fórmulas estruturais: a) um flavonoide genérico, b) flavan-3-ol
e c) procianidina (tanino condensado).........................................
23
Figura 7. Estruturas de taninos hidrolisáveis.............................................. 24
Figura 8. Teor de compostos fenólicos totais (A), epicatequina (B), ácido
gálico (C), ácido cumárico (D), ácido ferúlico (E) e quercetina
(F) (mg.100g-1 fruto) de genótiopos de araçás vermelhos (AR9,
AR19 e AR29) e amarelos (AR27, AR46 e AR72) em seis
safras (2008 a 2013) ...................................................................
38
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Lista de tabelas
Tabela 1. Teor de sólidos solúveis totais (°Brix a 20°C) de frutos de
araçás vermelhos (AR 9, AR 19, AR 29) e amarelos (AR 27, AR
46, AR 72) das safras de 2008 a 2013.........................................
32
Tabela 2. pH de frutos de araçás vermelhos (AR 9, AR 19, AR 29) e
amarelos (AR 27, AR 46, AR 72) das safras de 2008 a 2013.....
33
Tabela 3. Teor de ácido L-ascórbico (mg.100g-1) de frutos de araçás
vermelhos (AR 9, AR 19, AR 29) e amarelos (AR 27, AR 46,
AR 72) das safras de 2008 a 2013...............................................
34
Tabela 4. Conteúdo de antocianinas totais (mg cianidina-3-
glicosídeo.100g-1) de frutos de araçás vermelhos (AR 9, AR 19,
AR 29) e amarelos (AR 27, AR 46, AR 72) das safras de 2008
a 2013...........................................................................................
34
Tabela 5. Conteúdo de carotenoides totais (µg β-caroteno. g-1) de frutos
de araçás vermelhos (AR 9, AR 19, AR 29) e amarelos (AR 27,
AR 46, AR 72) das safras de 2008 a 2013...................................
35
Tabela 6. Conteúdo de taninos totais (mg. 100g-1) de frutos de araçás
vermelhos (AR 9, AR 19, AR 29) e amarelos (AR 27, AR 46,
AR 72) das safras de 2008 a 2013...............................................
36
Tabela 7. Conteúdo de compostos fenólicos totais (mg GAE.100g-1) de
frutos de araçás vermelhos (AR 9, AR 19, AR 29) e amarelos
(AR 27, AR 46, AR 72) das safras de 2008 a 2013......................
36
Tabela 8. Atividade antioxidante de extratos de extratos aquosos de
araçás vermelhos (AR9, AR19 e AR29) e amarelos (AR27,
AR46 e AR72) sobre S. cereviseae XV 185-14C (valores médios
correspondentes às safras de 2008 a 2013).......................................
39
Tabela 9. Atividade antiproliferativa de extratos aquosos de araçás
vermelhos (AR9, AR19 e AR29) e amarelos (AR27, AR46 e
AR72) sobre células de fibroblastos embrionários (3T3) e
adenocarcinoma de cólon humano (Caco-2) (valores médios
correspondentes às safras de 2008 a 2013)......................................
40
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Sumário
1 Introdução ............................................................................................................. 11
2 Revisão da literatura ............................................................................................. 15
2.1 Araçá (Psidium cattleianum) ........................................................................... 15
2.2 Atividade antioxidante ..................................................................................... 16
2.3 Compostos Fenólicos ..................................................................................... 18
2.4 Carotenoides .................................................................................................. 24
2.5 Ácido L-Ascórbico ........................................................................................... 25
3 Material e métodos ................................................................................................ 26
3.1 Material vegetal .............................................................................................. 26
3.2 Sólidos solúveis totais (SST) e pH .................................................................. 26
3.3 Ácido L-ascórbico ........................................................................................... 26
3.4 Antocianinas totais .......................................................................................... 27
3.5 Carotenóides totais ......................................................................................... 27
3.6 Taninos totais ................................................................................................. 28
3.7 Compostos fenólicos totais ............................................................................. 28
3.8 Compostos fenólicos individuais ..................................................................... 29
3.9 Atividade antioxidante in vivo .......................................................................... 29
3.10 Atividade antiproliferativa frente a células tumorais ........................................ 30
3.11 Desenho experimental e análise estatística .................................................... 31
4 Resultados ............................................................................................................ 32
5 Discussão ............................................................................................................. 41
6 Considerações finais ............................................................................................. 46
Referencias Bibliográficas ......................................................................................... 47
Apêndice ................................................................................................................... 58
Anexos ...................................................................................................................... 83
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1 Introdução
A praticamente totalidade dos estudos relacionados à nutrição e à saúde
evidencia que há correlação negativa entre o consumo de vegetais (grãos, frutas e
hortaliças) e a ocorrência de doenças crônico-degenerativas (BOEING et al., 2012;
HARTMANN, 2007; OLIVERAS-LÓPEZ et al., 2014; POIROUX-GONORD et al.,
2010; REISS et al., 2012; TANG at al., 2014). Os resultados e o conhecimento
gerados nesses trabalhos são consubstanciados em estudos pontuais, relacionando
causa-efeito em modelos heterólogos (simulações químicas, in vitro e in vivo) ou
através de estudos de coorte (DIMITRIU et al., 2015; HERNANDES et al., 2014;
MEDINA et al., 2011; NERI-NUMA et al., 2013, STINCO et al., 2015; TANG at al.,
2014). São raros os casos, como Boffetta et al. (2010), em que não há essa
tendência de correlação. Assim, vai-se consolidando o senso comum de que,
efetivamente, o consumo de vegetais, associado à atividade física regular, e à
diminuição à exposição de fatores abióticos estressores (resíduos químicos, UV,
álcool, outros), promovem saúde.
A fim de prevenir doenças crônicas não transmissíveis, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo mínimo de 400g de frutas e
hortaliças diariamente (WHO, 2003). Programas de incentivo ao consumo desses
alimentos foram elaborados principalmente em países desenvolvidos, como Estados
Unidos e países europeus, sendo denominados programas do tipo “Five a Day” em
que são recomendados cinco porções de frutas e hortaliças diariamente. Apesar das
recomendações, a maioria da população, inclusive desses países, não consome
quantidade adequada desses vegetais. No Brasil, dados indicam que a população
consome apenas ¼ do recomendado para esses alimentos (SILVA, 2011).
Assim, fica evidente que há necessidade de se planejar estratégias para o
aumento do consumo de frutas e hortaliças no Brasil. Obviamente, isso passa por
mudanças conjunturais, como é o caso do hábito alimentar/educação e do poder
aquisitivo, mas também implica em evolução tecnológica nos sistema de produção,
ampliando a oferta de produtos saudáveis, inovadores, práticos e mais seguros.
A OMS orienta que as iniciativas que promovem o consumo de frutas e
hortaliças sejam baseadas em evidencias científicas que enfatizem os benefícios
desses alimentos para a saúde. As frutas e hortaliças são fontes de nutrientes,
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minerais e moléculas com potencial bioativo, muitas das quais possuem
propriedades antioxidantes, que podem estar relacionadas com o retardo do
envelhecimento e a prevenção de certas doenças. São especialmente as moléculas
sintetizadas pelo metabolismo especializado, também denominado secundário, que
conferem adaptação e proteção das plantas ao ecossistema em que são cultivadas,
e que conferem o potencial funcional a quem as consomem (ANGELO e JORGE,
2007; POIROUX-GONORD et al., 2010). Pesquisas têm demonstrado que
compostos fenólicos, como os flavonoides, assim como os bem conhecidos
carotenoides e as vitaminas C e E, contribuem para a ação antioxidante desses
vegetais (CHIM, 2008; HARTMANN, 2007; LIMA, MELO e LIMA, 2008; LIMA et al.,
2011; RUFINO et al., 2010; ZAICOVSKI, 2008).
Os benefícios à saúde, atribuídos aos alimentos ricos em compostos
fenólicos e outros antioxidantes naturais, têm elevado a procura por novas espécies
que possuam, além dessa propriedade, uma atividade biológica complementar
relevante, como proteção à doenças crônicas ou degenerativas. É nesse contexto
que o Brasil se apresenta com extrema importância, uma vez que oferece grande
diversidade e variabilidade vegetal, especialmente de espécies frutíferas. No
entanto, muitos dos frutos ainda são desconhecidos ou pouco utilizados, embora
possuam potencial para se tornarem competitivos com as espécies frutíferas
tradicionais ou exóticas. De acordo com Medina et al. (2011), Hoffmann et al. (2014),
Beskow et al. (2015) e Pereira et al. (2015), vários estudos vêm sendo realizados
com plantas e frutos tropicais, mas são escassos os dados sobre espécies frutíferas
nativas, especialmente, de clima temperado. Espera-se que frutos nativos de clima
temperado sejam portadores de algumas dessas propriedades. A maior riqueza em
espécies frutíferas nativas brasileiras encontra-se na Amazônia e no Cerrado.
Porém, a região Sul também possui uma grande abundância de espécies com
potenciais de uso, quando comparadas com outras regiões.
Os estudos com frutos nativos da região Sul do Brasil tiveram seu início em
meados da década de 80, em instituições dos três estados dessa região do país. No
Rio Grande do Sul, as pesquisas pioneiras, realizadas pela Embrapa Clima
Temperado, tinham o objetivo principal de conservação das espécies. Porém, com o
passar dos anos cresceu a ideia de se utilizar algumas dessas espécies como
complementares aos sistemas produtivos da região e, no ano de 2001, começaram
os estudos de caracterização e potencialidade desses frutos, inclusive aqueles
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diretamente ligados aos benefícios para a saúde humana (FETTER et al, 2010;
FRANZON, 2004; MEDINA et al, 2011; RASEIRA, 2010).
Pelo fato de espécies nativas terem co-evoluÍdo no mesmo ecossistema em
que são cultivadas, acredita-se que tenham desenvolvido um complexo metabolismo
secundário, resultando, no mínimo, em frutos ricos nesses compostos, que além de
serem mecanismos de defesa, possam exercer algum benefício adicional. Na
Região Sul do Brasil, há variabilidade de espécies frutíferas nativas, mas, segundo
Raseira et al (2004), o araçá (Psidium cattleianum Sabine), pertencente à família
Myrtaceae, é um dos que mais se destaca. O araçazeiro produz frutos de tamanho
pequeno com coloração amarelada ou avermelhada, com sabor e aroma agradáveis.
Embora estudos sobre a composição físico-química, propriedades antioxidantes e
antimicrobianas do araçá, bem como de desenvolvimento de produtos com o fruto já
tenham sido realizados (CALDEIRA, et al., 2004; FETTER et al., 2010; HAMINIUK et
al., 2006; LUXIMON-RAMA, BAHORUN, CROZIER, 2003; MEDINA et al., 2011;
REISSIG, 2015; VRIESMANN et al., 2002; ZAICOVSKI, 2008), a caracterização de
fitoquímicos em safras subsequentes, ainda não foi pesquisada.
Esse questionamento precisa ser respondido, pois é amplamente citado
(LATOCHA, JANKOWSKI e RADZANOWSKA, 2011; LIMA et al., 2011; STINCO et
al., 2015) que há variações na composição dos frutos em função do ano agrícola.
Assim, por já se ter a caracterização em nível de genótipos de araçá, tendo-se
evidenciado a riqueza em compostos fitoquímicos (MEDINA et al., 2011;
ZAICOVSKI, 2008), é relevante saber-se qual a variabilidade em função do ano de
produção.
A caracterização de genótipos permite indicar cultivares com potencial de
uso pelos agricultores, bem como identificar aqueles que apresentem características
interessantes para o melhoramento. Neste sentido, o conhecimento das
características físicas e químicas dos frutos pode contribuir para a seleção de
genótipos promissores e desejáveis ao consumo in natura e/ou agroindustrialização.
Acredita-se que os diferentes genótipos produzam frutos com diferente composição
em fitoquímicos e que as variações decorrentes das safras (anos diferentes,
condições climáticas diferentes, plantas com idades diferentes), possam interferir na
composição desses frutos.
Desse modo, o objetivo do presente trabalho foi estudar os teores de
compostos fitoquímicos presentes em seis genótipos de araçá nos anos de 2008 a
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2013, bem como sua potencial atividade antioxidante e antiproliferativa frente a
células tumorais. Os resultados deste estudo também são apresentados no
Apêndice, na forma de artigo científico, enviado para o periódico Journal of Food
Composition and Analysis.
Hipóteses
Hipótese 1. Diferentes genótipos produzem frutos com diferentes teores de
compostos fitoquímicos.
Hipótese 2. As variações climáticas, assim como o avanço na idade da planta,
proporcionam síntese e acúmulo de compostos fitoquímicos diferenciados entre os
anos agrícolas.
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2 Revisão da Literatura
2.1 Araçá (Psidium cattleianum)
No sul do Brasil, dentre as muitas espécies frutíferas nativas existentes,
destacam-se aquelas da família Myrtaceae. A família das Mirtáceas, como é
conhecida, compreende cerca de 102 gêneros, incluindo Eugenia, Myrcianthes,
Campomanesia e Psidium, e 3024 espécies conhecidas, distribuídas e cultivadas,
principalmente em países de clima tropical e subtropical. Entretanto, algumas
espécies dessa família também ocorrem em regiões de clima temperado (FRANZON
et al., 2009).
