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Teoria Macroeconômica II Profa. Ana Reif 27/06/2018 1

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Teoria Macroeconômica II

Profa. Ana Reif

27/06/2018 1

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OBJETIVO

A disciplina complementa o conteúdo das disciplinas anteriorese utiliza o instrumental já disponível na análise dos debatessobre as flutuações econômicas do produto, do emprego e dospreços.

Apresentação do Curso

27/06/2018 2

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PROGRAMA

Parte I – Flutuações de Produto, Emprego e dos Preços

Revisão do modelo clássico (p.13) – Froyen 3 e 4

Revisão do modelo keynesiano (p.35) – Froyen 5 e 6

1. Síntese Neoclássica

• Revisão do modelo IS-LM (p.56) – Froyen 6 e 7

• Demanda, oferta agregada (W fixo) e desemprego involuntário (p.72) – Froyen 8

• Salário flexível e os efeitos Keynes e Pigou (p.93) – Busato,Pinto ou Serrano,Ribeiro

• Oferta agregada (W flexível) e a curva de Phillips keynesiana (p.98) – Froyen 8 e 10.3

• Oferta Agregada (mark-up), inflação de custo e conflito distributivo (p.107) – LV 9 e Sicsú

• Flutuações e política econômica (p.118) – Froyen 8 e 10.3

2. Monetarista

• Taxa natural de desemprego, expectativas adaptativas e a CP aceleracionista (p.124) – F.10

• Flutuações e política econômica (p.134) – Froyen, 9 e 10

Apresentação do Curso

27/06/2018 3

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PROGRAMA

Parte I – Flutuações de Produto, Emprego e dos Preços

3. Novo-Clássico

• Expectativas Racionais e a curva de Phillips (p.141) – Froyen, 11

• Modelo de ciclo monetário e política econômica (p.148) – Froyen, 11

• Modelo de ciclos reais de negócios e política econômica (p.155) – Froyen, 12

4. Novo Keynesiano

• Rigidez nominal de preços, salários e a rigidez real (p.162) – Froyen, 12

• NAIRU e Histerese (p.177) – Froyen, 12

• Recomendações de política econômica (p.181) – Froyen, 12

Apresentação do Curso

27/06/2018 4

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PROGRAMA

Parte II – Fundamentos da Demanda Agregada

5. Consumo

Modelo Clássico – consumo, poupança e escolha intertemporal (p.184) –Mankiw, 16 e SL, cap.4

Modelo Keynesiano - Função consumo e o paradoxo da parcimônia (p.200) – Froyen, 14

Síntese Neoclássica - Modelo do ciclo de vida (p.210) – Froyen, 14, Mankiw, 16 e SL.4

Monetarismo - Teoria da renda permanente (p.220) – Froyen, 14, Mankiw, 16 e SL.4

Novo-Clássicos - Expectativas racionais e o consumo agregado (p.226) –Froyen, 14, Mankiw, 16 e SL.4

Apresentação do Curso

27/06/2018 5

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PROGRAMA

Parte II – Fundamentos da Demanda Agregada

6. Função Investimento

Modelo Neoclássico de Investimento (p.238) - Mankiw, cap.17

Função de Investimento Keynesiana: Acelerador e Estoques (p.242) -Froyen, cap. 14 e Mankiw, cap.17

Q de Tobin (p.252) - Mankiw, cap.17

Restrição de Crédito ao Financiamento (p.256) - Mankiw, cap.17

Apresentação do Curso

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Bibliografia básica

FROYEN, R. T. (2013), Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 2ªed.

LOPES, L. M. & VASCONCELLOS, M. A. (org) (2008), Manual de Macroeconomia. São Paulo: Atlas,3ª.ed., 2008.

MANKIW, G.(2015), Macroeconomia, Rio de Janeiro: LTC, 8ªed.

SACHS, J. E LARRAIN, F. (2000), Macroeconomia, São Paulo: Pearson Makron Books.

Bibliografia Complementar

BUSATO, M.I. E PINTO, E.C. “Uma perspectiva reducionista da revolução keynesiano: a sínteseneoclássica”. Mimeo

http://www.ie.ufrj.br/intranet/ie/userintranet/hpp/arquivos/12._uma-perspectiva.pdf

CARVALHO, F.J.C., PIRES, SOUZA, F.E., SICSÚ, J., PAULA, L.F.R. e STUDART, R. (2015), EconomiaMonetária e Financeira. Rio de Janeiro: Campus.

SERRANO, F. E RIBEIRO, R.T. (2004). “Notas críticas sobre a curva de demanda agregada”. Economia-Ensaios, Uberlândia, 18(2)/19(1):123-143, jul-dez.

http://www.seer.ufu.br/index.php/revistaeconomiaensaios/article/download/1535/1364

SICSÚ, J. (2002). “Políticas Não-Monetárias de Controle da Inflação: uma proposta pós-keynesiana”.Revista Análise Econômica, ano 21, n. 39

SNOWDON, B. and VANE, H.R. (2005), Modern Macroeconomics: Its Origins, Development, andCurrent State. Cheltenham: Edward Elgar.

Apresentação do Curso

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AVALIAÇÕES

Provas Data Observações

P1 08.05 Pontos 1 a 3

P2 28.06 Pontos 4 a 6

Resultado e Vista P22ªCH P1 e P2

03.072ª CH P1 – Pontos 1 a 32ª CH P2 – Pontos 4 a 6

Resultado e Vista 2ªCH P1 e P2 05.07

PF (3,0 < M1 = (P1+P2)/2 < 6,0) 10.07 PF – Pontos 1 a 6

Resultados e Vista PF 12.07

Apresentação do Curso

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2ª chamadaMediante solicitação na Secretaria em prazo não superior a três (3) dias úteis após a realização da prova, nos seguintes casos:• condições de saúde que o(a) impeçam de se deslocar para a

Unidade;• estado de gestação a partir do oitavo mês e licença maternidade;• convocação para o serviço militar ativo;• convocação para júri;• participação em atividades científicas, desportivas ou artísticas

relacionadas com seu curso.

Aprovação• Frequência às aulas > 75% (número de faltas < 8)• M1 > 6,0 ou MF = (M1 e PF)/2 > 5,0

Apresentação do Curso

27/06/2018 9

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AVISOS

É proibida a gravação de áudio ou vídeo das aulas, a não serque haja autorização prévia por parte do professor.

Os registros que forem autorizados deverão servirexclusivamente para uso pessoal, sendo vedada a suadivulgação em qualquer meio de comunicação se nãopreviamente autorizada.

Apresentação do Curso

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Macroeconomia

SNOWDON, B. and VANE, H.R.

pgs. 3-9

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Busca compreender flutuações de curto prazo edeterminantes do crescimento de longo prazo.

Explicação para o funcionamento da economia e reaçõesfrente a políticas econômicas e choques de oferta e demanda.

Objetivo de assegurar crescimento econômico com elevadonível de emprego e baixa inflação.

Discordância sobre explicação teórica, evidência empírica econdução da política econômica.

Corrente ortodoxa (clássica): auto-ajuste do sistemaeconômico e espaço limitado para atuação do governo.

Corrente heterodoxa (keynesiana): não há auto-ajuste dosistema econômico e o governo deve assumir papel ativo.

Macroeconomia

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Revisão

Modelo Clássico

Froyen, caps.3 e 4

27/06/2018 13

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Modelo Clássico

Economistas clássicosEstrutura teórica pré-keynesiana (ex. Smith, Ricardo, J.S.Mill)

Pressupostos

• Agente racional e maximizador

• Informação perfeita e expectativas estáveis

• Concorrência perfeita e preços perfeitamente flexíveis

• Trocas ocorrem aos preços que equilibram todos os mercados

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Produção

Função de produção agregada: Y = F (K,N)

Onde:•Y: produto•K: estoque de capital (instalações e equipamentos), fixo no curto prazo•N: quantidade de insumo trabalho homogêneo•População constante no curto prazo•Estado da tecnologia constante no curto prazo

Hipóteses•Y por (K ou N) e/ou melhorias tecnológicas•Retornos constantes a escala: zY = F(zK,zN)•Produtividade marginal do fator é decrescente

Modelo Clássico

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1 2 3 4 5 6 7

1

2

3

4

5

6

7

2

68

10

121416182022

24262830

4

Y

N

N

PMgN

0

-11 2 3 4 5 6 7

8

-2

A

B

C

D

EF G

B C

D

E

F

G

H

H

Produção

Y = F (K,N) = F(N)

Ponto N Y PMgN=Y/N

A 0 0 0

B 1 8 8

C 2 16 8 Constante

D 3 22 6 Decrescente

E 4 26 4 Decrescente

F 5 28 2 Decrescente

G 6 28 0 Nula

H 7 26 -2 Negativa

Modelo Clássico

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Produção

Y = F (K,N)

CP

Alteração no insumo trabalho

LP

Aumento do estoque de capitalY = F(K’,N)

Melhoria tecnológicaY = F’(K,N)

Y

Yo

NNo

NNo

PMgN

Y = F(K,N)

PMgN

Y1

Y = F(K’,N) ouY = F’(K,N)

PMgN’

PMgN1’

PMgNo

N1

PMgN1

Modelo Clássico

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Emprego

• Demanda por trabalho

Condição de maximização de lucro:P = CMg = W / PMgN ou W = PMgNxP ou PMgN = W / P

W/P = 4/1

1

2

3

4

5

6

7

N

PMN, W/P

0

-11 2 3 4 5 6 7

8

-2

B C

D

E

F

G

H

W/P = 6/1

Modelo Clássico

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Emprego

• Demanda por trabalho agregada:Nd = f(W/P)(-)

1234567

0

8

1 2 3 4 5 6 87

PMN, W/P

N

1

2

3

4

5

6

7

N0

-16 10

8

-2

PMN, W/P

Firma 1

Firma 2

1234567

0

8

1 2 3 4 5 6 87

PMN, W/P

N

Modelo Clássico

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Emprego

• Oferta de trabalho individual

C

B

A

U2

U1

Uo

Renda Real

2415 16 18

(W/P=4)(4x24=96)

(W/P=3)(3x24=72)

(W/P=2)(2x24=48)

Trade-offRenda-Lazer

Horas de trabalho por dia

Horas de lazer por dia

W/P

4

3

2

6 8 9

Curva de oferta de trabalho

(RRA = 2x6=12)

(RRB = 3x8=24)

(RRC = 4x9=36)

A

B

C

Modelo Clássico

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Emprego

• Oferta de trabalho agregada:Ns = g(W/P)(+)

Horas trab./dia

W/P

4

3

2

2 5 6

Horas trab./dia

W/P

4

3

2

2 8 10

Horas de trabalho por dia

W/P

4

3

2

4 13 16

Indivíduo 1

Indivíduo 2

Modelo Clássico

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Emprego

•Equilíbrio no mercado de trabalho

NNo

W/PNs=g(W/P)

Wo/Po

PMgN = Nd=f(W/P)

Wo/2Po

N1N1’

2Wo/2Po=

Excesso de demanda

Excesso de oferta

2Wo/Po

Modelo Clássico

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Produto e emprego de equilíbrio

•Curva de oferta agregada clássica

NNo

W/PNs=g(W/P)

3Wo/3Po=2Wo/2Po=

Wo/Po

PMgN = Nd=f(W/P)

Y

N

Y = F(K,N)Yo

No Y

P

3Po

2Po

Po

Yo

Modelo Clássico

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Produto e emprego de equilíbrio

•Variáveis exógenas:- tecnologia,- estoque de capital,- crescimento populacional,- preferência em

relação ao trabalho-lazer

•Variáveis endógenas: W/P, N, Y

Y

Yo

NNo

NNo

W/PNs

(W/P)o

Y = F(K,N)

PMgN = Nd

Y1

Y = F(K’,N) ouY = F’(K,N)

PMgN’ = Nd’

Ns’

(W/P)1

N1

N1

(W/P)1’

Y

P

Yo Y1

Modelo Clássico

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A teoria clássica da taxa de juros

C(r): consumo é função da preferência intertemporal dos agentesS(r): poupança (oferta de fundos de empréstimo)I(r): investimento (demanda de fundos de empréstimo)r: taxa real de juros

S,I

r

ro

S = I

S

I

Y = C(r) + I(r) = C(r) + S(r)S(r) = Y – C(r) = I(r)

Modelo Clássico

27/06/2018 25S,I

r

ro

So = Io

S

r1

S1 = I1

S

I

A

B

S’

Alteração na preferência intertemporal dos agentes, p.ex., não altera demanda agregada.

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Teoria Quantitativa da Moeda

•Equação de trocas: MV PT

M: quantidade de moedaV: velocidade de transações da moeda (V PT / M)P: índice de preçosT: volume de transações

Ex. MV = PT: 300.V = 1200 => V = 4

•Equação de trocas em termos de renda: MV PY

V: velocidade-renda da moeda (V PY / M)P: índice de preços do produto produzido no períodoY: nível de produção corrente

Modelo Clássico

27/06/2018 26

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Teoria Quantitativa da Moeda

•Versão de Fisher: equação de trocas como expressão daproporcionalidade entre oferta de moeda e nível de preços

MV = PY ou P = MV / Y

Y: medida da atividade econômica real determinada pela ofertaM: quantidade de moeda controlada exogenamente pelaautoridade monetáriaV: velocidade da moeda determinada pelos hábitos depagamento e pela tecnologia de pagamentos da sociedade(fatores institucionais fixos no curto prazo).

=> Quantidade de moeda determina o nível de preços

Modelo Clássico

27/06/2018 27

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Teoria Quantitativa da Moeda

•Abordagem de Cambridge para TQM: Md = kPY

Md: demanda por moeda para transaçãoP: nível de preçosY: renda realk: proporção ótima da renda a ser mantida em forma de moeda (estável no curto prazo).

Equilíbrio do mercado monetário: M = Md = kPY

M: oferta exógena de moedaY: produto real determinado pelas condições de oferta

=> Quantidade de moeda determina o nível de preços

Modelo Clássico

27/06/2018 28

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Teoria Quantitativa da Moeda

•Abordagem de Cambridge para TQM (teoria implícita da demanda)

Mecanismo de transmissão da moeda para preço: Equilíbrio do mercado monetário: M = Md = kPY

M’ > M = Md => k’PY > kPY onde k’ > k

=> C I para k’ = k => P sendo Y

•Equivalência formal: V = 1/k

o versão de Fisher: MV = PYo equação de Cambridge: M.(1/k) = PY

Modelo Clássico

27/06/2018 29

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Teoria Quantitativa da Moeda

•Oferta e demanda agregadas no sistema clássico

MV = PY ou M = Md = kPY

Y

P

Po

P1

P2

Yd (Mo)

Yd (M1)

Yo=Y1=Y2

Yd (M2)

Ys

Modelo Clássico

27/06/2018 30

Y

P

PoYd (Mo)

Yo=Y1

Ys

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O processo cumulativo de Wicksell

Relação entre moeda e preços se dá através dedois mecanismos:

• Mecanismo direto: M => saldos reais =>demanda => P (TQM tradicional, numaeconomia de moeda pura)

• Mecanismos indireto: M => r =>demanda => P (numa economia combancos)

Processo cumulativo não-explosivo:

P => Md => saques/drenagem de reservasdos bancos => bancos desejam reduzirempréstimos => r em direção a r0

Y

P

P0

Y0

r

r0

S = I

S

I

Yd (M0)

MV = PYM = Md = k.PY

I,S

Yd (M1)

P1

Ys

27/06/2018 31

Y = C(r) + I(r)S(r) = Y – C(r) = I(r)

Implicações de política econômica no modelo de equilíbrio clássico

• Política Monetária: ΔM => ΔP

Fonte: Carvalho et al. (2015: cap. 3)

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Implicações de política econômica no modelo de equilíbrio clássico

• Política Fiscal – financiamento do déficit por venda de títulosG: gastos governamentaisT: receita tributária(G-T): déficit público

S,I, G-T

r

ro

So = Io

S

I

I + (G – T)r1

S1= I+ (G – T)

(G – T)

S,I

AB

Crowding-out ou efeito deslocamentoΔG = - (ΔC + ΔI)

Y

P

PoYd (Mo)

Yo=Y1

Ys

Modelo Clássico

27/06/2018 32

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Equilíbrio entre oferta e demanda agregada no modelo clássico

NN0

W/PNs=g(W/P)

W0/P0

Nd=f(W/P)

Y

N

Y = F(K,N)Y0

N0 Y

P

P0

Y0

r

r0

S = I

S

I

Yd (M1)

MV = PYM = Md = k.PY

Y = C(r) + I(r) = C(r) + S(r)S(r) = Y – C(r) = I(r)

I,S

Modelo Clássico

27/06/2018 33

Page 34: Teoria Macroeconômica II - ie.ufrj.br · OBJETIVO A disciplina complementa o conteúdo das disciplinas anteriores e utiliza o instrumental já disponível na análise dos debates

Economistas clássicos

• Tendência de autoajuste da economia

Economia opera a pleno emprego Lei de Say: “a oferta cria a sua própria demanda”

• Dicotomia entre fatores que determinam variáveis reais e nominaisofatores reais (lado da oferta) determinam variáveis reaisofatores monetários determinam variáveis nominais

Neutralidade da Moeda

• Política econômica não intervencionista

Modelo Clássico

27/06/2018 34

Page 35: Teoria Macroeconômica II - ie.ufrj.br · OBJETIVO A disciplina complementa o conteúdo das disciplinas anteriores e utiliza o instrumental já disponível na análise dos debates

Revisão

Modelo Keynesiano

Froyen, caps.5 e 6

27/06/2018 35

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Modelo Keynesiano

Condições para o Produto de Equilíbrio

Demanda: Y = E = C + IProduto: Y C + IrRenda: Y C + S

Y: produto totalE: demanda agregadaC: consumo das famíliasI: demanda desejada por investimentos pelas empresas

Ir: investimento realizado (Ir = I + Δindesej.estoque)S: poupança agregada

Hipótese: nível agregado de preços é fixo e mudanças nas variáveisrefletem variações em termos reais (existência de capacidade ociosa).

