Estudo Bíblico – 28 de março de 2015Intercâmbio de jovens da Paróquia Luterana Monte Sinai

Terceiro mandamento“Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o

Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.”Êxodo 20:7

Para pensar

Hoje vamos falar sobre um mandamento que muitas vezes não damos tantaatenção. Para iniciar a reflexão vamos pensar em quantas vezes e em quaissituações falamos o nome de Deus. O usamos para glorificar a Deus, atribuir àEle alguma coisa ou só de costume, como uma coisa normal usado por muitaspessoas cristãs e não cristãs?

Também, vamos pensar em quantas vezes ouvimos o nome de Deus, seja poramigos, colegas, familiares, professores, nas novelas, na televisão, na rua.Com qual finalidade essas pessoas usam o nome de Deus? Essas pessoassão cristãs? Acreditam em Deus?

Introdução

Vamos iniciar o estudo relembrando que Deus criou o mundo e o homem econduziu a formação do Seu povo (em Gênesis e Êxodo). Agora, em Êxodo 20,Ele determina como seu povo deve viver, estabelecendo uma lei moral, lei estaque já está no coração do homem desde sua criação (Romanos 2:14-15).

“Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidadecom a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a normada lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus

pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se;” Romanos 2:14-15

Então, temos os dez mandamentos, que são o resumo de toda a regra deobediência dada por Deus ao homem, ou seja, Sua santa vontade ou lei, naqual Deus nos diz como devemos ser e o que devemos fazer ou deixar defazer.

Os mandamentos demonstram a preocupação de Deus com todos os aspectosda vida humana. Ele estabelece os padrões para os relacionamentos com Ele,familiares, impõe respeito pela vida humana, a propriedade, a palavra e opensamento. Deus nos fez: quem mais pode determinar a melhor maneira deviver?

Também podemos observar pela divisão dos mandamentos, que toda a leimoral é fundada sobre o amor a Deus e sobre o amor ao próximo. Assim, sedividem em duas partes. A primeira nos ensina como devemos viver diante de

Deus; a segunda ensina as nossas obrigações para com nosso próximo. ComoJesus resume em Mateus 22:37-39.

“Respondendo-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de todaa tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande primeiro mandamento. Osegundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Mateus

22:37-39

É possível observar que aonde existe amor, existe obediência aos dezmandamentos. Marcel Longchamps da Igreja Batista Reformada de Rouyn-Noranda, Québec diz que as restrições da lei moral não afligem a liberdadecristã, mas exprimem as justas e sábias exigências do amor.

O terceiro mandamento está inserido nos ensinamentos de como viver diantede Deus e diz:

“Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor nãoterá por inocente o que tomar o seu nome em vão.” Êxodo 20:7

Segundo o Catecismo Luterano, este mandamento diz que devemos temer eamar a Deus e, por isso, em seu nome não amaldiçoar, jurar, praticar afeitiçaria, mentir ou enganar; mas devemos pedir a sua ajuda em todas asnecessidades, orar, louvar e agradecer.

Segundo Matthew Henry, este mandamento diz sobre a maneira com a qualadoramos a Deus. A adoração deve ser feita com toda a reverência e seriedadepossível.

O terceiro mandamento PARTE 1

Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão,

O que significa tomar o nome de Deus em vão?

É blasfemar ou profanar o santo nome de Deus por maldições (Lv 24:15-16) oujuramentos falsos (Lv 19:12) ou por juramentos desnecessários (Mt 5:37; Tg5:12).

Nós tomamos o nome de Deus em vão quando o usamos de forma fútil edescuidada, ao mencionar o seu nome ou algum dos seus atributos, semnenhuma razão ou motivo para isso ou sem nenhuma consideração ao seugrandioso significado. Também quando juramos falsamente, usando Deuscomo testemunha de uma mentira ou ainda quando transformamos seu nomeem ofensas e palavrões, ou em brincadeira e esporte.

Este mandamento fala que não devemos fazer tais coisas. Mas, o quedevemos fazer então? Deus nos ensina isso na Bíblia.

Devemos usar o santo nome de Deus somente com temor e reverência (Is45:23; Jr 4:2) a fim de que Ele, por nós, seja devidamente confessado (Mt10:32; Rm 10:9-10), invocado (Sl 50:15) e glorificado por todas as nossaspalavras e obras (Cl 3:17; 1Tm 6:1).

Mas por que o nome de Deus tem tanta importância?

Alguém já ouviu a expressão “seu nome define quem você é”? Nosso nome émuito importante, ele é nossa identificação.