O gênero Psidium é representado por aproximadamente 120 a 150 espécies,
das quais algumas têm sido objeto de estudos concentrados, principalmente, nos
componentes de aroma dos frutos. As atividades antioxidante e antimicrobiana de
algumas espécies também têm sido investigadas. O araçazeiro (P. cattleianum
Sabine), também conhecido pelos nomes de araçá, araçá-do-mato, araçá-do-campo
e araçá-amarelo (RASEIRA, 2004), apresenta-se como uma das espécies com
importância econômica da família das mirtáceas, ocorrendo em extensa área na
costa atlântica brasileira, desde a Bahia até o Rio Grande do Sul, estendendo-se
também ao nordeste do Uruguai. No Rio Grande do Sul, é comum na planície
costeira, na Floresta Atlântica e, eventualmente, na Depressão Central (FRANZON,
2004; LISBOA, KINUPP e BARROS, 2011; SANTOS et al., 2008).
O fruto araçá é uma baga de coloração amarela ou vermelha, de acordo com
o genótipo, cuja maturação dos frutos ocorre nos meses de fevereiro a abril na
região de Sul do Rio Grande do Sul. A polpa é branca, amarelada ou avermelhada,
mucigelatinosa, aromática, contendo muitas sementes. O sabor lembra um pouco o
da goiaba, embora seja um pouco mais ácido e de aroma mais acentuado
(FRANZON et al., 2009; MARCHIORI e SOBRAL, 1997). Nos últimos anos, essa
espécie tem despertado interesse de pesquisadores do sul do Brasil, devido à
qualidade dos frutos, os quais se mostram apropriados para a fabricação de
compotas, doces em calda, doces em massa, geleias, refrescos, sorvetes e sucos
(MANICA, 2000; LISBOA, KINUPP e BARROS, 2011). Contribuem para isso estudos
sobre a composição nutricional e fitoquímica do araçá, assim como as propriedades
antioxidante e antimicrobianas demonstrando seus potenciais benefícios à saúde
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(FETTER et al., 2010; MEDINA et al., 2011; McCOOK-RUSSELL et al., 2012; NERI-
NUMA et al., 2013).
De acordo com Franzon, Raseira e Corrêa (2004), o araçazeiro está entre as
espécies nativas do Sul do Brasil com maior potencial para exploração econômica,
devido à possibilidade dos frutos serem comercializados na forma in natura, ou
ainda para a industrialização. Atualmente existem duas cultivares de araçazeiro,
lançadas pela Embrapa Clima Temperado, e que são plantadas em pomares
comerciais, embora em pequena escala. Embora esse potencial, sob o ponto de
vista agronômico, ainda há limitações a serem superadas, desde o sistema de
condução, ao controle de fitopatias. O cultivo em ambiente protegido pode se
constituir uma alternativa para a produção de frutos de boa aparência.
2.2 Atividade Antioxidante
Recentes estudos sugerem uma correlação positiva entre dietas ricas em
frutas e vegetais e a redução da incidência de doenças crônicas. Esses benefícios
são, primeiramente atribuídos à ocorrência de vitaminas, minerais e metabolitos
secundários como carotenoides, antocianinas, flavonoides, e outros compostos
fenólicos que estão amplamente distribuídos no reino vegetal e à atividade
antioxidante desses compostos (BOEING et al., 2012; HARTMANN, 2007;
OLIVERAS-LÓPEZ et al., 2014; POIROUX-GONORD et al., 2010; REISS et al.,
2012; TANG at al., 2014).
A atividade antioxidante de um determinado fruto é normalmente resultante
da interação de seus compostos, podendo haver efeitos sinérgicos. Tais compostos
incluem os fenóis (ácidos fenólicos e seus derivados, flavonoides, tocoferóis), ácido
ascórbico, pigmentos e esteróis (GORDON et al., 2012; KRIS-ETHERTON et al;
2002; KUSKOSKI et al. 2006; RUFINO et al., 2010).
Os compostos que são facilmente oxidados são frequentemente os melhores
antioxidantes, ou seja, moléculas capazes de doar um eletron livre ou átomos de
hidrogênio para radicais livres (CASTAÑEDA-OVANDO et al., 2009). As substâncias
antioxidantes presentes nas frutas atuam nas espécies reativas de oxigênio (ROS),
que incluem radicais livres reativos, tais como superóxidos, hidroxilas e peroxila, e
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também com não radicais, como peróxido de hidrogênio. Essas substâncias atuam
na etapa de iniciação e propagação dos radicais livres ou supressão da formação
dos mesmos (LIM, LIM e TEE, 2007). Os radicais livres são, quimicamente,
quaisquer átomos, moléculas ou fragmentos de molécula contendo um ou mais
elétrons desemparelhados nas suas camadas de valência. Devido essa
configuração, tornam-se espécies altamente instáveis, com curto tempo de meia-
vida e muito reativas (POMPELLA, 1997).
Os ácidos fenólicos e os flavonoides tem atuação semelhante, seqüestrando
radicais livres como principal forma de atuação como antioxidantes. Os ácidos
derivados do ácido cinâmico são mais ativos em relação à ação antioxidante do que
aqueles derivados do ácido benzóico devido à dupla ligação do radical presente na
molécula dos derivados cinâmicos, que participa da estabilidade do radical por
ressonância do deslocamento do elétron desemparelhado (ANGELO e JORGE,
2007).
As propriedades antioxidantes dos carotenoides fundamentam-se na
estrutura destes compostos, principalmente no sistema de duplas ligações
conjugadas, tornando possível a captação de radicais livres, principalmente o radical
peroxila. Além da captação de radicais livres, os carotenóides captam energia do
oxigênio singlete, que volta ao estado fundamental (O2). O carotenoide excitado
resultante libera energia baixa e, portanto, inofensiva ao meio celular (CERQUEIRA,
MEDEIROS e AUGUSTO, 2007).
Diversos estudos têm demonstrado que uma série de doenças entre as
quais, câncer, aterosclerose, diabetes, artrite e doenças cardiovasculares podem
estar ligadas aos danos causados por formas de oxigênio extremamente reativas
(KRIS-ETHERTON et al, 2002; REISS et al., 2002). Estudos epidemiológicos
revelam que uma dieta rica em compostos fenólicos está associada à diminuição do
colesterol total e aumento das proteínas de alta densidade – HDL (high density
lipoprotein), benefícios no tratamento de doenças cardiovasculares, hipertensão,
diabetes e inibição do crescimento de células tumorais (FANG, YANG e WU, 2002;
HERNANDES et al., 2014; NERI-NUMA et al., 2013; TANG et al., 2014).
18
2.3 Compostos Fenólicos
As plantas produzem uma diversidade de compostos secundários que
contêm um grupo hidroxila funcional associado diretamente a um anel aromático.
Essas substâncias são classificadas como compostos fenólicos e representam a
principal classe de metabólitos secundários presentes nos vegetais, sendo
essenciais para o seu crescimento e desenvolvimento. Muitas vezes são derivados de
reações de defesa das plantas contra agressões do ambiente, infecções, condições de
cultivo e variações genéticas (ANGELO e JORGE, 2007).
Os compostos fenólicos são sintetizados por duas rotas metabólicas: a rota
do ácido chiquímico e a rota do ácido malônico (Figura 1), razão pela qual
constituem um grupo bastante heterogêneo do ponto de vista metabólico. A rota do
ácido chiquímico participa da biossíntese da maioria dos compostos fenólicos
vegetais, os quais, devido à diversidade química, podem ser agrupados em
compostos fenólicos simples (representados pelos ácidos fenólicos e cumarinas),
flavonoides, ligninas e taninos condensados. A rota do ácido malônico, embora seja
uma fonte importante de produtos secundários fenólicos em fungos e bactérias, é
menos expressiva em plantas superiores (SIMÕES et al., 2007; TAIZ & ZEIGER,
2013). Em alimentos, são responsáveis pela cor, adstringência, aroma e estabilidade
oxidativa.
Figura 1. Rota metabólica de síntese de compostos fenólicos.
Fonte: TAIZ e ZEIGER, 2013.
19
Os metabólitos secundários representam uma interface química entre as
plantas e o ambiente circundante, portanto, sua síntese é frequentemente afetada
por condições ambientais, como temperatura, luz e água, por exemplo. Além disso,
a presença de compostos fenólicos específicos está relacionada à fatores como o
tipo de fruta, variedade, localização geográfica, presença de doenças na planta,
condições de armazenamento pós-colheita e processamento (ANGELO e JORGE,
2007; GOBBO-NETO e LOPES, 2007).
A influência desses fatores é comprovada pela grande variabilidade no teor
de compostos fenólicos em frutos do gênero Psidium encontrados em diferentes
regiões do Brasil e do mundo. Fetter et al. (2010) encontraram teor de compostos
fenólicos entre 294,51 e 1851,38mg de equivalente de ácido clorogênico por 100g
de fruto fresco em frutos de araçá-amarelo, araçá-vermelho (P. cattleianum Sabine)
e araçá pera (P. acutangulum D.C.) cultivados no sul do Brasil. Variedades
vermelhas e amarelas de P. cattleianum das Ilhas Maurício apresentaram acima de
5000µg de equivalente de ácido gálico (EAG) por grama de fruto fresco (LUXIMON-
RAMMA et al., 2003). Já em frutos das espécies P. cattleianum Sabine (araçá) e P.
guajava (goiaba), colhidos na Jamaica, o teor de compostos fenólicos foi de 4439 e
1952µg EAG/g de fruto fresco, respectivamente (McCOOK-RUSSEL et al., 2012).
Os ácidos fenólicos caracterizam-se por possuir um anel benzênico, um
grupamento carboxílico e um ou mais grupamentos de hidroxila e/ou metoxila na
molécula. Estão divididos em dois grupos: os derivados do ácido hidroxibenzoico,
que tem estrutura comum C6-C1, e os derivados do ácido cinâmico, que são
compostos aromáticos com três carbonos que formam uma cadeia lateral com
estrutura C6-C3 (Figura 2) (SIMÕES et al, 2007).
20
Figura 2. Estrutura química dos ácidos hidroxibenzoicos (a) e do ácido cinâmicos (b)
Fonte: ANGELO e JORGE, 2007.
Os flavonoides constituem uma importante classe de compostos fenólicos,
sintetizada em abundância entre os metabólitos secundários de vegetais e
encontrada em diversas formas estruturais. Os representantes dessa classe
possuem dois anéis aromáticos, denominados anel A e B, unidos por três carbonos
que formam um anel heterocíclico, denominado anel C, possuindo hidroxilas e
glicosídeos distribuídos ao redor (Figura 3) (ANGELO e JORGE, 2007; TAIZ e
ZEIGER, 2013).
Figura 3. Núcleo fundamental dos flavonoides (flavílio) e sua numeração.
Fonte: SIMÕES et al, 2007.
Os flavonoides são classificados de acordo com o grau de oxidação da
cadeia de três carbonos, sendo os flavonóis, as flavonas e as antocianinas, classes
encontradas com maior freqüência (Figura 4). As diferenças estruturais presentes
em cada grupo são resultado da variação no número e no arranjo de grupos
hidroxilas, assim como a natureza e quantidade de alquilações e/ou glicosilações
destes grupos (ANGELO; JORGE, 2007; VOLP et al., 2008; SIMOES et al., 2007;
ZUANAZZI e MONTANHA, 2010).
Ácido p-hidroxibenzoico: R1=R2=H
Ácido gálico: R1=R2=OH
Ácido protocatéquico: R1=OH, R2=H
Ácido siríngico: R1=R2=OCH3
Ácido cumárico: R1=R2=H
Ácido caféico: R1=OH, R2=H
Ácido ferúlico: R1= OCH3, R2=H
21
Figura 4. Estrutura dos principais flavonoides.
Fonte: ZUANAZI e MONTANHA, 2010.
Os flavonóis mais comuns são a quercetina, a mircetina e o campferol,
sendo a primeira, quantitativamente, o principal constituinte fenólico encontrado em
plantas. No grupo dos flavanóis estão presentes a catequina e a epicatequina, as
quais ocorrem frequentemente na forma combinada com ácido gálico ou na forma de
polímeros em taninos condensados.
As antocianinas destacam-se como grupo pigmentado mais comum entre os
flavonoides, sendo os responsáveis pelas cores de vegetais que variam do vermelho
ao azul. As antocianinas ocorrem na natureza como glicosídeos de antocianidinas.
As antocianidinas são as estruturas básicas das antocianinas e consistem de um
anel aromático (A) ligado a um anel heterocíclico que contém oxigênio (C), que
também é ligado por uma ligação C-C a um terceiro anel aromático (B) (Figura 5).
Entre as vinte antocianidinas conhecidas, que ocorrem naturalmente, apenas seis
são mais frequentes em vegetais: cianidina (50%), delfinidina (12%), perlagonidina
(12%), peonidina (12%), petunidina (7%) e malvidina (12%) (KONG, 2003), que
diferenciam-se pelo número de grupos hidroxilas esterificados na molécula,
natureza, número e posição da glicosilação, bem como pela natureza e número de
ácidos orgânicos ligados aos resíduos de glicosídeos. Os ácidos mais comuns
encontrados são o ácido p-cumárico, ácido cafeico e ácido ferúlico. A glicosilação
pode ocorrer em várias posições, sendo observada com maior frequência na posição
22
três. Os açúcares encontrados mais frequentemente são: glicose, galactose,
ramnose, arabinose e xilose (SIMÕES et al, 2007; TAIZ e ZEIGER, 2013; RIBEIRO e
SERAVALLI, 2010).