P

Y

Ys

Yd

27/06/2018 36

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Demanda Agregada

• Consumo

Função consumo: C = a + bY,

onde a > 0 , 0 < b < 1

a: componente autônomo

do gasto em consumo

b: PMgC = ΔC / ΔY

C = a + bY

C

Y

a

inclinação = b

ΔY

ΔC

C=a+bY

Modelo Keynesiano

27/06/2018 37

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Demanda Agregada

• Consumo

Y C + S

Função PoupançaS = Y – C

= Y – (a + bY)= -a + (1-b)Y

PMgS = (1-b) = ΔS / ΔY

PMgC + PMgS = b + (1-b) = 1

S

Y -a

inclinação = (1-b)

ΔY

ΔS

S = -a + (1-b)Y

Modelo Keynesiano

27/06/2018 38

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Demanda Agregada

• Investimento

I = I (r, Re)

r: taxa de jurosRe: retorno esperado

Expectativas de longo prazo são formuladas seguindo padrãoconvencional de projeção do passado, em acordo com a médiado mercado, mas sujeitas a revisões imprevistas, o que torna ademanda por investimento potencialmente instável.

Modelo Keynesiano

r

ro

Io I1

A

Br1

C

27/06/2018 39

I

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Determinação da renda de equilíbrio

Y = E = C + IC = a + bY

Y = a + bY + IY – bY = a + I(1-b)Y = a + I

ത𝑌 =1

1 − 𝑏𝑎 + 𝐼

Como

C + I = Y C + S=> I = S

C,I

a+I

a

C = a + bY

E = C + I

45o

YYo Y

I+G

I, S

I

YYo Y

A

A

S

Y1

Y1

Modelo Keynesiano

27/06/2018 40

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Determinação da renda de equilíbrio

Y = multiplicador dos gastos autônomos x gastos autônomos

Y = C+ I

ത𝑌 =1

1 − 𝑏𝑎 + 𝐼

Ex.

b = 0,5: 1/(1-b) = 2

b’ = 0,8: 1/(1-b) = 5

b’’= 0,9: 1/(1-b) = 10

C,I,G

45o

Y

A

a+I

E = C + I

Y

Modelo Keynesiano

27/06/2018 41

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Mudanças na renda de equilíbrio

• Mudança noinvestimento autônomo

Y = C + I = C + S

Δത𝑌 =1

1 − 𝑏Δ𝐼

Δത𝑌 = Δ𝐶 + Δ𝐼 = Δ𝐶 + Δ𝑆

C,I

a+I1

E1 = C + I1

45o

YYo Y1

ΔI

I,S

I1

Y

A

A

S

Eo = C + Io

BB’

a+Io

Io

Yo Y1

ΔI

B

Modelo Keynesiano

27/06/2018 42

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Mudanças na renda de equilíbrio

• Gastos governamentais e impostos(função de decisõesde política econômica)G: gastos governamentaisT: arrecadação tributária

Y = C + I + G = C + S + T

C,I,G

a-bTo+Io+G1

E1 = C + Io + G1

45o

YYo Y1

ΔG

I,G,S,T

Io+G1

Y

A

A

S+ToDY =1

1- bDG

bG

Y

−=

1

1

Eo = C + Io + Go

BB’

a-bTo+Io+Go

Io+Go

Yo Y1

ΔG

B

DY = DC+DI +DG= DC+DS+DT

Modelo Keynesiano

27/06/2018 43

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Moeda no sistema keynesiano

•Taxa de juros e a demanda agregada

r

ro

Io I1

A

Br1

C,I

a+I1

E1 = C + I1

45o

YYo Y1

ΔI1

A

Eo = C + Io

B

a+Io

Modelo Keynesiano

27/06/2018 44

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Moeda no sistema keynesiano

•Taxa de juros e a demanda agregadaImpacto da elasticidade-juros do investimento

C,I

a+I1

E1 = C + I1

45o

YYo Y1

ΔI1

A

Eo = C + Io

B

Ca+Io

r

ro

Io I1

A

Br1

I2

a+I2ΔI2

E2 = C + I2C

Y2

Modelo Keynesiano

27/06/2018 45

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Moeda no sistema keynesiano

•Teoria keynesiana da demanda por moeda

o Demanda para transações:

Y Mdt (Keynes)Representa necessidade do dinheiro para realizar os gastos correntes deaquisição de bens e serviços na economia uma vez que a moeda é o meio depagamento. Viabiliza transações com padrão global previsível, que dependemdo montante da renda e que serão realizados entre o recebimento da renda eseu desembolso.

r Mdt (Tobin-Baumol)Agente deixa apenas parte da sua renda como moeda para fazer frente àstransações, visto que pode vender títulos se necessário para realizar gastoscorrentes. Nível de retenção de títulos busca maximizar diferença entre ganhode juros com aplicação e custo administrativo e de perda de oportunidaderesultante da aplicação.

Modelo Keynesiano

27/06/2018 46

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Moeda no sistema keynesiano

•Teoria keynesiana da demanda por moeda

o Demanda precaucionária: Y Mdp

Influenciado pela incerteza quanto a prazo, montante e natureza dasdespesas que deverão ser realizadas.

Keynes contudo simplificou a função de demanda precaucionária,estabelecendo que a quantia média de gastos inesperados estavacorrelacionada com a renda, permitindo, assim, que os saldos por precauçãopudessem ser adicionados aos saldos para transação num mesmo período derenda.

=> demanda por moeda para transação e precaução = Mdt

Modelo Keynesiano

27/06/2018 47

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Moeda no sistema keynesiano

•Teoria keynesiana da demanda por moeda

o Demanda especulativa: r Mde

Depende das expectativas quanto ao comportamento futuro da taxa de jurose que influencia as possibilidade alternativas de aplicação de capital semdata especificada.

Keynes sugere que os agentes, de acordo com suas experiências, formamuma referência sobre a taxa de juros normal para economia, que é usadapara balizar suas decisões frente a diferentes situações de mercado.

Modelo Keynesiano

27/06/2018 48

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Moeda no sistema keynesiano

•Teoria keynesiana da demanda por moeda

o Demanda especulativa: r Mde

PB = C/r

PB = 1.000, C = 100, r=10% Investimento inicial1000 = 100/0,10

r=20% => PB = 500 Perda de Capital (ΔPB < 0)500 = 100 / 0,20

r=5% => PB = 2.000 Ganho de Capital (ΔPB > 0)2000 = 100/0,05

Modelo Keynesiano

27/06/2018 49

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Moeda no sistema keynesiano

•Teoria keynesiana da demanda por moeda

oDemanda especulativa: r Mde

Retorno esperado:RM = 0 (supondo inflação = 0)RB = r + ΔPB, onde ΔPB > 0 ganho de capital esperado

ΔPB < 0 perda de capital esperadaPB = C/rPB = 1.000, rn=10%r=11,0%, C = 110, ΔPB = 100, RB = 210 => Mde

i = 0r=9,5%, C = 95, ΔPB = -50, RB = 45 => Mde

i = 0r=9,0%, C = 90, ΔPB = -100, RB = -10 => Bd

i = 0

Taxa de juros crítica (rci) iguala a perda de capital esperada aos

ganhos com juros dos títulos.

Modelo Keynesiano

r

(Whi – Mdti)

Mdei

rci

rni

Mdti + Mde

i = Mi

Mi + Bi = Whi

27/06/2018 50

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Moeda no sistema keynesiano

•Teoria keynesiana da demanda por moeda

oDemanda especulativa: r Mde

Supondo rc relativamente fixa para cada agente

Ursos: r < rci logo PB > PB*

Expectativa: r e PB => Bdi = 0

Touros: r > rci logo PB < PB*

Expectativa: r e PB => Mdei = 0

Modelo Keynesiano

27/06/2018 51

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Moeda no sistema keynesiano

•Teoria keynesiana da demanda por moeda

oDemanda especulativa

Na parte plana da curva de demanda por moeda, considera-se que aeconomia opera em situação de Armadilha da Liquidez, onde o baixoretorno dos juros é incapaz de compensar a expectativa de desvalorizaçãodo título e qualquer aumento da oferta de moeda é absorvido semimpacto significativo sobre a taxa de juros.

r

Mde

Modelo Keynesiano

27/06/2018 52

Quão menor a taxa de juros, maior onúmero de agentes que acredita que ataxa de juros vai subir e o preço dostítulos vai cair e por isso maior ademanda por moeda pelo motivoespeculativo (para eventual compra dostítulos na baixa).

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Moeda no sistema keynesiano

•Teoria keynesiana da demanda por moeda

oDemanda total por moeda:

A demanda total por moeda depende dos recursos demandados parasatisfazer os motivos transação e precaução, que são função positiva do nívelde renda e negativa do nível de juros, e o motivo especulação, que varianegativamente em relação à taxa de juros.

+ -Mdt + Mde = Md = L(Y,r)

Será considerada a seguinte função linear por moeda:

Md = c0 + c1Y – c2r onde c1 > 0; c2 > 0

c1: aumento na demanda por moeda por aumento unitário da rendac2: declínio da demanda por moeda por aumento unitário da taxa de juros

Modelo Keynesiano

27/06/2018 53

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Moeda no sistema keynesiano

•Mercado monetário

M

r

Md(Y1)

r1

r0

Excesso inicial de demanda de moeda

Md(Y0)

Ms = Ms0

t0: Md = c0 + c1Y0 – c2r

M

r

Md(Y0)

Ms0

r1

Ms1

r0

Excesso inicial de oferta de moeda

Md = c0 + c1Y – c2r , Y = Y0

t0: Ms = Ms0

Ms0

t1: Ms = Ms1, onde Ms

1 > Ms0 t1: Md = c0 + c1Y1 – c2r , onde Y1 > Y0

r1 < r0 r1 > r0

Modelo Keynesiano

27/06/2018 54

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Moeda no sistema keynesiano

• Política Monetária

Efeito da Política Monetária depende da elasticidade-juro da demanda por moedae da elasticidade-juro do investimento, portanto sua eficácia é incerta.

Modelo Keynesiano

M

r

Md(Y0)

Ms0

r1

Ms1

r0

r

ro

Io I1

A

Br1

C,I,G

a+I1

E1 = C + I1

45o

YYo Y1

ΔI1 A

Eo = C + Io

B

a+Io

Y

27/06/2018 55

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27/06/2018 56

Parte I – Flutuações de Produto,

Emprego e dos Preços

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Revisão

Modelo IS-LM

Froyen, caps.6 e 7

27/06/2018 57

1. Síntese Neoclássica

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Modelo IS-LM

Determina o nível de renda (Y) e a taxa de juros (r) que equilibramsimultaneamente o mercado de bens e serviços e o mercadomonetário.

IS: Y e r que equilibram mercado de bens e serviços

LM: Y e r que equilibram mercado monetário

Modelo IS-LM

Y

r

IS

r0

Y0

• E

LM

27/06/2018 58

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Construção da curva IS

Condição de equilíbrio no mercado de bens e serviços (economiafechada e sem governo)Y = C + I = C + S

• ConsumoC = a + bY

• InvestimentoI = I – i1r , sendoI: investimento autônomo,-i1 = ΔI/Δr e i1 > 0

Inclinação IS: além da propensão marginal a consumir, principal fatordeterminante é a elasticidade-juros do investimento (i1) – quão maiori1, mais plana a curva IS.

IS:Y =1

1-ba+ Ié

ëùû-

i1r

1-b

Y

r

IS

C

B

A

Y1Y0 Y2

r1

r0

r2

Modelo IS-LM

27/06/2018 59

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Deslocamento da curva IS

Condição de equilíbrio no mercado de bens e serviços:

Y = C + I + G

A curva IS será deslocado quando qualquer componente dos gastosautônomos mudar: a, T, I, G, com destaque para alterações no investimentoautônomo ou na política fiscal.

Y

r

IS’(a,I,G,T)C

B

A

Y1Y’0 Y2

r1

r0

r2

Y0

IS

∆𝐴

1 − 𝑏

IS: Y =𝐴

1 − 𝑏

Y

C, I,G

[C + I+ G1]’

45o

[C + I + G0 ]

Y1Y0

ΔA

∆𝐴

1 − 𝑏

Modelo IS-LM

27/06/2018 60

MXGriIbTab

YIS −++−+−−

= 101

1: ]

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Construção da curva LM

Demanda por moeda: Md = L(Y, r) = c0 + c1Y – c2r, c1 > 0; c2 > 0

Equilíbrio no mercado monetário

Inclinação LM: elasticidade-renda (c1) e elasticidade-juro (c2) dademanda por moeda – menor c1 e maior c2, mais plana a curva LM.

M

r

Md(Y1)

Ms0

r1

r0

Md(Y0)

r2

Md(Y2)

Y

r

Y1

LM

r1

r0

Y0

r2

Y2

LM : r =c0

c2

-M s

c2

+c1

c2

YM s = M d = c0 +c1Y-c2r

Modelo IS-LM

27/06/2018 61

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Deslocamento da curva LM:

• Mudança na oferta de moeda (variável de política econômica)

M

rMs

0

Y

rLM0

Y0

Md(Y0)r1

r0

Y1

Ms1

A

B r1

r0

LM1

A

B

C

ΔMs

r =c0

c2

-M s

c2

+c1

c2

Y

c0

c2

-M0

s

c2

c0

c2

-M1

s

c2

Modelo IS-LM

27/06/2018 62

Page 63: Teoria Macroeconômica II - ie.ufrj.br · OBJETIVO A disciplina complementa o conteúdo das disciplinas anteriores e utiliza o instrumental já disponível na análise dos debates

Deslocamento da curva LM:

• Deslocamento da função demanda por moeda

Mudança na quantidade de moeda demandada para os mesmos níveis de taxade juros e renda em função de alteração na preferência pela liquidez.

M

rMs

0

Y

r

LM0

Y0

Md0(Y0)

r1

r0

r1

r0

LM1

A

B

Md1(Y0)

A

B

onde c’0 > c0r =c0

c2

-M s

c2

+c1

c2

Y

c0

c2

-M0

s

c2

2

0

2

0

,

c

M

c

c s

Modelo IS-LM

27/06/2018 63

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Política Econômica no modelo IS-LM

As ações de política econômica influenciam o nível de renda e a taxa de

juros de equilíbrio.

IS: Y e r que equilibram mercado de bens e serviços

LM: Y e r que equilibram mercado monetário

Yc

c

c

M

c

crLM

s

2

1

22

0: +−=Y

r

IS

r0

Y0

• E

LM

rcYccMM ds

210 −+==

Modelo IS-LM

27/06/2018 64

MXGriIbTab

YIS −++−+−−

= 101

1: ]

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Política Econômica no modelo IS-LM

Y

r

IS

r0

Y0=Y1

A

LM0 (Ms0)

LM1(Ms1)

Br1

Y2

r2C

Política Monetária ExpansionistaMs

1 > Ms0

Elevação da oferta de moeda provoca quedada taxa de juros, que estimula o investimento eaumenta o nível de renda. A queda dos juros ea aumento da renda elevam a demanda pormoeda num movimento que segue até que osmercados monetário e de bens e serviços sereequilibrem.

Modelo IS-LM

27/06/2018 65

Política Fiscal ExpansionistaG1 > G0

Y

r

IS0

r0

Y0

LM

r1

Y1Y2

IS1

BA

C

Elevação dos gastos do governo gera aumentodo nível de atividade e, consequentemente, nademanda por moeda, pressionando os juros ereduzindo o investimento, o que contrabalançaem parte o efeito sobre a renda da elevação dosgastos do governo (efeito crowding-out parcial).

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Combinação de Política Fiscal e Monetária

Y

r

IS0

r0 = r3

Y0

LM0

r1

Y1=Y2 Y3

IS1

B

AC

LM1

D

r2

Sobre:Efeito de:

M G T

Y + + -

r - + -

(+) indica impacto na mesma direçãoda política sobre variável(-) indica impacto na direção opostada política sobre variável

Combinação de Políticas Fiscal e Monetária expansionistas:

elevação dos gastos do governo estimula a economia (B) e a expansão da ofertade moeda impede a elevação da taxa de juros (D), eliminando o impactonegativo da queda do investimento.

Modelo IS-LM

27/06/2018 66

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Política Econômica e o caso clássico

Caso clássico (LM vertical)Demanda por moeda insensível à taxa de juros (c2 = 0)Investimento muito sensível à taxa de juros (i1 alto e IS mais plana)

Y

r

LM

Y0 = Ms0 – c0

c1

IS

Modelo IS-LM

27/06/2018 67

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Política Econômica e o caso clássico

Política Fiscal ineficaz

A Política Fiscal expansionista gera pressão sobre o mercado monetário, que,dada a inelasticidade-juros da demanda por moeda, se traduz integralmenteem pressão de alta sobre os juros, reduzindo o investimento no mesmomontante da elevação dos gastos públicos (efeito crowding-out total).

Y

rLM

IS

IS’

Modelo IS-LM

27/06/2018 68

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Política Econômica e o caso clássico

Y

rLM

IS

LM’

A Política Monetária expansionista geragrande pressão de baixa na taxa de juros,dada a inelasticidade-juros da demanda pormoeda, que eleva o investimento (altamentesensível à taxa de juros) até que o aumentoda renda e demanda por moeda pelo motivotransações reequilibre o mercado monetário.

Modelo IS-LM

27/06/2018 69

Y

rLM

(M/P = M’/P’)

IS

LM’(M’/P)

A Política Monetária expansionista geraqueda da taxa de juros e aumento doinvestimento, o que, em condições de plenoemprego e preços flexíveis, se reflete emexcesso de demanda e elevação dos preços,anulando o aumento inicial dos encaixesreais (M/P = M’/P’).

Política Monetária ineficaz (pleno emprego e preços flexíveis)

Política Monetária eficaz (capacidade ociosa e preços constantes)

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Política Econômica e o caso Keynesiano

Caso keynesiano (LM horizontal – Armadilha da Liquidez)Elasticidade-juros da demanda por moeda infinita (c2 = ∞)Investimento menos sensível à taxa de juros (i1 baixo e IS maisinclinada)

Y

r

LM

IS

Modelo IS-LM

27/06/2018 70

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Política Econômica e o caso Keynesiano

Política Fiscal eficaz Política Monetária ineficaz

Y

r

LM

IS IS’Y

r

LM

IS

A Política Fiscal expansionista geraelevação da renda sem desestimular oinvestimento, tendo em vista a elevadasensibilidade da demanda por moeda àtaxa de juros, que reequilibra o mercadomonetário com uma pequena variaçãodos juros.

