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Page 1: Tendências da publicidade no rádio AM na cidade de Rio Claro: um

II Encontro Nacional da Rede Alfredo de CarvalhoFlorianópolis, de 15 a 17 de abril de 2004

GT História da Publicidade e da PropagandaCoordenação: Prof. Adolpho Queiroz (UMESP)

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Tendências da publicidade no rádio AM na cidade de Rio Claro: um estudo do

programa Bom Dia Sucesso do radialista Ney Paiva.

Ricardo Santana - Faculdades Integradas Claretianas1.

Prof. Ms. Paulo Sérgio Tomaziello - Faculdades Integradas Claretianas2.

Resumo

O presente artigo faz parte de projeto de iniciação científica que vem sendo

desenvolvido pelo aluno Ricardo Santana, do 3º ano do curso de Comunicação Social com

habilitação em Publicidade e Propaganda das Faculdades Integradas Claretianas da cidade

de Rio Claro/SP, sob orientação do professor Paulo Sérgio Tomaziello2.

Tem como objetivo, identificar quais as tendências da publicidade no rádio AM

(Amplitude Modulada) na cidade de Rio Claro, e neste caso específico no programa “Bom

Dia Sucesso”, apresentado há 15 anos pelo radialista Ney Paiva na “Rádio Educação e

Cultura”.

“Bom Dia Sucesso” é voltado para o público feminino das classes B, C, D e E. Para

tanto, se faz necessário conhecer a história desta emissora e do programa, identificar a

formatação e as características do programa, entender as características que diferenciam as

rádios AM e FM, entender como se dão as relações publicitárias entre o programa, os

anunciantes, as produtoras de som e agências de publicidade, além de identificar as

características das peças publicitárias veiculadas no programa e entender a relação existente

entre o apresentador e o público.

Palavras-chave : História, Publicidade e Rádio.

______________________________1Aluno do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda das Faculdades

Integradas Claretianas de Rio Claro/SP. 2Prof. Ms. Paulo Sérgio Tomaziello - bacharel em Comunicação Social, doutorando em Comunicação,

Administração e Educação pela Universidade São Marcos/SP e professor das Faculdades Integradas

Claretianas de Rio Claro/SP e do Centro Universitário Salesiano de São Paulo/UNISAL de Americana.

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INTRODUÇÃO

Atualmente, o rádio é um dos mais populares meios de comunicação. Possui grande

penetração entre os diversos públicos e constitui uma fonte de informação e entretenimento,

bem como de informação e serviços. Porém, mesmo sendo um veículo de comunicação

altamente vantajoso em relação ao retorno publicitário, o rádio continua sendo pouco

estudado, o que justifica o empenho desse pesquisador. Em programas como “Bom Dia,

Sucesso”, uma das principais características contidas nas mensagens publicitárias é a

utilização da credibilidade do apresentador, no caso Ney Paiva, como testemunhal para a

venda de produtos. Esse é um dos formatos publicitários mais utilizados em programas

similares na rádio AM e que também começa a ser notado sua utilização em programas de

TV, como o Programa do Ratinho e o Domingo Legal, de Gugu Liberato.

A modelagem e o controle do indivíduo em sua sociedade são feitos por meio da

opinião pública, que por sua vez, está ligada à política e a economia, que muitas vezes,

controlam e determinam o conteúdo dessa mensagem. Estas últimas possuem graus de

credibilidade que irão formar e influenciar nas decisões, variando de acordo, não somente

como a mensagem é transmitida, mas sim de quem a transmite.

Como ligação entre o emissor e o receptor, os meios de comunicação fazem esse

trabalho de forma a realmente ditar as regras de comportamento, dessa sociedade, dentro de

cada cultura, modificando conforme o seu desenvolvimento durante os tempos.

Para se medir o tamanho das influências é necessário o levantamento de estudos

direcionados, mais profundos, em relação à comunicação local e regional, dentro dos meios

de comunicação mais específicos (Rádio, Jornal, TV, Revistas, Outdoor e entre outros).