Figura 5 - Estrutura genérica das antocianinas a partir do esqueleto das antocianidinas. Fonte: JACKMANet al., 1987.
Os taninos são um grupo de compostos fenólicos com propriedades de
defesa para o vegetal. Há duas categorias de taninos: os condensados e os
hidrolisáveis. Os taninos condensados, também conhecidos como proantocianidinas,
são polímeros de flavonoides, cujos monômeros de unidades flavan-3-ol, ou por um
derivado desta, são unidos por uma ligação carbono-carbono (Figura 6) (AGOSTINI-
COSTA et al., 2003; GU et al., 2008; QUEIROZ, MORAIS e NASCIMENTO, 2002).
Estão presentes na fração da fibra alimentar de diferentes alimentos e podem ser
considerados indigeríveis ou levemente digeríveis.
23
Figura 6. Fórmulas estruturais: a) um flavonoide genérico, b) flavan-3-ol e c) procianidina (tanino condensado).
Fonte: QUEIROZ et al., 2002.
Os taninos hidrolisáveis são polímeros heterogêneos que contêm ácidos
fenólicos, em especial o ácido gálico, e açúcares simples, como a glicose, além de
outros polióis. Esses taninos liberam ácidos fenólicos: gálico, cafeico, elágico e um
açúcar, por hidrólise ácida. Normalmente, os taninos hidrolisáveis são divididos em
galotaninos, que produzem ácido gálico e em elagitaninos, que produzem ácido
elágico, após hidrólise (Figura 7) (AGOSTINI-COSTA et al., 2003; NASCIMENTO e
MORAIS, 1996).
Nas plantas, os taninos podem ser encontrados em raízes, flores, frutos,
folhas, cascas e no caule. Nos alimentos, contribuem para o sabor adstringente.
Franco (2001) verificou, ao estudar as propriedades do araçá, a presença de taninos
na casca do fruto, além de muitos minerais, como cálcio, fósforo, ferro e fibras, todos
essenciais para o organismo humano.
24
Figura 7 - Estruturas de taninos hidrolisáveis. Fonte: QUEIROZ, MORAIS e NASCIMENTO, 2002.
2.4 Carotenoides
Os carotenoides estão amplamente distribuídos na natureza na forma de
pigmentos amarelos, laranjas e vermelhos. A estrutura básica dos carotenoides
consiste em oito unidades de isopreno e pode ser representada pelo pigmento do
tomate, o licopeno, a partir da qual podem ser obtidas outras estruturas, por meio de
reações de hidrogenação, ciclização, oxidação ou combinação dessas. Podem ser
subdivididos em dois grupos principais: os carotenos, constituídos apenas de
carbono e hidrogênio, como os precursores da vitamina A e o licopeno, e as
xantofilas, derivados obtidos por oxidação dos carotenos com formação dos grupos
hidroxila, metoxila, carboxila e cetona, como a luteína e a zeaxantina (RIBEIRO e
SERAVALLI, 2004). Nas plantas, fazem parte da rota fotossintética através da
captação do excesso de energia luminosa, juntamente com as clorofilas, protegendo
as células da oxidação e, consequentemente, da decomposição.
25
2.5 Ácido L-Ascórbico
O ácido ascórbico, mais conhecido como vitamina C, é uma vitamina
hidrossolúvel amplamente distribuída em vegetais, principalmente em frutas cítricas
e hortaliças. Encontra-se na natureza sob duas formas: reduzida ou oxidada. A
transformação do ácido ascórbico em ácido dehidroascórbico, sua forma oxidada,
ocorre normalmente no interior do organismo. Essa é uma reação reversível,
permitindo que uma dessas substâncias possa sempre ser transformada na outra, o
que funciona como um sistema oxidorredutor capaz de transportar hidrogênio nos
processos de respiração, no nível celular (WELCH et al., 1995; TAVARES et al.,
2000).
O ácido ascórbico, quando em solução, é facilmente oxidado a ácido L-
dehidroascórbico, devido à presença do grupo redutona, fortemente redutor. Como é
um forte agente redutor, atua como um antioxidante muito importante em vários
sistemas biológicos (RIBEIRO e SERAVALLI, 2007). A atividade antioxidante da
vitamina C envolve a transferência de um elétron ao radical livre e a consequente
formação do radical livre ascorbato (ROSA et al., 2007).
O teor de vitaminas das frutas pode variar dependendo da espécie, do
estádio de maturação na época da colheita, de variações genéticas, do manuseio
pós-colheita, das condições de estocagem e do processamento (LEE e KADER,
2000; TAVARINI et al., 2008). Barcia et al. (2010) encontraram 1,741mg.g-1 de ácido
ascórbico em araçá roxo (Psidium rufum), assemelhando-se ao teor do pêssego cv
Granada (1,138 mg.g-1) e significativamente superior ao da pera (0,618 mg.g-1).
26
3 Material e métodos
3.1 Material vegetal
Os frutos de araçazeiro (P. cattleianum Sabine) de coloração vermelha
(genótipos AR9, AR19 e AR29) e amarela (genótipos AR27, AR46 e AR72) foram
colhidos, em estádio maduro, na coleção de seleções da Embrapa Clima
Temperado, em Pelotas, RS (31º40’47"S, 52º26’24"W). O pomar foi implantado no
ano de 2000, com plantas originárias das cidades de Pelotas (AR9, AR19 e AR29) e
de Rio Grande (AR 27, AR 46 e AR 72).
Anualmente, foram colhidos 1 kg (em quatro coletas) de frutos de cada
planta (três plantas de cada genótipo), nos meses de fevereiro e março, nas safras
de 2008 a 2013. Os frutos foram congelados em Nitrogênio líquido e armazenados
a -80°C até a realização das análises, em cada ano.
3.2 Sólidos solúveis totais (SST) e pH
A concentração de sólidos solúveis (SST) totais foi determinada por
refratometria, diretamente no suco da amostra descongelada, com os resultados
expressos em graus Brix (°Brix). O pH foi medido em pHmetro digital diretamente no
suco que também foi usado para a determinação de SST .
3.3 Ácido L-ascórbico
O teor de ácido L-ascórbico foi determinado por cromatografia líquida de alta
eficiência (CLAE) segundo o método de Vinci et al. (1995). O conteúdo de ácido L-
ascórbico foi extraído com uma solução de ácido metafosfórico 4,5% (m/v) ao abrigo
da luz e em temperatura ambiente. A solução foi filtrada e o volume centrifugado
(10.000g x 10min x 4°C). As amostras foram analisadas em sistema HPLC-
Shimadzu, utilizando coluna de fase reversa RP-18 CLC-ODS (4,6mm x 150mm x
5µm), acoplada a detector UV-visível a 254nm, com injetor automático. A fase móvel
foi composta por solução de água ultra pura:ácido acético (solvente A) (99,9:0,1 v/v)
e metanol (solvente B). O gradiente de eluição começou em 100% do solvente A,
seguindo uma redução linear até 98% aos 5min, mantido nessa condição por 2min e
27
retornando às condições iniciais, perfazendo um tempo de eluição de 12min por
amostra. O fluxo adotado foi de 0,8mL.min-1, com temperatura do forno da coluna de
25°C e o detector UV ajustado a 254nm. A quantificação foi realizada comparando
os tempos de retenção para o padrão externo de ácido L-ascórbico. Os resultados
foram expressos em miligramas de ácido L-ascórbico por 100g de fruto fresco.
3.4 Antocianinas totais
O teor total de antocianinas foi determinado por espectrofotometria, segundo
método adaptado de Lees e Francis (1972). Para extração dos pigmentos, 1g de
fruto foi adicionado de 25mL de etanol acidificado (HCl até pH 1,0) e mantido em
repouso, na ausência de luz, sendo homogeneizado a cada 5min. Após o período de
1h, a mistura foi filtrada em algodão e completou-se o volume de 50mL com etanol.
As leituras de absorbância foram realizadas em espectrofotômetro UV/Vis Ultrospec
2000 (Pharmacia Biotech), no comprimento de onda de 520nm. Os resultados foram
expressos em miligramas de cianidina-3-glucosideo por 100g de fruto fresco.
3.5 Carotenóides totais
O conteúdo total de carotenóides foi determinado por espectrofotometria,
segundo método adaptado de Rodriguez-Amaya (2001). Cinco gramas de amostra
foram triturados com celite, adicionados de 20mL de acetona gelada, para extração
dos pigmentos, e homogeneizados por aproximadamente 10 minutos. A amostra foi
filtrada a vácuo e o resíduo lavado com acetona gelada até remoção total do
pigmento e o filtrado transferido para um funil de separação, onde foi adicionado éter
de petróleo e água destilada. A fase inferior foi descartada e a lavagem com água
destilada realizada até a completa remoção da acetona. A leitura da absorbância do
extrato etéreo obtido foi realizada em espectrofotômetro UV/Vis Ultrospec 2000
(Pharmacia Biotech), em comprimento de onda 450nm. Os resultados foram
expressos em micrograma de β-caroteno por grama de fruto fresco.
28
3.6 Taninos totais
O teor de taninos totais foi determinado por espectrofotometria seguindo o
método de Folin-Denis, descrito por Gu et. al. (2008). Para a extração desses
compostos, cinco gramas de fruto triturado foram adicionados de 10mL de metanol,
e submetidos a agitação por 1 hora à temperatura ambiente, seguido de uma
filtração. Para a determinação do teor de taninos, 100µL do extrato foram
adicionados de 300µL de reagente de Folin-Denis e, após 3 minutos, adicionou-se
uma solução aquosa saturada de carbonato de sódio. A solução foi deixada em
repouso, ao abrigo da luz, em temperatura ambiente, por 1 hora. A leitura da
absorbância das amostras foi realizada em espectrofotômetro UV/Vis Ultrospec 2000
(Pharmacia Biotech), em comprimento de onda 760nm. Os resultados foram
expressos em miligramas por 100g de fruto fresco.
3.7 Compostos fenólicos totais
O procedimento de extração de compostos fenólicos seguiu o método
descrito por Medina (2009), em que 10g de frutos íntegros, congelados a -80°C,
foram triturados com nitrogênio líquido e submetidos à extração com 20mL de
etanol, em agitador orbital a 200rpm por 1 hora à temperatura ambiente (20 ± 3ºC).
Os extratos foram então centrifugados a 12000 g por 10 minutos a 4ºC e os
sobrenadantes foram coletados e concentrados, para remoção do solvente, em
rotaevaporador a 40ºC (por aproximadamente 10 minutos) sob pressão reduzida. Os
extratos resultantes foram recuperados com água ultra pura com volume ajustado
para 10mL.
O teor total de compostos fenólicos foi determinado por espectrofotometria
segundo método de Folin-Ciocalteau (SINGLETON, et al., 1999) modificado por
Dewanto et al. (2002). Para tanto, 125µL de cada extrato foram adicionados a 0,5µL
de água ultra pura e 125µL do reagente de Folin-Ciocalteau 2N. Após 6 minutos em
repouso, foram adicionados à mistura 1,25mL de carbonato de sódio 7% (m/v), e o
volume ajustado para 3mL com água ultra pura. A mistura foi mantida em repouso, à
temperatura ambiente e ao abrigo da luz, por 90 minutos. A leitura da absorbância
das amostras foi realizada em espectrofotômetro UV/Vis Ultrospec 2000 (Pharmacia
29
Biotech), em comprimento de onda 760nm. Os resultados foram expressos em
miligramas de equivalente de ácido gálico (GAE) por 100g de fruto fresco.
3.8 Compostos fenólicos individuais
Os conteúdos de compostos fenólicos individuais foram determinados por
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) segundo método descrito por
Hakkinen e Torronen (1998), com pequenas modificações.
Os compostos fenólicos foram extraídos e hidrolisados com metanol
acidificado com ácido clorídrico. O extrato foi homogeneizado a 35°C, na ausência
de luz, por 24h, filtrado em algodão e o sobrenadante concentrado em evaporador
rotativo a 40°C por 20 minutos. O resíduo concentrado foi redissolvido em metanol
até volume final de 10mL e centrifugado (7000 g por 10min). Do sobrenadante, uma
alíquota de 30µL foi injetada no cromatógrafo HPLC da Shimadzu, equipado com
injetor automático, detector UV-VIS a 280nm, coluna de fase reversa RP-18 CLC-
ODS (4,6mm x 150mm x 5µm) e coluna de guarda CLC-GODS (4mm x 200mm x
5µm). A fase móvel consistiu num gradiente de eluição com solução de ácido acético
em água (99:1) (solvente A) e metanol (solvente B), com fluxo de 0,9mL.min-1, cuja
proporção se iniciou com 100% de A, alterando-se gradativamente até 60% de A e
40% de B, em 25 minutos. Manteve-se essa proporção constante por 2 minutos e,
em seguida, alterou-se gradativamente até 95% de A e 5% de B, aos 37 minutos,
mantendo-se constante por mais 5 minutos. Após, retornou-se à fase inicial, com
tempo total de corrida de 45 minutos, segundo metodologia descrita por Zambiazi
(1997).