A Política Monetária expansionista não écapaz de gerar queda significativa da taxa dejuros, tendo em vista a elevada sensibilidadeda demanda por moeda à taxa de juros, oque é agravado pela baixa sensibilidade doinvestimento à variação da taxa de juros, que,portanto, pouco aumenta, gerando pequenaelevação da renda.

LM’

Modelo IS-LM

27/06/2018 71

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Demanda, Oferta Agregada (W fixo)

e

Desemprego Involuntário

Froyen, cap. 8

Keynes, TG, cap.227/06/2018 72

1. Síntese Neoclássica

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Demanda Agregada

27/06/2018 73

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Curva Demanda Agregada Keynesiana

• Modelo IS-LM

Combinação de renda e taxa de juros que equilibramsimultaneamente o mercado monetário e igualam o produto àdemanda, considerando preços e salários fixos.

• Demanda Agregada

Determina o nível de produto demandado a cada nível de preçosde forma que tanto o mercado de bens quanto o mercadomonetário estejam em equilíbrio.

Demanda Agregada

27/06/2018 74

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Curva Demanda Agregada Keynesiana

Impacto de mudança no nível de preços sobre o modelo IS-LM

IS: Y = C + I + G

onde C, I, G e T são determinadas em termos reais e, portanto, nãosão afetados diretamente por mudanças no nível de preços.

LM: Ms = Md = c0 + c1Y – c2r, onde Ms = M/P

logo, mudanças no nível de preços afetam a oferta real de moeda

Demanda Agregada

27/06/2018 75

Y =1

1- ba+ I +G-bTé

ëùû-

i1r

1- b

r =c0

c2

-M s

c2

+c1

c2

Y

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Curva Demanda Agregada Keynesiana

Demanda Agregada

27/06/2018 76

r

Y

IS0

P

Y

Yd (M0)

LM (M0/P2)LM (M0/P1)

LM (M0/P0)

A

A

B

B

C

C

Y0

Y0Y1

Y1Y2

Y2

P0

P1

P2

r0

r1

r2

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Inclinação da Curva de Demanda Agregada Keynesiana

Demanda Agregada

27/06/2018 77

r

Y

IS0

P

Y

Yd (M0)

LM (M0/P1)LM (M0/P0)

A

A

B

B

Y0

Y0 Y1

Y1

P0

P1

r0

r1

r

Y

IS0

P

Y

Yd (M0)

LM (M0/P1)

LM (M0/P0)

A

A

B

B

Y0

Y0 Y1

Y1

P0

P1

r0

r1

i1 b

c2 c1

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Deslocamento da Curva de Demanda Agregada Keynesiana

Demanda Agregada

27/06/2018 78

r

Y

IS0

P

Y

Y0d (M0)

LM (M1/P0)

LM (M0/P0)

A

A

B

B

Y0

Y0 Y1

Y1

P0

r0

r1

Y1d (M1)

• Política Monetária Expansionista • Política Fiscal Expansionista

r

Y

IS0

P

Y

Y0d (G0)

LM (M0/P0)

A

A

B

B

Y0

Y0 Y1

Y1

P0

r0

r1

Y1d (G1)

IS1

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Curva de Demanda e Oferta Agregadas Keynesianas

Demanda e Oferta Agregada

27/06/2018 79

P

Y

Ys

P0

P1

Yd0

Yd1

A

C

B

Y0 Y1 Y’1

P

Y

Ys

P0

Yd0

Yd1

A B

Y0 Y1

P

Y

Ys

P0

Yd0

Yd1

A

B

Y0

P1

P

Y

Ys

P0

P1

Yd0

Yd1

A

C

B

Y0 Y1 Y’1

O impacto de variações da demanda sobre o produto depende das condições de oferta,influenciada pelo mercado de trabalho. O modelo IS-LM, em sua versão mais simples, considera acurva de oferta horizontal e preços fixos, em situação de grande capacidade ociosa e desemprego,hipótese flexibilizada a seguir a partir do estudo do mercado de trabalho.

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Oferta Agregada

(com salários nominais rígidos)

27/06/2018 80

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Modelo de preços flexíveis e salário monetário fixo

No modelo keynesiano, o nível de emprego e o salário real serãodeterminados pela produção, condicionada pela demanda.

Destaque para rigidez de salários monetários frente à pressão dequeda em situações de excesso de oferta de trabalho.

Oferta Agregada (W fixo)

27/06/2018 81

W

PMgN.P

Ns

W

N0 N

Excesso de ofertaDesemprego

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Modelo de preços flexíveis e salário monetário fixo

27/06/2018 82

Y

N

Y = F(N, K)

W/P

N

NsW/P0

W/P1

W/P2

Excesso de oferta

Nd=PMgN

P

Y

Ys

W

N

Ns

W

PMgN.P0

PMgN.P1

PMgN.P2

N0 N1 N2

N0 N1 N2

N0 N1 N2

Y0 Y1 Y2

Y0

Y1

Y2

P0

P1

P2

Y*

Yd Yd’Yd”

A curva de oferta, na visãokeynesiana, considerandouma economia que operacom desempregoinvoluntário, seriapositivamente inclinada ecapaz de atender a elevaçõesda demanda por meio deelevações da produçãoacompanhada de elevaçõesde preços, para dado salárionominal, de forma aassegurar a condição demaximização de lucro

(Nd = W/P).

Oferta Agregada (W fixo)

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Demanda, Oferta Agregada (W fixo) e o

Desemprego Involuntário

27/06/2018 83

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Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico

Modelo Clássico

27/06/2018 84

NN1

W/P Ns=g(W/P)

W2/P2=W1/P1

Nd=f(W/P)

Y

N

Y = F(K,N)

Y1

N1 Y

P

P1

Y1

r

r1

S = I

S

I

Yd (M1)

MV = PYM = Md = k.PY

D = C(r) + I(r) = YS(r) = Y – C(r) = I(r)

I,S

Desemprego Involuntário

Yd’ (M2)

P2

W0/P1

W1/P2=W2/P1

Flexibilidade de preços esalários assegura plenoemprego e flexibilidadeda taxa de juros asseguraque produto de plenoemprego será vendido(lei de Say) – curva deoferta vertical.

Variações na oferta demoeda afetam apenas ospreços.

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Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico

Modelo Keynesiano

27/06/2018 85

NN1

W/PNs=g(DMgN)

W1/P1

Nd=f(W/P)

Y

N

Y = F(K,N)

Y1

N1

Y

P

P1

Y1

Yd = C(Y) + I(r, re)

Ys

Demanda determina produção, que, por sua vez,determina emprego, preços e salário real, paradado salário nominal.Possibilidade de desemprego involuntário emfunção de insuficiência de demanda e defesa depolítica econômica ativa para elevar preços,reduzir salário real e aumentar a produção eemprego.

Desemprego Involuntário

Yd’

P2

Y2

Y2

N2

N2

W1/P2

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Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico

• Pleno emprego x desemprego involuntário

27/06/2018 86

W/PDMgN

Nd=f(W/P)

N1

W1/P1

W2/P1=W1/P2

Os clássicos consideravam que aeconomia operava sempre empleno emprego, e, portanto, tododesemprego seria friccional (custoda informação e tempo paracompatibilizar trabalhadores evagas, além de efeitos sazonais) ouvoluntário (W/P=PMgN<DMgN),uma vez que quedas de salário real(W1/P1>W2/P1) não eram capazesde ampliar a contratação de mão-de-obra. N

DMgN’

Desemprego Involuntário

N2

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Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico

• Pleno emprego x desemprego involuntário

27/06/2018 87

W/PDMgN

Nd=f(W/P)

N1

W1/P1

W2/P1=W1/P2

Keynes sugere que os clássicosnão percebem que situaçõesconsideradas de pleno emprego(N1) na verdade refletiamdesemprego involuntário (N2 - N1)– existem trabalhadoresquerendo trabalhar ao salárioreal vigente, mas que nãoencontram emprego.

N

DMgN’

Desemprego Involuntário

N2

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Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico

• Teoria Clássica do Emprego

o Nd: W/P = PMgN

o Ns: W/P = DMgN

• Keynes concorda com o primeiro postulado relacionado àhipótese de maximização de lucro em concorrência perfeita.

• Mas discorda do segundo, isto é, discorda que o salário real seiguale à desutilidade marginal do trabalho, com a economiaoperando em pleno emprego.

27/06/2018 88

Desemprego Involuntário

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Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico

• Primeira objeção ao segundo postulado clássico (Ns: W/P = DMgN)

Na visão de Keynes, não é possível afirmar que o salário real é igual àdesutilidade marginal do trabalho (e, logo, que a economia opera em plenoemprego) apenas pela constatação de que não há amplicação do empregoquando ocorre redução do salário nominal. Para essa afirmação ser válida,seria necessário que uma redução do salário real pela elevação de preçostambém levasse ao mesmo resultado, o que não é observado.

Mesmo com desemprego involuntário, quando W/P > DMgN, ostrabalhadores resistem a queda de salário nominal, para proteger seussalários reais relativos, o que impede o ajuste em direção ao equilíbrio viaredução no salário nominal (W1/P1>W2/P1). Por outro lado, na visão deKeynes, em geral, os trabalhadores não resistem a elevações de preços (quereduzem o salário real: W1/P1>W1/P2), o que significa que o ajuste poderiaser feito elevando-se a demanda, os preços, a produção e o emprego.

27/06/2018 89

Desemprego Involuntário

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Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico

• Desemprego Involuntário

27/06/2018 90

DMgN

Nd=f(W/P)

N1

W1/P1

W1/P2

Se uma elevação dos preços forcapaz de levar a economia a ummaior nível de emprego, então épossível afirmar que estaeconomia opera comdesemprego involuntário, isto é,que existem trabalhadores quedesejam trabalhar ao salário realvigente e que não encontramoportunidade de emprego porinsuficiência de demanda quejustifique maior produção. NN2

W/P

Desemprego Involuntário

Y

P

P1

Yd = C(Y) + I(r, re)

Ys

Yd’

P2

Y1 Y2

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Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico

• Segunda objeção ao segundo postulado clássico (Ns: W/P = DMgN)

A segunda objeção de Keynes diz respeito ao fato de o trabalhadornão ter poder para negociar o salário real, uma vez que nãocontrola os preços, mas apenas o salário nominal.

Se os trabalhadores não negociam salário real com os empresários,então variações do salário real não constituem mecanismo efetivode ajuste, isto é, não existe um mecanismo de ajuste automáticono mercado de trabalho que assegure o pleno emprego.

27/06/2018 91

Desemprego Involuntário

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Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico

• Rigidez de salários e desemprego Involuntário

Vale notar, contudo, que, para Keynes, mesmo com saláriosflexíveis, a produção a pleno emprego não seria assegurada.

Como a produção e o emprego dependem da demanda, o efeito daqueda de salário nominal depende, portanto, de seu impacto sobrea propensão marginal a consumir, rentabilidade esperada doinvestimento e taxa de juros.

Se estes determinantes da demanda permanecerem inalterados, aqueda de salários e elevação da produção gerará perdas para oempresário.

A possibilidade de haver o ajuste da demanda à oferta, com saláriosflexíveis, é discutida com base na análise dos efeitos Keynes e Pigou.

27/06/2018 92

Desemprego Involuntário

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Salário Flexível e os

Efeitos Keynes e Pigou

Busato e Pinto (mimeo)

ou

Serrano e Ribeiro (2004)

27/06/2018 93

1. Síntese Neoclássica

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Efeito Keynes W>P (M/P) r I Y N

Salário Flexível e os Efeitos Keynes e Pigou

27/06/2018 94

O efeito Keynes consiste na possibilidadede, frente ao desemprego, haver queda desalários e preços, elevando os saldos reais,que provocaria queda dos juros e aumentodo investimento e, portanto, da produçãoe do emprego, num processo que levariaao pleno emprego.Na visão da síntese neoclássica, este seriao caso geral e o resultado de Keynes(desemprego involuntário) seria particulare decorrente de salários rígidos ouarmadilha da liquidez (que limita a quedados juros) ou inelasticidade-juros doinvestimento (que limita a resposta doinvestimento).

Y

P

Yd

Y

r

IS

LM’ = M/P’

LM = M/P

r

r’

P’

P

Y Y’

Ys

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Efeito Keynes: W>P (M/P) r I Y N

Algumas das principais críticas ao adequado funcionamento do efeito Keynes são:- Redistribuição da renda da renda devido à queda do salário real

e diminuição da propensão marginal a consumir média e do multiplicador da economia.

- Em contexto de instabilidade político social, a elevação da preferência pela liquidez pode impedir a queda da taxa de juros.

- Expectativas de novas quedas de salários e preços pode levar ao adiamento dos investimentos por parte dos empresários que vão preferir comprar máquinas e equipamentos adiante mais baratas.

- Dificuldade de realizar novos investimentos frente ao maior peso real das dívidas em função da queda de preços.

Salário Flexível e os Efeitos Keynes e Pigou

27/06/2018 95

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Efeito Pigou W>P (M/P) (Ri) C

Consumo como função positiva:

• da renda disponível e

• do estoque real de riqueza

Sendo a disponibilidade de encaixes reais(M/P) parte da riqueza, então mudançasnos preços passam a influenciar tanto a LMcomo a IS.

O desemprego e a queda de salários epreços teria efeito ampliado sobre ademanda, via investimento, por conta daqueda dos juros, e via consumo, peloefeito riqueza.

27/06/2018 96

Y

P

Yd’ c/EP

Y

r

IS

LM’ = M/P’

LM = M/P

Yd

IS’

P’

P

r

r’r’’

Y Y’ Y’’

Salário Flexível e os Efeitos Keynes e Pigou

Ys

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Efeito Pigou

Além das críticas apresentadas ao efeito Keynes, as principaiscríticas feitas à possibilidade de o efeito Pigou funcionar demaneira adequada seriam:

- Efeito de deflação sobre o peso real da dívida (amortização ejuros reais).

- Intensidade do efeito a partir da transferência de riqueza dosetor público (que tem M/P como passivo) para o setorprivado (M/P como ativo) pode não ser suficiente para levar aeconomia ao pleno emprego.

27/06/2018 97

Salário Flexível e os Efeitos Keynes e Pigou

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Oferta agregada (W flexível)

e a

curva de Phillips keynesiana

Froyen, cap.8 e 10.3

27/06/2018 98

1. Síntese Neoclássica

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Modelo de preços e salários flexíveis

Com salários flexíveis, mesmo que, via efeito Keynes ou Pigou, aeconomia seja levada ao pleno emprego, ainda assim a curva deoferta não seria vertical (como no caso da curva de oferta clássica)e sofreria influência da demanda.

A inércia no ajuste das expectativas de preços abre espaço parailusão monetária, frente a elevações de salários nominaiscompreendidas como elevações de salário real.

A curva de oferta se torna mais inclinada que a curva de ofertacom salários fixos, visto que agora a elevação de preços precisacompensar tanto a queda da produtividade marginal associada aomaior nível de emprego como a elevação do salário para contratarmais mão-de-obra.

27/06/2018 99

Oferta Agregada (W flexível)

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Modelo de preços e salários flexíveis

A representação do mercado de trabalho pode ser formalizada daseguinte maneira:

Nd = f(W/P) tal que W/P = PMgN ou PMgN.P = W

Ns = t(W/Pe) onde:

W é conhecido (ex. negociado em contratos anuais)

Pe é esperado com base em expectativas retrospectivas

Pe = a1P-1 + a2P-2 + a3P-3 + ... anP-n

sendo P-i os preços de períodos anteriores e ai os pesos dados àsobservações passadas.

27/06/2018 100

Oferta Agregada (W flexível)

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Modelo de preços e salários flexíveis

27/06/2018 101

Y

N

Y = F(N, K) P

Y

Ys

W

N

Ns (Pe)

W0

PMgN.P0

PMgN.P1

PMgN.P2

N0 N1 N2

N0 N1 N2

Y0 Y1 Y2

Y0

Y1

Y2

P0

P1

P2

W1

W2

P

Y

Ys (W = W)

Y0 Y1

P0

P1

Y’1

Y’s (W variável)

Nd f(W/P) tal que PMgN.P = WNs f(W/Pe) tal que Pe = ΣaiP-i

Oferta Agregada (W flexível)

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Deslocamento da curva de oferta agregada

Como a maximização de lucro satisfaz à condição de que W = CMg= PMgN.P, então, variações no custo marginal deslocam a curva deoferta agregada, isto é, altera o produto que maximiza o lucro paradado preço.

Considerando como fator de produção apenas o trabalho, entãoserão os ajustes nas expectativas dos trabalhadores, que exigirãocorreção do salário nominal em função das variações percebidasde preço, que causarão o deslocamento da curva de ofertaagregada.

Se a análise for ampliada para incluir outros custos de produção,como matéria-prima, então choques de oferta (ex. choque dopetróleo) também pressionam custo e deslocam a oferta.

27/06/2018 102

Oferta Agregada (W flexível)

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Deslocamento da curva de oferta agregada

27/06/2018 103

Y

N

Y = F(N, K)

W

N

Ns (Pe0)

W0

PMgN.P0

N1 N0

N0N1

Y1

Y0

W1

P

Y

P0

BA

Y0Y1

Ys(Pe1)

Ns (Pe1)

Ys(Pe0)

Oferta Agregada (W flexível)

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Curva de Phillips keynesiana

Tendo em vista a formação de expectativas de maneiraretrospectiva, então, mesmo com ajuste das expectativas emfunção dos preços passados, seria possível manter a economiaoperando permanentemente com menor desemprego a partir deestímulos de demanda que pressionem a produção e os preços,recriando, a cada período, a ilusão monetária.

A escolha do nível de desemprego e inflação é vista como umtrade-off permanente que poderia ser gerido por meio de políticaseconômicas.

