teodorico, f. xadrez - treino técnico para competição

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  • 7/14/2019 TEODORICO, F. Xadrez - Treino Tcnico para Competio.

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    Onde os Reis se encontram

    [email protected]/academiadexadrez

    TREINO TCNICO PARA COMPETIO

    Apostila 1

    Prof. Francisco Teodorico Pires de Souza

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    XADREZ - TREINO TCNICO PARA COMPETIOApostila 1 - Prof. Francisco Teodorico

    _____________________________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________________________________________Pgina 2

    OS CAMPEONATOS DO MUNDO

    APARECE UM TTULO

    A criao do ttulo de Campeo Mundial foi uma obra pessoal, e muito anterior ao surgimentode um organismo que controlasse as competies. At surgir Steinitz, ningum havia tido a idia de seempregar to atraente ttulo, apesar de que a superioridade de Stauton, Anderssen e Morphy sobre todosos seus contemporneos era patenteada em determinados anos.

    Quando Steinitz surge no palco do xadrez internacional, o norte-americano Morphy j haviadeixado as competies srias, onde ento a figura mxima era o prussiano Anderssen, que havia sidoderrotado por Morphy convincentemente no ano de 1858, em Paris por +2 -7 =2. Assim, quando em1866, Steinitz venceu em um disputado match a Anderssen por +8 -6 =0, em Londres, se autoentitulou

    como Campeo Mundial, diante do sorriso de todos os aficionados, que no levaram a serio aquelepequeno enxadrista centroeuropeu.

    Objetivamente falando, a superioridade de Steinitz, naquela poca estava longe da clareza,pois no ano seguinte, 1867, Kolisch e Winawer o superaram no Torneio de Paris, e em 1870, Anderssenna revanche, no Torneio de Baden-Baden, derrota-lhe nas duas partidas que jogaram. Mas Steinitz voltacom toda a fora e vence o grande Torneio de Viena, 1873, com a satisfao de obrigar a Anderssen arender seu Rei nas duas partidas disputadas. Depois desta vitria, esteve bastante tempo sem participar deTorneios, mas em encontros pessoais derrotou, entre outros, Bird, Londres, 1866, +7 -5 =5; Blackburne,Londres, 1870, +5 -0 =1; Zukertort, Londres, 1872, +7 -1 =4 e outra vez Blackburne, Londres, 1876, +7 -0 =0.

    No ano de 1882 reaparece no grande Torneio de Viena e obtm o primeiro posto, masempatado em pontos com o polons Simn Winawer, o que indubitavelmente, empalideceu um pouco seutriunfo.

    Durante o tempo em que Steinitz permaneceu afastado dos torneios, novas figuras comearama brilhar com luz prpria e ameaavam o trono que o mesmo havia criado.

    Assim est a situao, quando no ano de 1883, em Londres, organizaram um torneio de duplavolta com os melhores enxadristas da poca e que foi ganho brilhantemente por Zukertort, aquele jogadorque Steinitz havia derrotado contundentemente em um match, onze anos antes. Aqui comearam as

    dificuldades de Steinitz, pois se at ento, se bem que nada lhe dava o direito de ostentar o TtuloMundial, ningum havia reclamado para si tal galardo, ocorreu neste momento a Zukertort o desejo de otomar para si, e depois de seu triunfo (impecvel diga-se de passagem), definiu-se como CampeoMundial...

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    XADREZ - TREINO TCNICO PARA COMPETIOApostila 1 - Prof. Francisco Teodorico

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    Steinitz no consentiu isto, e imediatamente desafiou-o a jogar um match decisivo em que seesclarecesse quem teria o direito de utilizar o ttulo de Campeo Mundial. As conversas foram longas edivergentes, e at 1886 estes dois esplndidos enxadristas no se encontraram por meio do tabuleiro paradisputar a supremacia.

    Antes de Steinitz criar o Ttulo Mundial, alguns matches (e torneio) podem serconsiderados como indicadores de enxadristas que mereceriam ostentar o Ttulo:

    Mac Donell De La Bourdonnais, Londres, 1834, 21V 13E 44DSaint-Avant Stauton, Paris, 1943, 6V 4E 11DAnderssen, vencedor do Torneio de Londres, 1851Anderssen Morphy, Paris, 1857, 2V 2E 7DAnderssen Steinitz, Londres, 1866, 6V 0E 8DSteinitz Blackburne, Londres, 1876, 7V 0E 0D

    A SEGUIR:I Campeonato Mundial de Xadrez

    Steinitz x Zukertort, 1886

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    FINAIS I

    1. A IMPORTNCIA DOS FINAIS

    A partida de xadrez possui trs fases: Abertura, Meio Jogo e Final, cujos limites no podemser traados com exatido. Podemos porm declarar que a partida se encaminha para o Final, quando omaterial existente no tabuleiro esteja diminudo, escasso, ou seja, com peas apenas suficientes para omate.

    Uma das principais caractersticas do Final a funo ativa desempenhada pelo Rei, emcontraste com o papel inerte que assume na abertura. Na primeira fase, em virtude do maior nmero de

    peas inimigas e dos perigos delas decorrentes, este exerce um papel passivo, procurando a proteo deoutras peas e, pelo roque, localizar-se em lugar seguro, de defesa, afastando-se assim do campo de luta.

    J nos Finais, esta pea faz jus ao ttulo que ostenta, ora escoltando Pees candidatos promoo, ora colaborando com seu poder no cerco e morte do Rei inimigo.

    Outra pea de grande importncia o Peo.

    A disposio destes no tabuleiro (estrutura de Pees), define a estratgia a ser seguida nosFinais. O recurso de sua promoo, aumenta consideravelmente o poderio material de seu lado, o que lheconfere mrito considervel.

    O Final considerado a fase mais difcil, pois exige do enxadrista talento, imaginao, egrande conhecimento terico, ateno contnua e bom clculo. Uma manobra precipitada ou mal

    calculada, pode anular um grande esforo desenvolvido na Abertura ou Meio Jogo.Seu bom conhecimento permite ganhar em muitas posies aparentemente empatadas, assim

    como salvar-se de posies aparentemente perdidas e mesmo desesperadas.

    Todo enxadrista de destaque , antes de tudo, um timo finalista.

    2. MATES ELEMENTARES

    Estudaremos os casos em que um dos lados possui apenas o Rei sobre o tabuleiro.

    Fora das casas marginais, o Rei pode ocupar oito casas, em casa marginal, cinco, e, nasangulares, somente trs casas. Esta ltima sem dvida a mais desfavorvel possvel.

    Ocupando uma casa angular, o Rei levar mate se o adversrio dominar as trs casas que lherestam e a prpria casa angular em que se encontra. Dessas quatro casas, duas podem ser dominadas peloRei.

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    Diagrama: Rb6 x Ra8O Rei negro est em sua casa desfavorvel, e das trs casas que lhe restam, duas esto dominadas peloRei branco. O mate no poder ser dado com um Bispo ou um Cavalo apenas; essas peas dando xeque,dominaro apenas mais uma das duas casas que deveriam ser dominadas para existir o mate, tendo o Reinegro a casa de fuga b8. Logo no h mate.

    Diagrama: Rf7, Bf6, Bg6 x Rh8Com dois Bispos, o mate possvel, um deles d xeque e o outro impede a fuga do Rei.

    Diagrama: Rb3, Cc2, Cd2 x Ra1Com dois Cavalos possvel dar mate.

    Diagrama: Rg3, Bf3, Ch3 x Rh1Com Bispo e Cavalo tambm possvel dar mate de igual maneira.

    No final com dois Bispos, ou Bispo e Cavalo, o mate forado contra os melhores lancesadversrios, com dois Cavalos possvel chegar a uma posio de mate apenas com a colaborao doadversrio. No diagrama correspondente (Rei e 2 Cavalos x Rei), o ltimo lance branco foi Cc2++. Se oRei negro antes de ir a1, estava em b1, obviamente, onde recebeu o xeque do Cavalo colocado em d2,tivesse se dirigido c1, o mate no seria possvel. Logo no um mate forado.

    Diagrama: Rb6, Tc8 x Ra8Diagrama: Rf3, Tb1 x Rf1

    Nestes diagrama, as Torres controlam as duas casas que no so dominadas pelo seu Rei.

    Diagrama: Rg6, De8 x Rg8

    A Dama aqui faz o mesmo papel de uma Torre. Observe que as duas casas que devem ser dominadaslocalizam-se sobre a mesma horizontal, via de mobilidade da Dama (ou Torre).

    Para se praticar o mate ao Rei situado em casa marginal, devemos dominar as cinco casas quedispe, alm da que ocupa.

    O Rei atacante domina trs e as restantes podem ser dominadas por uma Torre ou Dama,desde que as casas se encontrem sobre a mesma horizontal (ou coluna).

    Com o Rei inferior no meio do tabuleiro, nove casas devem ser dominadas: oito demovimentos deste e mais uma ocupada por ele. O Rei branco pode dominar trs, as seis restantes

    encontram-se em duas horizontais vizinhas. Por a se v que o mate com o Rei colocado no meio dotabuleiro requer mais peas (duas Torres, ou Torre e Dama).

    O material mnimo para o mate :

    a)Uma Dama: mate em qualquer casa marginal.b)Uma Torre: mate em qualquer casa marginal.c)Dois Bispos: mate somente nas casas angulares.d)Bispo e Cavalo: mate somente nas casas angulares.e)Dois Cavalos: mate somente nas casas angulares, somente ajudado.

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    2.1. Rei e Dama x Rei

    O mate com a Dama realiza-se com o Rei negro em qualquer casa marginal do tabuleiro. Asposies de mate so Rc6, Dc7 x Rc8; Rg6, De8 x Rg8 e anlogas.

    O mate forado num mximo de 10 lances. muito fcil dar mate com a Dama, mas deve-setomar cuidado com posies de empate como por exemplo Rb5, Dc7 x Ra8; Rf5, Df7 x Rh6; ou posiesanlogas jogando o Negro.

    Diagrama: Ra1, Db1 x Re61 ? mate em 9

    PLANO*****Forar o Rei negro a colocar-se em qualquer uma das casas marginais, ficando com o Rei branco diante

    dele, separado por uma casa, quando ento domina trs das seis casas que deve dominar. Ento infiltrar

    a Dama numa das casas desta margem efetuando o mate.

    PROCEDIMENTO*****1 Rb2 Rd5 2 Rc3 Re5 3 Dg6 Rf4 4 Rd4 Rf3 5 Dg5O Rei negro vai sendo encaminhado para a margem do tabuleiro.

    5 ... Rf2 6 Dg4 Re1 7 Re3 Rf1 8 Dg6Por que no jogar 8 Dg3 ?*****

    Porque seria empate por afogamento.8 ... Re1 9 Dg1++ (1-0)

    A SEGUIR:2.2. Rei e Torre x Rei

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    TTICA I

    1. GANHO DE PEAS

    Capturando-se as peas inimigas, paulatinamente se reduz o potencial adversrio. Asupremacia material origina, na maioria das vezes, superioridade de posio e ambos fatores, obrigaro oadversrio, duplamente inferiorizado a render-se sem apelao.

    Se um dos enxadristas possui mais peas que o outro, salvo as excees, deve ganhar apartida.

    Podemos reduzir a seis, os princpios fundamentais de ganho de peas:

    1. Princpio do Rei em Perigo2. Princpio da pea imvel3. Princpio da pea sobrecarregada4. Princpio do ataque simultneo5. Princpio da pea sem defesa6. Princpio da promoo do Peo

    1.1. Princpio do Rei em perigo

    O Rei em perigo sob mltiplas ameaas, escapa, muitas vezes ao mate entregando material,

    quer seja para abrir caminho para sua fuga, quer seja para distrair peas atacantes, ou destrui-las, emborasacrificando peas de maior valor.

    Diagrama: Ba8, Tg5, Rh5 x Cf8, g7, Rg8, h7, Th81 ? Brancas ganham material

    PLANO*****

    Atrair o Cavalo negro para a diagonal onde encontra-se seu Rei, para que o Bispo possa agir sobre ela.

