território da borborema

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Território da Borborema RESUMO EXECUTIVO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL – PTDRS TERRITÓRIO DA BORBOREMA – PB 2010

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Page 1: Território da Borborema

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Território da Borborema

RESUMO EXECUTIVO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL – PTDRS

TERRITÓRIO DA BORBOREMA – PB 2010

Page 2: Território da Borborema

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1

RESUMO EXECUTIVO

2010 – 2020

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL – PTDRS

TERRITÓRIO DA BORBOREMA – PB

______________________

Paraíba - 2010

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3

PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Luís Inácio Lula da Silva

MINISTRO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

Guilherme Cassel

SECRETARIO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

Humberto Oliveira

DELEGADO FEDERAL DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO

AGRÁRIO NA PARAÍBA

Ranyfábio Cavalcante Macêdo

COOPERATIVA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EM DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL - VÍNCULUS

Severino Ramo do Nascimento

INSTITUTO DE ASSESSORIA A CIDADANIA E AO DESENVOLVIMENTO LOCAL

SUSTENTÁVEL – IDS

Valter de Carvalho

EQUIPE TÉCNICA

COORDENAÇÃO GERAL

Carleuza Andrade da Silva

Carlos Humberto Osório Castro

Nalfra Maria Sátiro Queiroz Batista

Antônio Junio da Silva

CONSULTORIA TÉCNICA ESTADUAL

Oneide Nery da Câmara

REVISÃO TÉCNICA ESTADUAL

Simone Ana Olimpio

Carlos Gonçalo de Oliveira

ASSESSORIA TERRITORIAL

José Washington Machado de Oliveira Castro Júnior

CONSULTORIA PTDRS

Elaine Bezerra

COLABORAÇÃO

Antonio Lucena

GEOPROCESSAMENTO

Vívian Julyanna de Meireles Monteiro

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Page 7: Território da Borborema

5

APRESENTAÇÃO 7

BASES METODOLÓGICAS 9

I. Caracterização Geral 12

1.1 Aspectos Físicos e Geográficos 12

1.2 Aspectos Demográficos e Indicadores Socioeconômicos 24

II. Enfoque Dimensional 24

2.1 Dimensão Sociocultural Educacional 25

2.2 Dimensão Ambiental 33

2.3 Dimensão Socioeconômica 34

2.4 Dimensão Político – Institucional 46

III. Eixos, Programas e Projetos 53

IV. Referências Bibliográficas 61

Sumário

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Page 9: Território da Borborema

7

O Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA, através da Secretaria de Desenvolvimento Territorial -SDT vem trabalhando no

sentido de construir uma nova forma de trabalhar o desenvolvimento e apóia a estratégia do PTDRS como um instrumento

fundamental de gestão social do Desenvolvimento Territorial.

O objetivo do PTDRS é subsidiar o Colegiado Territorial no planejamento, execução e monitoramento dos projetos e ações

priorizadas para o desenvolvimento. Expressa a síntese das decisões tomadas pelo conjunto dos atores e atrizes sociais, é um documento base que

ao longo desse processo dinâmico os sujeitos visualizam e retroalimentam a partir de dimensões: Sociocultural Educacional, Ambiental,

Socioeconômica e Político/Institucional formulando estratégias e ações integradas em prol do Desenvolvimento Sustentável.

O processo de construção do PTDRS conta com a assessoria da Vínculus – Cooperativa de Prestação de Serviços em Desenvolvimento

Sustentável (entidade executora do Custeio Capacitação 2009) com o apoio da SDT e em parceria com o Fórum de Desenvolvimento Territorial

Sustentável da Borborema e as demais dinâmicas do Território.

O Plano está estruturado nos seguintes conteúdos: Diagnóstico e Auto-diagnóstico, Valores, Princípios, Visão de Futuro e a Planificação a partir

dos eixos aglutinadores, Programas, Projetos e Ações dentro das dimensões do desenvolvimento (Sociocultural Educacional, Ambiental

Socioeconômica e Político – Institucional).

Este documento considerado RESUMO EXECUTIVO tem como finalidade sintetizar o PTDRS, destacando as principais ações estratégicas que

nortearão o desenvolvimento sustentável nos territórios do Estado da Paraíba.

O

Apresentação

Page 10: Território da Borborema

8

Page 11: Território da Borborema

9

proposta de requalificação do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável preconiza a ampla e efetiva participação dos

sujeitos sociais em todos os momentos deste processo. E neste sentido, a metodologia é o elemento capaz de cumprir com este

objetivo.

Porém sabemos que a metodologia não é única e não significa apenas a sobreposição de instrumentos nos momentos de oficina. A opção

metodológica é baseada no conhecimento da realidade da dinâmica social que irá ser trabalhada, mas, sobretudo é uma escolha política. Significa

uma escolha política no sentido de que deve responder a questão: a quem serve? Portanto ela não deve ser uma “camisa de força” para cumprir

prazos e direcionamentos, mas atentar para as necessidades dos sujeitos sociais.

Nossa opção metodológica levou em consideração, em primeiro lugar, as necessidades apontadas pelo Território e as fortalezas e limites do

mesmo para trabalhar a requalificação do PTDRS. Um elemento importante foi o resgate e a valorização da “fala” dos atores e atrizes durante a

condução de todas as atividades, além das conversas durante as “andanças” no Território. A metodologia também previu representar os desejos

destes sujeitos, mesmo que estes não tivessem sido representados nas falas, nas ausências.

Sendo cada membro do Fórum da Borborema, fundamental para o desenrolar deste processo foi organizar as datas e momentos coletivos

respeitando os “tempos” das pessoas, respeitando o calendário festivo, cultural e religioso do Território.

A

Bases Metodológicas

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10

Page 13: Território da Borborema

11

Page 14: Território da Borborema

12

1.1 ASPECTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS

Território da Borborema – PB, abrange uma área 3.341,7 Km2, constituído por 21 municípios: Alagoa Nova, Algodão de

Jandaira, Arara, Areia, Areial, Borborema, Campina Grande, Casserengue, Esperança, Lagoa Seca, Massaranduba., Matinhas,

Montadas, Pilões, Puxinanã, Queimadas, Remígio, São Sebastião de Lagoa de Roça, Serra Redonda, Serraria e Solânea.

O Território Borborema localiza-se na Mesoregião do Agreste Paraibano, se limita ao Norte com o Rio Grande do Norte, ao Sul com

Pernambuco, a Leste com a Mesorregião da Mata Paraibana e a Oeste com a Mesorregião da Borborema. Ocupa cerca de 23,1% do Estado. O

principal centro urbano do Território é o município de Campina Grande que polariza toda a Região,

A Mesorregião é subdividida nas microrregiões do Curimataú Ocidental, Curimataú Oriental, Esperança, Brejo Paraibano e Campina Grande e

são assim compostas:

Microrregião do Brejo Paraibano - (Alagoa Nova, Areia, Borborema, Matinhas, Pilões, Serraria);

Microrregião de Campina Grande - (Campina Grande, Lagoa Seca, Massaranduba, Puxinanã, Queimadas, Serra Redonda);

Microrregião do Curimataú Ocidental - (Algodão de Jandaíra, Arara, Remígio);

Microrregião do Curimatau Oriental - (Casserengue, Solânea);

Microrregião de Esperança - (Areial, Esperança, Montadas, São Sebastião de Lagoa de Roça).

O

I. Caracterização Geral

Page 15: Território da Borborema

Hidrografia

O Território da Borborema é banhado por três Bacias Hidrográficas,

como sendo: Bacia do Rio Curimataú, Mamanguape e Paraíba.

A Bacia do Rio Mamanguape situa-se no extremo leste do Estado da

Paraíba, entre as latitudes 6°41’57’’ e 7°15’58’’ sul e longitudes

34°54’37’’ e 36° a oeste de Greenwich. Limita-se ao norte com a

bacia do Rio Curimataú, a oeste com as bacias do Curimataú e do

Paraíba, ao sul com a do rio Paraíba e a leste com o Oceano

Atlântico. Seu principal rio é o Mamanguape, de regime

intermitente, que nasce na microrregião do Agreste da Borborema e

desemboca no Oceano Atlântico no município de Rio Tinto. Recebe

contribuições de cursos d’água como os rios Guariba, Guandu,

Araçagi, Saquaiba e o riacho Bloqueio.

Quadro 01: Localização dos municípios segundo as Bacias Hidrográficas

Bacias

Hidrográficas Municípios Reservatórios

Volume

Atual (m³)

Bacia do Rio

Curimatau

Algodão de

Jandaíra Algodão 295.255

Bacia do rio

Mamanguape

Areia Vaca Brava 523.700

Areial Covão 271.372

Borborema Canafístula II 1.393.778

Massaranduba Sindô Ribeiro 2.378.997

Montadas Emídio 305.444

Serra

Redonda Chupadouro II 203.892

São Seb. de

Lagoa de

Roça

São Sebastião 418.695

Bacia do Rio

Paraíba.

Campina

Grande José Rodrigues 12.770.616

Massaranduba Massaranduba 130.917

Puxinanã Milhã (Evaldo

Gonçalves) 270.207

Total 18.962.873

Fonte: Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, 2009

Gráfico 01: Número de Pontos d’Água

Fonte: Serviço Geológico do Brasil - CPRM, 2005

Page 16: Território da Borborema

14

Com relação às Águas Subterrâneas, de acordo com o Serviço

Geológico do Brasil, CPRM-2005, foram registrados no Território

da Borborema, 458 pontos d’água, sendo 440 poços tubulares, 14

escavados e 4 de fonte natural.

