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Diseño en Palermo. Encuentro Latinoamericano de Diseño. Actas de Diseño. Facultad de Diseño y Comunicación. Universidad de Palermo. ISSN 1850-2032 Terceirização no Setor de Confecções: relação de trabalho na percepção do terceirizado Dijane Maria Rocha Victor 1 Resumo Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa realizada em 12 (doze) empresas terceirizadas do Setor de Confecções. A amostra envolveu empresas dos segmentos jeans, moda praia, moda íntima e modinha (roupa feminina que segue as tendências ditadas pela mídia), constituindo 3 (três) empresas de cada segmento de produto. A pesquisa centrou-se na percepção do terceirizado em relação ao conhecimento das Leis e das Normas que tratam da terceirização, bem como do tipo de contrato adotado na relação de trabalho. As hipóteses de que as empresas terceirizadas (empresa contratada) do Setor de Confecções trabalham sem nenhum vínculo junto às empresas terceirizantes (empresa que contrata serviços), e que as mesmas desconhecem as Leis Trabalhistas relacionadas diretamente a serviços terceirizados foram confirmadas a partir do diagnóstico da percepção dos terceirizados em relação ao objeto investigado. Palavras-chaves: Terceirização. Setor de Confecções. 1. Introdução A moda proporciona uma dinâmica constante de atualização de modelos de peças do vestuário, principalmente, no vestuário do segmento feminino, o qual o mercado apresenta alta rotatividade de produtos. Com isto, as empresas de confecção precisam aumentar a capacidade produtiva para atenderem a demanda dentro dos prazos. No entanto, contratar mais colaboradores necessariamente não é a solução mais viável em função do setor ter uma característica de baixa demanda nos períodos de janeiro a março, comprometendo, portanto, os custos fixos da empresa que resolve ampliar o seu quadro de funcionários somente com o objetivo de aumentar a capacidade produtiva para atender aos pedidos de final de ano. Desse modo, a Terceirização representa uma solução através de uma relação de trabalho constituída em parceria entre terceirizante e terceirizada . Dentre as atividades que constituem o processo de trabalho da indústria de confecção observou-se que todas podem ser terceirizadas. No entanto, a empresa terceirizante precisa identificar qual ou quais destas atividades constituem a parte principal do seu negócio e repassar para terceiros as demais atividades. Contudo, a empresa terceirizada precisa ser especialista no serviço para desenvolver a, ou, as atividade satisfatoriamente. Este artigo aborda esta questão ao analisar o tipo de contrato entre empresas do Setor de Confecções na cidade de Fortaleza. A hipótese adotada nesta pesquisa é de que a terceirização ocorre no Setor de Confecções em forma de sub-contratação, sem nenhuma garantia para a empresa terceirizada. 1 Mestre em Engenharia de Produção. Especialista em Estratégia e Gestão Empresarial. Especialista em Engenharia de Produção. Graduada em Economia Doméstica. Professora do Curso de Estilismo e Moda da Universidade Federal do Ceará. Coordenadora de Projeto de Graduação. Colaboradora do Setor de Confecções no Estado do Ceará.

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Actas de Diseño. Facultad de Diseño y Comunicación. Universidad de Palermo. ISSN 1850-2032