    PROCEDIMENTO

    *****1 Bd5+E as Brancas ganham o Cavalo. Para escapar do xeque, o negro deve entregar uma pea.1 ... Ce6 2 Be6+ Rf8O Rei negro consegue a casa de fuga custa de material.

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    Diagrama: Ra6, Tb7, Ce5 x f6, g7, h7, De8, Tg8, Rh81 ? Brancas ganham material

    PLANO*****

    Atacar o Rei negro sufocado atraindo a Dama para f7, onde ser capturada pela Torre.

    PROCEDIMENTO*****1 Cf7+ Df7 2Tf7As Negras evitam o mate trocando a Dama pelo Cavalo inimigo.

    A SEGUIR:1.2. Princpio da pea imvel

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    OS GRANDES MESTRES DO TABULEIRO

    1. ADOLF ANDERSSEN

    Antes de se praticar o jogo de posio deve-se aprender a combinar. Esta regra, confirmou-sena histria do xadrez, e recomendada aos iniciantes.

    No inicie seu jogo com aberturas do Peo da Dama e Abertura Francesa, mas com partidasde jogo aberto, gambitos. Certamente que com o jogo fechado, o principiante perder menos partidas,mas em troca, com o jogo aberto, aprender a jogar xadrez.

    Antigamente, haviam tambm os jogadores de posio. O maior deles foi Andr DanicanPhilidor, talvez at o maior pensador de todos os tempos. Mas o que, com seu exemplo, auxiliou emmaior grau a fora da combinao do mundo enxadrstico, amadurecendo-a para a prtica do jogo de

    posio foi Adolf Anderssen.Anderssen nasceu em Breslau no dia 6 de julho de 1818. Sua carreira foi muito simples.

    Estudou Filosofia e Matemtica, e at o dia 13 de Maro de 1879, poca em que faleceu, ocupou o cargode professor no Instituto de sua cidade natal.

    Comeou a estudar xadrez no incio de sua vida estudantil, mas a fora de seu jogodesenvolveu-se lentamente. Para seus compatriotas alemes, e at para os internacionais, foi consideradouma revelao quando, no primeiro torneio de mestres celebrado em Londres, 1851, com o qual comeoua poca moderna do xadrez, obteve o primeiro prmio. A esta vitria seguiram outras, especialmente noTorneio de Londres, 1862 e no de Baden-Baden, 1870.

    Aquele que quer aprender a jogar o bom xadrez, deve observar as partidas de Anderssen nosomente para divertir-se com elas, mas para fortalecer seu jogo de combinao. No acredite que o jogode combinao seja somente fruto do talento que no se pode aprender. Os elementos so sempre osmesmos que se apresentam em relaes mais ou menos complicadas, tais como ataques duplos,sobrecarga, trocas, etc.

    Quanto mais combinaes voc apreciar, mais fceis sero de executa-las.

    Nas partidas que estudaremos, analisaremos tambm as aberturas. Entre elas, a primeira queveremos o Gambito do Rei. Entende-se por gambito uma abertura na qual se sacrifica um Peo com o

    objetivo de conseguir vantagem no desenvolvimento, ou outras vantagens. O gambito conhecido como omais antigo na literatura do xadrez o do Rei: 1 e4 e5 2 f4. A idia deste gambito dupla: abertura dacoluna f, atravs da qual, uma vez efetuado o roque, a Torre do Rei poder entrar rapidamente em ao ea possibilidade de formar um forte centro de Pees, depois do avano ou da troca do Peo e inimigo,mediante d4. A fora deste centro de Pees, analisaremos mais adiante. As Brancas, aps 2 ... ef4, no

    podem jogar a seguir 3 d4, mas devem antes fazer algo para evitar a ameaa negra ... Dh4+.

    Tanto o enxadrista experiente quanto o iniciante melhoraro sensivelmente seu jogo seesforarem em tratar cada abertura conforme sua idia base, seguindo o plano preconcebido. Porexemplo, se jogar o Gambito do Rei, deve ter em mente que os dois objetivos principais desta aberturaso o domnio da coluna f e a formao de um forte centro de Pees.

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    Se, ao contrrio, deixa-se levar por desvios e rodeios, o mesmo tira o sentido de seusprimeiros lances, e ento as conseqncias sero fatais.

    Como devem ento contestar as Negras ao Gambito do Rei? Antigamente era comum aceitarcada sacrifcio que o adversrio oferecia, e neste caso defender o Peo com ... g5. Esta defesa tem dois

    objetivos: um material e outro posicional. Ao defender o Peo f, obstrui esta coluna, e ento as Brancas,para seguir com a idia da abertura, devem atacar sobre a coluna f, quase sempre sacrificando uma peapara eliminar o Peo f negro.

    Outra rplica contra o Gambito do Rei, o contra-ataque no centro: 2 ... d5 3 ed5 segue quasesempre 3 ... e4 (seria um grave erro 3 fe5 por causa de 3 ... Dh5+). Agora so as Negras que jogamgambito, chamado este de Falkbeer, cujo criador foi o mestre austraco Ernesto Carlos Falkbeer (Brnn,1819 - Viena, 1885).

    O que conseguiram as Negras com este sacrifcio de Peo? Antes de mais nada, o fracassocompleto do objetivo branco de jogar o gambito. A abertura da coluna f, ou mesmo a inteno de formar

    um centro de Pees, so impedidas radicalmente. Agora, no se sabe que objetivo tem o Peo de f4 nestaposio. Alm disso, o Peo e5 causa certo incmodo posio branca, e estas encontram-se comdificuldades para o desenvolvimento. Em troca, as Negras, tem certa preponderncia no centro. Por estarazo, nos ltimos anos, tem se considerado o Gambito Falkbeer quase como que uma refutao aoGambito do Rei.

    Outra rplica: as Negras podem ignorar a idia do gambito branco, continuando seudesenvolvimento, e neste caso, no necessrio jogar imediatamente 2 ... d6, para defender o Peo, poisrestringiriam a ao do Bispo do Rei. O ataque ao Peo e5 somente aparente, pois 3 fe5 fracassaria por3 ... Dh5+. As Negras podem, portanto jogar tranqilamente 2 ... Bc5 e defender mais tarde o Peo de e5com d6 sem enclausurar seu Bispo.

    Quem compreende o esprito da abertura, pode ter confiana de que mesmo sem oconhecimento de suas variantes, no produzir uma partida ruim.

    A SEGUIR:1.1. Partida n. 1

    Breslau, 1862Gambito Falkbeer

    Rosanes x Anderssen

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    XADREZ - TREINO TCNICO PARA COMPETIOApostila 1 - Prof. Francisco Teodorico

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    EXERCCIOS

    Diagrama 1.1

    a2, b2, c3, e4, f2, g2, h2, Ta1, Te1, De2, Cf5, Rg1 x a7, b7, c7, e5, f7, g7, h7, Ta8, Cc6, Dd7, Tf8, Rg8Composio1 ? (1-0)

    Encontre o plano vitorioso branco.PLANO*****O ponto g7 est atacado pelo Cavalo branco. Se a Dama branca pudesse colocar-se sobre esta coluna,

    haveria ameaa de mate. A Dama negra encontra-se completamente indefesa. Logo, deve-se procurar um

    meio de executar estas duas ameaas concomitantemente.

    PROCEDIMENTO

    *****1 Dg4 (1-0)As Negras evitam o mate trocando a Dama pelo Cavalo inimigo.

    Diagrama 1.2b4, c4, f3, g2, h2, Td1, Ce1, De3, Bf1, Tf2, Rg1 x b6, d6, e5, g7, h7, Bb7, Cd4, Tf4, Tf8, Dg5, Rg8Stahlberg x AlekhineOlimpada 19311 ... ?

    Aqui Alekhine efetuou um fino lance:1 ... h6Tente descobrir seu objetivo*****

    Alekhine imaginou que se no houvessem na colunafo Peo e a Torre, poderia jogar ... Tf1++. O Peode g est cravado, o Bispo localizado em b7 converge sobre g2 indiretamente, as Torres agem na coluna

    fsemi-aberta, o nico empecilho da posio a Dama negra indefesa, problema este que resolvido porAlekhine de maneira elegantemente terrvel, pois ameaa 2 ... Tc3! 3 Db5 Tf2, e graas ameaa de

    mate com ... Tf1, as Brancas no tem tempo de salvar sua Dama.

    O objetivo do lance de Alekhine portanto foi defender sua Dama, e o lance to forte que Stahlberg notem recursos suficientes para escapar da derrota.

    Por exemplo, se 2 Dd2, segue 2 ... Bf3! 3 Cf3 Cf3+ 4 Tf3 Tf3 5 Dg5 Tf1 6 Tf1 Tf1+ 7 Rf1 hg5, e com umPeo de vantagem, as Negras ganhariam facilmente o final.A partida seguiu com:2 Rh1 Tf3 (0-1)As Brancas abandonaram.

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    BIBLIOGRAFIA

    LOS CAMPEONATOS DEL MUNDO - DE STEINITZ A ALEKHINEPablo Moran, Ediciones Martinez Roca, S.A., Barcelona - Espanha

    Pgs. 9-10

    XADREZ BSICODr. Orfeu Gilberto D'Agostini, Edies Ouro, So Paulo - BrasilPgs. 105-109 e 197-198

    LOS GRANDES MAESTROS DEL TABLERORicardo Reti, Club de AjedrezPgs. 11-12

    TCTICA MODERNA EN AJEDREZ - Tomo ILudeck Pachman, Colecion Escaques, Martinez Roca,Barcelona - EspanhaPgs. 13-14

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    Onde os Reis se encontram

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    TREINO TCNICO PARA COMPETIO

    Apostila 2

    Prof. Francisco Teodorico Pires de Souza

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    XADREZ - TREINO TCNICO PARA COMPETIOApostila 2 - Prof. Francisco Teodorico

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    OS CAMPEONATOS DO MUNDO

    I CAMPEONATO MUNDIAL DE XADREZ

    Steinitz x Zukertort, 1886

    Em 11 de janeiro de 1886, em um local especialmente escolhido pelo Manhattan Chess Clubde New York, encontram-se frente a frente Steinitz e Zukertort para dirimir de uma vez por todas asupremacia mundial.

    Zukertort inicia o match com as Brancas, e sem vacilar, efetua seu primeiro lance 1. d4. Aluta que toda a afico mundial havia esperado durante trs longos anos havia comeado!

    Porm, deixemos Steinitz refletindo sua resposta e vejamos quem eram os protagonistas desteapaixonante encontro que acabava de comear.

    Wilhelm Steinitz havia nascido em 17 de maio de 1836, em Praga, no seio de uma famliajudia que sonhava em converte-lo em um rabino. Aos 12 anos j mostrava na escola uma boa disposiopara a matemtica, e aos 22, foi enviado a Viena para seguir um dos estudos que jamais completou, pois,desde os primeiros dias comeou a freqentar os crculos de xadrez, onde comeou jogando ao estilo queagradava naquela poca, ou seja, a base de brilhantes ataques com sacrifcios. Logo o chamaram deMorphy austraco, pela veemncia e a beleza de suas combinaes. Seu estilo de jogo estava muitolonge do que ia ser mais adiante, e nada o pressagiava a enorme transformao que aquele homenzinho iaimprimir no mundo do tabuleiro.

    O carter independente de Steinitz j se manifestou nesta poca, pois se conta que um dia,jogando com um famoso banqueiro chamado Epstein lhe disse: Jovem, tenha cuidado! No sabe voccom quem est falando? e Steinitz rapidamente respondeu: O sei perfeitamente, voc Epstein, porm,na bolsa, aqui Epstein sou eu!.

    Alguns psiclogos, e com eles o Grande Mestre Ruben Fine, qualificam esta resposta deSteinitz como um delrio de grandeza, mas no h outro remdio que reconhecer que o futuro CampeoMundial tinha razo, pois estavam jogando xadrez e no discutindo sobre aes.

    Durante sua estada em Viena j havia se convertido em um jogador profissional, pois aspartidas que disputava, eram em geral por meio de uma pequena aposta.