Assim também o nome de Deus é importante. Calvino diz que isso não significaque a reverência ao Seu nome é devida porque Sua majestade está confinadaa letras e sílabas. Mas, enquanto Sua essência é invisível, o Seu nome foi nosdado como uma imagem, ou seja, é Deus se revelando a nós. Deus édistintamente conhecido por meio de seus atributos, assim com os homens sedistinguem uns dos outros pelos seus nomes.

Jesus ensina em Mateus 5:34-35 que o nome de Deus compreende os céus, aTerra, o templo e o altar, porque sua glória é notável nessas coisas.Consequentemente, o nome de Deus é profanado sempre que sua supremasabedoria, seu infinito poder, sua justiça, sua verdade, sua clemência e suaretidão são desvalorizados.

“Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus;nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do

grande Rei;” Mateus 5:34-35

Assim, concluímos que o terceiro mandamento exige o santo e reverente usodo nome, títulos, atributos, ordenanças, palavras e obras de Deus.

Deus exige que Seu nome não seja usado de forma vazia e fútil, sem mostrarnenhuma reverência ou repeito a Ele, mas que seja usado de maneira séria ecom o temor da grandeza de sua majestade em mente.

Agora, vamos voltar à reflexão inicial: nós e outras pessoas a nossa volta, natelevisão, na rua, pessoas cristãs e não cristãs, estamos usando muito o nomede Deus? Com que frequência usamos as expressões: “ai meu Deus”, “Jesusamado”, “juro por Deus” no nosso dia a dia? Com qual objetivo? Para honrá-loe glorificá-lo ou apenas como um costume?

Depois de ver o que Deus, na Bíblia, diz sobre o uso do Seu nome, estamos ofazendo da forma correta, de forma que O agrade?

Vamos tomar mais cuidado com o que falamos. Podemos glorificar a Deus elevar Seu evangelho por meio da nossa fala. Mas também podemos pecar elevar outras pessoas a pecarem por meio dela.

Juramentos em nome de Deus devem ser usados somente em ocasiõesespecíficas, como para a confirmação de alguma coisa e para colocar fim auma disputa. Deus nos permite usar o Seu nome como garantia daquilo quefalamos, usando de forma tão reverente que sirva de garantia tanto quanto umcontrato.

Um exemplo simples: usar a expressão “graças a Deus” de forma séria ereverente para atribuir à Ele um livramento é algo que vai mostrar nossoreconhecimento do Seu poder e bondade e pode levar outras pessoas areconhecerem o mesmo.

O terceiro mandamento PARTE 2

A segunda parte do versículo diz:

porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o Seu nome em vão.

A razão anexa ao terceiro mandamento é que, embora os transgressores destemandamento escapem do castigo dos homens, o Senhor nosso Deus não osdeixará escapar do Seu justo juízo, não os absolverá ou os declarará justos,mas fará o contrário, Ele vai considerá-lo culpado, profanador de Seu nome etransgressor de Sua lei.

Deus não inocentará ou verá como inocente quem não cumpre essemandamento, apesar de muitas vezes pensarmos que ele não tem tantaimportância ou justificarmos a prática do uso do nome de Deus como palavrãoou como garantia de coisas fúteis ou falsas dizendo que é apenas um hábitolinguístico.

Conclusão

Pensando em nosso dia a dia, no que falamos, seríamos condenados por Deuspor não cumprir o terceiro mandamento, por não dar a honra e glória devida aEle e usar Seu santo nome de forma vazia, fútil e falsa?

Devemos viver sempre de forma a cumprir os mandamentos de Deus, nosesforçando ao máximo para isso. Mas, somos falhos e muitas vezes nãoconseguimos, o que evidencia nossa necessidade de Cristo. Ele torna justosperante Deus aqueles que arrependem dos seus pecados e creem em Suaobra redentora.

“justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os quecreem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em

Cristo Jesus.” Romanos 3:22-24

Refletindo e estudando os mandamentos percebemos quão grande é a obra deCristo e quão cheia de bondade, e isso nos motiva a viver cada dia mais

conforme a santa vontade Deus, cumprindo os mandamentos, o glorificando eo honrando por meio das nossas palavras, pensamentos e ações. Assim,sigamos sempre o exemplo de Jesus, que cumpriu toda a lei de Deus,peçamos sua ajuda e nos arrependamos todas as vezes que falharmos. QueDeus nos abençoe a sempre fazer isso.

Referências

Catecismo de Heidelberg (Igreja Reformada Holandesa) Catecismo de Westminster (Igreja Presbiteriana) Catecismo Luterano Catecismo Puritano (Chales Haddon Spurgeon) Comentários de:

o João Calvino (Reformador francês)o John Gill (Pastor Batista)o Marcel Longchamps (Pastor da Igreja Batista Reformada de

Rouyn-Noranda, Québec)o Matthew Henry (Pastor Presbiteriano)

Manual Bíblico da Sociedade Bíblica Brasileira