Características Climáticas e Vegetação

o Clima

O Território da Borborema apresenta a mesma condição climática da

Mesorregião Mata Paraibana, isto é, o tipo climático AS’ quente e

úmido com chuvas de outono/inverno, porém à medida que avança

para o interior as precipitações caem, atingindo médias na faixa de

800 a 1000 mm.

. O clima é úmido, os solos são profundos e medianamente férteis e a

hidrografia é caracterizada por pequenos e médios cursos d´água,

com drenagem exorréica de padrão dendrítico. A vazão desses

cursos d´água caracteriza-se por grandes oscilações entre os períodos

seco e chuvoso, podendo ser classificada como semi-perene. O

período chuvoso é de fevereiro a março prolongando-se até agosto.

O período de estiagem vai de 5 a 6 meses, as temperaturas variam

entre 15 e 22°C. Esses elementos favorecem a presença de uma mata

úmida que se assemelha a Mata Atlântica e conhecida como Mata de

Brejo. A umidade relativa do ar está em torno de 80%.

o Vegetação

As áreas de matas ciliares, principalmente aquelas ocorrentes em

várzeas, foram desmatadas para dar lugar a culturas agrícolas. Essas

áreas, atualmente, estão abandonadas, formando capoeiras em

diferentes estágios. Algumas delas tomadas por gramíneas que

impedem ou dificultam o processo de regeneração natural. Ressalte-

se ainda que a Mata do Pau-Ferro cobre praticamente toda a área de

captação da Represa de Vaca-Brava, reservatório que garante o

abastecimento de água de diversos municípios.

No contexto regional, estas condições são consideradas muito

favoráveis ao desenvolvimento da agricultura, tendo-se, aí,

desenvolvidos ciclos de monocultivos, como foi o caso do fumo, do

sisal e da cana-de-açúcar. No conjunto, estas condições tornaram a

região uma área canavieira-pecuarista-policultora, com elevada

concentração populacional (Moreira 1989).

Page 17: Território da Borborema

15

Page 18: Território da Borborema

16

Solos

As principais unidades de solos encontradas no Território Borborema, são:

LUVISSOLOS, NEOSSOLOS REGOLÍTICOS, ARGISSOLOS,

NITOSSOLOS E LATOSSOLOS.

Em geral, são solos constituídos por material com argila de atividade baixa

e horizonte B textual imediatamente abaixo de horizonte A ou E.

Apresentam profundidade variável desde profundos a muito profundos,

imperfeitamente drenados de cores avermelhados ou amarelados e mais

raramente brumados ou acinzentadas. A textura varia de arenosa a argilosa

no horizonte A e de média a muito argilosa no horizonte Bt, sempre

havendo aumento de argila.

Estes solos podem ser intensamente cultivados com fruticultura e/ou

culturas de subsistência, necessitando apenas de práticas de conservação de

solo para manter sua sustentabilidade.

Foto 01: Vegetação

Foto 02: vegetação – Município de Areia

Page 19: Território da Borborema

17

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Page 21: Território da Borborema

19

1.2 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E INDICADORES

SOCIOECONÔMICOS

População

A população do Território da Borborema-PB, segundo dados do

IBGE, era em 2007 constituída por um contingente de 651.841

habitantes, sendo que neste mesmo ano 503.653 habitantes residiam

na zona urbana e 148.188 habitantes na zona rural, correspondendo,

respectivamente aos percentuais de 77,3 % e 22,7 %.

Em termos de Densidade Demográfica, o Território, apresentava em

2007 uma distribuição de 189,1 hab/km2. Sendo a maior densidade

demográfica registrada no município de Campina Grande com 597,9

hab/km2, e a menor no município de Algodão de Jandaíra com uma

densidade demográfica da ordem de 10,0 hab/ km2. A dinâmica

populacional apresenta dois grupos etários. O segmento

populacional de 0 -14 anos acrescido da parcela populacional de

mais de 65 anos de idade, formando a população dependente um

total de 227.538 e a população em idade ativa, ou seja, de 15-64

anos de idade, formado por 420.249 pessoas.

Quadro 02: População Residente e Área (2007)

Municípios Área

(Km²)

População Residente (hab.)

Total Urbana Rural

Alagoa Nova 122,2 19.163 9.219 9.944

Algodão de Jandaíra 220,2 2.342 1.145 1.197

Arara 88,8 12.356 8.299 4.057

Areia 269,4 24.992 14.037 10.955

Areial 33,9 6.234 4.192 2.042

Borborema 26,0 5.009 3.439 1.570

Campina Grande 620,6 371.060 354.048 17.012

Casserengue 201,4 6.762 3.203 3.559

Esperança 165,2 29.801 20.484 9.317

Lagoa Seca 109,3 24.937 9.200 15.737

Massaranduba 205,9 12.494 4.242 8.252

Matinhas 38,1 4.178 651 3.527

Montadas 25,9 4.558 2.770 1.788

Pilões 64,4 6.936 3.078 3.858

Puxinanã 73,7 12.881 3.878 9.003

Queimadas 409,2 38.883 19.862 19.021

Remígio 178,1 16.748 11.672 5.076

São Sebastião de Lagoa de Roça 40,9 10.908 4.287 6.621

Serra Redonda 55,9 7.651 3.520 4.131

Serraria 75,4 6.602 3.320 3.282

Solânea 265,9 27.346 19.107 8.239

Total 3.290 651.841 503.653 148.188

Fonte: IBGE-Contagem Populacional,2007

Page 22: Território da Borborema

O Território apresenta um expressivo grau de urbanização, com

77,3% das pessoas vivendo na zona urbana. O município do

Território que apresentava em 2007 o maior grau de urbanização era

Campina Grande, com 95,4%. Já o menor grau de urbanização foi

registrado no Município de Matinhas, com 15,6% das pessoas

vivendo na zona urbana.

Fonte: IBGE, 2007

Quadro 03 : Características Demográficas

População ( Hab.)

Total 651.841

Urbana 503.653

Rural 148.188

Razão de Dependência (%) 54,4

População por Idade (Hab.)

0-14 e 65 e mais 227.538

15-64 anos 420.249

Grau de Urbanização (%) 77,3

Área (Km2) Território 3.290

Densidade Demográfica

(Hab./Km2)

Território 198,1

Gráfico 02: Densidade Demográfica (2007)

Fonte:IBGE-Contagem Populacional, 2007

Page 23: Território da Borborema

Indicadores Socioeconômicos

o Índice de Desenvolvimento Humano

Segundo a classificação do PNUD, todos os municípios apresentaram no

ano de 2000 um IDH-M superior a 0,50, ou seja, enquadrando todos os em

um estágio de “médio desenvolvimento humano” (aqueles cujo IDH-M

situa-se entre 0,500 e 0,800.

Vale ressaltar que dos municípios do Território da Borborema

apresentaram IDH-M muito próximos do limite inferior do intervalo de

médio desenvolvimento próximo de (0,500) foram: Casserengue (0,51),

Arara (0,55) e Algodão de Jandaíra com 0,55. Os municípios do Território

que apresentaram os maiores níveis de IDH-M, foram, Campina Grande

(0,72), Puxinanã (0,63) e São Sebastião de Lagoa de Roça.

Figura 01 : Índice de Desenvolvimento Humano - IDH(2000)

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano – PNUD, 2000

Page 24: Território da Borborema

22

o Índice de Gini

Outro indicador considerado na análise é o índice de Gini, que mede

o nível de concentração de renda, cujo valor varia entre 0 e 1, quanto

mais próximo de 1, maior o nível de concentração. Dos vinte e um

municípios que compõem o Território da Borborema, 14

apresentavam um índice mediano de concentração de renda variando

de 0,50 a 0,59. Nos níveis relativamente mais altos encontravam-se 7

municípios, cujos índices de Gini situavam-se num patamar acima

de 0,60.

o Produto Interno Bruto

No que se refere ao Produto Interno Bruto – PIB do Território da

Borborema no ano de 2006, este indicador econômico alcançou o

nível de 16,9 bilhões de reais que em termos percentuais

correspondeu a 18,0% do PIB Estadual. Destacando-se o município

de Campina Grande, que nesse mesmo ano foi responsável por 63%

do total do PIB gerado no Território.

Em termos de PIB Per Capita, indicador que mede a produção

gerada durante o ano e dividida pela população total do município,

constata-se que o município de Campina Grande apresentou o maior Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano – PNUD, 2.000

Figura 02: Índice de Gini – IDH (2.000)

Page 25: Território da Borborema

23

PIB Per Capita, atingindo um nível de 5.910 Reais, seguido por

Serraria e Alagoa Nova que apresentaram respectivamente PIB Per

Capita de R$ 4.269 e R$ 4.169.

Quadro 04: Produto Interno Bruto – PIB e PIB Per Capita (2007)

Municípios PIB Total PIB Per

Capita

Alagoa Nova 78.498 4.119

Algodão de Jandaíra 7.229 3.066

Arara 27.390 2.181

Areia 65.542 2.634

Areial 15.278 2.540

Borborema 17.794 3.508

Campina Grande 2.222.988 5.910

Casserengue 19.068 2.645

Esperança 110.257 3.865

Lagoa Seca 70.667 2.748

Massaranduba 28.862 2.512

Matinhas 14.659 3.853

Montadas 12.662 3.125

Pilões 23.150 2.991

Puxinanã 32.409 2.648

Queimadas 117.894 3.085

Remígio 38.030 2.581

São Sebastião de Lagoa de Roça 25.259 2.339

Serra Redonda 22.311 3.053

Serraria 21.427 4.269

Solânea 72.239 2.261

Total 3.043.613 4.669

Fonte: Contagem Populacional - IBGE, 2007

Gráfico 04: Produto Interno Bruto Per Capita – PIB, 2007

Fonte: IBGE, 2007

Gráfico 03: Produto Interno Bruto Total – PIB, 2007

Fonte: IBGE,2007

Page 26: Território da Borborema

24

situação enfrentada pela população do Território da Borborema, na Dimensão Sociocultural Educacional, Ambiental,

Socioeconômica e Político-Institucional não difere daquela vivenciada em grande parte do País. Há grandes limitações nos

serviços ofertados à população.