    Em 1862, partiu para Londres para jogar um torneio internacional, que foi ganho porAnderssen, no qual finalizou em 6 lugar, empatando com Barnes e Dubois em pontuao, masdestacando-se pelas brilhantes combinaes.

    Londres era naquela poca, a Meca do xadrez, e no devemos estranhar pois, que ali fixasseSteinitz sua residncia, impondo-se pouco a pouco a todos os adversrios que lhe opuseram. Em 1874comeou a colaborar com a famosa revista inglesa The Field, analisando conscientemente as partidasde sua poca e comeando a mostrar sua nova concepo de jogo.

    Como se entendia xadrez at o advento de Steinitz?

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    XADREZ - TREINO TCNICO PARA COMPETIOApostila 2 - Prof. Francisco Teodorico

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    Muito simples, se o objetivo nosso era dar mate, o lgico era que todos os esforos seconcentrassem sobre o monarca inimigo para abate-lo, mas Steinitz pensava de outra forma: o importante ganhar a partida, e para isto, temos que adquirir uma srie de vantagens, com as quais o mate ser umaconseqncia por si s. Em outras palavras, Steinitz descobriu o que atualmente conhecem todos os

    jogadores do mundo, o jogo de posio. Em que consiste ele? Como todos sabemos hoje, consiste emdominar as colunas abertas, em aproveitar os Pees e as casas dbeis e outros mil detalhes que at ento

    permaneciam ignorados. Assim, no de se estranhar que o enxadrista Adolfo Schwarz tenha se dirigidoa Steinitz e lhe dito: Este pequeno homem nos est ensinando, a todos, como jogar xadrez!. Ali estavamos mais famosos da poca e no protestaram, pois j haviam adotado, pelo menos em parte, sua doutrina,que anos antes parecia rebuscada e barroca a todos os crticos.

    Depois do Torneio de Londres de 1883, Steinitz se transfere para os Estados Unidos, ondeadquire a nacionalidade norte-americana.

    O que o levou ao citado pas? Talvez a disputa com o editor de The Field, ou talvez o

    desejo de jogar com Morphy, que permanecia inativo em New Orleans e com quem conseguiu umaentrevista, mas com a condio de no falar sobre xadrez. Seguramente, para um lutador da categoria deSteinitz, no poder enfrentar Morphy foi uma das maiores decepes de sua vida.

    Retornamos ento a 11 de janeiro de 1886. A 1 d4 de Zukertort, o pequeno Steinitz, o grandeSteinitz, respondeu com 1 ... d5. Os dois colossos da poca estavam frente a frente ...

    Johannes Hermann Zukertort agora o que medita. Havia nascido a 7 de setembro de 1842 nacidade de Lublin (Polnia), de pai alemo e me polonesa. Aos 13 anos sua famlia mudou-se paraBreslau e estudou qumica em Heidelberg e psicologia em Berlim, doutorando-se em medicina naUniversidade de Breslau em 1865. Exerceu a medicina no exrcito prussiano durante as guerras contra a

    Dinamarca, ustria e Frana, sendo condecorado por sua valentia. Tinha uma memria prodigiosa, e eracapaz de recordar todas as partidas que havia jogado em sua vida, falava onze idiomas e era um excelenteatirador de pistola e esgrimista.

    Aprendeu a jogar xadrez em Breslau, aos 18 anos, tendo como professor o grande AdolfAnderssen, quem lhe iniciou no jogo de combinao, e com quem jogou dois matches, perdendo em 1868

    por +3 -8 =1 e ganhando em 1871 por +5 -2 =0. Durante os anos 1867/71 foi editor com Anderssen darevista Neue Berliner Schachzeitung. Em 1878, ganhou o grande Torneio de Paris, e este mesmo ano sefez cidado ingls. Foi um extraordinrio jogador s cegas, realizando mltiplas e brilhantes sesses desimultneas, e em 16 de dezembro de 1876 bateu, em Londres, o recorde mundial, ao jogar 16 partidas deuma vez com o magnfico resultado de +11 -1 =4.

    Seu estilo de jogo era brilhante ao extremo, as combinaes eram sua especialidade e quanto sua imaginao, ningum lhe superava em seus melhores tempos, que eram, sem dvida, o momentoque enfrentava Steinitz com o Ttulo Mundial em jogo. Mas tinha vrios pontos dbeis em sua

    personalidade: nervoso e impressionvel.

    As negociaes para este encontro que agora estavam disputando haviam durado anos, edestaco, ironicamente, que nenhum dos concorrentes aceitava a designao de aspirante. O vencedorseria o primeiro que ganhasse 10 partidas, sem contar os empates.

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    _____________________________________________________________________________________________________Pgina 4

    Steinitz se imps conduzindo as peas negras na 1 partida, mas Zukertort ganhou as quatroseguintes de forma impressionante, com o que ningum duvidava que seria Campeo Mundial, semdemasiados problemas. Mas tinha que contar com o formidvel poder de recuperao de Steinitz, que naseguinte srie de jogos, disputados em So Luis, reagiu com mpeto, ganhando 3 das 4 partidas alidisputadas, e um empate, com o que o match ficou em 4,5 x 4,5. As partidas seguintes foram disputadasem New Orleans, com um Steinitz cada vez mais moral e um Zukertort j sem confiana em si mesmo.Steinitz se imps agora contundentemente, ganhando o encontro por +10 -5 =5, com o qual chegou aconvencer por fim, toda a afico mundial de que era o jogador n. 1.

    Zukertort, de carter muito impressionvel, jamais se reps desta derrota, pois, no anoseguinte, perdeu um encontro com Blackburne, a quem havia vencido facilmente em 1881 (+7 -2 =5) pelodiscrepante placar de +1 -5 =8. Tambm jogou outros torneios, mas j sem xito, e o 20 de junho de 1888foi marcado por seu derrame cerebral, que o levou tumba enquanto se encontrava jogando uma partida.

    Steinitz x Zukertort

    New York, So Lus e New Orleans11Jan - 29Mar1886

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Steinitz 1 0 0 0 0 1 1 1

    Zukertort 0 1 1 1 1 0 0 0

    11 12 13 14 15 16 17 18 19

    20 Tot

    Steinitz 1 1 0 1 1 1 1 12,5Zukertort 0 0 1 0 0 0 0 7,5

    Zukertort comeou o match de Brancas.

    ABERTURAS N. DAS PARTIDAS TOTAL %Defesa Tarrasch 7, 13, 15 3 15

    Escocesa 2 1 5

    Eslava 1, 3, 5 3 15

    Gambito da Dama 9, 17, 19 3 15

    Quatro Cavalos 11 1 5

    Ruy Lopez 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18 8 40

    Vienense 20 1 5

    A SEGUIR:II Campeonato Mundial de Xadrez

    Steinitz x Tchigorin, 1889

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    FINAIS I

    2.2. Rei e Torre X Rei

    Como no caso Rei e Dama x Rei, o mate praticado com o Rei inferior em qualquer casamarginal.

    Exemplos: Tb1, Rf3 x Rf1; Te8, Rg6 x Rh8; e anlogas.

    O mate ocorre em mdia com 17 lances.

    Diagrama: Ra1, Td4 x Re51 ? (1-0)

    PLANO*****Cercar o Rei na margem do tabuleiro e chegar posio tpica de mate. Obs.: cuidado com o pat.

    PROCEDIMENTO*****1 Ta4Mantendo o Rei inimigo preso do outro lado do tabuleiro, o mais longe possvel dele.1 ... Rd5 2 Rb2Ao contrrio da Dama, que no pode ser atacada pelo Rei inimigo, a Torre necessita da defesa do Rei.

    2 ... Rc5 3 Rb3 Rd5Se 3 ... Rb5 ento Tc4, facilitando o trabalho branco, pois o Rei estaria preso no retngulo a8-c8-c4-a4.

    4 Rc3 Re5Se 4 ... Rc5 ento 5 Ta5+, tirando do Rei inimigo mais uma horizontal.Se 4 ... Rc6, 4 ... Rd6 ou 4 ... Re6 ento 5 Ta5, tirando do Rei inimigo a 5 horizontal.

    5 Rd3 Rd5 6 Ta5+Quando o Rei negro coloca-se diante (ou lateralmente) do Rei branco, separado por uma casa, deve-se darxeque.6 ... Rc6 7 Rc4A Torre cerca o Rei inimigo no quadrado a5-a8-d8-d5.7 ... Rb6 8 Tc5

    Diminuindo o espao do Rei negro.8 ... Rb7 9 Rd5 Rb6 10 Rd6Continuando a viglia sob a 5 horizontal.10 ... Rb7 11 Tc1Preparando 12 Tb1+, cercando o Rei inimigo na margem se o adversrio responder com 11 ... Rb6.11 ... Rb6 12 Tb1+O Rei negro colocou-se ao lado do Rei inimigo, separado por uma casa, ento a Torre deu xeque,cercando agora o Rei na margem. A Torre s sair desta coluna para dar mate.12 ... Ra5 13 Rc6Deve-se esperar que o Rei negro coloque-se na mesma horizontal.13 ... Ra4

    Se 13 ... Ra6 14 Ta1++

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    14 Rc5 Ra3 15 Rc4 Ra2 16 Tb8Continuando a vigiar a coluna be distanciando-se ao mximo do Rei inimigo.16 ... Ra3 17 Tb7Perdendo um tempo para que o Rei negro entre na horizontal de seu Rei.17 ... Ra2 obvio que se 17 ... Ra4 18 Ta7++18 Rc3 Ra1 19 Rc2Cuidado: 19 Tb2, pat.19 ... Ra2 20 Ta7++ (1-0)

    Posies que se deve evitar:

    Tb7, Rc6 x Ra81 ... ? (=)

    Te7, Rf8 x Rh8

    1 ... ? (=)e posies anlogas

    A SEGUIR:2.3. Rei e dois Bispos x Rei

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    TTICA I

    1.2. Princpio da pea imvel

    Atuando sobre uma pea inimiga imobilizada (por bloqueio ou pregadura), um nmero depeas atacantes maior que o nmero de peas que a defendem, essa pea imobilizada poder sercapturada.

    Exemplo:

    Diagrama: Bb2, Re1, e4, Cf3, Th5 x Cc6, e5, Rf8, Bg71 ? Brancas ganham o Peo inimigo

    PLANO

    *****O Peo preto est imobilizado (bloqueado pelo Peo branco). Convergem sobre eles 3 ataques: Cavalo,

    Bispo e Torre, enquanto suas defesas so apenas duas: Cavalo e Bispo.

    PROCEDIMENTO*****1 Ce5 Ce5 2 Be5 Be5 3 Te5E as Brancas ganham o Peo.

    Se o Peo e5 estivesse defendido por outro Peo, as Brancas no iriam captura-lo. Estesganhos de pea so possveis quando as peas trocadas so do mesmo valor.

    Nas capturas de peas defendidas h uma regra fcil.

    a)Para se ganhar uma pea defendida, deve-se ter, no mnimo, uma pea de ataque a mais doque as peas de defesa.

    b)Para se defender, uma pea atacada, basta ter um nmero de peas defensivas igual aonmero de peas atacantes.

    No exemplo anterior, se existisse mais uma pea preta de defesa, por exemplo, uma Torre eme7, teramos 3 peas atacantes x 3 peas defensivas. Insistindo as Brancas nas capturas: 1 Ce5 Ce5 2 Be5Be5 3 Te5 Te5 e as Pretas ganhariam uma Torre em troca de um Peo. Estas regras dizem respeito apenasaos casos em que as peas trocadas so do mesmo valor. Um Peo defendido somente por um Peo anuladiversos ataques de peas contrrias.

    Exemplo:

    Diagrama: Bb2, Re1, e4, Cf3, Th5 x Cb7, d6, Td8, e5, Rf8, Bg81 ?

    Analise esta posio. As Brancas devem capturar o Peo e5?

    PLANO*****

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    Trs peas brancas (Cavalo, Bispo e Torre) convergem sobre o Peo preto, que est defendido por outro

    Peo. As Brancas no podem captura-lo, pois 1 Ce5 de5 2 Be5, as Brancas ganhariam um Peo, mas

    perderiam o Cavalo.

