teoria e prática penal - 2014 - fernanda escobar e patricia vanzolini

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    A EDITORA MTODO se responsabiliza pelos vcios do produto no que concerne sua edio (impresso e apresentaoa fim de possibilitar ao consumidor bem manuse-lo e l-lo). Os vcios relacionados atualizao da obra, aos conceitosdoutrinrios, s concepes ideolgicas e referncias indevidas so de responsabilidade do autor e/ou atualizador.Todos os direitos reservados. Nos termos da Lei que resguarda os direitos autorais, proibida a reproduo total ouparcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrnico ou mecnico, inclusive atravs de processos xerogrficos,fotocpia e gravao, sem permisso por escrito do autor e do editor.

    Impresso no Brasil Printed in Brazil Direitos exclusivos para o Brasil na lngua portuguesa

    Copyright 2014 by EDITORA MTODO LTDA.Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial NacionalRua Dona Brgida, 701, Vila Mariana 04111-081 So Paulo SPTel.: (11) 5080-0770 / (21) 3543-0770 Fax: (11) [email protected] | www.editorametodo.com.br

    Produo digital: Geethik

    Capa: Marcelo S. Brando

    CIP Brasil. Catalogao-na-fonte.Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

    Escobar, Fernanda Maria Zichia

    Exame da Ordem, 2 fase: penal: parte prtica, modelos de peas e exerccios / Fernanda Maria Zichia Escobar, MariaPatricia Vanzolini. 12. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; So Paulo: MTODO, 2014.

    ISBN 978-85-309-5364-5

    1. Ordem dos Advogados do Brasil - Exames - Guias de estudo. 2. Processo penal - Brasil. I. Vanzolini, MariaPatricia. II. Ttulo.

    09-1886 CDU: 343.1(81)

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    FERNANDA MARIA ZICHIA ESCOBAR

    minha maravilhosa me Josette , por tudoo que me ensinou, por tudo o que vivemos juntas

    e pelo enorme amor e carinho que sempre me dooue que perdura at hoje...

    Ao meu querido Jnior Salom, pela compreensoe pelo nosso amor, que doa beleza e sentido arte

    de existir e de acreditar que tudo na vida vale a pena.

    Ao meu filho Fernando , por trazer maisalegria e sentido minha vida.

    MARIA PATRICIA VANZOLINI

    A Luis Cludio e Maria Eugnia, pelo amor, fora, confiana e exemplo.

    A voc, Alexis , por tudo.

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    AGRADECIMENTOS

    Fernanda Maria Zichia Escobar

    Aos meus ex-alunos e atuais, em especial aos da UNAR e das Claretianas, pela motivao e carinho transmitidos diariameAo meu insigne irmo Ricardo, pela inspirao na escolha da minha profisso. minha mais nova famlia, na qual recentemente fui acolhida com afeto e amor.

    Ao meu mestre Rizzatto Nunes, pela sua exemplar contribuio Cincia do Direito.Ao Vauledir Ribeiro Santos, cujo apoio possibilitou a presente obra.A todos os amigos que fizeram e fazem parte da minha trajetria.E a Deus, por tudo.

    Maria Patricia Vanzolini

    Esta obra no teria sido possvel sem a colaborao de muitas pessoas. A todas elas sinceramente agradeo. E em especiaA cada um dos meus alunos, aos quais devo tudo o que aprendi e que certamente me ensinaram muito mais do que eu a

    eles.Ao Marcos Fernandes, cuja generosidade e confiana me permitiram ingressar no mais fascinante dos mundos.

    Ao Vauledir Ribeiro Santos, pela oportunidade de realizar este sonho. Fernanda Escobar, mais do que colega, amiga e exemplo. Professora Llian Baralobre, minha guia nos primeiros passos deste caminho. Simone Feliciano, pela competncia e amizade sempre presentes.Ao Mauricio Lencasttre, pelas portas que generosamente me abriu.A John, Oliver ( in memoriam ) e Kim, pela sua inestimvel companhia.

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    NOTA DO COORDENADOR NOTA DO COORDENADOR NOTA DO COORDENADOR NOTA DO COORDENADOR

    Na esteira de nosso compromisso, de sempre oferecer trabalhos que possibilitem a melhor preparao do candidato aoExame de Ordem, apresentamos este livro que aborda, de forma aprofundada e detalhada, a preparao 2. fase, opo peque teve pronta acolhida por parte dos estudantes e dos professores, tanto de cursos preparatrios quanto de graduao, ndisciplina de prtica forense penal.

    Em razo do grande sucesso de nossoComo se preparar para o Exame de Ordem, 1. e 2. fases, em sua 13. edio, commais de 100.000 exemplares vendidos, entendemos que podemos contribuir mais no direcionamento dos estudos para a prova

    prtica, com uma nova abordagem, com um novo mtodo de estudo. Sendo assim, este livro vem, tambm, cumprir esse papel, pois se trata de uma obra especfica sobre uma nica rea (penal).

    A ideia deste trabalho abordar por completo a preparao para a prova, na opo penal. O candidato, diante de umasituao-problema, ser levado a reunir todas as informaes importantes, necessrias para o desenvolvimento do raciocnapto a solucionar a questo.

    Nesse sentido, procuramos a colaborao das professoras Fernanda Maria Zichia Escobar e Maria Patricia Vanzolini, amcom larga experincia na preparao de candidatos ao Exame de Ordem. Como esperado, as autoras, com maestria,conseguiram atingir a proposta idealizada, expondo a matria com a metodologia e objetividade prprias de quem domina oassunto, apresentando, inclusive, um mtodo seguro, prtico e completo de estudo.

    A obra foi estruturada em duas partes, Teoria e Prtica. A Parte I Teoria apresenta uma exposio prtica e didtica dosquatro passos essenciais para a resoluo da questo proposta, possibilitando a segura identificao da tese e pea a seremapresentadas na prova prtico-profissional; a seguir rene as peas em espcie, com anlise das principais peties penais.

    A Parte II Prtica traz modelos de peas e exerccios. Inicia-se com o tpico Redigindo uma petio, cuidando daestrutura da pea prtica, e a seguir apresenta81 modelos de peas, enfocando as mais variadas situaes existentes na prticaforense penal. As questes so apresentadas de dois modos, no formato situao-problema (tal qual o candidato encontrar nExame da OAB), para que o estudante se exercite elaborando a pea e checando a resposta da questo no respectivo gabarie no formato de questes prticas (dissertativas).

    Ao final, a obra apresenta os seguintes anexos: Ao penal (quando necessria a iniciativa ou autorizao do ofendido relao de crimes); Prazos; Grfico, que apresenta um resumo contendo as informaes mais importantes sobre as principaiseas; Sinnimos; Jarges; Expresses de transio; Sugestes para epgrafes e vocativos em peties e recursos; Erros mais

    comuns; Vocabulrio e Principais expresses latinas.

    O resultado em muito nos agradou, pois certamente o estudo por meio deste trabalho ser fundamental queles que tero pela frente, na 2. fase do Exame da OAB, a matria penal e buscam a aprovao.Podemos afirmar, com segurana, que esta obra rene todos os elementos para uma tima e perfeita preparao para a 2

    fase (opo penal).

    VAULEDIR RIBEIRO SANTOS

    ([email protected])

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    NOTA DAS AUTORASNOTA DAS AUTORASNOTA DAS AUTORASNOTA DAS AUTORAS

    Este livro fruto da experincia de anos de ensino de Direito Penal e Processual Penal para candidatos inscrio nosquadros da Ordem dos Advogados do Brasil.

    Durante esse perodo, pudemos perceber as dvidas e dificuldades comuns grande maioria dos alunos e, sobre essesdados, desenvolver um mtodo realmente eficaz para, num curto espao de tempo, municiar o estudante com instrumentalnecessrio aprovao no exame.

    Este livro no um mero manual de direito penal ou processual. Ele tambm um roteiro, um mapa que ir gui-lo duraos seus estudos. Como voc logo perceber, a prpria sequncia de apresentao da matria terica e das peas processuadiferente da dos outros manuais que voc conhece. Esta obra resultado de anos de experincia docente, durante os quaiselaboramos e testamos a melhor forma de desenvolver no bacharel em Direito um raciocnio jurdico voltado a uma finalidespecfica. Voc no tem que saber por saber. Voc tem que saber o que importante para resolver um problema penal. Emais, voc tem que saber como raciocinar sobre um problema penal. esta a metodologia que aqui reunimos. Quer vocesteja estudando sozinho, quer esteja frequentando algum curso preparatrio, certamente poder beneficiar-se dela.

    possvel que voc, por j se julgar suficientemente preparado, ou mesmo por falta de tempo ou dinheiro, tenha se deci por estudar sozinho. No h nada de errado com isso, muitos conseguem obter a aprovao dessa forma, desde que,evidentemente, de um modo ou de outro, dediquem-se e estudem. Mas estudar apenas no suficiente, preciso estudar corretamente. Lembre-se de que voc ter que enfrentar uma prova prtico-profissional. Ento, no adianta ficar estudandoesmo, teorias sobre teorias. O conhecimento terico importante, sim, fundamental, mas ele no lhe servir rigorosamen para nada se voc no souber aplic-lo na prtica, se no puder fazer dele um instrumento para resolver a questo.Assim, estelivro servir de guia, mostrando a voc exatamente o que importante estudar e, principalmente, como esse conhecimentoser exigido de voc na hora da prova.

    Tambm se voc se decidiu por frequentar um curso preparatrio para o Exame de Ordem, ele ser um poderoso aliado.Isto porque, mesmo assistindo s aulas, grande parte do estudo necessrio voc dever desenvolver sozinho. Lembre-se muma vez de que esta uma prova prtica e ningum aprende a fazer nada apenas vendo os outros fazerem. Ns s aprendea fazer fazendo! Voc ter que exercitar o que aprendeu, resolvendo questes simuladas, raciocinando de forma lgica eordenada sobre o maior nmero de situaes possvel. Quanto mais voc treinar, sempre utilizando o mtodo correto, mais preparado estar para enfrentar qualquer problema que a prova possa lhe apresentar.

    Esta obra estruturada em duas partes. A Parte I Teoria, na qual constam a teoria, passo a passo, e a anlise das peasem espcie, e a Parte II Prtica, na qual constam os modelos de peas e exerccios, com os respectivos gabaritos, deextrema utilidade durante o estudo.

    Pode ser que voc j tenha prestado esse Exame outras vezes e, no tendo obtido sucesso, esteja agora desanimado einseguro. Entretanto, muitas vezes o que falta ao candidato simplesmente a capacidade de reconhecer e organizar tudo o aprendeu, de desenvolver um mtodo lgico de raciocnio, de forma a conseguir interpretar corretamente o problema eredigir a pea dentro dos parmetros exigidos. Um pequeno ajuste que faz toda a diferena!

    Alm disso, esteja ou no frequentando um curso preparatrio, a verdade que, na hora de treinar a resoluo de problevoc estar sozinho. Nesse momento, este livro poder ser um ponto de apoio, remetendo voc atitude correta frente questo e ao raciocnio que ter que desenvolver para resolv-la, permitindo a voc encontrar as informaes importantesreunidas num s lugar, de forma simples, lgica e organizada.

    Por tudo isso que o livro que voc tem nas mos um poderoso aliado nessa batalha que voc est prestes a enfrentar

    Mas a melhor das armas no dispensa a fora e, sobretudo, a coragem do guerreiro. Ento, e acima de tudo, confie em simesmo. Lembre-se: voc um vencedor. E isto no uma mera suposio, uma certeza. Se voc chegou at aqui, porqultrapassou todos os obstculos que a vida lhe apresentou at agora. Tenha sempre em mente esta sua trajetria, lembre-secomo venceu um a um todos os desafios e de como se sentiu bem ao faz-lo. E siga sempre em frente, em direo ao seuobjetivo.

    Ns nos orgulhamos de fazer parte da sua histria.

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    SUMRIOSUMRIOSUMRIOSUMRIO

    PARTE I TEORIA

    CAPTULO 1 TEORIA PASSO A PASSO

    1. PASSO COMPREENDENDO O PROBLEMA

    1. Qual o crime tratado pelo problema2. Qual a ao penal

    2.1 Quais os tipos de ao penal2.1.1 Ao penal pblica2.1.2 Ao penal privada

    2.2 Grfico da ao penal2.3 Como saber qual o tipo de ao para cada crime2.4 Teses de defesa relacionadas ao penal

    3. Qual o rito processual3.1 Quais os ritos processuais

    3.1.1 Rito ordinrio3.1.2 Rito sumrio3.1.3 Rito sumarssimo3.1.4 Ritos especiais

    3.2 Como saber qual o rito processual para cada crime

    4. Qual o momento processual

    5. Quem o seu cliente5.1 Quem so as partes na ao penal5.2 Quem pode ser o meu cliente em cada tipo de ao

    5.2.1 Se o crime em questo for de ao penal pblica5.2.2 Se o crime for de ao penal privada

    6. Qual a situao prisional

    7. Sntese do 1. passo

    2. PASSO IDENTIFICANDO A TESE

    I NULIDADE PROCESSUAL (Preliminar)

    1. Conceito

    2. Preceitos norteadores

    2.1 Prejuzo ( pas de nullit sans grief )2.2 No participao na ocorrncia da nulidade2.3 Interesse pessoal do reconhecimento da nulidade2.4 Prejuzo na apurao da verdade2.5 Finalidade do ato no alcanada2.6 Contaminao dos atos decorrentes

    3. Espcies de atos viciados3.1 Inexistentes3.2 Irregulares3.3 Nulidades (nulos em sentido amplo)

    3.3.1 Nulidades absolutas3.3.2 Nulidades relativas

    4. Classificao prtica

    5. Renovao e retificao dos atos

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    6. Jurisprudncia sobre nulidades

    II EXTINO DA PUNIBILIDADE (Preliminar de Mrito)

    1. Prescrio1.1 Prescrio da pretenso punitiva

    1.1.1 Efeitos jurdicos1.1.2 Momento1.1.3 Termo inicial1.1.4 Suspenso1.1.5 Interrupo1.1.6 Clculo das diversas espcies de prescrio

    1.2 Prescrio da pretenso executria1.2.1 Efeitos jurdicos1.2.2 Momento1.2.3 Termo inicial1.2.4 Suspenso1.2.5 Interrupo1.2.6 Clculo

    2. Demais causas de extino previstas no art. 107 do Cdigo Penal2.1 Morte do agente2.2 Anistia, graa ou indulto2.3 Abolitio criminis2.4 Decadncia e perempo

    2.4.1 Decadncia2.4.2 Perempo

    2.5 Renncia e perdo2.6 Retratao do agente

    2.7 Perdo judicial3. Causas especiais de extino da punibilidade

    3.1 Morte do ofendido nos casos de ao penal privada personalssima3.2 Reparao do dano no peculato culposo3.3 Pagamento do dbito nos crimes tributrios e previdencirios

    III TESE PRINCIPAL DE MRITO1. Inexistncia de fato tpico

    1.1 Ausncia de conduta1.1.1 Comportamento humano

    1.1.2 Consciente e voluntrio1.1.3 Comissivo ou omissivo

    1.2 Ausncia de resultado1.2.1 Crimes materiais1.2.2 Crimes formais1.2.3 Crimes de mera conduta1.2.4 Ausncia de resultado

    1.3 Ausncia de nexo causal1.3.1 Causa superveniente

    1.4 Ausncia de tipicidade1.4.1 Tipicidade formal1.4.2 Tipicidade material

    1.5 Ausncia de autoria1.5.1 Teoria quanto natureza do concurso de pessoas1.5.2 Requisitos

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    1.5.3 Autoria1.5.4 Participao1.5.5 Punio no concurso de pessoas1.5.6 Circunstncias incomunicveis

    2. Excludente de ilicitude2.1 Legtima defesa2.2 Estado de necessidade

    2.3 Exerccio regular de direito2.4 Estrito cumprimento do dever legal2.5 Descriminantes putativas

    3. Excludentes de culpabilidade3.1 Ausncia de imputabilidade

    3.1.1 Menoridade3.1.2 Doena mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado3.1.3 Embriaguez completa e acidental

    3.2 Ausncia de potencial conhecimento da ilicitude3.2.1 Erro de proibio

    3.3 Ausncia de exigibilidade de conduta diversa3.3.1 Coao moral irresistvel3.3.2 Obedincia hierrquica

    4. Escusas absolutrias4.1 Imunidades penais absolutas4.2 Excees s imunidades penais4.3 Quadro (situaes que configuram tese de mrito)

    IV TESE SUBSIDIRIA DE MRITO

    3. PASSO IDENTIFICANDO A PEA1. Peas cabveis em qualquer momento processual

    1.1 Habeas corpus1.2 Mandado de segurana

    2. Fase pr-processual/inqurito policial2.1 Requerimento ao delegado de polcia2.2 Pedido de explicaes em juzo2.3 Pedido de relaxamento da priso em flagrante2.4 Pedido de liberdade provisria

    2.5 Pedido de relaxamento da priso temporria2.6 Pedido de revogao da priso temporria2.7 Pedido de relaxamento da priso preventiva2.8 Pedido de revogao da priso preventiva2.9 Representao2.10 Queixa-crime

    3. Fase processual3.1 Defesa preliminar ou prvia3.2 Resposta acusao rito ordinrio e sumrio (e especiais que tomam como base o rito ordinrio)3.3 Resposta acusao rito do jri

    3.4 Excees3.5 Juntada do rol de testemunhas para oitiva no plenrio do jri3.6 Pedido de desaforamento3.7 Memoriais3.8 Requerimento de habilitao como assistente de acusao

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    3.9 Processos incidentes

    4. Recursos4.1 Apelao4.2 Recurso em sentido estrito4.3 Agravo em execuo4.4 Embargos infringentes e de nulidade4.5 Embargos de declarao

    4.6 Carta testemunhvel4.7 Correio parcial4.8 Recurso ordinrio constitucional4.9 Recurso extraordinrio4.10 Recurso especial4.11 Agravo nos prprios autos4.12 Agravo regimental

    5. Processo findo5.1 Reviso criminal

    6. Execuo penal6.1 Requerimentos ao juiz da Vara de Execues Penais

    7. Dicas

    4. PASSO IDENTIFICANDO A COMPETNCIA

    ORGANIZAO JUDICIRIA

    1. Organizao da Justia Estadual

    2. Organizao da Justia Federal2.1 Tribunal Regional Federal 1. Regio2.2 Tribunal Regional Federal 2. Regio

    2.3 Tribunal Regional Federal 3. Regio2.4 Tribunal Regional Federal 4. Regio2.5 Tribunal Regional Federal 5. Regio

    3. Superior Tribunal de Justia STJ

    4. Supremo Tribunal Federal STF

    5. Juizados Especiais Criminais

    6. Jurisprudncia relativa competncia6.1 Smulas do STF6.2 Smulas do STJ

    QUADROS ILUSTRATIVOSEscala de competncia estadualEscala de competncia federal

    CAPTULO 2 PEAS EM ESPCIE

    1. Habeas Corpus

    2. Mandado de segurana

    3. Requerimentos ao delegado

    4. Pedido de explicaes em juzo

    5. Pedido de relaxamento da priso em flagrante

    6. Pedido de liberdade provisria

    7. Pedido de relaxamento da priso preventiva

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    8. Pedido de revogao da priso preventiva

    9. Pedido de relaxamento da priso temporria

    10. Pedido de revogao da priso temporria

    11. Representao

    12. Queixa-crime

    13. Defesa preliminar (rito de funcionrio pblico)

    14. Defesa prvia (rito da Lei 11.343/2006)15. Resposta acusao rito ordinrio e sumrio

    16. Resposta acusao rito do jri

    17. Exceo de suspeio e arguio de impedimento

    18. Exceo de incompetncia

    19. Exceo de litispendncia

    20. Exceo de ilegitimidade de parte

    21. Exceo de coisa julgada

    22. Memoriais23. Habilitao como assistente da acusao

    24. Pedido de restituio de coisas apreendidas

    25. Conflito de jurisdio

    26. Pedido de medidas assecuratrias (cautelares reais)

    27. Pedido de instaurao de incidente de falsidade

    28. Pedido de instaurao de incidente de insanidade mental

    29. Pedido de suspenso do processo por questo prejudicial

    30. Apelao31. Recurso em sentido estrito

    32. Agravo em execuo

    33. Embargos infringentes e de nulidade

    34. Embargos de declarao

    35. Carta testemunhvel

    36. Correio parcial

    37. Recurso ordinrio constitucional

    38. Recurso extraordinrio39. Recurso especial

    40. Agravo de instrumento

    41. Agravo regimental

    42. Reviso criminal

    43. Pedido de livramento condicional

    44. Pedido de unificao de penas

    45. Pedido de progresso de regime

    46. Pedido de indulto

    47. Pedido de detrao

    48. Pedido de remio

    49. Pedido de aplicao de lei posterior mais benfica

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    50. Pedido ao juiz das execues de extino da punibilidade

    51. Pedido de exame de verificao de cessao da periculosidade

    52. Pedido de reabilitao

    PARTE II PRTICA

    CAPTULO 1 REDIGINDO UMA PETIO

    1. Endereamento

    2. Introduo

    3. Narrao dos fatos

    4. Exposio do direito argumentao

    5. Pedido

    6. Dicas e cuidados para redigir uma boa petio

    CAPTULO 2 MODELOS DE PEAS

    1. Modelo de habeas corpus sem pedido de liminar2. Modelo de habeas corpus com pedido de liminar

    3. Modelo de habeas corpus contra ato de particular

    4. Modelo de mandado de segurana

    5. Modelo de requerimento ao delegado de polcia: instaurao de inqurito policial

    6. Modelo de requerimento ao delegado de polcia: exame de corpo de delito7. Modelo de requerimento ao delegado de polcia solicitando acareao de testemunhas

    8. Modelo de requerimento ao delegado de polcia solicitando oitiva de testemunhas

    9. Modelo de pedido de explicao em juzo10. Modelo de pedido de relaxamento de priso em flagrante

    11. Modelo de pedido de revogao da priso preventiva

    12. Modelo de representao

    13. Modelo de queixa-crime

    14. Modelo de defesa preliminar rito de funcionrio pblico

    15. Modelo de defesa prvia Lei 11.343/2006

    16. Modelo de resposta do acusado: rito comum

    17. Modelo de resposta do acusado: Tribunal do Jri18. Modelo de petio arguindo exceo de suspeio

    19. Modelo de petio arguindo exceo de incompetncia

    20. Modelo de petio arguindo exceo de litispendncia

    21. Modelo de petio arguindo exceo de ilegitimidade de parte22. Modelo de petio arguindo exceo de coisa julgada

    23. Modelo de petio para arrolar testemunhas, requerer diligncias e juntar documentos no Tribunal do Jri

    24. Modelo de pedido de desaforamento

    25. Modelo de memoriais: rito ordinrio e sumrio26. Modelo de memoriais: Tribunal do Jri

    27. Modelo de memoriais do querelante

    28. Modelo de petio requerendo habilitao como assistente de acusao

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    29. Modelo de instaurao de conflito de jurisdio

    30. Medidas assecuratrias: modelo de pedido de sequestro

    31. Modelo de pedido de especializao de hipoteca legal

    32. Modelo de pedido de instaurao de incidente de falsidade

    33. Modelo de pedido de instaurao de incidente de insanidade mental

    34. Modelo de pedido de suspenso do processo em virtude de questo prejudicial

    35. Apelao: modelo de interposio36. Apelao: modelo de razes

    37. Apelao contra a sentena de absolvio sumria da 1. fase do Tribunal do Jri: modelo de interposio

    38. Apelao contra a sentena de absolvio sumria da 1. fase do Tribunal do Jri: modelo de razes

    39. Quadro esquemtico dos pedidos de apelao

    40. Apelao: modelo de razes contra sentena do Tribunal do Jri

    41. Apelao: modelo de petio de juntada

    42. Apelao: modelo de contrarrazes

    43. Recurso em sentido estrito: modelo de interposio44. Recurso em sentido estrito: modelo de razes

    45. Recurso em sentido estrito da deciso que encerra a 1. fase do Jri: modelo de razes

    46. Recurso em sentido estrito: modelo de petio de juntada para contrarrazes

    47. Recurso em sentido estrito: modelo de contrarrazes

    48. Agravo: modelo de interposio

    49. Agravo: modelo de razes

    50. Agravo: modelo de petio de juntada para contrarrazes

    51. Agravo: modelo de contrarrazes52. Embargos infringentes e de nulidade: modelo de interposio

    53. Embargos infringentes e de nulidade: modelo de razes

    54. Modelo de embargos de declarao

    55. Modelo de pedido de carta testemunhvel

    56. Carta testemunhvel: modelo de razes

    57. Correio parcial: modelo de petio

    58. Correio parcial: modelo de razes

    59. Recurso ordinrio constitucional: modelo de interposio60. Recurso ordinrio constitucional: modelo de razes

    61. Modelo de petio para interpor o recurso extraordinrio

    62. Modelo de razes do recurso extraordinrio

    63. Modelo de petio para interpor o recurso especial

    64. Modelo de razes do recurso especial

    65. Agravo nos prprios autos: modelo de interposio

    66. Agravo nos prprios autos: modelo de razes

    67. Modelo de agravo regimental

    68. Modelo de reviso criminal

    69. Modelo de justificao criminal

    70. Modelo de pedido de livramento condicional

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    71. Modelo de pedido de unificao de penas

    72. Modelo de pedido de progresso de regimes

    73. Modelo de requerimento de indulto

    74. Modelo de pedido de detrao penal

    75. Modelo de pedido de remio

    76. Modelo de pedido de aplicao de lei mais benfica

    77. Modelo de pedido de extino da punibilidade78. Modelo de exame de verificao de cessao da periculosidade

    79. Modelo de procurao

    80. Modelo de pedido de reabilitao criminal

    81. Modelo de reclamao ao STF

    CAPTULO 3 EXERCCIOSProblemas para elaborao de peasRespostas

    CAPTULO 4 EXERCCIOSQuestes prticas (dissertativas)Respostas

    ANEXOS

    1. Ao penal (quando necessria a iniciativa ou autorizao do ofendido relao de crimes)2. Prazos3. Grfico das principais peas4. Sinnimos5. Jarges6. Expresses de transio7. Sugestes para epgrafes e vocativos em peties e recursos8. Erros mais comuns9. Vocabulrio10. Principais expresses latinas

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    Nota da Editora: o Acordo Ortogrco foi aplicado integralmente nesta obra.

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    TEORIA

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    1

    TEORIA PASSO A PASSOTEORIA PASSO A PASSOTEORIA PASSO A PASSOTEORIA PASSO A PASSO

    1. PASSO1. PASSO1. PASSO1. PASSO

    COMPREENDENDO O PROBLEMACOMPREENDENDO O PROBLEMACOMPREENDENDO O PROBLEMACOMPREENDENDO O PROBLEMA

    Como j mencionamos, nessa segunda fase do Exame de Ordem ser-lhe- apresentada uma situao-problema, perante aqual voc dever elaborar a pea judicial cabvel defesa dos direitos de seu cliente.

    O primeiro passo, portanto, consiste na compreenso do problema apresentado. a partir dos dados nele contidos que vir descobrir a tese a ser defendida e a pea a ser redigida.

    Para assegurar a obteno de uma exata compreenso do problema, voc dever identificar, na situao apresentada, osdados indispensveis sua soluo.

    ATENO: Ao ler o problema, v grifando as informaes mais importantes (tome o cuidado apenas de observar se na folhade rosto da prova no h qualquer determinao proibindo esse procedimento). Pode acontecer de o enunciado fornecer uma situao com muitos dados, dos quais alguns, na realidade, no importam e podero confundi-lo.

    A maneira mais segura e eficaz de obter uma exata compreenso dos dados relevantes trazidos pelo problema seguir umroteiro, respondendo de forma tranquila e atenta s seguintes questes: qual o crime tratado pelo problema, qual o tipo de a penal, qual o rito processual, qual o momento processual proposto, quem o seu cliente e qual a sua situao prisional.

    ATENO: No invente dados. Voc s poder considerar as informaes que estiverem contidas na situao. Tenhasempre em mente que o prprio problema traz a soluo.

    Veremos a seguir cada uma destas questes e o que voc precisa saber para respond-las:

    DICA: Na folha de rascunhos, faa um roteiro com as questes a seguir apresentadas. Depois, com base nos dados doproblema, responda uma a uma, com calma e ateno. Esse procedimento simples impede que voc, em decorrnciado nervosismo natural do momento, compreenda erradamente a questo ou deixe de considerar um dado relevante.

    1. QUAL O CRIME TRATADO PELO PROBLEMA1. QUAL O CRIME TRATADO PELO PROBLEMA1. QUAL O CRIME TRATADO PELO PROBLEMA1. QUAL O CRIME TRATADO PELO PROBLEMA

    A persecuo penal a atividade do Estado voltada ao esclarecimento e punio de infraes penais (crimes oucontravenes penais).

    Ao ler a situao, identifique o crime que est sendo imputado ao indiciado, ru ou condenado, bem como a pena que lhecominada. O delito supostamente cometido e sua respectiva pena iro determinar vrios outros fatores, como: qual a a penal, qual o rito processual e qual a tese de defesa (caso, por exemplo, voc perceba que a situao descrita nocorresponde ao tipo penal indicado).

    Portanto, assim que voc tiver lido a questo, anote na sua folha de rascunho qual o crime de que se trata. Depois, procuno Cdigo Penal ou na Lei Especial pertinente qual a quantidade de pena cominada quele delito (pena mnima e mxima) ea sua espcie (deteno ou recluso) e anote tambm estes dados.

    A prova poder lhe fornecer dois tipos de informao. Ora ir citar expressamente o artigo no qual o ru est incurso, orir apenas descrever uma conduta, deixando para voc a tarefa de tipific-la. Neste segundo caso, voc dever prestar maisateno para que os fatos narrados correspondam exatamente ao tipo penal escolhido.

    Ateno : ainda que a sua tese de defesa seja exatamente a inexistncia de crime, ou a existncia de um tipo penal diversovoc deve levar em considerao, para responder a esta questo, a conduta que est sendo imputada ao ru pela acusao(mesmo que injusta ou descabida a imputao).

    Muito cuidado tambm com as situaes em que o ru denunciado por um determinado crime. Contudo, voc, comoadvogado de defesa, defende a tese de desclassificao para outro delito. Nesse caso, voc dever anotar tanto o delito primitivamente tipificado pelo Ministrio Pblico quanto o outro, que voc defende existir. Isso porque a tipificao da con

    determina diretamente vrios aspectos processuais relevantes: a legitimidade (se o crime de ao penal privada ou pblica)exigncia ou no de condio especfica de procedibilidade (se o crime de ao penal pblica condicionada ouincondicionada), a competncia (se o processo deve tramitar perante uma vara criminal comum, uma vara do jri ou peranuizado especial criminal), o rito (se o processo deve seguir o rito sumarssimo, algum rito especial, o rito sumrio ou o ritoordinrio), a admissibilidade ou no dosursis processual (apenas crimes cuja pena mnima seja menor ou igual a um ano queo admitem). Dessa forma, aquele aspecto processual que estava perfeito, de acordo com a tipificao inicial, pode no ser

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    compatvel de acordo com a tipificao que se defende como a correta, originando-se da uma nulidade processual.Umexemplo : determinada pessoa processada pelo crime de dano qualificado por violncia contra a pessoa, cuja ao penal pblica incondicionada. A defesa, no entanto, argumenta que houve, na verdade, dano qualificado por motivo egostico. Necaso, em sendo acolhida a tese desclassificatria, o processo absolutamente nulo por ilegitimidade de parte, uma vez que parte legtima propositura da ao, considerando-se o crime efetivamente praticado, apenas a vtima ou seu representanlegal, e jamais o Ministrio Pblico. Portanto,lembre-se: se o crime constante da denncia for diverso daquele que a defesaentende como efetivamente praticado, voc deve analisar os aspectos processuais referentes a cada um deles.

    Por fim, h casos em que a pessoa pode estar sofrendo um constrangimento ilegal em virtude de conduta absolutamente

    atpica, sem qualquer correspondncia no direito positivo. o caso, por exemplo, de prostitutas ameaadas de priso pela prtica da prostituio. Neste caso, o constrangimento consiste justamente na flagrante impossibilidade de tipificao legalconduta.

    2. QUAL A AO PENAL2. QUAL A AO PENAL2. QUAL A AO PENAL2. QUAL A AO PENAL1111

    Identificado o crime, possvel ento constatar se a ao penal correspondente pblica ou privada, condicionada ouincondicionada.

    fundamental verificar corretamente o tipo de ao penal, pois disso depender: a identificao da parte que voc estrepresentando e, por vezes, da prpria tese de defesa. Para responder corretamente a esta questo, voc precisa saber, em primeiro lugar, quais os tipos de ao penal existentes no nosso ordenamento jurdico e, depois, como descobrir, no casconcreto, o tipo de ao penal prpria para cada delito.

    2.1 Quais os tipos de ao penal2.1 Quais os tipos de ao penal2.1 Quais os tipos de ao penal2.1 Quais os tipos de ao penal

    A tradicional classificao das aes penais adota o critrio da titularidade da ao (classificao subjetiva). Desta forma, previstas no nosso ordenamento jurdico duas espcies bsicas de aes: as pblicas, cuja titularidade pertence ao Estado, privadas, cuja titularidade pertence ao particular.

    Observe no quadro abaixo a diviso das aes penais no tocante legitimidade:

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    Passaremos a um breve comentrio sobre cada uma destas espcies e suas respectivas subdivises:

    2.1.1 Ao penal pblica

    A ao pblica tem como trao distintivo a titularidade do Estado. Isto quer dizer que a parte legtima para propor a ao penal pblica o Estado, que o faz por meio de rgo oficial de acusao denominado Ministrio Pblico. A razo que odireito material objeto da ao penal, ou seja, o direito de punir ( jus puniendi ), pertence ao Estado e, ordinariamente, olegitimado para defender um direito em juzo o prprio titular do direito. Se o direito de punir do Estado, ele o legitima para promover a ao penal. Existem, entretanto,duas espcies de ao penal pblica: aquela na qual a atuao do Estado automtica e independe de qualquer condio (ao penal pblica incondicionada), e outra, em que a propositura da ao

    depende da representao do ofendido ou de requisio do Ministro da Justia (ao penal pblica condicionada).Ressalte-se, por ltimo, que a pea inaugural da ao penal pblica, seja ela incondicionada ou condicionada, denomina-s

    denncia.

    2.1.1.1 Ao penal pblica incondicionada

    Trata-se da regra geral. Como j vimos, uma vez que o jus puniendi pertence ao Estado, de ordinrio ele que pode,independentemente de qualquer condio especial, figurar no polo ativo da relao processual. Em razo da prpria naturezinteresse em questo, a ao penal pblica rege-se pelos princpios da oficialidade (a titularidade de rgo oficial),obrigatoriedade (havendo infrao penal de ao pblica, o Ministrio Pblico est obrigado a oferecer denncia) eindisponibilidade (uma vez proposta a ao, no pode o Ministrio Pblico dela desistir, bem como dos recursos que houveinterposto).

    Destaque-se que, sendo esse tipo de ao a regra geral, quando no houver na lei qualquer aluso espcie de ao quasubmete determinado delito, voc pode seguramente entender que ela pblica incondicionada.

    2.1.1.2 Ao penal pblica condicionada

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    Casos h, entretanto, em que a lei excepciona a supracitada regra geral, exigindo, para o exerccio do direito de ao, aldas tradicionais condies genricas da ao (legitimidade da parte, interesse de agir e possibilidade jurdica do pedido), oimplemento de condies especficas de procedibilidade. Dentre elas, esto a representao do ofendido e a requisio doMinistro da Justia. Tais condies, na verdade, quando exigidas, vinculam a prpria legitimidade do rgo de acusao estem todas as aes penais pblicas o Ministrio Pblico possui legitimidade ad causam , mas naquelas condicionadas representao do ofendido ou requisio do Ministro da Justia a legitimidadead processum fica a depender do implementodessas condies.

    a) Ao penal pblica condicionada representao2

    Nestes casos, a lei exige uma representao (autorizao) do particular para que o rgo do Ministrio Pblico possa promover a ao penal. Constitui, assim, a representao, nos casos em que a lei a exige, condio suspensiva de procedibilidade, sem a qual falta legitimidade atuao ministerial. Observe no quadro abaixo as principais caractersticas drepresentao:

    A legitimidade para a representao, por via de regra, do prprio ofendido (art. 24 do CPP). Se o ofendido for menor d18 anos ou incapaz, seu representante legal (pai, tutor ou curador) quem dever oferec-la. Caso o ofendido no possuarepresentante legal ou na hiptese de coliso entre os interesses do ofendido e o de seu representante o juiz dever nomearcurador a quem incumbir ento, se for o caso, oferecer a representao, conforme dispe o art. 33 do CPP (que embora drespeito ao direito de queixa pode perfeitamente ser empregado, por analogia, tambm ao direito de representao). J nahiptese de ausncia ou morte do ofendido, adquirem a possibilidade de representar, nesta ordem, seu cnjuge, ascendentedescendente ou irmo (art. 24, 1., CPP). Quem quer que seja o legitimado, a representao pode ser oferecida pessoalmou por intermdio de procurador, desde que munido de procurao do titular que lhe confira poderes especficos para o ato(art. 39, caput , CPP). Por fim, embora o Cdigo de Processo Penal no traga disciplina especfica a respeito da representana hiptese de o ofendido ser pessoa jurdica, vale, por analogia, a regra contida no art. 37 da lei adjetiva: deve oferecer arepresentao quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silncio destes, seus diretores ou scios-gere(art. 37 do CPP).

    A representao pode serdirigida tanto autoridade policial quanto ao representante do Ministrio Pblico ou ao prprio ju(art. 39 do CPP). Entretanto, o mais comum que seja oferecida autoridade policial, posto que, sem a representao, no

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    pode nem instaurar inqurito policial para a apurao do fato (art. 5., 4., do CPP).Regra geral, o prazo para o oferecimento da representao de seis meses, a partir da data do conhecimento da autoria do

    fato (art. 38 do CPP). Trata-se de prazo penal, ou seja, na sua contagem inclui-se o dia do comeo e exclui-se o do final(conforme o art. 10 do Cdigo Penal). Aps o transcurso do lapso temporal, perde o particular o direito de representar, emvirtude de decadncia, causa extintiva da punibilidade (art. 109, IV, do CP). Se o ofendido incapaz (por menoridade ou ocausa) o direito de representao, como j vimos, transfere-se ao representante legal, que tem seis meses, a partir doconhecimento da autoria, para faz-lo. Com o decurso do prazo, extingue-se o direito do representante, mas no o doofendido, cujo prazo de seis meses se inicia apenas aps o atingimento da capacidade. Ex.: adolescente de 16 anos sofre

    ameaa e, no mesmo dia, conta para o pai o fato, revelando tambm a identidade do ameaador. O pai, no entanto, no tomqualquer providncia. Aps seis meses, a partir do momento em que tomou conhecimento da autoria do fato, o pai j no m poder agir. A moa, no entanto, ao completar 18 anos, ter, a partir dessa data, seis meses para oferecer a representao.

    Uma vez oferecida a representao, ser elaretratvel apenas at o oferecimento da denncia pelo Ministrio Pblico.Aps, mesmo enquanto no recebida a ao proposta, j no haver a possibilidade de retratao. No entanto, o art. 16 da L11.340/2006 (Lei Maria da Penha) conta com disposio distinta, segundo a qual, em se tratando de crime cometidocomviolncia domstica ou familiar contra a mulher, se a ao penal for condicionada representao da ofendida, s ser admia renncia representao perante o juiz, em audincia especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento ddenncia e ouvido o Ministrio Pblico. Cumpre notar que, embora o artigo em questo se refira apenas renncia ao direide representar, grande parte da doutrina entende que o mesmo procedimento deve ser exigido no caso de retratao darepresentao j oferecida. Vale ressaltar que, em 2012, o STF, por maioria de votos (vencido o presidente, ministro Cezar

    Peluso), por meio do seu Plenrio, julgou procedente a ADI 4.424 ajuizada pela Procuradoria-Geral da Repblica (PGR) paatribuir interpretao conforme a Constituio aos arts. 12, I, 16 e 41 da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) e assentar anatureza incondicionada da ao penal em caso de crime de leso corporal , praticado mediante violncia domstica efamiliar contra a mulher. Acentuou-se, entretanto, permanecer a necessidade de representao para crimes dispostos em lediversas da Lei 9.099/1995, como o de ameaa e os cometidos contra a dignidade sexual.

    Desse modo, a ausncia de representao, nos casos em que a lei a exige, causa derejeio da denncia. Caso, noobstante, seja a mesma recebida, ocorre nulidade absoluta do processo, por falta de condio especfica de procedibilidade,cuja consequncia a ilegitimidadead processum do Ministrio Pblico.

    Por fim, cumpre observar que a representao no depende de forma sacramental. Como j se viu, pode ser apresentada pessoalmente pelo legitimado ou por intermdio de seu procurador, desde que este tenha poderes especiais para tanto. Podainda ser apresentada por escrito ou oralmente e, neste caso, reduzida a termo. Entretanto, para efeitos da prova de Exame de

    Ordem, caso seja pedida ao candidato a elaborao de uma representao, voc dever faz-lo segundo os parmetrosconstantes no modelo de representao inserto na Parte II desta obra.

    b) Ao pblica condicionada requisio do Ministro da Justia

    So raros os crimes para os quais o Cdigo Penal prev, como condio suspensiva de procedibilidade, a requisio doMinistro da Justia. Destacam-se os crimes contra a honra de Presidente da Repblica ou Chefe de Governo Estrangeiro (a145, pargrafo nico, primeira parte, do Cdigo Penal), entre outros.3 Tambm ela, como a representao, tem como possveis destinatrios a autoridade policial, o Ministrio Pblico ou o juiz. A titularidade , entretanto, nica eexclusivamente do Ministro da Justia. A lei no assinala qualquerprazo para o oferecimento, motivo pelo qual se admite sejaoferecida a qualquer tempo enquanto no ocorrida a prescrio ou por outra causa operada a extino da punibilidade dos fat

    imputados ao agente.

    2.1.2 Ao penal privada 4

    Na ao penal privada, a titularidade da ao transferida ao particular. O direito material ( jus puniendi ) continua a pertencerao Estado, mas cabe ao ofendido (ou demais legitimados, como adiante veremos), na qualidade de substituto processual,defend-lo em juzo ( jus accusationis ). Trata-se, portanto, de legitimao extraordinria, situao na qual algum passa adefender em nome prprio direito alheio. A petio inicial, oferecida pelo particular em todos os casos de ao penal privadachama-se queixa-crime.

    2.1.2.1 Ao penal privada propriamente dita

    H alguns crimes, j previamente definidos na lei penal, para os quais a ao penal sempre de legitimidade do ofendido. porque, nestes casos, ponderou o legislador que o interesse do particular sobrepe-se ao interesse pblico, cabendo quelesegundo sua convenincia, decidir pela propositura ou no da ao penal. Aqui, portanto, o princpio da obrigatoriedade, quinforma a ao pblica, substitudo pelo da oportunidade, uma vez que o particular no pode ser compelido a oferecer aqueixa-crime.

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    Desejando faz-lo, entretanto, dever respeitar determinados critrios.Quanto titularidade , podem intentar a ao penal privada:

    o prprio ofendido (art. 30 do CPP); sendo o ofendido menor ou incapaz, titular seu representante legal (pais, tutores ou curadores) (art. 30 do CPP); no caso anterior, se no tiver representante legal ou seus interesses colidirem com os daquele, titular curador especial

    nomeado pelo juiz (art. 33 do CPP); nos casos de morte ou ausncia do ofendido, titular seu cnjuge, ascendente, descendente ou irmo, nesta ordem

    (art. 31 do CPP); e sendo o ofendido pessoa jurdica, titular a pessoa designada pelo contrato ou estatuto ou por seus diretores ou

    scios-gerentes (art. 37 do CPP).

    Ateno : o Cdigo de Processo Penal prev, no seu art. 34, que, se o ofendido for maior de 18, mas menor de 21 anos, odireito de queixa poderia ser exercido por ele ou por seu representante legal. Entretanto, com a entrada em vigor donovo Cdigo Civil , restou estabelecida a idade de 18 anos para a aquisio de plena capacidade. Certo que osdispositivos relativos capacidade, constantes do Cdigo de Processo Penal, no foram expressamente revogados pelanova disciplina trazida no mbito civil. No entanto, consagrou-se a posio segundo a qual a nova regra tem impactoimediato sobre os dispositivos processuais penais que envolvem o tema, entre eles o supracitado art. 34 do CPP, quantomais por no se tratar de norma de garantia relativa ampla defesa do acusado. Destarte, segundo este entendimentoque se afigura como dominante, est excluda a hiptese de dupla legitimao insculpida no referido dispositivo. Nestaesteira, tendo o ofendido completado 18 anos de idade, ausente qualquer outra causa de incapacidade, torna-se o nico

    legitimado propositura da ao penal privada. Tambm o art. 35 do Cdigo de Processo Penal, segundo o qual amulher casada no pode exercer o direito de queixa sem o consentimento do marido, encontra-se hoje expressamenterevogado.

    Ressalve-se ainda a hiptese deao penal privada personalssima, que s pode ser intentada pelo prprio ofendido,excluda a possibilidade de faz-lo o representante legal ou qualquer outra pessoa. O Cdigo Penal previa apenas dois delitodesta espcie: o adultrio (art. 240 do CP s podia promover a ao o cnjuge ofendido) e o induzimento a erro essencialocultao de impedimento para o casamento (art. 236 do CP apenas o contraente enganado pode ajuizar a ao). Com oadvento da Lei 11.106/2005, que revogou o art. 240 do CP, no h mais, no ordenamento jurdico ptrio, a tipificao docrime de adultrio, motivo pelo qual resta apenas uma nica hiptese de ao penal personalssima.

    Quanto ao momento de oferecimento, deve o proponente observar, em regra, o prazo decadencial de seis meses (art. 38 doCPP), a ser contado a partir da data do conhecimento da autoria, segundo a forma prevista no art. 10 do Cdigo Penal(includo o dia do comeo e excludo o do final). H, entretanto,excees. Na ao penal privada subsidiria da pblica (queser tratada mais adiante), o prazo de seis meses se inicia aps o trmino do prazo para o Ministrio Pblico oferecer a aou tomar outra providncia. No caso de ofendido incapaz, o prazo para o representante legal conta-se do conhecimento daautoria, e o do prprio ofendido conta-se da aquisio da capacidade. Por fim, no crime de induzimento a erro essencial ouocultao de impedimento para o casamento (art. 236 do CP), o prazo de seis meses comea a contar da data em quetransitar em julgado a deciso que, no mbito civil, anulou o casamento.

    Ateno , pois, sendo decadencial o prazo, no se suspende ou se interrompe por qualquer razo. Assim, no interrompemou suspendem o prazo decadencial o pedido de instaurao do inqurito policial, a remessa dele a juzo, a autuao, aabertura de vista ao Ministrio Pblico, ou qualquer outro fato. Tambm no h a prorrogao do prazo no caso de cair oltimo dia em feriado. Portanto, muito cuidado, pois o nico evento capaz de impedir a decadncia o prprio exercciodo direito, ou seja, o oferecimento da queixa (ou representao, nas aes que dela dependam). No importa,destarte, tenha ou no sido recebida a inicial, desde que tenha sido oferecida at o ltimo dia do prazo decadencial. Oque se exige que o particular exera tempestivamente seu direito, e ele dever faz-lo oferecendo a ao no prazolegal. J quanto ao recebimento da queixa pelo juiz, no tem o querelante qualquer responsabilidade, motivo pelo qualno tem este fato qualquer influncia sobre o prazo decadencial.

    Anote-se, por fim, que na ao penal privada podem ocorrer diversas causas de extino da punibilidade, includa a prpdecadncia, alm da perempo, da renncia e do perdo do ofendido, que no atingem a ao penal pblica incondicionad(embora, em alguns casos, atinjam a ao penal pblica condicionada representao) e que sero abordadas no momentooportuno.

    2.1.2.2 Ao penal privada subsidiria da pblica

    Na hiptese de crimes de ao penal pblica, a Constituio Federal confere legitimao exclusiva ao Ministrio Pblico.Entretanto, a prpria Constituio faz uma nica ressalva e prev que, no caso de inrcia do rgo ministerial, nasce para o particular o direito ao penal privada subsidiria da pblica (art. 5., LIX, da CF). Observe-se que a ao privada subsids tem lugar quando o Ministrio Pblico, no prazo legal, no tenha tomado qualquer providncia. Assim, caso tenha requeo arquivamento do inqurito, no pode o particular valer-se da queixa supletiva. Tambm no ser possvel quando tenha

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    requerido a remessa dos autos Autoridade Policial para novas diligncias indispensveis propositura da ao e, por bvioquando tenha oferecido denncia. apenas o silncio, a demonstrar a desdia do rgo ministerial, que enseja o oferecimenda ao penal privada subsidiria da pblica.

    Quanto ao prazo para oferecimento da ao, ele tambm de seis meses. Entretanto, o termo inicial, neste caso, ser o dem que se esgotar o prazo do Ministrio Pblico para oferecimento da denncia.

    2.2 Grfico da ao penal2.2 Grfico da ao penal2.2 Grfico da ao penal2.2 Grfico da ao penal

    Observaes:a) Prazo para representao. O prazo para a vtima ou seu representante legal oferecer a representao de 6 meses, a

    contar do conhecimento do autor do fato. Trata-se de prazo decadencial que no se interrompe .b) Denncia. a petio inicial da ao penal pblica, que sempre oferecida pelo rgo do Ministrio Pblico, que por

    sua vez, alm de narrar os fatos e pleitear a condenao, arrola as testemunhas da acusao e requer a produo deoutros tipos de provas .

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    2.3 Como saber qual o tipo de ao para cada crime2.3 Como saber qual o tipo de ao para cada crime2.3 Como saber qual o tipo de ao para cada crime2.3 Como saber qual o tipo de ao para cada crime

    A regra geral a ao ser pblica. Portanto, sempre que o Cdigo ou lei extravagante silenciar a respeito, voc pode comcerteza deduzir que a ao pblica.5

    Quando a lei quiser excepcionar a regra dever faz-lo expressamente. Estas excees constam da Parte Especial do CdPenal ou em leis esparsas e podem vir junto ao artigo que prev o crime, bem como em artigo autnomo dedicado sdisposies comuns a vrios crimes. Veja, nos exemplos trazidos abaixo, como voc dever proceder a fim de descobrir ctoda a segurana qual a ao penal para o processo e julgamento de determinado delito:

    Exemplo 1: Ao descrever o crime de violao do segredo profissional, o art. 154, em seu pargrafo nico, acrescentaque somente se procede mediante representao. Portanto, a ao neste caso pblica condicionada representao.Exemplo 2: No Captulo V do Ttulo I da Parte Especial, o Cdigo descreve os crimes contra a honra. So eles: calnia,difamao e injria, respectivamente arts. 138, 139 e 140. Logo adiante, o art. 145 dispe que nos crimes previstosneste captulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, 2., da violncia resulta lesocorporal. O pargrafo nico do mesmo dispositivo prossegue: Procede-se mediante requisio do Ministro da Justia,no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Cdigo, e mediante representao do ofendido, no caso do inciso II domesmo artigo, bem como no caso do 3. do art. 140 deste Cdigo. Como devemos interpretar este dispositivo? OCdigo est dizendo expressamente que os crimes de calnia, difamao e injria so, por via de regra, de ao privada.Ou seja, cabe ao particular, se quiser, mover a ao penal. No entanto, no caso de injria real, realizada com empregode violncia da qual resulte leso corporal (art. 140, 2.), a ao pblica. No caso de o crime ter sido cometido contraa honra do Presidente da Repblica ou chefe de governo estrangeiro (art. 141, I), a ao pblica condicionada requisio do Ministro da Justia. E, no caso de ter sido cometido crime contra honra de funcionrio pblico em razo desuas funes, ou se a injria consiste na utilizao de elementos referentes a raa, cor, etnia, religio, origem ou acondio de pessoa idosa ou portadora de deficincia, a ao pblica condicionada representao do ofendido(podendo, no entanto, ser tambm privada, no caso da injria contra funcionrio pblico, por fora do entendimento

    jurisprudencial consolidado na Smula 714 do STF).Exemplo 3 : O Captulo IV do Ttulo II (Crimes contra o patrimnio) trata do crime dedano . O art. 163 descreve no caput o dano simples e no pargrafo nico a forma qualificada. Os subsequentes arts. 164, 165 e 166 tratam de outrasmodalidades criminosas envolvendo o dano e, por fim, o art. 167 cuida da ao penal, dispondo que, nos casos de danosimples, dano qualificado por motivo egostico e do crime do art. 164 somente se procede mediante queixa. Ou seja,nestes casos expressamente assinalados, a ao privada; nos demais, que no foram destacados, continua valendo aregra geral, ou seja, a ao pblica incondicionada.

    Merece destaque, por fim, a j citadaSmula 714 editada em 2003 pelo STF, que dispe que: concorrente a legitimidadedo ofendido, mediante queixa, e do Ministrio Pblico, condicionada representao do ofendido, para a ao penal por cr

    contra a honra de servidor pblico em razo do exerccio das suas funes. Com isso, estabeleceu-se, jurisprudencialmenum caso de ao penal privada facultativa, podendo o ofendido funcionrio pblico optar entre agir diretamente, oferecendo queixa, ou simplesmente representar, autorizando o Ministrio Pblico a apresentar denncia.

    Ateno: A Lei 12.015, de 2009, modificou de forma importante a disciplina da ao penal nos crimes contra a dignidadesexual (estupro, violao mediante fraude, assdio sexual, estupro de vulnervel etc.). A regra agora que a ao penal

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    seja pblica condicionada representao, sendo, no entanto, pblica incondicionada quando a vtima for menor de 18anos ou pessoa vulnervel.

    2.4 Teses de defesa relacionadas ao penal2.4 Teses de defesa relacionadas ao penal2.4 Teses de defesa relacionadas ao penal2.4 Teses de defesa relacionadas ao penal

    Identificar a ao penal como sendo privada acrescenta hipteses antes inexistentes ao leque das teses que podem ser arguidas pela defesa.

    Impende checar, se privada a ao:a) eventual nulidade, por ilegitimidade de parte. b) eventual extino da punibilidade, pela decadncia, perempo, renncia ou perdo.

    3. QUAL O RITO PROCESSUAL3. QUAL O RITO PROCESSUAL3. QUAL O RITO PROCESSUAL3. QUAL O RITO PROCESSUAL

    A prxima questo a ser respondida diz respeito ao rito processual. Voc poder obter esta informao a partir da respostque tiver dado primeira pergunta, ou seja, a partir do crime e de sua respectiva pena.

    Identificar corretamente o rito processual de fundamental importncia, pois ele que ir determinar o momento processual, o endereamento da sua pea, a prpria pea e, em determinados casos, a tese a ser aduzida.

    Para tanto, voc precisar, primeiro, conhecer quais ritos processuais existem no nosso ordenamento jurdico e depoisdever saber como descobrir, para cada tipo de crime, qual o rito adequado.

    3.1 Quais os ritos processuais3.1 Quais os ritos processuais3.1 Quais os ritos processuais3.1 Quais os ritos processuais

    Existem, no nosso ordenamento jurdico, duas espcies de ritos processuais: a) comum e b) especial. O Rito comum estdividido em: ordinrio, sumrio, sumarssimo. Os ritos especiais englobam uma srie de procedimentos, previstos em leisespeciais para determinados crimes. A seguir, faremos uma breve anlise dos aspectos mais relevantes de cada um deles.

    3.1.1 Rito ordinrio

    O rito ordinrio ter lugar sempre que ao crime em questo for cominada pena mxima em abstrato igual ou superior a 4anos de pena privativa de liberdade e para os crimes previstos na Lei 12.850/2013 Organizaes Criminosas e as infrae penais conexas, salvo para as infraes que se sujeitem a procedimento especial (art. 394 do CPP).

    O rito ordinrio, j com as modificaes que lhe foram conferidas pelaLei 11.719/2008 , apresenta a seguinte sequncia deatos:

    3.1.1.1 Distribuio do inqurito policial e vista para o Ministrio Pblico

    Ao receber os autos do inqurito policial, o promotor deve, no prazo de 5 (se o ru estiver preso) ou 15 dias (se o ruestiver solto), tomar uma entre as seguintes atitudes: requerer o arquivamento, requerer novas diligncias, oferecer a denn

    Caso o rgo do Ministrio Pblico deixe transcorrer o prazo supramencionado sem qualquer manifestao, nasce para o particular o direito propositura de ao penal privada subsidiria da pblica. Mas, ateno, o particularno ter direito ao penal subsidiria caso o Ministrio Pblico se manifeste, requerendo o arquivamento.

    Na hiptese de o crime ser de ao penal privada, findo o inqurito policial, ser o mesmo relatado e remetido a juzo, onaguardar a iniciativa do ofendido, que, se assim o desejar, dever oferecer queixa-crime no prazo legal.

    Vejamos a seguir as alternativas apontadas:

    Requerer o arquivamento . Caso o juiz concorde, arquiva-se o inqurito. No h recurso da deciso, salvo: a) em setratando de crime contra a economia popular ou a sade pblica, tipificado na Lei 1.521/1951, que prev recurso deofcio da deciso de arquivamento; b) em se tratando da contraveno de jogo do bicho ou da corrida de cavalos fora dehipdromos, tipificadas na Lei 1.508/1951 que prev recurso em sentido estrito contra a deciso de arquivamento,interponvel pelo autor do pedido de instaurao do inqurito. Se o juiz discordar, dever remeter os autos ao Procurador-Geral de Justia a quem caber a deciso definitiva (a exceo a ao de competncia originria do Tribunal deJustia, de atribuio do prprio Procurador-Geral de Justia, em que restar ao Tribunal to somente acatar o pedido dearquivamento, mesmo que discordando dele). Caso entenda que deva ser arquivado o inqurito, o juiz obrigado a faz-lo. Entendendo, contrariamente, indevido o arquivamento, poder ele mesmo oferecer a denncia ou designar outro rgo

    do Ministrio Pblico para tal (inteligncia do art. 28 do Cdigo de Processo Penal). Requerer a devoluo do inqurito polcia para a realizao de novas diligncias imprescindveis ao oferecimento da

    denncia (art. 16 do Cdigo de Processo Penal). Oferecer a denncia .

    3.1.1.2 Oferecimento da denncia ou queixa

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    Se a ao for pblica, o Ministrio Pblico deve oferecer a denncia em 15 dias, se o ru estiver solto, ou em 5 dias, seestiver preso. Trata-se de prazo imprprio, uma vez que, mesmo desrespeitado, no perde o rgo ministerial o direito deoferecer a ao, enquanto no prescrito o crime ou extinta a punibilidade por outra razo.

    Tambm dentro deste prazo o Ministrio Pblico pode requerer o arquivamento do inqurito policial ou ainda pedir arealizao de novas diligncias.

    Entretanto, caso deixe escoar o prazo sem tomar qualquer atitude, surge para o particular o direito de oferecer a ao pen privada subsidiria da pblica, ou seja, de oferecer a queixa supletiva.

    Outra consequncia da inobservncia do lapso temporal sem manifestao, apenas quando o indiciado estiver preso, a

    possibilidade de impetrao de ordem dehabeas corpus por excesso de prazo, para que aquele seja colocado em liberdade.J se a ao for privada, cabe ao particular oferecer queixa-crime, no prazo decadencial de seis meses contados, em reg

    da data em que veio a saber quem o autor do crime (vide tpico anterior referente ao penal). Boa parte da doutrinaentende aplicar-se tambm ao querelante o prazo de cinco dias para oferecer a queixa, quando o querelado estiver preso, nsob pena de decadncia, mas de o constrangimento experimentado por aquele tornar-se ilegal.

    A denncia e a queixa devero conter a exposio do fato criminoso, com todas as suas circunstncias, a qualificao doacusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identific-lo, a classificao do crime e, quando necessrio, o rol detestemunhas (art. 41 do Cdigo de Processo Penal).

    3.1.1.3 Recebimento da denncia ou queixa-crime

    Oferecida a denncia ou queixa-crime caber ao juiz receb-la ou rejeit-la.Rejeit-la- quando estiverem presentes as situaes do art. 395 do CPP. So causas comuns de rejeio da ao:

    ilegitimidade ativa ad causam (ex.: ao pblica oferecida pelo prprio ofendido, fora dos casos de queixa subsidiria, ou viceversa); ilegitimidade ativa ad processum (ex.: queixa oferecida por procurador sem poderes especiais, denncia oferecida sem necessria representao ou requisio do Ministro da Justia); ilegitimidade passivaad causam (ex.: ao proposta contramenor de 18 anos); incompetncia do juzo (ex.: processo por crime de competncia da justia federal ajuizado perante austia estadual); inpcia da inicial (ex.: falta de descrio do fato criminoso, denncia genrica qual falta a individualizadas condutas dos vrios imputados); falta de justa causa (ex.: falta de prova mnima da materialidade delitiva exigida, como por exemplo, a falta da percia prvia nos crimes contra a propriedade imaterial).

    Da deciso que rejeita a denncia ou a queixa, no procedimento ordinrio ou no sumrio, cabe recurso em sentido estritoMas, ateno: no procedimento sumarssimo, que estudaremos adiante, da rejeio da denncia ou queixa, o recurso cabve

    a apelao, no prazo de dez dias, devendo a interposio ser acompanhada das razes (art. 82 da Lei 9.099/1995).Recebida a denncia ou a queixa pelo juiz, no cabe recurso, sendo possvel a impetrao de ordem dehabeas corpus .Temos assim o seguinte quadro:

    3.1.1.4 Citao

    Citao o chamamento do ru a juzo para se defender no processo. No se confunde com outros meios de cientificadas partes, como a notificao e a intimao (a primeira consiste em determinao para a prtica de ato futuro, enquanto asegunda a cincia de ato passado, embora em inmeras ocasies o prprio Cdigo de Processo Penal use imprecisamenteestas expresses).

    Embora todos os atos de comunicao processual tenham por objetivo ltimo assegurar a regular participao das partes processo, a citao , dentre eles, o mais importante; requisito verdadeiramente indispensvel ao exerccio das garantiasconstitucionais da ampla defesa e do contraditrio. Portanto, a falta ou defeito na citao macula de nulidade todo o proces

    No processo penal, tem preferncia absoluta a citao pessoal, sendo admitida a citao editalcia apenas quando o ruencontra-se em lugar incerto e no sabido. Com o advento daLei 11.719/2008 passou a ser admitida no processo penal umaterceira modalidade de citao, qual seja, a citao por hora certa, quando o ru oculta-se para no ser citado, nos exatosmoldes j existentes no processo civil.

    Sendo pessoal a citao, dever-se- realizar dos seguintes modos:

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    No caso de militar, a citao far-se- por intermdio do chefe do respectivo servio (art. 358 do Cdigo de Processo PenCom o advento da Lei 10.792/2003, se o ru estiver preso, no ser mais requisitado, e sim citado pessoalmente, conformnovo art. 360 do Cdigo de Processo Penal. E o funcionrio pblico ser notificado do dia em que dever comparecer a ju bem como o chefe de sua repartio (art. 359 do Cdigo de Processo Penal).

    Caso o ru se encontre numa das situaes suprarreferidas, obrigatrio que seja citado pessoalmente, na forma da lei. Acitao por edital, nestes casos, nula.

    Reitere-se que a citao verdadeira garantia individual. Sem ela, torna-se impossvel o exerccio da ampla defesa e do

    contraditrio, princpios insculpidos no art. 5., LV, da Constituio Federal. Assim, a citao editalcia s poder ser realizna hiptese de encontrar-se o ru em lugar incerto e no sabido (nica possibilidade admitida expressamente pelo Cdigo dProcesso Penal, aps as modificaes promovidas pelaLei 11.719/2008 ) e depois de exauridas todas as possibilidades delocalizao, sob pena de nulidade contida no art. 564, III,e, 1. parte, do Cdigo de Processo Penal.

    Segundo a regra do art. 366 (com a redao que lhe foi dada pela Lei 9.271, de 1996), quando o ru, citado por edital, ncomparece nem constitui advogado no possvel o prosseguimento do feito, sua revelia. Nessa hiptese deve ser suspeo processo, sob pena de serem nulos de pleno direito os atos processuais realizados. Durante a suspenso do processo ficatambm suspenso o prazo prescricional. Muito j se discutiu a respeito do tempo de suspenso da prescrio, j que a omislegislativa a respeito estaria a criar hiptese inconstitucional de imprescritibilidade. Em 2009, aSmula 415 do STJ veioclarificar a questo nos seguintes termos: O perodo de suspenso do prazo prescricional regulado pelo mximo da penacominada. Exemplificando. O crime de furto simples tem pena de um a quatro anos. A pena de quatro anos, segundo a re

    do art. 109 do CP, prescreve em oito anos. De forma que, tratando-se de crime de furto, se o ru, citado por edital, nocomparecer e nem constituir advogado o processo deve ser suspenso (indefinidamente, at que o ru seja localizado), mas curso da contagem da prescrio ficar suspenso apenas por oito anos. Aps esse perodo, embora o processo possacontinuar paralisado, a prescrio recomea a correr. Outro tema controvertido, que cerca o art. 366, o da produoantecipada de provas. Segundo o dispositivo legal, uma vez determinada a suspenso do processo o juiz pode ordenar, noentanto, a produo antecipada de provas consideradas urgentes. Em 08.09.2010, foi publicada aSmula 455 do STJsegundo a qual a deciso que determina a produo antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, no a justificando unicamente o mero decurso do tempo. De forma que se deve ter por ilci prova antecipadamente produzida sem a devida fundamentao.

    3.1.1.5 Resposta acusao em dez dias

    Uma vez citado, o ru dever apresentar por escrito sua resposta acusao. O prazo, em caso de citao pessoal ou pohora certa, conta-se da data do seu recebimento. Mas se a citao for editalcia, o prazo para resposta s se iniciar a particomparecimento ao processo do acusado ou de seu defensor constitudo. Deve constar da resposta acusao,necessariamente, o rol de testemunhas (sob pena de precluso) e, alm dele, todas as possveis teses defensivas, notadameaquelas que podem ser acolhidas pelo juiz em julgamento antecipado da lide, quais sejam:

    a) que o fato evidentemente no constitui crime;b) a existncia manifesta de excludente de ilicitude;c) a existncia manifesta de excludente de culpabilidade, salvo inimputabilidade;d) extino da punibilidade.

    tambm a oportunidade para a apresentao, em apartado, de eventuais excees. Agora, uma observao importante po estudante que se prepara para prestar a prova da OAB: Segundo o prprio Cdigo de Processo Penal (396-A, 1.), aseventuais excees (incompetncia, ilegitimidade, coisa julgada, litispendncia, suspeio) sero autuadas em apartado, embdevam ser apresentadas no mesmo momento que a resposta acusao. Em outras palavras: a regra do Cdigo exige que oadvogado apresente, no mesmo momento, duas peties distintas: a resposta acusao, que ser encartada ao processo, eexceo, que ser autuada em apenso. Ocorre que, na prova da OAB a tradio que o candidato faa uma nica pea. E j

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    houve, em pelo menos um exame recente (2008.3), situao em que, logo aps a citao, o candidato deveria formular a ppertinente, sendo que uma das teses era justamente a ilegitimidade de parte. J que o candidato s podia fazer uma nica peaa soluo, nesse caso, era optar pela mais abrangente (pela resposta acusao), deduzindo a tese de ilegitimidade comopreliminar.

    Se o ru, citado pessoalmente ou por hora certa, deixar escoar o prazo sem oferecer sua resposta acusao, o magistradever nomear defensor dativo para apresent-la.

    E se a citao tiver sido editalcia? Se, depois de vencido o prazo do edital, o ru, nos dez dias seguintes, no comparece processo e nem apresentar a resposta, ser suspenso o processo e o curso do prazo prescricional (art. 366 do CPP). Se, n

    nterim ou posteriormente, vier a ser encontrado, o acusado ter, a partir de ento, o prazo de dez dias para oferecer suadefesa escrita. De qualquer forma, tendo sido o ru citado por edital, no ser nomeado defensor dativo para apresentar resposta acusao e no poder haver processo revelia.

    3.1.1.6 Julgamento antecipado da lide pro reo

    Tendo em vista a matria alegada na resposta acusao, dever o juiz, se for o caso, absolver sumariamente o ru, antemesmo da realizao da instruo criminal. As hipteses que ensejam a absolvio sumria so:

    a) inexistncia de fato tpico;b) a existncia manifesta de excludente de ilicitude;c) a existncia manifesta de excludente de culpabilidade, salvo inimputabilidade;

    d) extino da punibilidade.Se no for esse o caso, dever receber a ao, designando o dia e a hora para a realizao da audincia e determinando a

    intimao do acusado, defensor, Ministrio Pblico, querelante e assistente da acusao para comparecerem. H atualmenteintenso debate, ainda sem posio consolidada, sobre o momento do recebimento da ao, coexistindo trs posies:

    1.) o momento do recebimento anterior citao, quando o juiz afasta a possibilidade de rejeio liminar;2.) o momento do recebimento aps a citao, quando o juiz afasta a possibilidade de absolvio sumria;3.) existem dois recebimentos, ou melhor, um recebimento gradual que se divide em dois momentos: uma anlise daadmissibilidade processual da demanda e depois uma anlise da admissibilidade material da mesma.

    3.1.1.7 Audincia de instruo, debates e julgamento

    Deve ser realizada no prazo de 60 dias e ser composta da seguinte sequncia de atos:

    a) declaraes do ofendido;b) oitiva das testemunhas da acusao;c) oitiva das testemunhas arroladas pela defesa;d) esclarecimentos dos peritos (mediante requerimento das partes);e) acareaes;f) reconhecimentos;g) interrogatrio;h) requerimento de diligncias (se houver necessidade);

    i) no havendo requerimento de diligncias , ou tendo sido o mesmo indeferido, alegaes finais orais por 20 minutos paracada parte, prorrogveis por mais dez a critrio do juiz (se houver mais de um ru o tempo de cada um ser individual;se houver assistente da acusao ter dez minutos para falar depois da manifestao do Ministrio Pblico,prorrogando-se por igual perodo o tempo da defesa); e

    j) sentena.

    Se houver requerimento de diligncias, deferido pelo juiz, encerra-se a audincia, realiza-se a diligncia e, aps, intimam-as partes para apresentarem, no prazo sucessivo de cinco dias, suas alegaes finais, na forma de memoriais. Aps dez diamagistrado dever proferir sentena.

    Ainda que no haja a determinao de diligncias, o juiz poder, considerando a complexidade do caso ou o nmero deacusados, conceder s partes o prazo de cinco dias sucessivamente para a apresentao de memoriais escritos, tendo depoidez dias para proferir sentena.

    Algumas observaes so ainda pertinentes:

    InterrogatrioSegundo o novo procedimento, o interrogatrio passou a ser o ltimo ato da instruo. As regras para a realizao do ato

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    entanto, continuam as mesmas.Desde o advento da Lei 10.792/2003 , o interrogatrio no mais ato personalssimo do ru e privativo do juiz do processoCom a atual redao docaput do art. 185 do CPP, o acusado que comparecer perante a autoridade judiciria, no curso do

    processo penal, ser qualificado e interrogado na presena de seu defensor, constitudo ou nomeado.Percebe-se que persiste a necessidade do interrogatrio do acusado at o trnsito em julgado da sentena final, porm a

    regra assegura maior amplitude de defesa na medida em que passa a exigir que o interrogatrio se verifique na presena doadvogado. E no s: garante-se tambm o direito do acusado de entrevistar-se reservadamente com seu defensor antes dinterrogado. Atualmente, com a entrada em vigor da Lei 11.719/2008, o ato do interrogatrio passa a integrar a audincia u

    de instruo, debates e julgamento, sendo realizado aps a oitiva das testemunhas e peritos. Ento nesse momento que odefensor ou o ru podem requerer uma pausa na audincia para a entrevista reservada (art. 185, 2., do CPP), e se o pleitfor negado haver evidente cerceamento de defesa.

    A regra do art. 186 do CPP dispe que o acusado ser informado pelo juiz do seu direito de permanecer calado e de noresponder perguntas que lhe forem formuladas, sem que o silncio possa ser interpretado em seu prejuzo, nem importe emconfisso (art. 186, pargrafo nico, do CPP).

    Vale, inclusive, lembrar que a confisso feita no interrogatrio tem sempre valor relativo, devendo ser cotejada com orestante do conjunto probatrio e, nas infraes que deixam vestgios, a confisso no supre a falta do exame de corpo dedelito.

    Cuidava o art. 187 do CPP de no permitir o contraditrio no interrogatrio, porm, a atual redao do art. 188 do CPP,dada pela Lei 10.792/2003 , passou a ser a seguinte: aps proceder ao interrogatrio, o juiz indagar das partes se restoualgum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.

    Observao: Uma vez indeferido qualquer esclarecimento sobre os fatos indicados, deve-se cuidar para que constem dotermo os fatos como foram apresentados pelas partes e as razes do indeferimento, como garantia da ampla defesa,possibilitando discusso em eventual ataque recursal, ou impetrao de habeas corpus .

    Dispe o art. 189 do CPP: se o interrogando negar a acusao, no todo ou em parte, poder prestar esclarecimentos eindicar provas. Havendo mais de um acusado, conforme o art. 191, sero interrogados separadamente.

    O interrogatrio ser constitudo de duas partes: primeira sobre a pessoa do acusado; segunda sobre os fatos (art. 187, 1. e 2., do CPP).

    A todo tempo o juiz poder proceder a novo interrogatrio de ofcio ou a pedido fundamentado de qualquer uma das par(art. 196 do CPP).

    Com o advento da Lei 10.792/2003 , no subsiste a necessidade de nomeao de curador ao ru menor de 21 anos, poiscom o novo Cdigo Civil a maioridade civil foi rebaixada para 18 anos de idade.

    O interrogatrio do ru preso deve ser realizado no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidsegurana do juiz, do membro do Ministrio Pblico e dos auxiliares bem como a presena do defensor e a publicidade do Caso contrrio ser requisitada a apresentao do ru em juzo (art. 185, 7.).

    Em 2009, a Lei 11.900/2009 regulamentou o uso do sistema de videoconferncia para o interrogatrio do ru.Segundo o texto do artigo 185, 2., com a redao dada pela novel legislao, apenas excepcionalmente e por deciso

    fundamentada o juiz, de ofcio ou a requerimento das partes, poder realizar o interrogatrio do ru preso por sistema devideoconferncia ou outro recurso tecnolgico de transmisso de sons e imagens em tempo real, desde que a medida sejanecessria para atender a uma das seguintes finalidades:

    I prevenir risco segurana pblica, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organizao criminosa oude que, por outra razo, possa fugir durante o deslocamento;II viabilizar a participao do ru no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimentoem juzo, por enfermidade ou outra circunstncia pessoal;III impedir a influncia do ru no nimo de testemunha ou da vtima, desde que no seja possvel colher o depoimentodestas por videoconferncia, nos termos do art. 217 deste Cdigo;IV responder gravssima questo de ordem pblica.

    Da deciso que determinar a realizao de interrogatrio por videoconferncia, as partes sero intimadas com 10 (dez) dide antecedncia, momento em que podero insurgir-se contra os motivos alegados pelo juiz.

    Antes do interrogatrio por videoconferncia, o preso poder acompanhar, pelo mesmo sistema tecnolgico, a realizaotodos os atos da audincia nica de instruo e julgamento.

    Tes temunhasO nmero de testemunhas tambm continua o mesmo (no mximo de oito), no entanto, algumas regras sobre a colheita

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    prova testemunhal foram alteradas pela Lei 11.690/2008 .Em primeiro lugar e conforme o novo procedimento, a prova testemunhal ser colhida em uma nica audincia (ressalva

    oitiva das testemunhas que residirem fora da comarca, que ser realizada por carta precatria), devendo, no entanto, as daacusao serem ouvidas antes das da defesa, sob pena de nulidade. Em virtude disso, passou-se tambm a prever que anteincio da audincia e durante a sua realizao sero reservados espaos separados paragarantir a incomunicabilidade dastestemunhas, evitando-se que se encontrem as da acusao e as da defesa, de modo que umas no saibam nem ouam osdepoimentos das outras (art. 210, pargrafo nico, do CPP).

    O art. 212 do CPP, com a redao dada pelaLei 11.690/2008 , consagrou a frmula da inquirio direta, que j vigorava no

    rito do jri, como regra geral para todos os procedimentos. Desta forma, as perguntas sero formuladas pelas partesdiretamente testemunha, podendo o juiz inadmiti-las apenas quando puderem induzir a resposta, no tiverem relao comcausa ou importarem na repetio de outra j respondida, sendo certo que, sobre os pontos no esclarecidos, o juiz podercomplementar a inquirio.

    A outra novidade foi a previso, no art. 217 do CPP, de inquirio por videoconferncia, quando o juiz verificar que a presena do ru poder causar humilhao, temor, ou srio constrangimento testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento. Somente na impossibilidade da videoconferncia que poder determinar a retirada dru, prosseguindo-se na inquirio, com a presena do seu defensor.

    Outra hiptese em que se permite a oitiva por meio do sistema de videoconferncia passou a ser prevista para a testemunque morar fora da jurisdio do juiz, ocasio em que ser permitida a presena do defensor e podendo ser realizada, inclusidurante a realizao da audincia de instruo e julgamento, conforme o 3. do art. 222 do CPP, inserido pela Lei11.900/2009 .

    De resto, permanecem vlidas as regras referentes prova testemunhal:Conforme dico do art. 202 do CPP, qualquer pessoa poder ser testemunha, tendo, na verdade, obrigao de depor. Se

    aps regular intimao, a testemunha deixar de comparecer, comete o crime de desobedincia, alm de poder ser conduzidcoercitivamente com uso de fora policial.

    Entretanto, h certas pessoas que podem se recusar a depor (art. 206 do CPP), salvo quando no se puder, de outra formobter ou integrar a prova do fato ou de suas circunstncias. Caso alguma destas pessoas decida depor, no prestarcompromisso de dizer a verdade.

    H tambm determinadas pessoas que, em funo de ministrio, ofcio ou profisso, tm a obrigao de guardar segredotais como o ministro de confisso religiosa, o mdico e o advogado. So elas proibidas de depor, sob pena de cometerem ocrime do art. 154 do CP (violao do segredo profissional). No entanto, caso o titular do segredo as desobrigue, podero prestar o depoimento, devendo, neste caso, faz-lo sob compromisso.

    H ainda aquelas que, embora possam ser ouvidas, no prestam compromisso de dizer a verdade. Incluem-se, na hiptesos doentes e deficientes mentais e os menores de 14 anos. As testemunhas que no prestam compromisso so chamadas dinformantes. Observe o quadro a seguir:

    O depoimento dever ser prestado oralmente, sendo vedado testemunha traz-lo por escrito (pode, no entanto, consulta breves apontamentos, conforme o art. 204, pargrafo nico, do CPP).

    SentenaA sentena pode ser de trs tipos:a) Condenatria: a sentena que acolhe, total ou parcialmente, o pedido de condenao, impondo pena ao acusado.b) Absolutria: a que julga improcedente a ao. A ao penal visa imposio de pena e esta s ser possvel se houver

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    por um lado, fato criminoso (tpico e antijurdico) e, por outro, agente culpvel. Logo, na falta de um destes requisitos, o pedido de condenao ser indeferido e a sentena ser absolutria.

    A sentena absolutria poder ser prpria ou imprpria. Absolutria prpria quando simplesmente afastar a pretenso punitiva e garantir plena liberdade ao ru. Absolutria imprpria quando, tendo absolvido o ru por inimputvel, em virtude de doena mental ou desenvolvimento

    mental incompleto ou retardado, impe-se-lhe medida de segurana. Portanto, ateno: a sentena que impe medida desegurana ao ru absolutria, e no condenatria.

    Os fundamentos da absolvio encontram-se nos incisos do art. 386 do CPP. Quando voc formular o pedido absolutrio

    deve explicitar, se possvel, o dispositivo legal que fundamenta o seu pedido.c) Decises terminativas de mrito: so aquelas que resolvem definitivamente a lide, sem, entretanto, condenar ou absolver

    acusado. o caso da deciso que decreta a extino da punibilidade.A sentena deve conter relatrio, fundamentao (motivao) e concluso (parte dispositiva). Deve obrigatoriamente ser

    motivada e, alm disso, clara e precisa, ou seja, deve conter-se dentro dos limites do pedido. Esse ltimo requisito consagrconhecido princpio da correlao entre acusao e sentena. Existem, no entanto, duas possibilidades de condenao emdesacordo com o pedido da inicial, so elas: o erro na capitulao (emendatio libelli ) e a descoberta superveniente de fatos quealteram a imputao (mutatio libelli ).

    Observe-se que a Lei 11.719/2008 instituiu importantes modificaes nos institutos daemendatio libelli e da mutatio libelli ,como segue:

    Emendatio libelli : o juiz, sem modificar a descrio do fato contido na denncia ou na queixa, pode dar ao fato definiourdica diversa. Tal como antes, a oportunidade para a emendatio libelli o momento da sentena e independe decontraditrio, vale dizer, as partes no so chamadas a se manifestarem a respeito da nova capitulao, atribuda pelo juzo.modificao que, a partir da nova redao do art. 383 do CPP, ficou claro que, se com a nova capitulao houver alterana competncia para o processo e julgamento do crime, o juiz, aps transitar em julgado aemendatio , deve remeter o processoao juzo competente. Tambm passou a constar da letra da lei que, se o novo crime admitirsursis processual, deve ele seroferecido, em consonncia com o que j dispunha aSmula 337 do STJ: cabvel a suspenso condicional do processo nadesclassificao do crime e na procedncia parcial da pretenso punitiva.

    Mutatio libelli : havermutatio libelli quando for possvel nova definio jurdica do fato pelo surgimento de elementar oucircunstncia no contida implcita ou explicitamente na denncia ou queixa (no caso de ao penal privada subsidiria). Agrande alterao no art. 384 do CPP foi que amutatio libelli passou a depender, sempre, de aditamento da denncia. De fato,

    encerrada a instruo probatria, se o rgo do Ministrio Pblico entender cabvel nova definio jurdica ao fato, deverrequerer a paralisao da audincia para proceder ao aditamento da denncia ou da queixa (no caso de ao penal privadasubsidiria), no prazo de cinco dias, podendo, inclusive, realiz-lo oralmente na prpria audincia, quando ento ser reduztermo. Aps o aditamento, abre-se vista defesa para, em cinco dias, manifestar-se e o juiz decidir sobre o recebimento ourejeio do aditamento. Recebido, as partes podero, no prazo de cinco dias, arrolar at trs testemunhas. A seguir, dever designada data para nova audincia, com a inquirio das novas testemunhas, novo interrogatrio do ru, debates orais esentena. Caso o Ministrio Pblico no promova o aditamento, aplica-se o art. 28 do CPP, ou seja, se o Juiz, divergindo davaliao do parquet , entender ser caso de aditamento, dever remeter os autos ao Procurador-Geral de Justia para que estedecida em carter definitivo a questo. Se, no entanto, o rgo do Ministrio Pblico entender ser caso de aditamento e o discordar, rejeit-lo-, cabendo dessa deciso recurso em sentido estrito. Preceitua o 3. do art. 384 do CPP que se aplicamutatio libelli o mesmo procedimento relativo emendatio , quanto incompetncia do juzo e aosursis processual.

    Depois de prolatada, ser a sentena publicada e, da publicao, intimadas as partes. Quando a prolao ocorre em audi(o que, segundo o novo procedimento ordinrio, a regra), a mesmo feita a publicao e as partes j saem dela intimadaPublicada a sentena, no pode mais ser alterada pelo juzo sentenciante, salvo por meio de embargos de declarao para saeventual contradio, ambiguidade, obscuridade ou omisso. O mrito da deciso, no entanto, s poder ser modificado pomeio de recurso dirigido ao tribunal competente.

    A intimao da sentena ato de fundamental importncia, pois a partir dela que comea a fluir o prazo recursal. Caso seja realizada nos exatos termos da lei, configura-se nulidade, prevista no art. 564, III, o, do CPP. Estas as formas deintimao da sentena condenatria, previstas no art. 392 do CPP:

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    Note-se, no entanto, que o entendimento atualmente prevalente na jurisprudncia no sentido de que, mesmo quando o esteja solto, fundamental a intimao tanto dele quanto de seu advogado, devendo o prazo recursal ser contado sempre a partir da efetivao da ltima intimao.

    No havendo recurso, a sentena transitar em julgado. A partir da s poder ser modificada pro reo , jamais pro societate ,por via de habeas corpus ou reviso criminal. O princpio da coisa julgada impede que a pessoa seja processada duas vezespelo mesmo fato.

    Observao importante: o art. 394, 4., estabelece que as disposies dos arts. 395 a 398 aplicam-se a todos osrocedimentos penais de primeiro grau, ainda que no regulados neste Cdigo. Os dispositivos mencionados referem-se s

    possibilidades de rejeio liminar da inicial (art. 395), apresentao de defesa preliminar escrita no prazo de 10 dias(art. 396) e absolvio sumria (art. 397). O art. 398, por sua vez, foi revogado. Dessa forma remanesce a seguinte indagao: seriamaplicveis ao procedimento sumarssimo e aos procedimentos especiais os institutos previstos nos artigos mencionados?Embora a literalidade da lei parea indicar resposta positiva, nem sempre ser fcil ou mesmo lgico enxert-los em procedimentos que j possuem um regramento particular, dotado de coeso e coerncia interna. Como, ainda hoje, no hconsenso acerca do tema, o procedimento sumarssimo e os procedimentos especiais sero apresentados como foramconcebidos, fazendo-se ao final breve observao sobre como seria possvel a adaptao fase comum obrigatria do ritoordinrio.

    3.1.2 Rito sumrio

    O rito sumrio ter lugar sempre que ao crime em questo for cominada pena mxima em abstrato superior a dois anos inferior a quatro anos de pena privativa de liberdade, salvo para as infraes que se sujeitem a procedimento especial (art. 3do CPP).

    Apresenta idntica sequncia de atos do procedimento ordinrio, com as seguintes modificaes:O nmero de testemunhas de cinco e no de oito.A audincia de instruo, debates e julgamento deve ser marcada no prazo de 30 dias e no de 60. No h previso do requerimento de diligncias, ao fim da instruo, nem da substituio de debates orais por memoriais

    escritos, embora a maioria da doutrina entenda serem esses dois dispositivos plenamente aplicveis, por analogia, ao ritosumrio (art. 394, 5., do CPP).

    3.1.3 Rito sumarssimo

    O rito sumarssimo foi institudo pela Lei 9.099/1995, que determinou tambm a criao dos Juizados Especiais Cveis eCriminais, competentes para a conciliao e julgamento das contravenes penais e dos crimes de menor potencial ofensivassim considerados aqueles cuja pena mxima no excedia um ano, salvo os submetidos a procedimento especial.

    A Lei 11.313/2006 alterou o texto do art. 61 da Lei 9.099/1995, que agora conta com a seguinte redao: Consideram-seinfraes penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenes penais e os crimes a que a leicomine pena mxima no superior a 2 (dois) anos, cumulada ou no com multa. Dessa forma, o conceito de infrao demenor potencial ofensivo alargou-se para incluir os crimes cuja pena mxima no exceda a dois anos. Ademais, no mais sressalvam, como antes ocorria, os delitos para os quais houvesse previso de p