Terceirização no Setor de Confecções: relação de trabalho na percepção do terceirizado Dijane Maria Rocha Victor 1 Resumo Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa realizada em 12 (doze) empresas terceirizadas do Setor de Confecções. A amostra envolveu empresas dos segmentos jeans, moda praia, moda íntima e modinha (roupa feminina que segue as tendências ditadas pela mídia), constituindo 3 (três) empresas de cada segmento de produto. A pesquisa centrou-se na percepção do terceirizado em relação ao conhecimento das Leis e das Normas que tratam da terceirização, bem como do tipo de contrato adotado na relação de trabalho. As hipóteses de que as empresas terceirizadas (empresa contratada) do Setor de Confecções trabalham sem nenhum vínculo junto às empresas terceirizantes (empresa que contrata serviços), e que as mesmas desconhecem as Leis Trabalhistas relacionadas diretamente a serviços terceirizados foram confirmadas a partir do diagnóstico da percepção dos terceirizados em relação ao objeto investigado. Palavras-chaves: Terceirização. Setor de Confecções. 1. Introdução A moda proporciona uma dinâmica constante de atualização de modelos de peças do vestuário, principalmente, no vestuário do segmento feminino, o qual o mercado apresenta alta rotatividade de produtos. Com isto, as empresas de confecção precisam aumentar a capacidade produtiva para atenderem a demanda dentro dos prazos. No entanto, contratar mais colaboradores necessariamente não é a solução mais viável em função do setor ter uma característica de baixa demanda nos períodos de janeiro a março, comprometendo, portanto, os custos fixos da empresa que resolve ampliar o seu quadro de funcionários somente com o objetivo de aumentar a capacidade produtiva para atender aos pedidos de final de ano. Desse modo, a Terceirização representa uma solução através de uma relação de trabalho constituída em parceria entre terceirizante e terceirizada . Dentre as atividades que constituem o processo de trabalho da indústria de confecção observou-se que todas podem ser terceirizadas. No entanto, a empresa terceirizante precisa identificar qual ou quais destas atividades constituem a parte principal do seu negócio e repassar para terceiros as demais atividades. Contudo, a empresa terceirizada precisa ser especialista no serviço para desenvolver a, ou, as atividade satisfatoriamente. Este artigo aborda esta questão ao analisar o tipo de contrato entre empresas do Setor de Confecções na cidade de Fortaleza. A hipótese adotada nesta pesquisa é de que a terceirização ocorre no Setor de Confecções em forma de sub-contratação, sem nenhuma garantia para a empresa terceirizada.

1 Mestre em Engenharia de Produção. Especialista em Estratégia e Gestão Empresarial. Especialista em Engenharia de Produção. Graduada em Economia Doméstica. Professora do Curso de Estilismo e Moda da Universidade Federal do Ceará. Coordenadora de Projeto de Graduação. Colaboradora do Setor de Confecções no Estado do Ceará.

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2. Referencial Teórico 2.1 Terceirização De modo geral, as necessidades atuais do mundo dos negócios golobalizados conduziram a terceirização a ser praticada em qualquer tipo de empresa e setor da economia, incluindo-se, significativamente a este panorama, o setor de confecções. No entendimento de Martins (2005, p.23) “consiste a terceirização na possibilidade de contratar terceiro para a realização de atividades que geralmente não constituem o objeto principal da empresa”, caracterizando-se em uma relação de trabalho que poderá constituir-se em uma parceria. Neste sentido, a terceirização é compreendida como parte das relações logísticas usadas atualmente por empresas de todos os setores industriais. Os motivos que levaram as empresas a optarem pela terceirização são diversos e específicos a cada tipo de empresa. No entanto, no setor de confecções, especificamente, associa-se a princípio a redução de custos e, em seguida a inserção dos profissionais de moda no mundo do trabalho, no caso os estilistas. A priori, os estilistas introduziram novos conceitos nas indústrias de confecção, fazendo com que as mesmas acompanhem a dinâmica da moda de forma mais criativa em relação aos produtos e, muito mais acelerada em relação ao volume de produção e aos serviços, mudando completamente um cenário que se sustentou até meados dos anos 80, quando as indústrias de confecção pouco se preocupavam com as questões de tendência do mercado local, com isso, concentravam seus esforços apenas na produção. No contexto atual, no qual a moda é balizador para todos os setores da economia, a indústria de confecções passou a ser considerada a “indústria da moda”, ou seja, a indústria que dita as tendências para produção de outros produtos de setores distintos. Portanto, ganhou mais visibilidade na economia do país e, com isso, também, mais responsabilidades. A partir de então, passou a se preocupar bem mais com as funções de marketing, com o estudo de tendências, com o comportamento do consumidor e com a satisfação plena do cliente, transferindo para terceiros as atividades de produção. A partir de então, o desenvolvimento do produto, que constitui o processo de criação e de identidade do produto através da marca e do estilo, passou a ser o objeto principal do negócio e, a produção, uma atividade complementar que passou a ser terceirizada. Outro fato importante que contribuiu bastante para a disseminação da terceirização no Setor de Confecções está atrelado ao crescimento e desenvolvimento do setor, que amplia continuamente sua demanda em sintonia crescente com a efemeridade da moda, fazendo crescer o número de terceirizações em todos os tipos de segmento de produto, bem como uma diversidade de serviços terceirizados como: bordados, estamparia, aplicações, acabamento, entre outros. No entanto, independente do segmento de produto e do serviço a terceirizar é essencial às empresas envolvidas na relação conhecerem os direitos e deveres na prestação do serviço. Segundo Martins (2005), a terceirização não está definida como lei e, nem há norma jurídica abordando o tema, por se tratar de uma estratégia usada pelas empresas para melhor conduzir a administração e os interesses próprios do negócio. No entanto, é uma forma de contratação que agrega atividade-fim de uma empresa, no caso a empresa contratada, a atividade-meio de outra, a empresa contratante. Constituindo uma parceria que deve ter objetivo comum e ser de mútua complementaridade. Para o mesmo autor, os direitos que perpassam pela terceirização, podem ser de natureza civil ou comercial. Quando o contrato envolve o direito civil a relação se