    Diagrama: a2, b2, c2, Ba4, Rd1 x a6, b7, c5, Rd81 ... ?, ganham material

    PLANO*****O Bispo a4 est cercado por seus prprios Pees.

    PROCEDIMENTO*****1 ... b5 2 Bb3 c4Ganhando o Bispo.

    O Bispo encontra-se defendido por 2 Pees (a2 e c2) e atacado por apenas um Peo inimigo; um caso interessante de ganho de pea imobilizada.

    Diagrama: c4, d3, Ra3, Ch5 x c5, d4, Rc6, Bg71 ... ? (0-1)

    PLANO*****O Cavalo encontra-se longe da defesa de seu Rei, e de h5 locomove-se somente para as casas negras,

    onde corre o Bispo inimigo, que pode imobiliza-lo, dominando suas casas de salto.

    PROCEDIMENTO

    *****1 ... Be5 (0-1)Imobilizando o Cavalo. Agora o Rei negro chega primeiro que o branco e captura o cavalo.Se 2 Rb3 Rd7 3 Rc2 Re6 4 Rd2 Rf5 5 Re2 Rg4, ganhando o Cavalo e a partida.

    Diagrama: Bb1, Rg6 x Rc8, Dd71 ? ganham material

    PLANO*****

    A Dama e o Rei esto na mesma diagonal por onde corre o Bispo branco. Surge a idia de pregadura.

    PROCEDIMENTO*****1 Bf5Ganhando a Dama que no pode mover-se por estar pregada.

    A SEGUIR:1.3. Princpio da pea sobrecarregada

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    OS GRANDES MESTRES DO TABULEIRO

    1.1. Partida n. 1

    Breslau, 1862Gambito FalkbeerRosanes x Anderssen

    1 e4 e5 2 f4 d5 3 ed5 e4 4 Bb5+Este lance caracterstico dos jogadores antigos. No lance posicional, tem como objetivo apenas

    perseguir uma imediata vantagem material ou mate. Hoje em dia, sabe-se que durante a abertura, odomnio do centro o ponto essencial.Um jogador moderno se esforar antes de tudo em lutar contra o pressionador Peo negro de e4 e, porconseqncia, jogar 4 d3. O condutor das brancas na presente partida quer, ao contrrio, tal como era

    usual nesta poca, assegurar a preponderncia numrica de seus Pees, ainda que a custa de seu prpriodesenvolvimento, jogando para isto 4 Bb5+ para seguir, aps ...c6, com a troca de seu Peo d5 que

    poderia chegar a ser dbil mais tarde.4 ... c6 5 dc6 Cc6

    Na maioria das vezes, costuma-se jogar aqui ...bc6.6 Cc3 Cf6 De2Aqui era melhor para as Brancas jogar o Peo d com o objetivo de recuperar-se no desenvolvimentoatrasado.Ao invs disto, as Brancas perseguem mais vantagem material, ou seja, ganhar outro Peo, o do Rei.As Negras, e com razo, no se esforam em defender este Peo, mas continuam seu desenvolvimento.Quanto mais Pees desaparecem do tabuleiro e quanto mais colunas se abrem, maior ser a vantagem dodesenvolvimento.7 ... Bc5 8 Ce4 0-0 9 Bc6 bc6 10 d3 Te8 11 Bd2As Brancas querem colocar seu Rei em segurana por meio do roque grande, mas o Negro conseguiucolunas abertas tambm no flanco da Dama.11 ... Ce4 12 de4 Bf5 13 e5 Db6Se 13 ... Bc2 14 Dc4 e as Negras deveriam trocar um de seus Bispos bons, mas ainda assim seriafavorvel ao segundo jogador, graas ao atraso branco.14 0-0-0 Bd4Isto causa uma debilidade no flanco do roque branco.15 c3 Tab8 16 b3 Ted8!

    Uma tpica jogada preparatria de Anderssen, princpio de uma brilhante combinao da qual seuadversrio ignora completamente.

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    17 Cf3 claro que se jogam 17 cd4 Dd4 e no teriam mais salvao. Se houvesse percebido o propsito de seuadversrio, teriam jogado 17 Rb2, mas o Negro com ... Be6 ameaando ... Bb3 teria ganho rapidamente.17 ... Db3! 18 ab3 Tb3 19 Be1 Be3+! (0-1)Com mate no prximo lance.

    A SEGUIR:1.2. Partida n. 2

    Breslau, 1862Gambito KieseritzkyRosanes x Anderssen

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    EXERCCIOS

    Diagrama 2.1

    a2, b2, c3, f2, g2, h2, Ta1, Te1, Rg1, Cg5, Dh5 x a7, b7, e5, f7, g7, h7, Ta8, Dc7, Bd7, Te8, Rg8Composio1 ... ?

    O que ameaam as Brancas?PLANO*****O ataque simultneo a h7 e f7.

    Mas o Negro pode proteger simultaneamente ambos os Pees, como?

    PROCEDIMENTO

    *****1 ... Bf5

    Observe que isto s possvel graas ao posicionamento das peas negras. Se a Dama negra estivesse emc8 (ao invs de c7), a perda do Peo seria inevitvel.

    Diagrama 2.2a3, f2, g2, h3, Ta7, Dc5, Tc7, Rh2 x d5, f4, g7, h6, Td3, Td4, Dg6, Rh7Tartakower x CohnVarsovia, 19271 ?

    Se neste diagrama jogasse o Negro, o que deveria fazer?PLANO*****

    Explorar a posio desprotegida do Rei Branco. Se o Negro conseguir dominar a casa g3 (ou obstrui-la),

    h2, g1 e h1, teria uma posio de mate.

    PROCEDIMENTO*****1 ... Dg3+ 2 fg3 fg3+ 3 Rg1 Td1++ (1-0)

    Mas compete ao Branco o lance, e Tartakower encontra um lance que impede o plano negro e cria umaforte ameaa contra Cohn. Descubra voc.PLANO*****Contra-atacar o ponto dbil g7.

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    PROCEDIMENTO*****1 Df8!

    No somente impede o mate ( 1... Dg3+ 2 fg3 fg3+ 3 Rg1 Td1+ 4 Df1, etc), mas ao mesmo tempo criauma forte ameaa contra a casa f7, ganhando rapidamente.

    1 ... Tg3 2 Tg7+ Dg7 3 Df5+ (1-0)O Negro abandona, pois se 3 ... Tg6, segue 4 Tg7+ Rg7 5 De5+ (1-0)

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    _____________________________________________________________________________________________________Pgina 13

    BIBLIOGRAFIA

    LOS CAMPEONATOS DEL MUNDO - DE STEINITZ A ALEKHINEPablo Moran, Ediciones Martinez Roca, S.A., Barcelona - Espanha

    Pgs. 13-15 e 63-71

    XADREZ BSICODr. Orfeu Gilberto D'Agostini, Edies Ouro, So Paulo - BrasilPgs. 109-110 e 198-200

    LOS GRANDES MAESTROS DEL TABLERORicardo Reti, Club de AjedrezPgs. 12-14

    TCTICA MODERNA EN AJEDREZ - Tomo ILudeck Pachman, Colecion Escaques, Martinez Roca,Barcelona - EspanhaPgs. 14-15

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    Onde os Reis se encontram

    [email protected]/academiadexadrez

    TREINO TCNICO PARA COMPETIO

    Apostila 3

    Prof. Francisco Teodorico Pires de Souza

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    XADREZ - TREINO TCNICO PARA COMPETIOApostila 3 - Prof. Francisco Teodorico

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    OS CAMPEONATOS DO MUNDO

    II CAMPEONATO MUNDIAL DE XADREZSteinitz X Tchigorin, 1889

    Aps sua vitria sobre Zukertort, nenhum jogador no mundo ameaava seriamente o trono deSteinitz. O Campeo Mundial passou quase 3 anos sem participar de nenhuma luta sria, mas quandovisitou Havana (Cuba), onde existia uma enorme simpatia pelo xadrez, foi organizado o match comTchigorin com o ttulo em jogo ao melhor resultado em vinte partidas.

    Miguel Ivanovich Tchigorin (Gatschina, 12Nov1850 - Lublin, 25Jan1908), fundador da atualescola sovitica (russa), foi um dos jogadores mais geniais e irregulares de todos os tempos. Ao longo desua carreira encontramos produes de grande beleza juntamente com erros grosseiros, indignos de umenxadrista de to extraordinrio talento. At os 16 anos no havia aprendido a jogar xadrez, mas em 1879

    venceu o Torneio de San Petesburgo. Sua 1 participao internacional foi no Torneio de Berlim, 1881,onde terminou empatado em 3 lugar com Winawer e superado por Blackburne e Zukertort, mas deixando

    para trs jogadores de reconhecida classe. No ano seguinte participou discretamente do Torneio de Viena,e em 1883 classificou-se em 4 lugar no Torneio de Londres. Estas atuaes, assim como seus triunfos emmatches contra Alapin, Schiffers e A. de Riviere, lhe deram uma grande reputao, pois seu jogodemonstrava uma grande riqueza de idias. Tchigorin foi um dos poucos enxadristas que no admitiramos princpios de Steinitz totalmente, afirmando que as melhores normas de jogo esto longe deconhecerem-se. No de estranhar que para Tchigorin, a superioridade dos Bispos sobre os Cavalos,como pregava Steinitz, e outras normas, no tiveram valor algum. Para ele a atividade das peas no era omais importante, e o domnio do centro com Pees, uma utopia, com o que se antecipavam os hiper-modernistas, que como Nimzowitch, Reti e Breyer, principalmente, iriam revolucionar o xadrez nos

    primeiros 25 anos do sculo XX.

    Tchigorin gostava do jogo aberto e no admitia nenhum dogma. Assim, contra a DefesaFrancesa, empregava o aparente absurdo lance 2 De2, depois de 1 e4 e6; ou defendia-se do Gambito daDama da seguinte forma: 1 d4 d5 2 c4 Cc6, etc. De qualquer forma, seu aprofundamento na teoria dasaberturas foi muito grande, e muitas so hoje linhas surgidas de seu engenho. Sua principal virtude era oconstante af de luta, seu desejo de complicar posies e seu grande poder de combinao. Seus defeitos:as enormes distraes, que tambm o fizeram famoso, e seu escasso domnio do Gambito da Dama com

    Negras, assim como seu grande nervosismo e afico bebida.

    Steinitz aceitou rapidamente o desafio por dois motivos: 1 porque considerava Tchigorincomo o mais forte adversrio, o que indubitavelmente lhe honrava desportivamente, e o 2 pelo desejo demostrar ao mundo sua superioridade, pois Tchigorin havia ganho 3 das 4 partidas que haviam jogado(uma em Viena, 1882 e duas em Londres, 1883), e alm disso, no match por correspondncia entreLondres e San Petesburgo, 1886-1887, Tchigorin, o capito da equipe russa, se imps a Londres, dirigida

    por Steinitz, com uma vitria e um empate.

    O encontro de Havana, ao melhor resultado em 20 partidas, comeou em meio a uma grandeexpectativa, e comeou 48 horas aps a chegada de Tchigorin, depois de uma viagem de 32 dias, dosquais 26, havia passado no mar. At a 13 partida, apesar de interessante, o match permanecia indeciso,mas Steinitz se imps nas 3 partidas seguintes com o que decidiu praticamente a luta, pois, somente um

    empate nas 4 seguintes era suficiente para conservar o ttulo. Tchigorin lutou como um leo na 17

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    partida, mas teve de conformar-se em repartir o ponto e deixar o ttulo nas mos do rival, que venceu por+10 -6 =1, o que demonstra como foi disputada a luta.

    Steinitz teve a satisfao de vencer de Negras em 3 Gambito Evans Aceito, onde empregousua barroca defesa de 1 e4 e5 2 Cf3 Cc6 3 Bc4 Bc5 4 b4 Bb4 5 c3 Ba5 6 0-0 Df6?!, mas foi derrotado 4vezes e empatou a 17 que lhe serviu para revalidar o ttulo.

