teoria da empresa- online(1)

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1. Esboço histórico Mesmo na Antiguidade, como não poderia deixar de ser, já existiam instituto pertinentes ao Direito Comercial, como o empréstimo a juros e os contratos de sociedade, de depósito e de comissão no Código de Hammurabi, ou o empréstimo a risco ( nauticum fooenus) na Grécia antiga, ou a avaria grossa da Lex Rhodia de jactu, dos romanos . Como sistema,porém , a formação e o florescimento do Direito Comercial só ocorreram na Idade Média, a partir do século VII, através das corporações de ofícios. Em que os mercadores criaram e aplicaram um Direito fechado e classista, privativo. Em princípio, das pessoas matriculadas nas corporações de mercadores. A evolução do direito Comercial deu-se em três fase. A primeira fase que vai do século XII até o século XVII, até o século XVIII, correspondente ao período subjutivo-corporativista, no qual se entende o Direito Comercial como sendo um Direito Fechado e classista, privativo, em princípio, das pessoas matriculadas nas corporações de mercadores. Na época. As pendências entre os mercadores eram decididas dentro da classe, por cônsules eleitos que decidiam sem grandes formalidades (sine strepitu et figura iudicii), apenas de acordo com uso e costumes, e sob os ditames da equidade ( ex bono et aequo). A segunda fase, chamada se período objetivo, inicia-se com o liberalismo econômico e se consolida com o Código Comercial francês, de 21808. que teve a participação direta de Napoleão. Abolidas as corporações e estabelecidas a liberdade de trabalho e de comercio passou o Direito Comercial a ser o Direito dos atos de previstos em lei, tanto no comércio ou na industria como em outras atividades econômicas, independentemente de classe. Durante a primeira fase, e com intensidade maior no início da segunda, houve aspectos ecléticos, que

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Page 1: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

1.     Esboço histórico

     Mesmo na Antiguidade, como não poderia deixar de ser, já existiam instituto pertinentes ao Direito Comercial, como o empréstimo a juros e os contratos de sociedade, de depósito e de comissão no Código de Hammurabi, ou o empréstimo a risco ( nauticum fooenus) na Grécia antiga, ou a avaria grossa da Lex Rhodia de jactu, dos romanos .

     Como sistema,porém , a formação e o florescimento do Direito Comercial só ocorreram na Idade Média, a partir do século VII, através das corporações de ofícios. Em que os mercadores criaram e aplicaram um Direito fechado e classista, privativo. Em princípio, das pessoas matriculadas nas corporações de mercadores.

     A evolução do direito Comercial deu-se em três fase. A primeira fase que vai do século XII até o século XVII, até o século XVIII, correspondente ao período subjutivo-corporativista, no qual se entende o Direito  Comercial como sendo um  Direito Fechado e classista, privativo, em princípio, das pessoas matriculadas nas corporações de mercadores.

     Na época. As pendências entre os mercadores eram decididas dentro da classe, por cônsules eleitos que decidiam sem grandes formalidades (sine strepitu et figura iudicii), apenas de acordo com uso e costumes, e sob os ditames da equidade ( ex bono et aequo).

     A segunda fase, chamada se período objetivo, inicia-se com o liberalismo econômico e se consolida com o Código Comercial francês, de 21808. que teve a participação direta de Napoleão. Abolidas as corporações e estabelecidas a liberdade de trabalho e de comercio  passou o Direito Comercial a ser o Direito dos atos de previstos em lei, tanto  no comércio ou na industria como em outras atividades econômicas, independentemente de classe.

     Durante a primeira fase, e com intensidade maior no início da segunda, houve aspectos ecléticos, que combinavam o critério subjetivo. As vezes, os tribunais corporativistas julgavam também causas referentes a pessoas que não eram comerciantes, desde que o assunto fosse considerado de natureza comercial.

     A terceira fase marcada agora pelo novo Código Civil, de 2002 (art.966(. corresponde as Direito Empresarial (conceito subjetivo moderno), que engloba, além do comércio, qualquer atividade econômica organizada, para a produção ou circulação de bens ou serviços, exceto a atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística. Até mesmo estas últimas atividades serão empresarias, se organizadas em forma de empresa (art,966,parágrafo único, no novo CC)       

 

FASES DO DIREITO COMERCIAL

Page 2: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

Período sbjetivo-corporativista

Período objetivo dos atos de comércio

Período subjetivo moderno-Direito Empresarial

(adotado pelo novo CC)

 

2. Conceito de comércio

              Ato de comércio é a interposição habitual na troca, com o fim de lucro .

      A palavra comércio tem trípice significado: o significado vulgar, o econômico e o jurídico. No sentido  vulgar,traduz o vocabulário certas reações entre as pessoas, como o comércio de idéias, de simpatia , de amizade.

     No sentido econômico, comércio é o emprego da atividade humana destinada a colocar um circulação a riqueza produzida, facilitando as trocas e aproximando o produtor do consumidor.

Excluídos os dois extremos – produtor e consumidor - ,comerciais, sob o prisma econômico, serão todos os atos com que se forma a corrente circulatória das riquezas.

     De acordo com o insigne comercialista italiano Vidari: “Comércio é o complexo de atos de intromissão entre o produtor e o consumidor, que, exercícios habitualmente e com fins de lucros, natureza e da indústria, para tornar mais fácil  e  pronta a procura e a oferta” (cf.Rubéns Requião, Curso de Direito Comercial,p.5;De Plácido e Silva, Noções Praticas de Direito Comercial, Forense, Rio,1965,p.18; Gastão A. Macedo, Curso de Direito Comercial, Freitas Bastos,Rio/SP,1956,p.9).

Destarte, três os elementos que caracterizam o comércio em sua acepção jurídica: meditação, fim lucrativo e habitude (prática habitual ou profissional).

 

3. Direito Comercial e Direito Empresarial

     Com o advento do novo Código Civil, de 2002, o comércio passou a representar apenas uma das várias atividades reguladas por um Direito mais amplo, o Direito Empresarial, que abrange o exercício profissional de atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços (art.966). Tudo, naturalmente, a partir de vigência do novo Código Civil, em 11.1.2003.

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     O novo Código Civil revogou toda a Primeira Parte do Código Comercial, composta de 456 artigos, Com isso, o Código Comercial não mais regula as atividades comerciais terrestres,restando apenas a sua Segunda Parte , referente a atividades marítimas.

 

4. Natureza e características do comércio

     Possui o comércio algumas características que o distinguem de outras atividades:

a)     simplicidade – em regra, o comercio é menos formalista ;

b)    cosmopolitismo  - o comércio tem traços acentuadamente internacionais;

c)     onerosidade – não existe, em regra, ato mercantil gratuito.

 

 5. Obrigações dos empresários    

     Têm os comerciantes inúmeras obrigações,impostas por leis comerciais , leis tributarias, leis trabalhistas  e leis administrativas, tanto no âmbito federal como no estadual e no municipal.

     Entre as obrigações da legislação comercial contam-se as relativas à   identificação através do nome comercial,ao registro regular da firma individual ou contrato estatuto social,à abertura dos livros necessárias e à sua escrituração  uniforme e contínua, ao registro obrigatório de documentos , a conservação em boa guarda  de escrituração , correspondência e demais   papeis  pertencentes ao giro comercial, ao balanço anual do ativo e passivo, à representação do mesmo à rubrica do juiz etc.

 

6 . Livros mercantis    

     Dividem-se os livros mercantis em comuns e especiais, bem como em obrigatórios e facultativos ou auxiliares. Os comuns são os referentes ao comércio em geral, e os especiais s;ao os que devem ser adotados só pro certos tipos de empresas.

     Entre livros comuns, entende-se, unanimemente,que é obrigatório  o Diário, ou livro Balancetes Diários e Balanços (art.1.185 CC). E  muitos julgados entendem que são  também obrigatórios  o Registro de Duplicatas, se houver vendas com substituído pelo Registro de Entrada de Mercadoria, e o Registro de Inventário. Podem os livros ser substituídos por registro em

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folhas soltas, por sistemas mecanizados ou por processos eletrônicos de computação de dados.

     Em regra, para os fins da lei comercial, a jurisprudência não menciona  como obrigatórios os demais fiscais e trabalhistas.

 

LIVROS COMUNS OBRIGATÓRIOS

1.     Diário

2.     Registro Duplicatas, se houver vendas com prazo superior a 30 dias

3.     Registro de Compras – pode ser substituído pelo Registro de Entrada de Mercadorias .

4.     Registro de Inventário

 

            Entre os livros obrigatórios especiais, ou específicos de determinada empresas, contam-se por exemplo, o livro de Entrada e Saída de Mercadoria, dos armazéns gerais, o Livro de Balancetes  Diários, das casas bancárias, o Livro de Registro de Despacho Marítimos, dos corretores de navios, os livros previstos no art.100  da Lei das S/A etc.

         Entre os livros facultativos ou auxiliares estão os seguintes:

Caixa, Razão , Contas Correntes, Borrador, Copiador de Cartas, Copiador de Faturas etc.

         Devem os livros seguir formalidades extrínsecas, referentes ao modo como devem ser escriturados

         O Decreto-Lei 486, de 3.369, regulamentado pelo Decreto 64.567. DE 22.5.69, nos termos em que o qualifica, dispensa o pequeno comerciante da obrigação de manter e escriturar os livros adequados, bastando, em relação a ele, a conservação dos documentos  e papeis relativos ao seu comércio (ver tb. DL 1.780, de 10.4.80).

 

7. Prepostos o empresário

         Apontam os autores duas classes de pessoas que auxiliam a atividade empresarial.

         Na primeira classe estão os auxiliares subordinados ou dependentes, como os comerciários, industriários, bancários etc.

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Não são empresários , pois agem em nome e por conta de outrem.

         Na segunda classe encontra-se os auxiliares independentes , como os corretores, leiloeiros, comissários, despachantes de alfândega, empresários de transportes e de armazéns gerais e os representantes ou agentes comerciais. São considerados comerciantes e se sujeitam às regras do Direito Comercial.

 

8.     O estabelecimento

     Estabelecimento é o conjunto de bens operados pelo empresário. Tem a natureza jurídica de uma universidade de fato, sendo objeto e não sujeito de direitos.

     Compõe-se o estabelecimento de coisas corpóreas e coisas incorpóreas.

     Entre as corpóreas estão os balcões , as vitrinas, as máquinas, os imóveis, as instalações , as viaturas etc.

     Entre as incorpóreas estão o ponto, o nome, o titulo do estabelecimento, as marcas, as patentes, os sinais ou expressões de propaganda, o know-how, o segredo de fábrica, os contratos, os créditos, a clientela ou freguesia e o aviamento (aviamento é a capacidade de produzir lucros, atribuída ao estabelecimento e à empresa, em decorrência da organização).

     Pode o empresário ter uma pluralidade de estabelecimentos, surgindo então o estabelecimento principal e as suas sucursais, filiais ou agências.

 

ESTABELECIMENTO COMERCIAL

 BENS CORPÓRIOS

(Balcões, vitrinas, maquinas,imóveis,instalações, viaturas)

BENS INCORPÓRIOS

( ponto, nome,titulo do estabelecimento,marcas,patentes.sinais de propaganda know-how,segredo de fábrica,contratos, créditos, clientela ou freguesia, aviamento etc.)

 

9. Perfis da empresa

     Segundo Alberto Asquini, apresenta a empresa nada menos de quatro perfis diferentes: o perfil subjetivo , em que a empresa se confunde com o próprio empresário, vês que somente ele, e não ela, possui personalidade

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jurídica: o perfil objetivo que corresponde ao fundo de comércio , ou seja, ao conjunto da empresa; o perfil corporativo ou institucional, que corresponde aos esforços conjuntos do empresário e de seus colaboradores; e o perfil funcional, que corresponde à força vital da empresa, ou seja, a atividade organizadora e coordenadora do capital e do trabalho.

 

OS 4 PERFIS DA EMPRESA

1.     Perfil subjetivo: empresa=empresário

2.     perfil objetivo:  empresa=estabelecimento

3.     Perfil institucional  empresário + colaboradores

4.     Perfil funcional:empresa=organização

 

O ponto comercial

     Ponto é o lugar em que o comerciante s estabelece.

Constitui um dos elementos incorpóreos do estabelecimento ou fundi de comércio. Alguns autores o consideram como sendo uma propriedade comercial, ou seja, um direito abstrato de localização.

Nos termos da Lei  8.245, de 18.1091 ( Lei de Locação), o locatário comerciante ou industrial, bem como seu cessionário ou sucessor, pode pedir judicialmente a renovação do contrato de aluguel referente ao local onde se situa o seu fundo de comércio, nas seguintes condições:

a)     contrato anterior por escrito e por  tempo determinado

b)    contrato anterior, ou soma do prazo de contratos anteriores, de cinco anos ininterruptos;

c)     o locatário deve estar na exploração do seu comércio ou industria, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo ininterrupto de três anos.

 

     Preenchidas as condições acima, tem o locatário o direito de pedir a renovação do aluguel, através de ação renovatória, e terá preferência , em igualdade de condições, sobre eventual proposta de terceiro. A ação deve ser proposta nos primeiros seis meses do último ano do contrato, nem antes , nem depois. Se faltar mais de um ano, ou de seis meses, para o término do contrato a renovar, a ação não será admitida.

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     Se não houver acordo quando ao novo valor do aluguel, o juiz nomeará perito para a fixação do mesmo. Se não houver renovação, por causa de uma proposta melhor do que a fixada, terá o inquilino direito a uma indenização .

     O locador, por sua vez, tem o direito de promover a revisão do preço estipulado, decorridos três anos da data do contrato , ou  data do ultimo reajuste judicial ou amigável, ou  data do inicio da renovação do contrato. Em caso de locação mista, residencial e comercial , o assunto será regulado conforme a área ou a finalidade predominante for de uso comercial ou residencial.

      Se a ação renovatória não for proposta no prazo, pode o locador, findo o contrato, retomar o imóvel, independentemente  de qualquer motivo especial. A Lei de Locação manteve a denúncia vazia ns locações par fins comerciais e industriais.

     O direito à renovação do contrato de aluguel estende-se também às locações celebradas por sociedades civil com fim lucrativo, regularmente constituídas.

 

11. Registros de interesse da empresa

     Assim como toda pessoa natural deve ser registrada ao nascer, inscrevendo no Registro Civil todos os atos marcantes de sua vida (casamento, separação,óbito etc,). Também ao empresário se institui um  registro público. O Registro do comércio é, assim, um órgão de publicidade, habilitando qualquer pessoa a conhecer tudo que diga respeito ao empresário.

     Conquanto obrigatório ( CC, ART.967). tais são os efeitos negativos que sua falta enseja, que nenhum empresário de bom senso dele prescinde  (CC,art.1.151&3 167). Os registros de interesse dos empresários se dividem em duas espécies: Registro do Comercio  e o Registro da Propriedade Industrial.

I - Registro do Comercio: A Lei 8.934. de 18.11.94, regulamentada pelo Decreto 1.800/96, estabeleceu o Sistema  Nacional de Registro de Empresas Mercantis – SINREM, composto pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio – DNRC e pelas Juntas Comerciais ( v.arts 1.151 do CC0.

     O departamento Nacional de Registro do  Comércio DNRC integra o Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, e é o órgão central do SINREM. Tem função supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico, e supletiva no plano administrativo.

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     As juntas Comerciais são órgão locais de execução e administração dos serviços de registro, havendo uma junta em cada unidade federativa, com sede na capital.

     Com o Sistema Nacional , cada empresa terá o seu  Numero  de identificação do Registro de Empresas -  NIRE.

 

SISTEMA NACIONAL DE REGISTRO DE EMPRESAS MERCANTIS – SINREM

( Departamento Nacional de Registro do Comércio DNRC: órgão integrante do Ministério da Industrial, do Comércio e do Turismo)

 Juntas Comerciais órgãos executores locais.