É notório que na ultima década, as políticas públicas vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de amenizar os problemas enfrentados pelas

populações mais carentes especialmente o dramático desafio de combater à pobreza, a fome e a miséria. No entanto, observa-se a necessidade de

medidas decisivas em educação, como por exemplo, reduzir os gargalos localizados de infraestrutura de saúde pública na forma de

vulnerabilidade social, educação, geração de emprego e renda, além dos precários serviços de segurança pública, notadamente na zona rural e

bases periféricas das cidades.

Vale ressaltar a necessidade da valorização do potencial ecológico, preservação das fontes de água e saneamento ambiental. Reduzida oferta de

serviços de assistência técnica aos pequenos produtores. No que se refere à estrutura de comercialização desfavorável aos produtores no plantio,

com escassez de recursos, aquisição de insumos, numa luta para obtenção do melhor preço. Dificuldade de acesso ao credito por parte dos

produtores de menor poder aquisitivo. Finalmente, a omissão das instituições do Colegiado trava o processo de desenvolvimento sustentável do

Território.

A

II. Enfoque Dimensional

Page 27: Território da Borborema

25

2.1 DIMENSÃO SOCIOCULTURAL EDUCACIONAL

Situação da Educação

o Ensino Fundamental

No Território da Borborema-PB, o Ensino Fundamental é oferecido

em todos os municípios, que totalizavam em 2007, 852

estabelecimentos de ensino.Foram registradas, 181.428 matrículas,

sendo 83% verificadas na zona urbana e apenas 17% na zona rural.

Além do Ensino Fundamental Regular, em todos os municípios do

Território é também oferecido o Programa de Educação de Jovens e

Adultos – EJA nas modalidades presencial e semi - presencial,

atendendo às políticas de inclusão social, num contexto em que a

Educação se apresenta como sendo um instrumento básico de

promoção do desenvolvimento humano.

o Ensino Médio

O Ensino Médio regular está sendo ofertado em todos os municípios,

com 26.527 alunos matriculados em 2007, ocorrendo concentração

na zona urbana.

Figura 03: Número de Alunos Matriculados – Ensino Fundamental

ENSINO FUNDAMENTAL

Total de 852 Estabelecimentos de Ensino Fundamental

Total de 181. 428 Matrículas no Ensino Fundamental

Total de 16.598 alunos matriculados na zona rural

Total de 236.687 alunos matriculados na zona urbana

Fonte: Anuário Estatístico do Estado da Paraíba, 2008/IDEME-

PB

Page 28: Território da Borborema

26

A modalidade Educação para Jovens e Adultos no nível médio é

oferecida também em oito dos vinte e um municípios que compõe o

Território, nas modalidades presencial e semi-presencial.

Vale ressaltar a má distribuição do número de escolas de ensino

médio, visto que, cerca de 13 municípios possuem apenas uma

escola dessa modalidade de ensino. Ao todo, o Território conta com

87 escolas e destas 53 estão concentradas em Campina Grande, 05

estão localizadas no município de Areia, 04 em Queimadas, Solânea

e Esperança contam apenas com 03 estabelecimentos do Ensino

Médio.

Outro ponto a se destacar na Educação é o de que a melhoria na

qualidade do ensino ainda é um desafio, particularmente, na zona

rural, onde se enfrentam dificuldades na interação entre educadores e

comunidades, e onde é mais urgente a construção de um projeto

político-pedagógico que valorize o saber do campo, de modo a

possibilitar que os conteúdos programáticos atendam às necessidades

locais, mas numa dimensão que permita integrar o aluno num

contexto global.

o Programa Brasil Alfabetizado

O MEC realiza, desde 2003, o Programa Brasil Alfabetizado,

voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos. Esse

Programa é desenvolvido em todo o território nacional, com o

atendimento prioritário a 1.928 municípios que apresentam taxa de

Figura 04: Número de Alunos Matriculados – Ensino Médio

ENSINO MÉDIO REGULAR

Total de 87 Estabelecimentos de Ensino Médio

Total de 26.527 Matrículas no Ensino Médio

Total de 40.423 alunos matriculados na zona urbana

Fonte: Anuário Estatístico do Estado da Paraíba, 2008/IDEME-PB

Page 29: Território da Borborema

27

analfabetismo igual ou superior a 25%. Desse total, 90% localizam-

se na região Nordeste. Esses municípios recebem apoio técnico na

implementação das ações desse Programa, visando garantir a

continuidade dos estudos aos alfabetizados

o Analfabetismo

Em relação à taxa de analfabetismo, os dados do IBGE revelam que

em 2007 no Território 25,9% das pessoas com 15 anos de idade e

mais eram analfabetas.

Os Municípios do Território da Borborema-PB que expressava os

maiores índices de analfabetismo eram: Casserengue (57%), Arara

(49,5%) e Algodão de Jandaíra (48,5%), considerando que nesse

mesmo ano, a taxa de analfabetismo no Estado era 29,7%

o Ensino Técnico Profissionalizante

No Território da Borborema-PB, a oferta de cursos técnicos e

profissionalizantes está concentrada no município de Campina

Grande, onde é oferecido o maior número de cursos e vagas. Vale

destacar o papel exercido, nessa modalidade de ensino do Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPB, Campus

Campina Grande que oferece 6 cursos nas áreas Técnicas de

Produção, com destaque para Mineração, Manutenção e Suporte em

Informática, Petróleo e Gás. Esses cursos são oferecidos nas

modalidades subsequente e integrada (curso médio e técnico

concomitantemente).

Figura 05: Número de Alunos Matriculados - Ensino Técnico

Profissionalizante

ENSINO TÉCNICO PROFISSIONALIZANTE

PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES

IFPB (Produção, Mineração, Manutenção e Suporte, Informática,

Petróleo e Gás).

A Escola Redentorista de Campina Grande (Produção, Ciência da

Saúde, Turismo, Informática, Logística e Segurança do Trabalho).

SENAI (Couro e Calçado, Informática, Eletrônica, Tecnologia da

Informação e Mecânica Automotiva).

SENAC (Informática, Moda e Beleza e Desenvolvimento de Negócios).

Fonte: Anuário Estatístico do Estado da Paraíba, 2008/IDEME-PB

Page 30: Território da Borborema

28

A Escola Redentorista de Campina Grande, oferece 8 cursos

Técnicos e Profissionalizantes, distribuídos nas Áreas de Produção,

Ciência da Saúde, Turismo, Informática, Logística e Segurança do

Trabalho.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI com

atuação na cidade de Campina Grande capacita mão-de-obra nas

áreas de Couro e Calçado, Informática, Eletrônica, Tecnologia da

Informação e Mecânica Automotiva.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC, por sua

vez desenvolve programas específicos de capacitação da mão-de-

obra voltados para áreas de atividades desenvolvidas pelo Comércio,

tais como: Informática, Moda e Beleza, além de cursos voltados para

desenvolvimento de negócios na esfera do comércio e do setor de

serviços.

o Ensino Superior

Nos últimos anos, a política nacional de incentivo à Educação

Superior tem despertado interesse renovado na população e isso

reflete também no crescimento da oferta e da procura de cursos de

Nível Superior nas diversas áreas do conhecimento com destaque

para os cursos de Tecnologia, Saúde, Ciências Jurídicas,

Administração, além de Gestão Ambiental.

Nesse contexto, no Território da Borborema, deve-se destacar o

papel exercido por importantes programas que estimulam o

desenvolvimento do Ensino de Nível Superior, a exemplo do ProUni

e o FIES que têm contribuído decisivamente, facilitado o ingresso de

estudantes à Educação de Nível Superior.

No Território da Borborema, o Ensino Superior é desenvolvido

através da Universidade Federal da Paraíba – UFCG, da

Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, e do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia – IFPB/CG, que na condição de

instituições públicas oferecem o maior número de cursos e de vagas,

contemplando as mais diversas áreas do conhecimento humano,

abrangendo as Ciências Humanas, Sociais, Ciências da Saúde e

Tecnologia, com destaque para os cursos nas áreas de Engenharia e

Tecnologia da Informação, que remetem à Campina Grande a

condição de polo desenvolvimentista da Região Nordeste.

Page 31: Território da Borborema

29

Dentre as instituições particulares de Educação Superior que atuam

no Território da Borborema, destacam-se, a Faculdade de Ciências

Sociais Aplicadas – FACISA/CESAD e a Faculdade Maurício de

Nassau, que oferecem cursos nas áreas de Saúde, Tecnologia,

Educação, Ciências Jurídicas, Empreendimento e Negócios.

Situação da Saúde

De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual

- IDEME, o Território da Borborema - PB contava em 2009 com 427

estabelecimentos de saúde, com destaque para o município de

Campina Grande, com 231 estabelecimentos, representando 54% do

total da disponibilidade.