    Possivelmente Steinitz no teria sido derrotado 6 vezes se escolhesse outras aberturas, poisTchigorin foi o maior jogador de Gambito Evans, mas aquele grande lutador sempre estava disposto a

    provar sobre o tabuleiro o que afirmava com a pluma em seus artigos peridicos.

    Steinitz x TchigorinHavana

    20Jan - 24Fev1889

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Steinitz 0 1 0 1 1 0 0 1 1 1Tchigorin 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0

    11 12 13 14 15 16 17 TotSteinitz 0 1 0 1 1 1 10,5Tchigorin 1 0 1 0 0 0 6,5

    Tchigorin comeou o match de Brancas.

    ABERTURAS N. DAS PARTIDAS TOTAL %Eslava 8 1 6

    Gambito Evans 1, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17 8 47

    Holandesa 16 1 6

    Ruy Lopez 3 1 6

    Tchigorin 2, 4, 6, 10, 12, 14 6 35

    A SEGUIR:III Campeonato Mundial de Xadrez

    Steinitz x Gunsberg, 1890-91

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    _____________________________________________________________________________________________________Pgina 4

    FINAIS I

    2.3. Rei e dois Bispos x Rei

    O mate s possvel quando o Rei inimigo se localiza em casa angular ou vizinha da angular.

    Exemplos: Rc7, Bb6, Bd5 x Ra8; Rf7, Bf5, Bg7 x Rh7; etc.

    O mate ocorre em mdia de 18 lances.

    Diagrama: Ra1, Bg4, Bh4 x Rf41 ? (1-0)

    PLANO

    *****Em 1 lugar claro, afastar o Bispo g4. Ento manobrar com os Bispos cercando o Rei atravs de

    tringulos, at prender o Rei num dos tringulos de 6 casas das 4 casas angulares, colocando o Rei na

    casa 3C (ou 2B) para ento dar mate com o outro Bispo. Os Bispos lado a lado defendem-se

    mutuamente, evitando que o Rei capture um deles. Cuidado com o pat.

    PROCEDIMENTO*****1 Bd1 Re3Ameaando 2 ... Rd2

    2 Bg5+ Rd4Se 2 ... Rf2, o Rei se autocerca no tringulo da casa angular h1, facilitando o servio branco!

    3 Bc2Fechando mais uma linha do tringulo da casa angular a8.

    3 ... Rc3 4 Rb1 Rd4 5 Rb2 Re5 6 Rc3 Rd5 7 Bf6Fechando outra linha do tringulo citado.7 ... Re6 8 Bd4 Rd5Permanecendo o mximo tempo possvel no centro.

    9 Bf5 Rd6 10 Rc4 Re7 11 Be5Agora o Rei foi trancado no tringulo da casa angular h8. Os Bispos se autodefendem!11 ... Rf7 12 Rd5 Re7 13 Be6 Re8 14 Bf6Fechando mais uma linha do tringulo da casa angular h8. Colocando os Bispos emparelhados.

    14 ... Rf8 15 Re5Dirigindo-se a g6.15 ... Re8 16 Rf5 Rf8 17 Rg6 Re8 18 Bg5Forando o Rei a dirigir-se para h8.18 ... Rf8 19 Bd7Evitando que o Rei se dirija a f8 e preparando-se para cerca-lo no tringulo f8-h6-h8.19 ... Rg8 20 Be7 Rh8 21 Bf8Manobra instrutiva.

    21 ... Rg8 22 Bh6 Rh8 23 Bg7+ Rg8 24 Be6++ (1-0)

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    _____________________________________________________________________________________________________Pgina 5

    Posies de pat:

    Bb7, Rc7, Bd6 x Ra7 1 ... ? (=)

    Rf7, Bg5, Bg6 x Rh8 1 ... ? (=)

    etc

    Obs.: 2 Bispos da mesma cor no podem dar mate. At 9 Bispos que se movimentem porcasas de cor igual, no podem dar mate. fcil compreender que resta ao Rei inferior uma casa de fugade cor oposta a 2 Bispos.

    A SEGUIR:2.4. Rei, Bispo e Cavalo x Rei

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    _____________________________________________________________________________________________________Pgina 6

    TTICA I

    1.3. Princpio da pea sobrecarregada

    Pea sobrecarregada aquela que desempenha mais de uma ao. Por exemplo: uma pea quedefende, ao mesmo tempo, duas ou mais peas. Obrigando-se essa pea sobrecarregada a mover-se,desfaz-se a harmonia defensiva; da poder resultar a perda de material.

    Diagrama: c3, Be2, g3, Rg7 x Rb8, c4, Be6, g41 ? (1-0)

    PLANO*****O Bispo e6 uma pea sobrecarregada, pois defende os Pees c4 e g4. Se atacado, dever deixar uma

    das defesas.PROCEDIMENTO*****1 Rf6 (1-0)

    Diagrama: a2, b2, f2, g3, h2, Cc3, Dd3, Te1, Rg1 x a7, b7, f7, g7, h7, Da5, Cd4, Td8, Rh81 ? (1-0)

    PLANO*****

    A Torre d8 est sobrecarregada, pois defende o Cavalo d4 e o mate Te8.

    PROCEDIMENTO*****1 Dd4 (1-0)Obvio que se 1 ... Td4 2 Te8++.

    Diagrama: c4, d5, e4, g2, h2, Tb1, Tc1, Bf5, Rg1 x a7, c5, c7, g7, h6, Tb7, Cd8, Df7, Rg81 ? (1-0)

    PLANO*****

    Explorar o Cavalo d8, sobrecarregado, pois defende a Torre b7 e a entrada do Bispo em e6, cravando aDama.

    PROCEDIMENTO*****1 Tb7! (1-0)Se 1 ... Cb7 2 Be6.

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    Diagrama: d5, Cb3, Td2, Rf4 x d6, Cc5, Te5, Rf81 ? (1-0)

    PLANO*****

    Explorar o Peo d6, sobrecarregado, pois defende o Cavalo c5 e a Torre e5.

    PROCEDIMENTO*****1 Cc5 (1-0)Se 1 ... dc5 2 Re5

    A SEGUIR:1.4. Princpio do ataque simultneo

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    _____________________________________________________________________________________________________Pgina 8

    OS GRANDES MESTRES DO TABULEIRO

    1.2. Partida n. 2

    Breslau, 1862Gambito KieseritzkyRosanes x Anderssen

    1 e4 e5 2 f4 ef4 3 Cf3Com este lance formou-se o gambito conhecido sobre o nome de Cavalo do Rei. Existem outras variantes,

    por exemplo: 3 Bc4 e 3 Be2, e tambm 3 Df3 (Gambito Breyer), ainda que no muito utilizado.3 ... g5Como se conhece h trs sculos, o Peo do gambito somente pode ser defendido imediatamente. Deacordo com o que observamos na primeira partida, esse objetivo de sustentar a vantagem material obtida,

    era, nos tempos de Anderssen, a forma predominante de jogar. Agora, as Brancas tem duas variantesdiferentes. Uma delas consiste em continuar seu desenvolvimento mediante 4 Bc4 e 5 0-0.Esta uma maneira inocente de jogar, prpria de enxadristas de ataques superficiais, mas nocorresponde ao esprito do Gambito do Rei. A idia deste gambito, como j sabemos, o ataque colunaf, na qual os pontos f6 e f5 foram debilitados pelo lance g5, pois se forem dominados, no podem serdefendidos pelo Peo, que est em g5, no podendo este atacar a pea branca que possivelmente secoloque nestes pontos. Se Rosanes quiser jogar posicionalmente no esprito do Gambito do Rei, antes detudo deve abrir a coluna fe tirar o Peo de f4. A continuao posicional 4 h4, minando a defesa do Peof4, ou seja, o Peo de g5. Rosanes tem que decidir neste momento a linha a seguir.Se joga 4 Bc4, Anderssen pode contestar com 4 ... Bg7, e o lance 5 h4 j no pode conseguir seu objetivo,

    pois Anderssen tem a possibilidade de jogar h6 e com isso manter intacta sua cadeia de Pees.4 h4 g4 5 Ce5Esta abertura recebe o nome de Gambito Kieseritzky. Outra continuao o Gambito de Allgaier, onde asBrancas jogam 5 Cg5, vendo-se obrigadas, aps 5 ... h6, a sacrificar seu Cavalo com 6 Cf7, mas em troca,obtm um ataque muito perigoso.5 ... Cf6Eis uma boa ocasio para demonstrar o valor de ter compreendido o esprito de uma abertura e nomemorizar as diversas variantes, o que no to proveitoso. O jogador de caf, que busca o lance mais

    prximo para atacar, provavelmente jogaria aqui, 6 Bc4.Mas tambm o jogador novato, que tenha sido contaminado pela infrutuosa molstia de estudar o clebremtodo de Bilguer, seguindo aquelas indicaes, far o mesmo lance, e por um contra-ataque negro,

    chegara a ter desvantagem. No deve-se estranhar o fato de que na anlise do Gambito do Rei, a obra deBilguer contenha numerosos defeitos. Uma anlise de variantes, no decorrer dos anos, chega amanifestar-se quase sempre como equivocada. A cincia de conhecer variantes somente uma cinciaaparente.Alm disso, o Gambito do Rei no nenhuma abertura moderna, e a maior parte das variantes procedemdo tempo antigo, quando era insignificante o que se pensava sobre o jogo de posio. Se mantm-se aidia da abertura, se chega concluso de que preciso fazer desaparecer o Peo f4 para a liberao dacoluna f. Portanto, o lance indicado 6 d4, o qual um dos melhores jogadores de posio, Philidor e ogrande posicionalista, Rubinstein, qualificaram como vantajosa para as Brancas. Aps 6 d4 d6 7 Cd3Ce4 8 Bf4, as Negras tem efetivamente um Peo a mais, mas se encontra em uma situao nadaagradvel, graas debilidade irreparvel da coluna aberta. No devemos estranhar que Rosanes tenha

    feito o lance mais dbil, mas aparentemente mais lgico.

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    6 Bc4 d5 7 ed5 Bd6 8 d4 Ch5Rosanes no consegue abrir to facilmente a coluna f. Deveriam ter jogado na hora certa 0-0, apesar da

    possvel contestao ... Dh4. Rosanes, como na partida anterior, no joga posicionalmente, mas pelavantagem material.9 Bb5+ c6 10 dc6 bc6 11 Cc6 Cc6 12 Bc6+ Rf8 13 Ba8Rosanes tem uma Torre a mais, mas em troca, uma posio perigosa no flanco do Rei, e uma posio maldesenvolvida.13 ... Cg3 14 Th2Rosanes, ao invs de colocar a Torre em h2, onde atua o adversrio, deveria devolver o sacrifcio,cedendo a qualidade, colocando o Rei em f2 no lance 14.14 ... Bf5 15 Bd5Melhor defesa seria 15 Bc6 para no permitir que a Torre negra se dirigisse a e8.15 ... Rg7! 16 Cc3 Te8+ 17 Rf2 Db6Anderssen ameaa o ataque decisivo atravs de ... Be5.18 Ca4 Da6

    Anderssen ameaa mate em 4. Ser que voc descobre?PLANO*****

    Mate de Cavalo e Torre

    PROCEDIMENTO*****19 De2+ 20 De2 Te2+ 21 Rg1 Te1+ 22 Rf2 Tf1++

    Esta ameaa de Anderssen no se pode parar atravs de 19 c4. Descubra o porque.PLANO*****O mesmo, mate de Cavalo e Torre.

    PROCEDIMENTO*****19 ... Da4! 20 Da4 Te2+ (0-1)

    19 Cc3 Be5! 20 a4Anderssen anuncia mate em 4. Encontre voc.PLANO*****

    Mate com Bispo, Torre e Cavalo.

    PROCEDIMENTO*****

    20 ... Df1+! 21 Df1 Bd4+ 22 Be3 Te3! 23 Rg1A qualquer outro lance segue ... Te2++.