 

     As juntas Comerciais  incumbe, portanto, efetuar o registro público de empresas mercantis e atividades afins, conforme a denominação da Lei .934/94. A expressão !atividades afins” abrange os agentes auxiliares  do comércio, como os leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais , trapicheiros e administradores de armazéns gerais.

     Qualquer  pessoa tem o direito de consultar os assentamentos das Juntas, sem necessidade de provar interesse, e de obter as certidões que pedir.

     O registro compreende a matrícula, o arquivamento, a autenticação de escrituração e documentos mercantil  o assentamento de usos e costumes comerciais, além de outras atribuições.

     A matricula é o modo pelo qual de procede ao registro dos auxiliares do comércio, como, leiloeiros, tradutores públicos e interpretes comerciais, trapicheiros e administradores   de armazéns gerais ( art.32.I, da L 8.934/94).

     O Arquivamento é o modo pelo qual se procede ao registro relativo à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais e sociedades mercantis (art.32 II, da L8.934/94 ). O arquivamento abrange também as cooperativas, embora estas não sejam entidades comerciais, mas civis.

     As sociedades sem contrato social escrito (sociedades de fato) ou com contrato não registrado na Junta  Comercial ( sociedades irregulares) não tem direito de obter concordata preventiva ou suspensiva. E seus sócios respondem sempre, de modo subsidiário  e ilimitado, pelas dividas do interessado.

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     Os contratos sociais das sociedades só podem ser r4egistrados na Junta Comercial com visto de advogado (art. 1.&2. da L 8.906/94 – Estatuo da Advocacia).

     II- Registro da Propriedade Industrial: As invenções, modelos de utilidades, desenhos industriais, marcas, patentes e outros bens incorpóreos são tutelados por meio do chamado Registro da Propriedade Industrial, que será examinado em seguida, em capítulo à parte.

--

Caro aluno,  

Seja bem vindo,

 Nesta nossa disciplina, trataremos de assuntos, dentre outros, como àqueles afetos ao processo como veículo lógico atravé do qual busca-se a realização do direito, procurando, dentro do escopo dos nossos estudos, compreender como a ritualística processual dá materialidade ao direito posto e é nossa expectativa que você aprenda bastante.  Considerando que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que você dedique ao menos 10 horas por semana para esta disciplina, estudando as bibliografias indicadas e realizando os exercícios de auto-avaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana. Para facilitar seu trabalho, apresentamos abaixo os assuntos que deverão ser estudados e a bibliografia indicada, para aprofundar o conhecimento, e entender a posição da doutrina e jurisprudência atual.  No mínimo, sugerimos a leitura de duas obras indicadas para cada assunto, pois somente assim você terá uma compreensão maior da matéria. Os assuntos e conteúdos a serem estudados seguem abaixo:  

Modulo I - Introdução ao Direito Empresarial.

Modulo II - Nome empresarial; Registro do Empresário; Escrituração.

Modulo III - Estabelecimento Empresarial; Fundo de Comércio; Elementos Incorpóreos.

Modulo IV - Teoria Geral das Sociedades Empresárias

Modulo V - Sociedades - espécies.

Modulo VI - Sociedade Limitada.

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Modulo VII - Sociedade Anônima.

Modulo VIII - Fusão, Cisão, Incorporação e Transformação.

  A Bibliografia Básica sugerida é a seguinte

 Bibliografia Básica:

BORBA, José Eduardo. Direito Societário. Rio de Janeiro: Renovar.

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol. 1 e 2. São Paulo: Saraiva.

FRANÇA, Rubens Limongi. Direito Empresarial Aplicado. São Paulo: Lejus.

OLIVEIRA, Celso Marcelo. Tratado de Direito Empresarial Brasileiro. São Paulo: LZN.

REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. Vol. 1. São Paulo: Saraiva.

REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. Vol. 2. São Paulo: Saraiva.

TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial. Vol. 1. São Paulo: Atlas. 

 

Bibliografia Complementar:

ALMEIDA, Amador Paes de. Manual das Sociedades Comerciais. São Paulo: Saraiva. 

BULGARELLI, W. Direito Comercial. São Paulo: Atlas.

COELHO, Fábio Ulhoa. Código Comercial e Legislação Complementar Anotados. São Paulo: Saraiva.

  

Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliaações, cabendo a você tomar conhecimento do calendário dessas avaliações e da marcação das datas das suas provas, dentro dos períodos especificados. Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações é realizando os exercícios de auto-avaliação, disponibilizados para você neste sistema de disciplinas on-line. O que tem que ficar claro, entretanto, é que os exercícios que são requeridos em cada avaliação não são a repetição dos exercícios de auto-avaliação.

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 Para sua orientação, informamos abaixo os assuntos requeridos em cada uma das avaliações: NP1 abrangerá o conteúdo referente aos módulos I à IV e a NP2 os módulos V à VIII. As avaliações Substitutivas e o Exame abarngerá todos os módulos.

 1. Nome empresarial

 Em meio à pluralidade, a individualidade é um anseio e, para essa, a identidade é uma necessidade.

}Previsão legal: artigos 1.155 a 1.168 do Código Civil;

}Finalidade: individualização e identificação do empresário ou sociedade empresária;

?É utilizado para o exercício da empresa.?O nome não apenas individualiza; dá uma identidade ainda maior, agregando

passado (uma história), valores sociais (a imagem, a honra) etc.

Conceito legal: Considera-se nome empresarial a firma ou denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa (artigo 1.155, CC)

?É aquele usado pelo empresário, enquanto sujeito exercente de uma atividade empresarial;

?É aquele que identifica o titular da empresa: o empresário ou a sociedade empresária;

?Identificação do agente econômico.

Instrução normativa n. 104/07 do DNRC: nome empresarial é aquele sob o qual o empresário e a sociedade empresária exercem suas atividades e se obrigam no atos a elas pertinentes.

Firma Individual:

}Utilizado pelo empresário individual, sendo composta pelo seu nome completo ou abreviado, acrescido facultativamente de designação mais precisa de sua pessoa ou gênero de atividade (art. 1.156, CC);

}É formado por dois elementos: elemento nominal e elemento complementar:

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}O elemento nominal é o próprio nome civil do empresário individual, podendo ser utilizado na forma completa ou abreviada;

 

?A abreviatura do nome nunca poderá ocultar a sua identidade, como ocorreria, por exemplo, no emprego apenas das iniciais)

}O elemento complementar é facultativo, podendo ser elementos que melhor identifique o empresário (Júnior, apelidos etc.) ou seu ramo de atuação. Nesses elementos encontra-se a aplicação do princípio da veracidade, isto é, não podem traduzir nenhuma ideia falsa.

}No empresário individual com responsabilidade limitada deve vir acrescido da expressão EIRELI.

Razão social:

}É uma espécie de nome empresarial para as sociedades empresárias que se caracterizam pela utilização do nome de sócios em sua composição;

}Seus elementos são: elemento nominal, pluralizador e pode ser colocados os elementos complementares;

 }Elemento nominal: é a indicação completa ou parcial do nome de um, alguns ou

todos os sócios (art. 1.157, CC);

 

?Pode mencionar o patronímico ou sobrenome e não pelo prenome. }Elemento pluralizador: é o elemento indicador que a sociedade possui pelo

menos dois sócios;?Expressões companhia, cia e outros que denotem a pluralidade de sócios.

}Elementos complementares: elementos facultativos que melhor identifiquem a sociedade, como apelidos dos sócios ou sobre suas atividades econômicas;

 

}Em alguns casos a lei determina a utilização de elementos que identifique a própria espécie de societária, como as limitadas.

Denominação:

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}Caracteriza-se pela não utilização do nome dos sócios;

}Utiliza-se uma expressão fantasia, com indicação do objeto social;

?O artigo 1.158, parágrafo 2º determina que “a denominação deve designar o objeto da sociedade”.

}Não se admitem:1.Termos que contrariem a moral pública, como palavrões, palavras que firam o

pudor;2.Nomes alheios;3.Termos ou expressões que possam enganar ou confundir o público;4.Utilização de marcas já registradas ou protegidos por direito autoral.

 

}É constituída pelo elemento objetivo e sacramental;

}Elemento objetivo: indica a atividade que está sendo exercida pela sociedade;

}Elemento sacramental: são os elementos que identificarão a espécie societária:?Nas sociedades limitadas utiliza-se a expressão limitada ou Ltda;

?Nas sociedades em comandita por ações utiliza-se a expressão comandita por ações;

 

?Nas sociedades anônimas utiliza-se a expressão sociedade anônima ou companhia por extenso ou abreviados.

Regras para constituição dos nomes empresarias das espécies de sociedades empresárias:

}Elemento objetivo: indica a atividade que está sendo exercida pela sociedade;}}Elemento sacramental: são os elementos que identificarão a espécie societária:?Nas sociedades limitadas utiliza-se a expressão limitada ou Ltda;

?Nas sociedades em comandita por ações utiliza-se a expressão comandita por ações;

 

Page 14: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

?Nas sociedades anônimas utiliza-se a expressão sociedade anônima ou companhia por extenso ou abreviados.

}Sociedade anônima:   será sempre denominação, devendo designar o objeto social e pelas as expressõessociedades anônimas ou companhia, por extenso ou abreviatura.

?Nas sociedades anônimas é permitido constar o nome do fundador acionista ou pessoa que contribui para o bom êxito da formação da empresa.

 

}Sociedades cooperativas:     adota a forma de denominação, devendo conter a palavra cooperativa  (artigo 1.159, CC).

}Sociedade em comandita por ações:   pode adotar uma razão social ou uma denominação.

?Caso adote razão social, deverá constar apenas os acionistas que possuem responsabilidade ilimitada e pessoal;

?Deverá constar a expressão “comandita por ações”.

}Sociedade em comandita simples:   deverá adotar apenas a firma social;

 

?Será formado apenas pelos nomes dos sócios comanditados (artigo 1.157, parágrafo único);

 

Outras regras:

}Princípio da novidade: o nome do empresário deve distinguir de qualquer outro já inscrito no mesmo registro (art. 1.163,CC);

?Reflexo da preocupação de individualização e identificação satisfatórios, evitando-se confusões, concorrência desleal, etc.

}A inscrição do empresário assegura o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado (art. 1.166, CC);

?Artigo 34 da Lei 8.934/94

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}O nome empresarial não pode ser objeto de alienação (art. 1.164, CC);

 

}Princípio da veracidade: o nome empresarial não pode trazer uma ideia falsa da atividade exercida pelo empresário ou os sócios que compõem a sociedade;

?Impede que induza ao erro as pessoas que negociarem com este empresário;

}Natureza Jurídica: é considerado um direito de personalidade, compondo o patrimônio do empresário ou da sociedade empresária, não comportando transmissão, sucessão hereditária, penhor, penhora, etc.

 

?Mas são passíveis de alterações, caso haja alterações na estrutura social, tipo societário, etc.

 

Regras de proteção:

}É protegido pelo registro na Junta Comercial, apenas naquela unidade da federação onde foi registrado;

}Pode ser requerido às outras Juntas Comerciais a proteção do nome (art. 1.166, CC);

}A proteção perdurará enquanto o nome estiver inscrito na Junta Comercial;

?O cancelamento do nome pode ocorrer quando cessar as atividades ou quando se realizar a liquidação da sociedade (art. 1.168, CC);

 

?Caso a sociedade permaneça 10 anos sem qualquer arquivamento, a Junta Comercial irá considerar a empresa inativa, promovendo-lhe o cancelamento do registro (art. 60, Lei n. 8.934/94);

 

2. Registro público do empresário:

É obrigatória a inscrição do empresário no Regitro Público de Empresas mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade (artigo 967, CC).   Esta inscrição tem caráter apenas declaratória e não constitutiva, cuja função é dar publicidade ao ato.

 

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Órgãos de Registro de empresas:

O Registro de Empresas está regulada pela Lei 8.934/94 (LRE).

Âmbito federal: Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC). Fixa as diretrizes gerais para a prática dos atos registrários, pelas Juntas Comerciais, acompanhando sua aplicação e corrigindo distorções.

Âmbito Estadual: Junta Comercial. Compete realizar o registro de empresa, compilar as regras consuetudinárias, habilitação e nomeação de tradutores públicos e intérpretes comerciais.

 

Atos de registro de empresa:

Matrícula: ato de inscrição dos tradutores públicos intérpretes comerciais, leiloeiros, etc.

Arquivamento: inscrição do empresário individual, das cooperativas, das sociedades empresárias, das declarações de microempresa e EPP, etc. Averbações: são atos de arquivamento que modificam a inscrição do empresário. Todos os arquivamentos devem ser realizados até 30 dias após a data da assinatura do ato, para que ocorra a retroatividade dos efeitos à data do ato.

Autentição: atos relacionados aos instrumento de escrituração (livros comerciais). A autenticação é condição de regularidade do documentos.

As finalidades destes atos é conferir a garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos dos empresários individuais e das sociedades empresárias; cadastrar os empresários e as sociedades empresárias nacionais e estrangeiras, com atividades no país e; proceder à matrícula e seu cancelamento dos agentes auxiliares do comércio.

 

Inatividade da empresa:

Após 10 anos sem qualquer arquivamento a Junta Comercial considerará os empresários inativos, podendo cancelar o registro.

Perde-se a proteção do nome e torna-se irregular caso continue funcionando. O empresário deverá ser intimado sobre a inatividade da empresa.

 

3. Livros Comerciais (escrituração)

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Uma das obrigações do empresário é escriturar regularmente os livros obrigatórios.

Os microempresários, empresários de pequeno porte e pequeno empresário estão dispensados de uma escrituração contábil obrigatória. Os empresários optantes do Simples Nacional estão dispensados de manter uma escrituração mercantil desde que mantenham arquivados documentos referentes ao seu giro empresarial que permitam a identificação da movimentação financeira.

Livros contábeis: aqueles que servem à memória dos valores relacionados às operações de compra e venda, mútuo, liquidação de cobrança, etc.

Livros memoriais: servem à memória de dados fáticos, como o livro de registro de empregados ou de atas das assembleias gerais.

Livros empresariais obrigatórios: imposta aos empresários. Comuns: imposto a todos, "Diário". Lvirs Especiais: impostos apenas a uma determinada categoria de atividades empresariais. Ex. Registro de Duplicatas.

Funções da escrituração: demonstrar a história da vida mercantil do empresário, proporcionar a fiscalização das atividades do empresário, permite que os livros possuam valor probatório nos processos judiciais e proporciona a função gerencial, fiscal e documental.

Princípios informadores:

Fidelidade: consiste em exprimir, com fidelidade e clareza, a real situação da empresa;

Sigilo: os livros são protegidos pela garantia da inviolabilidade, visa impedir a concorrência desleal;

Liberdade: liberdade em adotar qualquer livro contábil, apenas o livro "Diário" é obrigatório.

Os livros podem ser escriturados em "livros digitais", isto é, processados e armazenados exclusivamente em meio eletrônico.

A irregularidade dos livros podem trazer as seguintes conseguências: não terão eficácia probatória, terão reputação de crime falimentar e presunção de verdade dos fatos alegados contra o empresário sem livros regulares.

 

1. Estabelecimento Empresarial:

É o conjunto de bens organizados pelo empresário para o exercício da empresa (artigo 1142, CC). Formado por bens materiais e imateriais. Bens Imateriais são a patente de invenção, modelo de utilidade, registro de desenho

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industrial, marga registrada, nome empresarial, título do estabelecimento e o ponto.

Não pode o estabelecimento empresarial ser confudida com a sociedade empresária e nem com a empresa (atividade empresarial). Também não podemos confundir o estabelecimento empresarial com o patrimônio da empresa, pois esta tem uma conotação mais ampla, fazendo parte as dívidas do empresário.

1.1 Aviamento: 

É a aptidão de produzir lucro conferido ao estabelecimento empresarial, representa um atributo, sendo a clientela um dos fatos preponderantes do aviamento.