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estabelece sob os termos: a) Empreitada e Subempreitada; b) Prestação de Serviços; e c) Parceria, todos regulados no Código Civil com base nos artigos:

Na terceirização, como em qualquer contrato, os contratantes devem estar embutidos de probidade e boa-fé (art. 422 do Código Civil)

É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas no Código Civil (art. 425 do Código Civil) A liberdade de contratar será exercida nos limites da função social do contrato (art. 421 do Código Civil)

Quando o contrato envolve direitos comerciais, o mesmo tem características especiais porque em partes envolve propriedade industrial, porém, com elementos diferenciados, como de locação-de-mão-obra, de concessão mercantil, de representação comercial autônoma, de subempreitada e até mesmo de franchising. No entanto, para qualquer dos elementos definidos, deve-se estabelecer uma parceria com as relações contratantes formalizadas. Geralmente, a parceria é ideal para constituir a relação. Em relação aos termos de contratos, a Empreitada refere-se a uma forma de contratação de trabalho sem subordinação, sendo pago de acordo com a realização do mesmo, podendo o pagamento ser efetuado durante ou após o serviço feito, vai depender do que for acordado entre as partes interessadas. Esse tipo de contrato é muito usado no mercado da construção civil. Prestação de Serviços é uma forma de contrato em que uma das partes obriga-se a prestar uma atividade profissional ou serviço a outrem, sem subordinação e com pagamento por remuneração. Está regulamentada nos artigos 593 a 609 do Código Civil com destaque para os artigos 594 e 609 que tratam da obrigatoriedade da contratação e do tempo em vigor.

Toda espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada, mediante retribuição (art. 594 do Código Civil) O contrato de prestação de serviços não poderá ser convencionado por mais de quatro anos (art. 598 do Código Civil)

Martins (2005) chama atenção para dois aspectos importantes. O primeiro, diz respeito à diferença entre Empreitada e Prestação de Serviços sob o ponto de vista do tipo de trabalho. Argumentando que na Empreitada, contrata-se uma atividade braçal, enquanto na Prestação de Serviços, contrata-se uma atividade intelectual. O segundo ponto refere-se à diferença entre Prestação de Serviço e Contrato de Trabalho. De acordo com Martins (2005), a Prestação de Serviços pode ser feita por pessoas jurídicas, enquanto o Contrato de Trabalho só pode ser feito por pessoa física, em jurisprudência ao artigo 3º da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Considera-se empregado, toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

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Outro ganho para a terceirização com a implementação da Instrução Normativa de Nº. 3/97 refere-se à discriminação conceitual que a norma faz em relação à constituição da empresa contratante e da empresa contratada, bem como das responsabilidades e do limite de ação de cada uma e, assim determina:

Empresa de prestação de serviços a terceiros como a pessoa jurídica de direito privado, de natureza comercial legalmente constituída, que se destina a realizar determinado e específico serviço a outra empresa fora do âmbito das atividades-fim e normais para que se constitui esta última. Considera contratante a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que celebrar contrato com empresas de prestação de serviços a terceiros. (art. 2º da Instrução Normativa nº. 3/97) (MARTINS, 2005, p. 166)