No que diz respeito ao atendimento na área de saúde, o Território

contava em 2009 com 1.627 leitos hospitalares, sendo em sua

maioria localizados no município de Campina Grande, com 1.353

leitos correspondendo 83% do total da oferta de leitos hospitalares

do Território, o que revela uma grande concentração dos serviços de

saúde, sobrecarregando o município de Campina Grande, que se

configura como segundo maior centro urbano do Estado da Paraíba.

De acordo com o padrão estabelecido pela Organização Mundial de

Saúde - OMS (relação: 2 leitos para cada 1.000 habitantes), o

Território da Borborema deveria contar com 1.303 leitos. Vale

ressaltar que o Território dispõe de 1.627 leitos hospitalares

apresentando um superávit de 324 leitos.

Figura 06: Principais Instituições de Ensino Superior

ENSINO SUPERIOR

Universidade Federal de Campina Grande - UFCG

Universidade Estadual da Paraíba - UEPB

Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas - FACISA/CESAD

Fonte: Instituições de Ensino Superior, 2008

Page 32: Território da Borborema

30

Embora esse número esteja acima dos padrões estabelecidos pela

OMS, verifica-se uma concentração desse equipamento no

município de Campina Grande que atende demandas oriundas de

várias regiões do Estado da Paraíba, sobretudo do Médio Sertão e do

Território do Cariri Ocidental e do Cariri Oriental fazendo com que

se verifique pontos de estrangulamento causados por uma intensa

demanda ao setor de saúde do Território.

Nesse mesmo ano, foi observado a existência de 6.044 profissionais

das diversas áreas de saúde, com destaque para o município de

Campina Grande, que concentra 68 % do total desses profissionais.

Os principais serviços de saúde do Território da Borborema,são

prestados por instituições de governo (municipal e estadual) com

alternativas de atendimento em hospitais e clínicas particulares. A

maioria da população, principalmente a oriunda da zona rural, tem o

atendimento médico prestado por Unidades Básicas de Saúde da

Família, com equipes do PSF.

o Mortalidade

A taxa de mortalidade infantil no Território da Borborema, em 2006,

correspondeu aproximadamente em termos médios, um patamar de

28 óbitos de crianças de 0 a 1 ano de idade para cada grupo de 1.000

nascidos vivos. O maior índice de mortalidade infantil foi registrado

no município de Algodão de Jandaíra com 73 óbitos para cada grupo

de 1.000 nascidos vivos.

Cultura

No Território da Borborema – PB são realizadas manifestações

culturais e as possibilidades de lazer no Território do Borborema,

são diversificadas. O acervo artístico e cultural do Território se

concentra tanto nas manifestações culturais, religiosas como

também, nas festas ligadas a realização de eventos ligados a

Quadro 07: Situação da Saúde – Território da Borborema

Estabelecimentos de Saúde 427

Leitos 1.627

Profissionais de Saúde 6.044

Taxa de Mortalidade Infantil 28 para cada grupo de 1.000

nascidos vivos (*)

Fonte: Anuário Estatístico da Paraíba/IDEME

Page 33: Território da Borborema

31

atividades socioculturais e eventos de massa como, festas juninas e

vaquejadas, além de expressões relacionadas à literatura, ao

artesanato, a culinária e ao folclore local.

No Território, existem muitos grupos de danças tradicionais como

xaxado e quadrilhas (em todas as localidades, e em especial nos

municípios de Campina Grande, Areia, Alagoa Nova e Lagoa Seca)

e também de danças modernas e contemporânea.

No Território são realizadas manifestações culturais com âmbito

regional e nacional, a exemplo de festivais de cultura, encontros de

discursão temáticas, além de festas populares, que são realizadas em

vários municípios e atraem grandes fluxo turístico.

As festas juninas tradicionais, que se caracterizam pelas danças,

músicas, comidas típicas, fogos de artifício, fogueiras, adivinhações,

permanecem vigorosas nas comunidades, embora tenham perdido

visibilidade nas zonas urbanas, por conta da promoção, nessa época,

de eventos cada vez mais bem elaborados, inclusive proporcionando

a estruturação em grande parte dos municípios de espaços públicos

amplos para a sua realização. Estes eventos, embora atraiam um

público muito grande e façam parte dos roteiros turísticos da região,

têm-se descaracterizado nos últimos anos pela adoção de um modelo

massificador que desvirtua sua finalidade de promover a cultura

popular.

Figura 05: Festas Juninas

Foto 04: Museu - Areia

Foto 03: Cantadores – Campina Grande

Page 34: Território da Borborema

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Page 35: Território da Borborema

33

2.2 DIMENSÃO AMBIENTAL

Unidade de Preservação Ambiental: Mata do Pau Ferro

A Reserva Ecológica Mata do Pau-Ferro, com cerca de 600 ha,

localizada no município de Areia, constitui uma Unidade de

Conservação de domínio estadual, criada pelo Decreto 14.832, de 01

de outubro de 1992. É, certamente, a Mata de Brejo mais

representativa no Estado da Paraíba. Ela já sofreu forte pressão

antrópica, notadamente antes da criação da Reserva.

Outra Unidade de Preservação é o Brejo de Areia. De acordo com

Andrade & Lins (1964), o de maior proporção no Nordeste Oriental.

Esta característica deriva da orientação quase perpendicular da

escarpa da Borborema na região, em relação à direção dos alísios de

Sudeste.

Finalmente, a Microrregião de Areia, ou Brejo Paraibano, localiza-se

na borda úmida Oriental do Planalto da Borborema e engloba sete

municípios: Alagoa Grande, Alagoa Nova, Areia, Bananeiras,

Borborema, Pilões e Serraria.

Foto 05: Reservatório Boqueirão

Page 36: Território da Borborema

34

2.3 DIMENSÃO SOCIOECONÔMICA

Estrutura Fundiária

No Território da Borborema existem 24.826 estabelecimentos rurais

entre 2 e 200 hectares. A área total é de 267.943 ha. Porém, o maior

número de estabelecimentos encontra-se na faixa entre 2,0 e 10,0

hectares com 21.632 estabelecimentos, o que revela uma grande

presença das unidades voltadas para a agricultura familiar.

Verifica-se a ocorrência de concentração de terras visto que, 8.842

estabelecimentos rurais ocupam 3,2% das terras, e 254 estabelecidos

concentram 43,6% do total de terras do Território.

De acordo com o Sistema de Informações do Ministério do

Desenvolvimento Agrário - MDA existem no Território 22.929

agricultores que desenvolvem produção de base familiar, 1.521

assentados e 515 famílias acampadas à espera da regularização

fundiária.

Dos 21 municípios do Território, 10 possuem assentamentos, são

eles: Borborema, Campina Grande, Matinhas, Massaranduba,

Alagoa Nova, Areia, Pilões, Serraria, Solânea e Remígio, sendo que

este último possui o maior número de assentamentos.

Quadro 05: Área e Número de Estabelecimentos Rurais

Grupo de Área Est. Rurais Área Área

Média

(ha) nº % ha %

Até 2,0 hectares 8.842 35,6 8.571 3,2 1,0

De 2,1 a 5,0 hectares 9.371 37,7 26.901 10,0 2,9

De 100,1 a 200,0

hectares 214 0,9 28.760 10,7 134,4

Mais de 200,0

hectares 254 1,0 116.733 43,6 459,6

Fonte: IBGE-2007

Page 37: Território da Borborema

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Page 38: Território da Borborema

36

Principais Atividades Produtivas

O Território da Borborema apresentou em 2005, segundo dados da

Produção Agrícola Municipal, uma área plantada de 4.685 hectares e

um volume de produção na ordem 3.077 toneladas.

A partir da análise de dados obtidos através de relatório

desenvolvido pela Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos, os

principais produtos relacionados à prática agricultura familiar são:

feijão, milho, mandioca, além de produtos da fruticultura, banana,

manga e caju. Na atividade do criatório destaca-se a pecuária de leite

e corte existente em praticamente todos os municípios do território e

também a produção de galinha, cujo principal foco é satisfazer as

necessidades do mercado local.

De acordo com o Plano Safra Territorial elaborado em 2007 existe

uma divisão geoeconômica entre esses municípios com suas

principais produções, são elas: Brejo das Frutas, Brejo do Roçado,

Agreste Seco, Agreste do Roçado, Microrregião do Curimataú,

Curimataú Plano, Curimataú das Serras e Baixios.

Quadro 06: Número de Agricultores Familiares e Famílias Assentadas

Município Agricultores

Familiares(1)

Famílias

Assentadas(2)

Alagoa Nova 1.095 74

Algodão de Jandaíra 119 56

Arara 427 0

Areia 1.274 311

Areial 600 48

Borborema 160 0

Campina Grande 1.528 250

Casserengue 848 0

Esperança 1.424 88

Lagoa Seca 2.026 0

Massaranduba 1.785 121

Matinhas 878 78

Montadas 402 0

Pilões 314 122

Puxinanã 836 0

Queimadas 3.052 0

Remígio 626 201

São Sebastião de

Lagoa de Roça

1.529 7

Serra Redonda 970 0

Serraria 908 85

Solânea 2.128 80

Total Território 22.929 1.521

Fonte: INCRA, 200

Page 39: Território da Borborema

37

o Brejo das Frutas

Esta microrregião abrange uma área que compreende os municípios

de: Alagoa Nova, Solânea, Remígio, Lagoa Seca, Matinhas e

Massaranduba, podendo ser subdividido em Brejo da Banana

(predominante) e Brejo da Laranja (em Matinhas, Lagoa Seca e

Alagoa Nova). Além da banana e da laranja, hauma grande

diversidade de frutas, a exemplo da jaca, manga, caju, macaíba,

acerola, coco, jabuticaba, cajá, entre outras. O relevo apresenta

formas bem acidentada e bastante movimentadas, com altitudes

variando entre 300 e 1.000 metros. De acordo com CPRM (2005), há

uma predominância de Planossolos, medianamente profundos,

fortemente drenados, ácidos e moderadamente ácidos e fertilidade

natural média e ainda Podzólicos, que são profundos, textura

argilosa, e fertilidades natural média. O solo pode ser preto ou barro

vermelho. Onde predomina a laranja os solos são mais arenosos. São

solos ricos em húmus e profundos.