27/06/2018 104

Curva de Phillips keynesiana

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Curva de Phillips keynesiana

Uma visão keynesiana do trade-off desemprego-inflação

27/06/2018 105

WNs (Pe

0)

W0

PMgN.P0

PMgN.P1

N0 N1

W1

P

Y

Ys(Pe0)

P0

P1

Yd0

Yd1

A

B

Y0 Y1

π

μ

CPCP

N

μ1

π1

Curva de Phillips keynesiana

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Curva de Phillips keynesiana

Uma visão keynesiana do trade-off desemprego-inflação

27/06/2018 106

W

Ns (Pe0)

W0

PMgN.P0

PMgN.P1

PMgN.P2

N0

W1

W2

P

Y

Ys(Pe0)

P0

P1

Yd0

Yd1

Y0

Yd2

P2

π

μ

CP

N

Ns (Pe1)

Ns (Pe2)

Ys(Pe1)

Ys(Pe2)

N1 Y1

μ0μ1

π1

Curva de Phillips keynesiana

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Oferta Agregada (mark-up),

inflação de custo e

conflito distributivo

Lopes e Vasconcelos, cap.7

Sicsú, J. (2002)

27/06/2018 107

1. Síntese Neoclássica

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Curva de Oferta Agregada com base em mark-up

• Salário nominal e o mercado de trabalho

W = W-1 [1-δ(μ – μN)]

δ = sensibilidade do salário nominal em relação ao desemprego (δ > 0)

μ = taxa de desemprego = (NT – N)/NT

Definida em função da relação entre o total de trabalhadores dispostosa trabalhar e o total de trabalhadores empregados.

μN = taxa de desemprego natural = (NT – NP)/NT

Definida em função do desemprego existente mesmo em situação deequilíbrio de longo prazo, isto é, em pleno emprego, associado a“problemas friccionais” relativos a recolocação de trabalhadores ounovos ingressantes a procura de melhores oportunidades.

27/06/2018 108

Curva de Oferta Agregada e Mark-Up

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Curva de Oferta Agregada com base em mark-up

• Salário nominal e o hiato do produto

W = W-1 [1-δ(μ – μN)] = W-1 [1-δ(NP – N)/NT)]

Em pleno emprego:

μ = μN => (NT – N)/NT = (NT – NP)/NT

N = NP => W = W-1

Lei de Okun: μ – μN = λ (YP – Y)

λ > 0: sensibilidade do desemprego em relação ao hiato do produto(ex. quanto cresce o produto quando o desemprego decresce 1%)

W = W-1 [1-δ(μ – μN)] = W-1 [1-δλ (YP – Y)]

27/06/2018 109

Curva de Oferta Agregada e Mark-Up

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Curva de Oferta Agregada com base em mark-up

• Salário nominal, mark-up e a curva de Oferta Agregada

Pode-se considerar que as empresas em ambiente de concorrênciaimperfeita formam seus preços de acordo com uma regra de mark-up (γ > 1: adicional sobre custos diretos).

P = γW

W = W-1 [1-δ(μ – μN)] = W-1 [1-δλ (YP – Y)]

P = γW = γW-1 [1-δ(μ – μN)] = W-1 [1-δλ (YP – Y)]

P-1 = γW-1

P = P-1 [1-δ(μ – μN)] = P-1 [1-δλ (YP – Y)]

P = P-1 [1-δλ (YP – Y)]

27/06/2018 110

Curva de Oferta Agregada e Mark-Up

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Curva de Oferta Agregada com base em mark-up

Frente a uma elevação da demanda, por exemplo, a economia écapaz de responder no curto prazo.

Ns = (W/Pe) onde Pe = P-1

Nd (Y, W/P)

W = W-1 [1-δ(μ – μN)] = W-1 [1-δλ (YP – Y)]

P = γW = P-1 [1-δλ (YP – Y)]

27/06/2018 111

P

Y

P0

Ys0 (Pe

0)

YP

P1

Y’0 Y1

BC

A

Ys1 (Pe

1>Pe0)

NP N1

W

N

Ns (Pe0)

Nd (P0/γ)

A

B

W0

Nd (P1/γ)W1

C

Ns (Pe1)

Yd0

Yd1

Curva de Oferta Agregada e Mark-Up

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Curva de Oferta Agregada com base em mark-up – longo prazo

Mas tende a voltar ao pleno emprego no longo prazo. O mesmoaconteceria em sentido inverso no caso de queda da demanda edesemprego, que provocaria queda sucessiva dos saláriosnominais e preços até o pleno emprego.

O pleno emprego seria condição para estabilidade de preços enível para o qual a economia tenderia no longo prazo.

27/06/2018 112

P

Y

P2

YP

P1

YsCP1

YsLP

Pn YsCP2

YsCPn

Yd0

Y1Y2

P-1

...

...

Curva de Oferta Agregada e Mark-Up

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A curva de Phillips keynesiana

Taxa de variação do salário nominal depende do nível dedesemprego (Phillips/Lipsey)

W = W-1 [1-δ(μ – μN)]w = (W - W-1)/W-1 = -δ(μ – μN)

27/06/2018 113

w

μμ

w1

μ2μ1

w2

0

P = γWP = P-1 [1-δ(μ – μN)]Por aproximação: π = -δ(μ – μN)

π

μμN

π1

μ2μ1

π2

0

CP

Curva de Oferta Agregada e Mark-Up

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Inflação de custo

Causada por elevação dos custos componentes da ofertaagregada – salários, custo de matéria-prima (nacional ouimportada), impostos e lucros.

O repasse das pressões de custo para o preço tende a ser maiorquão menor o hiato do produto e maior o grau de monopólio.

O caso específico de inflação de salário ocorre quando ostrabalhadores conseguem aumentos salários por meio denegociações com os empresários e parte deste aumento dossalários é repassado aos preços.

27/06/2018 114

Inflação de Custo e Conflito Distributivo

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Inflação de custo

Quão menor o hiato do emprego (taxa de desemprego corrente– taxa de desemprego natural), mais fácil será para ostrabalhadores conseguirem elevações salariais e, ao mesmotempo, para os empresários repassarem o aumento de custosaos preços, o que será reforçado em caso de grau de monopóliomais elevado, eliminando, parcialmente, os ganhos reais dostrabalhadores.

Elevações da produtividade, por outro lado, aumentam amargem para elevações salariais sem pressões sobre a margemde lucros e preços.

27/06/2018 115

Inflação de Custo e Conflito Distributivo

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Inflação de grau de monopólio ou de lucros

Refletem, em grande parte, mudanças nos níveis de mark-upque ocorrem quando empresários percebem que a demandapossui elasticidade favorável à elevação da margem de lucro viaelevação de preços.

Esta elevação depende, em grande parte, da existência de umaestrutura de mercado oligopolizada sob conluio e da força dossindicatos dos trabalhadores que buscam elevações do salárionominal para recompor o salário real.

27/06/2018 116

Inflação de Custo e Conflito Distributivo

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Formulação geral da Curva de Phillips

π = πe – ϕ(μ – μN) + ε

Causas da inflação:

i.inflação inercial (πe > 0)

ii.inflação de demanda (μ – μN) < 0

iii.inflação de custo (ε > 0)

Curva de Phillips – Formulação Geral

27/06/2018 117

π

μμN

0

πe = 0

πe = π1

μ*

π*A B

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Flutuações e Política Econômica

Froyen, cap.8 e 10.3

27/06/2018 118

1. Síntese Neoclássica

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Curva de Phillips keynesiana

Conforme colocado anteriormente, a inclinação positiva da curva deoferta agregada permite que políticas econômicas que afetem ademanda agregada tenham impacto sobre o produto e emprego daeconomia, ao contrário da visão clássica, em que a política fiscal geravaapenas recomposição da demanda e a política monetária, inflação.

Na visão keynesiana, mesmo com preços flexíveis, que variam paramanter a condição de maximização de lucros da empresa ou seu mark-up, os resultados inicialmente apresentados no modelo IS-LM compreços fixos são mantidos, mas o efeito das políticas sobre o produto sãomenores.

Choques na economia decorrentes, por exemplo, de variações noinvestimento autônomo ou na preferência pela liquidez, que alteram ademanda, também afetam o produto e o emprego.

27/06/2018 119

Flutuações e Política Econômica

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Política Monetária Expansionista

27/06/2018 120

r

Y

LM(M0/P0)

r0

r1

r’1

IS0

P

Y

Ys

Y0 Y1 Y’1

P0

P1

LM(M1/P1)

LM(M1/P0)AC

B

Yd(M0)

Yd(M1)A

CB

Y0 Y1 Y’1

Flutuações e Política Econômica

O resultado de uma políticamonetária expansionista é aelevação do produto e quedados juros.

O efeito, no entanto, é menordo que a situação inicialmenteconsiderada no modelo IS-LMcom preços fixos, tendo emvista que a elevação dos preçosanula parcialmente o aumentoda oferta de moeda.

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Política Fiscal Expansionista

Flutuações e Política Econômica

27/06/2018 121

r

Y

LM(M0/P0)

r0

r1

r’1

IS0(G0)

P

Y

Ys

Y0 Y1 Y’1

P0

P1

LM(M0/P1)

A

C

B

Yd(G0)

Yd(G1)A

CB

Y0 Y1 Y’1

IS1(G1)

O resultado de uma política fiscalexpansionista é a elevação doproduto e dos juros.

A elevação dos juros, no entanto,é maior do que no modelo IS-LMoriginal, tendo em vista acontração dos encaixes reaisgerada pela elevação de preços,e, como consequência, aelevação do produto é menor,uma vez que há maiordeslocamento do investimento.

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O caso keynesiano

Flutuações e Política Econômica

27/06/2018

r

Y

IS0

P

Y

Y0d (M0)

LM (M1/P1)

LM (M0/P0)

A

A

B

B

Y0

Y0 Y1

Y1

P0

r0

r1

Y1d (M1)

• Política Monetária Expansionista

• Política Fiscal Expansionista

P1

Ys

r

Y

P

Y

Y0d (G0)

LM (M0/P1)

A

A

B

B

Y0

Y0 Y1

Y1

P0

r0

Y1d (G1)

P1

Ys

122

IS1(G1)IS0(G0)

Na visão Keynesiana, apesar dea política monetária tambémser capaz de influenciar o nívelde produto e emprego daeconomia, devido àpossibilidade de a economia seencontrar em situação dearmadilha da liquide e baixaelasticidade-renda doinvestimento (que se refleteem LM mais plana, IS maisinclinada e curva de demandaagregada mais inclinada), apolítica fiscal seria consideradamais eficaz para estimular aeconomia. A política monetáriadeveria compensar alteraçõesna PPL e pressões sobre osjuros decorrente decrescimento.

LM (M0/P0)

r1

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A curva de Phillips keynesiana e a Política Econômica

A existência de um trade-off estável oferecia às autoridades um menude possibilidades de combinações entre inflação e desemprego paraescolha de política econômica (fiscal e monetária).

Na visão keyensiana, as políticas econômicas deveriam ser usadaspara estabilizar o produto e emprego frente a choques de oferta e,em particular, de demanda (decorrentes da instabilidade potencial doinvestimento).

Flutuações e Política Econômica

27/06/2018 123

P

Y

P1

Ys

YP

P0

Y1

Yd

Y’d

Y’s

Y’’d

Y’’s

π

μμN

π1

μ2μ1π2

0

CP

Y’’’d

P3

P2

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Taxa natural de desemprego,

expectativas adaptativas e

a curva de Phillips aceleracionista

Froyen, cap.10

(cap.9 – complementar)27/06/2018 124

2. Monetarista

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Monetaristas x Keynesianos

Os monetaristas, que têm como autor de referência MiltonFriedman, contrapõem-se aos keynesianos buscando mostrar aimportância da política monetária, sendo as variações na ofertade moeda o principal determinante das flutuações da renda nocurto prazo, apesar de permanecer neutra no longo prazo, tendocomo proposição fundamental a adoção de regras paracondução da política monetária.

O setor privado, na visão dos monetaristas, seria inerentementeestável, isto é, não seriam, por exemplo, variações nas decisõesautônomas de investimento, a principal causa das flutuações,mas interferências do governo.

Monetaristas

27/06/2018 125

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Reformulação da TQM

Para levar em conta as contribuições de Keynes, Friedmanreescreve a demanda por moeda como sendo influenciada pelataxa de retorno dos demais ativos (títulos, ações e bens duráveis),que tem relação direta com a velocidade de circulação da moeda.

No entanto, Friedman considera que a demanda por moeda éestável e que a elasticidade-juros da demanda por moeda é baixa,portanto, apesar de não ser mais constante, como na visãoclássica, V é considerada estável e alterações na oferta de moedatêm reflexo sobre a renda nominal (PY).

M = Md = k(rB, rA, rD)PY => M.1/k = MV = PY

27/06/2018 126

Monetaristas

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Reformulação da TQM e o lado real da economia

A seguir, será apresentado o conceito de taxa natural dedesemprego e a maneira como alterações nas hipóteses sobreacesso a informação e formação de expectativas, permitem que aeconomia opere, no curto prazo, fora da taxa natural, tornando acurva de oferta positivamente inclinada e fazendo com quevariações na oferta de moeda, ao impactar a demanda, passem ater efeitos também sobre o lado real da economia, diferentementedo resultado clássico.

No longo prazo, contudo, tal como no caso clássico, a economiaopera no pleno emprego e a moeda volta a ser neutra.

27/06/2018 127

Monetaristas

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Taxa natural de desemprego

Friedman usa como referência a taxanatural de desemprego (à laWicksell) que seria aquela resultantedas livres forças de mercado, dadasas ofertas de fatores de produção,preferências, tecnologia einstituições, em geral, estáveis nocurto prazo, mas sujeitas aalterações no longo prazo, queequilibra o mercado de trabalho.

Sendo preços e salários flexíveis,então há convergência, no longoprazo, à taxa natural de desemprego.

Taxa natural de desemprego

27/06/2018 128

NN*

W

Ns=g(Pe)

W

Nd=PMgN.P

Y

N

Y = F(K,N)

Yp

N*

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Expectativas adaptativas e a Curva de Oferta

Como os trabalhadores não conhece os preços quando negociam ossalários nominais, a oferta de mão-de-obra é feita com base nosalário real esperado, cuja expectativa, na visão de Friedman, éformulada de maneira adaptativa, isto é, com base na inflação doperíodo passado.

No entanto, se houver elevação do crescimento da oferta de moeda,da demanda e da inflação, acima da esperada, os trabalhadoressofrerão ilusão monetária e aceitarão trabalhar mais, tornando acurva de oferta positivamente inclinada.

Expectativas Adaptativas

27/06/2018 129

P

Y

P0

B

A

Yp Y1

Ys(Pe0)

P1

NN*

W

Nd (P0)

W1

W0

N1

Ns (Pe0)

Nd (P1)

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Expectativas adaptativas e a Curva de Phillips

O trade-off entre desemprego e inflação, como foi vistoanteriormente, pode ser retratada pela curva de Phillips.

Expectativas Adaptativas

27/06/2018 130

P

Y

P0

B

A

Y* Y1

Ys(Pe0)

P1

π

μ0

π1

μ1

A

B

CPCP(πe=π-1)

μN

NN*

W

Nd (P0)

W1

W0

N1

Ns (Pe0)

Nd (P1)

Ns (W/Pe) e Nd (W/P) onde Pe f(πe)

Y = YP + α(P – Pe)P = Pe – (1/α). (YP – Y) = Pe – (1/αλ). (μ – μN)P = Pe – ϕ(μ – μN)ϕ = 1/αλ é a sensibilidade dos preços à taxa dedesemprego em função da sensibilidade do produto emrelação ao emprego e dos preços em relação ao produto.P – P-1 = Pe – P-1 – ϕ(μ – μN)Por aproximação: π = πe – ϕ(μ – μN) + ε

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Expectativas adaptativas e a Curva de Phillips Aceleracionista

Curva de Phillips Aceleracionista (CP)

27/06/2018 131

π

μμN

0

πe = 0

πe = π1

μ1

π1

A B

P

Y

P1

Ys

YP

P0

Y1

Yd

Y’d

Y’s

Y’’d

Y’’s

Y’’’d

P3

P2

Friedman e Phelps, no entanto, negam aexistência de um trade-off permanenteentre inflação e desemprego,questionando a especificação originalda Curva de Phillips, onde a taxa demudança no salário era independenteda taxa de inflação.

Se as expectativas forem adaptativas,considerando a inflação passada (e nãoapenas o preço passado), então, novaselevações de preço à mesma taxa jáserão esperadas e não serão capazes degerar efeitos reais.

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Expectativas adaptativas e a Curva de Phillips Aceleracionista

Curva de Phillips Aceleracionista (CP)

27/06/2018 132

π

μ

π1

μ1

0

CP0(πe1=0)

CPLP(πe=π)

A

B C

CP1(πe2=π1)

π2

π3

D E

F G

CP2(πe3=π2)

CP3(πe4=π3)

Para voltar a afetar o lado real daeconomia, isto é, para que aexpansão da oferta de moedaafete a demanda e consiga elevara produção e emprego, serápreciso gerar uma expansãomonetária ainda maior, compressão ainda mais acentuadasobre os preços, de forma que ailusão monetária seja recolocada.

Num momento seguinte, contudo,esta nova inflação mais elevadatambém será elevada e efeitosreais só poderão ser mantidos acusta de uma inflação crescente.

μN

π = πe – ϕ(μ – μN) + ε

πet = πe

t-1 + β(πt-1 – πet-1),

β é a velocidade de correção das expectativas

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Curva de Phillips de Longo Prazo

Curva de Phillips Vertical (LP)

27/06/2018 133

No longo prazo, o trade-off entreinflação e desemprego seriaeliminado, as expectativas sãocapazes de se ajustar à inflaçãoefetiva e a curva de Phillips torna-se vertical.

Portanto, no longo prazo, umapolítica monetária expansionistateria como resultadoexclusivamente a elevação dainflação.

π

μ

π1

μ0

0

μ*

CP0(πe1=0)

CPLP(πe=π)

A

BC

CP1(πe2=π1)

π2

π3

D E

F G

CP2(πe3=π2)

CP3(πe4=π3)

π = πe – ϕ(μ – μN) + ε

π = πe e ε = 0 => μ = μN

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Flutuações e

Política Econômica

Froyen, caps. 9 e 10

27/06/2018 134

2. Monetarista

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Política Monetária, Inflação e Desemprego

Como a moeda pode alterar a renda nominal e, no curto prazo, arenda real, então Friedman defende a estabilidade nocomportamento da oferta de moeda (taxa definida e conhecidade crescimento de M) para assegura a estabilidade da economia.

Em particular, a política monetária não deveria ser usada paraestimular a economia e tampouco de maneira anti-cíclica, tendoem vista o desconhecimento dos “choques” (intensidade eefeitos) e as defasagens da política monetária.