Para Giosa (1994), a terceirização atualmente está inserida nos conceitos e bases científicas da Administração, sendo considerada uma técnica modernizante que pode ser aplicada a todo o tipo, nível e tamanho de empresa. No entanto, argumenta o mesmo autor, cabe à administração avaliar se a empresa está preparada para trabalhar com a terceirização e com parcerias e, principalmente, se o processo irá proporcionar avanço do ponto de vista estratégico e operacional. Pois a sua aplicação interfere diretamente nas bases da organização, uma vez que influencia a mudança na cultura, na personalidade coletiva e, por fim, no clima organizacional. 2.2 Modelos de Terceirização A princípio, a terceirização era compreendida e usada apenas como uma ferramenta que possibilitava a redução dos custos, uma vez que se concentrava somente nas atividades diretamente relacionadas á manufatura, em uma prática simplista de transferir para outros, no caso os terceirizados, as despesas relacionadas aos encargos sociais e as responsabilidades tributárias, através da subcontratação de serviços ou de atividades consideradas “não-essenciais” para a organização. No entanto, integrantes de suas necessidades. Contudo, a terceirização foi se ajustando às necessidades do mercado e dando novas características a esta relação. Atualmente existem três modelos a saber: a) Terceirização Tradicional Neste modelo a relação cliente-fornecedor apresenta características próprias. Para Byron et. al. (2004), estas características estão relacionadas a fatores elementares como: Objetivo: Repassar funções de apoio para um fornecedor especialista a fim de reduzir custos e concentrar os executivos nas questões centrais. Papel do Parceiro: Executar a função de apoio. Abordagem: Serviços padronizados/ Taxa de serviços baseada em transações/ Escala e escopo de serviços reduzidos. Benefícios Típicos: 20% de redução de custos/ Acesso as melhores práticas/ Melhores oportunidades de carreira/ Melhor enfoque gerencial/ Nível de serviços iguais, mas uniforme/ Risco financeiro compartilhado. Na Terceirização Tradicional a relação de trabalho constitui-se com bases não muito sólidas, por isso, às vezes, a relação é pouco duradoura, além de apresentar mais vantagens para a empresa contratante do que para a empresa contratada. Pois nesse modelo de terceirização a negociação entre contratante-contratado é do tipo ganha-perde, onde só um dos lados tem ganhos efetivos, no caso, a empresa contratante.

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Desse modo, a terceirização é vista de forma isolada do negócio da empresa e a relação não apresenta cumplicidade a ponto de proporcionar segurança ao terceirizado. Portanto, para o contexto atual do mundo dos negócios, os elementos constituintes da “Terceirização Tradicional” apresentam-se um tanto insuficientes em função das características da relação, (que são próprias do modelo) não mais atenderem a todas as necessidades do mercado atual que apresenta:

▪ Alta velocidade das mudanças políticas, econômicas, e sociais; ▪ Consumidores com um nível de exigência cada vez mais elevado; ▪ Novos produtos e competidores chegando ao mercado a cada dia; ▪ Produtos com ciclos de vida reduzidos; ▪ Força do trabalho demandando um novo tipo de treinamento; ▪ Foco cada vez maior nos clientes; ▪ Mudança constante no ambiente tecnológico; ▪ Margem de contribuição decrescente.

Para Giosa (1994), as condições de exigências do mercado conduziram a terceirização a um processo de gestão pelo qual se repassam algumas atividades para terceiros, com os quais se estabelece uma relação de parceria, ficando a empresa terceirizante concentrada apenas em tarefas essencialmente ligadas ao negócio em que se atua. Reforça ainda que a nova abordagem possibilita compreender a terceirização de forma mais complexa e com maior abrangência, pois divide em duas vertentes um conceito único, mostrando a Terceirização como Processo de Gestão e a Terceirização como Parceria. b) Terceirização Estratégica No modelo de Terceirização Estratégica a empresa terceiriza várias atividades, inclusive as atividades consideradas essenciais e que exigem habilidades específicas como às atividades relacionadas a processos administrativos (cálculo de salário, de imposto e gestão das reclamações dos clientes) preservando apenas aquelas que de fato lhe podem gerar uma vantagem competitiva, como forma de manter a parte fundamental do negócio. Assim o objetivo da relação cliente-fornecedor muda o seu foco e os aspectos considerados mais importantes nessa nova relação estão também ligados aos valores da organização, além das necessidades tangíveis como processos e manufaturas, apesar de serem necessidades vitais e representarem à razão do negócio. Para Franceschini et al (2004), a grande diferença entre a Terceirização Tradicional e a Terceirização Estratégica, é que na Terceirização Tradicional a situação envolve um processo considerado não-essencial da empresa, enquanto na Terceirização Estratégica a situação envolve tanto os processos considerados não-essencias, como também os processos que são considerados essenciais da empresa, resguardando-se a mesma de repassar tão somente os processos específicos que lhe podem gerar uma vantagem competitiva. Neste sentido, observa-se que diferentemente da Terceirização Tradicional a Terceirização Estratégica possui características de uma relação compartilhada e mais flexível, voltada para a dinâmica da mudança e da competitividade, apresentando-se com funções e objetivos bem definidos: Objetivo: Atualizar processos não-centrais com o objetivo de reduzir despesas e propiciar maior flexibilidade para responder às constantes mudanças do negócio