Os compostos fenólicos individuais foram identificados por comparação com
o tempo de retenção e quantificados com base nas curvas de calibração dos
padrões externos de ácido gálico, ácido p-cumárico, ácido ferúlico, quercetina e
epicatequina. Os resultados foram expressos em miligramas do respectivo composto
fenólico por 100 gramas de fruto fresco.
3.9 Atividade antioxidante in vivo
A atividade antioxidante in vivo foi determinada segundo metodologia
descrita por Soares, Andreazza e Salvador (2005), utilizando células eucarióticas de
30
leveduras Sacchoromyces XV 185-14C (MATa, ade 2-1, arg 4-17, his 1-7, lys 1-1, trp
5-48, hom 3-10) cedida pelo Dr. R. C. Von Borstel (Genetics Department, University
of Alberta, Edmonton, AB, Canada).
A cepa foi mantida em meio Yeast Peptone Dextrose (YPD) sólido contendo
1% (m/v) de extrato de levedura, 2% (m/v) de peptona, 2% (m/v) de glicose e 2%
(m/v) de ágar. As células foram transferidas para um meio líquido (mesma
composição de meios sólidos sem ágar) e colocadas em um agitador orbital a 28°C
e 160 rpm.
As suspensões celulares contendo 2x106 UFC.mL-1, foram então tratadas
com extratos dos frutos diluídos em água na proporção de 1:4 (extrato:água) e
incubados por 1 hora a 28°C sob agitação no escuro. As células foram centrifugadas
(2000.g, 28°C por 5min) e lavadas com 0,9% (m/v) de solução de cloreto de sódio
(duas vezes). Por fim, as células foram tratadas com solução de água oxigenada
50mM por uma hora a 28°C. As amostras foram diluídas em uma solução de cloreto
de sódio (0,9% m/v), semeadas em meio de cultura completo YPD e incubadas a
28ºC por 48 horas.
Após o período de incubação, as colônias foram contadas e determinados os
percentuais de sobrevivência celular utilizando como referência as placas teste,
onde o número total de colônias observadas na placa controle (sem tratamento)
foram consideradas como 100% de sobrevivência celular.
3.10 Atividade antiproliferativa frente a células tumorais
O efeito antiproliferativo dos extratos dos frutos foi testado em células de
adenocarcinoma de cólon humano (Caco-2), enquanto uma linhagem de fibroblastos
embrionários de ratos (3T3) foi utilizada como controle. Meio RPMI 1640 contendo
soro fetal bovino (20% v/v) na presença de antibióticos (100U.mL-1 de penicilina G,
100µg.mL-1 de estreptomicina) foi usado para a cultura de células (5 x
105mL/células). As linhagens celulares foram colocadas em placas de microcultura
contendo 96 cavidades, depositando 100µL por poço mantendo durante 24 horas a
37°C em atmosfera contendo 95% de O2, 5% de CO2 e 100% de umidade relativa.
Após a incubação, o meio foi removido de cada poço deixando as células na parte
inferior. As células foram então expostas à novo meio contendo 80µg.mL-1 de
extrato. Depois da incubação por 48 horas, as celulas foram fixadas por adição de
31
ácido tricloroacético (50% m/v) e, em seguida, colocadas a 4°C durante 1h. Um
ensaio colorimétrico foi realizado adicionando solução de sulforrodamina B (0,4%
m/v) em água acidificada (ácido acético 1% v/v) em cada um dos poços. Após 30min
à temperatura ambiente, a solução não fixada foi descartada pela lavagem com
água acidificada. O corante fixado às proteínas celulares foi ressolubilizado
utilizando tampão Tris 10mM (pH 10,0), sob agitação orbital de 50 rpm, à
temperatura ambiente, durante 5 min. As leituras de densidade ópticas foram
realizados num leitor espectrofotométrico de placas de ELISA a 540 nm. Os dados
de absorbância foram correlacionados com a curva padrão de células viáveis e os
resultados foram expressos em porcentagem de sobrevivência celular comparado ao
tratamento controle composto de células cultivadas em meio RPMI 1640.
3.11 Desenho experimental e análise estatística
O trabalho foi constituído da análise descritiva de 6 genótipos (3 plantas por
genótipo), em 6 anos (2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013), com 3 colheitas de
frutos por planta em cada ano. As análises foram realizadas em triplicata. Os
resultados foram avaliados por ANOVA e a comparação de médias pelo teste de
Tukey ao nível de 5% de probabilidade utilizando-se o software Statistica v.7.1
(Statsoft, 2005).
32
4 Resultados
Do conjunto de variáveis independentes (seis genótipos e seis safras) em
estudo, o fator genótipo interferiu em todas as variáveis dependentes avaliadas
(sólidos solúveis totais, pH, teores de ácido L-ascórbico, antocianinas, carotenóides,
taninos e compostos fenólicos totais). Dentro desse fator, três genótipos são
produtores de frutos vermelhos (AR9, AR19 e AR29) e três produtores de frutos
amarelos (AR27, AR46 e AR72). De modo geral, essa diferença entre os dois grupos
se relacionou com as variáveis pH, teores de antocianinas e compostos fenólicos
totais. Em relação às safras, houve efeito sobre as variáveis dependentes, exceto
pH e taninos totais.
O teor de sólidos solúveis totais (SST) dos frutos de araçá, como esperado e
citado anteriormente, foi influenciado pelas duas variáveis independentes da
pesquisa: genótipos e safras, variando entre 6,43 e 13,30°Brix. Mais
detalhadamente, os genótipos AR19 e AR46 foram os que apresentaram o maior
teor de SST nas seis safras analisadas. Em contraste, os frutos do genótipo AR72
apresentaram os menores teores de SST em todas as safras, diferindo
significativamente dos demais. Quando comparadas as safras, em média, em 2012
se obteve a colheita de frutos com maiores teores de SST (Tabela 1).
Tabela 1. Teor de sólidos solúveis totais (°Brix a 20°C) de frutos de araçás vermelhos (AR 9,
AR 19, AR 29) e amarelos (AR 27, AR 46, AR 72) das safras de 2008 a 2013
Genótipos
Safras
2008 2009 2010 2011 2012 2013
AR 9 9,73 ± 0,50 cB 9,33 ± 0,29 dB 10,03 ± 0,45 bB 11,03 ± 0,1 bA 10,07 ± 0,23 dAB 10,03 ± 0,38 bB
AR 19 12,00 ± 0,20 aABC 11,87 ± 0,40 aBC 11,50 ± 0,50 aCD 12,53 ± 0,06 aAB 12,70 ± 0,10 bA 10,90 ± 0,10 abD
AR 29 9,73 ± 0,12 cC 9,80 ± 0,20 cdC 10,10 ± 0,26 bBC 11,57 ± 0,40 bA 12,13 ± 0,15 cA 10,70 ± 0,26 abB
AR 27 9,60 ± 0,40 cC 10,17 ± 0,29 bcC 10,10 ± 0,26 bC 11,60 ± 0,36 bAB 12,23 ± 0,21 cA 10,97 ± 0,06 aB
AR 46 10,60 ± 0,10 bC 10,70 ± 0,10 bC 12,20 ± 0,36 aB 12,70 ± 0,26 aAB 13,30 ± 0,17 aA 10,87 ± 0,64 abC
AR 72 6,43 ± 0,12 dB 6,77 ± 0,25 eB 6,83 ± 0,35 cB 7,97 ± 0,06 cA 8,23 ± 0,06 eA 6,77 ± 0,25 cB
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de
Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
33
Quando se mensurou o pH, verificou-se que, diferentemente do teor de SST,
o ano agrícola não teve efeito sobre essa característica. No entanto, genótipos de
araçá vermelhos e amarelos apresentaram diferença significativa entre si, com
destaque para uma menor acidez nos frutos de coloração amarela (Tabela 2).
Tabela 2. pH de frutos de araçás vermelhos (AR 9, AR 19, AR 29) e amarelos (AR 27, AR
46, AR 72) das safras de 2008 a 2013.
Genótipos
Safras
2008 2009 2010 2011 2012 2013
AR 9 3,23 ± 0,06 bcA 3,13 ± 0,06 bA 3,20 ± 0,10 bA 3,20 ± 0,10 bA 3,20 ± 0,10 bA 3,17 ± 0,23 bA
AR 19 3,37 ± 0,06 bA 3,37 ± 0,06 bA 3,33 ± 0,06 bA 3,30 ± 0,10 bA 3,33 ± 0,06 bA 3,33 ± 0,06 bA
AR 29 3,00 ± 0,10 cA 3,10 ± 0,10 bA 3,10 ± 0,10 bA 3,10 ± 0,10 bA 3,10 ± 0,10 bA 3,10 ± 0,10 bA
AR 27 3,70 ± 0,10 aA 3,73 ± 0,15 aA 3,70 ± 0,10 aA 3,73 ± 0,15 aA 3,73 ± 0,15 aA 3,73 ± 0,15 aA
AR 46 3,83 ± 0,06 aA 3,93 ± 0,06aA 3,83 ± 0,15 aA 3,83 ± 0,06 aA 3,87 ± 0,06 aA 4,00 ± 0,10 aA
AR 72 3,80 ± 0,20 aA 3,80 ± 0,20 aA 3,90 ± 0,10 aA 3,87 ± 0,06 aA 3,77 ± 0,21 aA 3,83 ± 0,06 aA
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de
Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Para o ácido L-ascórbico dos frutos de araçá, tanto o genótipo quanto a
safra influenciaram o teor desse composto (Tabela 3). O genótipo AR46 apresentou
teor de ácido L-ascórbico significativamente superior aos demais em todas as safras,
atingindo valor máximo de 11mg.100g-1 fruto nos anos de 2011 e 2012. Relativo à
influência das safras, apenas os genótipos AR9 e AR46, respectivamente, com os
menores e maiores teores de ácido L-ascóbrico não diferiram significativamente ao
longo dos anos, indicando que se trata de um composto cujo acúmulo é dependente
desse fator interferente (safra).
O teor de antocianinas totais dos frutos foi afetado pelas variáveis genótipo e
safra. Os teores desses pigmentos foram significativamente maiores nos genótipos
de araçá de coloração vermelha, em todas as safras, atingindo valor máximo de
6,33mg cianidina-3-glicosídeo.100g-1 fruto na safra 2012, enquanto nos genótipos de
coloração amarela, os valores variaram entre 0,53 (AR72) e 1,33mg cianidina-3-
glicosídeo.100 g-1 fruto (AR27). No que concerne ao efeito safra, somente os
genótipos AR27 e AR46, não apresentaram alteração no teor de antocianinas totais
em relação a esse fator (Tabela 4).
34
Tabela 3. Teor de ácido L-ascórbico (mg.100g-1) de frutos de araçás vermelhos (AR 9, AR
19, AR 29) e amarelos (AR 27, AR 46, AR 72) das safras de 2008 a 2013
Genótipos
Safras
2008 2009 2010 2011 2012 2013
AR 9 0,23 ± 0,06 cA 0,27 ± 0,06 cA 0,20 ± 0,10 cA 0,37 ± 0,06 cA 0,33 ± 0,15 cA 0,13 ± 0,06 cA
AR 19 0,47 ± 0,06 cD 0,53 ± 0,06 cBCD 0,80 ± 0,10 cABC 0,83 ± 0,21 cAB 1,00 ± 0,10 cA 0,50 ± 0,10 cCD
AR 29 0,17 ± 0,06 cA 0,20 ± 0,10 cC 0,40 ± 0,10 cAB 0,43 ± 0,06 cAB 0,50 ± 0,00 cA 0,30 ± 0,00 cBC
AR 27 0,33 ± 0,15 cB 0,30 ± 0,00 cB 0,47 ± 0,15 cB 0,53 ± 0,06 cAB 0,77 ± 0,06 cA 0,40 ± 0,10 cB
AR 46 8,00 ± 1,00 aA 8,67 ± 0,58 aA 9,67 ± 0,58 aA 11,00 ± 1,00 aA 11,00 ± 1,00 aA 9,00 ± 2,00 aA
AR 72 4,33 ± 0,58 bB 4,33 ± 1,53 bB 7,33 ± 1,53 bAB 8,00 ± 0,00 bA 8,00 ± 0,00 bA 5,33 ± 1,53 bAB
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de
Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Tabela 4. Teor de antocianinas totais (mg cianidina-3-glicosídeo.100g-1) de frutos de araçás
vermelhos (AR 9, AR 19, AR 29) e amarelos (AR 27, AR 46, AR 72) das safras de 2008 a
2013
Genótipos
Safras
2008 2009 2010 2011 2012 2013
AR 9 3,00 ± 0,00bB 3,33 ± 0,58 bB 4,00 ± 0,00 bAB 5,00 ± 1,0 aA 4,33 ± 0,58 bAB 4,00 ± 0,00 abAB
AR 19 4,33 ± 0,58 aB 5,00 ± 0,00 aAB 6,00 ± 1,0 aAB 5,67 ± 0,58 aAB 6,33 ± 0,58 aA 4,67 ± 0,58 aAB
AR 29 3,00 ± 0,00 bAB 2,33 ± 0,58 cB 4,00 ± 1,0 bAB 4,00 ± 1,0 aAB 5,00 ± 1,0 abA 3,33 ± 0,58 bAB
AR 27 0,80 ± 0,26 cA 0,80 ± 0,10 dA 1,07 ± 0,12 cA 1,33 ± 0,15 bA 1,33 ± 0,29 cA 1,07 ± 0,21 cA
AR 46 0,87 ± 0,06 cA 0,93 ± 0,25 dA 0,87 ± 0,21 cA 1,23 ± 0,06 bA 1,07 ± 0,11 cA 0,90 ± 0,10 cA
AR 72 0,53 ± 0,15 cB 0,57 ± 0,06 dB 0,70 ± 0,10 cAB 0,67 ± 0,21 bAB 0,93 ± 0,11 cA 0,60 ± 0,10 cAB
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de
Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Ao se analisar o teor total de carotenoides nos frutos de araçá verificou-se
que o mesmo sofreu influência principalmente do genótipo. Somente o genótipo
AR46 foi afetado pela safra. Os genótipos de araçá apresentaram teores de
carotenoides totais significativamente distintos em cada safra, porém, não houve
uma clara diferenciação entre frutos de coloração vermelha e amarela, tampouco
uma safra destaque, com frutos com altos teores, quando comparado esse fator. Os
maiores teores foram determinados nos frutos do acesso AR9, que foi aquele com
35
maior média nos seis anos, atingindo 10,0µg β-caroteno.g-1 fruto na safra de 2010
(Tabela 5).