Aviamento objetivo: ocorre em razão da localização do estabelecimento. Ex. lanchonete dentro de um colégio.

Aviamento subjetivo: ocorre em razão da competência do empresário, um restaurante, não importando sua localização.

Cada estabalecimento empresarial possui um aviamento, maior ou menor, sendo o resultado de um conjunto de vários fatores de ordem material ou imaterial, os quais conferem ao estabalecimento a capacidade ou aptidão de gerar lucros.

Protege-se indiretamente o aviamento no artigo 52, parágrafo 3, da Lei n. 8.245/91.

1.2 Clientela:

Conjunto de pessoas que, de fato, mantém com o estabelecimento relações continuadas de procura de bens e serviços. Constitui manifestação externa do aviamento. Elemento importante na venda do estabelecimento.

Não pertence ao empresário, pode migrar para outro a qualquer momento. Não como amarrar a clientela numa venda do estabelecimento.

A proteção legal à clientela ocorre de forma indireta, em duas hipóteses:

I - Direito a indenização, no caso de não renovação do contrato de locação;

II - Proteção à concorrência desleal, conforme artigo 195 da Lei 9.279/96 (Lei da Propriedade Industrial).

Não pode ser confundida com o ponto, pois este representa apenas a localização física do estabelecimento, que muitos o chamam de fundo de comércio. O ponto se difere do imóvel, podendo ser alienado sem a alienação do imóvel.

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1.3. Ponto - Localização empresarial

O local em que se situa o estabelecimento tem fundamental importância, por estar ligado a sua capacidade de geração de lucros. Estar próximo ao mercado de consumo ou as fontes de insumos é importante no custo da atividade empresarial.

O direito prestigia a permanência no ponto visando garantir ao empresário um dos fatores decisivos no sucesso da atividade empresarial. Caso o imóvel seja alugado pelo empresário, este terá, em algumas condições, o direito de prorrogação compulsória do contrato pelo período igualao do último contrato. Surgiu em 1934, com a chamada Lei de Luvas.

A Lei de locação de prédios urbanos, no seu artigo 51, apresenta os requisitos essenciais para o direito de renovação compulsória:

I. Contrato por escrito, com prazo determinado;

II. Mínimo de 5 anos de relação locatícia;

III.Exploração da mesma atividade econômica por pelo menos 3 anos ininterruptos.

Se o contrato for por prazo indeterminado o locador poderá a qualquer momento, mediante aviso por escrito, com a antecedência de 30 dias denunciar a locação.

A soma de prazos de contratos sucessivos pode ser invocada pelo locatário.

Em algumas situação a renovação não ocorrerá, mesmo havendo o preenchimento de todos os requisitos legais:

I. Realização de obras no imóvel, por exigência do Poder Público;

II. Reformas no imóvel que valorizem o mesmo;

III. Insuficiência da proposta apresentada pelo locatário;

IV. Proposta melhor de terceiros;

V. Transferância de estabelecimento existente há mais de uma ano, pertencente ao cônjuge, ascentende ou descentente do locador ou a sociedade por ele controlada;

VI. Uso próprio.

O locador não poderá explorar no prédio a mesma atividade econômica do locatário.

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O locatário poderá se utilizar da ação renovatória: ação própria para o exercício do direito de renovação compulsória de locação empresarial. Deve ser proposta, no prazo decadencial de 1 ano a 6 meses antes do término do prazo do contrato a renovar. Deverá comprovar na petição inicial o pagamento de todas as obrigações do locatário e deve ser apresentada uma nova proposta de aluguel.

O locatário poderá requerer uma indenização pela não renovação compulsória do seu ponto empresarial, mas esta indenização somente poderá ser pleiteada nos casos em que a renovação não ocorrer em razão das exceções apresentadas pelo locador. A indenização deverá cobrir os prejuízos e lucros cessantes do fundo de comércio.

2. Trespasse - Alienação do estabelecimento empresarial

Não se confunde com a cessão de quotas sociais de sociedade limitada ou alienação de controle de sociedade por ações. Nessas cessões não há mudança de titular do estabelecimento empresarial. Apenas se realiza a modificação da composição de sócios.

No trespasse realiza-se a transferência dos bens corpóreos e incorpóreos do empresários para outro. O trespasse é um negócio jurídico, devendo ser realizado por agente capaz, na forma prescrita em lei ou não defesa em lei. O contrato de alienação do estabelecimento somente produzirá efeitos, quanto a terceiros, depois de averbado no Registro Público de Empresas Mercantis.

Está incluído no trespasse: contratos, direitos, negócios jurídicos, móveis, imóveis, bens corpóreos e incorpóreos e etc.

O adquirente se sub-roga em todos os contratos de exploração do estabelecimento, salvo àqueles que tem caráter pessoal. Nesses casos os terceiros que possuem contratoos personalíssimos podem no prazo de 90 dias rescindir o contrato.

Para que o trespasse tenha eficácia será necessário que todos os credores sejam pagos ou que os mesmos concordem expressamente ou tacitamente sobre a alienação.

O alienante deverá notificar seus credores, para que eles possam, no prazo de 30 dias, manifestar-se sobre a realização do trespasse.

A grande preocupação da legislação no trespasse é tutelar os interesses dos credores. Assim, o empresário alienante responde por todas as obrigações relacionadas ao negócio explorado naquele local desde que: devidamente contabilizadas e até um ano após o trespasse, contados da data da publicação do trespasse, para as dívidas vencidas e, para as dívidas a vencer, contado da data do vencimento da dívida.

O trespasse deverá ser arquivado Junta Comercial e publicado na imprensa oficial.

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Independentemente de qualquer cláusula no trespasse, o adquirente é sempre sucessor do alienante, em relação às obrigações trabalhistas e fiscais ligadas ao estabelecimento, diante das orientações jurisprudenciais de nossos tribunais.

 2.1 Claúsula de não restabelecimento

A obrigação do não restabelecimento está implícita no contrato de trespasse, devendo ser respeitada independentemente de ter sido acordad entre as partes. As cláusulas proibitivas, classificadas como obrigação de não fazer: importa na proibição do alienante em restabelecer sua atividade empresarial, fazendo concorrência com o adquirente. Referida cláusula deve conter restrições temporais e territoriais, so pena de ser considerada inválida.

Seu principal objetivo é impedir o enriquecimento ilícito do alienante, que recebeu o aviamento do estabelecimento vendido.

O Código Civil em seu artigo 1.147 determina a proibição em 5 anos.

3. Títulos do estabelecimento

Não pode confundir o título do estabelecimento com o nome empresarial, pois é por intermédio deste que o empresário exerce e assina os atos relativos à empresa.

Além do nome empresarial, admite-se o uso de um títuo de estabelecimento que se relacione à atividade da empresa ou seu titular. Ex. Sorveteria do Centro, Rei do Retalho, etc.

Não existe no Brasil o registro do Título do estabelecimento empresarial, mas há sua proteção contra usurpações e uso indevido, art. 195 do Código de Propriedade Industrial.

O título do estabelecimento é vendável, diferentemente do nome empresarial.

 

Sociedades Empresariais

TEORIA GERAL DAS SOCIEDADES

Prof. Antônio José Iatarola

Referência histórica

·         A ideia de sociedade decorre do espírito associativo do homem;

·         A sociedade significa a união de esforços comuns para a obtenção dos bens necessários à sobrevivência;

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·         A sociedade surgiu da necessidade dos herdeiros continuarem as atividades exercidas pelo pater familiae.

Conceito

·         Artigo 981, CC: “Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a constituir, com bens e serviços, para o exercício da atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados”.

·         “Sociedade é a entidade constituída por várias pessoas com objetivos econômicos, podendo ter como objeto atos de empresa (sociedade empresária) ou atos civis com fins econômicos (sociedade simples)”. Rubens Requião;

·         Elementos específicos:

?       Contribuição para o capital social (art. 1004, do Código Civil): os sócios devem contribuir para a formação de um patrimônio inicial da sociedade, diante da intenção desta exercer uma atividade econômica. Forma o fundo patrimonial inicial, define a participação de cada sócio e constitui o capital social;

?       Participação nos lucros e nas perdas (art. 1008, do Código Civil);

?       Affectio societatis: significa a vontade de cooperação dos sócios, de atingir um fim comum;

?       Pluralidade de partes: para a formação de uma sociedade será necessário a existência de pelo menos dois sócios.

}  Exceção: sociedade subsidiária integral (art. 251, Lei 6.404/76).

 

Espécies de sociedade

·         Sociedade empresária:   sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário (artigo 982, CC);

·         Sociedade simples:   são todas as sociedades que não adotam   como objeto o exercício de atividade própria de empresário.

·         Todas as sociedades anônimas serão consideradas sociedades empresárias e todas as sociedades cooperadas serão consideradas sociedades simples, independentemente de seus objetos de atividades (parágrafo único, art. 982, do Código Civil).

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Personalidade Jurídica das Sociedades

·         Personalidade jurídica: atribuição genérica de aptidão para os atos jurídicos;

·         Teorias:

?       Pré-normativistas:   consideram as pessoas jurídicas seres existentes anterior e independentemente da ordem jurídica, são consideradas realidades incontestáveis;

?       Normativistas: consideram as pessoas jurídicas seres criados pelo direito, sendo apenas uma ideia, é chamada de teoria da ficção.

·         Sujeitos de direitos: todas as pessoas são consideradas sujeitos de direito, mas nem todos os sujeitos são pessoas, pois se encontram os chamados sujeitos despersonalizados (espólio, massa falida, nascituro, condomínio horizontal).

?       O sujeito personalizado pode fazer tudo que não está proibido, o despersonalizado somente o essencial ao cumprimento de sua função ou os atos expressamente autorizados.

·         As sociedades são pessoas jurídicas com personalidade jurídica, conforme artigo 44, do Código Civil;

·         Início da personalidade jurídica: a personalidade jurídica inicia-se com o registro dos seus atos constitutivos na Junta Comercial (artigo 45 e 985, do Código Civil);

?       Sociedades despersonalizadas: nem todas as sociedades possuem personalidade jurídica, como as sociedades em comum – espécie de sociedade transitória – e a sociedade em conta de participação, reguladas pelos artigos 986 a 996, CC.

·         Fim da personalização: ocorre através do procedimento dissolutório, podendo ser judicial ou extrajudicial. A dissolução ocorrerá em duas fases:

?       Liquidação: visa solucionar as pendências negociais da sociedade;

?       Partilha: distribui o acervo patrimonial remanescente.

·         Efeitos da personalização das sociedades são:

?       Titularidade processual: a parte legítima para mover ou responder a ação é a própria pessoa jurídica;

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?       Titularidade obrigacional:  terá capacidade de constituir relações obrigacionais com outras pessoas;

?       Responsabilidade patrimonial: responderá diretamente pelas obrigações da sociedade, em regra, apenas os bens sociais.

Classificação das sociedades empresárias

·         Sociedades de pessoa ou de capital: classificação realizada diante a relação entre a sociedade e a qualidade de seus sócios, busca-se verificar qual dos elementos prevalece: pessoas ou capital.

o   Nas sociedades de pessoa a realização do objeto social depende dos atributos individuais de cada sócio, sendo este mais importante que a contribuição que faz para a formação do capital social;

§  Cessão da participação societária com a anuência dos demais sócios.

o   Na sociedade de capital a realização do objeto social depende apenas da contribuição do capital social, sendo as aptidões dos sócios irrelevantes para o sucesso ou insucesso da sociedade.

§  Cessão da participação societária sem a anuência dos demais sócios.

o   As sociedades limitadas podem ser de pessoas ou capital, as sociedades anônimas para Fábio Ulhoa Coelho pode ser apenas de capital (sociedade anônima de capital fechado???).

 

·         Sociedades contratuais e institucionais: esta classificação leva em consideração a constituição ou dissolução da sociedade.

o   Sociedades contratuais: são constituídas por contratos entre os sócios, sendo aplicados todos os princípios do direito contratual;

o   Sociedade institucional: se constituem por manifestação de vontades, mas sem caráter contratual, por estatutos sociais;

 

·         Sociedade limitada ou ilimitada / Responsabilidades dos sócios: os sócios, em razão das obrigações sociais, responderão subsidiariamente pelas dívidas da sociedade. A responsabilidade solidária no direito societário brasileiro ocorre apenas entre os sócios, mas não entre os sócios e a sociedade;

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o   A sociedade é primariamente responsável pelas obrigações assumidas;

o   Quando os bens sociais não cobrirem as dívidas, os sócios responderão pelo saldo, na proporção de suas quotas, salvo cláusula de responsabilidade solidária entre eles;

o   A única exceção é o representante legal da sociedade em comum (artigo 990, do Código Civil);

o   Responsabilidade ilimitada: os sócios respondem sem qualquer limitação, arcando com todas as dívidas;

o   Responsabilidade limitada: os sócios respondem apenas limitados pelos valores dos investimentos que realizaram na sociedade. Neste caso pode-se ocorrer a transferência dos prejuízos aos credores.

o   Responsabilidade mista: parte dos sócios responde de forma ilimitada (sociedades por comanditas).

 

·         Sociedades de grande porte: são aquelas sociedades que tem valor ativo superior a R$ 240.000.000,00 ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00. Nesses casos elas estarão sujeitas as normas sobre escrituração mercantil, elaboração de demonstrações financeiras e obrigatoriedade de autoria independente da lei das sociedades anônimas.

o   As sociedades sob o mesmo comando também serão consideradas de grande porte.

 

·         Sociedade nacional: será considerada empresa nacional aquelas que tenham sede no Brasil e sejam constituídas de acordo com a nossa legislação (art. 1.126, do Código Civil).

o   A nacionalidade dos sócios ou a origem do investimento não tem importância para determinar sua nacionalidade;

o   A sociedade estrangeira deverá ter autorização do governo federal para seu funcionamento no Brasil (art. 1.134, do Código Civil).

Capital social

·         Capital social representa o referencial que os sócios supõem necessários para atingir os objetivos ajustados no pacto social;

·         “Soma das contribuições dos sócios, que são destinadas à realização do objeto social.” Marlon Tomazette.

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·         O capital social poderá ser modificado com a alteração do contrato social;

·         Enquanto o capital social estará fixado no contrato social, o patrimônio estará sujeito a oscilações a todo instante.

·         O Capital social será dividido em quotas ou em ações;

·         As contribuições dos sócios devem ser reais, não podendo ser fictícias, pois o capital social é uma garantia dos credores;

·         Os sócios respondem solidariamente pela exata estimação dos bens conferidos, pelo prazo de 5 (cinco) anos (art. 1.055, CC);

·         O capital social somente poderá ser modificado, ou seja, aumentado ou diminuído somente em determinadas condições.

 

Desconsideração da personalidade jurídica

·         A pessoa jurídica foi criada para realizar de modo mais adequado os interesses dos homens, se tornando, atualmente, a chave do sucesso da atividade empresarial, podendo ser considerada um benefício concedido pelo direito;

·         Há uma finalidade social na existência da pessoa jurídica, mas muitos a utilizam de forma fraudulenta. Devendo neste caso não prevalecer os benefícios impostos por ela aos seus sócios;

·         “Em razão do princípio da autonomia patrimonial, as sociedades empresárias, podem ser utilizadas como instrumento para a realização de fraude contra os credores ou mesmo abuso de direito” (Fábio Ulhoa Coelho);

·         “A teoria da desconsideração da personalidade jurídica não é uma teoria contrária à personalização das sociedades empresárias e à sua autonomia em relação aos sócios. Ao contrário, seu objetivo é preservar o instituto, coibindo práticas fraudulentas e abusivas que dele se utilizam” (Fábio Ulhoa Coelho);

·         Desconsiderar a personalidade jurídica tem como principal objetivo coibir o uso indevido deste privilégio, isto é, estender as obrigações da sociedade aos sócios, mas sem destruir a personalidade jurídica da sociedade;

}  Haverá apenas uma desconsideração pontual, no caso concreto;

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}  Deveria ser tratada como uma   medida excepcionalíssima,   devendo haver fortes razões para que o juiz possa ignorar a personalidade da sociedade.