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Papel do Parceiro: Responsabilizar-se pelo o redesenho e pelo gerenciamento dos processos não-centrais. Abordagem: Serviços flexíveis e personalizados / Preço baseado no valor obtido / Serviços escalonáveis para atender as constantes mudanças do negócio. Benefícios Típicos: 50% de redução de custos / Acesso a qualificações competitivas / Melhoria das oportunidades de carreira / Melhoria do foco gerencial / Nível de serviço mais alto e uniforme / Maior flexibilidade e velocidade/ Risco operacional compartilhado. Para Franceschini et al. (2004), o modelo da Terceirização Estratégica apresenta uma evolução na relação cliente-fornecedor que redefiniu ainda mais o papel da terceirização no mercado atual, ao mesmo tempo em que criou uma necessidade de se estabelecer procedimentos estruturados e capazes de coordenar a evolução natural dos processos gerais de terceirização. Pois o mesmo permite estabelecer uma relação mais pontual com o terceirizado, na medida em que proporciona definir os limites das obrigatoriedades em termos de diretos e de deveres para ambas as partes, podendo constituir-se se em cláusulas de contrato de trabalho dimensionados no tempo. c) Terceirização Transformacional Neste modelo de terceirização a mudança foi ainda mais significativa porque visa transformar o negócio, sendo até considerada uma mudança radical do ponto de vista da “Terceirização Tradicional”, porque estabelece uma relação tão íntima que o terceirizado não representa apenas uma extensão da empresa, mas sim, parte da empresa, de forma que ele passa a ser visto como parte integrante do negócio, como se fosse um “dente na engrenagem” da empresa contratante, tão grande é o valor da parceria e o grau de cumplicidade e de envolvimento entre as partes. Isso ocorre devido ao terceirizado ser um fornecedor de “infra-serviço”, atendendo com serviços de “infra-estrutura”, como as atividades administrativas operacionais de rotina (processamento de folha de pagamento e transporte de estoque) que não se constituem como a atividade principal do negócio, por ser comum a todos os sistemas organizacionais. Desse modo à estrutura do modelo de Terceirização Transformacional se constitui de uma empresa dentro de outra empresa funcionando para atender os seus objetivos em função dos objetivos da empresa contratante. Esse modelo de terceirização apresenta as características: Objetivo: Transformar a maneira pela a qual a empresa funciona, de forma a alcançar uma melhoria de desempenho drástica e sustentável por toda a empresa. Papel do Parceiro: Colaborar para transformar o negócio. Abordagem: Serviços integrados para mudar o negócio radicalmente / Estrutura financeira baseada em resultados / Compartilhamento de riscos / Prestação de serviço acelerada. Benefícios Típicos: 50% de redução de custos / Acesso a qualificações críticas / Melhores oportunidades de carreira / Melhor enfoque gerencial / Nível de serviços superior e uniforme / Maior flexibilidade e velocidade / Risco estratégico compartilhado /50% de aumento de participação no mercado / Duplicação da receita / Mudança na base de concorrência.

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Para Franceschini et al. (2004), a Terceirização Transformacional alcança resultados rápidos e apresenta uma abordagem diferenciada dos modelos anteriores porque integra cinco componentes importantes:

a) Liderança no nível coorporativo mais alto; b) Agenda estratégica arrojada; c) Estrutura Financeira; d) Transformação dos processos fundamentais e; e) Foco nos resultados da empresa.