Foto 06: Fruticultura

Page 40: Território da Borborema

38

o Brejo do Roçado

Circunda os municípios de Solânea, Arara, Remígio, Alagoa Nova,

Lagoa de Roça, Massaranduba, Lagoa Seca, Matinhas. Nessa área

pode ser observada uma maior área desmatada em relação ao Brejo

das Frutas. Os solos são mais arenosos e rasos, quando comparado

com a outra região do Brejo e apresenta pouca matéria orgânica.

É uma área de agricultura diversificada, onde são cultivados roçados

com feijão, milho, mandioca, macaxeira, jerimum, melancia, batata

inglesa, amendoim e batata-doce, além da produção de frutas, a

exemplo da manga, banana, laranja, jabuticaba, coco, entre outros.

Soma-se a esta diversidade a criação de animais, tais como, gado,

cabras, ovelhas, galinhas e outras aves, porcos na corda ou no

chiqueiro/curral. Também é desenvolvida em regime de produção

familiar a produção de hortaliças, distribuída de forma irregular nas

várias regiões do Território.

Devido às carências nutricionais do solo em algumas áreas dessa

região faz-se necessário o uso de adubo. Nesta microrregião o relevo

também se apresenta bastante acidentado, mas bem menos que na

região das frutas. O relevo é bastante acidentado, mas bem menos

que na região das frutas.

o Agreste Seco

O Agreste Seco se configura como sendo uma região ainda ocupada

por fazendas e/ou mata formada por faxeiro, amorosa, jurema,

marmeleiro, mororó, aroeira, imburana, ubaia, maniçoba, e uma

Foto 07: Horticultura

Page 41: Território da Borborema

39

pequena quantidade de umbu. Nas encostas encontra-se campo de

palma, pastagem nativa. Na chã e nos baixios estão presentes os

roçados de milho, feijão macassa,e fava. Nas áreas de baixios ainda

se encontram algumas frutas como banana e coco.

o Microrregião de Curimataú

No Território da Borborema, o espaço geográfico denominado de

Microrregião do Curimataú apresenta-se dividida em duas áreas:

Curimataú Plano e Curimataú das Serras e Baxios. A primeira, que é

uma região mais produtiva cultivam-se todos os tipos de feijão e

milho. Já nas áreas de barro, é cultivada a palma forrageira. Já na

outra área denominada de Curimataú das Serras e Baixios, destaca-

se a criação de animais e a exploração de lenha. Nas baixadas o solo

é mais profundo e mais fértil, arenoso e com áreas de barro, onde são

cultivados feijão de arranque, macaçá, fava, milho além da palma.

Também é a região por onde passam os rios, a exemplo de Solânea

passam os rios Curimataú e Bom Sucesso.

o Microrregião de Esperança

Essa microrregião compreende dois ambientes distintos composto

pelo Agreste Seco e Agreste dos Roçados. Na microrregião ainda é

forte a presença de fazendas com grandes áreas utilizadas para o

pastejo de gado apresentado nas encostas campo de palma, pastagem

nativa, capoeira grossa. Nas áreas de chã e de baixios estão presentes

os roçados de milho, feijão macassa, fava. E nos baixios ainda se

encontram algumas frutas como banana e coco.

Os solos são rasos e engomados e com presença de pedregulho,

conforme o relevo, já nas áreas de chãs as terras são de massame,

com presença de lajedos. Nas encostas, o terreno é mais raso, com a

presença de arenito e argila. Nos vales as terras são mais escuras e

areiusca e com água salobra. Nos baixios apresenta solos mais

profundos com terras de massame arenoso e escuras. O Relevo é

ondulado a suave ondulado.

Page 42: Território da Borborema

40

A compactação dos solos, como também a acelerada redução da

cobertura vegetal são alguns dos fatores que contribuíram e vêm

contribuindo para o aumento dos processos erosivos na microrregião

de Esperança.

Um dos ciclos econômicos dessa microrregião foi o do sisal,

atualmente substituído em sua maioria por áreas de pastoreio animal

e outras de roçados. As áreas de topo e altos do agreste seca é forte a

presença da pastagem nativa, área semelhante ao do curimataú.

Agreste seco

Há um processo de erosão muito forte nessa região. Os solos são

rasos e engomados e com presença de pedregulho, conforme o

relevo. Nas chãs as terras são mais de massame, com presença de

lajedos. Há muita erosão. Nas encostas o terreno é mais raso, com a

presença de xerém com barro (de louça) e cabeça de gato. Nos vales

as terras são mais escuras e areiusca e com água salobra. Nos baixios

apresenta solos mais profundos com terras mais de massame arenoso

e escuras. O Relevo varia de ondulado ao suave ondulado. Está a

mais ou menos 700m de altitude.

- Curimataú Plano

No Curimataú Plano o índice de precipitação é mais elevado, devido

a proximidade com a região do Agreste. Todavia no município de

Arara a precipitação é menor, quando comparada com os outros

municípios da microrregião.

O solo é predominantemente arenoso e algumas exceções

apresentam-se um solo argiloso e presenças de rochas graníticas.

A palma forrageira (opuntia fícus) é cultivada em todos os

municípios do curimataú, é uma reserva estratégica usada pelos

agricultores familiares nos períodos críticos de escassez de alimento

para os animais.

- Curimataú das Serras e Baixios

É uma região formada pelas baixadas e encostas, apresentando

menor proporção nas áreas de baixadas. No curimataú das serras e

baixios a precipitação é menor, quando comparada com o curimataú

plano. Nas áreas das encostas o solo apresenta-se mais raso com

capoeiras semi-abertas e vegatção nativa. Chove menos que no

Curimataú plano.

Page 43: Território da Borborema

41

.

o Fruticultura

A fruticultura no Território da Borborema se inclui dentre as

atividades produtivas que mais crescem. De acordo com os dados do

Plano Territorial da Cadeia Produtiva da Fruticultura dos 21

municípios que integram esse Território, cerca de 17 produzem

algum tipo de fruta, correspondendo a 81% do Território em foco.

Os principais municípios envolvidos com o desenvolvimento da

fruticultura são: Areia, Alagoa Nova, Borborema, Esperança, Lagoa

Seca, Matinhas, Massaranduba, Pilões, São Sebastião de Lagoa de

Roça, Serraria e Remígio.

As cidades de Alagoa Nova, Areia, Borborema, Matinhas, Pilões,

Serraria produzem 87,9% do volume de frutas do Território da

Borborema. Vale destacar que exclusivamente o município de

Alagoa Nova responde por cerca de 16,55% das frutas produzidas no

Estado da Paraíba.

Em termos de produção de frutas , o Território Borborema cultiva

com maior dimensão a banana e a laranja com destaque para a

produção de laranja tangerina no município de Matinhas que se

constitui o maior produtor nacional desta fruta.

Quadro 07: Quantidade Produzida e Área Colhida

Produto/unidade Quantidade

produzida (ton.)

Área Colhida

(ha)

Banana (Tonelada) 165.929 10.406,0

Feijão (em grão) (Tonelada) 15.747 33.892,0

Mandioca (Tonelada) 56.535 6.720,0

Batata - doce (Tonelada) 14.546 1.527,0

Hortaliças (tonelada) (1996) 6.844 -

Fava (em grão) (Tonelada) 3.772 7.395

Milho (em grão) (Tonelada) 10.562 22.085

Cana-de-açúcar (Tonelada) 99.900 2.155

Tangerina (Tonelada) 11.966 1.294

Sisal ou agave (fibra) (Tonelada) 2.676 2.300

Total 388.477 87.774

Fonte: Censo Agropecuário, 2006

Page 44: Território da Borborema

42

o Assistência Técnica e Extensão Rural

A atividade de assistência técnica nos municípios que compõem o

Território da Borborema é prestada às comunidades através da

EMATER, dentro do Programa Nacional de Assistência Técnica e

Extensão Rural. O Território Borborema, conta com escritórios

locais nos 21 municípios.

É importante destacar o apoio institucional que é oferecido às

famílias beneficiadas através do Programa de Assessoria Técnica

Social e Ambiental – ATES. Ação subsidiado pelo Governo Federal,

e tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos assentados

através de projetos voltados para a obtenção de crédito rural,

serviços sociais que viabilizem a composição de infraestrutura

produtiva, básica e agroindustrialização.

A ATES tem como diretrizes básicas a proteção ao meio ambiente e

ao desenvolvimento de atividades nos assentamentos que sejam

calcadas na sustentabilidade.

o Pecuária

Uma das atividades produtivas do Território da Borborema de

grande expressão econômica é a pecuária, que segundo levantamento

da sua história configurou-se em forte vertente responsável pelo

povoamento da região.

De acordo com dados fornecidos pelo IBGE-2006, o rebanho bovino

do Território era formado por 121.708 cabeças sendo os maiores

produtores os municípios de Queimadas (16.200), Massaranduba

(14.600) e o município de Campina Grande com 14.500 cabeças,

Foto 08: Horticultura

Page 45: Território da Borborema

43

totalizando assim 45.300 animais da espécie bovina, correspondendo

a 37,02% do total do plantel bovino do Território.