Tabela 5. Teor de carotenóides totais (µg β-caroteno. g-1) de frutos de araçás vermelhos
(AR 9, AR 19, AR 29) e amarelos (AR 27, AR 46, AR 72) das safras de 2008 a 2013
Genótipos
Safras
2008 2009 2010 2011 2012 2013
AR 9 8,67 ± 2,08 aA 7,00 ± 2,64 aA 10,00 ± 1,0 aA 9,00 ± 1,0 aA 8,67 ± 1,15 aA 8,33 ± 1,53 aA
AR 19 6,00 ± 1,0 abA 6,67 ± 1,53 aA 7,67 ± 0,58 bA 8,00 ± 1,0 abA 7,33 ± 1,53 abA 8,00 ± 1,0 aA
AR 29 4,67 ± 0,58 bA 4,67 ± 1,15 aA 6,00 ± 1,0 bcA 6,67 ± 0,58 bcA 5,33 ± 0,58 abA 6,00 ± 1,0 abA
AR 27 8,33 ± 0,58 aA 8,67 ± 1,53 aA 7,67 ± 0,58 bA 8,33 ± 0,58 abA 8,67 ± 1,52 aA 8,00 ± 0,00 aA
AR 46 5,67 ± 0,58 abBC 5,00 ± 1,0 aC 6,00 ± 1,0 bcBC 7,33 ± 0,58 abAB 8,33 ± 0,58 aA 6,00 ± 1,0 abBC
AR 72 5,00 ±1,0 bA 5,67 ± 0,58 aA 4,33 ± 0,58 cA 5,00 ± 0,00 cA 4,33 ± 1,53 bA 4,67 ± 0,58 bA
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de
Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
O teor de taninos totais também foi influenciado apenas pela variável
genótipo em estudo. Os genótipos AR19 e AR29, de coloração vermelha,
apresentaram teores de taninos totais significativamente superior aos outros
genótipos, em cada uma das safras, com valores máximos de 398,5mg.100g-1fruto
(2009) e 412,5mg.100g-1fruto (2013), respectivamente. Os genótipos de coloração
amarela, AR27 e AR72, também diferiram dos demais, em cada ano, porém
apresentaram menores teores, 138,5 e 117 mg.100g-1fruto, respectivamente (Tabela
6).
36
Tabela 6. Teor de taninos totais (mg. 100g-1) de frutos de araçás vermelhos (AR 9, AR 19,
AR 29) e amarelos (AR 27, AR 46, AR 72) das safras de 2008 a 2013
Genótipos
Safras
2008 2009 2010 2011 2012 2013
AR 9 301,00 ± 4,24 bA 283,50 ± 7,78bA 293,50 ± 10,61bA 292,00 ± 4,24bA 285,50 ± 0,71bA 280,50 ± 2,12bA
AR 19 398,50 ± 3,53 aA 392,00 ± 9,90 aA 382,00 ± 4,24 aA 388,50 ± 0,71 aA 394,50 ± 9,19 aA 376,00 ± 12,73 aA
AR 29 399,50 ± 2,12 aA 398,50 ± 17,68 aA 407,50 ± 6,36 aA 404,50 ± 14,85 aA 403,00 ± 12,73 aA 412,50 ± 13,43 aA
AR 27 140,00 ± 7,07 cA 138,50 ± 4,95 cA 147,50 ± 3,53 cA 149,00 ± 4,24 cA 145,50 ± 9,19 cA 141,00 ± 1,41 cA
AR 46 295,00 ± 8,48bA 300,00 ± 15,56bA 308,00 ± 18,38bA 307,00 ± 2,82bA 302,50 ± 19,09bA 297,00 ± 5,66bA
AR 72 122,00 ± 5,66 cA 133,00 ± 1,41 cA 129,50 ± 2,12 cA 124,50 ± 0,71 cA 130,50 ± 6,36 cA 117,00 ± 4,24 cA
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de
Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Os compostos fenólicos dos frutos de araçá variaram significativamente entre
os genótipos, em uma mesma safra, observando-se nítida diferença entre frutos
vermelhos e amarelos. Também houve variação entre safras no teor de compostos
fenólicos dos frutos. Em todos os anos, os genótipos de coloração vermelha
apresentaram teor total de compostos fenólicos significativamente maiores que os
genótipos amarelos, variando de 606,67 (AR9/ 2008) a 689,67mg GAE.100g-1 fruto
(AR29/ 2012). Nas safras de 2010, 2011 e 2012 obteve-se frutos com teores de
compostos fenólicos totais significativamente superiores que aqueles observados
nas outras safras, em todos os acessos (Tabela 7).
Tabela 7. Teor de compostos fenólicos totais (mg GAE.100g-1) de frutos de araçás
vermelhos (AR 9, AR 19, AR 29) e amarelos (AR 27, AR 46, AR 72) das safras de 2008 a
2013
Genótipos
Safras
2008 2009 2010 2011 2012 2013
AR 9 606,67 ± 15,27 bB 625,67 ± 12,0,9 bB 671,067 ± 11,01 aA 682,67 ± 13,61 aA 678,67 ± 2,0 aA 637,00 ± 14,11 aB
AR 19 648,00 ± 6,08 aB 642,33 ± 3,78 abB 680,00 ± 4,36 aA 675,33 ± 11,37 aA 678,67 ± 2,08 aA 640,33 ± 7,23 aB
AR 29 651,67 ± 5,77 aBC 660,00 ± 5,20 aB 688,67 ± 10,02 aA 684,67 ±6,66 aA 689,67 ± 2,08 aA 642,00 ± 3,61 aC
AR 27 505,67 ± 4,73 cB 519,67 ± 18,23 cB 577,67 ± 10,02 bA 581,00 ± 5,00 bA 573,33 ± 21,94 bA 512,33 ± 11,50 bB
AR 46 495,00 ± 7,94 cB 507,00 ± 13,08 cB 533,33 ± 0,58 cA 541,33 ± 4,73 cA 550,67 ± 3,79 bA 508,00 ± 10,44 bB
AR 72 415,33 ± 6,66 dC 422,67 ± 2,08 dBC 429,33 ± 5,13 dBC 441,00 ± 13,08 dAB 453,67 ± 2,08 cA 414,67 ± 6,43 cC
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de
Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
37
Os compostos fenólicos encontrados nos frutos de araçá foram: epicatequina,
ácido p-cumárico, ácido gálico, ácido ferúlico e, em alguns frutos, quercetina (Figura
8). A epicatequina foi a molécula fenólica mais abundante presente nos frutos,
seguida do ácido gálico, em todas os genótipos. Os genótipos AR9, AR27 e AR72
foram os que apresentaram os maiores teores de epicatequina em todas as safras.
De modo geral, ao longo das safras, os maiores teores de ácido gálico foram
detectados nos frutos AR27 e AR72. Em contrapartida, a quercetina não foi
detectada em alguns genótipos durante algumas safras. Em 2009, a quercetina foi
detectada apenas no genótipo AR27.
38
Figura 8. Teor de compostos fenólicos totais (A), epicatequina (B), ácido gálico (C), ácido
cumárico (D), ácido ferúlico (E) e quercetina (F) (mg.100g-1 fruto) de genótipos de araçás
vermelhos (AR9, AR19 e AR29) e amarelos (AR27, AR46 e AR72) em seis safras (2008 a
2013).
39
A capacidade antioxidante in vivo dos extratos foi avaliada comparando-se os
níveis de sobrevivência da levedura S. cereviseae tratada com peróxido de
hidrogênio (controle) e com os extratos de araçá e esse agente estressor. Houve
diferença estatística em relação ao controle negativo e os extratos testados (Tabela
8). De uma forma geral, os genótipos de coloração avermelhada proporcionaram as
maiores taxas de sobrevivência celular, acima de 80%.
Tabela 8. Atividade antioxidante de extratos de extratos aquosos de araçás vermelhos (AR9, AR19 e AR29) e amarelos (AR27, AR46 e AR72) sobre S. cereviseae XV 185-14C (valores médios correspondentes às safras de 2008 a 2013)
Tratamentos Sobrevivência (%)
Controle positivo (água) 100,00 a
Controle negativo (H2O2 50mM) 42,60 d
AR9 + H2O2 50mM 85,83 b
AR19 + H2O2 50mM 86,00 b
AR29 + H2O2 50mM 82,33 bc
AR27 + H2O2 50mM 79,67 c
AR46 + H2O2 50mM 80,83 bc
AR72 + H2O2 50mM 81,50 bc
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
A proliferação de células Caco-2 foi significativamente reduzida por todos os
extratos. O tratamento de células de fibroblastos (3T3) com cada um dos extratos
não afetou as taxas de sobrevivência, confirmando as respostas obtidas com as
células Caco-2. Os genótipos de coloração amarela demonstraram menor atividade
antiproliferativa frente as células Caco-2, uma vez que essas células apresentaram
as maiores taxas de sobrevivência, embora não diferente significativamente dos
genótipos vermelhos (Tabela 9).
40
Tabela 9. Atividade antiproliferativa de extratos aquosos de araçás vermelhos (AR9, AR19
e AR29) e amarelos (AR27, AR46 e AR72) sobre células de fibroblastos embrionários (3T3) e adenocarcinoma de cólon humano (Caco-2) (valores médios correspondentes às safras de 2008 a 2013)
Genótipo Sobrevivência (%)
3T3 Caco-2
Controle 98,00 a 98,00 a
AR9 96,50 ab 47,67 b
AR19 95,67 ab 48,17 b
AR29 93,50 bc 47,17 b
AR27 95,00 abc 51,00 b
AR46 92,33 c 49,67 b
AR72 94,67 bc 48,83 b
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
41
5 Discussão
Os frutos avaliados apresentaram teores de sólidos solúveis totais (SST)
variando entre 6,43 e 13,3°Brix, o que os caracteriza como frutos de médio-baixo
potencial nesse quesito. O teor de SST é característica de interesse para o consumo
in natura dos frutos, uma vez que incluem importantes compostos responsáveis pelo
sabor e pela conseqüente aceitação por parte dos consumidores, como os açúcares
e os ácidos orgânicos. Além disso, é característica importante também para o
processamento industrial, visto que elevados teores na matéria-prima implicam em
maior rendimento industrial do fruto, pois se reduz a adição de açúcares, o tempo de
evaporação de água, o gasto de energia, resultando em maior economia no
processamento (DIAS et al., 2011). O teor de SST foi mais influenciado pelo
genótipo do que pela safra, embora nos anos 2011 e 2012 tenha se obtido frutos
com maiores concentrações de SST. No que tange aos genótipos, o que apresenta
maior potencial para produção de frutos mais ricos em SST, é o AR19, com SST
médio de 11,91°Brix. Em contraste, o que tem o menor potencial de acúmulo de
SST, é o AR72.
Em relação ao pH, não houve efeitos marcantes das safras sobre essa
variável. As diferenças ocorreram somente entre genótipos, variando entre 3,00 e
4,00. O acesso mais ácido é o AR29 e o menos ácido é o AR46. O pH é outra
variável importante para a indústria de alimentos, principalmente no que diz respeito
ao tempo e tipo de tratamento térmico a ser aplicado, visando a eliminação de bactérias
patogênicas. Produtos de frutas com pH<4,5 não necessitam de tratamentos térmicos
sob pressão, como a esterilização e a acidez elevada reduz a ação de micro-organismos
deteriorantes e minimiza a adição de conservantes (ORDOÑEZ, 2005).
Ao se analisar o teor de ácido L-ascórbico, verifica-se que o araçá é um fruto
relativamente pobre nessa vitamina, ao compará-lo com frutos reconhecidamente
ricos em ácido L-ascórbico como a acerola (Malpighia emarginata) (1357 mg.100g-1)
e o camu-camu (Myrciaria dubia) (1882 mg.100g-1), frutíferas nativas do bioma
amazônico (RUFINO et al., 2010) e também quando comparado com outras
espécies nativas da região Sul do Brasil como a guabiroba (Campomanesia
xanthocarpa O. Berg) que, de acordo com Pereira et al. (2012) contém cerca de
3050mg de ácido L-ascórbico em cada 100g de fruto fresco.