METODOLOGIA

Esse estudo de caso teve início com pesquisas bibliográfica e documental, onde

houve uma primeira aproximação com o objeto de estudo, seguido por entrevistas semi-

estruturas com o apresentador Ney Paiva e outras personalidades importantes na história da

Rádio Educação e Cultura e do programa “Bom Dia Sucesso”. Além disso, haverá a

necessidade de realizar entrevistas com ouvintes e anunciantes do programa.

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O RÁDIO NO MUNDO

De acordo com a história oficial, o precursor da radiofonia foi o cientista Guglielmo

Marconi, que século 19, mais precisamente no ano de 1896, utilizando um equipamento

denominado oscilador tipo “Hertz” e um cohesor de “Branly-Popoff”, conseguir realizar

transmissor e recepções de sinais em um curto espaço físico.

Por meio de estudos e pesquisas de teorias desenvolvidas por Faraday, Edison,

Hertz, Branly e Popoff, conseguir aumentar esse espaço de transmissão e recepção,

principalmente quando a antena era posicionada em maiores alturas.

Essa idéia não foi aceita pelos italianos. Então foi levada à Inglaterra, que obteve a

patente para seu telégrafo sem fio no mesmo ano, demonstrando interesses comerciais, pois

através desta, poderia ser inserido em seus navios cargueiros que ficavam afastados da

costa.

No entanto, no ano de 1893, três anos antes da descoberta de Marconi, o Padre

Roberto Landell de Moura, gaúcho, nascido em 21 de Janeiro de 1861, é também

considerado o inventor do rádio. Landell realizou, no alto da Avenida Paulista para o Alto

de Santana, as primeiras transmissões de telegrafia e de telefonia sem fio, por meio de

aparelhos transmissores e receptores inventados por ele, que alcançaram uma distância de

oito quilômetros em linha reta.

Landell conseguiu a patente brasileira pelo seu invento somente no ano de 1901,

com o número de registro 3279, referente a um “aparelho destinado à transmissão phonética

à distância, com fio ou sem, através do espaço, da terra e do elemento aquoso”. Landell

surpreende não apenas por ser o pioneiro, mas por desenvolver sozinho todos os estudos

sobre a transmissão e recepção de som. Acumulava as funções de cientista, de engenheiro e

de operário de todo o seu invento.

Uma dúvida paira no ar. O Padre Landell de Moura é realmente o precursor nas

transmissões de vozes, ruído e entre outros?

De fato, mesmo antes de Marconi, outros nomes contribuíram para tal feito

realizado, como estudos e pesquisas realizadas por cientistas como: Willian Gilbert,

Michael Faraday, James C. Maxwell, Thomas A. Edison, Henrich Rudolph Hertz, o físico

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russo Alexander Stepanovitch Popov (que realizou no ano de 1895, a transmissão/ recepção

e decifrou a primeira mensagem telegráfica sem fio com sucesso, ficando no anonimato) e

entre outros pesquisadores.

Durante a primeira Guerra Mundial, foram desenvolvidos equipamentos por

engenheiros da Westinghouse, para atender às necessidades de comunicação entres as

tropas.

Com o término da guerra, muitos aparelhos foram estocados, sem qualquer proveito,

até então uma solução para compensar o investimento inicial e derrubar o prejuízo. Foi

colocada uma grande antena no pátio desta fábrica, transmitindo músicas para os habitantes

desse bairro, causando desta forma, procura pelo produto “rádio”. Mais tarde aqueles

equipamentos encalhados serviram de produtos duráveis residenciais. Uma nova

necessidade desenvolvida pela empresa para o consumidor, retirando do vermelho seus

investimentos, que havia como objetivo inicial, produzir ferramentas (transmissores/

receptores) para guerra.

A mesma empresa no ano de 1919, época em que surge a “Era do Rádio”, consegue

um ano após, criar o microfone, que foi baseado na mesma estrutura do bocal de telefone,

transformando dessa maneira e de forma evolutiva, a cara do rádio.

HISTÓRIA DO RÁDIO NO BRASIL

De acordo com história, o primeiro transmissor de ondas trazido para o Brasil, foi

instalado no ano de 1913, por Paul Forman Godley, que foi um dos fundadores da

ADAMS-MORGAN/ PARAGON, na região Amazônica, a pedido do governo brasileiro.

Durante a inauguração da Exposição do centenário da Independência do Brasil na

Esplanada do Castelo, no dia 07 de Setembro de 1922, ocorreu um grande acontecimento, a

primeira transmissão de rádio, onde o público ouviu o pronunciamento do Presidente da

República, Epitácio Pessoa; a ópera “O Guarani”, de Carlos Gomes, transmitida

diretamente do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, além de conferências e diversas

atrações.

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Somente em 1923, o rádio começa sua trajetória no país, iniciada com a instalação

da primeira emissora brasileira: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada por Roquete

Pinto e Henrique Morize.

Apesar da vontade de popularizar a cultura e a educação, o modelo de rádio que se

consolida no Brasil durante quase toda a década de 20, é o das denominadas “rádios clube”,

que tinham como características de associações, relacionando-se e atingindo uma camada

seleta da população, com condições financeiras de adquirir equipamentos receptores.

Basicamente a programação musical destas rádios era impulsionada pelos próprios

ouvintes, que cediam seus discos de óperas, o que figuravam uma cultura erudita.

As rádios mantinham-se, nessa primeira fase, com mensalidades pagas pelos

proprietários de aparelhos receptores; por doações concedidas esporadicamente pelas

entidades privadas ou públicas e, muito raramente com inserções de anúncios, que eram

proibidos pela legislação da época.

No ano de 30, a legislação passa por mudanças, configurando uma melhor atividade

de radiodifusão e o barateamento dos equipamentos receptores, que se tornam um dos

motivos decisivos para a população do rádio.

Nesta mesma década, o rádio desempenha um papel importante na propaganda

política na revolução de 1932, em São Paulo, onde o César Ladeira ganhou fama como

locutor oficial da revolução, por meio da Rádio Record, conclamando o povo em favor da

causa política. Mais Tarde em 1935 a Rádio Kosmos, de São Paulo e depois a Rádio

América, criam o primeiro programa de auditório.

A década de 40 é conhecida como: a década de ouro do rádio no Brasil. Foi nesse

período que ao rádio passou por mais mudanças, adquirindo linguagem própria,

modernizando-se e ocupando o lugar de principal veículo do país. Nesta época dá-se início

as guerras pela audiência, requisito este que se torna fundamental para a conquista da

publicidade e, portanto, de recursos.

È importante citar sobre a primeira rádio-novela do rádio brasileiro, que foi ao ar em

1942, pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, e que teve o nome de “Em Busca da

Felicidade”. Mais tarde em 1942, essa mesma rádio transmitia 14 novelas diariamente para

diferentes gêneros.

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Essa década assiste ao surgimento da segmentação das atividades em rádio. A Rádio

Panamericana, de São Paulo, no ano de 1947, transforma-se na “emissora dos esportes”,

tornando-se líder em audiência neste segmento.

Destaque para as Rádios, “Repórter Esso”, da Rádio Nacional, o “Grande Jornal

Falado Tupi” e o “Matutino Tupi”, rádios do segmento jornalístico.

O lugar principal da sala do ouvinte, na década de 50, já não é mais do rádio, pois é

nessa mesma época que surge a TV.

A televisão em seus primeiros passos busca os profissionais da rádio, para que

transportassem seus quadros de grandes sucessos para a televisão. O surgimento dessa

mídia poderosa faz com que as rádios busquem uma linguagem mais econômica, onde

perdem as grandes produções como: programas de auditórios e as radionovelas, que são

praticamente condenadas ao desaparecimento, gradativamente.

Com todas essas mudanças e enfraquecimentos em sua popularização a rádio

precisou especializar-se em informação, sobretudo a exploração da instantaneidade, da

possibilidade de “chegar na frente”. Isto acabou garantindo a vanguarda na área informativa

a partir da década de 60.

E, contudo o rádio, frente à evolução da comunicação, passa por processos de

desenvolvimentos, trazendo a tecnologia, acessibilidade e a qualidade ao ouvinte.

Posteriormente, na década de 70 surgem os canais em Freqüência Modulada, as

conhecidas popularmente, rádio FM.

CARACTERÍSTICAS DAS RÁDIOS AM E FM

A Rádio AM

Neste capítulo, este estudo busca mostrar as principais características e diferenças

das duas formas de emissoras, AM (Amplitude Modulada) e FM (Freqüência Modulada).

Nos casos da emissora de rádio AM, é destinada a maior parte do seu horário, cerca

de 70 %, aos programas definidos como de jornalismo e variedades e, o restante, 30%, com

programas puramente musicais. A discussão e busca de soluções para os problemas do

cotidiano ou do cidadão comum, também estão contempladas no conteúdo dessas

emissoras.

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Segundo trabalho de pesquisa denominado “Radiojornalismo em Piracicaba:

programas e propagandas” (QUEIRÓZ; GONÇALVES; TOMAZIELLO, 1994), o cidadão

das classes mais populares e que ouvem as rádios AM, se informam quase que

exclusivamente através deste meio de comunicação, assim sendo os programas que

contemplam a informação e a prestação de serviços é marca registrada dessas emissoras.

Locutores com características de comunicação séria e voz marcante são quase que

um padrão de voz nessas emissoras, mas com muito carisma sobre os seus ouvintes.

As emissoras AM têm, também, entre suas características a presença de um ouvinte

de faixa etária mais elevada; tem uma ligação maior com os mesmos, utilizando uma

linguagem mais intimista que aproxima o emissor do receptor.

A Rádio FM

Voltada para um público ouvinte jovem, com veiculação maciça de musica (padrão

norte-americano de rádio FM), seus locutores têm características de comunicação

humanísticas, sátiras e de brincadeiras. Ao contrário da rádio AM, as pessoas procuram

mais entretenimento do que informação e prestação de serviços, criando assim, um

relacionamento mais frio e menos interativo.

Um dado relevante do ouvinte de FM é que estes mudam facilmente de estação

quando há maior veiculação de prosa do locutor e de comerciais.

Uma das características que define bem as FMs é à busca da segmentação da

preferência musical do público (samba, rock, blues, jazz e etc).

PROPAGANDA EM RÁDIO

A propaganda no rádio possui diversos formatos. Neste trabalho procuramos

destacar aquelas peças publicitárias radiofônicas mais utilizadas, bem como seus conceitos.

Tais conceitos são baseados no trabalho do professor e pesquisador Clóvis Reis,

apresentado no Congresso da INTERCOM de 2001, denominado “Formato da Publicidade

em Rádio”.

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1) SPOT: Texto publicitário para transmissão radiofônica, que pode conter um

fundo musical e/ou efeitos sonoros, transparecendo a imagem quase real da mensagem. Sua

força está na mensagem escrita e interpretada e pode ter 15”, 30”, 45” ou acima de 1

minuto de duração.

2) JINGLE: É a mensagem publicitária cantada, em forma de música. Tem como

característica ser uma música simples, atraente e cativante, fácil de cantarolar e recordar.

Sua duração é semelhante ao SPOT.

3) TEXTO – FOGUETE: Parecido com o SPOT, possui uma duração menor, entre 5

a 7 segundos. Geralmente estes tipos de mensagens surgem por meio de transmissões

esportivas.

4) TESTEMUNHAL: É o texto falado no ar; é o testemunho do locutor-

apresentador a respeito do produto/serviço que está sendo anunciado.

5) ROTATIVO: Comercial de rádio e TV, sem uma programação rígida de horário a

ser veiculado, que é apresentado várias vezes ao dia, entre os programas de diferentes

horários.

A CIDADE DE RIO CLARO

Entendemos ser de fundamental importância contar um pouco da história da cidade

de Rio Claro, para que o leitor de outras regiões do país entenda em que contexto esta

pesquisa se desenvolve.

Para busca de tais informações realizamos uma pesquisa no “site” cujo endereço

eletrônico: http://www.fphesp.org.br/exposicao/Expo13/cronologia%20da%20cidade.htm,

do qual extraímos o texto abaixo:

A povoação que originou a atual cidade de Rio Claro iniciou-se, em

1825, como pouso das tropas que atravessavam a província de São Paulo

para os sertões de Araraquara e daí Minas Gerais e Goiás. Foi construída

uma capela dedicada a São João Batista. O povoado recebeu o nome de

São João Batista do Ribeirão Claro. Seus povoadores foram Manoel Paes

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de Arruda, Francisco Costa Alves, Antônio Paes de Barros e Nicolau

Pereira de Campos Vergueiro, entre outros.

Mais tarde foi elevada a Capela Curada, respectivamente na data de

07 de maio de 1827. A capela ficava onde hoje está a Igreja Matriz de

São João Batista. Dois anos após em 1830, de acordo com o Conselho

Geral da Província, D. Pedro I eleva o povoado à categoria de freguesia

de Itu.

A Assembléia Provincial de São Paulo cria o Município de São

João Batista de Rio Claro em 07 de março de 1845. A Câmara Municipal

é empossada no mesmo ano em 9 de novembro.

Sua emancipação nasce em 30 de abril de 1857, onde mais tarde em

1859 é criada a comarca de São João do Rio Claro. O nome Rio Claro é

adotado somente em 20 de dezembro de 1905.

Atualmente a cidade possui uma área de 503 km2. Localizada a leste do Estado de

São Paulo, a cidade está distante da capital 157 km em linha reta e 173 km através das

rodovias Bandeirantes, Anhanguera Washington Luis. Situada na região de Campinas,

segundo pólo industrial do Estado de São Paulo faz parte de uma micro-região bastante

desenvolvida e em constante expansão econômica (com crescimento de valor gerado), Rio

Claro encontra-se a 240 km do Porto de Santos, a 85 km do Aeroporto Internacional de

Viracopos (utilizado principalmente para cargas) e a 200 km do Aeroporto Internacional de

Guarulhos, na região metropolitana da Capital. O município, que possui parte de seu

território em Área de Proteção Ambiental, está inserido na Bacia do Rio Corumbataí, um

importante recurso a para o abastecimento água para a região.

O município tem área total de 499,9 Km2, densidade demográfica de 320,79 hab.

/km2 (1998) e os seguintes municípios limítrofes: Norte: Corumbataí e Leme, Sul:

Piracicaba, Leste: Araras e Santa Gertrudes e Oeste: lpeúna e ltirapina.

A área rural de Rio Claro está voltada economicamente para o cultivo e colheita da cana

de açúcar, cítricos e pastagens. No que se refere aos serviços de infra-estrutura básicos,

100% das residências possuem água encanada, 99% contam com rede de esgoto e 98% são

servidas por luz elétrica.

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O incentivo às pequenas empresas é feito através de uma incubadora industrial -

Projeto NIDO, que oferece oportunidades para aqueles que desejam abrir seu negócio, mas

não dispõem de capital e infra-estrutura inicial. Quanto às redes de comunicação, Rio Claro

dispõe de 2 jornais diários, 3 jornais semanários, 4 emissoras de rádio, 1 canal de TV

aberto, 2 canais de TV a cabo e 2 provedores locais de Internet, além de outros meios

regionais. Com as características citadas, Rio Claro foi indicada no ano de 1997 pela

Revista Exame como a melhor cidade de porte médio do país para receber investimentos

industriais. Hoje, entre suas maiores indústrias estão a Brastemp, Tigre, Volkswagen e

Riclan. (ELSTON-GOMES, 2000)

SURGIMENTO DO RÁDIO EM RIO CLARO

Nos anos trinta do século XX a dificuldade de sintonizar uma emissora de rádio de

outras localidades era tarefa das mais difíceis na cidade de Rio Claro. Desta forma

rioclarenses com visão empreendedora começaram a pensar na possibilidade de instalar

uma emissora de rádio local.

Com isto, no dia 30 de abril de 1934, ocorre a primeira transmissão radiofônica, em

caráter experimental, na cidade de Rio Claro. Esta transmissão durou apenas duas horas e a

emissora se torna oficial no dia 24 de junho do mesmo ano, quando começa a operar com o

nome de Rádio Clube de Rio Claro-PRF-2. A família Cartolano faz parte desta história,

pois vários de seus membros, além de ter trazido a radiodifusão para a cidade impediram

que o prefixo PRF-2 fosse vendido para pessoas interessadas que queriam leva-la para a

cidade de São Carlos.

Nos dias de hoje, a Rádio Clube opera nas faixas de AM e FM e pertence ao grupo

Sistema Jornal de Rádio, de propriedade de Orlando Zovico, que opera com várias

emissoras de rádio na região.

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O SURGIMENTO DA RÁDIO EDUCAÇÃO E CULTURA – AM EM RIO CLARO

E O PROGRAMA “BOM DIA SUCESSO” DE NEY PAIVA.

A criação da emissora de Rádio Educação e Cultura AM na cidade de Rio Claro, em

04 de outubro de 1966, surgiu de idealizadores, como: Orlando Fratucelli, Hélio Bizarro

Teixeira, Heid Teixeira, Padre Augusto Casagrande, Ocyres Bertoni e Benedito Franco

Camargo, que se reuniam em busca da inserção de cultura, notícia, prestação de serviços

sociais e de uma boa música.

O programa “Bom Dia Sucesso” da Rádio Educação e Cultura Am de Rio Claro/SP,

existe desde 1989 e é apresentado pelo locutor e Diretor José Claudinei Paiva, conhecido

pelos ouvintes como Ney Paiva, detentor de uma grande credibilidade que se consolidou e

continua mantendo-se devido o tempo de exposição ao público.

Seu horário é das 8 às 12 horas, com pequenos intervalos. Esse programa é uma

herança da Rádio América de São Paulo (1980), pois a mesma fazia gravações para outras

rádios do interior. Essa característica terminou quando a emissora “Rádio Educação e

Cultura” resolveu desenvolver e apresentar em sua própria sede, o programa ao vivo.

Suas principais características são: transmissão das notícias do dia, apoio à

população e diversão, por parte das músicas.

O apresentador possui simpatia dos moradores da cidade de Rio Claro, abrindo um

canal ao ouvinte, para que possam colocar no ar suas dúvidas, sugestões, elogios e

reclamações sobre a cidade.

Existe também a participação de outras pessoas, como advogados, médicos e até

mesmo os astrólogos fazem parte desse apoio, atendendo dúvidas dos ouvintes.

De segunda a sexta-feira, programação musical é a mesma: músicas populares,

pagodes, e sertanejos, caracterizando um público de classes C, D e E.

A programação aos sábados é um pouco diferente. As músicas apresentadas são

mais antigas, especialmente das décadas de 40, 50 e 60, um convite este para um público

diferente, segmentado, de classe social B.

Mesmo com essa diferença na programação, os anúncios não mudam sua forma, que

são classificados pelo próprio Ney Paiva, como testemunhal e rotativo (PAIVA, 2003). O

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locutor usa sua empatia com os ouvintes, para transmitir a mensagem de seus anunciantes,

que em sua maior parte, são exibidas durante o programa.

Baseado em conceitos de tradição, interatividade, qualidade e fidelidade descritas

por Nair Prata, em “A Fidelidade do Ouvinte de Rádio” (Intercom, 2002), entendemos que

as definições da autora se aplicam muito bem ao relacionamento entre o radialista Ney

Paiva e seu público ouvinte.

Na relação com seus ouvintes, o apresentador se utiliza de formas tradicionais de se

fazer rádio, que por sua vez mantém a mesma formatação, envolvendo quadros fixos

sempre nos mesmos horários, estilos de músicas, notícias e reportagens.

Quanto à interatividade, a participação acontece a todo instante, desde o início até o

fim do programa, por cartas, telefone e em algumas vezes ao vivo no estúdio.

A credibilidade é uma característica marcante em seu programa, pois seus ouvintes

têm a certeza de estar recebendo a mensagem de forma verdadeira, o que comprova a força

da tradição em sua programação.

Já a qualidade em seu programa, em termos técnicos, evoluiu bastante para os

padrões de rádio AM da atualidade, utilizando CD Playes, acústica do estúdio e ainda

mantendo os tradicionais discos de vinil, fitas cassete e seus devidos equipamentos.

A fidelidade de seus ouvintes é a união de todas as modalidades já apresentadas. É

um equilíbrio que não deve ser quebrado. A relação está mais próxima a seriedade do

locutor-programa-rádio, que se tornam sinônimas. Esta fidelidade é a prova final de força

que o locutor conquistou durante esses 15 anos de apresentação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa, que traz ainda resultados parciais, uma vez que deverá ser concluída

no segundo semestre desse ano de 2004, já nos aponta algumas constatações que

consideramos ser relevantes para uma análise do objeto estudado.

A pesquisa também nos mostra as marcantes diferenças entre as programações

radiofônicas das emissoras AM e das FM.

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O programa Bom Dia Sucesso apresentado pelo radialista Ney Paiva, mostra que

uma das tendências da publicidade no rádio AM da cidade de Rio Claro, é a forte presença

dos anúncios testemunhais.

A credibilidade adquirida por Ney Paiva vem sendo transferida para os produtos e

serviços anunciados no programa “Bom Dia Sucesso”. Haja vista que anunciantes como “A

Musical Braguinha”, Loja de Móveis Kieny e os tradicionais: “Café Expresso 25” e “Café

Wenzel” produzidos na cidade, estão presentes no quando de anunciantes tradicionais do

programa apresentado ao longo dos seus 15 anos de existência.

Em um levantamento preliminar observamos uma coerência entre as classes sociais

de seus ouvintes e os tipos de produtos de maior aceitação popular anunciados no

programa.

Esse estilo desenvolvido por Ney Paiva que através da maneira de se comunicar,

abrindo espaço para o ouvinte reivindicar melhorias para sua comunidade ou mesmo para

divulgar datas importantes, como aniversários, casamentos e outros eventos festivos ou

culturais, fazem parte da receita vitoriosa do “Bom Dia Sucesso”.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARTOLANO Jr., Francisco. História da Rádio Clube. 1999. Depoimento concedido a

Witness R. Soares e Elber F. Novo.

DEL BIANCO, Nélia R.; MOREIRA, Sônia Virgínia (org). Rádio no Brasil: tendências e

perspectivas. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 1999.

ELSTON-GOMES, Renato. Histórias das Agências de Publicidades em Rio Claro.

2000. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Universidade Metodista de São

Paulo, São Bernardo do Campo.

MARTINS, Zeca. Propaganda é isso aí!: um guia para novos anunciantes e futuros

publicitários. São Paulo: Ed. Futura, 1999.

MCLEISH, Robert. Produção de rádio: um guia abrangente da produção radiofônica. São

Paulo: Ed. Summus, 2001. (Novas buscas em comunicação).

MEDITSCH, Eduardo. A Rádio na era da informação: teoria e técnica do novo

radiojornalismo. Coimbra: Ed. Minerva, 1999.

MOREIRA, S.V. O Rádio no Brasil. Rio Janeiro: Editora Rio Fundo, 1995.

ORTRIWANO, G. S. A informação no rádio: os grupos de poder e a determinação dos

conteúdos.. São Paulo: Summus Editorial,1985

PRATA, Nair. A fidelidade do ouvinte de rádio. INTERCOM 2002.

PAIVA, Claudinei. Bom Dia Sucesso. Entrevista 2003 concedia a Valter Lourenção.

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REIS, Clóvis. Formato da Publicidade em Rádio. INTERCOM 2001.

SANT'ANNA, Armando. Propaganda: teoria, técnica e prática. 7.ed. São Paulo: Ed.

Pioneira, 1998/2001. (Biblioteca Pioneira de arte, comunicação, arquitetura e urbanismo).

Sites consultados:

www.microfone.jor.br/historia

www.rioclaro.com.br

www.fphesp.org.br/exposicao/Expo13/cronologia%20da%20cidade.htm