Além de fazer mudar a postura da empresa contratante tanto em relação à parceria em si, como em relação aos benefícios resultantes dessa relação, constituindo-se em uma verdadeira evolução da terceirização, onde o terceirizado ganha importância significativa na parceria. No entanto, para o terceirizado ser um fornecedor de “infra-estrutura” é preciso identificar serviços que possam ser transformados em negócios sustentáveis e estar preparado para desenvolver as atividades específicas do negócio, de modo seguro e sem causar nenhum prejuízo para a empresa contratante (ibid). 2.3 Relacionamentos Típicos da Terceirização As características e o tipo de relacionamento que existe entre empresa contratante e o terceirizado fundamentam a base da relação de parceria, e garantem o estabelecimento da confiança mútua. Podendo a mesma, ser de curto ou de longo prazo, e de maior ou menor intensidade, dependendo da sua classificação. Segundo Franceschini et al (2004), essa classificação está diretamente ligada ao nível de “Especificidade” e ao grau de “Complexidade” da relação, podendo ser através de:

▪ Fornecedor Tradicional; ▪ Relacionamento Temporário; ▪ União Estratégica; ▪ Organização em Rede.

Franceschini et al (2004) considera que os aspectos da “Especificidade” estão relacionados diretamente aos processos que o terceirizado é capaz de oferecer, sendo os mesmos dependentes de habilidades, de recursos e de técnicas disponíveis para atender as necessidades de terceirização da empresa contratante. Quanto aos aspectos da “Complexidade” referem-se à definição dos termos e das condições de contrato que será estabelecido para sedimentar a relação de parceria, assim como das formas de acompanhamento e de controle da mesma. Neste contexto, Gulati (1998) define Aliança Estratégica como sendo “Arranjos voluntários que acontecem entre empresas, envolvendo a troca, o compartilhamento de produtos, de tecnologia ou de serviços”. Para Nunes (2001), a Aliança Estratégica é a forma mais rápida de uma empresa conseguir capacitação em áreas estratégicas, porque se afilia com outras empresas que dominam o conhecimento que lhes fazem falta. Sobre esta questão Lima (2004), afirma que essa prática é uma alternativa que as empresas atualmente estão buscando para maximizar o retorno sobre seus ativos, pois ao transferir para terceiros reduzem-se investimentos em armazéns, transporte, tecnologia e mão de obra própria, transformando através da terceirização seus custos fixos em custos variáveis. Segundo o mesmo autor, as operações de cada elo da cadeia produtiva devem agregar valor e não custos, fato que tem levado as empresas a optarem por alianças e

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parcerias com outras empresas na busca da excelência e no fortalecimento para a competitividade. Neste contexto, “os negócios passam em parte a ser realizados por um conjunto de empresas: elas somam recursos e fazem intercâmbios técnicos e complementares, sem que percam sua independência” (FERNANDES e CARVALHO NETO, 2005 p.1), fragmentando ao máximo a cadeia de valor. Independente do tipo de relacionamento existente inter-empresa a fórmula de uma parceria de sucesso tem base na confiança, na clareza dos objetivos e no compartilhamento de interesse comum. De modo geral, o relacionamento está atrelado ao vínculo do contrato usado para se estabelecer à parceria. 2.4 A indústria de confecções A indústria de confecções é parte da cadeia têxtil com importância significativa tanto para o desenvolvimento e crescimento do próprio setor como para a economia do país. Para Gomes (2002, p.173) a indústria de confecções “constitui-se em uma das mais significativas para a economia e a sociedade brasileira, mobilizando cerca de US$ 25 bilhões ano, pulverizando esta soma por todo o território nacional”. De acordo com Victor (2008), no Estado do Ceará, a indústria de confecções constitui o principal pólo industrial da Região Nordeste, tanto em relação à quantidade produzida, como em relação à qualidade dos produtos. Neste cenário incluindo-se empresas de vários portes que proporcionam empregos diretos e indiretos na produção de roupas em geral. O números de empresas do setor representa 32% em relação a outros estabelecimentos, proporcionando 21% de emprego forma em relação aos sendo 21% formal a oferta de outros estabelecimentos (Figura 1). Figura 1 – Participação do Setor de Confecções no total de estabelecimentos industriais e emprego formal - 2007