·         Conceito:   “Superamento episódico da personalidade jurídica da sociedade, em caso de fraude, abuso ou simples desvio de função, objetivando a satisfação do terceiro lesado junto ao patrimônio dos próprios sócios, que passam a ter responsabilidade pessoal pelo ilícito causado”. (Pablo Stonze).

·         Origem:   a autonomia patrimonial da pessoa jurídica era sempre prestigiada, não se admitindo sua superação.

}  Desenvolveu-se nos países do Common Law. Primeiro caso de desconsideração foi, Caso Salomon x Salmon Co., em 1897, na Inglaterra;

}  Conhecida nos países anglo-saxônicos como: disregard of legal entity ou disregard doctrine;

}  Despersonalizar: significa anular definitivamente a personalidade da sociedade, que ocorrerá somente em casos determinados em lei.

·         Teorias:

}  Teoria maior: entende que apenas em casos excepcionais deve ser aplicada a desconsideração da personalidade jurídica, não bastando o descumprimento de uma obrigação pela pessoa jurídica.

·         Entende que a aplicação generalizada acabaria com a existência da pessoa jurídica.

·         Requisitos:

1.       Desvio de finalidade (artigo 50, do Código Civil): fraude ou abuso de direitos relativos à autonomia patrimonial.

2.       Personificação da sociedade e responsabilidade limitada dos sócios;

·         Artigo 50 do Código Civil:

“Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de

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obrigações sejam estendidas aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”.

 

}  Teoria menor: basta o não pagamento de uma obrigação para aplicação da desconsideração da personalidade jurídica.

·         STJ: a teoria menor da desconsideração, acolhida em nosso ordenamento jurídico excepcionalmente no Direito do Consumidor e no Direito Ambiental, incide com a mera prova de insolvência da pessoa jurídica par ao pagamento de suas obrigações, independentemente da existência de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial.

·         Artigo 28, § 5º do Código de Defesa do Consumidor:

O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

§ 5º - Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.

·         Os administradores podem ser atingidos pela desconsideração da personalidade jurídica;

Sociedade Irregular: Sociedade em Comum (artigos 986 a 990 do Código Civil)

Sociedade em comum veio substituir as expressões sociedades de fato e sociedades irregulares.

Conceito: é uma sociedade que não possui personalidade jurídica, pelo não cumprimento das solenidades legais exigidas para a sua aquisição.

}  Deve-se evidenciar que a sociedade em comum não se resume apenas às sociedades sem o registro de seus atos constitutivos, mas aquelas que de algum modo deixaram de ser regulares, como por exemplo: a continuidade das atividades após a extinção de seu registro ou autorização governamental, etc.

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}  O direito empresarial reconhece a existência de sociedades que exercem atividades empresariais, mas não registraram seus atos constitutivos. O registro não é condição de existência das sociedades, mas condição para aquisição da personalidade jurídica.

}  Não há o reconhecimento das autonomias obrigacionais e patrimoniais, mas a lei reconhece que o conjunto de bens organizados posto à disposição do exercício da atividade empresarial é um patrimônio especial que pertence aos sócios em condomínio (art.988, CC);

·         Esse patrimônio especial é de propriedade dos sócios e não da sociedade.

Responsabilidade dos sócios: todas as obrigações contraídas pelas sociedades serão de responsabilidade dos sócios através de seus patrimônios, ou seja, as obrigações assumidas pela sociedade serão de responsabilidade dos sócios em conjunto.

}  Os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações contraídas em proveito da sociedade (art. 990, Código Civil);

}  Há um benefício de ordem nesta responsabilidade, pois o patrimônio especial responde em primeiro lugar pelas obrigações contraídas em benefício da sociedade em comum (art. 1.024, CC). Tal benefício não se aplica àquele sócio que contratou pela sociedade (art.990, CC);

·         Apenas quando exaurido o patrimônio especial é que o restante do patrimônio dos sócios é chamado a responder pelas obrigações da sociedade;

·         Tal regra tem como principal função a proteção dos terceiros de boa-fé, como também aqueles sócios que não participaram da constituição da obrigação, pois terão responsabilidade subsidiária.

Administração: nos atos de gestão devemos aplicar também o raciocínio de proteção aos terceiros de boa-fé, reconhecendo a vinculação do patrimônio social pela gestão praticada pelos sócios.

}  Mas, o artigo 989 do Código Civil revela que não haverá vinculação patrimonial, caso haja pacto expresso limitativa de poderes, tendo validade contra terceiro que o conheça ou deva conhecer;

}  Mesmo não possuindo personalidade jurídica ela terá capacidade processual (art.12, inciso VII do CPC) e estará sujeita ao processo falimentar (artigo 1º da Lei 11.101/2005).

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Prova da existência da sociedade: para a efetivação da responsabilidade sobre os bens sociais ou sobre os bens dos sócios, necessário será a prova da existência da sociedade, pois caso contrário não seria possível atingir o patrimônio dos sócios que não participaram dos atos de gestão da mesma.

}  A prova da existência da sociedade para os terceiros poderá ser realizada por qualquer modo (art. 987, CC);

}  A prova da existência da sociedade entre os sócios somente poderá ocorrer por escrito (art. 987, CC).

 

. Alienação de participação societária – Cessão de quotas

Cessão de quotas: envolve a transferência dos direitos inerentes à condição de sócio, devendo ser realizada por intermédio de uma alteração do contrato social, devidamente registrada.

}  Nas sociedades de pessoas a substituição dos sócios somente pode ocorrer após o consentimento dos demais sócios (art. 1003, CC);

·         Affectio societatis: afeição entre os sócios;

Responsabilidade dos sócios retirantes: permanecerá obrigado por dois anos, após a averbação de sua saída, em relação às obrigações anteriores à averbação da alteração contratual (Parágrafo único, art. 1003, CC), ou seja, as obrigações realizadas posteriormente à averbação serão de responsabilidade exclusiva do cessionário e não do cedente.

}  Nas sociedades limitadas as cessões das quotas entre os sócios podem ser realizadas livremente, não dependendo do consentimento dos demais sócios (art. 1.057, CC), mas tal liberdade pode modificar as relações de poder entre os sócios. Diante deste fato, é importante que sejam estabelecidos critérios para a cessão de quotas entre sócios, assegurando a manutenção da proporção;

}  Para a cessão de quotas a terceiros, caso seja omisso o contrato, poderá ocorrer quando não houver a rejeição de ¼ (25%) do capital social.

 

PROCESSO TRT No. 0000437-87.2010.5.15.0118

AGRAVO DE PETIÇÃO - 6ª TURMA - 11ª CÂMARA

AGRAVANTE: IMPRIMO IMPRESSOS MODERNOS LTDA.

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AGRAVADOS: DANIEL APARECIDO CONTESSOTO, ITAPAPEL EDITORA – PRODUTOS PARA EDUCAÇÃO E ORGANIZAÇÃO LTDA., ONOFRE DOS SANTOS LOPES e OSCARLINA SIQUEIRA LOPES

ORIGEM:     VARA DO TRABALHO DE ITAPIRA (Juíza Maria Flávia Roncel de Oliveira Alaite)

 

EXECUÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE   JURÍDICA. LIMITE TEMPORAL DA RESPONSABILIDADE DO EX-SÓCIO: 2 ANOS. CÓDIGO CIVIL, ARTIGO 1003, PARÁGRAFO ÚNICO; E ARTIGO 7º, XXIX, DA C.F.

Segundo excelente artigo do advogado Clito Fornaciari Júnior: “a  responsabilidade do sócio que se retira da sociedade sobrevive por dois anos, que é o prazo de prescrição da reclamação trabalhista (artigo 7º, XXIX, da CF) e também da responsabilidade do cedente de quotas sociais (parágrafo único, do artigo 1.003, do Código Civil).

Dessa forma, quando se dá a desconsideração da personalidade jurídica, autorizando-se o ataque ao patrimônio dos sócios, somente se pode atingir os sócios atuais ou, então, aqueles que da sociedade se despediram há menos de dois anos. Sem o respeito a esse intervalo, pela via que se mostra transversa da desconsideração, estará sendo descumprido o parágrafo único do artigo 1.003 do Código Civil.  O desespero que se revela na procura da satisfação dos julgados, que representa a proteção de um interesse individual, acerca de direito patrimonial e, portanto, disponível, há de ser devidamente temperado com a preservação da segurança jurídica, que, essa sim, é de natureza coletiva e, pois, indisponível. Por conta disso, são merecedoras de respeito as situações consolidadas, entre as quais se coloca o direito que da cessão de quotas de uma sociedade decorre para o cedente, que não pode ficar eternamente submetido a responsabilidades que nasceram após o seu afastamento, nem colocar em risco interesses de terceiros que com ele tratam.”

 

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SOCIEDADES PERSONIFICADAS

  SOCIEDADE EM NOME COLETIVO (ARTIGOS 1.039 a 1.044 do Código Civil).

Pode ser simples ou empresária; Só pode ter como sócios, pessoas naturais; Somente os sócios podem administrar a sociedade; A responsabilidade dos sócios é ilimitada e solidária; Os sócios podem limitar entre si (pacto interno) a responsabilidade de

cada um, sem, contudo que tais limites fixados possam ser opostos perante os credores da sociedade.

SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES (ARTIGOS 1.045 a 1.051 do Código Civil)

}  Comanditar: prover fundos para uma atividade negocial;

}  É a mais antiga sociedade mercantil, surgiu na Idade Média, em Florença, Itália, nos séculos XII e XIII;

}  Pode ser simples ou empresária;

}  Espécies de sócios:

1.      Sócio comanditário: que provêm os fundos para a atividade negocial, possui responsabilidade limitada;

2.      Sócio comanditado: quem administra a atividade negocial, possuem responsabilidade ilimitada e solidária.

}  Os sócios comanditados devem ser pessoas naturais (físicas);

}  O sócio comanditário não pode praticar nenhum ato de gestão, nem ter o nome na firma social;

}  Se faltar sócio comanditado, poderá ser nomeado administrador provisório, pelo prazo máximo de 180 dias.

 

 

CONSTITUIÇÃO DAS SOCIEDADES CONTRATUAIS (Sociedade Limitada)

1. NATUREZA DO ATO CONSTITUTIVO

·        Brasil: adoção de dois regimes: contratual e institucional;

·        Sociedade Limitada – constituição por contrato entre os sócios

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o   Existência de peculiaridades que não se aplicam à teoria dos contratos;

o   Confirmação pela doutrina da existência de um contrato peculiar – teoria do contrato plurilateral – Tullio Ascarelli;

o   Teoria do Contrato-organização – Calixto Salomão Filho;

·        Sociedades contratuais x institucionais:

o   As principais diferenças se concentram nos regimes de constituição e dissolução total da sociedade;

o   Aplicação do Código Civil e a Lei das Sociedades Anônimas;

o   Nas sociedades contratuais há possibilidade de socorrer-se às regras da teoria geral do contrato para tratar questões atinentes à constituição e dissolução da sociedade, mas tais regras contratuais não podem sobrepor aos ditames do direito societário.

            A Sociedade Limitada se constituiu por um contrato entre os sócios, mas este ato constitutivo pode ser considerado um contrato?

            Os países com tradição romana adotam o regime contratual, desconhecendo o regime institucional de constituição e dissolução de sociedades (França, Argentina, Itália, Portuguesa, etc.).

O Brasil adotou dois regimes diferentes de constituição e dissolução de sociedades: contratual e institucional.

Diante de algumas peculiaridades dos atos constitutivos de sociedade, surgiu a preocupação sobre a natureza contratual desta. A doutrina prefere considerar o ato constitutivo uma espécie singular de contrato.

Exemplo: I ) Para alteração das cláusulas do contrato, necessário a concordância de todos os contratantes; no contrato social a alteração pode dar-se por maioria do capital social; II ) O contrato social gera uma nova pessoa, com obrigações e direitos entre todos eles.

2. REQUISITOS DE VALIDADE DO CONTRATO SOCIAL

·        Requisitos gerais de validade dos negócios jurídicos (artigo 104, CC): agentes capazes, objeto lícito e observar forma legal;

Ø Agentes capazes – menor: o menor pode ser sócio se houver o respeito de três pressupostos:

§  Não pode exercer a gerência;

§  O capital deve estar totalmente integralizado;

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§  Deve estar assistido ou representado.

Ø Licitude, possibilidade e determinação do objeto: é nula a sociedade contrata para exploração de atividade ilícita, impossível ou sem determinabilidade.

Ø Forma: a forma adequada do contrato social da limitada é escrita, por instrumento público ou particular;

§  Instrumento público: os interessados dirigem-se ao cartório de notas, onde o oficial tabelião reduz a termo, em escritura;

§  Instrumento particular: os sócios contratam de um advogado a preparação da minuta do contrato social;

·        Os contratos devem conter cláusulas essenciais (art. 997, CC);

·        Deve conter visto de advogado para sua validade (art. 1º, § 2º, Lei 8.906/94).

·        Contribuição dos sócios: pode ser em dinheiro, bens ou créditos. Não é permitida a contribuição exclusivamente em trabalho (CC, artigo 1.055, § 2º);

·        Distribuição de resultados: participação de todos os sócios nos lucros da sociedade (CC, art. 1008);

Ø A distribuição não precisa obedecer a uma igualdade entre os sócios ou de acordo com a participação social de cada um.

§  Exemplo: os lucros serão distribuídos de acordo com a receita proporcionada pelos negócios viabilizados por cada um dos sócios.

3. PRESSUPOSTO DE VALIDADE

São dois pressupostos:

§  Pluralidade de sócios: existência de pelo menos dois sócios. Não se admite no Brasil a sociedade unipessoal. A única exceção é a subsidiária integral (sociedade institucional).

§  Affectio societatis: disposição dos sócios em manter o esforço ou investimento comum. Quando não existe ou desaparece esse ânimo, a sociedade não se constitui ou deve ser dissolvida.

4. CLÁUSULAS CONTRATUAIS

·        O contrato de sociedade se formará pelas cláusulas dispositivas emanadas pelo acordo de vontades entre os sócios;

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·        Preâmbulo: identificação e qualificação das partes contratantes;

·        Dispositivo: vontades dos sócios agrupadas em tópicos numerados (cláusulas);

Ø Cláusulas essenciais: indispensáveis para o registro do contrato na Junta Comercial. Essas cláusulas estão previstas no artigo 997, CC, aplicável, no que couber, às sociedades limitadas;

Ø Cláusulas acidentais: são dispensáveis, facultativas, as mais comuns são: autorizam a retirada mensal depro labore, definem as consequências do falecimento do sócio e estabelecem o parcelamento do reembolso, nos casos de retirada ou expulsão.

 

SOCIEDADE   LIMITADA (artigos   1052 a 1087)

 

 

·         Originou na Alemanha, em 1892;

 

o   Antes existiam apenas as sociedades de pessoas, com responsabilidade ilimitada e as sociedades anônimas com responsabilidade limitada;

 

o   Ocorre que, as sociedades anônimas possuem uma complexa organização administrativa tornando-se inviável às sociedades pequenas e médias;

 

o   Realização da Revolução Industrial – imposição de novas figuras societárias.

 

Em razão desta característica, a sociedade limitada representa 98% das sociedades registradas naJuntaComercial, comprovando a suagrandeutilidade ao mercado.

 

 

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I-   Legislação

 

O Brasil adotou essa sociedadequando promulgou o Decreto n. 3.708/1919. Estediploma trazia asregraspara a criação da sociedadepor quotas de responsabilidade limitada;

 

o Continha apenas 19 artigos criando enormes lacunas, que eram suprimidas com a aplicação de outras legislações. Em seu artigo 18 previa a aplicação da Lei das sociedades anônimas.