Outro rebanho de grande expressão econômica para o Território é o

caprino que em 2006, totalizou 32.237 cabeças. Este rebanho está

concentrado em três municípios do Território. O município de

Esperança detinha naquele ano, 3.536 cabeças, seguido pelo

município de Queimadas onde se encontrava um rebanho caprino da

ordem de 3.200 animais e o município de Campina Grande que

apresentava um rebanho de 3.100 animais dessa espécie.

Deve-se destacar que esses três municípios, no ano de 2006,

contabilizavam um rebanho caprino da ordem de 9.853 cabeças,

correspondendo a um percentual de 30,5% do total do efetivo

caprino do Território.

Com relação ao rebanho ovino, o Território contava com um plantel

formado por 29.347 cabeças de ovinos distribuídos com maior

destaque em quatro municípios do Território.Sendo eles: Esperança

com um plantel de 4.028 animais, Casserengue com 3.121 ovinos,

Massaranduba com 2.700 e Campina Grande com igual número

desses animais, totalizando 12. 549 ovinos e correspondendo a 43%

do rebanho total dessa espécie no Território.

- Caprinovinocultura

A implantação de sistemas produtivos da caprinovinocultura, deve

complementar o desenvolvimento econômico territorial,

apresentando ao produtor rural alternativas de convívio com as

condições adversas locais de clima e módulo rural e perspectivas

Gráfico 05: Efetivo do Rebanho

Fonte: Censo Agropecuário

Page 46: Território da Borborema

44

econômicas da cadeia produtiva da capriovinocultura (esterco, lã,

carne, leite, queijo e couro dentre outros).

o Apicultura

No Território da Borborema, as atividades no campo do fomento à

apicultura e à meliponicultura envolvem 100 famílias possuidoras de

500 colméias. Três fundos rotativos foram mantidos no ano com o

propósito de financiar infraestrutura para a criação de abelhas Esses

fundos beneficiaram 25 famílias que produziram 100 litros de mel de

abelha africanizada e 15 litros de mel de abelha nativa.

o Comunidades Negras Quilombolas

O trabalho escravo negro era empregado na Paraíba, nas lavouras de

cana de açúcar (havia cerca de 20 engenhos de cana de açúcar já

antes da invasão holandesa) e como forma de se rebelar contra essa

situação, os negros se organizaram em quilombos.

As comunidades quilombolas são grupos étnicos predominantemente

constituídos pela população negra rural ou urbana, que se autodefine

a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a

ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias. Estima-se

que em todo o País existam mais de três mil comunidades

quilombolas.

o No Estado da Paraíba são reconhecidas e certificadas 31

comunidades negras quilombolas totalizando 1.118 famílias, no

Território da Borborema existem 4 comunidades negras

reconhecidas como Quilombolas, distribuídas nos municípios de

Areia e Serra Redonda.

o Comunidades Negras de Engenho do Bomfim e Engenho

Mundo Novo

As comunidades negras de Engenho do Bonfim e Mundo Novo

localizadas no município de Areia, possui 21 famílias e xx famílias

respectivamente, A comunidade do Engenho do Bomfim teve sua

cetificação publicada no Diário Oficial da União em 25/05/2005. Já

a do Engenho Novo mundo em 19/11/ 2009.

Page 47: Território da Borborema

45

o Comunidades Negras do Matias e Pedra Dágua

A comunidade negra do Matias, localizada no município de Serra

Redonda, possui 50 famílias, foi reconhecida em 28/07/2006.

A comunidade negra de Pedra Dágua, localizada nos municípios de

Serra Redonda e Ingá, possui 160 famílias. Sua Certidão foi

publicada no Diário da União em 25/05/2005. Apesar da sede da

Associação e grande parte das famílias pertencerem ao município de

Ingá, muitas famílias habitam no Município de Serra redonda, em

uma área de fronteira dos dois municípios bastante íngreme.

No trabalho de campo realizado pelo professor Rogério Humberto

Zeferino Nascimento e por alunos da Unidade Acadêmica de

Sociologia e Antropologia da Instituição foi observado que as

famílias da Comunidade Quilombola de Pedra D’Água se

estabeleceram em uma área pequena e com terrenos muito íngremes

Infraestrutura e Serviços no Território

O Território possui uma infraestrutura mínima de alguns serviços de

apoio à população, porém ainda concentrado em poucos municípios

como é o caso das agências bancárias que existem em apenas 06

(seis) dos 21 municípios. As agências estão, em sua maioria, na

cidade de Campina Grande (16). A areia e Esperança possui 02

(duas) e Solânea, Remígio e Queimadas tem apenas 01 (uma)

agência cada.

Feiras Agroecológicas

Ao todo existem 07 (sete) feiras agroecológicas em funcionamento

no Território, sendo 02 (duas) em Campina Grande (Museu do

Algodão e no Catolé), 01 (uma) em Esperança, 01(uma) em

Remígio, 01 (uma) em Lagoa Seca, 01 (uma) em Solânea, 01 (uma)

em Massaranduba e 01 (uma) em Alagoa Nova.

Gráfico 06: Número de Estabelecimentos por Setor da Economia

Foto 09: Horticultura

Page 48: Território da Borborema

46

2.4 DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL

Com o início do Governo Lula, em 2003, começa a ser implantada a

estratégia de desenvolvimento territorial coordenada pela Secretaria

de Desenvolvimento Territorial – SDT – do Ministério do

Desenvolvimento Agrário – MDA. O objetivo da política é

“contribuir para o desenvolvimento harmônico de regiões onde

predominam agricultores familiares e beneficiários da reforma e do

reordenamento agrário, colaborando para a ampliação das

capacidades humanas, institucionais e da autogestão dos territórios

rurais” (PORTAL DA SDT apud DINIZ).

Importante ressaltar neste processo que o êxito da implantação do

território rural deveu-se a um histórico de organização em rede

dos/as atores sociais ligados com o fortalecimento da agricultura

familiar que data do surgimento do Pólo Sindical das Organizações

da Agricultura Familiar da Borborema no primeiro triênio da década

de 90.

Em 1994 houve uma luta dos/as agricultores por um espaço de

comercialização na Empasa e em 1996 foram fortes as ações em prol

da previdência rural. Soma-se a estes acontecimentos o desencadear

de um processo de mobilização que se diferenciava das formas

tradicionalmente utilizadas pelos sindicatos. Os sindicatos de

trabalhadores rurais de Remígio e Solânea começaram a desenvolver

uma nova forma de lutar pela valorização da agricultura familiar a

partir de experiências concretas de desenvolvimento da agricultura

familiar que fez com logo juntar-se a eles o sindicato de Lagoa Seca.

No final da década de 90 a agricultura familiar estava vivenciando

um momento de crise com o agravamento do desmatamento, da

erosão, do desequilíbrio ambiental que trouxe sérias conseqüências

sobre os recursos hídricos e a fertilidade do solo. Soma-se a estas

questões a introdução dos agrotóxicos e os problemas que daí

decorreram. Esta ambiência favoreceu a entrada do apoio

governamental para a conformação do território de identidade em

2003, pois esta dinâmica estava em efervescência, pautando o estado

sobre os rumos do desenvolvimento da agricultura familiar.

A entrada do apoio governamental em 2003 teve início com o

financiamento dos primeiros projetos que para o território

Page 49: Território da Borborema

47

direcionaram-se a implantação de Viveiros de Mudas, Banco Mãe de

Sementes e as Feiras Agroecológicas.

O ano seguinte foi de grande adesão à política, refletida na ampla

participação das institucionalidades do território nas estratégias de

implantação como a criação do Fórum de Desenvolvimento

Territorial da Borborema, formação de comissões, debate conceitual,

construção da primeira versão do PTDRS. O território ressalta que

foi um momento muito positivo de construção e afirmação da

identidade territorial.

No ano de 2005, depois de muita discussão, ocorreu o que os

integrantes do fórum chamaram de “o grande pipoco” que levou a

sociedade civil e governo definirem e compreenderem melhor seus

papéis, diminuindo os atritos. Também foram elaborados projetos de

aquisição de motoensiladeiras, Centro da Mandioca e Viveiros de

Mudas.

Nos anos seguintes (2006, 2007) o fórum imprimiu uma dinâmica de

discussão de projetos, organização interna e houve a mudança do

articulador territorial no ano de 2006. Uma ação importante neste

período foi a elaboração do Plano Safra Territorial que veio a

fortalecer a agricultura familiar da Borborema.

Foto 11: Oficinas

Page 50: Território da Borborema

48

O ano de 2008 representa um divisor de águas na dinâmica do

território, pois o mesmo entra para o Programa Territórios da

Cidadania e inicia um processo de reorganização e revisão dos seus

instrumentos de participação e gestão. Há a incorporação, dentro do

território rural que já vinha sendo trabalhado, da dinâmica das

cidades, da dimensão mais propriamente urbana no debate do

desenvolvimento.

No ano de 2009, o território mais uma vez centra suas ações no

trabalho de nivelamento e reorganização do Colegiado, tendo a

Requalificação do PTDRS como elemento importante.

De acordo com informações da Secretaria de desenvolvimento

Territorial – SDT – de 2003 até 2007 foram apoiados 12 projetos

pelo PRONAT – Programa Nacional de Desenvolvimento

Sustentável dos Territórios Rurais totalizando um total de R$

1.628.227,91.