    23 ... Te1++ (0-1)

    A SEGUIR:1.3. Diagramas Diversos

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    EXERCCIOS

    Diagrama 3.1

    a2, c2, f2, g2, h2, Bc5 Tf1, Rg1, Th3, Dh5 x a7, c6, e6, f6, g7, Ba5, Ta8, Bc8, Dd8, Te8, Rg8Zuckertort x Anderssen1 ?

    Neste diagrama, aps 1 Dh7+ Rf7 2 Dh5+ Rg8 e Zuckertort no conseguiria nada mais do que um empatepor repetio de lances. Mas Zuckertort encontrou uma linha ganhadora.PLANO*****

    Reagrupamento das peas na colunah. Colocando a Torre diante da Dama.PROCEDIMENTO*****

    1 Dg6! Ba6 2 Th7 Dc7 3 Dh5 (0-1)Analise 1 ... Te7*****Se 1 ... Te7, haveria grande perda de material: 2 Dh7+ Rf7 3 Tg3, etc.

    Diagrama 3.2c5, d4, e6, g2, h3, Tb1, Tf1, Dg3, Rh1 x a5, b7, f6, h5, Bb4, Dc6, Ce7, Re8, Tf8Morphy x ThompsonMatch 18591 ?

    Morphy forou a vitria em poucos lances, de maneira irrefutvelPLANO*****

    Explorar a posio incmoda do Rei negro, cuja mobilidade resume-se a d8.

    PROCEDIMENTO*****1 Db8+ Dc8 2 Dd6 Dc6 3 Tb4 ab4 4 Ta1 (1-0)Thompson abandonou, pois no encontrou defesa contra a entrada da Torre branca em a8.Analise 1 ... Cc8.*****

    2 d5! Dc5nica que mantm a defesa do Cavalo.3 Tfc1 Bc3 4 Db7 (1-0)

    Observe como Morphy reagrupou suas peas.

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    Diagrama 3.3a4, b3, d4, e3, f3, g4, h4, Ta1, Cc3, Dd1, Bd2, Te1, Rg1, Bg2, Cg3 x a5, b7, c7, d5, f7, g7, h6, Ta8,Bb4, Cd7, Dd8, Te8, Cf6, Rg8, Bh7Spasski x PetrosianTorneio de Candidatos 19561 ... ?

    Encontre a ameaa branca.****Spasski ameaa ganhar o Cavalo de Petrosian mediante 2 g5.

    Encontre um plano defensivo para as Negras.PLANO****Criar um refgio para o Cavalo f6 sem esquecer do Peo d5 que est defendido apenas por ele.

    PROCEDIMENTO

    *****1 ... Bd6! 2 f4Se 2 Cge2, Petrosian contestaria com 2 ... Bd3.

    2 ... Bg4Aps a troca Bc3, a casa e4 poder ser ocupada por uma pea de Petrosian.

    3 g5 Bc3 4 Bc3 Ce4 5 Be4 Be4E a partida seguiu com igualdade.

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    BIBLIOGRAFIA

    LOS CAMPEONATOS DEL MUNDO - DE STEINITZ A ALEKHINEPablo Moran, Ediciones Martinez Roca, S.A., Barcelona - Espanha

    Pgs. 16-17 e 63-71

    XADREZ BSICODr. Orfeu Gilberto D'Agostini, Edies Ouro, So Paulo - BrasilPgs. 110-111 e 200-202

    LOS GRANDES MAESTROS DEL TABLERORicardo Reti, Club de AjedrezPgs. 14-16

    TCTICA MODERNA EN AJEDREZ - Tomo ILudeck Pachman, Colecion Escaques, Martinez Roca,Barcelona - EspanhaPgs. 16-17

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    Onde os Reis se encontram

    [email protected]/academiadexadrez

    TREINO TCNICO PARA COMPETIO

    Apostila 4

    Prof. Francisco Teodorico Pires de Souza

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    OS CAMPEONATOS DO MUNDO

    III CAMPEONATO MUNDIAL DE XADREZSteini tz X Gunsberg, 1890-91

    Isidoro Gunsberg (Budapeste, 02Nov1854-Londres, 02Mai1930), de origem judia, foi oterceiro aspirante ao Ttulo de Steinitz. Ainda que hngaro de nascimento, pode ser considerado umenxadrista ingls, j que aos 13 anos mudou-se para a Inglaterra com sua famlia e ali obteve a cidadania.Aprendeu a jogar logo e no clebre Caf de La Regence, de Paris, foi apresentado como um menino

    prodgio. em 1876 jogou dentro do famoso rob Mephisto em Londres, com o que pretendia emular asfaanhas do idealizado pelo Baro Wolfgang von Kempelen, que chegou a jogar contra Napoleo.

    Quando enfrentou Steinitz, era considerado como um dos mais fiis seguidores das teorias doCampeo, e contava com um brilhante curriculum, pois havia ganho os Torneios de Hamburgo, 1885;

    Bradford e Londres, 1888. Em matches havia vencido a Bird (Londres, 1866, por +5 -1 =3), Blackburne(Bradford, 1887, por +5 -2 =6) e empatado com Tchigorin num dramtico encontro em Havana, 1890,com o resultado de +9 -9 =5.

    Frente a Steinitz defendeu-se com grande dignidade, pois somente foi derrotado por +4 -6 =9,em um encontro ao melhor resultado em 20 partidas. O Campeo Mundial voltou a aplicar em quatroocasies sua barroca defesa do Gambito Evans, que havia empregado diante de Tchigorin, e perde emduas ocasies, ainda que tenha conseguido a satisfao de vencer em uma e empatar outra.

    Gunsberg dirigiu durante cerca de 30 anos a seo de xadrez do Daily Telegraph e doMorning Post, de Londres e escreveu diversos livros sobre o tema. Sua carreira enxadrstica sedesenvolveu at 1914, ano em que participou do famoso Torneio de San Petesburgo, vencido por Lasker,mas a idade j no lhe permitia enfrentar com xito a jovens como Capablanca e Alekhine.

    Steinitz x GunsbergNew York

    09Dez1890-22Jan1891

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Steinitz 1 0 0 1 1 1Gunsberg 0 1 1 0 0 0

    11 12 13 14 15 16 17 18 19 TotSteinitz 0 1 0 1 10,5Gunsberg 1 0 1 0 8,5

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    Steinitz comeou o match de Brancas.

    ABERTURAS N DAS PARTIDAS TOTAL %Eslava 3 1 5

    Gambito da Dama 1, 5, 17 3 16

    Gambito da Dama Aceito 7 1 5

    Gambito Evans 12, 14, 16, 18 4 21

    Italiana 4, 8, 10 3 16

    Peo da Dama Irregular 6, 19 2 11

    Ruy Lopez 2 1 5

    Zukertort 9, 11, 13, 15 4 21

    A SEGUIR:IV Campeonato Mundial de Xadrez

    Steinitz x Tchigorin, 1892

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    FINAIS I

    2.4. Rei, Bispo e Cavalo x Rei

    Mtodo dos TringulosDltang e Cognet

    o mais difcil e apaixonante dos finais elementares.

    Existem diversos mtodos, utilizaremos o de mais fcil memorizao. o Mtodo dosTringulos do amador argentino Daniel Dltang (La Stratgia, 1923; El Ajedrez Argentino, 1925),aperfeioado por E. Cognet (LEchiquier, janeiro de 1931).

    rarssimo ocorrer este tipo de final, mas todo enxadrista deve conhece-lo.

    O mate de Bispo e Cavalo s pode ser forado num canto do tabuleiro onde a casa angularseja da mesma cor que as dominadas pelo Bispo.

    Exemplos:

    Diagrama: Ca6, Rb6, Bc6 x Ra8O Bispo d mate desde uma casa afastada do Rei adversrio. Neste diagrama, o Bispo pode ocupar umacasa mais afastada ainda, mas para dar mate deve mover-se desde uma diagonal paralela grandediagonal.

    Diagrama: Rb6, Bb7, Cc6 x Ra8O Bispo d mate colocando-se na casa contgua ao Rei inimigo. Na posio deste diagrama, o Cavalo

    pode estar colocado tambm em d7, mas no em a6, pois dela que vem o Bispo.

    Diagrama: Ca6, Rb6, Bb7 x Rb8O mate realizado pelo Cavalo, que pode estar colocado no s em a6, mas tambm em c6 ou em d7.

    Para realizar qualquer um destes mates, o Rei ofensivo deve estar a salto de Cavalo da casaangular.

    Diagrama: Bb3, Cd3, Rg7 x Re7

    Examinando este diagrama, observamos que o Bispo est colocado na 2 casa de umadiagonal, que por sua vez a segunda casa de uma fila, cuja 4 casa est ocupada por um Cavalo.Consideremos agora o tabuleiro em relao s diagonais.

    A grande diagonal preta (a1-h8) divide o tabuleiro em 2 partes iguais. O Rei preto encontra-sena metade esquerda.

    Nesta metade, as 3 diagonais brancas formam com as bordas do tabuleiro, 3 tringulosretngulos que se superpem num ngulo reto comum, situado em a8.

    As hipotenusas desses 3 tringulos esto representadas:para o tringulo maior pela diagonal a2-g8;

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    para o tringulo mdio pela diagonal a4-e8;

    para o tringulo menor pela diagonal a6-c8.

    Examinando o tringulo maior, verificamos que o Rei preto no pode atravessar a hipotenusa.

    Com efeito, o Bispo impede o acesso s casas brancas, o Rei branco protege as casas pretas f6 e f8, e oCavalo domina as casas pretas b4, c6 e e5. Pode-se afirmar que o tringulo maior est fechado.

    O mesmo resultado se obtm em posio anloga: Rb2, Cf5, Bf7 x Rb4.

    Aps cercar o Rei no tringulo maior, deve-se empurra-lo para o tringulo mdio e, deste,obriga-lo a penetrar no tringulo menor.

    Veremos previamente que a aplicao do mtodo dos tringulos permite obter o quedenominaremos uma posio final da qual derivar uma das 3 formas de mate que j foram apontadas.

    Examinaremos estas posies finais, nas quais as Brancas acabam de fechar o tringulo menore, portanto, a vez de jogarem as Pretas:

    Posio Final do Tipo A - Diagrama: Rb6, Bd7, Cd5 x Rb8

    1 ... Ra8 2 Cb4Ou Cc7+2 ... Rb8 3 Ca6+ Ra8 4 Bc6++Mate tipo I.

    Se o Rei preto estiver em a8 (no em b8), o mate se processa assim:1 ... Rb8 2 Cb4 Ra8 3 Be6Lance de espera com o objetivo de permitir que o Cavalo v a a6, para dar xeque, pois evidente que seas Brancas jogarem 3 Ca6? empate por afogamento.3 ... Rb8 4 Ca6+ Ra8 5 Bd5++Mate tipo I

    Posio Final do Tipo B - Diagrama: Ba6, Rb6, Cd5 x Rb8

    1 ... Ra8 2 Cb4 Rb8 3 Cc6+ Ra8 4 Bb7++Mate tipo II.

    Se o Rei preto estiver em a8, d-se o mate da seguinte forma:1 ... Rb8 2 Cb4 Ra8 3 Bb7+ Rb8 4 Cc6++Mate tipo II.

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    Posio Final do Tipo C - Diagrama: Ba6, Rb5, Cd5 x Rb8

    1 ... Ra7Se 1 ... Ra8 2 Rb6 e entramos numa posio final do tipo B.2 Cb4 Rb8Se 2 ... Ra8 3 Rb6 4 Cc6+ Ra8 5 Bb7++, mate tipo II.3 Rb6 Ra8 4 Bb7+ Rb8 5 Cc6++Mate tipo II.

    Existem outros tipos desta posio com o Rei preto em a8 ou em a7, nas quais o mate seefetua da mesma forma que na posio examinada, e com as mesmas manobras, porm invertendo aordem dos lances, segundo convenha. Tambm o Rei branco pode estar em a5 (e no em b5).