 

Atualmente a Sociedade Limitada é regida pelosartigos 1052 a 1087;

 

o Nas omissões do capítuloespecífico das Sociedades Limitadas, estas serão regidas pelas normas daSociedadeSimples (1053);

 

o Poderá haver previsão contratual da aplicação subsidiária da Lei das Sociedades Anônimas (§ único, art. 1.053).

 

II- CLASSIFICAÇÃO

 

·        Há uma dificuldade na classificação da sociedade limitada, pois hoje ela combina as vantagens das sociedades de capitais e das sociedades de pessoas;

 

·        Sociedade de pessoas: a corrente mais forte é classificar as sociedades limitadas numa sociedade de pessoas, pela forma contratual de sua constituição e a importância das qualidades dos sócios na formação da sociedade;

 

o   Natureza intuitu personae, em razão do contrato social nos casos de exclusão ou retirada, a dissolução parcial da sociedade em

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caso de quebra do affectio societatis e o condicionamento da cessão das quotas à não sócios que representem ¼ do capital social, salvo cláusula em contrário.

 

·        O contrato social poderá dar as sociedades limitadas um estilo personalista ou capitalista;

 

o   Sociedade híbrida: serão os sócios que determinarão sua classificação, diante das cláusulas negociadas no contrato social.

 

 

III-   Responsabilidade   dos   sócios:

 

·         A responsabilidade de cadasócio é limitada ao valor de suas quotas (art. 1052).

 

·         Mas todos os sócios responderão solidariamente pela integralização do capitalsocial(1052).

 

o   Integralizar o   capitalsocial  é o pagamento das quotas sociais.

o   Capital   subscrito  é o montante de recursosque os sócios se comprometem a entregarpara aformação da sociedade.

 

·         Qualquer retirada de fundosou disfarçada na repartição de lucrosque reduza a garantiados credores obriga os sócios à devoluçãoatéinteirarecomposição dos fundossociais (artigo1059).

 

    

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VI-   ContratoSocial

 

·         O contratosocial deverá conter as cláusulas previstas no artigo 997 do CódigoCivil e afirmasocial (1054).

 

·         Poderá ser elaborado porinstrumentopúblicoouparticular.

 

·         É proibida a contribuição de sócios, para a constituição do capitalsocial, que consistaemprestações de serviços (artigo 1055, § 2º).

 

V-   Nomeempresarial

 

·         O nomeempresarial da sociedade limitada, tanto pode ser uma denominaçãooufirmasocial,mascom a palavra limitada no final, ousuaabreviatura (art.1158).

 

VI- Capital social

 

·         Conceito: soma das contribuições dos sócios, destinadas à realização do objeto social. Patrimônio inicial da sociedade;

 

·         Será formado apenas por dinheiro ou bens, não se admitindo a contribuição em serviços;

 

·         Não se confunde com o patrimônio da sociedade, pois este está sujeito a oscilações a todo instante;

 

·         Alteração do capital social:

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o   Ocorre com a modificação do contrato social;

o   Princípio da estabilidade ou variabilidade condicionada do capital social: só pode ser alterado se obedecidas determinadas condições;

 

o   Aumento do capital social:

 

 

§  O capital social deve estar totalmente integralizado;

§  Aprovação de 75% do capital social (art. 1076, I, cominado com o art. 1071, V e art. 997, III, todos do Código Civil) para alterarem o contrato social;

§  Deve-se dar preferência aos sócios (30 dias), na proporção das quotas de que sejam titulares (§1º, art. 1.081);

·         De acordo com o §2º, do artigo 1.081, o direito de preferência não é personalíssimo, podendo ser transferido por cessão de direito;

·         Após, decorrido o prazo de preferência, os demais sócios terão direito às novas quotas antes de submetê-las a terceiros;

§  Pode ocorrer pelo aumento do valor de cada quota, quanto pela ampliação do número de quotas existentes;

§  Aumento oneroso: com ingresso de novos recursos no patrimônio da sociedade, fornecidos por aqueles que subscreveram as novas quotas;

·         Conforme as regras do artigo 1.081 do Código Civil;

§  Aumento gratuito: com a conversão de parte de patrimônio da sociedade em capital social;

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·         Utilização de superávit econômico verificado durante o exercício da atividade empresária;

·         Este valor poderia ser distribuído, a título de lucro, aos sócios.

 

o   Redução do capital social: é a descapitalização da sociedade (art. 1.082, Código Civil)será admitida em duas hipóteses:

 

§  Perdas irreparáveis: somente pode ocorrer com o capital totalmente integralizado;

·         Constitui adequação do capital à realidade contábil da empresa, na qual se verifica que o patrimônio líquido é inferior ao capital registrado;

·         O montante definido para o capital, como resultado da redução, deve ser suficiente para atender às necessidades específicas da atividade negocial, pois caso contrário configuraria um estado de insolvência.

 

§  Capital considerado excessivo: poderá ocorrer mediante a devolução de partes dos valores já pagos pelos sócios, ou pela dispensa das prestações ainda pendentes.

·         Nesta situação verificará uma sobra da importância correspondente a redução do capital social que deverá ser alocada em outra rubrica contábil;

·         O artigo 1.084 permite que a redução dispense prestações ainda devidas da integralização do capital social.

 

§  Em ambas as situações será indispensável a modificação do contrato social, exigindo a aprovação de sócios que representem 75% do

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capital social (art. 1076, I, cominado com o art. 1071, V e art. 997, III, todos do Código Civil).

 

VII- Quotas   sociais

 

·         Os sócios adquirem quotas sociais ao contribuírem para o capital social;

 

·         Representam direitos e obrigações inerentes à sua condição de sócio;

 

·         As quotas são dividas em valor unitário baixo, facilitando a transferência das mesmas;

 

·         O capitalsocial será dividido em quotas sociais.

 

o   Capital social representa o referencial que os sócios supõem necessárioparaatingir osobjetivos ajustados no pactosocial (José Marcelo Martins Proença).

 

·         Cessão de quotas:

 

o   A aquisição de quotas gera ao sócio um direito pessoal de ser sócio e direitos patrimoniais, consistentes na participação nos lucros e no acervo social;

 

o   Como representam direitos, estas quotas podem ser cedidas a outras pessoas a título oneroso, ou a título gratuito;

 

Page 42: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

o   É permitida a transferência das quotas, tantoparcialcomototal, ao sócioouestranho,casonão esteja a hipótese vedada peloajustesocial e não haja oposição de sóciosquerepresentem a quartaparte do capitalsocial (art. 1057).

 

o   Assim, no documentoque se está transferindo as quotas sociais deverão conter aassinatura dos sóciosque representem a quartaparte do capitalsocial.

 

·         No caso de condomínio de quotas, apenas o condômino representante poderá exercer os direitos inerentes a elas (§ 1º, art. 1.056).

 

VIII-   Administração   da   sociedade   limitada

 

·         A sociedade limitada será administrada por uma ou pelas pessoas designadas nocontratosocial ou em ato separado (art. 1.060);

 

·         O administrador não é um representante da pessoa jurídica, mas sim a própria pessoa jurídica, não se pode falar em mandato;

 

o   Rubens Requião: “o órgão administrativo executa a vontade da pessoa jurídica, assim como o braço, a mão, a boca executam a da pessoa física”.

 

·         A administração de não sócios dependem da autorização unânime dos sócios, enquanto ocapitalsocialnão estiver integralizado e de 2/3 (doisterço), quando estiver integralizado.

 

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·         Os administradoresnãosócios, designados ematoem separado, deverão firmartermo de posseno livro de atas da administração, no prazo de 30 dias da data de sua designação, sobpena deperder a nomeação;

 

o   A autorização de um administrador não sócio permite uma profissionalização da gestão.

 

·         Poderes e responsabilidade dos sócios: os administradores têm poder de tomar as decisões necessárias à realização do objeto social, que não sejam de competência privativa da assembleia ou reunião de sócios;

 

o   Os sócios possuem responsabilidade subjetiva de seus atos, devendo conduzir os negócios sociais com todo cuidado e não valer-se da condição de administrador para obter vantagens pessoais indevidas.

 

·         Cessa o exercício do cargo de administrador não sócio (art.1.063):

 

o   Com sua destituição, em qualquer tempo; ou

 

o   Pelo término do prazo se, fixado no contrato ou em ato separado.

 

·         Cessão da administração de sócio:

 

o   Deverá ocorrer quando houver a aprovação de, no mínimo, dois terços do capital social, salvo disposição em contrário (§ 2º, art. 1.063).

 

Page 44: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

·         A nomeação, destituição ourenúncia do administrador deve ser averbada no prazo de 10diasseguintes a cadaato, no registro dos atos do comércio (§ 2º, art. 1.062);

 

·         Balanço patrimonial e de resultado econômico: será obrigado em todo término de cada exercício social (art. 1.065);

 

·         Será privativo dos administradores o uso da firma ou denominação da sociedade limitada (C.C., art. 1.064).

    

IX- CONSELHO FISCAL

 

·         Novidade instituída pelo Novo Código Civil, nos artigos 1.066 a 1.070;

 

·         É um órgão facultativo na sociedade, conforme artigo 1.066, mas na sociedade anônima é obrigatória;

 

·         Tem como principal função fiscalizar a gestão da sociedade;

 

o   Na realidade esse Conselho não é eficaz na fiscalização da gestão da sociedade;

o   A fiscalização exercida por auditores independentes tem-se mostrado muito mais eficaz na prática, pois garante que a atividade seja exercida por profissionais especializados;

o   Nesse sentido, Marlon Tomazette entende que o legislador não foi feliz ao prever referido Conselho Fiscal para as sociedades limitadas.

 

·         No exercício de sua função, os membros do conselho fiscal poderão:

 

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o   Examinar livros e documentos da sociedade trimestralmente, lavrando os pareceres necessários;

o   Devem opinar pela regularidade da gestão, em pareceres que servirão para aprovação ou rejeição das contas da gestão;

o   Deve denunciar as irregularidades que apurar;

o   Convocar assembleia dos sócios, em caso de retardamento injustificado dos administradores, ou em casos de motivos graves e urgentes.

 

·         Será composto por três ou mais membros e seus respectivos suplentes, eleitos na assembleia ordinária anual;

 

·         Membros:

 

o   Sócios ou não sócios;

o   Residentes no país;

§  Impedimentos (§1º, art. 1.066):

·         Membros dos demais órgãos da sociedade ou de outra por ela controlada;

·         Empregados da sociedade;

·         Administradores;

·         Cônjuges ou parentes destes até o terceiro grau.

 

·         As remunerações dos membros do conselho fiscal serão determinadas pela assembleia dos sócios que os eleger (art. 1.068);

 

·         Deveres do Conselho Fiscal – artigo 1.069.

 

 

Page 46: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

 

 

X- DELIBERAÇÕES – ASSEMBLEIAS E REUNIÕES DE SÓCIOS

 

·         O direito de participar das deliberações sociais é proporcional à quota do sócio no capital social;

 

o   Assim, os sócios deverão ser consultados sobre as decisões mais importantes da sociedade, mas não serão todos que terão condições de influenciar as decisões;

§  O sócio que possui mais da metade do capital social delibera sozinho.

 

·         Assembleia de sócios:

 

o   Algumas deliberações dos sócios dependem de certas formalidades previstas em lei para suas validades;

 

o   São deliberações que podem produzir significativos efeitos internos e externos à sociedade, devendo ser submetidas a um controle;

 

o   As assembleias serão obrigatórias sempre que o número de sócios for superior a dez (art. 1072, §2º);

 

o   Deliberações em assembleias:

 

§  Modificação do contrato social;

§  Incorporação, fusão e dissolução da sociedade;

Page 47: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

§  Cessação do estado de liquidação;

§  Designação e destituição de administradores;

§  Remuneração dos administradores;

§  Requerimento de recuperação judicial;

§  Aprovação das contas da administração;

§  Nomeação e destituição de liquidantes e julgamento de suas contas (CC, art. 1.071);

§  Eleição do conselho fiscal e fixação da remuneração de seus membros.

 

o   Periocidade:

 

§  Deve se realizar pelo menos uma vez ao ano, nos quatro meses seguintes ao término do exercício social – assembleia anual ou ordinária;

 

·         Devem constar pelo menos os seguintes assuntos, mas qualquer assunto pode ser incluído na pauta:

 

a.  Votação das contas do administrador;

b.  Votação das demonstrações contábeis (balanço patrimonial e balanço de resultado econômico);

c.  Designação de administrador, se for o caso;

d.  Eleição do conselho fiscal e suas remunerações.

 

·         Os trabalhos devem se iniciar pela discussão e votação das contas e demonstrações contábeis.

Page 48: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

 

XI- DISSOLUÇÃO

 

·         Conceito: procedimento de terminação da personalidade jurídica da sociedade empresária, isto é, o conjunto de atos necessários à sua eliminação, como sujeito de direito (Fábio Ulhoa Coelho);

 

·         Dissolução-ato: veiculada a decisão judicial ou pela decisão assemblear. Esta fase se extingue com o registro do instrumento dissolutório na Junta Comercial;

 

·         Dissolução-procedimento: liquidação e partilha;

 

·         Poder ser judicial ou extrajudicial;

 

·         Fases: liquidação e partilha;

 

·         Dissolução de fato: os sócios paralisam as atividades da sociedade, repartem os ativos e se dispersam;

 

o   Responsabilidade pessoal e ilimitada dos sócios pelas obrigações sociais não adimplidas.

 

·         Resumo do procedimento da dissolução: inicia-se por ato formal do juiz ou dos sócios; segue-o a solução de pendências obrigacionais da sociedade (liquidação); por fim, reparte-se entre os sócios o patrimônio remanescente;

 

·         Causas de Dissolução:

 

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o   Vontade dos sócios: aprovação de ¾ do capital social (art. 1076, I, CC).

§  Se um dos sócios não concordar com a dissolução poderá dar continuidade às atividades da sociedade, mas deverá restituir as quotas dos outros sócios.

 

o   Decurso do prazo determinado de duração: sociedade empresária por prazo determinado, exceção à regra;

 

§  Os sócios poderão modificar o contrato e prorrogar a continuidade da sociedade.

 

o   Falência: caracterização da insolvência jurídica da sociedade, Lei n. 11.101/2005. Trata-se de dissolução necessariamente judicial;

 

o   Unipessoalidade: a pluralidade de sócios deve ser reestabelecida no prazo de 180 dias, sob pena de dissolução da sociedade.

 

§  A continuidade das atividades pelo sócio configurará situação de sociedade irregular. Responsabilidade ilimitada do sócio.

 

o   Extinção da autorização de funcionamento: ocorre nas sociedades que necessitam de autorização governamental para realização de suas atividades, como bancos, seguradoras, etc.

 

o   Irrealizabilidade do objeto social: quando não há mercado para o produto, os negócios se apresentam ruins.

 

§  Nas sociedades limitadas pode se configurar a irrealizabilidade do objeto social no caso de grave desinteligência entre os sócios.

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·         Regularidade fiscal: na dissolução extrajudicial, o registro da ata da assembleia ou do distrato na Junta Comercial está condicionada ao prévio registro nos cadastros fiscais pertinentes;

 

o   A autoridade fiscal somente irá autorizar o cancelamento do registro após constar a não inexistência de débitos fiscais;

 

o   Na dissolução judicial os procedimentos de verificação de regularidade da situação fiscal ocorrerão na fase da liquidação.

 

     A dissolução da sociedade limitada é regida peloartigo 1033, isto é, porregrasque regem a dissoluçãoda sociedadesimples.

 

     Assim, a sociedade limitada será dissolvida:

 

a)  Falência;

b)  Término do prazo;

c)  Consenso unânime dos sócios;

d)  Deliberação pormaioria na sociedadeportempoindeterminado;

e)  Falta de pluralidade de sóciosnão recompostos em 180 dias;

f)  Extinção de autorização parafuncionar.