O Ambiente institucional

O Território tem como característica da sua organização social e

política atuação em redes. Como adiantamos acima a primeira

experiência de trabalho em rede foi o Pólo Sindical das

Organizações da Agricultura Familiar da Borborema surgida na

década de 90.

Em 94, houve a luta por um espaço de comercialização na Empasa.

Já em 96, a luta na região ocorre por conta das questões da

Foto 12: Reuniões

Page 51: Território da Borborema

49

previdência rural. Em paralelo, fruto de experiências concretas de

desenvolvimento, tem início um novo processo de mobilização,

inovando relativamente às lutas tradicionais dos sindicatos de

trabalhadores rurais, em Remígio e Solânea, tinha nascido um

processo de valorização da agricultura familiar, fato que faz Lagoa

Seca se unir nesse processo, articulando e intercambiando

experiências inovadoras de desenvolvimento. Frente à crise da AF –

desmatamento, erosão, desequilíbrio ambiental, com conseqüências

sobre os recursos hídricos e a fertilidade do solo, e ainda com a

introdução de agrotóxicos e os problemas

que daí decorreram: resistência das pragas etc. –, os três sindicatos

começaram a enxergar essas diferentes questões e sentiram a

necessidade de se unir.

No ano de 2001, houve o 1º seminário da Agricultura Familiar que

além das três experiências inicias, envolvendo os três municípios,

também foram identificadas outras experiências em Soledade,

Juazeirinho, Cabaceiras, etc. Criou-se um Plano de Formação e

Fortalecimento da AF, começando com a questão das sementes, e a

seguir dos recursos hídricos, dos cultivos ecológicos, da criação

animal, da saúde e alimentação. Esses temas mobilizaram os

agricultores que, a partir daí, começaram a ser atores da história,

saindo de sua propriedade, visitando outros agricultores no Estado e

fora do Estado: no Ceará, em Pernambuco, e até fora do país. O

programa de formação parte dos agricultores que fazem pesquisa

recebem outros agricultores e ganham auto-estima. Esse programa

tem também outra finalidade: fazer com que as políticas públicas

conheçam e financiem nossas experiências.

O Pólo constitui uma rede de 3.500 famílias, em 150 comunidades e

contando com 16 STR’s, em diálogo com ONG’s e movimentos

sociais: ASPTA, PATAC, ASA-PB, ASA-BR, etc. As experiências

concretas desenvolvidas pelo Pólo têm a capacidade de mobilizar e

articular instituições governamentais: a Secretaria Estadual de

Agricultura, a Conab, o Cooperar, o Pronaf etc. Desse modo, o Pólo

Sindical vem trabalhando a partir de alguns instrumentos de políticas

territoriais como: políticas de sementes, de recursos hídricos, de

segurança alimentar, de crédito, de infraestrutura e de pesquisa e

extensão.

Page 52: Território da Borborema

50

Outra dinâmica importante é o Fórum dos Assentamentos que surge

a partir da história dos trabalhadores – história de luta pelos direitos

trabalhistas no apogeu da cana na década de 80, luta pela terra,

quando da falência da cana, e em particular da Usina Santa Maria na

década de 90. Com o apoio da CUT, da FETAG, de deputados

solidários com os trabalhadores e o engajamento do SEDUP, foram

realizadas diversas mobilizações (4.000 trabalhadores tinham ficado

desempregados), abrangendo 18 engenhos falidos.

A partir de 1997, as cinco primeiras desapropriações são realizadas,

outras quatro em 1998, e mais outras nos anos seguintes. Aí começa

todo um processo de organização e capacitação: estruturação das

associações, atividades de preservação do meio ambiente. O apoio

da ASA-PB foi fundamental para a organização da construção de

cisternas, bancos de sementes, fundos rotativos. Também foi

indispensável melhorar as moradias etc.

A partir de 2001, as dez primeiras associações formadas decidiram

se unir para formar o Fórum que nasceu oficialmente em 2002. Hoje

são 12 associações envolvendo os municípios de Pilões, Areia,

Serraria e Remígio. As realizações do Fórum dos Assentados foram

conseguidas apesar de enormes dificuldades financeiras, falta de

telefone para se comunicar, etc. Concretamente, o Fórum vem

progressivamente se fortalecendo na promoção de ações de

desenvolvimento neste território. Assim também como vem

fortalecendo sua capacidade de diálogo e implementação de

políticas: moradia, recursos hídricos, bancos de sementes, etc.

Foto 13: Reuniões

Page 53: Território da Borborema

51

A articulação do Semiárido também está presente no território

apoiando a mobilização social e a ação de práticas que caminhe para

a agroecologia.

Outra rede importante é a Rede de Educação do Campo do Território

da Borborema surgiu a partir de um seminário que ocorreu em Santa

Fé/ Solânea – PB no ano de 2008, sobre educação do campo. As

entidades envolvidas nesse evento observaram que havia uma

necessidade de pensar mais nesse tema no Território da Borborema e

que havia muitas ações que precisavam de uma sistematização. A

partir dessa necessidade essas entidades começaram a se reunir para

fazer um mapeamento e uma reflexão sobre as ações que acontecem

no território ligadas à educação do campo.

A rede foi formada e primeiramente ficou acordado em uma reunião

realizada no município de Esperança – PB, que de imediato seriam

feitas visita as experiências de educação do campo existentes no

território para se ter mais reflexões e consolidar ainda mais as ações

da rede. As experiências conhecidas após aquele momento foram à

Casa Familiar Rural na cidade de Alagoa Nova - PB e o Programa

Saberes da Terra na comunidade de Chã do Jardim na cidade de

Areia – PB.

No dia 15 de Julho de 2009 a Rede de Educação do Campo do

Território da Borborema esteve reunida no CCHSA/ UFPB em

Bananeiras - PB. Nesse momento foram apresentadas as

experiências com educação do campo desenvolvidas pelo o campus

e estavam entre os presentes professores e alunos do curso de

Ciências Agrárias e Pedagogia. Também nesse dia os componentes

da rede a partir do debate chegaram a uma conclusão sobre o papel

da rede sendo esse o de fortalecer as ações de educação do campo

dentro do território, qualificar as ações das instituições envolvidas e

desenvolver ações coletivas envolvendo essa temática.

Ao decorrer do debate sobre educação do campo os estudantes

daquele centro mencionaram a realização de um evento a nível

nacional que seria realizado pelo centro em novembro desse ano e

cogitaram a possibilidade de a rede poder articular junto com a

comissão a realização desse evento. A rede se manifestou a favor de

uma contribuição, mas isso feito a partir da realização de um evento

menor que pudesse subsidiar e nortear o seminário que os estudantes

Page 54: Território da Borborema

52

estão articulando. Sendo de comum acordo de todos marcou-se outro

momento para discussão do evento e para a sua construção.

No dia 11 de Agosto desse ano a discussão aconteceu novamente no

CCHSA/UFPB e mais uma vez houve a discussão sobre o tema onde

foram feitos questionamentos a cerca de como seria o evento

apoiado pela rede ficando decidido que será um momento para servir

de base para o seminário nacional de Ciências Agrárias em forma de

oficina temática com o mesmo tema do seminário, Educação do

Campo e Sustentabilidade Social.

Também na linha da educação território conta com a atuação da

RESAB – Rede de Educação do Semiárido Brasileiro – que está

presente em vários estados. O objetivo da RESAB é a construção e

implementação de uma política pública de educação inclusiva e

contextualizada que garanta acesso, qualidade e respeito à

diversidade e especificidades do Semi-Árido. A rede possui um

grupo gestor estadual congregando ONGs e organizações

governamentais que contribui na execução de ações e projetos a

nível estadual.

Do ponto de vista das instituições governamentais, temos a atuação

da EMATER, da CONAB, IDEME, CHESF como gestora do

Programa Luz Para Todos, INTERPA, SEDAP das universidades

Federal da Paraíba (UFPB), Federal de Campina Grande (UFCG) e

Estadual da Paraíba (UEPB). Também há IFETs (Instituto Federal

de Educação Técnica) e Escolas Agrícolas.

Foto 14: Oficinas

Page 55: Território da Borborema

53

III. Eixos Estratégicos, Programas e Projetos

DIMENSÃO

POLÍTICO-INSTITUCIONAL

EIXOS AGLUTINADORES

DIMENSÃO

AMBIENTAL E EIXOS

AGLUTINADORES DIMENSÃO

SÓCIOCULTURAL

EDUCACIONAL E EIXOS

AGLUTINADORES

DIMENSÃO

SOCIOECONÔMICA E EIXOS

AGLUTINADORES

TERRITÓRIO

DA

BORBOREMA

Page 56: Território da Borborema

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DIMENSÃO SOCIOECONÔMICA

EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS AÇÕES

SAÚDE, SEGURANÇA ALIMENTAR e NUTRICIONAL

ASSEGURAR O ATENDIMENTO DE SAÚDE NO CAMPO

Melhoramento do acesso à política pública de saúde

- Melhorar a infra-estrutura das pastas de saúde rurais e implantar onde não existe. - fazer cumprir o horário de expediente de 08:00 horas diárias

Fortalecimento da saúde preventiva no campo

- promover palestras sobre os temas ligadas aos problemas de saúde rural; - divulgação de informações sobre as ações e dinâmicas territoriais.

Ações integradas com agentes de saúde e médicos da família, referentes à orientação de pessoas intoxicadas

-

Fortalecimento do uso de plantas medicinais no combate a doenças primárias

- Capacitação sobre uso e cultivo das plantas medicinais; - Implantação de quintais com plantas medicinais.