42
De fato, pode ocorrer ampla variação do teor de ácido ascórbico entre
genótipos e espécies (LEE e KADER, 2000). Os autores afirmam, também, que o
teor dessa molécula pode ser afetado ainda pelas condições climáticas, como
radiação solar e temperatura, bem como pelas condições de manejo do solo. Esse
conceito genérico foi parcialmente confirmado neste estudo, no qual se validou a
significativa variação dos teores de ácido L-ascórbico entre genótipos. Quando se
avaliam as variações entre safras observa-se diferença em quatro genótipos (AR19,
AR29, AR27 e AR72), com os maiores teores nos anos de 2011 e 2012. No entanto,
ao analisar os dados climatológicos (Anexos A, B e C), não se verifica grande
variabilidade na temperatura média, radiação e precipitação durante o período.
No que diz respeito aos teores de antocianinas, houve uma nítida
diferenciação entre frutos de coloração amarela e vermelha, o que já era esperado
uma vez que essa classe de compostos é responsável pela coloração avermelhada
de vegetais. Os teores desse pigmento foram significativamente maiores nos
genótipos de coloração vermelha, em todas as safras, atingindo valor máximo de
6,33mg cianidina-3-glicosídeo.100g-1 fruto na safra 2012, enquanto nos genótipos de
coloração amarela, os valores foram inferiores a 1,33mg cianidina-3-glicosídeo.100
g-1 fruto (AR27). Embora os genótipos AR9, AR19 e AR29, vermelhos, tenham
apresentado teores superiores aos frutos de coloração amarela, são valores
relativamente baixos quando comparados a frutos conhecidos cientificamente pelos
altos teores de antocianinas, como a amora-preta (Rubus spp) (47,7mg de cianidina-
3-glicosídeo.100g-1fruto), o mirtilo (Vaccium ashei) (128mg de cianidina-3-
glicosídeo.100g-1fruto) (JAQUES et al, 2009), e o morango (Fragaria x ananassa
Duch.) (23,4 mg de cianidina-3-glicosídeo.100g-1fruto) (SEVERO et al., 2011). Isso
se deve ao fato de que os pigmentos antociânicos estão presentes apenas em uma
fina camada da casca no fruto de araçá, enquanto na amora-preta, mirtilo e
morango, perfazem o fruto inteiro.
O teor de carotenoides variou entre 4,33 e 10,0µg de β-caroteno.g-1 fruto,
sendo que o genótipo AR9 foi o que apresentou o maior teor entre os anos de 2010
e 2013, apesar de ter casca de coloração vermelha. Fetter et al. (2010) também
encontraram teores superiores de carotenoides em frutos vermelhos ao compará-los
com frutos de coloração amarela. Entre os frutos nativos analisados por Denardin et
al. (2015), o araçá (P. cattleianum) foi o que apresentou o maior teor de
carotenóides, 6.270µg β-caroteno.g-1 fruto, significativamente maior que a pitanga
43
laranja (Eugenia uniflora) (4,02µg β-caroteno.g-1) e o butiá (Butia eriospatha) (3,85µg
β-caroteno.g-1), frutos de polpa alaranjada. Os resultados estão de acordo com a
literatura que afirma que a composição de carotenóides nas plantas pode ser
afetada por inúmeros fatores como a variedade, a parte da planta, o grau de
maturação, condições de colheita, localização geográfica, etc.
O teor de taninos totais foi influenciado apenas pela variável genótipo. Os
frutos AR19 e AR29, de coloração vermelha, apresentaram teores de taninos totais
significativamente superior aos outros genótipos, em cada uma das safras, com
valores máximos de 398,5mg.100g-1fruto (2009) e 412,5mg.100g-1fruto (2013),
respectivamente. Os genótipos de coloração amarela, AR27 e AR72, também
diferiram dos demais, em cada ano, porém apresentaram menores teores, 138,5 e
117 mg.100g-1fruto, respectivamente. Não há, na literatura, estudos relativos ao teor
de taninos em frutos de araçá. Sabe-se que esse grupo de compostos fenólicos
contribuem para o sabor adstringente dos alimentos, sugerindo que os frutos de
coloração vermelha tenham essa percepção acentuada.
Os frutos apresentaram alto teor de compostos fenólicos totais, variando entre
414,7 e 689,67mg EAG.100g-1 fruto. Em todos os anos, os genótipos de coloração
vermelha apresentaram teor total de compostos fenólicos significativamente maiores
que os genótipos amarelos, variando de 606,67 (AR9/ 2008) a 689,67mg EAG.100g-
1 fruto (AR29/ 2012). Esses mesmos genótipos também apresentaram os maiores
teores de antocianinas e taninos totais (acima de 283,5mg.100g-1 fruto), quando
comparados aos frutos amarelos. O elevado teor dessas moléculas pode ter
contribuído para os teores de compostos fenólicos totais, visto que estes compostos
são constituídos por um grande e complexo grupo de moléculas que são
parcialmente responsáveis pela cor, adstringência, aroma e estabilidade oxidativa de
alimentos. Os compostos fenólicos são originados do metabolismo secundário das
plantas e possuem grande diversidade química, logo, dentre os compostos fenólicos
bioativos pertencentes aos vegetais encontram-se estruturas variadas, como ácidos
fenólicos, taninos e flavonoides, como as antocianinas (MELLO e GUERRA, 2002;
TAIZ e ZEIGER, 2004). O teor de compostos fenólicos de araçás vermelhos
(Psidium cattleianum) e amarelos (Psidium cattleianum var. lucidum) reportados por
Biegelmeyer et al. (2011) foi similar ao demonstrado neste estudo, uma vez que os
autores também encontram maiores teores nos frutos de casca vermelha (501,33mg
EAG.100g-1).
44
Entre os compostos fenólicos individuais avaliados, os frutos apresentaram a
epicatequina, com os teores variando de 66 a 269mg.100g-1 e o ácido gálico, com
teores entre 52 e 147mg.100g-1, como moléculas majoritárias em todos os acessos
contrastando com as baixas concentrações de ácido cumárico, entre 4,0 e
25mg.100g-1, ácido ferúlico, com variação entre 1,5 a 7,5mg.100g-1 e quercetina, que
variou entre nd e 3,5mg.100g-1. Observou-se grande variabilidade tanto na
composição quanto na quantidade de compostos fenólicos entre os genótipos de
araçá e entre as safras avaliadas. Essa ampla variação pode ser explicada devido
essas moléculas serem oriundas do metabolismo secundário das plantas, como já
mencionado. Haas (2011) ressalta que não é possível atribuir uma causa específica
às diferenças de teores de compostos fenólicos entre genótipos de espécies ainda
não domesticadas, como no caso da guabiroba, caracterizada em seu estudo, e o
araçá, avaliado por Medina et. al (2011). Rufino et al (2010) observou fato
semelhante em frutos nativos de clima tropical. Denardin et al. (2015), na tentativa
de traçar o perfil de compostos fenólicos de frutos nativos, identificaram como
componentes majoritários do araçá, moléculas derivadas do ácido gálico e da
quercetina, porém, não conseguiram identificar o composto fenólico específico.
Quando avaliou-se a taxa de sobrevivência de células de S. cereviseae
frente aos danos causados pela indução de estresse oxidativo com peróxido de
hidrogênio, verificou-se a capacidade de proteção dos extratos dos frutos de araçá.
Os resultados mostraram que, conforme esperado, as células de leveduras
apresentaram sensibilidade ao peróxido de hidrogênio e, somente cerca de 42-43%
sobreviveram ao agente oxidativo. Esses resultados estão de acordo com os 46% de
sobrevivência de leveduras tratadas com H2O2 reportados por Stinco et al. (2015).
A ação dos extratos como antioxidantes aumentou significativamente os
valores de sobrevivência das leveduras tratadas com H2O2. Os genótipos de
coloração vermelha aumentaram entre 40 e 46% a taxa de sobrevivência quando
comparadas as células de leveduras expostas ao H2O2. Estes mesmos genótipos
destacaram-se nos teores de antocianinas, taninos e, conseqüentemente,
compostos fenólicos totais, corroborando com autores que afirmam que esses
compostos são capazes de proteger as células contra danos causados por
diferentes agentes estressores (DANI et al., 2008; SOARES et al., 2005; STINCO et
al., 2015). Os extratos aquosos de araçá avaliados por Medina et al. (2011) também
foram eficazes nos danos causados pelo peróxido de hidrogênio, com taxa de
45
sobrevivência de leveduras acima de 82%. Fetter et al. (2010) encontraram forte
correlação positiva entre o teor de compostos fenólicos e a atividade antioxidante in
vitro de araçá-amarelo, araçá-vermelho (P. cattleianum Sabine) e araçá-pera (P.
acutangulum D. C.).
Ao avaliar o efeito dos extratos vegetais na proliferação de células de
adenocarcinoma de cólon em humanos (Caco-2) observou-se inibição da
proliferação dessas células por todos os extratos. Nas células controle de
fibroblastos (3T3) houve morte celular, porém, a inibição de proliferação celular foi
inferior (2 a 9%) à observada nas células Caco-2, tratadas com os extratos. Os
dados demonstraram que os extratos apresentaram baixa toxicidade frente às
células 3T3, como já esperado, uma vez que essas células são comumente usadas
para se avaliar a toxicidade de compostos frente à células normais. As células
tumorais Caco-2, tratadas com os extratos de genótipos de coloração amarelada, de
uma forma geral, apresentaram as maiores taxas de sobrevivência (45 a 59%)
durante os anos, o que significa que esses extratos exerceram uma menor atividade
antiproliferativa, comparados aos genótipos de coloração vermelha. Autores
relacionam o teor de compostos fenólicos com a atividade antiproliferativa (BOIEING
et al., 2012; CHAUDARY et al., 2014; HERNANDES et al., 2014).
46
6 Considerações finais
Considerando as hipóteses formuladas neste trabalho, pode-se afirmar que:
Os genótipos de frutos de araçá estudados são portadores de elevada
variabilidade na composição fitoquímica. Os genótipos de coloração vermelha (AR9,
AR19 e AR29) apresentaram maiores teores de antocianinas e compostos fenólicos
totais. Já os genótipos AR 46 e AR72, de coloração amarela, apresentaram maiores
teores de ácido L-ascórbico.
Os frutos também apresentaram variabilidade na composição de
fitoquímicos nos diferentes anos avaliados (2008 a 2013). Apenas o teor de taninos
totais de cada genótipo não foi influenciado pelos anos agrícolas.
Os extratos dos frutos estudados aumentaram os índices de sobrevivência
das células de S. cereviseae, demonstrando um potencial de proteção das células
frente ao agente estressor.
Os extratos dos frutos inibiram a proliferação de células de adenocarcinoma
de cólon humano, demonstrando potencial ação antiproliferativa frente a células
tumorais.
Desse modo, pode-se afirmar que os genótipos avaliados têm capacidade
para exploração econômica, bem como no incentivo ao consumo de frutas devido a
sua composição fitoquímica e potenciais atividades antioxidante e antiproliferativa,
com o genótipo AR19 destacando-se dos demais.
47
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58
Apêndice
59
Influence of genotype and harvests season on the phytochemical composition 1
of araçá (Psidium cattleianum Sabine) fruit 2
3
Andréa M. Teixeira1, Fábio C. Chaves2, Rodrigo Franzon3, Cesar V. Rombaldi2* 4
5
1Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Unidade Cachoeira do Sul, CEP 6
96508-010, Cachoeira do Sul, RS, Brazil 7
2UFPel/FAEM, Dept. de Ciência e Tecnologia Agroindustrial, C.P. 354, CEP 90010-8
900, Pelotas, RS, Brazil. 9
3Embrapa Clima Temperado, BR 392, Km 78, C.P. 403, 96010-971, Pelotas,RS, 10
Brazil. 11
12
*Corresponding author. Tel: +55 53 32757284. Email address: [email protected] 13
14
ABSTRACT 15
16
L-ascorbic acid, total anthocyanins, total carotenoids, total tannins, total and 17
individual phenolics, antioxidant and antiproliferative activities with tumoral cells of 18
extracts from six araçá genotypes (AR9, AR19, AR29, AR27, AR46 and AR72) in six 19
harvests seasons (2008 - 2013) were evaluated. Results showed that, as a rule, 20
variations in phytochemical content were greater for genotype than between 21
harvests. Whereas red genotypes (AR9, AR19 and AR29) had higher anthocyanins 22
and total phenolics compounds contents, the yellow genotypes (AR46 and AR72) 23
revealed higher L-ascorbic acid content. Epicatechin was the most abundant 24
phenolic molecule in the fruits, followed by gallic acid, in all genotypes. Only SST, pH 25
and total tannins content were not affected by the agricultural years although 26
60
difference between harvests was less than that between genotypes. Regarding to 27
antioxidant activity with S. cereviseae XV 185-14C cells, all revealed a protecting 28
effect to the oxidant stress agent (H2O2). Similarly, all extracts inhibited the 29
proliferation of the human colon adenocarcinoma cells (Caco-2) with antiproliferative 30
activity but without cytotoxicity in the presence of fibroblast cells (3T3). Results show 31
that the genotype actually determines the greatest amplitude of variations in 32
phytochemical compounds, although harvests are relevant in the composition of 33
araçá fruit. 34
35
Keywords: araçá; Psidium cattleianum; phytochemicals; antioxidant activity; 36
antiproliferative activity; genotypes. 37
38
1 INTRODUCTION 39
40
Practically all investigations on nutrition and health demonstrate a negative 41
co-relation between the intake of grains, fruits and vegetables and the occurrence of 42
chronic-degenerative diseases (Boeing et al., 2012; Hartmann, 2007; Oliveras-López 43
et al., 2014; Poiroux-Gonordet al., 2010; Reiss et al., 2012; Tang at al., 2014). 44
Results and information from research are corroborated by adhoc studies which 45
relate cause and effect in heterologous models (in vitro and in vivo chemical 46
simulations), or by cohort studies (Dumitriu et al., 2015; Hernandes et al., 2014; 47
Medina et al., 2011; Neri-Numa et al., 2013;Stinco et al., 2015; Tang at al., 2014). 48
Cases of absence in such a co-relation are rare (Boffetta et al., 2010). 49
Health benefits which are attributed to food rich in phenolics compounds and 50
natural antioxidants have increasingly enhanced the search for new species that 51
61
comprise other complementary and relevant biological activities, such as protection 52
against deseases. In this case, Brazil has the great advantage of having a great 53
vegetal diversity and variability, even though many fruit species are either unknown 54
or only slightly used or even difficult to cultivate. 55
The greatest richness in native Brazilian fruit species may be found in the 56
Amazon region or in the savannahs. However, there are many fruit species in 57
temperate climates with high potentialities (Beskow et al., 2015; Franzon et al., 2009; 58
Hoffmann et al., 2014; Medina et al., 2011; Pereira et al., 2015; Raseira et al., 2004). 59
The araça (Psidium cattleianum Sabine) fruit, belonging to the Myrtaceae family, 60
produces small sized yellowish or reddish fruits with a attractive taste and smell 61
(Medina et al., 2011).Although there are several studies on the araça´s physical and 62
chemical composition, on its antioxidant and antimicrobial properties and on the 63
development of products from its fruit (Caldeira, et al., 2004; Luximon-Rama et al., 64
2003; Vriesmann et al., 2009), the characterization of its phytochemicals in 65
successive harvest has never been researched. It is a hotly debated issue (Latocha 66
et al., 2011; Lima et al., 2011; Stinco et al., 2015) that must be solved since 67
variations in the fruit´s composition due to the agricultural year are well-known. Since 68
the generic characterization of the araça and its phytochemical compounds are 69
common knowledge, it is highly important to investigate its variability according to the 70
year of production. 71
In this study were investigated the changes in the phytochemical compounds 72
contents in six genotypes of araçá between 2008 and 2013, its antioxidant activity 73
with yeasts and its antiproliferative activity in the presence of tumor cells. 74
75
62
2 MATERIALS AND METHODS 76
77
2.1 Plant material 78
79
Mature fruits of the araçá shrub (P. cattleianumSabine), red (genotypes AR9, 80
AR19 and AR29) and yellow (genotypes AR27, AR46 and AR72), were harvested 81
from the collection of EmbrapaTemperate Climate Unit in Pelotas RS Brazil. There is 82
an annual harvest of 1 kg (four harvests) of fruits from each plant (three plants from 83
each genotype) during the 2008 - 2013 harvests. The fruits were frozen in liquid 84
nitrogen and stored at -80°C till analysis in each year. All analyses were performed in 85
triplicate, six months after harvest. 86
87
2.2 Physical and chemical composition: soluble solids, pH, L-ascorbic acid, 88
total anthocyanins, total carotenoids, total tannins, total and individual 89
phenolic compounds. 90
91
The concentration of soluble solids (SS) was determined by a refractometer 92
directly on the juice of the thawed sample, with results given in degrees Brix (°Brix). 93
pH was measured directly by a digital pH-meter in juice, also used for measuring SS. 94
The L-ascorbic acid content was determined by high performance liquid 95
chromatography (HPLC), following Vinci et al. (1995) with HPLC-Shimadzu, with 96
reverse phase RP-18 CLC-ODS (4.6mm x 150mm x 5µm), locked to a UV detector 97
visible at 254nm, with automatic injector. Chromatograph conditions were exactly 98
similar to those used by Medina et al. (2011). Quantification was undertaken by 99
comparing retention times for the external standard of L-ascorbic acid. Mean 100
63
recovery index (RI) was 92.25% and results were expressed in milligrams of L-101
ascorbic acid per 100g of fresh fruit. 102
Total anthocyanins content was determined by spectrophotometry, following 103
method by Lees and Francis (1972), modified. Pigments were extracted by adding 104
25mL acidified ethanol (HCl pH 1.0) to 1g of ground fruit and the solution kept at rest 105
for 1 h, in the dark, and homogenized every 5 min. The mixture was then filtered and 106
the 50mL were completed with acidified ethanol. Absorbance was read on a 107
spectrophotometer UV/Vis Ultrospec 2000 (Pharmacia Biotech) at 520nm wave 108
length. Results were expressed in milligrams of cyanidin-3-glucoside per 100g of 109
fresh fruit. 110
The carotenoids content was determined by spectrophotometry, following 111
method by Rodriguez-Amaya (2001). Five grams of fruit were ground with celite, to 112
which were added 20 mL of cold acetone (4°C) for the extraction of pigments and 113
homogenized for approximately 10 min. The sample was vacuum-filtered and the 114
residue was extracted for twice as much. Filters were transferred to a separation 115
funnel and petroleum ether and distilled water were added. The lower phase was 116
discarded and then washed with distilled water till the total removal of acetone. 117
Reading of absorbance of ether extract was performed in a spectrophotometer 118
UV/Vis Ultrospec 2000 (Pharmacia Biotech) at 450nm wave length. Results were 119
expressed in microgram of β-carotene per gram of fresh fruit. 120
Total tannins content was determined by spectrophotometry,according to 121
method by Gu et al. (2008). Compounds were extracted by adding 10mL of methanol 122
to 5 g of the sample, stirred for 1 h at room temperature, and filtered. Tannin rates 123
were determined by adding 300µL of the reagent Folin-Denis to 100µL of the extract; 124
after 3 minutes,a water solution saturated with sodium carbonate was added. The 125
64
solution was left at rest, in the dark, at room temperature, for 1 h. Samples´ 126
absorbance was read by spectrophotometer UV/Vis Ultrospec 2000 (Pharmacia 127
Biotech) at 760nm wave length. Results were expressed in milligrams per 100g of 128
fresh fruit. 129
Phenolic compounds were extracted following method by Medina et al. (2011) 130
and concentration was determined by spectrophotometry following Folin-Ciocalteau 131
(Singleton, et al., 1999), modified by Dewanto et al. (2002) and optimized for araçá 132
by Medina et al. (2011). Reading of the samples absorbance was performed by 133
spectrophotometer UV/Vis Ultrospec 2000 (Pharmacia Biotech), at 760nm wave 134
length. Results were expressed in milligrams of gallic acid equivalent (GAE) per 100g 135
of fresh fruit. 136
Individual phenolic compounds were determined by high performance liquid 137
chromatography (HPLC), following method by Hakkinen and Torronen (2000), with 138
slight modifications. The phenolic compounds were extracted and hydrolyzed with 139
35mL acidified methanol (HCl, 15% v/v). Extract was homogenized at 35°C, in the 140
dark, for 24h, filtered in cotton and the supernatant concentrated in a rotation 141
evaporator at 40°C for 20 minutes. The concentrated residue was re-dissolved in 142
methanol up to a final volume of 10mL and centrifuged (7000 gfor 10min). A 30 µL 143
aliquot from the supernatant was injected in the HPLC chromatograph coupled to an 144
automatic injector, UV-VIS detector at 280nm, reverse phase column RP-18 CLC-145
ODS (4.6mm x 150mm x 5µm) and CLC-GODS guard column (4mm x 200mm x 146
5µm). The movable phase comprised an elution gradient with a solution of acetic acid 147
in water (99:1) (solvent A) and methanol (solvent B), at a flow of 0.9mL.min-1, starting 148
with 100% of A, gradually changing up to 60% of A and 40% B, in 25 min. The 149
proportion was maintained constant for 2 minutes and then gradually changed up to 150
65
95% of A and 5% of B, at 37 minutes, and maintained constant for a further 5 151
minutes. The initial phase was resumed with total running time of 45 minutes, 152
following optimization by Medina et al. (2011). Individual phenolic compounds were 153
identified by comparing retention time and quantified by calibration curve of the 154
external standards of gallic acid (IR 87.56%), p-coumaric acid (IR 92.34%), ferulic 155
acid (IR 103.87%), quercetin (IR 93.25%) and epicatechin (IR 90.08%). Results were 156
expressed in milligrams of the respective phenolic compound per 100 grams of fresh 157
fruit. 158
159
2.3 In vivo antioxidant activity 160
161
In vivo antioxidant activity was determined following methodology by Soares 162
et al. (2005), with eukaryotic cells of Sacchoromyces XV 185-14C yeasts. The strain 163
was kept in Yeast Peptone Dextrose (YPD) solid medium with 1% (m/v) yeast 164
extract, 2% (m/v) peptone, 2% (m/v) glucose and 2% (m/v) agar. Cells were 165
transferred to a liquid medium (with the same composition of solid media without 166
agar) and placed in an orbital stirrer at 28°C and at 160 rpm. Cell suspensions with 167
2x106CFU.mL-1 were treated with extracts diluted in water at 1:4 (extract:water) and 168
incubated for 1 h at 28°C while stirring in the dark. Dilutions occurred due to the 169
greater non-cytotoxic concentration in the previous assays. Cells were centrifuged 170
(2000.g, 28°C for 5min), washed twice with 0.9% (m/v) sodium chloride solution 171
(twice). Cells were then treated with a solution of oxygenated water 50mM, for 1 h, at 172
28°C. The samples were diluted in a solution of sodium chloride (0.9% m/v), seeded 173
in a complete YPD medium and incubated at 28ºC for 48 h. After incubation, the 174
colonies were counted and survival percentages determined. Test plates were taken 175
66
as reference, in which the total number of colonies in the control plate (without 176
treatment) had a 100% cell survival. 177
178
2.4 Antiproliferative activity with tumoral cells 179
180
The antiproliferative effect of extracts was tested in human colon 181
adenocarcinoma cells (Caco-2), whereas a strain of rats´ embryo fibroblasts (3T3) 182
was the control. RPMI 1640medium, with bovine fetal serum (20% v/v) and antibiotics 183
(100U.mL-1penicillin G, 100µg.mL-1streptomycin) was used for cell culture (5 x 184
105mL/cells). Cell strains were placed in 96-well microculture plates, with 100µL per 185
well, for 24 h, at 37°C in an atmosphere with 95% O2, 5% CO2and 100% relative 186
humidity. After incubation, medium was removed from each well, with cells kept in the 187
lower section. Cells were exposed to a new medium with 80µg.mL-1 extract. After 48-188
h incubation, the cells were fixed by adding trichloroacetic acid (50% m/v) and kept at 189
4°C for 1h. The colorimetric assay was performed by adding a solution of 190
sulforhodamine B (0.4% m/v) in acidified water (acetic acid1% v/v) in each well. After 191
30minat room temperature, the non-fixed solution was removed by washing with 192
acidified water. Stain fixed to cell proteins was re-solubilized with Tris10mM(pH10.0) 193
buffer, with orbital stirrer at 50rpm, at room temperature, for 5 min. Optical density 194
was read by ELISA plate spectrophotometric reader at 540nm. Absorbance data 195
were co-related with standard curve of viable cells and results were given in cell 196
survival percentage compared to control treatment with cells cultivated in RPMI 1640 197
medium. 198
199
200
67
2.5 Experimental design and statistical analysis 201
202
Assay comprised a descriptive analysis of 6 genotypes (3 plants per 203
genotype) during 6 years (2008, 2009, 2010, 2011, 2012 and 2013), with three fruit 204
harvests per plant in each year. Technical analyses were performed in triplicate. 205
Results were evaluated by ANOVA and averages compared by Tukey´s test at 5% 206
probability, with Statistica v.7.1 (Statsoft, 2005). 207
208
3 RESULTS AND DISCUSSION 209
210
3.1 Effect of genotype and harvest on the phytochemical composition of 211
araçá fruit 212
213
The factor genotype affected all the evaluated dependent variables (total 214
soluble solids, pH, L-ascorbic acid rates, anthocyanins, carotenoids, tannins and total 215
phenolic compounds) within the set of independent variables (6 genotypes and 6 216
harvests) under analysis (Table 1). Three of these genotypes produce red fruits 217
(AR9, AR19 and AR29) and 3 produce yellow ones (AR27, AR46 and AR72). In 218
general, difference between the two groups was related to the variables pH, 219
anthocyanin content and total phenolic compounds. 220
Soluble solids (SS) and pH varied only because of the genotypes (Table 2). 221
Harvest failed to affect these variables. The poorer fruits in SS were AR72 (7.17) and 222
those richest in SS were AR19 (11.91°Brix. Fruits with lower pH were AR29 (3.08) 223
and those with the highest pH were AR46 (3.88). The above rates characterize the 224
araçá as a fruit with relatively low SS and acids. 225
68
Genotype and harvest season affected the L-ascorbic acid content in araçá 226
fruits (Figure 1A). Genotype AR46 showed L-ascorbic acid content significantly 227
higher than that of the others, in all harvests seasons, with maximum 11mg.100g -1 228
fruit in 2011 and 2012. L-ascorbic acid content revealed the araçá as poor in this 229
molecule when compared to other fruits rich in L-ascorbic acid, such as the acerola 230
(1357 mg.100g-1) and camu-camu (1882 mg.100g-1), native fruits to the Amazon 231
biome (Rufino et al., 2010) and when compared to other native species to the 232
southern region of Brazil, such as the guabiroba (Pereira et al., 2012) or the jelly 233
palm (Denardin et al., 2015) with approximately 3050 and 9351mg of L-ascorbic acid 234
per 100g of fresh fruit, respectively. Lee and Kader (2000) report a wide variation of 235
ascorbic acid between genotype and species. The authors also insist that the content 236
of this molecule may also be affected by climate, such as solar radiation and 237
temperature, and by soil conditions. Current analysis partially corroborated variations 238
in concentrations of L-ascorbic acid between genotypes and even between harvests. 239
There was a sharp difference in anthocyanin contents between red and 240
yellow fruits (Figure 1B). This fact was expected since this compound class causes 241
the red coloration of vegetal groups. Molecule contents were significantly higher in 242
red color genotypes in all harvests, with maximum 6.33mg cyanidin-3-243
glucoside.100g-1 fruit for the 2012 harvest, whereas the content were lower than 244
1.33mg cyanidin-3-glucoside.100 g-1 fruit (AR27) in yellow-colored genotypes. 245
Although red genotypes AR9, AR19 and AR29 had higher contents than those in 246
yellow-colored fruits, were relatively low when compared to fruit scientifically 247
renowned for their high anthocyanin rates, such as the blackberry (47.7mg cyanidin-248
3-glucoside100g-1fruit), blueberry (128mg cyanidin-3-glucoside100g-1fruit) (Jaques et 249
al., 2009) and the strawberry (23.4 mg cyanidin-3-glucoside.100g-1fruit) (Severo et 250
69
al., 2011). The above is due to the fact that anthocyanin pigments occur only in the 251
thin layer of fruit peel in the araçá, whereas it involves the whole fruit in the 252
blackberry, blueberry and strawberry. 253
Analysis of total carotenoid content in araçá fruit showed that it was mainly 254
affected by genotype (Figure 1C). Only genotype AR46 was affected by the harvest 255
season. Although araçá genotypes had significantly different total carotenoid rates in 256
each harvest, varying between 4.33 and 10.0µg β-carotene.g-1, there was no sharp 257
distinction between red and yellow-colored fruits. Higher contents occurred in the 258
fruits of AR9, with 10.0µg β-carotene.g-1 fruit in the 2010 harvest even though its red 259
fruit peel. Fetter et al. (2010) also reported higher carotenoid rates in red fruits when 260
compared to those of yellow ones. Among the fruits analyzed by Denardin et al. 261
(2015), the araçá proved to have the highest carotenoid content, 6.270µg β-262
carotene.g-1 fruit, significantly higher than the orange Brazilian cherry (4.02µg β-263
carotene.g-1) and the jelly palm (3.85µg β-carotene.g-1), with orange-colored pulp. 264
Results confirm the literature which reports that the composition of carotenoids in 265
plants may be influenced by several factors, such as variety, plant´s part, ripeness 266
stage, harvest conditions, geographic location and others. 267
Total tannins was influenced only by the genotype (Figure 1D). The red-268
colored fruits AR19 and AR29 had total tannin content significantly higher than those 269
of the other genotypes, in each harvest, with maximum rates 398.5mg.100g-1fruit 270
(2009) and 412.5mg.100g-1fruit (2013), respectively. The yellow-colored genotypes, 271
AR27 and AR72, also differed from the others, at each year, but with lower rates, 272
138.5 and 117 mg.100g-1fruit, respectively. There are no reports in the literature on 273
tannin content in araça fruits. This group of phenolic compounds contributes towards 274
70
the fruit´s astringent taste and suggests that the taste of the red-colored fruits is 275
sharper. 276
The phenolic compounds of araça fruits varied significantly among the 277
genotypes, in the same harvest, with a sharp difference between red and yellow fruits 278
(Figure 2A). Fruits had a high rate of total phenolic compounds which varied between 279
414.7 and 689.67mg GAE.100g-1 fruit. Each year, red-colored genotypes provided 280
total phenolic compound rates which were higher than the yellow ones, varying 281
between 606.67 (AR9 in 2008) and 689.67mg AGE.100g-1 fruit (AR29 in 2012). The 282
same genotypes also provided the highest anthocyanin and total tannin content (over 283
283.5mg.100g-1 fruit) when compared to those in yellow fruits. The high content of 284
these molecules may have contributed towards rates of total phenolic compounds 285
since the compounds are constituent of a big complex group of molecules which are 286
partially the cause of color, astringency, taste and oxidative stability of the food. 287
Among the individual phenolic compounds analyzed in the fruit, epicatechin 288
content varied between 66 and 269mg.100g-1 and gallic acid varied between 52 and 289
147mg.100g-1. These molecules have the highest content in all genotypes and 290
contrast with the low concentrations of cumeric acid, between 4.0 and 25mg.100g -291
1;ferulic acid, between 1.5 and 7.5mg.100g-1; and quercetin, between 0.00 and 292
3.5mg.100g-1(Figure 2). A great variability existed in the composition and in the 293
quantity of phenolic compounds among the araça genotypes and between the 294
harvests seasons evaluated. Denardin et al. (2015) investigated the profile of 295
phenolics compounds of native fruits and identified molecules derived from gallic acid 296
and quercetin as major components of the araçá. However, they did not identify the 297
specific phenolic compound. 298
299
71
3.2 Effect of genotype and harvest on the in vivo antioxidant activity and the 300
anti-proliferation activity of the araçá fruit extracts 301
302
The extracts´ in vivo antioxidant activity was evaluated by comparing survival 303
levels of the yeast S. cereviseae against damages caused by the induction of 304
oxidative stress by hydrogen peroxide (negative control) and araçá extracts and this 305
stress agent. Expectedly, yeast cells revealed sensitiveness to hydrogen peroxide 306
and survival ranged between 42% and 43% in the presence of the oxidative agent. 307
Results corroborated the 46% survival of yeasts treated with H2O2 reported by Stinco 308
et al. (2015). The protection ability of extracts of the araçá fruit was registered when 309
S. cereviseae cells treated with extracts of araçá fruit and the stress agent were 310
evaluated. In fact, they revealed high survival rates (over 80%), mainly due to the 311
red-colored genotypes (Table 3). 312
The extracts´ antioxidant activity increased significantly the survival rates of 313
yeast treated with H2O2. Red-color genotypes increased survival rate between 40 314
and 46% when compared to yeast cells exposed to H2O2. The same genotypes were 315
outstanding in anthocyanin, tannin and total phenolic compounds and thus 316
corroborated reports by authors that assert the capacity of these molecules in 317
protecting cells against damages caused by different stressing agents (Dani et al., 318
2008; Soares et al., 2005; Stinco et al., 2015). 319
Since low cell death (between 2 and 9%) occurred in control fibroblast cells 320
(3T3), extracts revealed low cytotoxicity. Regardless of the harvest season, the 321
inhibition of cell proliferation in all extracts was reported when the effect of extracts of 322
araçá fruits was evaluated for the proliferation of human colon adenocarcinoma cells 323
(Caco-2). Tumoral cells Caco-2 treated with extracts of red-color genotypes had, as a 324
72
rule, a higher survival rate (between 45 and 59%) throughout the years (Table 4). 325
The above means that extracts have a lower antiproliferative activity when compared 326
to red-color genotypes. The biochemical-molecular mechanisms by which extracts 327
reduced the proliferation of CaCo-2 cells without any cytotoxic activity with cells 3T3, 328
were not studied in current assay. 329
330
4 CONCLUSION 331
332
Results showed that genotypes of the fruits of the araçá analyzed have a great 333
variability in phytochemical composition. The fruits demonstrated variability in 334
phytochemical composition throughout the 2008 – 2013 harvests seasons, probably 335
due to climatic variations and plant´s senescence. Since fruit extracts increased the 336
survival indexes of S. cereviseae cells, they revealed their protection capacity of cells 337
in the wake of the stress agent. They also inhibited the proliferation of human colon 338
adenocarcinoma cells and thus antiroliferative activities. Consequently, genotypes 339
may be economically exploited and the consumption of the fruit should be enhanced 340
due to its phytochemical composition and antioxidant and antiproliferative activities. 341
In fact, the genotype and the harvest affected the fruits´ phytochemical composition 342
even though the genotype factor provided the deepest differences. 343
344
ACKNOWLEDGMENTS 345
To Fapergs and CNPq for providing financial support for research. 346
347
348
349
350
73
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510
511
512
513
514
515
516
517
518
78
Table 1.Influence of genotypes and harvests on the rates of L-ascorbic acid, total 519
anthocyanins, total carotenoids, total tannins and total phenolics compounds of araçá 520
fruits. 521
L-ascorbic
acid
Total
anthocyanins
Total
carotenoids
Total
tannins
Total phenolics
compounds
Genotype ** ** ** ** **
Harvest season * * * ns **
ns – not significant 522
* Significantly different only after some years 523
** Significantly different 524
525
526
Table 2. Soluble solids (SS) and pH of red (AR9, AR 19 and AR29) and yellow (AR 527
27, AR46 and AR72) araçá (mean rates correspond to 2008 – 2013 harvests 528
seasons). 529
Genotype SS* (n=6) pH (n=6)
AR 9 10.04 ± 0.56b 3.19 ± 0.03d
AR 19 11.91 ± 0.66a 3.34 ± 0.02c
AR 29 10.67 ± 0.99ab 3.08 ± 0.04e
AR 27 10.78 ± 1.01ab 3.72 ± 0.02b
AR 46 11.73 ± 1.16 a 3.88 ± 0.07a
AR 72 7.17 ± 0.75 c 3.83 ± 0.05a
Means followed by the same letter in the column are not significantly different by 530
Tukey´s test (p<0.05). 531
*Soluble solids expressed as °Brix 532
533
79
Table 3.Antioxidant activity of red (AR9, AR19 and AR29) and yellow (AR27, AR46 534
and AR72) araçá extracts towards S. cereviseae XV 185-14C. 535
Treatments Survival (%)
Positive control (water) 100.00 a
Negative control (H2O2 50mM) 42.60 d
AR9 + H2O2 50mM 85.83 b
AR19 + H2O2 50mM 86.00 b
AR29 + H2O2 50mM 82.33 bc
AR27 + H2O2 50mM 79.67 c
AR46 + H2O2 50mM 80.83 bc
AR72 + H2O2 50mM 81.50 bc
Means followed by the same letter in the column are not significantly different by 536
Tukey´s test (p<0.05). 537
538
539
540
541
542
543
544
545
546
547
548
549
80
Table 4. Antiproliferative activity of red (AR9, AR19 and AR29) and yellow (AR27, 550
AR46 and AR72) araçá extracts tested against embryonic fibroblasts (3T3) and 551
human colon adenocarcinoma (Caco-2) cells. 552
Genotype
Survival (%)
3T3 Caco-2
Control 98.00 a 98.00 a
AR9 96.50 ab 47.67 b
AR19 95.67 ab 48.17 b
AR29 93.50 bc 47.17 b
AR27 95.00 abc 51.00 b
AR46 92.33 c 49.67 b
AR72 94.67 bc 48.83 b
Means followed by the same letter in the column are not significantly different by 553
Tukey´s test (p<0.05). 554
555
556
557
558
559
560
561
562
563
564
565
566
81
567
Figure 1. L-ascorbic acid (A), total anthocyanins (B), total carotenoids (C) and total 568
tannins (D) of red (AR9, AR19 and AR29) and yellow (AR27, AR46 and AR72) araçá 569
in six harvests (2008 - 2013). 570
571
572
573
574
575
576
577
578
82
579
Figure 2.Rates of total phenolics compounds (A), epicatechin (B), gallic acid (C), 580
coumaric acid (D), ferulic acid (E) and quercetin (F) of red (AR9, AR19 and AR29) 581
and yellow (AR27, AR46 and AR72) araçá in six harvests (2008 - 2013).582
83
Anexos
84
0,0
100,0
200,0
300,0
400,0
500,0
600,0
2008 2009 2010 2011 2012 2013
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Anexo A. Radiação Solar Diária (cal.cm-2.dia-1) na cidade de Pelotas/RS entre 2008 e 2013.
Fonte: Estação Agroclimatológica de Pelotas. Convênio Embrapa/UFPel/INMET.
Anexo B. Temperatura média (°C) na cidade de Pelotas/RS entre 2008 e 2013.
Fonte: Estação Agroclimatológica de Pelotas. Convênio Embrapa/UFPel/INMET.
85
Anexo C. Precipitação pluviométrica mensal (mm) na cidade de Pelotas/RS entre 2008 e 2013.
Fonte: Estação Agroclimatológica de Pelotas. Convênio Embrapa/UFPel/INMET.