?Introdução

?Forma apropriada aos grandes investimentos econômicos;??Principais características:?Limitação da responsabilidade dos sócios;?Negociabilidade da participação societária.??Tais características visam despertar os interesses de investidores e propiciar a

reunião de grandes capitais;

Page 51: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

??As sociedades de pequeno e médio porte tem seus sócios com interesses e

aptidões legados à natureza da atividade;??Nos grandes empreendimentos as pessoas querem apenas uma alternativa de

ganho. ?Formação histórica?As organizações precursoras das sociedades anônimas foram criadas para

atender interesses públicos;??Os Estados acabam interferindo muito mais na sua constituição e funcionamento

do que no das demais sociedades;??Sua origem está no período do Renascimento, nas cidades Italianas;?O financiamento das atividades estatais ocorria pela emissão de títulos, cujo

pagamento era garantido pela arrecadação futura;?Casa de São Jorge: Officium procuratorum Sancti Georgi –  levantou

empréstimos para a República de gênova, na guerra contra Veneza, no século XV. Durou como instituição financeira até o século XIX;

?Continuação...?Outra origem importante foi as companhias de colonização dos séculos XVII e

XVIII;?Viabilizou empreendimentos de conquistas e manutenção de colônias, bem com o

desenvolvimento dos comércio marítimo;??Companhia das Índias Orientais, eram sete, organizada pelo Estado Holandês,

1602;??Companhia das Índias Ocidentais, eram quatro: francesa, sueca, dinamarquesa

e a holandesa, esta última constituída em 1621 com o propósito de invadir o Brasil.

 ?Divisão dos períodos históricos

1.Outorga: dependia da concessão pelo monarca e ligava-se a monopólios colonialistas;

?2.Autorização governamental: ato administrativo e não legislativo. Apresentou

significado simplificação na constituição das sociedades anônimas; e?3.Regulamentação: basta o registro no órgão competente e a observância do regime

legal específico.??No Brasil adotamos as duas últimas etapas: o de regulamentação para as

companhias fechadas e o de autorização para as abertas.???

 ?Conceito

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??É a sociedade empresária   com capital social dividido em ações, espécies de

valores mobiliários, na qual os sócios, chamados acionistas respondem pelas obrigações sociais até o limite do preço   de emissão das ações que possuem. (Fábio Ulhoa Coelho);

??? ?Espécies de sociedade anônima

1.Abertas:   os valores mobiliários são admitidos à negociação nas bolsas de valores ou mercado de balcão;

 ?2.Fechadas:   não emitem valores mobiliários negociáveis nesses mercados. ??Os grandes empreendimentos reclamam elevados aportes de capital e

disponibilidade econômicas de muitas pessoas;?O regime jurídico das sociedades anônimas abertas atende essas necessidades.

?Continuação...?Somente pode captar os recursos junto aos investidores gerais, mediante prévia

autorização do governo – CVM (autarquia federal ligada ao Ministério da Fazenda);

??Proceder a captação de recursos junto à generalidade dos investidores sem a

autorização do governo écrime, com pena de reclusão de 2 a 8 anos (Lei n. 7.492/86, artigo 7º);

??Referido controle tem como objetivo conferir ao investidor em ações e outros

valores mobiliários a maior segurança e liquidez possível. ?Nome empresarial?A sociedade anônima pode adotar apenas a espécie de denominação, isto é, o

nome da companhia pode ser estruturado com base num nome civil – de fundador, acionista ou qualquer pessoa que tenho concorrido para o êxito da empresa – ou qualquer outro tipo de expressão linguística (art. 3º, LSA);

??Deve conter a expressão sociedade anônima (abreviatura “S/A”) ou companhia

(abreviatura “CIA”);??A primeira expressão pode localizar-se em qualquer parte do nome empresarial,

mas a outra apenas não pode ser utilizada no final do nome;??O nome empresarial é protegido administrativamente e judicialmente.?? ?Essência mercantil

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?As Sociedades Anônimas sempre serão empresarias, mesmo que tenha um objeto civil (art. 2º, § 1º, LSA);

??Assim, encontra-se sujeita a falência e pode requerer a recuperação judicial,

qualquer que seja seu objeto, de acordo com a Lei n. 11.101/2005. ?Mercado de capitais?Local onde se desenvolvem as operações de compra e venda de valores

mobiliários emitidos pelas companhias abertas;??O titular pode vender suas ações dentro ou fora do mercado de capitais;??Nas sociedades fechadas, os titulares das ações somente podem realizar as

vendas das mesmas no circuito de pessoas de seu conhecimento;?Continuação...?Desde 1976 a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é responsável pela

gerência do Mercado de capitais;??Para uma empresa buscar investimentos junto à generalidade, deverá fazê-lo por

meio de um sistema estruturado e controlado por órgãos competentes;??Os requisitos estão previstos no artigo 19 da Lei n. 6.385/76 (Lei da Comissão de

Valores Mobiliários);???Continuação... ?Mercado primário: onde ocorre a primeira operação negocial, ocorrendo a

subscrição e também a venda de outros valores mobiliários;?Os acionistas possuem direito de preferência na subscrição de novas ações;?Neste mercado paga-se o valor de emissão das ações emitidas;?O credor do pagamento será a própria sociedade anônima, enquanto no

secundário o credor será o próprio acionista.??Mercado secundário: operações de venda de ações de propriedade dos

acionistas para os interessados. Nesta operação a sociedade emissora, não participa da compra e venda;

 ?CVM – Comissão de Valores Mobiliários?Sua criação foi inspirada na Securities and Exchange Commission, dos EUA,

criada em 1934, após a grande depressão econômica sofrida;??Enquanto nos EUA as agências reguladoras possuem total independência, no

Brasil a CVM possui independência administrativa e orçamentária, mas encontra-se subordinada ao Poder Executivo;

??Órgão colegiado constituído por um presidente e quatro diretores, nomeados pelo

Presidente da República, com a aprovação do Senado Federal.?Continuação...?O mandato é de 5 anos, sem a possibilidade de recondução do cargo;?

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?A CVM possui competência em três âmbitos:?Regulamentar;?Autorizante;?Fiscalizador. ?Bolsa de Valores?São pessoas jurídicas de direito privado que mediante autorização dada pela

CVM, prestam serviço público;??Seus objetivos consistem em: manter local ou sistema adequados à realização

de operações de compra e venda de títulos ou valores mobiliários;??Busca proporcionar maior liquidez aos investimentos correspondentes aos valores

mobiliários;??A organização e a manutenção do pregão são um serviço público de interesse de

todos os agentes econômicos e da própria sociedade;?Continuação...?As negociações realizadas na bolsa de valores correspondem ao mercado

secundário;??As operações ocorrem de acordo com os padrões éticos e regulamentares

estabelecidos para o regular funcionamento do pregão, podendo ser suspensa ou excluída as sociedades que não se adequarem a estas regras;

??Bolsas de valores existentes no Brasil:

1.Bolsa de valores do Paraná;2.Bolsa de Valores do Rio de Janeiro;3.Bolsa de Valores de São Paulo;4.Bolsa de Valores do Minas Gerais, Espírito Santo e Brasília;5.Bolsa de Valores da Bahia, Sergipe e Alagoas;6.Bolsa de Valores Regional?

?Continuação...?Até 2007, a BOVESPA era uma associação de sociedades corretoras de valores

mobiliários;??Após ocorreu a desmutualização,  isto é, a transformação em sociedade

anônima;??As ações da BOVESPA são negociadas normalmente no pregão mantido por ela

mesma. ?Capital social?Representa os recursos necessários para iniciar as atividades da sociedade;??São os sócios que providenciarão esses recursos, transferindo de seus

patrimônios para as pessoas jurídicas;?

Page 55: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

?Em troca recebem as ações nos valores equivalentes, constituindo suas participações no capital social;

???Continuação...?Existem duas formas das sociedades conseguirem recursos:?Capitalização: os recursos são provenientes dos sócios, sem que a sociedade

tenha a obrigação de restituí-los;?Financiamento: pode ser bancário ou o autofinanciamento (emissão de

debêntures e   commercialpapers),   em ambos casos a sociedade fica devedora , com a obrigação de devolver os valores com os acréscimos remuneratórios.

 ?Formação do capital social?Capital social subscrito: montante prometido pelos sócios para a sociedade, a

título de capitalização;??Capital social integralizado: correspondem aos recursos já transferidos para o

patrimônio social. Pode ser realizado por meio de dinheiro, bens ou crédito.??Integralização por dinheiro: exige apenas a assinatura do boletim de

subscrição;?Integralização por bens: deverá ocorrer a avaliação por laudo técnico elaborado

por  empresa especializada ou três peritos, nomeados pela assembleia geral (art. 8, LSA);

?Deve-se registrar a ata da assembleia na Junta Comercial e depois levar o registro para o órgão competente (Cartório de Imóveis, INPI, etc)

?Integralização por cessão de créditos: o acionista transfere à sociedade os direitos creditícios que titulariza perante terceiros.

 ?Capital social e Reserva de Capital?As ações podem ter preços de emissão ou de valor nominal;?Valor de emissão: significa o valor pago pelos investidores para se tornarem

proprietários das ações;?Valor nominal: é o resultado da divisão entre o capital social e o número de

ações.??A lei impede que o valor de emissão seja inferior ao valor nominal (art. 13, LSA);??Ágio: ocorre quando o valor arrecadado pela vendas as ações supere o valor

nominal das mesmas, constituindo a chamada reserva de capital.?Cont...?A importância em verificar a existência do capital social e da reserva de capital, é

porque este tem vedações em seu uso;?As reservas de capital somente podem ser utilizadas no caso de prejuízo, resgate

e reembolso de ações, etc (art. 200, LSA).??Assim, será constituída uma conta específica do capital social e uma conta

específica da reserva de capital;?

Page 56: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

?Os recursos do capital social estão sujeitos ao princípio da intangibilidade;?Princípio da intangibilidade: não podem ser usados para pagamento de

dividendos e juros aos sócios, somente serão devolvidos no caso de dissolução da sociedade.

?Cont...?O capital social pode ser constituído por dinheiro, bens ou crédito, já a reserva de

capital apenas por dinheiro;??A integralização do capital social é a principal obrigação do acionista (art. 106,

LSA);??As condições de pagamento serão previstas no boletim de subscrição ou no

Estatuto Social (este mais raro);??Os acionistas podem negociar suas ações antes mesmo de sua integralização,

ficando responsável, juntamente com o adquirente, durante dois anos pelo pagamento (art. 108, LSA);

??? ?Mora do acionista?Ocorre a mora quando o acionista deixa de pagar as parcelas do preço de

emissão nas condições estipuladas no boletim;??Torna-se o acionista devedor de juros, correção monetária e multa não superior a

10%, sendo consideradoremisso,   podendo ocorrer:?Propositura de uma ação de execução de títulos extrajudiciais;?As ações podem ser  vendidas em bolsa por sua conta e risco.?Cont...?No leilão de remissos, o lance mínimo deverá ser o valor nominal das ações,

sendo que a diferença arrecadada entre o lance mínimo e o da arrematação será entendido como reserva de capital;

?? Não surtindo efeitos as duas situações, a sociedade poderá adquirir as ações

declarando-as caducas, mas deverá ter reservas suficientes para isso;??Caso não tenha como adquiri-las, deverá declara-las caídas em comisso e contar

um ano, devendo encontrar interessados pela sua compra. Não ocorrendo a venda, será feita a redução do capital social (art. 107, §1º, LSA).

 ?Aumento do capital social?Pode ocorrer das seguintes formas:

1.Emissão de novas ações, visando proporcionar o ingresso de mais recursos;2.Capitalização de lucros ou reservas;3.Conversão mobiliários em ações.

 ?Capitalização de lucros ou reservas?Ocorre quando a sociedade contabiliza os lucros ou reservas em capital social,

mediante deliberação em assembleia geral;

Page 57: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

??Pode ocorrer a emissão de novas ações para distribuí-las, proporcionalmente,

entre os acionistas ou manter o mesmo número, mas com majoração do valor nominal das ações;

??Também chamada de aumento gratuito do capital social, porque não altera o

patrimônio líquido da sociedade. ?Conversão de valores mobiliários em ações?Podem ocorrer com as debêntures e partes beneficiárias com respectiva cláusula

de conversibilidade;??O credor destas valores mobiliários tornar-se-ão acionistas com o aumento do

capital social;??Ela não é considerada aumento gratuito em razão de provocar a diminuição do

passivo da sociedade; ?Opção de Compra de Ações (art. 168, LSA)?Significa aumento de capital social realizados por titulares de opção de compra de

ações (administradores e executivos de nível elevado), nas condições definidas em plano aprovado pela Assembleia geral, autorizadas pelo Estatuto, e no limite do capital autorizado;

??Caso a opção de compra de ações provoque prejuízo à companhia ou aos

minoritários, será considerada abuso de poder de controle (CVM, Inst. 323, art. 1º, XII)

 ?Redução do capital social?Pode ser reduzido por perda ou excessividade;?Redução por perdas: trata-se de um juste do dispositivo estatutário à realidade

econômica da companhia;??Redução por excessividade:  se a companhia entender que a um excesso no

valor do capital social para o desenvolvimento das atividades;?Se o capital não estava integralizado, fará uma redução na proporção do capital

subscrito, modificando o estatuto e dos registros das ações;?Caso o capital esteja totalmente integralizado, pode ocorrer a devolução aos

acionistas ou permanecer na sociedade, mas agora como reservas de lucros.?? ?Constituição de uma companhia?Capítulo VII da LSA, divide-se em quatro seções:

I.Requisitos preliminares;II.Constituição por subscrição pública;III.Constituição por subscrição particular;IV.Disposições gerais.?

Page 58: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

?Os empreendedores que tomam as providências necessárias para fundar a sociedade, são chamados defundadores;

 ?Requisitos preliminares?Subscrição: pelo menos duas pessoas, podendo o preço ser igual ou maior do

valor da emissão.?Subscrição pública: depende de prévio registro na Comissão de Valores

Mobiliários, com intermediação de financeira (art.82).?Subscrição privada: será efetuada por círculo fechado de pessoas, não

havendo grandes preocupações para o Poder Público.??Realização: pagamento inicial de 10% do preço de cada ação subscrita. O

contrato de subscrição estipulará o prazo e as condições de pagamento do restante do preço.

?No caso de instituições financeiras o pagamento mínimo é de 50%.?Continuação?Depósito: os valores devem ser depositados no Banco do Brasil e ou em outra

instituição autorizada pela CVM;?Deve ocorrer no prazo de 5 dias após o recebimento dos valores;?Até este momento a sociedade ainda não existe como pessoa jurídica, sendo o

depósito realizado em nome da sociedade em organização. Não sendo constituída no prazo de 6 meses, o banco devolverá os valores aos subscritores.

??Avaliação de bens: quando ocorrer a integralização do capital com bens,

suscetíveis de avaliação.? ?Constituição da companhia?A constituição da companhia representa o nascimento da pessoa jurídica;??No momento da constituição, a subscrição já deverá estar exaurida;?Formas de constituição de uma companhia:?Assembleia geral; ou?Escritura pública. ?Constituição por assembleia geral?Quando for por subscrição pública ou particular;??Requisitos formais para realização da assembleia:?Ser convocada por seus fundadores;?Anúncios de convocação em jornais de grande circulação e no órgão oficial

da União ou do Estado;?Nas sociedades fechadas o prazo é de 8 dias antes da assembleia;?Nas sociedade abertas o prazo é de 15 dias.?Cada ação dará direito a um voto;?As deliberações ocorrerão por aprovação da maioria;?A assembleia poderá aprovar as avaliações apresentadas;?Deliberar sobre a constituição.?Continuação

Page 59: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

?Não havendo a oposição de subscritores que apresentem a maioria do capital social, o presidente da assembleia declarará a companhia constituída;

??Será lavrada a ata da assembleia geral em duplicata, ficando uma com a

companhia e outra sendo levada ao registro no órgão competente. ?Constituição por escritura pública?Somente pode ocorrer na subscrição fechada, isto é, particular;??A escritura pública lavrada pelo Cartório de Notas deverá conter a assinatura de

todos os subscritores;??Seus requisitos estão previstos no artigo 88, §2º da Lei da S.A.; ?Formalidades complementares à constituição?Deverão ser arquivados seus atos constitutivos;??Os administradores serão responsáveis pela demora no cumprimento das

formalidades complementares à constituição;??A companhia não responde pelos atos praticados pelos administradores antes de

cumpridas as formalidades complementares à sua constituição, mas a assembleia poderá deliberar o contrário(art. 99, parágrafo único).