Fortalecimento do apoio a campanhas de vacinação animal

- Integração institucional com as entidades envolvidas para vacinação.

ASSEGURAR O ACESSO À ALIMENTAÇÃO DE QUALIDADE E PROMOÇÃO DE PRÁTICAS ALIMENTARES SAUDÁVEIS

Introduzir /divulgar práticas alimentares saudáveis no campo

- relação de palestras, cursos, visitas de intercambio e a divulgação de materiais sobre a segurança alimentar.

Trabalhar processos de saúde no campo, com base na segurança alimentar e nutricional

- incentivo ao cultivo de produtos agroecológicos.

Introduzir a multimistura, com complemento na alimentação de crianças

- Insentivo ao uso de boas práticas alimentares, que proporcionem segurança e soberania alimentar.

Page 57: Território da Borborema

55

EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS AÇÕES

EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO e

CAPACITAÇÃO

MELHORIA DA EDUCAÇÃO FORMAL

Consolidação de processos de educação, formação e capacitação contextualizadas com a realidade do meio rural.

- Fortalecer dinâmicas existentes (Rede de Educação do Campo e Conselhos de Educação);

Formação Continuada de Professores

- Formação Continuada de Professores; - Reconhecimento dos profissionais da educação.

Valorização da cultura do meio rural

- Fortalecer a educação do no campo, a partir de uma educação contextualizada com a realidade do meio rural;

- Reestruturação dos espaços físicos de Escolas Rurais - Reestruturar os espaços físicos das Escolas Rurais

Currículos Contextualizados para o EJA - Currículos Contextualizados para o EJA;

CAPACITAÇÃO E ASSESSORIA TÉCNICA

Aprimoramento dos processos de assessoria, extensão rural e experimentação, de forma contínua e contextualizada

-

Estruturação / constituição de assessoria técnica pública compatível com os novos paradigmas de desenvolvimento e de acordo com as diretrizes (PNATER) e demandas da agricultura familiar

-

Valorização do papel dos agricultores experimentadores -

Page 58: Território da Borborema

56

EIXO AGLUTINADOR

PROGRAMAS PROJETOS AÇÕES

CULTURAL

INCENTIVO A CULTURA E

AS PRÁTICAS

ARTESANAIS

Construção de centros de Artesanato

- Resgatar e fortalecer o artesanato local;

Promoção de eventos culturais - Promover a formação/capacitação de grupos culturais locais;

Diagnóstico dos Grupos culturais existentes

- Identificar/Fortalecer os grupos culturais existentes;

EIXO AGLUTINADOR

PROGRAMAS PROJETOS AÇÕES

TURISMO

PROMOVER O TURISMO SUSTENTÁVEL

Diagnóstico do potencial turístico do Território

Construir o inventário turístico do Território da Borborema;

Divulgação dos pontos e programas turísticos

Divulgar os espaços turísticos do Território da Borborema

Viabilizar os recursos financeiros e técnicos do TRAF do MDA.

Page 59: Território da Borborema

57

EIXO AGLUTINADOR

PROGRAMAS PROJETOS AÇÕES

COMUNICAÇÃO

FORTALECER A COMUNICAÇÃO TERRITORIAL

Plano de Comunicação do Território da Borborema

- Fortalecimento da rede territorial de comunicação

Criação de um Programa de rádio com informações do território

- incentivo através de custeio para produção de informativos, programas e impressos com as dinâmicas territoriais.

EIXO AGLUTINADOR

PROGRAMAS PROJETOS AÇÕES

DIREITO, DESENVOLVIMENTO

SOCIAL E SEGURANÇA

PÚBLICA

DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Incentivo ao desenvolvimento social e a previdência social

Melhoria na qualidade dos serviços ofertados nos Programas sociais: PETI, PRO JOVEM etc. - Implantar programas de geração de renda para grupos tradicionais.

Capacitação dos Agricultores familiares

- Conscientização/formação dos Agricultores Familiares, sobre direitos e deveres em relação a previdência social - Cobrar do INSS a realização de pesquisa in loco aos agricultores familiares;

SEGURANÇA PÚBLICA Polícia Comunitária

- Policiamento Comunitário da Zona Rural do Território da Borborema; - Promover a Mobilização social no enfrentamento a violência no Campo .

Page 60: Território da Borborema

58

DIMENSÃO AMBIENTAL

EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS AÇÕES

CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS

NATURAIS e REVITALIZAÇÃO DE

AMBIENTES EM PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO

GERENCIAMENTO E MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS

Recuperação de solos degradados

Reflorestamento de matas ciliares e proteção de nascentes, fontes e riachos

Promover o reflorestamento de áreas degradadas e matas ciliares;

Rearborização das unidades familiares

Fortalecer os Viveiros de mudas de plantas nativas;

Conservação da diversidade genética nativa

Recuperação das áreas degradadas de microbacias

Recuperação das áreas microbacias;

Zoneamento/monitoramento de áreas degradadas do Território da Borborema

Fazer o zoneamento das áreas degradadas do Território da Borborema;

Implantação de disciplinas extra-curriculares como educação ambiental em escolas do meio rural

Promover a educação ambiental, nas escolas rurais;

GERENCIAMENTO E MANEJO DE RESÍDUOS

- Implantação de usinas de tratamento de lixo associadas a programas de educação ambiental

- Implantação de consócios intermunicipais para construção de aterros sanitários.

Canalização de esgoto urbano Implantação de sistemas de esgotamento sanitário nos municípios do território.

Page 61: Território da Borborema

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DIMENSÃO SOCIOECONÔMICA

EIXO AGLUTINADOR

PROGRAMAS PROJETOS AÇÕES

FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA

FAMILIAR E DA REFORMA

AGRÁRIA COM BASE NA

AGROECOLOGIA

INTENSIFICAR A PRODUÇÃO

AGROECOLÓGICA FAMILIAR

Fortalecimento dos sistemas diversificados de produção nos roçados

Fortalecer os Bancos Comunitários de Sementes;

Fortalecimento da produção dos sistemas sustentáveis de criação animal (bovinos/ caprinos / ovinos)

- Fortalecer as cadeias produtivas da caprinovinocultura, e avicultura

Fortalecimento da produção dos sistemas diversificados de fruteiras e consórcios florestais

- Ampliar a Rede de viveiros no Território - Fortalecer a rede do conhecimento agroecológico.

Fortalecimento da apicultura (abelhas com ferrão) e meliponicultura (abelhas nativas)

Resgate das abelhas nativas

Intensificação das experiências produtivas dos quintais (plantas medicinais, pomar peridoméstico, hortas, pequenas criações), considerando como espaços de afirmação social (gênero, geração) e econômico (segurança alimentar)

Fortalecer/ampliar os trabalhos com foco na agroecologia;

Fortalecimento dos sistemas diversificados de produção nos reservatórios de água (piscicultura, hortas,...)

Fortalecer a Psicultura e a Apicultura em municípios do Território da Borborema, que essa atividade já é praticada

Resgate e valorização das experiências agroecológicas produtivas do território, considerando as relações de gênero, raça e etnia

Fortalecer/ampliar os trabalhos com foco na agroecologia;

Implantação de campos de produção de sementes crioulas

- Implantação de Campos de Produção de sementes crioulas;

Page 62: Território da Borborema

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Redução da áreas cultivadas com o tabaco no Território da Borborema

Fortalecimento de métodos alternativos no controle aos predadores naturais das diversas culturas existentes no Território da Borborema

- Ofertar culturas e criações alternativas que proporcionem rendas suficientes para os agricultores familiares; - Valorização das práticas alternativas de controle de pragas.

ACESSO DOS/AS AGRICULTORES/AS FAMILIARES AOS

MERCADOS

Criação e melhoramento de núcleos de comercialização (feiras agroecológicas, de agricultores, de animais e tradicionais) de produtos da agricultura familiar nas cidades do território

- Ampliar os espaços de comercialização existentes no Território.

Aquisição dos produtos agroecológicos da agricultura familiar para merenda escolar, creches, hospitais e outros

-Implementar o PAA PNAE

Ampliação dos mercados institucionais

Fortalecer as Associações Rurais (Formação/Capacitação);

FINANCIAMENTO DOS

SISTEMAS PRODUTIVOS

Democratização do acesso ao crédito, desburocratizando-o

- Mobilizar as organizações dos agricultores familiares.

Fortalecimento de práticas solidárias nas comunidades por meio de créditos rotativos

- Apoiar os fundos rotativos solidários, e os bancos de sementes comunitários.

PRIORIZAR A

REFORMA AGRÁRIA

Estímulo aos processos de acesso a terra e reestruturação fundiária no território

- Implementar as ações do PNCR

FORTALECER A

INFRAESTRUTURA DO CAMPO

Melhoramento da infra-estrutura de moradia no campo

- Implantação do PNHR.

SEGURANÇA HÍDRICA Infraestrutura e manejo integrado de água

Promover práticas de alternativas de convivência com a seca

Page 63: Território da Borborema

61

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE: www.ibge.gov.br

Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba – AESA: www.aesa.pb.gov.br

Anuário Estatístico do Estado Paraíba/IDEME, 2008

IV. Referências Bibliográficas

Page 64: Território da Borborema

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Page 65: Território da Borborema

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Coordenação:

Colegiado de Desenvolvimento Territorial da Borborema - PB

Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

Secretaria de Desenvolvimento Territorial - SDT

VÍNCULUS - Cooperativa de Prestação de Serviços em Desenvolvimento Sustentável

APOIO: