tenho câncer e tenho fé | vivendo um dia de cada vez

7/22/2019 Tenho cncer e tenho f | Vivendo um dia de cada vez

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TENHOCNCERETENHOFVivendo um dia de cada vez


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Copyright desta edio Palavra & Prece Editora Ltda., 2014.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser

utilizada ou reproduzida sem a expressa autorizao da editora.

Grafia atualizada segundo o Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa.

Coordenao editorial Jlio Csar Porfrio

Reviso e diagramao Equipe Palavra & Prece

Capa Srgio Fernandes Comunicao

Imagem: Shutterstock

Impresso Grfica Santurio

ISBN 978-85-7763-294-7

1aedio | 2014

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Zorzella, Srgio Henrique

Tenho cncer e tenho f : vivendo um dia de cada vez / Srgio Henrique Zorzella. So Paulo :

Palavra & Prece Editora, 2014.

ISBN 978-85-7763-294-7

1. Cncer - Pacientes - Biografia 2. Cura pela f 3. Vida crist 4. Zorzella, Srgio Henrique I. Ttulo.

14-02675 CDD-248.86

ndices para catlogo sistemtico1. Cncer : Cura pela f : Vida crist : Cristianismo 248.86

PALAVRA & PRECE EDITORA LTDA.

Parque Domingos Luiz, 505 | Jardim So Paulo | CEP 02043-081

So Paulo | SP | Brasil

Telefone: +55 (11) 2978.7253

e-mail: [email protected] | site: www.palavraeprece.com.br


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Sumrio

Prefcio ........................................................................................................ 7

Apresentao ............................................................................................... 9

O cncer entrou em minha vida ............................................................. 11

O incio ...................................................................................................... 15

Famlia ...................................................................................................... 19

Cincia ....................................................................................................... 23

Meu cirurgio............................................................................................ 27

Radioterapia e quimioterapia ................................................................. 33

Tratamento ............................................................................................... 39

A batalha pela vida ................................................................................... 43

Cirurgias .................................................................................................... 51

Prima Beth ................................................................................................. 57

Dia a dia ..................................................................................................... 61

Nova batalha ............................................................................................. 65

Novo oncologista ..................................................................................... 73

Novo tratamento quimioterpico ........................................................... 77

F ................................................................................................................ 95


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Prefcio

Tenho responsabilidade tamanha em prefaciar essagrande obra Tenho cncer e tenho f escrita pelo gran-de amigo Srgio Henrique Zorzella.

Conheci o Dr. Srgio logo aps a cirurgia de nariz egarganta do meu filho Rafael. Aps a cirurgia, meu fi-lho comeou fazer fonoaudiologia e precisou fazer trata-mento odontolgico.

Nesse momento, tive a graa de conhecer o autordesse livro. Em pouco tempo, Dr. Srgio conquistou aconfiana do meu filho pelo profissionalismo, amor

profisso de dentista e pelo grande corao que tem.No demorou muito, eu, minha esposa Mnica, meu

filho Ricardo, alm do Rafa, confiamos nosso sorrisonas mos do Dr. Srgio.

Tornamo-nos famlia, onde nas consultas comea-mos a partilhar alegrias, tristezas e sonhos.

Participei de toda luta narrada nessas pginas dessagrande lio de vida e posso testemunhar que mesmo


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Srgio Henrique Zorzella

diante de toda dificuldade, no faltou ao Srgio amor, cari-nho e dedicao ao prximo.

Nesse momento, eu estava fragilizado, pois minha irmtambm estava lutando contra o cncer e encontrava noSrgio um porto seguro de f e esperana para enfrentar osproblemas dentro de minha famlia.

Fico muito feliz, pois sei que essa obra vai ajudar muitaspessoas que tem problema semelhante e que lendo essas p-

ginas vai encontrar fora para seguir adiante.Sabemos que devemos encarar os problemas de sade e

sofrer da melhor maneira possvel e isso eu aprendi com oSrgio, onde enfrentando o problema de sade, jamais mur-murou e diante das dificuldades e aflies, buscava foraspara encontrar qualidade para viver.

No desistir nunca da vida, esse o grande ensinamentode amor que Deus nos deixou.

Srgio muito obrigado por essa grande lio de vida, poresse carinho, por sua dedicao e principalmente por suadeterminao de seguir a risca as ordens mdicas e de suacoragem de lanar sua vida nas mos de DEUS.

Todos temos um tempo: tempo de nascer, tempo de vivere tempo de morrer. Devemos fazer a nossa parte e aceitar oplano que Deus tem para nossa vida. Por isso somos mere-cedores do Cu.

O milagre acontece todo dia, nas pequenas coisas, noestar com quem amamos e principalmente no AMOR DEDEUS.

Obrigado pelo grande testemunho de vida, esperana ef!

Alexandre Silveira


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Apresentao

A Tenho cncer e tenho frelata aexperincia de vida de um homem, filho, pai de famlia,marido, irmo, amigo, sobrinho, primo, dentista... que viusua vida ser transformada a partir do diagnstico de um

tumor maligno no intestino.Sempre de cabea erguida, mesmo nas vezes em que o

lado humano tentou falar mais alto que a sua f, ele man-teve-se firme, entregando sua vida a Deus. Assim, permitiuque o Mdico dos mdicos tomasse frente ao seu tratamento.

Em meio aos altos e baixos, das vitrias e tropeos, Sr-gio Henrique Zorzella vem mostrando ser um exemplo deperseverana e f a muitos que se deixam abater diante dasdificuldades da vida. Lembra-nos ainda de uma singela eimportante lio: devemos viver um dia de cada vez. Agra-decer a cada manh por mais um dia que se inicia.

Deus Pai, amor e misericrdia. E mesmo na enfermida-de Ele no desampara Seus filhos, mostrando que mesmodiante da dor possvel retirar boas coisas. Por exemplo,desde o incio de sua batalha, como ele mesmo descreve,


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Srgio encontrou o carinho e amparo de familiares, amigose at mesmo de estranhos que se aproximavam dele com

uma palavra de esperana, uma orao.Nenhum de ns conhece os planos, o tempo de Deus para

Seus filhos, mas agradecendo, louvando e vivendo um diaaps o outro, com f e esperana, que vamos superando osobstculos sendo vencedores.

Que este livro seja um instrumento de Deus na vida decada leitor que ao final da ltima pgina possa ref letir sobreseu dia a dia e sentir-se renovado e motivado para um novocomeo... um recomeo em Deus.


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O cncer entrou em minha vida

C . O o relatrio de pato-logia cirrgica a fim de confirmar minha leitura, afinal noera possvel. Nunca esperamos que v acontecer conosco.Sempre fui uma pessoa saudvel, sem hbitos nocivos, nofumo nem bebo e o nico medicamento que ingiro parao controle das taxas de colesterol. Tenho uma vida estvel,regrada, e estou prestes a completar cinquenta anos.

Desde o princpio, sempre houve uma doena que cau-sava medo por ser incurvel, tal como: sfilis, hansenase,

tuberculose, cncer, AIDS e muitas mais, mas mesmo meuconsciente sabendo dos avanos atuais na preveno e nacura para o cncer, recebi um choque inicial, pois esta doen-a se no lembra a morte, pelo menos mostra sua sombra.Lembrei que no primeiro ano da faculdade de odontologiative como matrias bsicas histologia e patologia, e o estra-

nho que o que eu via nas lminas no microscpio estacontecendo dentro de mim. Por conta de minha experin-cia adquirida por meio de muito estudo, sabia muito bem oque queria dizer o resultado do exame.


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Adenocarcinoma uma neoplasia maligna (ou seja, ocncer) que se origina em um tecido glandular, normal-mente de um tumor benigno, mas que sofre uma mutaopara clulas malignas. O meu foi diagnosticado no intestinogrosso, na poro do reto distal.

S parei de pensar no assunto quando senti escorrerpelo rosto as primeiras lgrimas; sim, chorei por um tempo,

at colocar os pensamentos em ordem. No tinha medo damorte em si, mas de deixar meus entes queridos, meu tra-balho, tudo, enfim. Neste momento das lgrimas, entrou nasala do computador de minha casa (local no qual abri o re-sultado do exame) minha esposa, Lana, e ento eu lhe mos-trei o papel que tinha nas mos. Ela leu e nos abraamos

emocionados. Aps breve silncio, que pareceu durar horas,ela falou: Vai dar tudo certo, vamos enfrentar e vencer, novai ser nada grave.

Este apoio foi demais importante, pois ela se mantevefirme e otimista e me influenciou positivamente. Lana meacompanhou em todas as consultas e exames mdicos; meu

lar e minha vida seguiram em frente e foi mais fcil paracontar para meu filho, Guilherme, que entendeu e tambmse mostrou preocupado, mas otimista outro apoio deci-sivo para continuar firme e lutando. Afinal, os obstculossurgem na vida, pois somos fortes o bastante para super--los, com determinao, esperana e f.

No sei ao certo onde ouvi este relato, mas uma senhorade muita f, ao receber o diagnstico de cncer, levantouas mos para o cu e disse: Deus, por que comigo?, e elamesma respondeu: Deus, e por que no comigo?.


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E ela estava certa, pois no devemos nos achar melhoresou superiores a ningum; de repente acontecem coisas navida que nos mostram que no somos nada perante a von-tade de Deus e estamos aqui somente de passagem. Nada nosso, nada trouxemos, nada levaremos, a no ser nossaevoluo espiritual. O apego unicamente a bens materiaisno representa o real sentido desta vida.

Um grande exemplo nos do as abelhas: aps constru-rem a colmeia, abandonam-na viva e repleta de mel semse preocupar qual destino ter; batem asas para a prximamorada sem olhar para trs. A doena um alerta, umarenovao de sentimentos, uma reflexo, mas tambmuma possibilidade e oportunidade de melhorar a qualidade

de vida.Eu nunca fui do tipo de pessoa que descrito na letrade um velho samba: No fala com pobre, no d mo anegro, no carrega embrulho, para que esta pose doutor,para que este orgulho. Sou uma pessoa que trata todoscom ateno, sem discriminao. Falo isso porque ao rece-

ber um diagnstico como o que recebi, comum sentir-seangustiado, mal, e achar que a vida j terminou. Passa-sea considerar-se uma pessoa sem importncia. Se for umapessoa orgulhosa e que se acha superior aos outros, tenho aimpresso de que sofrer muito mais com a notcia.

Tenho dificuldade em exprimir com palavras este senti-

mento inicial e somente as pessoas que tambm passarampor isso podem entender melhor o que se passa em nossocorao e nossa mente. Depois, com o tempo, que fui meacalmando e vendo uma perspectiva de tratamento e de


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cura; percebi que no era o fim do mundo, como me falouum paciente, Dr. Alexandre: Quando tiver um proble-

ma, pense que poderia ser muito pior. Estas palavras somuito sbias, pois, realmente, poderia ser pior; tenho forapara reagir e lutar, para continuar vivendo normalmente,trabalhando e enfrentando a doena. Hoje em dia, comum diagnstico precoce e todos os tratamentos mdicosdisponveis, essa doena deve ser encarada como qualquer

outra e deve ser enfrentada, e no mais encarada como ofim de tudo.


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O incio

C , com toda a famlia para a Eu-ropa em comemorao pelas bodas de ouro dos meus pais.Na volta, comum a todo viajante repercutir os aconteci-mentos, as fotos. Assim tambm o foi comigo, mas logo emseguida minha esposa apresentou problemas de sade e co-meamos uma maratona de exames e consultas mdicas.Ao final, verificou-se a necessidade de uma cirurgia; graasa Deus tudo correu bem e ela se recuperou rapidamente.Conto-lhes esses episdios para mostrar que, em meio a

tudo isso, no dei ateno para alguns sintomas que sentiana poca.

Meses antes ao diagnstico, hoje percebo alguns aspectosimportantes que no me chamaram a ateno na pocaem que ocorriam: apesar de ter um funcionamento intes-tinal como um relgio, nas horas certas, eu sentia como

se meu intestino no estivesse completamente esvaziado euns quinze minutos depois j sentia vontade de evacuar no-vamente; aumento da frequncia de diarreias sem motivoaparente; afinamento no dimetro das fezes. Por dois dias


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seguidos, percebi uma mancha vermelho escuro, quase vi-nho, nas fezes e s a entrei em alerta e desconfiei que algumproblema estivesse acontecendo. Na verdade, essa observa-o das fezes (tipo e colorao) que eu sempre fiz deveriaser uma rotina que todas as pessoas deveriam seguir, pelomenos uma vez por semana e de preferncia em um vasosanitrio de cor clara para melhor visualizao.

Imediatamente, liguei para um amigo de adolescncia emdico. Na consulta, ele me examinou e realizou um to-que retal. Como bom e competente mdico, desconfiou dealgum problema mais grave (sempre achei que ele j sabiado que se tratava, mas no quis me assustar), e me pediuexames gerais de sangue e especficos, como ultrassom de

abdmen total, uma endoscopia gstrica e uma colonosco-pia intestinal. Apesar de ser uma poca de festas e alegria meados de dezembro , resolvi no adiar a realizao dosexames, afinal entendi que havia recebido um sinal e umaviso, pois meus sintomas no chamariam a ateno damaioria das pessoas.

Realizei os exames de sangue e o ultrassom no dia vintee trs de dezembro e a endoscopia e a colonoscopia, no diavinte e oito do mesmo ms. A colonoscopia um examemais complicado, pois precisei fazer um preparo intestinal,deixando-o totalmente limpo; para isso, tive que tomar ummedicamento misturado com suco de limo. Por ser um

exame delicado e longo, tive que receber sedao.Foi o Natal e a passagem de ano mais apreensivos de

minha vida. Estava tenso, ansioso, angustiado, sentia umapresso no peito, parecia j prever que receberia notcias


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difceis frente. Passei o Natal com a famlia de minha es-posa e a virada do ano com a minha famlia em guas de

Lindoia, mas ao contrrio do previsto, no quis ficar l, evoltei logo nos primeiros dias do ano. O resultado dos exa-mes ficou pronto na tarde do dia quatro de janeiro, mas nahora de ir busc-los teve incio um verdadeiro temporal emSo Paulo e, como precisava retir-los no bairro do Morum-bi, achei melhor pedir a entrega atravs de um mensageiro

no dia seguinte. Na data marcada, os exames chegaram nahora do almoo, e eu os abri em casa. Os resultados deramnormais, exceto a colonoscopia, que indicava uma leso decrescimento lateral, de configurao espraiada com mais oumenos cinco centmetros e com rea sugestiva de degenera-o. Foi realizada uma bipsia na pea retirada e o resultado

foi adenocarcinoma vilotubular, ou popularmente chama-do cncer.

Levei imediatamente os resultados para o meu amigoavaliar. Ele, ento, me deu toda a orientao inicial e in-dicou colegas para o tratamento, pois a regio de minhadoena no era sua especialidade. Conversamos longamen-

te, meu estado emocional e a proximidade da sua amizademe fizeram chorar novamente. Agradeo imensamente seuterno e carinhoso abrao ao final da consulta, pois nessashoras difceis gestos como esse se tornam fundamentais enos ajudam muito.


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Este livro no termina aqui...

Para ler as demais pginas, adquira-o em:

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