 ?Incorporação de imóveis para formação do capital social?A ata da assembleia geral ou a escritura pública serão transcritos no Cartório de

Registro de Imóveis;??Não haverá necessidade de constituir uma escritura pública específica para a

incorporação dos imóveis;??Não haverá incidência de ITBI, salvo se for a companhia comprar o imóvel;??O subscritor casado deverá apresentar a outorga uxória do respectivo cônjuge. ?Ações?Representa a divisão do capital social;??Valor nominal das ações: é o valor da divisão do capital social pelo número de

ações da companhia;??Valor de emissão da ação: nunca pode ser menor que o valor nominal. Caso seja

maior que o valor nominal, a diferença será chamada de ágio;?A fixação do preço de emissão da ação levará em consideração as condições de

mercado e a lei de oferta e procura.??Valor patrimonial;??Valor de cotação. 

Page 60: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

?Órgãos sociais da companhia ?Os poderes exercidos pelos sócios para proporcionar a organização da atividade

econômica são divididos entre diversos órgãos;?Quando um órgão age, quem age é a pessoa jurídica;?A organização de poderes na sociedade anônima tem sua ideia próxima da

tripartição de poderes:?Órgãos de deliberação (assembleia e conselho de administração);?Órgãos de execução (diretoria);?Órgãos de controle (conselho fiscal).??A sociedade pode criar outros órgãos para o melhor desempenho do seu titular. ?Assembleia geral dos acionistas?Órgão responsável pela expressão da vontade da sociedade anônima;??Também pode ser conceituada como reunião de acionistas;??Na moderna constituição das sociedades anônimas, as assembleias gerais

perderam forças para outros órgãos, principalmente para os de administração;?As assembleias gerais acabam representando a vontade da maioria, mas esta é

dispersa e desorganizada;?Proliferação de ações sem direito a voto?Continuação?Suas competências (art. 132, LSA):?Deliberar sobre os atos mais importantes da companhia (art. 122, LSA);?Formação do capital social;?Valores mobiliários;?Alteração do estatuto;?Direitos dos acionistas;?Apreciação de contas e demonstrações financeiras;?Eleição e destituição de administradores e fiscais;?Destino da companhia;?Dissolução;?Pedido de autofalência ou de recuperação.?Continuação?As assembleias gerais podem ser ordinárias e extraordinárias, dependendo das

matérias a serem votadas;??Se a matéria a ser votada é periodicamente votada pela assembleia, ela se

chamará de assembleia geral ordinária;??Toda competência não inserida no rol de competência da AGO será, por

exclusão, de competência da AGE.??? ?Convocação da assembleia geral?A convocação será realizada mediante anúncio público por três vezes no mínimo:

Page 61: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

?Primeira convocação será de 15 dias de antecedência;?Segunda convocação será de 8 dias de antecedência.??A convocação conterá o local, data e hora da assembleia, a ordem do dia e, no

caso de reforma do estatuto, a indicação da matéria;??Independentemente das formalidades acima, será regular a assembleia geral

que comparecerem todos os acionistas (§ único, artigo 125)?Continuação?A expressão “e outros assuntos de interesse geral” não tem força para validar

deliberações que não representem assuntos urgentes, que possam ocasionar graves prejuízos à sociedade;

??A instalação da assembleia depende de um número mínimo de ações votantes:?

1.Em primeira convocação deverá ter a presença de acionistas que representem, no mínimo, ¼ do capital social em direito ao voto. Em caso de modificação do estatuto deverá conter 2/3, no mínimo;

2.Em segunda convocação poderá será instalada validamente com qualquer número.?Continuação?Procuração por acionista: qualquer acionista, votante ou não, que represente

meio por cento, no mínimo, do capital social, solicitar relação de endereços dos acionistas, para, mediante correspondência ou aviso publico, solicitar-lhes procuração;

?A procuração outorgada valerá no prazo máximo de 1 ano; ?Quorum   deliberativo ?A regra geral é a aprovação por maioria absoluta de votos presentes na AG,

excluídos os votos em branco (artigo 129, LSA);??No artigo 136, LSA traz as exceções com relação ao quorum deliberativo por

maioria, determinando a metade das ações com direito de voto;??Algumas vezes a assembleia pode ser convocada e instalada, mas não poderá

deliberar por falta de quorum deliberativo;??Empate nas deliberações: deverá ser convocada uma nova AG, com intervalo de

dois meses; se permanecer o empate e os acionistas não concordarem em cometer decisão a um terceiro, caberá ao Poder Judiciário decidir;

?Os estatutos podem prever que em caso de empate haverá um procedimento de arbitragem.

 ?Ata da assembleia geral?Os trabalhos e deliberações das assembleias gerais será lavrada, em livro

próprio, ata assinada pelos membros da mesa e pelos acionistas presentes;??Deve ser escrita de forma sumária, mas que esclareça, com precisão e

objetividade, o que ficou deliberado na assembleia;??As atas da AGO devem ser arquivadas no registro do comércio e publicada.

Page 62: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

 ?Estrutura administrativa?Capítulo XII da LSA trata da estrutura administrativa da companhia;??A administração da sociedade competirá, ao conselho de administração e à

diretoria, ou somente à diretoria;??Será dividido em quatro Seções:

I.Conselho de administração;II.Diretoria;III.Normas comuns; eIV.Deveres e responsabilidades dos administradores.

 ?Conselho de administração?É um órgão facultativo, sendo obrigatório para as sociedades abertas, as

sociedades de economia mista e as de capital autorizado;??Representa um elo entre a assembleia geral e a diretoria, representando um

sistema dualista de administração;??Na medida que a empresa cresce, a administração se torna cada vez mais

sofisticada, requerendo conhecimentos técnicos especializados;?Nos EUA chama-se board of directors;?Continuação?O Conselho de Administração representa a propriedade da empresa. Os

diretores exercem a gestão;?Por isso os conselheiros devem ser acionistas, já os acionistas não precisam ser.??Tem ganhado mais poderes, sendo considerado órgão fundamental para a

realização das boas práticas de governança corporativa.??É um órgão colegiado de deliberações, com as seguintes atribuições:?Fixação de diretrizes;?Fiscalização de controle (supervisão da diretoria);?Propriamente administrativa (eleição de diretores).??Continuação?Requisitos para ser membro do conselho;?Pessoas físicas;?Acionistas;?Residentes ou não no país;?Reputação ilibada e idoneidade; e?Não possuam conflito de interesses com a soc.??Os membros eleitos tomarão posse, assinando um termo de posse nos 30 dias

seguintes à nomeação;??As deliberações será tomada pelos voto da maioria, dada sua natureza colegiada; ?Diretoria

Page 63: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

?Será composta por 2 ou mais diretores, eleitos e destituíveis pelo conselho de administração, ou, se inexistente, pela assembleia geral (art. 143, LSA);

??Cada diretor exercerá individualmente sua função prevista no estatuto, não

formando um colegiado;??Responderá individualmente pelos seus atos;??Competirá a qualquer diretor a representação da companhia, e a prática dos atos

necessários ao seu funcionamento regular (art. 144, LSA);??Os membros do conselho de administração, até o máximo de 1/3, poderão ser

eleitos para cargos de diretores (art. 143, §3º, LSA) ?Deveres e responsabilidades dos administradores?Podemos resumi-los em três:?Obediência (lei / estatuto);?Diligência; e?Lealdade.??Obediência: respeito, submissão à lei e ao estatuto social. Responderá civilmente

pelos prejuízos que causar (art. 158, II);??Diligência: é algo mais que prudência, significa cuidadoso, zelo, aplicação, deve

ter o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar (art. 153);

???Continuação...?Lealdade: significa sinceridade, franqueza, honestidade, etc. O dever de lealdade

traz inúmeros corolários ao administrador, mas um dos principais é:?Dever de não se valer de informações privilegiadas na negociação de valores

mobiliários da companhia. Nos EUA quem descumpre tal dever chama-se “insider trading” ou “insider dealing”;

? A jurisprudência do da Securities and Exchange Commission tem ampliado o conceito de insider trading, para estender as punições legais a outras pessoas como: advogados, contadores, psicanalistas de esposas de executivos).

 ?Ação de responsabilidade civil contra Administradores?Ação social originária: proposta pela sociedade em face do administrador,

visando obter o ressarcimento de um prejuízo causado ao patrimônio social (art. 159, LSA);

??Ação social derivada: proposta pelo acionista com base nos §§ 3 e 4 do art.

159, visando obter o ressarcimento de um prejuízo causado ao patrimônio social;

??Ação individual : proposta pelo acionista ou terceiro diretamente prejudicado por

ato do administrador, com base no §7º, art. 159. 

Page 64: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

?ACIONISTA?Para um jurista o acionista não pode ser considerado um mero investidor,

mas como sócio da companhia, um sistema jurídico próprio de direitos e deveres são constituídos;

??O acionista é um coproprietário, podendo ser administrador ou fiscal da

companhia;??Daí resultam os direitos e deveres do acionista.?Continuação...?Mas podemos realizar a seguinte divisão de acionistas:?Empreendedores: pessoas interessadas na exploração de certa atividade

econômica;?Investidores: identificam na ação da companhia uma boa oportunidade para

empregar o dinheiro que possuem.?Rendeiros: buscam formar uma carteira de investimento estável, com perspectiva

de retorno a longo prazo;?Especuladores: visam otimizar ganhos imediatos.??Referida divisão tem como olhar os interesses de cada acionista na sociedade.

Devendo o direito o equilíbrio desta relação de poder. ?Acionista controlador e minoria acionária?Não se pode dizer que a minoria acionária sempre será constituída pelos

detentores das menores parcelas do capital social;??O controle da companhia pode estar nas mãos de quem contribuiu com parcela

reduzida para a constituição do capital social;??Assim, quando se fala em maioria ou minoria, nas relações entre acionistas, fala-

se na maior ou menor influência na condução dos negócios da sociedade;??Os conflitos entre estes acionistas ocorrem geralmente: baixa remuneração dos

acionistas ou intenção de tomada de controle das mãos  do controlador. ?Acionista controlador?Quatro modalidade de poder de controle da sociedade anônima:

1.Totalitária;2.Majoritária;3.Minoritária;4.Gerencial.

??Nos EUA a principal características do mercado de ações das grandes

companhias é a democratização da propriedade empresarial, prevalecendo o controle por minoritários ou gerencial.

??No Brasil verifica-se uma grande concentração de ações, sendo as companhias

controladas por acionistas Majoritárias, mas desde 2005 está havendo uma dispersão de ações de algumas companhias (Lojas Renner, Perdigão, Gafisa, Eternit), representando um grau de amadurecimento de nosso mercado.

Page 65: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

?Continuação?Conceito de acionista controlador, artigo 116, LSA;??Elemento caracterizador importante é da permanência (art. 116, a);??O Banco Central estabelece que considera permanente a manifestação do

poder de controle se o acionista titulariza ações que lhe assegurem a maioria absoluta de votos ou se ele obteve a maioria, nas três últimas assembleias gerais (Res. N.401)

 ?Organização do Poder de Controle?Existem instrumentos no direito societário que podem ser utilizados para ampliar o

poder do acionista controlador;??Primeiro instrumento é a emissão da ação sem direito a voto.?A LSA determina que até 50% do total das ações emitidas pela sociedade;.?Constituição de uma sociedade holding: o empreendedor controla a pessoa

jurídica controladora, mediata e imediata, da companhia;? ?Abuso de poder de controle?O acionista controlador usufrui de uma condição privilegiada relativamente aos

demais;?Escolhe os administradores, altera o Estatuto, aprova operações de capitalização,

elege a si mesmo para a diretoria, etc.??Preocupada com o equilíbrio das relações de poder no interior da companhia, a lei

imputa ao controlador responsabilidade por danos causados com abuso de poder (art. 117, LSA)

? ?Direitos dos acionistas?Podemos dividir os direitos dos acionistas em:?Direitos sociais: estão diretamente vinculados à vida dinâmica da sociedade,

sujeitos sempre às deliberações da maioria societária;??Direitos individuais: são adquiridos com a aquisição da condição de sócio, são

insuscetíveis de supressão, nem pelo Estatuto e nem pela Assembleia. O artigo 109 da LSA traz os referidos direitos:

?Artigo 109?Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembleia-geral poderão privar o acionista

dos direitos de:

I - participar dos lucros sociais;

II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;

III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;

IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172;

Page 66: Teoria Da Empresa- OnLINE(1)

V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.? ?Direito de recesso do acionista?Os acionistas possuem o direito fundamental de se retirar da sociedade, em razão

da proteção aos direitos da minoria;??O direito de retirada  deve estar previsto em lei, não se permite que o Estatuto

adicione novas hipóteses;??A Assembleia Geral deverá deliberar sobre uma das matérias que permitem a

retirada; ?Deveres?O principal dever do acionista é o de integralizar o valor de emissão das ações

que subscrever;??Na falta de pagamento, tornará acionista remisso, devendo pagar o principal

com os acréscimos previstos no Estatuto Social;??Caso não seja feito o pagamento poderá arcar com execução judicial ou de ter

suas ações vendidas em leilão na Bolsa, ou, ainda, de serem declaradas caducas.

???? ?Direito de voto?Não é um direito essencial, pois nem todas as ações o possuem;??As ações preferenciais podem ter esse direito restrito e, em alguns casos até

suprimido (art. 111, LSA);??Cada ação ordinária corresponderá um voto nas deliberações (art. 110, LSA),

podendo ser limitado o número de votos de cada acionista. ?Suspensão de direitos?Os acionistas poderão ter seus direitos suspensos provisoriamente, quando

deixarem de cumprir obrigações impostas por lei ou pelo Estatuto (art.120, LSA);

??Suspensão significa provisoriedade, senão era previsto a extinção dos direitos;??A ação prescricional para a ação do acionista contra a companhia, qualquer que

seja seu fundamento, é de 3 anos. ?Acordo de acionistas?As relações de poder entre os acionistas é totalmente dinâmica, sofrendo

influências de fatores racionais ou emocionais;

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??Diante desta situação os acionistas se utilizam de instrumentos capazes de

estabilizar suas relações;??É o acordo de acionistas   o principal instrumento de estabilização nas relações

entre acionistas no Brasil:?Combinação de todos votarão nas mesmas pessoas para o cargo de diretor;?Se reunirão previamente à assembleia para definir, por maioria, o voto que todos

irão se manifestar;?Venda de suas ações a outros investidores, para evitar fortalecimento de outros

acionistas;?Direito de preferência na aquisição das ações entre eles; e?Dividirem custos para defesa de interesse comum.?Continuação...?Artigo 118. Os acordos de acionistas, sobre compra e venda de suas ações,

preferência para adquiri-las, exercício do direito a voto ou do poder de controle, deverão ser observados pela companhia quando arquivados na sua sede;

? ?Os acionistas podem contratar qualquer assunto de interesse comum, menos a

venda do voto; ??Os acordos de acionistas que têm por objeto a compra e venda de ações,

preferência para as adquirir, exercício do direito do voto ou poder de controle e que se encontrem arquivados na companhia, conferem aos partícipes duas garantias:

?Proibição de a companhia praticar atos contrários ao contratado;?Execução judicial específica das obrigações. ?Acordos de acionistas e direito de voto?Acordo de acionistas que têm como objeto o exercício do direito de voto,

devidamente arquivados na sociedade, produz os seguintes efeitos:?Proibição do presidente da assembleia geral computar votos proferidos por

acionistas vinculado a acordo com qualquer infração a cláusula;?Os votos em conselho de administração ou da diretoria com competência para

deliberar em colegiado, não pode computar os votos proferidos pelos integrantes desses órgãos que infrinjam o disposto em acordo de acionista.