    Por analogia, estas posies finais podem apresentar-se com outra disposio. Exemplo: aposio final A com o Rei branco em c7 e o Rei preto em a7, estando o Bispo em b5 e o Cavalo em d5. O

    mesmo acontece com as demais posies finais que, alis, podem reproduzir-se em outro ngulo dotabuleiro.

    Vejamos o procedimento que deve ser aplicado no mtodo dos tringulos.

    O retrocesso do Rei preto, para faze-lo passar de um tringulo a outro, obtm-se unicamentemediante s manobras de Rei e Bispo ofensivos. No que toca passagem do tringulo maior para omenor, observar-se- que o Bispo deve cuidar da diagonal (hipotenusa) a2-g8 devendo proteger aomesmo tempo, a casa a4 para impedir a fuga do Rei preto por este ponto, mas o Bispo pode mover-se peladiagonal vigiada, pois poder voltar a b3 antes que o Rei adversrio alcance a mencionada casa a4.

    Partindo do diagrama inicial, observamos que o Rei branco no pode mover-se porque tem aseu cargo as 2 casas pretas f6 e f8; ento, logicamente, ser preciso mover o Bispo pela diagonal-hipotenusa a fim de escolher a colocao que tire mais casas do Rei adversrio; tendo em conta estacircunstncia, o primeiro lance ser:

    1 Bf7 Rd6Dirigindo-se para a casa a4.2 Rf8Ocupando diretamente o extremo da hipotenusa.Se 2 Rf6? Rd7 3 Bb3 Re8 4 Rg7 Re7 e volta-se a posio inicial.2 ... Rd7 3 Bb3 Rd6Se 3 ... Rc6 4 Re7.Se 3 ... Rd8 4 Ba4, fechando o tringulo mdio.O Rei negro deve evitar estes lances, que apressam a derrota.4 Re8 Rc7Se 4 ... Rc6 5 Re7 Rc7 6 Ba4.5 Re7 Rc7A qualquer outro lance, seguiria 6 Ba4.6 Re6 Rb5Tambm aqui, a qualquer outro lance, seguiria 7 Ba4.7 Rd6 Ra5 8 Rc5 Ra6 9 Ba4

    Agora o Bispo ocupa a hipotenusa do tringulo mdio, o qual comea a fechar-se com esta manobra.Observe-se que se o Rei negro - durante esta manobra de retrocesso - abandona as diagonais a3-f8 e a4-c8, o Bispo se instala imediatamente nesta ltima. Se o Rei se mantm sobre estas duas diagonais, ser

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    encurralado contra a beirada do tabuleiro, como se ter observado, at que se veja forado a abandonaruma posio que lhe favorvel.Agora necessrio terminar de fechar o tringulo mdio, colocando oportunamente o Cavalo em d5.9 ... Rb7Se 9 ... Ra5 10 Bd7 Ra6 e continua como depois do lance 12 desta anlise.

    10 Rd6 Rb6 11 Bd7 Ra5 12 Rc5 Ra6 13 Cb4+Ou 13 Cc4. O Cavalo se dirige a seu novo posto em d5, ou seja, 4 casa da coluna (antes era umahorizontal), onde se encontra o Bispo.13 ... Rb7 14 Cd5O tringulo mdio est fechado.14 ... Ra6Se 14 ... Ra8 (ou Rb8) 15 Rb6 e o tringulo menor est fechado, tendo-se chegado a uma posio final dotipo A.Se 14 ... Ra6 15 Bc8 Rb8 (Se 15 ... Ra8 16 Rb6 e 17 Ba6, chegando-se a uma posio final do tipo B) 16Ba6 Ra7 (Se 16 ... Ra8 17 Rb6 e se chega a uma posio final do tipo C).

    15 Rb4 Rb7 16 Rb5 Ra6Se 16 ... Rb8 17 Rb6 e chega-se a uma posio final tipo A.17 Bc8 Ra8Se 17 ... Rb8 18 Ba6 e estamos numa posio final tipo C.18 Rb6 Rb8 19 Ba6E o tringulo menor fecha-se numa posio final tipo B.

    Resumindo:

    1. O mate s pode ser forado num canto do tabuleiro onde a casa angular seja da mesma corque as que o Bispo percorre.

    2. Formar-se-o imaginariamente, 3 tringulos retngulos sobrepostos, cujo ngulo retocomum est situado no canto do tabuleiro onde se forar o mate. Estes tringulos sero: um maior, ummdio e um menor, e suas hipotenusas so, respectivamente, trs diagonais da cor da casa angular, umadiagonal de 7 casas de comprimento, outra de 5, e a terceira de 3 casas.

    3. O fechamento dos 2 primeiros tringulos (maior e mdio) efetua-se:

    a)Colocando-se o Bispo e o Cavalo na mesma horizontal ou coluna;b)Colocando-se o Bispo na 2 casa da diagonal-hipotenusa de cada um dos tringulos;c)Colocando-se o Cavalo na 4 casa da fila (horizontal) ou coluna em que se acha o Bispo,

    ficando ento, ambas as peas, em casas da mesma cor e separadas por uma s casa;d)A outra extremidade da hipotenusa estar vigiada pelo Rei.

    4. O fechamento do 3 tringulo efetua-se facilmente, sem necessidade de mover o Cavalo e,em alguns casos, sem que o Bispo tenha de ocupar a diagonal que constitui a hipotenusa menor.

    5. O Bispo age nas casas da cor que percorre; o Cavalo ser utilizado para vigiar as casas dacor contrria.

    6. Uma vez encerrado o Rei adversrio no tringulo maior - e para fora-lo a passar dumtringulo a outro - manobrar-se- unicamente com o Rei e o Bispo, pois o Cavalo s precisar efetuar 4movimentos: 2 para passar do tringulo maior ao mdio, e outros dois para colaborar no mate.

    Antes de ser encerrado nos tringulos, o Rei adversrio tratar de refugiar-se na diagonal de

    cor oposta das casas que percorre o Bispo - dirigindo-se a um dos cantos onde o mate no possvel.Neste caso ser fcil obriga-lo a entrar num dos dois grandes tringulos que margeiam a mencionadadiagonal. Exemplo: Ra1, Bh8, Ch1 x Ra8.

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    Nas variantes que examinaremos, observe que o Rei preto trata de fugir, quer dirigindo-se direita (Rb7-c6-b6-b5-b4, etc, na variante a), quer indo para a esquerda (Rb7-c6-d6-c5, etc, na variante c)ou - o que prefervel - tratar de manter-se em seu refgio em a8 (variantes be d) prolongando, destaforma, o mate inevitvel.

    (a)

    1 Rb2 Rb7 2 Rc3 Rc6 3 Rc4 Rb6 4 Rd5Para poder conduzir o Bispo e o Cavalo a seus respectivos lugares boa ttica situar o Rei branco numadas casas centrais do tabuleiro, de preferncia numa casa da grande diagonal, que serve de refgio ao Reiadversrio, e colocar o Bispo a seu lado.4 ... Rb5 5 Bd4 Rb4 6 Cg3 Rb3 7 Ch5Ou Ce27 ... Rc2 8 Cf4 Rb3

    Se 8 ... Rd2 9 Bf2 Rc3 10 Be1+, comeando a fechar o tringulo mdio.9 Rc5 Ra4 10 Rb6 Rb4 11 Bf2E o tringulo maior est fechado.

    (b)

    1 Rb2 Rb7 2 Rc3 Rc6 3 Rc4 Rd6 4 Rd4 Rc6Se 4 ... Re6, vide variante c.O Rei negro tenta permanecer em a8, resistindo o mximo, no entrando no tringulo maior.5 Cf2A funo do Cavalo expulsar o Rei adversrio do seu refgio colocando-o em b6 ou c7.

    5 ... Rb5 6 Rd5 Rb6Ameaava-se 7 Bd4 seguido de Ch3 e Cf4, o que fecharia o tringulo maior.7 Be5 Rb7Se 7 ... Rb5 8 Bd5 seguido de Ch3, ou Rc6, etc.8 Ce4 Ra8Se 8 ... Rc8 9 Rc6 Rd8 10 Bd6 (barrando a passagem do Rei preto, de modo a dar tempo ao Cavalo paracolocar-se em seu posto em e6) Re8 11 Cc3 seguido de 12 Cd1, 13 Ce3 e 14 Bg3 - e fechando assim, otringulo maior.9 Rc6 Ra7 10 Cc3O Cavalo se aproxima do ponto b6, situando-se antes em d5 de onde poder dirigir-se, eventualmente, aseu posto em f4.10 ... Ra8 11 Cd5 Ca7 12 Cb6 Ra6 13 Bb8Posio clssica: o Rei adversrio foi expulso definitivamente da grande diagonal que lhe servia derefgio.13 ... Ra5 14 Cd5Agora, cumprida sua misso, o Cavalo se dirige ao seu lugar em f4.14 ... Ra4Se 14 ... Ra6 15 Cf4 Ra5 16 Ba7 seguido de Bf2 e fica fechado o tringulo maior.15 Ba7 Rb3Se 15 ... Ra5 16 Bb6+ Ra4 17 Rc5 Rb3 18 Ba5 e comea o fechamento do tringulo mdio.16 Rb5 Rc2 17 Cf4 Rd2 18 Bf2

    E o tringulo maior est fechado.

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    (c)

    At o quarto lance das Brancas (4 Rd4), como na variante b. E depois:4 ... Re6 5 Be5 Rf5 6 Cf2 Re6Se 6 ... Rg5 7 Bg3 Rf5 8 Rd5 Rf6 (se 8 ... Rg5 9 Re6) 9 Cg4+ Rf5 (se 9 ... Re7 10 Rc6) 10 Ce3+ e fecha-se o tringulo maior.7 Bg3 Rd7 8 Rd5 Rc8 9 Rc6 Rd8 10 Cd1Seguido de 11 Ce3 e o tringulo maior est fechado.

    (d)

    1 Rb2 Rb7 2 Rc3 Rc6 3 Rc4 Rb7 4 Rc5 Ra8 5 Rc6 Rb8 6 Cg3 Ra8 7 Ce4 Rb8 8 Cc3 Ra8 9 Cd5 Rb8Se 9 ... Ra7 10 Be5 Ra8 11 Cb6+ Ra7 12 Bd6 Ra6 13 Bb8 e se chega posio clssica.10 Bd4 Ra8 11 Cc7+ Rb8 12 Bc5 Rc8 13 Ba7E se atinge a posio clssica, com colocao invertida das peas.

    A SEGUIR:3. Finais de Reis e Pees

    3.1 Rei e Peo x Rei

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    TTICA I

    1.4. Princpio do ataque simultneo

    Como em xadrez joga-se uma pea de cada vez, atacando-se simultaneamente duas ou maispeas, pode determinar a captura de uma delas.

    Esse meio de ganhar peas tem ainda mais fora desde que uma das peas atacadas seja oprprio Rei.

    Diagrama: Te8, Rg1 x Ra1, Bb3, Bg31 ? Ganham material

    PLANO

    *****Os Bispos encontram-se sem apoio e na mesma horizontal. Se existir uma Torre (pea que move-se pela

    horizontal) ou Dama que possam colocar-se nesta horizontal, ganha-se um deles.

    PROCEDIMENTO*****1 Te3Ganhando material, pois um dos Bispos ser salvo, enquanto o outro ser capturado pela Torre.

    Diagrama: Da8, Rd5 x Be8, Tf8, Rh81 ... ? (0-1)

    PLANO*****Se o Bispo desloca-se da horizontal 8, a Torre passa a atacar a Dama. Caso o lance de Bispo force as

    Brancas a um lance que no permita a retirada da Dama branca, esta estar perdida, assim como a

    partida.

    PROCEDIMENTO*****1 ... Bf7+(0-1)

    Diagrama: Bc3, Te5, Rh4 x f7, h6, Dd7, Rh8

    1 ? (1-0)

    PLANO*****O Rei negro encontra-se sobre a diagonal onde encontra-se o Bispo branco. Movendo-se a Torre efetua-

    se um xeque descoberto, atacando uma pea de maior valor, ir ganha-la pela obrigao de sair do

    xeque.

    PROCEDIMENTO*****1 Td5+ (1-0)

    O xeque descoberto freqentemente utilizado para o ganho de peas.