A política monetária só teria efeitos reais sobre a economia acusta de uma inflação crescente (curva de Phillips aceleracionista)e, mesmo assim, apenas no curto prazo. No longo prazo, políticamonetária expansionista se reverteria apenas em inflação (curvade Phillips vertical).

27/06/2018 135

Política Econômica

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Política Monetária – Curto Prazo

Política Econômica

27/06/2018 136

r

Y

IS

P

Yd (M0)

A

B

Yp Y1

P0

P1

Yd (M1)

Y

Ys(Pe0)

LM’(M1/P1)

LM(M0/P0)π

μ0

π1

μ1

A

B

CPCP(πe=π-1)μN

Yp Y1

A B

NN*

W

Nd (P0)

W1

W0

N1

Ns (Pe0)

Nd (P1)

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Política Monetária – Longo Prazo

Política Econômica

27/06/2018 137

r

Y

IS

P

Yd (M0)

A

B

Yp

P0

P1

Yd (M1)

Y

YsCP(Pe

0)

LM(M0/P0=M1/P1)π

μ0

π1

A

B

CPCP(πe=π-1)μNYp

CPLP(πe=π)

NN*

W

Nd

YsLP (Pe=P)

A=B

Ns (Pe)

W

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Controle da Inflação e a Taxa de Sacrifício

Uma política monetária contracionista reduziria a demanda e apressão sobre os preços. Como a inflação esperada ainda seriamais alta, menores reajustes do salário nominal levariam ostrabalhadores a crer que houve queda do salário real, reduzindoa oferta de mdo e elevando o desemprego. Ao perceberem aqueda da inflação, as expectativas seriam ajustadas e a economiavoltaria ao pleno emprego.

A taxa de sacrifício indica o quanto se perde de produto emtermos percentuais para reduzir a inflação em 1%.

A partir da Lei de Okun, é possível expressar a taxa de sacrifícioem termos de desemprego e calcular em quanto e por quantotempo deve-se aumentar o desemprego para reduzir a inflação.

Política Econômica

27/06/2018 138

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Controle da Inflação e a Taxa de Sacrifício

Para reduzir a inflação, pode-se optar por um choquedeflacionário, onde a elevação de preços é rapidamentecontrolada, mas ao custo de alto desemprego, ou um ajustegradual, com o desemprego situando-se pouco acima da taxanatural, mas por mais tempo, conforme a inflação éprogressivamente controlada.

Política Econômica

27/06/2018 139

π

μμN

0

πe = 0

πe = π0

μ’’

A

BC

π0

Ajuste gradual Choque deflacionário

π

μμN

0

πe = 0

πe = π0

μ’

π0

A

BC

DE

FG

HI

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Monetaristas e a Política Fiscal

M = Md = k(rB, rA, rD)PY => M.1/k = MV = PY

Contrapondo-se à visão keynesiana,

os monetaristas acreditam que a política fiscal não seria capaz degerar um impacto significativo sobre o nível de demanda, tendoem vistas as hipóteses de alta elasticidade-juros do investimento ebaixa elasticidade-juros da demanda por moeda.

A expansão do déficit orçamentário financiada por emissão detítulos, geraria pressão sobre a taxa de juros e deslocamento doinvestimento, caracterizando um efeito similar àquele apontadopelos clássicos (efeito crowding-out), que, apesar de não ser total,é bastante elevado.

27/06/2018 140

r

Y

LM

i1 c2 IS’(G1)

IS(G0)

Política Econômica

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Expectativas racionais

e a curva de Phillips

Froyen, cap.11

27/06/2018 141

3. Novo Clássico

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Novo-Clássico x Monetarista

Os economistas novo-clássicos, assim como os monetaristas, têmsuas origens na economia clássica e defendem a condução dapolítica econômica de maneira não-intervencionista.

Robert Lucas é o principal representante da escola novo-clássica,que assume uma posição ainda mais crítica quanto ao uso depolítica econômica ativa de estabilização.

Na visão de Lucas, as variáveis reais da economia seriaminsensíveis a políticas de administração da demanda agregadanão só no longo prazo, conforme a visão monetarista, mastambém no curto prazo.

Isto é, a política econômica seria incapaz de influenciar demaneira sistemática o comportamento do produto e emprego daeconomia.

Novo-Clássico

27/06/2018 142

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Expectativas racionais

Criticando a hipótese keynesiana (preços passados) ou monetarista (inflaçãopassada) de uso apenas de informações passadas para formação deexpectativas, os novo-clássicos consideram que os agentes fazem o melhoruso possível das informações públicas disponíveis, incluindo informaçãosobre política econômica, para formar suas expectativas sobre o valor futurodas variáveis de forma que não cometem erros sistemáticos.

Os agentes não têm informação perfeita, podendo cometer erros nãosistemáticos, mas sempre acertam na média o valor efetivo das variáveis.Logo: E(πe) = π, onde os erros de previsão () são i.i.d, com média zero evariância mínima.

Agentes agem “como se” conhecessem o funcionamento da economia(relação entre variávies observadas e esperadas). Neste sentido, tendo comoreferência teórica “implícita” a TQM, os agentes formulariam expectativa deinflação com base em informações sobre variação na oferta de moeda.

Expectativas Racionais

27/06/2018 143

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Expectativas racionais e a Curva de Oferta

Assim, considerando-se expectativas racionais, uma política monetáriaexpansionista conhecida, mesmo que eleve a expansão monetária e ainflação em relação à inflação passada, ainda assim será incapaz deinfluenciar o produto e emprego, com efeitos apenas sobre preços (A-B). Osagentes não são iludidos pela elevação do salário monetário mesmo nocurto prazo e exigem elevações proporcionais à elevação de preço esperada.

Como os agentes não têm informação perfeita, contudo, se a mudança nãofor esperada (caráter surpresa), então haverá impacto sobre o lado real daeconomia (A-B’).

Expectativas Racionais

27/06/2018 144

W

N

Ns (Me0,...)

W0

N* N’1

W1

W’1

Nd (P0)

Nd (P’1)

Ns (Me1, ...)

Nd (P1)

P

Y

YsCP (Me

0, Ge0, Te

0, Ie0, ...)

YP Y’1

P0

P1

YsCP (Me

1, Ge0, Te

0, Ie0, ...)

Yd (M0, G0, T0, I0)

Yd (M1, G0, T0, I0)

P’1

YsLP

A

B

B’

A

B

B’

•Nd (W/P)•Ns (W/Pe)•Pe f(Me, Ge, Te, Ie, ...)

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Expectativas racionais e a Curva de Oferta

Vale notar que, no caso da escola novo-clássica, considera-se que osempresários também podem sofrer problema de extração de sinal emcontexto de informação imperfeita, além dos trabalhadores.

Frente a alterações no nível geral de preços, os empresários podem terdificuldade de indentificar se a elevação é de preços absolutos, reflexo deuma política monetária expansionista, ou relativos, reflexo de recomposiçãoda demanda em direção ao seu produto.

Se o distúrbio monetário for entendido como um disturbio real, então osempresários irão elevar sua produção e contratar mais mão-de-obra.

Expectativas Racionais

27/06/2018 145

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Expectativas racionais e a Curva de Phillips

No que diz respeito ao trade-off entre desemprego e inflação,segue que, mesmo no curto prazo, se o choque causado, porexemplo, por uma política monetária expansionista, for esperado,haverá inflação sem redução do desemprego (A-B).

π = πe – ϕ(μ – μN) + επ = πe e ε = 0 => μ = μN

Mas, se houver uma surpresa, então seria possível reduzirtemporariamente o desemprego em troca de uma inflação maiselevada (A-B’).

Expectativas Racionais

27/06/2018 146

π

μμN

0

CPLP (πe=π)

π1

π2

π3

A

B’

C

D

CPcp (πe=π+)

B

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Expectativas racionais, Curva de Oferta e a Curva de Phillips no LP

No longo prazo, permanecem os resultados apresentados pelosmonetaristas, isto é, há informação perfeita e ausência de eventosinesperados, as expectativas tendem a ser corretas e a taxa dedesemprego é igual à taxa natural – variações na demanda impactamapenas os preços – curvas de oferta e de Phillips verticais.

Curva de Phillips Vertical

27/06/2018 147

π

μμN

0

CPLP (πe=π)

π1

A

B

W

N

Ns (Me0, ...)

W0

N*

W1

Nd (P0)

Ns (Me1,...)

Nd (P1)

P

Y

YsCP (Me

0,...)

YP

P0

P1

YsCP (Me

1,...)

Yd (M0, ...)

Yd (M1,...)

YsLP

A

B

A

B

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Modelo de ciclo monetário e política econômica

Froyen, cap.11

27/06/2018 148

3. Novo Clássico

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Ciclo Monetário e Política Econômica

Na visão dos novo-clássicos, se as ações forem antecipadas,mesmo modificando preço e inflação em relação aos períodosanteriores, não teria nenhum efeito real.

Como os agentes seriam capazes de aprender qualquer regrasistemática de ação política, não haveria espaço para uma açãopolítica coordenada afetar de maneira consistente os níveis deproduto e emprego da economia.

O resultado de ações de política econômica não antecipadas, poroutro lado, seria o mesmo sugerido pelos economistasmonetaristas, isto é, afetaria o lado real da economia de maneiratemporária, sendo fonte de instabilidade.

Ciclo Monetário e Política Econômica

27/06/2018 149

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Ciclo Monetário e Política Econômica

Uma expansão monetária surpresa, num primeiro momento, seriacapaz de elevar o produto e emprego. Mas, com o passar dotempo, os trabalhadores perceberiam que o salário real nãoaumentou e voltariam a oferta de trabalho para o nível inicial (depleno emprego), enquanto os empresários, da mesma forma,percebem que não houve elevação dos preços relativos, apenasabsolutos, e retraem a oferta de volta ao nível inicial, que resultaem inflação combinada ao produto e emprego às taxas naturais.

Assim, apenas choques poderiam resultar em efeitos reaistransitórios, mas não faria sentido conduzir a política econômicapor meio de “choques sucessivos” que, por definição, geraminstabilidade (ciclos monetários) e seriam incapazes de levar aeconomia em direção a um objetivo predefinido.

Ciclo Monetário e Política Econômica

27/06/2018 150

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Ciclo Monetário e Política Econômica

Ciclo Monetário e Política Econômica

27/06/2018 151

W

N

Ns (Me0, Ge, Te, Ie, ...)

W0

N* N’1

W1

W’1

Nd (P0)

Nd (P’1)

Ns (Me1, Ge, Te, Ie, ...)

Nd (P1)A

B

B’

P

Y

YsCP (Me

0, Ge0, Te

0, Ie0, ...)

YP Y’1

P0

P1

YsCP (Me

1, Ge0, Te

0, Ie0, ...)

Yd (M0, G0, T0, I0)

Yd (M1, G0, T0, I0)

P’1

YsLP

A

B

B’

π

μμN

0

CPLP (πe=π)

π1

π2

π3

A

B’

C

D

CPcp (πe=π+)

B

r

Y

IS

LM(M0/P0=M1/P1)

Yp

A=B

LM’(M1/P’1)

Y’1

B’

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Ciclo Monetário e Política Econômica

A conclusão sobre a condução da política monetária, portanto, é próximaà conclusão dos monetaristas, isto é, de que não deveria haver políticaeconômica ativa, pois esta seria ineficaz, se conhecida, e fonte deinstabilidade, se for supresa – de toda forma, incapaz de produzir efeitosreais desejados de maneira consistente.

Também não se deve promover políticas anticíclicas, seja porquechoques antecipados não terão efeitos na economia, seja porquechoques não antecipados tampouco poderiam ser evitados pelosgestores de política econômica. E, uma vez conhecido, seus efeitoscessam e a ação política não se faz necessária.

Como resultado, não há espaço para políticas econômicas de demandaagregada voltadas para estabilizar produto e emprego. Alguns autoresnovo-clássicos, tal como os monetaristas, defendem a condução dapolítica econômica por meio de regras para o crescimento da oferta demoeda.

Ciclo Monetário e Política Econômica

27/06/2018 152

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O custo da desinflação

Por outro lado, caso a economia experimente inflação elevada e o gestorda política econômica tenham credibilidade, a taxa de sacrifício é nulapara reduzir a inflação frente ao anúncio de um plano consistente,influenciando as expectativas dos agentes. Ou seja, com expectativasracionais e credibilidade, é possível eliminar a inflação sem nenhumcusto em termos de desemprego.

Política Econômica

27/06/2018 153

π

μμN

0

CPcp = CPLP

π1 A

B

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Novo-clássicos e a Política Fiscal

Os economistas novo-clássicos defendem a condução da políticafiscal de forma “responsável” para não comprometer apossibilidade de se manter a condução da política monetária não-inflacionária de maneira crível.

A interação entre as políticas estaria associada à possibilidade degrandes déficits levarem à necessidade de emissão de moedacomo forma adicional de financiamento dos gastos públicos.

Adicionalmente, instabilidade na condução da política fiscalcausaria incerteza e dificultaria a previsão correta docomportamento das variáveis econômicas com base emexpectativas racionais, sendo fonte de instabilidade paraeconomia.

Política Econômica

27/06/2018 154

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Modelo de ciclo reais de negócios e política econômica

Froyen, cap.12

27/06/2018 155

3. Novo Clássico

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Ciclos Reais de Negócios

Os modelos dos ciclos reais de negócios pode ser consideradoscomo uma segunda geração dos modelos novo-clássicos e que temcomo seu principal representante o Robert Barro.

Esta escola busca desenvolver os microfundamentos associados àsdecisões dos agentes que suportam os resultadomacroeconômicos, respeitando a ideia de que as decisões sãootimizadoras tomadas por parte de agentes racionaismaximizadores.

Na visão dos autores desta escola, as flutuações não seriamresultado de mudanças não antecipadas na demanda, decorrentes,por exemplo, de política monetária surpresa, mas resultado dasreações dos agentes às mudanças nas oportunidades da economia,que refletem alterações em fatores reais do lado da oferta.

Ciclos Reais de Negócios

27/06/2018 156

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Ciclos Reais de Negócios

Eventos que podem impactar fatores reais da oferta são:

• Choque tecnológico

• Variações nos preços reais realtivos (ex. mat.prima)

• Mudança alíquota tributária

• Mudança nas preferências

Estes fatores eram considerados estáveis a curto prazo para oseconomistas da escola clássica, mas passam a ser visto comosujeitos a alterações mesmo no curto prazo pelos autores da teoriados ciclos reais de negócios.

Ciclos Reais de Negócios

27/06/2018 157

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Modelo de Ciclos Reais de Negócios

O modelo de ciclos reais de negócios considera uma economiaformada por agentes representativos, cuja utilidade deriva doconsumo (C) e do lazer (le).

Ut = U(Ct,let)

A economia produz bens a partir da combinação de capital (K) etrabalho (N), ambos fatores de produção variáveis mesmo no curtoprazo, com o resultado influenciado pela tecnologia disponível (z).E o produto resultante será consumido (C) ou poupado (S).

Yt = ztF(Kt,Nt) = Ct + St

A poupança, por sua vez, irá gerar igual investimento e, portanto,ampliação da capacidade produtiva.

Kt = St + (1-)Kt

Ciclos Reais de Negócios

27/06/2018 158

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Modelo de Ciclos Reais de Negócios

Supondo um choque tecnológicopositivo que aumente aprodutividade do trabalho, entãohaveria um deslocamento da funçãode produção.

Y = z1F(K,N), onde z1 > z0

O resultado sobre a economiadepende da característica doschoques – transitórios oupermanentes.

Ciclos Reais de Negócios

27/06/2018 159

Y

Yo

NNo

NNo

W/PNs

(W/P)o

Y = z0F(K,N)

PMgN0 = Nd0

Y1

Y = z1F(K,N)

PMgN1 = Nd1

N1

N1

(W/P)1

Y’1

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Modelo de Ciclos Reais de Negócios

Se o choque for considerado transitório, os agentes alocarão maiortempo ao trabalho para aproveitar a elevação temporária daprodutividade marginal e do salário real. Consequentemente, o nívelde produção será ainda maior do que seria para a mesma quantidadede trabalho e a nova tecnologia, assim como a poupança, oinvestimento e o aumento da capacidade produtiva. A capacidadeprodutiva ainda mais elevada terá efeitos subsequentes, viabilizandouma produção maior nos períodos seguintes, fazendo com que ochoque transitório tenha efeitos persistentes.

Se o choque for considerado permanente, então, como os agentessabem que a produtividade e o salário real sofrem elevação duradoura,não farão um esforço concentrado, como no caso anterior, elevandomenos o trabalho e o produto num momento inicial, com impactosmenos acentuados mas mais persistente na economia.

Ciclos Reais de Negócios

27/06/2018 160

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Ciclos Reais de Negócios e a Política Econômica

Assim, as respostas dinâmicas dos agentes otimizadores frente àsmudanças gerariam efeitos econômicos de longa duração.

As flutuações seriam reusltado do comportamento maximizadordos agentes e retrataria um fenômeno de equilíbrio que não deveser eliminado pela política econômica, ou seja, não há espaço parapolítica econômica ativa.

A política monetária deveria focar no controle do nível de preçospor meio de crescimento lento e estável da oferta de moeda.

E a política fiscal deveria minimizar as distorções geradas semprejudicar a oferta dos serviços públicos indispensáveis por meiode uma compatibilização das políticas fiscal e monetária (tendo emvista que variações na oferta de moeda é uma maneira de financiaro gasto público, além dos tributos).

Política Econômica

27/06/2018 161

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• Rigidez nominal de preços, salários e a rigidez real

• NAIRU e Histerese

• Recomendações de política econômica

Froyen, cap.12

27/06/2018 162

4. Novo Keynesiano

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Novo-Keynesiano

O modelo novo-clássico foi refutado pela realidade: existência dedesemprego de involuntário e efeito das políticas econômicas e dademanda agregada sobre o nível de atividade no curto prazo.

Os autores novo-keyensianos, com destaque para Mankiw e Romer,aceitam a necessidade de suportar a macroeconomia commicrofundamentos e desenvolve, então, a explicação para odesemprego involuntário com base nas imperfeições de mercado,retomando a rigidez de preços e salários, mas apresentada comoresultado do comportamento de agentes otimizadores.

Não existe um único modelo novo-keynesiano, mas umamultiplicidade de explicações para rigidez de preços e salários e suasconsequências macroeconômicas, tendo em comum concorrênciaimperfeita e rigidez nominal e/ou real de preços e salários.

De modo geral, as imperfeições de mercado abrem espaço parapolítica econômica ativa.

Novo-Keynesiano

27/06/2018 163

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Modelo de preços rígidos (rigidez nominal de preços)

• Concorrência imperfeita e custo de menu

No caso de firmas com poder de mercado, divergências de preço emrelação ao nível ótimo, em geral, causarão apenas pequenasvariações nos lucros, sem provocar reação imediata da firma. Noentanto, as consequências macroeconômicas são bem maiores doque o pequeno custo privado desta rigidez nominal para cada firma.

Um exemplo seria o custo de menu, i.e., o custo de redefinir ospreços (impressão de novos catágologo, renegociação de contratoscom fornecedores e consumidores, etc.) ou mesmo guerras depreços.

Assim, frente a uma queda da demanda, supondo custo marginalconstante, a firma formadora de preço pode decidir manter seupreço, provocando queda do produto e emprego agregados maiordo que se os preços fossem flexíveis.

Rigidez Nominal de Salários e Preços

27/06/2018 164

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Modelo de preços rígidos (rigidez de preços relativos)

• Mercado Consumidor – preço

Custos envolvidos no processo de busca das mercadorias e serivçose os compradores têm informação imperfeita (limitada) sobre omenor preço de mercado, o que implica algum poder de mercadoaos vendedores.

Como grande parte dos consumidores faz compras repetidas, asfirmas são desencorajadas a mudar seus preços com frequência,pois:

o Elevação de preços é percebida imediatamente e incentiva apesquisa de mercado;

o Queda de preços é percebida inicialmente apenas pelosagentes que já são consumidores e há certa demora até que ainformação chegue aos compradores dos concorrentes.

Rigidez Real

27/06/2018 165

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Modelo de preços rígidos (rigidez de preços relativos)

• Mercado Consumidor – qualidade

Esse argumento é próximo ao anterior e foi desenvolvido porStiglitz.

O autor sugere que em mercados onde os consumidores têminformação imperfeita sobre as características do produto, o preçopode ser usado como indicador de qualidade.

Assim, reduções de preços podem ser interpretadas como sinal dedeterioração de qualidade tanto por parte dos consumidoresefetivos como por parte de consumidores potenciais.

Rigidez Real

27/06/2018 166

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Rigidez Nominal de Salários

• Contratos Formais

É comum a existência de contratos na economia capitalista, emparticular no mercado de trabalho, o que torna os saláriosnominais temporariamente rígidos.

Entre as principais cláusulas, os contratos, em geral, determinam aregra de indexação e a frequencia de ajuste dos salários.

Com salários nominais rígidos e preços flexíveis, mudanças naoferta de moeda, ao influenciar a demanda e a inflação, pode terefeitos reais no curto prazo, embora permaneça neutra no longoprazo.

Rigidez Nominal de Salários e Preços

27/06/2018 167

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Rigidez Real de Salários

• Contratos Implícitos

Como as firmas estão em melhor posição que os trabalhadorespara suportar as flutuações econômicas, dado seu melhor acessoaos mercados financeiros e de seguros, elas proveem salários reaisestáveis ao longo do tempo, o que regulariza a renda e o padrão deconsumo dos trabalhadores.

Os trabalhadores, por sua vez, aceitam, em geral, salários reaismédios menores do que aqueles que poderiam ser obtidos comoresultado da volatilidade do mercado.

Rigidez Real

27/06/2018 168

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Rigidez Real de Salários

• Salário Eficiência

Esta teoria sugere que não é do interesse da firma reduzir ossalários reais, uma vez que a produtividade (esforço ou eficiência)dos trabalhadores varia positivamente com os salários reais.

A influência do salário real sobre a eficiência do trabalhador podeser capturada por um índice de eficiência: e = e(W/P)

Portanto, dada a disponibilidade de capital e a tecnologiaexistente, variações no salário podem variar o produto com amesma quantidade de trabalho, ao afetar a produtividade dostrabalhadores.

Y = F(K,eN)

Rigidez Real

27/06/2018 169

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Rigidez Real de Salários

• Salário Eficiência

A meta da firma é estabelecer o salário real de forma que o custode uma unidade de eficiência de mão-de-obra (unidade físicamultiplicada pelo índice de eficiência) seja minimizado ou, damesma forma, para maximizar o número de unidades eficiência demão-de-obra compradas com o salário pago.

O salário real ótimo será tal que:

[e(W/P)/e(W/P)] / [(W/P)/(W/P)]= 1

Se o salário eficiência exceder o salário de market-clearing, então oequilíbrio de mercado é consistente com desemprego involuntário.

Rigidez Real

27/06/2018 170

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Rigidez Real de Salários

• Salário Eficiência

o Seleção Adversa

As firmas têm informção imperfeita sobre a produtividade doscandidatos, então oferecem salários mais elevados para atrair osmelhores trabalhadores e relutam em diminuir os salários, mesmoquando há excesso de oferta de trabalhadores, porque induziria ostrabalhadores mais produtivos a se demitirem voluntariamente.

Rigidez Real

27/06/2018 171

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Rigidez Real de Salários

• Salário Eficiência

o Modelo de Leniência

Como a coleta de informações relacionada à produtividade de cadatrabalhador e o monitoramento contínuo do desempenho écustoso, o pagamento de um salário eficiência acima do salário demarket-clearing pode agir como incentivo para evitar que ostrabalhadores sejam lenientes, uma vez que o custo deoportunidade de ser despedido é alto em relação às demaisalternativas de emprego.

Rigidez Real

27/06/2018 172

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Rigidez Real de Salários

• Salário Eficiência

o Modelo Reciprocidade

As firmas atribuem importância a sua reputação comoempregadores e desejam assegurar elevado moral, lealdade ecomprometimento de sua força de trabalho por meio de umsalário que seja percebido como justo, em geral, acima do saláriode equilíbrio de mercado.

Rigidez Real

27/06/2018 173

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Rigidez Real de Salários

• Salário Eficiência

o Custo de Rotatividade

Ao pagar um salário acima do nível de mercado, as firmas podemreduzir as taxas de abandono (rotatividade) e, assim, o custo derecrutamento e treinamento, além de desenvolver um contingentede mão-de-obra mais experitente e produtivo.

Em situações de maior desemprego, o prêmio sobre o salárionecessário para diminuir a rotatividade é menor.

Rigidez Real

27/06/2018 174

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Rigidez Real de Salários

• Modelo Incluído-Excluído

Tanto mercado de produto como mercado de mão-de-obra sãoimperfeitamente competitivos e os “incluídos”, isto é, aqueles queestão atualmente empregados, usam seu poder de negociação,derivado, por exemplo, dos custos de rotatividade, para empurraro salário real para cima do nível de equlíbiro de mercado, o queresulta em um grupo de “excluídos” (desempregadosinvoluntários).

Quanto mais alto os salários reais alcançados pelos incluídos,menor o grupo de empregados “incluídos” e menor o produto,com maior desemprego associado.

Rigidez Real

27/06/2018 175

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Rigidez Real de Salários

• Modelo Incluído-Excluído e Histerese

Esta dinâmica associada ao comportamento cíclico da economiafaz com que, em recessões, alguns incluídos tornem-se excluídos,sem exercer pressão de baixa sobre os salários reais, pois sãoirrelevantes nas negociações. Enquanto, na recuperação, osincluídos, com maior poder de barganha, pressionam o salário real,dificultando a elevação do emprego e do produto.

A “armadilha do desemprego” ou fenômeno de “histerese” serefere à possibilidade de o desemprego presente ser explicado pordesemprego passado. Esta seria a justificativa para altas taxas dedesemprego por tempo prolongado, mesmo quando as causasiniciais da elevação já se dissiparam.

Rigidez Real

27/06/2018 176

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Non-accelereting inflation rate of unemployment (NAIRU)

Considerando a curva de Phillips como:

π = π-1 – ϕ(μ – μN) + ε

A inflação tem um componente inercial (π = π-1), um componente depressão de demanda, ϕ(μ – μN), e um componente de choque (ε).

Neste caso, se a economia estiver operando exatamente em sua “taxanatural de desemprego”, não haverá pressão sobre os preços pelo ladoda demanda e, desconsiderando choques, a inflação terácomportamento puramente inercial, perpetuando-se, mas sem acelerar,por isso a denominação “NAIRU”.

Apesar de similares, os conceitos apresentam algumas diferenças, tendoem vista que a taxa natural de desemprego refere-se a uma situação deequilíbrio de mercado e a NAIRU retrata a consistência entre objetivo dostrabalhadores e viabilidade dada a produtividade do trabalho e mark-updas firmas – características estruturais.

NAIRU

27/06/2018 177

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Histerese e NAIRU

Na visão de Friedman, a taxa natural de desemprego édeterminada pelo lado da oferta, sem influência da demanda, queafeta apenas as taxas efetivas de emprego. Evidencias, contudo,mostram que a NAIRU pode “variar” ao longo do tempo. Emparticular, para os EUA e Europa, essa taxa apresentou significativaelevação a partir de meados da década de 1970.

Histerese e NAIRU

27/06/2018 178SNOWDON, B. and VANE, H.R. (2005), p.402

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Histerese e NAIRU

Alguns autores novo-keynesianos exploraram a influência dademanda agregada sobre a taxa natural (ou NAIRU) por meio dofenômeno da histerese. Segundo esta visão, a taxa de desempregonatural irá aumentar se a taxa efetiva exceder a taxa natural noperíodo anterior.

un = un-1 + a(u-1 – un-1)

un - un-1 = a(u-1 – un-1)

un > un-1 se u-1 > un-1

Uma das principais explicações para histerese, como foi visto, estáassociada à baixa influência dos “excluídos” sobre a negociação desalários frente à pressão exercida pelos “incluídos”.

Histerese e NAIRU

27/06/2018 179SNOWDON, B. and VANE, H.R. (2005), s.7.9

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Histerese e NAIRU

Mudanças na taxa dedesemprego efetivafuncionariam como atratorespara a taxa natural dedesemprego.

Assim, apesar de a demandaagregada não afetar a taxanatural de desemprego no curtoprazo, períodos prolongados dealto ou baixo desempregopoderiam deslocar a taxanatural.

Histerese e NAIRU

27/06/2018 180SNOWDON, B. and VANE, H.R. (2005), s.7.9

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Recomendações de Política Econômica

A existência de rigidez de preços e salários abre espaço para o uso depolítica econômica ativa. Desemprego involuntário pode ser nocivo, podecausar o fenômeno de histerese e deve ser combatido por políticaeconômica.

A influência da concorrência imperfeita no mercado de produtos, quepermite rigidez de preços, em particular frente a queda de demanda,como no caso do custo de menu, sugere que a política econômica deveser assimétrica, operando particularmente em períodos recessivos, comobjetivo de evitar aumento excessivo do desemprego.

A existência de contratos formais de trabalho, que causam rigideztemporária dos salários nominais, também faz com que quedas dedemanda possam ter efeitos significativos sobre o produto, sugerindo ouso de política econômica com o propósito anticíclico, pois, mesmo sefor antecipada, ainda assim poderá gerar efeito compensatório sobre ademanda agregada.

Política Econômica

27/06/2018 181

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Recomendações de Política Econômica

A rigidez de salário real, por sua vez, reduz o incentivo das firmas aajustes de preços. Ainda, ao se combinar a rigidez real do salárioeficiência com a rigidez nominal de preços e salários, tem-se queum choque de demanda pode agravar o desemprego.

Isto porque, se salários e preços nominais fossem flexíveis, apesarda rigidez de salário real, a queda de demanda poderia resultarapenas em queda de preços seguida de queda de salários.Contudo, se houver, por exemplo, custos de menu que evitem aredução de preços, então os salários monetários serão mantidospara assegurar o salário-eficiência e a queda de demanda teráimpactos negativos sobre o produto e emprego.

Ou seja, a rigidez real (ex. salário-eficiência) magnifica não-neutralidades derivadas de pequenas fricções nominais, o quereforça o espaço para atuação de política econômica anticíclica.

Política Econômica

27/06/2018 182

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27/06/2018 183

Parte II – Fundamentos da

Demanda Agregada

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Modelo Clássico

Consumo, poupança e

escolha intertemporal

Mankiw, cap.16 e SL, cap.4

27/06/2018 184

5. Consumo

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Decisões de Consumo e Poupança

Na visão dos clássicos, o consumo é inversamente relacionado àtaxa de juros, dadas as preferências intertemporais dos agentes.

Y = C + I = C + S = W + P

S(r) = Y – C(r) = I(r)

A poupança, que corresponde à parcela da renda não consumida,está diretamente relacionada aos juros e representa a oferta defundos emprestáveis no mercado financeiro que determinará avariação do estoque de títulos das famílias a cada período.

B = B-1 + (Y – C) = B-1 + S

B = Y – C = S

Consumo e Poupança

27/06/2018 185

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Decisões de Consumo e Poupança

Os títulos acumulados rendem a taxa de juros r por período,permitindo maior consumo futuro, uma vez que os jurosacrescem à renda recebida pelas famílias no período corrente:

C = Y + (1+r)B-1

Assim, decisões de consumir menos e poupar mais no presentepermite maior consumo e menor poupança no futuro, e vice-versa.

Consumo e Poupança

27/06/2018 186

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Irving Fisher e a Escolha Intertemporal

• Modelo de dois períodos

Fisher desenvolveu um modelo no qual os consumidoresracionais realizam escolhas intertemporais – isto é, tomam suasdecisões considerando não apenas a renda e possibilidade deconsumo presente, mas a renda esperada e o consumo desejadono futuro.

Supondo que o agente comece o primeiro período sem estoqueprévio de títulos e que ele não poupe no segundo período (ex.não ganha nem deixa herança).

S1 = Y1 – C1

B1 = B0 + S1 = S1

C2 = Y2 + (1+r)S1

Consumo e Poupança

27/06/2018 187

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Irving Fisher e a Escolha Intertemporal

• Restrição Orçamentária (RO)

A restrição orçamentária do consumidor

é dada por:

C2 = Y2 + (1+r)(Y1 – C1)

C1 + C2 /(1+r) = Y1 + Y2 /(1+r) = RO

Qualquer ponto sobre a reta orçamentária entre A e B, significa que oconsumidor está poupando no período corrente e adquirindo títulos eampliando sua possibilidade de consumo no período subsequente pelapoupança mais juros.

Entre A e C, o consumidor gasta mais do que sua renda no períodocorrente, contraindo empréstimos, sendo obrigado a consumir menose poupar mais no período subsequente, de forma a quitar sua dívida.

Consumo e Poupança

27/06/2018 188

Y1 + Y2 /(1+r) C1

C2

(1+r)Y1 + Y2

Y2

Poupança

EmpréstimoA

B

C

Y1

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Irving Fisher e a Escolha Intertemporal

• Curva de Indiferença do Consumidor (IC)

As preferências dos consumidores podemser expressas por meio de suas curvas deindiferença, que mostram as diferentespossibilidades de distribuição do consumono tempo que deixam os consumidoresigualmente satisfeitos.

Consumo e Poupança

27/06/2018 189

C1

C2

A inclinação da curva de indiferença representa a taxa marginal desubstituição entre o consumo no período corrente e o consumo nofuturo, o que depende das preferências individuais dos agentes.

Por sua vez, as curvas de indiferença mas altas estão associadas aníveis de satisfação mais elevados.

IC1

IC2

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Irving Fisher e a Escolha Intertemporal

• Otimização

Para o consumidor, portanto, será melhor estar sob a curva deindiferença mais elevada o possível, o que ocorre quando a curvade indiferença tangencia sua restrição orçamentária. Neste ponto:TMS = 1+r

Consumo e Poupança

27/06/2018 190

C1

C2

IC1IC2

IC3

OC2

C1

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Irving Fisher e a Escolha Intertemporal

• Efeito de Variação na Renda

A elevação na renda do consumidor permiteque ele tenha acesso a uma curva deindiferença mais elevada. Independentementede a elevação da renda ter ocorrido noprimeiro, segundo ou nos dois períodos, supõe-se que o agente age de forma a estabilizar seuconsumo ao longo do tempo.

Consumo e Poupança

27/06/2018 191

C1

C2

Assim, como resultado da elevação da renda o agente eleva tanto oconsumo no presente como no futuro (hipótese de consumo nos doisperíodos como “bens normais”).

C’1 + C’2 /(1+r) = Y’1 + Y’2 /(1+r) = RO’ > RO

Isto significa que o consumo corrente não depende apenas da taxa dejuros e da renda corrente, mas também da renda futura.

IC1

IC2

IC3

OC2

C1

O’C’2

C’1

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Irving Fisher e a Escolha Intertemporal

• Efeito de variação na taxa de juros

No caso de uma elevação da taxa de juros realda economia, há uma rotação da restriçãoorçamentária do consumidor. Como resultado,há queda do consumo e elevação da poupançacorrente e do consumo futuro.

Consumo e Poupança

27/06/2018 192

C1

C2

Esse impacto retrata: i) o efeito renda, uma vez que a mesmaquantidade poupada agora aumenta a renda total obtido nos doisperíodos, o que permite que o consumidor eleve seu consumo nopresente e no futuro; e ii) o efeito substituição, uma vez que a mesmaabstenção de consumo corrente permite maior consumo futuro, o queleva o agente a pereferir consumir menos no presente e mais no futuro.

Como resultado o agente consumirá mais no futuro. Mas o resultadosobre o consumo e poupança corrente é incerto, dependendo daintensidade dos efeitos renda e substituição.

IC1IC2

IC3

OC2

C1 Y1

O’C’2

C’1

(1+r’)Y1 + Y2

Y2

(1+r)Y1 + Y2

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Irving Fisher e a Escolha Intertemporal

• Efeito de variação na taxa de juros

Para saber o resultado da variação na taxa de juros sobre consumo epoupança agregada é preciso, contudo, considerar também o impactode uma variação dos juros sobre os agentes que têm poupança negativanum primeiro momento.

Tanto para os agentes que poupam como para aqueles que seendividam, é válido que a elevação dos juros torna o consumo futuro“mais barato” em relação ao consumo presente, e, portanto, o efeitosubstituição é positivo.

No caso do efeito renda, no entanto, a elevação dos juros diminui adisponibilidade de renda intertemporal para as famílias que tomamempréstimo, reduzindo o consumo nos dois períodos.

Consumo e Poupança

27/06/2018 193

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Irving Fisher e a Escolha Intertemporal

• Efeito de variação na taxa de juros

Como resultado, o efeito substituição é positivo sobre a poupançapara todos os agentes, isto é, elevação dos juros sempre torna oconsumo futuro mais barato que o presente, estimulando apoupança, mas o efeito renda é ambíguo, elevando a renda doscredores, que tendem a poupar menos no presente, e reduzindoa renda dos devedores, que tendem a poupar mais.

Considerando-se que os efeitos renda entre credores e devedoresanulam-se no agregado, prevaleceria o efeito substituição, deforma que elevações dos juros tenderiam a elevar a poupançaagregada.

Consumo e Poupança

27/06/2018 194

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Mudança nas preferências intertemporais

Se a preferência por maior consumo futuro ao presenteaumentar, então os agentes irão aumentar suas poupanças ediminuir o consumo corrente.

Como a poupança representa oferta de fundos emprestáveis, aelevação da oferta pressionará a taxa de juros para baixo,levando o mercado de volta ao equilíbrio tanto pela elevaçãoparcial do consumo como pelo aumento do investimento.

Consumo e Poupança

27/06/2018 195S,I

r

ro

So = Io

S

r1

S1 = I1

S

I

A

B

S’

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Política Monetária, Consumo e Poupança

Variações na política monetária, à la Wicksell, num primeiromomento, afetam a taxa de juros e as decisões de consumo einvestimento dos agentes.

Em particular, uma elevação da oferta de moeda e queda da taxade juros aumenta o consumo e reduz a poupança no períodocorrente.

Política Econômica, Consumo e Poupança

27/06/2018 196

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Política Monetária, Consumo ePoupança

Com as hipóteses do modelo clássico(informação perfeita, flexibilidade depreços e salários, agentes racionaismaximizadores), o desequilíbrio entreoferta e demanda gera ajuste de preçosque demanda por moeda que leva ataxa de juros de volta ao nível deequilíbrio, compatível com estabilidadede preços, sem alteração nas decisõesintertemporais dos agentes.

Política Econômica, Consumo e Poupança

27/06/2018 197

Y

P

P0

Y0

r

r0= r1

S = I

S

I

Yd (M0)

MV = PYM = Md = k.PY

I,S

Yd (M1)

P1

Ys

Y = C(r) + I(r)S(r) = Y – C(r) = I(r)

r’

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Política Fiscal, Consumo e Poupança

No caso de se considerar o governo, diferenças entre os gastos eimpostos geram alteração na disponibilidade de fundosemprestáveis e impactos sobre a taxa de juros e as decisões deconsumo, poupança e investimento dos agentes, de forma que osgastos privados, como resposta às variações dos juros, semovimentam na direção contrária aos desequilíbrio orçamentáriosdo governo, permanecendo a demanda agregada inalterada.

Y = C + I + G = C + S + T

I + G = S + T

I = S + Sg

Política Econômica, Consumo e Poupança

27/06/2018 198

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Política Fiscal, Consumo e Poupança

Crowding-out ou efeito deslocamento: ΔG = - (ΔC + ΔI)

Como exemplo, a elevação dos gastos públicos, supondo impostosconstantes, gera excesso de demanda sobre os fundosemprestáveis, elevação dos juros e consequente redução doconsumo e investimento e elevação da poupança.

Política Econômica, Consumo e Poupança

27/06/2018 199S,I, G,T

r

ro

So+To = Io+Go

S + (T-G’)

I

r1

S1+To= I1+G1

Δ(G’ – T)

S,IY

P

PoYd (Mo)

Yo=Y1

Ys

S + (T-G)

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Modelo Keynesiano

Função consumo

e o paradoxo da parcimônia

Froyen, cap.14

27/06/2018 200

5. Consumo

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Propensão Marginal a Consumir e a Poupar

Y = C + I = C + S

Na visão de Keynes, o principal determinante do consumo seria omontante de renda recebido pelos agentes e não a taxa de juros,cujo efeito marginal poderia ser desconsiderado.

C = a + bY

A propensão marginal a consumir, 0 < b=C/Y < 1, indica quevariações na renda geram variações menos que proporcionais doconsumo.

À propensão marginal a consumir corresponde uma propensãomarginal a poupar: 0 < s = (1-b) = S/Y < 1

Função Consumo Keynesiana

27/06/2018 201

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Propensão Média a Consumir e a Poupar

Além do consumo induzido, haveria um consumo autônomo, a,isto é, que independe do nível de renda, como gastos comnecessidades básicas.

A propensão média a consumir é dada por: PMeC = C/Y = a/Y + b

à qual também corresponde uma propensão média a poupar:

PMeS = (Y-C)/Y = -a/Y + s

Portanto, quão maior a renda, menor a propensão média aconsumir e maior a propensão média a poupar.

Função Consumo Keynesiana

27/06/2018 202

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Multiplicador, Consumo, Poupança e Investimento

O consumo induzido faz com que os gastos autônomos tenhamseus efeitos potencializados sobre a renda, uma vez que a rendainicial decorrente deste gasto detona uma sequência deelevações do consumo e renda.

Y = C + I = a + bY + I = (a+I)/(1-b) = (a+I)/s = C + S

Assim, o consumo autônomo e o investimento geram renda eestimulam o consumo induzido, enquanto o investimentodetermina a poupança.

Função Consumo Keynesiana

27/06/2018 203

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Paradoxo da Parcimônia

Na visão de Keynes, tentativas de elevar a poupança por meio deelevação da propensão marginal a poupar (redução dapropensão marginal a consumir) só teriam efeitos sobre oconsumo e a renda, sem alteração na poupança ou noinvestimento.

Se s > s’ ou, da mesma forma, b’ < b:

Y’ = C’ + I = a + b’Y + I = (a+I)/(1-b’) = (a+I)/s’ = C’ + S

Tal que Y’ < Y

A poupança é sempre igual e determinada pelo investimento eesta igualdade independe da taxa de juros, que, por sua vez, édeterminada pelo equilíbrio entre oferta e demanda de moedano mercado monetário.

Função Consumo Keynesiana

27/06/2018 204

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Política Monetária, Consumo, Poupança e Investimento

Para Keynes, o consumo não é função da taxa de juros, por issovariações na oferta de moeda não teriam impacto direto sobre oconsumo ou sobre a poupança.

Mas a queda da taxa de juros teria efeito sobre o investimento, e,como consequência, sobre a poupança, na mesma magnitude, esobre o consumo, pelo multiplicador, dadas as hipóteses decapacidade ociosa, desemprego involuntário e preços fixos.

Y’ = C’ + I’ = a + bY’ + I = (a+I’)/(1-b) = (a+I’)/s = C’ + S’

Tal que r’ < r, I’ = S’ > I = S, C’ > C e Y’ > Y

A eficácia da PM, como já foi visto, depende de sua influênciasobre os juros e da resposta do investimento.

Política Econômica

27/06/2018 205

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Política Fiscal, Consumo, Poupança e Investimento

Variações nos gastos do governo, tal como os demais gastosautônomos, também geraria efeitos sobre a demanda e a rendapelo multiplicador, que agora incide sobre a renda disponível.

Assim, elevações dos gastos do governo geram efeitos sobre arenda mais do que proporcionais por elevar o consumo induzido.

Y = C + I + G = C + S + T

Y = a + bYd + I + G = a + b(Y-T) + I + G

Y = (a – bT + I + G)/(1-b)

ΔY = ΔG/(1-b) = ΔC + ΔG

Política Econômica

27/06/2018 206

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Política Fiscal, Consumo, Poupança e Investimento

No caso da elevação do déficit orçamentário, permanece válida aigualdade entre poupança e investimento agregados.

Alterações nos gastos correntes do governo não alteram apoupança agregada, visto que, no caso de uma elevação dodéficit, há redução da poupança pública, mas elevação dapoupança privada no mesmo montante.

Y = C + I + G = C + S + T

I + G = S + T

I = S + Sg = (Y – C) + (T – G)

ΔS = (ΔY – ΔC) = –(ΔT – ΔG) = –ΔSg

A poupança agregada continua sendo igual ao investimentototal, que inclui investimento público e privado.

Política Econômica

27/06/2018 207

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Política Fiscal, Consumo, Poupança e Investimento

Vale notar que, de acordo com a teoria de Haavelmo, seriapossível promover elevação da renda via política fiscalexpansionista mesmo com orçamento equilibrado.

Y = a + bYd + I + G = a + b(Y-T) + I + G

ΔY = b(ΔY- ΔT) + ΔG

ΔY(1-b) = ΔG – bΔT = ΔG – bΔG = ΔG(1-b)

ΔY = ΔG = ΔT

Política Econômica

27/06/2018 208

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Críticas à função consumo keyensiana

Entre as principais críticas à função consumo keynesiana estão:

1) a relação mecânica entre a renda e o consumo sugerida pelapropensão marginal a consumir;

2) a relação inversa entre a renda e propensão média aconsumir.

Os dados empíricos não confirmavam estas relações, isto é, nemsempre o consumo variava na mesma direção ou em magnitudemenor do que a renda, e, com o crescimento das economias aolongo dos anos, não houve queda na propensão média aconsumir, que, na verdade, mostrava grande estabilidade.

As proposições de Keynes se sustentavam no curto, mas não nolongo prazo.

Críticas

27/06/2018 209

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Síntese Neoclássica

Modelo do ciclo de vida

Froyen, cap. 14, Mankiw, cap.16 e SL.4

27/06/2018 210

5. Consumo

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Hipótese do Ciclo de Vida

Franco Modigliani sugere que os agentes tentariam distribuir oconsumo no tempo de acordo com suas preferências, sujeito àsrestrições de recursos disponíveis com a qual se deparam aolongo da vida.

Uma mudança importante diz respeito ao fato de os agentesconsiderarem como renda relevante para decisão de consumonão apenas a renda corrente, mas também a renda esperada nofuturo.

Modelo do Ciclo de Vida

27/06/2018 211

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Hipótese do Ciclo de Vida

De acordo com a hipótese dociclo de vida, o agente buscarelativa estabilidade noconsumo ao longo da vida,com despoupança nosprimeiros anos, quando estácomeçando sua vidaprofissional, conforme suarenda aumenta, a poupançaaumenta até um pontomáximo, quando começaentão a declinar, seja no finaldos anos de trabalho ou já naaposentadoria.

Modelo do Ciclo de Vida

27/06/2018 212

C

C

Y Y

Tempo

$

Poupança

Despoupança

Despoupança

Tempo

R

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Hipótese do Ciclo de Vida

Se o agente deseja distribuir de maneira proporcional seuconsumo ao longo dos anos restantes de vida, então:

C = [YT.N + A]/T

C = [Y + (N-1)Ye + A]/T

Onde YT é a renda auferida ao longo do tempo, decompostaentre a renda corrente, Y, e a renda média esperada ao longo dosanos de trabalho, Ye, e A é o estoque de ativos no períodocorrente – supondo taxa de juros igual a zero (para simplificar).

Uma mudança transitória na renda corrente teria efeito muitopequeno sobre o consumo, enquanto uma mudança na rendacorrente que se espere ser mantida ao longo do tempo terá umefeito muito maior.

Modelo do Ciclo de Vida

27/06/2018 213

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Hipótese do Ciclo de Vida

Como exemplo, considerando a vida adulta, um agente comexpectativa de mais 50 anos de vida (T), 40 de trabalho (N) e 10de aposentadoria.

C = [YT.N + A]/T = 0,8.YT + 0,02A

C = [Y + (N-1)Ye + A]/T = 0,02.Y + 0,78Ye + 0,02A

Assim, uma mudança de 100 na renda corrente (Y) irá gerar umaelevação de 2 no consumo de cada período por 50 períodos.

ΔC/ΔY = 1/T = 1/50 = 0,02

Por outro lado, uma mudança de 100 na renda de maneiracontinuada elevará o consumo em 80 a cada período, incluindoos 10 anos de aposentadoria.

ΔC/ΔY + ΔC/ΔYe = 1/T + (N-1)/T = N/T = 40/50 = 0,8

Modelo do Ciclo de Vida

27/06/2018 214

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Hipótese do Ciclo de Vida

Uma forma geral da função consumo de acordo com a hipótesedo ciclo de vida é:

C = b1Y + b2Ye + b3A

Supondo que as expectativas acerca da renda futura seja apenasum múltiplo da renda corrente, então:

Ye = Y

Neste caso, a função consumo seria:

C = (b1 + b2)Y + b3A

Sendo = 0,5

C = (0,02 + 0,78.0,5)Y + 0,02A

C = 0,41Y + 0,02A

Modelo do Ciclo de Vida

27/06/2018 215

C

Y

CLP

CCP0

CCP1

CCP2

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Hipótese do Ciclo de Vida

Assim, a relação entre variações no consumo e na renda corrente(PMgC) seria menor, tendo em vista que muitas mudanças narenda são apenas transitórias e, portanto, têm pequeno impactosobre o consumo dos agentes.

ΔC/ΔY = b1 + b2

A razão entre o consumo e a renda (PMeC), por sua vez, seriarelativamente estável, sendo o agregado o resultado dacombinação de famílias no auge do período de trabalho, combaixa PMeC e famílias de jovens ou idosos, com alta PMeC. Notempo, para o agregado, renda e riqueza crescem juntas.

C/Y = (b1 + b2) + b3A/Y

Modelo do Ciclo de Vida

27/06/2018 216

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Política Econômica

• Política Fiscal e o Efeito Multiplicador

No modelo keynesiano, a política fiscal teria impacto ampliadosobre a renda pelo efeito multiplicador associado ao impacto darenda corrente sobre o consumo.

Com a hipótese do ciclo de vida, se o impacto sobre a renda forpercebido como transitório, o efeito sobre o consumo e, logo, omultiplicador, será menor.

Na hipótese feita por Modigliani de que a renda esperada écalculada a partir da renda corrente e usando os dados estimadosem seu trabalho, o multiplicador da renda corrente ainda seriaelevado:

C = (b1 + b2)Y + b3A = 0,72 + 0,06A

Modelo do Ciclo de Vida

27/06/2018 217

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Política Econômica

• Política Monetária e o Consumo

A partir da hipótese do ciclo de vida, a política monetária passa ater efeitos diretos sobre o consumo, uma vez que o consumodepende da riqueza e esta é afetada pelo comportamento dataxa de juros.

Queda na taxa de juros eleva o valor dos ativos sob posse dosagentes, fazendo com eles se sintam mais ricos e, portanto,aumentem os gastos em consumo – efeito riqueza.

Uma política monetária contracionista, por sua vez, terá o efeitocontrário, i.e., desestímulo ao consumo por efeito riquezanegativo.

Modelo do Ciclo de Vida

27/06/2018 218

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Críticas à Hipótese do Ciclo de Vida

As principais críticas ao modelo do ciclo de vida estão direcionadasà previsibilidade das condições futuras que influenciariam asdecisões correntes de consumo, como a expectativa de vida, operfil de renda ao longo do tempo, condições de acesso a crédito,contingências, comportamento das preferências, entre outros.

Adicionalmente, seria preciso considerar possibilidade efetiva deacesso a crédito particularmente por parte de famílias jovens compouca riqueza, e a possibilidade de agentes desejarem poupar nãoapenas para aposentadoria, mas também para deixar herança.

Uma outra crítica está voltada ao argumento central do modelo,isto é, que as famílias tomam suas decisões correntes de consumobuscando adequá-las a uma distribuição de consumo desejada aolongo do tempo.

Modelo do Ciclo de Vida

27/06/2018 219

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Monetarismo

Hipótese de Renda Permanente

Froyen, cap. 14, Mankiw, cap.16 e SL.4

27/06/2018 220

5. Consumo

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Hipótese da Renda Permanente

Milton Friedman reformula a função consumo proposta pelosclássicos, introduzindo a renda como um determinante, tal comoproposto pelos keynesianos, porém diferenciando entrecomponentes transitórios e permanentes da renda.

A ideia de renda permanente estaria associada à renda médiaesperada pelos agentes a partir do estoque de riquezaacumulada sob a forma de ativos (humano, físico ou financeiro).

C = kYp

Yp seria a renda permanente e k o fator de proporcionalidade doconsumo presente em relação à renda permanente.

Teoria da Renda Permanente

27/06/2018 221

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Hipótese da Renda Permanente

O cálculo da renda permanente por parte dos agentes seria feitoa partir de uma determinada referência, corrigida em função dosdesvios desta em relação à renda efetivamente recebida.

Yp = Yp-1 + j(Y – Yp-1), 0 < j < 1

A renda efetivamente recebida pelos agentes a cada períodopoderia ser decomposta entre a renda permanente e umcomponente transitório (positivo ou negativo).

Y = Yp + Yt

O efeito da renda transitória não teria impacto proporcionalsobre o consumo corrente, mas seria diferido ao longo da vida doagente.

Teoria da Renda Permanente

27/06/2018 222

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Hipótese da Renda Permanente

Neste caso, tal como ocorre na hipótese do ciclo de vida, háqueda do multiplicador, tendo em vista que o consumo não édiretamente afetado pela renda corrente, mas pelo impacto darenda corrente sobre a renda permanente.

C = kYp = k[Yp-1 + j(Y – Yp-1)]

ΔC/ΔY = kj

Ainda, haveria um componente transitório no consumo correnteque não estaria associado à renda.

A longo prazo, contudo, quando os efeitos transitórios se anulam,então a propensão marginal a consumir seria:

(ΔC/ΔY)LP = k

Teoria da Renda Permanente

27/06/2018 223

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Hipótese da Renda Permanente

Neste caso, a função consumo pode ser reescrita da seguintemaneira:

C = kYp = k[Yp-1 + j(Y – Yp-1)]

C = k[(1-j)Yp-1 + jY]

E a propensão média a consumir seria:

PMeC = C/Y = k[(1-j)Yp-1/Y + j]

Esta forma seria consistente com uma PMeC não proporcional nocurto prazo (Y<>Yp-1 então PMeC >< k), mas constante ao longodo tempo, quando os componentes transitórios se anulam eresta apenas a renda permanente (PMgCLP = PMeCLP = k) .