Fonte: Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará Segundo Mendes (2007) no ano de 2005 a indústria de confecções cearense foi responsável por 19,.56% do emprego industrial total, ocupando 35.190 empregos formais. Em 2007 o setor gerou 41.835 empregos e o percentual de emprego formal passou para 21% em relação aos estabelecimentos industriais de outros setores da economia (tabela 1). No entanto, devido à informalidade de muitas empresas no setor, estima-se que os números se aproximem de 60.000 empregos em todo o Estado. Nesta informalidade está à maioria das empresas terceirizadas, também chamadas de “fundo de quintal” que trabalham para empresas de médio e de grande porte proporcionando aumento de produção para as mesmas atender suas demandas. De acordo com Mendes (2007) em 2004 as exportações foram US$ 19,1 milhões de dólares representando 2,2% sobre as exportações totais do Estado do Ceará. Em 2005 de janeiro a setembro, o setor exportou US$ 21,1 milhões de dólares, representando 4,42% do total das exportações de produtos industrializados do Estado. Em 2006, o Ceará ocupou a sexta posição no ranking nacional e em 2007, 2008 e 2009 o setor tanto exportou como importou produtos do vestuário (Gráfico1).

Emprego Formal Estabelecimentos

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Gráfico 1 - Importações e Exportações do Vestuário no Estado do Ceará

Fonte: Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará A demanda que alimenta o Setor de Confecções do Estado do Ceará advém do mercado cearense e de demais Estados brasileiros. Atualmente esta demanda tem aumentado com a exportação para Portugal, França, Espanha, México, Israel, EUA, Alemanha, Paraguai, Uruguaia e Cabo Verde, com maior proporção. Um dos segmentos de produto que tem excelente representatividade na exportação é o segmento de moda íntima, concentrando maior saída de volume de produtos no pólo industrial de Freicheirinha localizado no norte do Estado. Para atender a demanda do setor as empresas contam com a mão-de-obra dos terceirizados que por sua vez contratam pessoas para atender a necessidade de produção do terceirizante. Com isso, contribuem diretamente com a geração de empregos e consequentemente com o crescimento do pólo industrial do Estado. De acordo com Victor (2008) os terceirizados caracterizam-se como pequenos grupos de produção que prestam serviços a outras empresas sem nenhum vínculo, sendo remunerado por peça confeccionada. 3. Metodologia De acordo com Gil (2002) a pesquisa é de natureza qualitativa em relação à análise e interpretação dos resultados e, descritiva e explicativa em relação aos seus objetivos. Quanto aos procedimentos é uma pesquisa de campo e bibliográfica sobre temas relacionados à Terceirização e ao Setor de Confecções. O universo da pesquisa se constituiu de empresas terceirizadas de pequeno porte do Setor de Confecções da cidade de Fortaleza no Estado do Ceará. Sendo escolhidas intencionalmente empresas dos segmentos de jeans, de moda praia, de moda íntima e de modinha que trabalham com a terceirização, mais especificamente com o processo de montagem da peça, ou seja, a costura. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário igual para todas as empresas com perguntas abertas e fechadas relacionadas à terceirização e questões correlatas. Para não identificar o nome das empresas pesquisadas o autor usou as letras A,B e C como identificação das 3 empresas de cada segmento de produto.

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4. Apresentação e análise dos resultados A pesquisa apontou que todas as empresas dos 3 segmentos de produtos trabalham com terceirização. No entanto, sobre a relação de trabalho alguns aspectos foram comuns e noutros houve divergência (Quadro 1).