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    Diagrama: a2, b4, d4, f2, g2, h2, Te1, Ce3, Rg1, Tg3, Bg5, Dh5 x a7, d6, e6, f7, g7, h6, Ta8, Db5,Bb7, Te8, Cf8, Rg8C. Torre x E. LaskerMoscou, 19251 ? (1-0)

    PLANO*****Chegar posio de mate com a Torre em g7 e Dama em h6. Para isto dever desobstruir a colunag, ea melhor casa para coloca-lo f6, pois explora o Peogcravado, ameaando Tg7 e uma srie de xequesdescobertos, ganhando material.

    PROCEDIMENTO*****1 Bf6!Ameaando mate com Tg7+ e Dh6

    1 ... Dh5 2 Tg7+ Rh8 3 Tf7+Ataque simultneo ao Rei e s demais peas.3 ... Rg8 4 Tg7+ Rh8 5 Tb7+ Rg8 6 Tg7+ Rh8 7 Tg5 Rh7 8 Th5 Rg6 9 Th3 Rf6 10 Th6 (1-0)

    Diagrama: b2, c2, Bf6, Tg3, Rb1 x a7, d7, f7, g7, Bb7, Cc7, Cf8, Bg1, Rg8, Dh81 ? (1-0)

    PLANO*****

    Idem ao anterior

    PROCEDIMENTO

    *****1 Tg7+ Rh8 2 Tf7+ Rg8 3 Tg7+ Rh8 4 Td7+ Rg8 5 Tg7+ Rh8 6 Tc7+ Rg8 7 Tg7+ Rh8 8 Tb7+ Rg8 9Tg7+ Rh8 10 Ta7+ Rg8 11 Tg7+ Rh8 12 Tg1+ Rh7 13 Th1+ (1-0)Observe a fora do Bispo e Torre nessas posies, atacando simultaneamente vrias peas.

    A SEGUIR:1.5. Princpio da pea sem defesa

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    OS GRANDES MESTRES DO TABULEIRO

    1.3. Diagramas Diversos

    Diagrama: c3, f2, f6, g2, h2, Ta1, Ba3, Da4, Bd3, Te1, Cf3, Rg1 x a7, c7, d7, f7, h7, Bb6, Bb7, Tb8,Cc6, Ce7, Re8, Tg8, Dh5Anderssen x Dufresne

    Esta posio foi atingida aps o lance 18 de Dufresne.Ambos atacam diretamente o Rei adversrio, mas as melhores perspectivas so brancas, pois elasdominam o centro.Em troca, Dufresne, ataca o roque inimigo com a Dama, a Torre no flanco do Rei e com os Bispos, peloflanco da Dama.O moderno jogador de posio que continuamente esfora-se para conhecer os indcios da posio e trata

    a combinao como um meio auxiliar para demonstrar depois sua vantagem posicional, nesta situaolevar o ataque ao centro de tal forma, que impedir o ataque do flanco da Dama negro (Bispos) contra oRei branco.Assim, fcil adivinhar o lance que ganha em seguida, indicado por Lasker: 19 Be4. Mas Anderssenoptou por jogar:19 Tad1Este lance prova da incomparvel combinao de Anderssen, mas no leva em considerao asexigncias posicionais. mais dbil que 19 Be4, tanto que, se Dufresne contesta com ... Tg4, consegueempate, segundo as anlises feitas mais tarde. Mas Dufresne continuou assim:19 ... Df3E aps este lance, a combinao de Anderssen triunfa.Tente descobrir como Anderssen encontrou a linha de vitria.PLANO*****

    Explorar a posio desprotegida do Rei, atacando com as peas pelo centro dominado por Anderssen.

    PROCEDIMENTO*****

    20 Te7+ Ce7Analise 20 ... Rd8.*****21 Td7+, se Dufresne toma esta Torre, ento, Anderssen ganha a Dama ao contestar 22 Be2+.

    Analise contra 21 Td7+, 21 ... Rc8.*****22 Td8+

    a) 22 ... Td8 23 gf3

    b) 22 ... Rd8 23 Be2+

    c) 22 ... Cd8 23 Dd7+ Rd7 24 Bf5+ Re8 25 Bd7++

    Mas Anderssen d mate em 4. Como?*****

    21 Dd7+ Rd7 22 Bf5+ Re8E se 22 ... Rc6 ?*****

    23 Bd7++23 Bd7 qualquer lance negro 24 Be7++ (1-0)

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    Diagrama: a2, b2, c3, d4, f2, g2, Ta1, Cb1, Bc1, Ce5, Tf1, Rg1, Dg4 x a7, b7, c7, c6, f7, g3, g7, Ta8,Bc5, Dd8, Ce4, Re8, Th8Mayet x Anderssen

    Chegou-se a esta posio aps o lance 11 de Mayet. Anderssen havia sacrificado uma pea, masconseguiu um ataque decisivo. Em busca de combinaes, Anderssen jogou:11 ... Bd4Mayet, contestou com o equivocado:12 De4E Anderssen venceu. Como?PLANO*****

    Mayet desviou a ao da Dama da casa f2, onde comea o ataque de Anderssen. Dominando-se a 1

    horizontal, aps desviar a Torre dela, consegue-se uma posio de mate.

    PROCEDIMENTO

    *****12 ... Bf2+ (0-1)Se 13 Tf2 Dd1+ 14 Tf1 Th1+ 15 Rh1 Df1++.O livro de Gottschall sobre Anderssen, diz: As Brancas no se defenderam bem; o correto era 12 cd4Dd4 13 Dd7+ Dd7 14 Cd7, etc.Mas estranho, que tanto Anderssen quanto o crtico (Gottschall) deixaram passar a variante 11 ... gf2+12 Tf2 Th1+ (0-1).

    Diagrama: a2, b2, f3, g2, h2, Bb5, Dc2, Td1, Te1, Be3, Rh1 x a7, b7, c7, f7, g7, h7, Bb6, Rc8, Td8,De5, Cg8, Th8Anderssen x Hillel

    A partida seguiu com:16 Bg5A respeito deste lance, o livro de Gottschall sobre Anderssen acrescenta um ponto de exclamao e diz:Agora, as Negras esto perdidas!.16 ... Dg5 17 Df5+ Df5 18 Td8+ Rd8 19 Te8++ (1-0)Esta brilhante combinao deu a volta ao mundo inteiro e ningum se perguntou porque este sacrifciode uma Dama, quando se consegue o mesmo resultado de uma maneira mais rpida. Descubra como.PLANO*****

    Mate de Bispo e Torre

    PROCEDIMENTO*****16 Td8+ Rd8 17 Bg5+ (1-0)

    Com o decorrer dos anos, e conforme a evoluo, Anderssen tambm chegou a ser jogador deposio. Ainda veremos outra partida sua, que comea com jogo de posio, mas no final volta a vencerpela fora do talento combinativo de Anderssen, o que d uma caracterstica particular partida.

    A SEGUIR:1.4. Partida n 3Defesa Philidor

    Anderssen x L. Paulsen

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    EXERCCIOS

    Diagrama 4.1

    a4, b2, c2, d4, g2, h4, Ta1, Bc1, Cc3, Dd1, Bd5, Rf2, Th2 x a7, f4, f7, g4, h7, Da6, Be5, Te8, Bf5, Cg3,Rg7Rosanes x Anderssen1 ... ? Mate em 4

    PLANO*****

    Reagrupamento das peas na colunah. Colocando a Torre diante da Dama.PROCEDIMENTO*****1 Dg6! Ba6 2 Th7 Dc7 3 Dh5 (0-1)

    Analise 1 ... Te7*****Se 1 ... Te7, haveria grande perda de material: 2 Dh7+ Rf7 3 Tg3, etc.

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    Diagrama 4.2a2, b2, d5, e4, g6, Rc1, Cc3, Df2, Tg1, Th1, Bh3 x a6, c4, c5, d6, e5, Tb7, Dc7, Bd7, Bf6, Tf8, Rg8Pachman x PilnikMar del Plata, 19591 ? (1-0)

    PLANO*****

    Explorao da posio frgil do Rei inimigo por meio do Peo avanado e Torres nas colunas abertas.

    PROCEDIMENTO*****1 g7!Um lance de sacrifcio. Analise as duas alternativas de Pilnik: 1 ... Bg7 e 1 ... Bg5+.a) 1 ... Bg7PLANO

    *****Contra 1 ... Bh7, Pachman d um mate rpido, mediante novo sacrifcio.PROCEDIMENTO*****2 Tg7+ Rg7 3 Tg1+ (1-0)

    O lance com o qual Pilnik continuou na partida foi:b) 1 ... Bg5PLANO*****O mesmo anterior, com ameaa da promoo do Peo.

    PROCEDIMENTO*****

    2 Tg5 Tf2 3 Be6+ (1-0)Pilnik abandonou a partida. Por que? No poderia jogar Be6 ?*****

    No, pois contra 3 ... Be6 segue 4 Th8+ Rf7 5 g8=D+, etc.

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    BIBLIOGRAFIA

    LOS CAMPEONATOS DEL MUNDO - DE STEINITZ A ALEKHINEPablo Moran, Ediciones Martinez Roca, S.A., Barcelona - Espanha

    Pgs. 17-18 e 72-80

    MANUAL DE XADREZIdel Becker, Editora Nobel, So Paulo - BrasilPgs. 56-65

    XADREZ BSICODr. Orfeu Gilberto D'Agostini, Edies Ouro, So Paulo - BrasilPgs. 202-203

    LOS GRANDES MAESTROS DEL TABLERORicardo Reti, Club de AjedrezPgs. 16-18

    TCTICA MODERNA EN AJEDREZ - Tomo ILudeck Pachman, Colecion Escaques, Martinez Roca,Barcelona - EspanhaPgs. 17-18

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    Onde os Reis se encontram

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    TREINO TCNICO PARA COMPETIO

    Apostila 5

    Prof. Francisco Teodorico Pires de Souza

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    OS CAMPEONATOS DO MUNDO

    IV CAMPEONATO MUNDIAL DE XADREZSteinitz X Tchigorin, 1892

    Tchigorin no desanimou ao ser derrotado por Steinitz, e em poucos meses se impe,empatando com Max Weiss, no importante Torneio de New York. Precisamente durante sua visita nestacidade, o grande enxadrista russo criticou as aberturas recomendadas por Steinitz em seu livro ModernChess Instructor, referentes ao Gambito Evans (1 e4 e5 2 Cf3 Cc6 3 Bc4 Bc5 4 b4 Bb4 5 c3 Ba5 6 0-0Df6) e a Defesa dos 2 Cavalos (1 e4 e5 2 Cf3 Cc6 3 Bc4 Cf6 4 Cg5 d5 5 ed5 Ca5 6 Bb5+ c6 7 dc6 bc6 8Be2 h6 9 Ch3). Um guerreiro como Steinitz enfurece e aceita um match por telgrafo com essas duasvariantes, mas derrotado fulminantemente em ambas as partidas, e ento a afico mundial deseja umnovo combate entre eles.

    O encontro volta a celebrar-se em Havana e o vencedor seria o primeiro que ganhasse 10

    partidas. Se o primeiro encontro entre estes dois colossos foi apaixonante, o segundo superou aimaginao no que diz respeito combatividade e emoo. Antes de iniciar a 23 partida, o resultado erafavorvel a Steinitz por +9 -8 =5, Tchigorin, portanto, necessitava ganhar para igualar o encontro, edepois de executar um Gambito do Rei com singular maestria superou nitidamente seu rival, de quemchegou a ganhar uma pea. Mas eis que o mestre russo comete um terrvel erro e recebe um simples mateem dois lances, o que lhe impediu de prosseguir na luta, pois, segundo as condies do match, em caso deempate a nove vitrias o match continuaria at que um deles obtivesse duas vitrias.

    Este terrvel lapso de Tchigorin influenciou o resto de sua vida, apesar de no ter terminadocom sua carreira, j que precisamente aps seu combate com Steinitz obteve suas melhores vitrias, comoo 2 lugar no tor