Teoria da Renda Permanente

27/06/2018 224

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Política Econômica

Uma conclusão importante apontada por Friedman em termosde política econômica é a redução do impacto de variações narenda corrente sobre o consumo como efeito da política fiscal.

O efeito depende do caráter temporário ou transitório da políticaadotada e do fator de correção da renda permanente adotadopelos agentes.

Friedman, então, se contrapõe à defesa da eficácia da políticafiscal tão ampla como colocado por Keynes, além de levar emconsideração o efeito deslocamento.

Teoria da Renda Permanente

27/06/2018 225

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Novo Clássico

Expectativas racionais e o consumo agregado

Froyen, cap. 14, Mankiw, cap.16 e SL.4

27/06/2018 226

5. Consumo

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Novo-Clássico – 1ª Geração

Os novo-clássicos criticam os monetaristas por sua visãorestrospectiva que também se refletiria na hipótese de rendapermanente.

Em particular, a renda permanente seria atualizada de acordocom a diferença entre a renda efetiva e a renda permanenteesperada.

De acordo com as expectativas racionais, contudo, todas asinformações relevantes seriam considerardas e, portanto, apenasmudanças imprevistas na renda que causem mudança na rendapermanente estimada poderiam afetar o consumo.

Expectativas Racionais e o Consumo

27/06/2018 227

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Novo-Clássico – 1ª Geração

Robert Hall é uma das referências entre os autores que tentaramcombinar a hipótese de renda permanente e expectativasracionais.

Na sua visão, como os agentes tomam suas decisões de consumocom base na renda permanente, que depende das expectativasatuais sobre a renda ao longo da vida, buscando manter oconsumo estável ao longo do tempo, então as variações noconsumo observadas refletem surpresas na renda dos agentescausadas por eventos imprevisíveis.

Desta forma, variações no consumo deveriam refletir omovimento de um passeio aleatório.

27/06/2018 228

Expectativas Racionais e o Consumo

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Novo-Clássico – 1ª Geração

Vale analisar o impacto de variações da renda prevista e imprevista:

• Choque corrente (imprevisto)

Supondo que variações de curto prazo na renda sejam imprevisíveis,então o consumo varia com variações da renda ao longo do cicloeconômico.

• Variação corrente prevista

Variações previstas da renda, contudo, não causariam variações noconsumo, pois já teriam sido incorporadas ao cálculo da rendapermanente.

27/06/2018 229

Expectativas Racionais e o Consumo

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Novo-Clássico – 1ª Geração

• Política Econômica

A implicação para política econômica é que nenhuma alteraçãoantecipada terá efeito sobre a demanda corrente dos agentes,mas apenas alterações que tenham caráter supresa.

Como exemplo, uma política fiscal contracionista de elevação dosimpostos de caráter permanente fará com que os agentesreduzam seus patamares de consumo desde o seu anúncio, deforma que sua efetiva implementação não terá efeitos adicionais.

Este exemplo reflete o fato de que gestores da políticaeconômica afetam as decisões dos agentes não só por meio desuas decisões, mas também por impacto sobre as expectativas.

Expectativas Racionais e o Consumo

27/06/2018 230

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Novo-Clássico – 1ª Geração

• Críticas às expectativas racionais e às variações no consumocomo passeio aleatório

A combinação das hipóteses de renda permanente comexpectativas racionais, portanto, implicaria que as variações doconsumo se comportam como passeio aleatório.

O que se observa, no entanto, é que mesmo variações previsíveisna renda têm impacto sobre o consumo e, em particular, ocomportamento da renda corrente tem impacto maior sobre ocomportamento do consumo do que esta teoria poderia supor.

Assim, o consumo responde menos a surpresas e mais à rendacorrente do que seria compatível com esta teoria.

Expectativas Racionais e o Consumo

27/06/2018 231

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Novo-Clássico – 2ª Geração

Robert Barro sugere que o horizonte de decisão dos agentessobre as alternativas entre consumir e poupar envolveria nãoapenas o presente e futuro do indivíduo, mas de toda a suafamília, e, portanto, a possibilidade de se deixar um legado pormeio de herança.

O autor trabalha com a ideia de equivalência ricardiana segundoa qual mudanças no padrão tributário no tempo não afeta osgastos dos indivíduos, que consideram um horizonte infinito detempo (gerações) para tomada de decisão.

Equivalência Ricardiana e o Consumo

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Novo-Clássico – 2ª Geração

Usando como exemplo a escolha intertemporal com doisperíodos, a restrição orçamentária para o governo seria dadapor:

Dg1= (G + Ig – T)1

Dg2 = (1+ r)Dg1 + (G + Ig – T)2

G1 + Ig1 + (G2+Ig2)/(1+r) = T1 + T2/(1+r) + Dg2/(1+r)

Dados G1,2, Ig1,2 , Dg1 e supondo Dg2=0, então T1 + T2/(1+r), isto é,o valor presente dos impostos, também é dado,independentemente de sua distribuição no tempo.

Equivalência Ricardiana e o Consumo

27/06/2018 233

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Novo-Clássico – 2ª Geração

Usando como exemplo a escolha intertemporal com doisperíodos, a equivalência ricardiana pode ser observada daseguinte maneira:

C1 + C2 /(1+r) = Y1 + Y2 /(1+r) – [T1 + T2 /(1+r)]

Supondo que a redução dos impostos no presente precisem sercompensados por elevação de impostos no futuro, então:

T1 + T2 /(1+r) = -T + (1+r)T /(1+r) = 0

Assim, como o valor presente dos impostos permaneceinalterado, então a restrição orçamentária intertemporal e osgastos dos indivíduos também permanecem inalterados.

Equivalência Ricardiana e o Consumo

27/06/2018 234

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Novo-Clássico – 2ª Geração

• Política Econômica

Como exemplo, segundo a equivalência ricardiana, uma quedados impostos correntes, que aumenta a renda disponível dosagentes, elevaria a poupança privada, sem alterar os gastos, umavez que os agentes procurariam economizar para fazer face àelevação futura da carga tributária necessária para manter adívida estável.

Desta forma, redução em T1 e elevação de T2 não teriamimpactos sobre C1 ou C2. Como resultado, os agentes aumentamsuas poupanças, como resultado da elevação da renda disponívelpara dado consumo, num primeiro momento para poder pagarmais impostos num segundo momento.

Equivalência Ricardiana e o Consumo

27/06/2018 235

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Novo-Clássico – 2ª Geração

• Política Econômica

Em relação à poupança, num primeiro momento, há redução de Sge elevação de S, com a poupança agregada inalterada.

Num segundo momento, há o movimento inverso, também semalteração sobre a poupança agregada.

Ou seja, mudança nos impostos sem alteração nos gastos dogoverno não impactam os gastos nem a poupança agregada e osjuros permanecem inalterados.

Na visão de Barro, a equivalência ricardiana seria válida mesmoconsiderando um futuro e gerações distantes.

Equivalência Ricardiana e o Consumo

27/06/2018 236

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Novo-Clássico – 2ª Geração

• Crítica

As principais críticas recaem sobre a capacidade de previsão dosagentes e ao comportamento maximizador intergeracional.

Em particular, no caso de famílias com restrição de liquidez (acesso acrédito limitado), uma redução de impostos e elevação da rendadisponível provavelmente levaria ao aumento dos gastos em consumo.

Além disso, em contexto de incerteza, as famílias não sabem ao certoas rendas futuras. E mesmo as regras sobre impostos podem seralteradas, com redução de impostos sobre salário e elevação futura deimpostos sobre os lucros.

Por fim, evidências empíricas negam a hipótese de equivalênciaricardiana – déficits orçamentários por redução de impostos não sãoacompanhados de aumento da poupança.

Equivalência Ricardiana e o Consumo

27/06/2018 237

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Modelo Neoclássico de Investimento

Mankiw, cap.17

27/06/2018 238

6. Investimento

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Investimento em capital fixo privado

A aquisição de máquinas, equipamentos e instalações por partede firmas é função, fundamentalmente, do produto marginal queestas ampliação de capacidade produtiva é capaz de gerar,contraposto ao custo de financiamento ou oportunidaderepresentado pela taxa de juros.

A função de produção apresenta produtividade marginaldecrescente, o que significa que a produtividade diminuiconforme aumenta o número de máquinas e equipamentos.

Para empresa, só valerá demandar unidades adicionais decapacidade produtiva se o acréscimo à produção (PMgK) for nomínimo igual ao custo real do capital.

Modelo Neoclássico de Investimento

27/06/2018 239

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Investimento em capital fixo privado

• Inovações Tecnológicas

Inovações tecnológicas que aumentem a produtividade marginaldo capital e, logo, a lucratividade do investimento, estimulará oinvestimento, dada a taxa de juros vigente, que aumentará oestoque de capital e provocará queda da produtividade marginal,num processo cumulativo que cessará quando a produtividademarginal do capital voltar a ser igual ao custo real do capital.

Modelo Neoclássico de Investimento

27/06/2018 240

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Investimento em capital fixo privado

• Política Econômica

A política monetária expansionista, ao reduzir a taxa de juros,aumenta a demanda por investimento. Se a economia estiver empleno emprego e plena capacidade, contudo, a pressão serevertará em elevação de preços.

Uma política fiscal de expansão dos gastos públicos que eleve ademanda por fundos emprestáveis pressionará os juros paracima, causando efeito deslocamento sobre o investimento e oconsumo privados.

Modelo Neoclássico de Investimento

27/06/2018 241

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Função de Investimento Keynesiana:

Modelo Acelerador e

Investimento em Estoques

Froyen, cap. 14 e Mankiw, cap.17

27/06/2018 242

6. Investimento

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Função Investimento

As decisões de investimento, na visão keynesiana, estariamrelacionada às rentabilidade esperada do investimento (re) e à taxade juros (r), que representa o custo de oportunidade e o custo definanciamento.

A rentabilidade esperada seria parcialmente influenciada pelascondições correntes da economia, que induzem um investimento(In) direcionado ao ajuste da capacidade produtiva, e parcialmenteinfluenciada pelas expectativas dos empresários, que, sendo maisotimista ou pessimista, determinaria um comportamento autônomodo investimento (Ia), que independe das atividades correntes.

Adicionalmente, os agentes realizam investimento em estoques (Ie)de produtos para fazer face a variações imprevistas de demanda.

I (re, r) = Ia + In + Ie

Função Investimento Keynesiana

27/06/2018 243

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Função Investimento

I = FBCF + Estoques

I = FLCF + Depreciação + Est.Desejado + Est.Indesejado

• Formação Bruta em Capital Fixo (FBCF) – modelo acelerador

Diz respeito ao ajuste da capacidade produtiva às vendas econforma o ciclo econômico.

• Variação de Estoques

Diz respeito ao ajuste em estoque de produtos acabados parafazer face a variações imprevistas na demanda e ajustesindesejados por descompaço entre decisão de produção edemanda. Conforma ciclo de estoque.

Função Investimento Keynesiana

27/06/2018 244

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Modelo Acelerador Rígido

Desconsiderando-se a depreciação, por simplificação, oinvestimento realizado para ajuste de capacidade produtiva édado por:

In = K – K-1

Nível desejado de capacidade produtiva definido em função donível de produto, dada a relação técnica capital-produto ()

= K/Y

In = K – K-1 = (Y - Y-1) = Y

Função Investimento Keynesiana

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Modelo Acelerador Flexível (ajustamento de custos)

Ajuste na capacidade produtiva é feito de maneira gradual, emfunção do custo de ajustamento, associado à demora parafabricação das máquinas e equipamentos, pagamento de hora-extra, perda de desinvestimento em ativos poucos líquidos.

In = (K – K-1) onde 0 < < 1

Neste caso, como o ajuste é parcial, a cada período, a capacidadeprodutiva não reflete exatamente o estoque desejado. Temosentão, de maneira aproximada:

In = (K – K-1) = Y

Função Investimento Keynesiana

27/06/2018 246

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Modelo Multiplicador-Acelerador

Paul Samuelson analisou a interação entre o multiplicador e oacelerador (combinação denominada supermultiplicador) comoexplicação para as flutuações do ciclo econômico.

Supondo, como simplificação, os gastos autônomos constantes nocurto prazo, tal que Ca = Ia = 0, então:

In = (K – K-1) = Y

Y = C + I = Ca + bY + I

Y = In / (1-b)

In = Y = (/(1-b)).I

O investimento, via efeito multiplicador, influencia a renda que,via acelerador, influencia o investimento.

Função Investimento Keynesiana

27/06/2018 247

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Investimento em Estoques

• Investimento desejado em estoques

As firmas mantêm estoques de bens intermediários e bensacabados para fazer face a variações imprevistas de demanda.Supõe-se, em geral, que o nível de estoques desejados (E) é umaproporção das vendas (), que pode ser aproximada pelo produtoda economia.

E = Y, onde > 0

Considerando que o ajuste é feito de maneira gradual, então:

Ied = (E – E-1) = Y

Função Investimento Keynesiana

27/06/2018 248

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Investimento em Estoques

• Investimento indesejado em estoques

Além do investimento desejado, pode haver investimentoindesejado em estoques causados por desequilíbrios entre ofertae demanda.

Iei = Ye – Y

Supondo, por simplicidade, que as vendas esperadas são iguais àsvendas do período anterior, então:

Iei = Y-1 – Y = – Y

O investimento total em estoques, portanto, será dado por:

Ie = Ied + Iei = Y – Y = ( – 1)Y

Função Investimento Keynesiana

27/06/2018 249

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Política Econômica

• Política Fiscal

Os gastos do governo entram como um gasto autônomo queaumenta a o nível de produto e estimula o investimento por meiodo efeito acelerador.

• Política Monetária

A política monetária pode estimular o investimento por meio deredução da taxa de juros – a eficácia depende da elasticidade-juros da demanda por moeda e do investimento. O efeito sepropaga para economia pelo multiplicador do investimento e seretroalimenta pelo efeito acelerador.

Função Investimento Keynesiana

27/06/2018 250

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Críticas

O modelo do multiplicador-acelerador é criticado por suporestável a relação entre capital e produto (). Em particular,mudanças no custo de capital ou no fator de produçãoalternativa, o trabalho, poderiam levar a ajustes na relaçãocapital-produto, ao menos a médio prazo.

Ainda assim, este modelo apresenta grande aderência à realidadepara explicar o comportamento do investimento.

Função Investimento Keynesiana

27/06/2018 251

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Q de Tobin

Mankiw, cap.17

27/06/2018 252

6. Investimento

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Q de Tobin

James Tobin relaciona as decisões de investimento das empresasao comportamento da razão entre o valor de mercado de suacapacidade produtiva (V) e o custo de reposição (K).

q = V/K

Na visão do autor, as empresas são estimuladas a investir quandoo valor de q é maior do que a unidade (q>1), pois o mercadoatribui maior valor ao estoque de máquinas e equipamentoscombinado sob administração da empresa do que o somatóriodos mesmos isoladamente disponíveis para aquisição nomercado, justificando expansão por parte da empresa capaz deagregar valor aos bens de capital adquiridos mercado sob a formade lucro.

Q de Tobin

27/06/2018 253

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Q de Tobin

Tobin contrapõe-se à visão Keyensiana de que o investimentoseria pouco sensível à estímulos por meio de política monetária evariações da taxa de juros e alinha-se mais à visão neoclássica,apesar de ser mais abrangente, por incorporar uma perspectivade lucratividade futura, além da lucratividade corrente.

q = V/K = PMgK/r, onde PMgK reflete a expectativa de pagamentode dividendos e q o valor descontado dos dividendos.

Assim, q > 1 significa que o mercado está assinalando anecessidade de se ampliar o estoque de capacidade produtiva.

Q de Tobin

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Q de Tobin

Segundo o autor, uma política monetária expansionista poderia,ao elevar o preço dos títulos e reduzir a taxa de juros, aquecer omercado de ações, com pressão de alta sobre a proporção q.

Neste sentido, a política monetária seria complementar à políticafiscal. A própria redução de impostos sobre as empresas poderiaaumentar os lucros e o valor de q.

Uma crítica, contudo, recai sobre a volatilidade do mercado deações como base para as decisões de investimento produtivo.

Por exemplo, uma queda no q de Tobin reflete pessimismo dosinvestidores sobre a rentabilidade futura, que pode ou não terfundamentos consistentes, sendo, eventualmente, resultadoapenas de movimentos de especulação.

Q de Tobin

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Restrição de Crédito ao Financiamento

Mankiw, cap.17

27/06/2018 256

6. Investimento

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Restrição de Crédito ao Financiamento

Para realizar o investimento, as empresas precisam dispor derecursos próprios (lucros retidos) ou acesso a recursos deterceiros (empréstimo, venda de títulos, ações).

O modelo neoclássico supõe que as empresas terão acesso aosrecursos necessários para realizar seus investimentos seestiverem dispostas a arcar com o custo do capital. O equilíbrioentre a oferta e demanda de recursos se daria por meio devariações nas taxas de juros.

No entanto, existem situações onde mesmo dispostas a pagar ocusto do capital vigente, a empresa pode não conseguir acesso arecursos no mercado financeiro.

Restrição de Crédito ao Financiamento

27/06/2018 257

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Restrição de Crédito ao Financiamento

Esta condição tende a ocorrer, em particular, em duas situações.

No primeiro caso, pode haver imposição política de baixas taxasde juros, descasadas do risco inerente às atividades, que leva asinstituições financeiras a limitar o acesso ao crédito.

No segundo, há assimetria de informação sobre a probabilidadede sucesso dos planos de investimento das firmas, que levainvestidores a avaliar de maneira conservadora as ações dasempresas e os bancos a limitar o acesso a crédito pelas firmas,mesmo com disponibilidade de recursos e sem aumentar osjuros, para evitar seleção adversa e risco moral.

Nestes casos, as empresas passam a depender,fundamentalmente, dos lucros acumulados para financiar seusprojetos, que ficam, muitas vezes, limitados.

Restrição de Crédito ao Financiamento

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Restrição de Crédito ao Financiamento

Em casos de restrição ao crédito, uma das maneiras de a políticaeconômica estimular o nível de atividade é atuar por meio deinstrumentos que colaborem para afrouxar a restrição de liquideze expandir o crédito, ao invés de atuar diretamente sobre aredução da taxa de juros.

Restrição de Crédito ao Financiamento

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