Quadro 1 - Análise cruzada dos dados

Jeans Praia Íntima Modinha Segmento Empresa A B C A B C A B C A B C

Tempo de existência

4 6 8 5 5 10 8 5 3 13 8 10

Funcionários 25 40 30 15 25 20 17 23 30 40 35 19

Produção/ mês

14.520

23.232

17.424

14.520

24.200

19.360

19.747

26.716

34.848

38.720

33.880

18.392

Trabalha somente com terceirização

não

sim

sim

não

não

não

não

sim

sim

sim

sim

não

É abastecido o ano todo com a terceirização

não

sim

sim

não

não

não

não

sim

sim

sim

sim

não

Gostaria de trabalhar somente com terceirização

sim

sim

sim

sim

sim

não

sim

sim

sim

sim

sim

sim

Como é contratado o serviço

verbal

verbal

verbal

verbal

verbal

verbal

verbal

verbal

verbal

verbal

verbal

verbal

Conhecimento da Leis e das Normas que tratam da terceirização

não

não

não

não

não

não

não

não

não

não

não

não

Sente-se seguro com a terceirização

não

não

não

não

não

não

não

não

não

não

não

não

O terceirizante tem compromisso com o pagamento

as

vezes

as

vezes

as

vezes

as

vezes

as

vezes

as

vezes

as

vezes

as

vezes

as

vezes

as

vezes

as

vezes

as vezes

Existe parda na relação

sim não não sim sim sim sim não não não não sim

Porque trabalha com a terceirização

Não tem mercado

Não tem mercado

Não tem mercado

Não tem mercado

Não tem mercado

Não tem mercado

Não tem mercado

Não tem mercado

Não tem mercado

Não tem mercado

Não tem mercado

Não tem mercado

Pretende continuar como terceirizado

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

sim

Fonte: Pesquisa direta Pontos Comuns

▪ Todas as empresas trabalham com terceirização; ▪ Todas as empresas são contratadas de forma verbal pelas empresas

terceirizantes; ▪ Todas as empresas desconhecem as Leis e as Normas que tratam da

terceirização; ▪ Todas as empresas sentem-se inseguras com a terceirização; ▪ Todas as empresas admitiram que as empresas terceirizantes não têm

compromisso com a prestação de contas do serviço terceirizado; ▪ Todas as empresas revelaram não ter mercado, por isso, trabalham como

terceirizados; ▪ Todas as empresas pretendem continuar na terceirização.

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Actas de Diseño. Facultad de Diseño y Comunicación. Universidad de Palermo. ISSN 1850-2032

Pontos Divergentes

▪ Nem todas as empresas trabalham exclusivamente com a terceirização. Da amostra 50% fabricam peças para vender e sustentar a estrutura quando estão desabastecidas;

▪ Da amostra apenas 50% das empresas são abastecidas de peças durante todo o ano pelos terceirizantes. As demais empresas trabalham com a terceirização somente a partir de julho quando as médias e grandes empresas se preparam para a demanda de final de ano. Dentre estas empresas inclui-se empresa A – segmento jeans; empresas A, B e C - segmento praia; - empresa A - segmento Íntima e empresa C - segmento Modinha ;

▪ Uma das empresas respondeu que não gostaria de trabalhar somente com a terceirização, no caso a empresa C do segmento praia. As demais empresas gostariam de ser exclusivamente terceirizados;

▪ Da amostra, 50% das empresas afirmaram ter perdas com a terceirização. No caso, empresa A - segmento Jeans; empresas A, B e C - segmento Praia; empresa A - segmento Íntima e empresa C - segmento Modinha.

Observou-se que somente as empresas que não são abastecidas o ano todo têm perdas com a terceirização. Isto está associado ao fato de que durante o período de desabastecimento estas empresas correm grandes risco de perder mão-de-obra, perder equipamentos para pagar demissões e perder capital de giro para se sustentar, ou seja, se desestruturarem como empresa. No entanto, apenas uma destas empresas manifestou não querer trabalhar exclusivamente como terceirizado. Portanto, a terceirização revelou ser um bom negócio para estas empresas. A pesquisa mostrou total desconhecimento dos terceirizados em relação às Leis e Normas que tratam da terceirização. Tanto que todas as empresas são contratadas de forma verbal e sem nenhuma garantia pelos serviços prestados. Considerando a quantidade de empresas. 12 (doze), o total de funcionários 319 (trezentos e dezenove) e o volume total de produção 285..559 peças/mês (duzentos e oitenta e cinco mil quinhentos e cinqüenta e nove) seria providencial ao Setor de Confecções constituir um modelo de contrato para trabalhar a terceirização de modo a proporcionar mais segurança para os terceirizados e melhores condições na relação de trabalho. Desse modo poderia fortalecer a parceria e garantir extensão na cadeia produtiva do setor. De acordo com os dados todas as empresas não tem mercado próprio, portanto, estão disponíveis para a terceirização. Cabe aos empresários do setor e aos sindicatos da categoria criar mecanismos para garantir a sustentabilidade das empresas terceirizadas e dá condições de continuarem na terceirização garantindo a prestação de serviços de atividades meio das empresas do setor. Referências FERNANDES, R; CARVALHO NETO, A. M. A gestão de pessoas e a terceirização. HSM Management, n. 25, out. 2005. FRANCESCHINI, F.; GALETTO, M.; VARETTO, M. Um modelo para terceirização. HSM Management. São Paulo, v.1, n.42, p. 74-80, jan./fev., 2004. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002 GIOSA, Lívio. Terceirização: uma abordagem estratégica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1994.

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