?Continuação...?Os votos contrários aos termos do acordo não podem ser computados, não

podendo ter seu conteúdo alterado pela mesa da assembleia;??Três situações distintas:?Voto em preto infringente do acordo: é proibido computá-lo, mas a alteração de

seu conteúdo depende de decisão judicial ou arbitral;?Voto em branco;?Ausência à assembleia ou reunião: o direito ao voto poderá ser exercido por outro

acionista ou administrador, baseado no acordo.?Continuação

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?O Acordo de Acionista deve sempre indicar um representante, em seu interior ou documento apartado;

?A nomeação poderá recair sobre um acionista ou pessoa estranha ao quadro acionário;

?Sua função está limitada na interlocução entre a companhia e os acionistas;?Para votar no lugar dos acionistas deverá apresentar uma procuração específica? ?Relações entre Sociedades?Nas relações entre sociedades, as mais comuns são as participações no capital

social, podendo ser:?Coligadas;?Controladas; e?Simples participação.??Uma sociedade torna-se sócia da outra para:?Investimento em seu patrimônio;?Ingerência na direção;?Formação de grupos societários.??Estas participações são chamadas de sociedades coligadas no Código Civil,

mas na prática das S.As, coligação representa algo mais específico que a ideia geral de participação no capital das outras sociedades;

 ?Coligação ou filiação (artigo 1099, CC)?No Código Civil, artigo 1098, são coligadas ou filiadas as sociedades em que uma

detenha uma participação de 10% ou mais do capital social da outra sem controlá-la;

??Para as sociedades anônimas aplica-se a regra do artigo 243, onde será

considerada coligada de outra sociedade quando tem uma influência significativa, mas sem controlá-la.

?Será presumida este poder quando a participação no capital for igual ou superior a 20% do capital votante;

?Tem importância para definir as regras especiais de demonstrações financeiras e configurar grupos societários.

 ?Sociedade controlada (art. 1098, CC)?Ocorre quando uma sociedade tem direitos de sócio que lhe asseguram, de modo

permanente, a preponderância nas assembleias gerais e o poder de eleger a maioria dos administradores;

??Pode haver o controle direto e indireto, nesta haverá uma sociedade

intermediária;? ?Simples participação (art. 1.100, CC)?Quando uma sociedade possuir menos de 10% do capital com direito de voto de

outra sociedade;?

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?Nas sociedades anônimas aplica-se a Instrução Normativa 247/96 da CVM;?? ?Subsidiária Integral (artigo 251, LSA)?É uma sociedade anônima com um único sócio que, por sua vez, deve ser uma

outra sociedade brasileira;?A unipessoalidade é requisito essencial para se ter uma subsidiária integral.??Permite a descentralização da administração de diversas atividades, exercidas

sob o mesmo controle;??Trata-se de uma ideia similar à de uma filial, porém, dotada de personalidade

jurídica própria e, consequentemente, de direitos e obrigações próprios;??Pode ser originária ou derivada:?Originária: a sociedade nasce subsidiária integral;?Derivada: a sociedade torna-se subsidiária integral no correr de sua existência.?Continuação...?Na constituição originária uma sociedade destaca parte de seu patrimônio e

constitui a subsidiária;??Na constituição derivada haverá necessidade de aprovações das assembleias

gerais das duas sociedades,realizando uma espécie de incorporação;?Uma sociedade aprova a incorporação das ações da outra e o respectivo

aumento do capital social, e a outra sociedade aprova a transferência das ações e sua transformação numa subsidiária integral;

?A incorporadora das ações não as compra em dinheiro; ela faz permuta com as ações ou quotas que decorrerão do aumento no seu capital social.

? ?Alienação de controle no caso Tenda?Após suportar significativa perda de valor de marcado (65% do valor de suas

ações), a Tenda teve seu controle acionário adquirido pela Gafisa;??A operação determinou que a Tenda incorpora a FIT, braço de baixa renda da

Gafisa (subsidiária), e, como resultado, esta última fica com 60% das ações da Tenda após a combinação com a Fit;

??Os antigos controladores da Tenda terão participação diluída de 51% para 20%

na nova empresa; e os minoritários cairão de 49% para 19%;??Ocorreu uma aquisição originária de controle, isto é, deverá haver “tag along”

(prêmio de controle);?A legislação determina que no novo mercado haverá necessidade de uma Oferta

Pública de Ações (OPA) aos acionistas o direito de receber 100% do valor pago pelas ações do antigo controlador – no caso Henrique Alves Pinto (artigo 254-A, LSA).

?Continuação... ?Os especialistas fizeram duras críticas à ausência de “tag along”;

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??A transação configurou uma alienação de controle??Para os especialistas sim.?Para o presidente da Gafisa “não houve alienação do controle”.??“aquisição originária” – adquiri as ações sem a intenção de adquirir o controle. ?TAG ALONG?O art. 254-A da Lei das Sociedades Anônimas confere aos acionistas minoritários

o direito ao ‘tag along’, também conhecido como o direito de saída conjunta, na alienação do controle de companhia aberta.

??Dispõe o art. 254-A que, ocorrendo alienação, direta ou indireta, do controle de

companhia aberta, o adquirente está obrigado a realizar uma oferta pública de aquisição de todas as ações com direito a voto de propriedade dos acionistas minoritários. O preço de compra das ações dos minoritários corresponderá a, no mínimo, 80% do valor pago pelo adquirente por ação integrante do bloco de controle.

? ?Holding?Uma sociedade gestora de participações sociais (SGPS), mais conhecida

em inglês como holding, é uma forma de sociedade criada com o objetivo de administrar um grupo de empresas (conglomerado). A holdingadministra e possui a maioria das ações ou quotas das empresas componentes de um determinado grupo. Essa forma de sociedade é muito utilizada por médias e grandes empresas e normalmente visa melhorar a estrutura de capital, ou é usada como parte de uma parceria com outras empresas.

??Um exemplo prático de como uma holding pode ser utilizada: A empresa Acme

fabrica e vende sapatos no Brasil. Ela acha que também pode ganhar dinheiro se vender tênis, mas ela não tem nenhuma experiência na fabricação de tênis. A empresa alemã Beta faz ótimos tênis e gostaria de vender seus produtos no Brasil, mas ela não tem uma rede de varejistas (Brasil)/retalhistas (Portugal) para distribui-los. As empresas Acme e Beta decidem então fazer uma parceria para distribuir os seus produtos pelo país. Uma maneira de formalizar esta parceria seria com a criação da AB Importadora e Distribuidora Ltda. A empresa Acme criaria então a Acme Holding, que seria dona de 100% do capital da antiga empresa Acme Sapatos e de 51% do capital da AB. A empresa Beta seria dona dos outros 49% do capital da AB.

??Continuação...?Existem duas modalidades de holding:?A pura, quando de/do seu objetivo social conste somente a participação no

capital de outras sociedades.?A mista, quando, além da participação, ela sirva também à exploração de alguma

atividade empresarial.??Segundo Fábio Nusdeo (2001:276), holding é: "(...) sociedade cuja a totalidade ou

parte de seu capital é aplicada em ações de outra sociedade gerando controle

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sobre a administração das mesmas. Por essa forma assegura-se uma concentração do poder decisório nas mãos da empresa mãe - holding. Note-se, porém que nem sempre a holding é usada para esse fim."

? ?Holding patrimonial?Empresa que controla o patrimônio de uma ou mais pessoas físicas, ou seja, ao

invés das pessoas físicas possuírem bens em seus próprios nomes, possuem através de uma pessoa jurídica – a controladora patrimonial, que geralmente se constitui na forma de uma sociedade limitada que, via de regra, tem a seguinte denominação social (nome patronímico, ou outro à escolha) “Empreendimentos, ou Participações, Comercial Ltda”.

 ?Vantagens de uma holding patrimonial?Principais vantagens desta operação:?Redução da carga tributária incidente sobre os rendimentos da pessoa física

(IRPF),;?Possibilidade de realização de planejamento sucessório (herança);?Preservação do patrimônio pessoal perante credores de uma pessoa jurídica

(empresa) da qual a pessoa física participe como sócio ou acionista ;e?Facilidade na outorga de garantias (avais, fiança) e na emissão de títulos de

crédito (notas promissórias) através da pessoa jurídica em função de sua maior credibilidade junto ao mercado.

¢Transformação, incorporação, fusão e da cisão das sociedades empresárias

  ¢Operações societárias – mutações no tipo ou na estrutura da sociedade

empresária;¢¢Caso envolvam uma sociedade por ações, as operações seguirão a disciplina da

LSA (arts. 220 a 234);¢¢Nos casos que não envolvam as S.A., aplicar-se-á as regras do Código Civil (arts.

1.113 a 1.122).¢Transformação¢É a mudança do tipo da sociedade empresária;¢¢Ex: uma sociedade limitada torna-se por ações, ou vice-versa; uma sociedade

limitada torna-se um EIRELI;¢¢Permanece a mesma pessoa jurídica, mas submetida ao novo regime adotado;¢¢Em regra geral para ocorrer a transformação societária necessárioa aprovação

unânime dos sócios, salvo se prevista no ato constitutivo   (CC, art. 1.114);¢¢

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¢ Deverá ser observado as regras de constituição de sociedade  aplicáveis ao novo tipo (CC, art. 1.113);

¢¢Direitos dos credores:?Crédito tributário e trabalhista não serão prejudicados pela operação societária;??Créditos civis não serão afetados na transformação (CC, art. 1.115 e LSA, art.

222). As garantias permanecem. ¢Direito de Recesso:¢?Previsão contratual ou no estatuto social;??Os sócios que discordarem têm direito de retirada (LSA, art. 221). Eles têm o

direito de renúncia a retirada;?

¢Nas sociedades limitadas não há previsão de direito de renúncia (CC, art. 1.114).

¢Incorporação¢Conceito: operação pela qual uma sociedade (incorporada) é absorvida por outra

(incorporadora);¢¢Objetivo principal é alcançar a economia de escala;?Otimizar suas capacidades e potencializa-las;?Eliminação de departamentos burocráticos;?Redução do tamanho ou quantidade de estabelecimentos.?¢Não há uma nova pessoa jurídica;?A sociedade incorporadora sucede a incorporada, com continuidade das

atividades. ¢Se a incorporação envolver companhia aberta, a sucessora também deverá ser

uma companhia aberta;?Caso não seja terá o prazo de 120 dias contados da data de aprovação da

operação pelos seus sócios (art. 232, parágrafo 3°, LSA).?¢Principais objetivos:?Planejamento tributário;?Reorganização da atividade;?Ganhos decorrentes de economia de escala. ¢Procedimento:?A operação se formaliza em ata de assembleia geral, no instrumento de alteração

contratual ou ata de reunião de sócios;??As tratativas se iniciam na maior confidencialidade possível;??Após as primeiras negociações, necessário que as sociedades autorizem acesso

aos seus estabelecimentos, livros e documentos para realização dadue diligence.

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¢Importantíssimo essa auditoria, qualquer irregularidade não encontrada poderá contaminar a outra sociedade.

?¢Responsabilização do administrador pela má auditoria realizada;?Não cumpriu com seu dever de diligência.?¢Após a fase preparatória, as partes assinaram o protocolo, fixando as bases da

operação (LSA, art. 224);?Esse instrumento será encaminha à assembleia para análise, juntamente com os

laudos de avaliação das sociedades;?Ex: os sócios da incorporada passa a fazer parte da incorporadora e os laudos de

avaliação irão fundamentar a quantidade de ações ou quotas que lhe serão atribuídas.

?¢Aprovada a incorporação adotam-se as formalidades de registro, na Junta

Comercial e nos órgãos de assentamento de propriedade (INPI, Registro de Imóveis, etc)

¢Direito dos Credores:?A incorporadora sucede a incorporada (LSA, art. 227; CC, art. 1.116);??O credor da sociedade extinta exerce o direito de crédito contra a incorporadora;??Caso o credor entenda que a operação não lhe trará garantias de recebimento,

poderá requerer a anulação judicial da operação, no prazo de 60 ou 90 dias (LSA, art. 232; CC, art. 1.122).

¢Direito de retirada:?Caso seja a sociedade incorporadora uma sociedade por ações de capital aberto,

o acionista dissidente, não terá o direito ao recesso, podendo vender suas ações normalmente na bolsa de valores;

??Já na hipótese de ser limitada ou capital fechado, têm os sócios minoritários

dissidentes direito ao recesso (CC, art. 1.077).¢FUSÃO¢Conceito: é a união de duas ou mais sociedades, para a formação de uma nova

(CC, art. 1.119);¢¢Surgimento de uma nova pessoa jurídica – grande desvantagem na prática.¢¢O procedimento de realização é igual da incorporação;¢¢Direito dos credores: os credores exercerão seus direito em face da sociedade

resultante da fusão.¢¢Direito de recesso: mesmas regras da incorporação.¢Cisão (artigo 229, lei 6.404/76)¢Conceito: operação pela qual uma sociedade empresária transfere para outra, ou

outras, constituídas para essa finalidade ou já existentes, parcela de seu patrimônio, ou a totalidade deste (FábioUlhoa Coelho);

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¢?Cisão pura: uma sociedade transfere seu patrimônio para duas ou mais

sociedades novas, que serão constituídas a partir do patrimônio transferido.¢?Cisão absorção: a sociedade transfere seu patrimônio para duas ou mais

sociedades já existentes, pois a transferência para uma sociedade seria uma incorporação.

 ¢Formação do capital social:?A cisão pode implicar numa extinção de uma sociedade, a constituição de outras,

ou apenas o aumento do capital social;??A sociedade que recebe o patrimônio deve realizar um aumento de capital social,

na proporção do patrimônio recebido;??O patrimônio transferido é a moeda de pagamento da subscrição das novas

ações;??As ações pagas com o patrimônio da sociedade cindida, serão atribuídas aos

acionistas da cindida.¢Direito de retirada na cisão:¢?Nas sociedades limitadas não haverá o direito de retirada em caso de cisão;??Nas sociedades anônimas poderá haver o direito de retirada quando:

¢Houver modificação do objeto social;¢Redução do dividendo obrigatório;¢Participação em grupos de sociedades.

 ¢Sucessão nas obrigações:?As sociedades que receberem o patrimônio da sociedade são solidariamente

responsáveis pelas obrigações anteriores à cisão, mas limitada ao valor do patrimônio recebido;

??Assemelhasse à sucessão causa mortis;??Nas cisões parciais haverá uma responsabilidade solidária entre a sociedade

cindida e as sociedades que receberam parte do patrimônio, até o limite do valor do patrimônio transferido;

?¢Os credores terão um prazo de 90 dias da publicação dos atos, para requerer a

anulação da cisão.?Referida anulação poderá ser extinta pelo pagamento do crédito, ou pode ser

suspensa pela garantia da dívida.?¢Como na incorporação e na fusão, a cisão depende de aprovação de assembleia

especial dos debenturistas (artigo 231, Lei 6.404/76).¢¢¢Questões tributárias:

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¢?Não haverá cobrança dos seguintes impostos:?

¢ICMS – Lei Complementar n. 87/96 – artigo 3°, VI;¢¢ITBI – imunidade das operações de cisão, incorporação e fusão (CF., art. 156, §

2°), salvo quando o objeto social da sociedade for a transmissão de imóveis.