tempero seco

24
Fábrica de Temperos Secos Apresentação do Negócio As plantas utilizadas para condimentar e dar um sabor especial a diversos pratos típicos acompanham a história e a ambição do homem. Quando Cabral chegou ao Brasil, as ,ou temperos, eram mercadorias valiosíssimas no comércio internacional. Quando os nativos experimentaram a comida daqueles que acabaram de chegar, detestaram e cuspiram os alimentos, achando-os demasiadamente temperados. Os portugueses jamais abriram mão de especiarias como cravo, canela, baunilha, gengibre, mostarda e erva-doce, trazidas da Índia e de outros países da Ásia ou da África. Durante muito tempo, cada frota que chegava ao Brasil era acompanhada por uma nau de mantimentos carregada de alimentos e temperos que, aos poucos, passaram a ser cultivados também por aqui, como a noz-moscada e o cravo-da-índia, por exemplo. Na época, porém, o legítimo tempero brasileiro era o ionquê, mistura de sal com pimenta vermelha socada, preparada habitualmente pelos indígenas. Durante o período da escravidão, os portugueses aprenderam a comer banana frita com azeite-de-dendê e a preparar pratos com gengibre, coentro e cheiro-verde, por exemplo. Índios, escravos, invasores e imigrantes resultaram, finalmente, na mistura de raças que constitui o Brasil de hoje, contribuindo para enriquecer o variado cardápio alimentar adotado correntemente no país. O plantio da cúrcuma, um tubérculo de sabor próximo ao do gengibre, foi de muita utilidade para marcar os caminhos percorridos durante as expedições dos bandeirantes, que desbravaram o país em busca de ouro e pedras preciosas. Em alguns lugares, como Minas Gerais, seu uso tornou-se indispensável para deixar o arroz amarelinho.

Upload: arlisson-oliveira

Post on 05-Jul-2015

268 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: tempero seco

Fábrica de Temperos Secos

Apresentação do Negócio

As plantas utilizadas para condimentar e dar um sabor especial a diversos pratos típicos acompanham a história e a ambição do homem.Quando Cabral chegou ao Brasil, as ,ou temperos, eram mercadorias valiosíssimas no comércio internacional.

Quando os nativos experimentaram a comida daqueles que acabaram de chegar, detestaram e cuspiram os alimentos, achando-osdemasiadamente temperados. Os portugueses jamais abriram mão de especiarias como cravo, canela, baunilha, gengibre, mostarda eerva-doce, trazidas da Índia e de outros países da Ásia ou da África.

Durante muito tempo, cada frota que chegava ao Brasil era acompanhada por uma nau de mantimentos carregada de alimentos e temperos que, aos poucos, passaram a ser cultivados também por aqui, como a noz-moscada e o cravo-da-índia, por exemplo.

Na época, porém, o legítimo tempero brasileiro era o ionquê, mistura de sal com pimenta vermelha socada, preparada habitualmente pelos indígenas. Durante o período da escravidão, os portugueses aprenderam a comer banana frita com azeite-de-dendê e a prepararpratos com gengibre, coentro e cheiro-verde, por exemplo. Índios, escravos, invasores e imigrantes resultaram, finalmente, na mistura deraças que constitui o Brasil de hoje, contribuindo para enriquecer o variado cardápio alimentar adotado correntemente no país.

O plantio da cúrcuma, um tubérculo de sabor próximo ao do gengibre, foi de muita utilidade para marcar os caminhos percorridos durante as expedições dos bandeirantes, que desbravaram o país em busca de ouro e pedras preciosas. Em alguns lugares, como Minas Gerais, seu uso tornou-se indispensável para deixar o arroz amarelinho.

Page 2: tempero seco

Foi com os imigrantes que o Brasil aprendeu a gostar dos temperos, alguns escreviam aos parentes pedindo que mandassem sementes de ervas aromáticas. Dessa forma, os brasileiros aprenderam com os italianos a fazer massas com manjerona ou manjericão; a usar a hortelã com os árabes; a saborear azedinha com os libaneses; a utilizar páprica nos ensopados com os povos do leste europeu; a preparar pratos com açafrão com os espanhóis; a usar salsão e cheiro-verde como tempero com os franceses, dentre outras.

Hoje, em função da globalização, é possível encontrar especiarias, molhos e temperos de todos os cantos do mundo nas prateleiras dossupermercados e criar novos hábitos, até para mexer o cafezinho.Mercado

Transcorrido 500 anos de descobrimento do Brasil, percebe-se que os temperos secos movimentam negócios no valor de US$ 15 bilhões por ano no mercado mundial. O Brasil ainda participa desse mercado de forma tímida e atua muito mais como comprador do que como vendedor. Com exceção de poucos produtos, cultivados para atender ao mercado interno.

Os agricultores brasileiros denotam ainda estar distantes da profissionalização na plantação de culturas destinadas a produção detemperos. As indústrias de tempero, principalmente as de pequeno porte, também não se especializaram na qualificação da produção em escala comercial nesse tipo de mercado, por isso estamos ainda numa condição embrionária na industrialização e comercialização detemperos.

O mercado de temperos secos é dominado por grandes empresas e o mercado consumidor que se resume às vendas em supermercados, restaurantes, mercearias e firmas responsáveis pela distribuição de alimentos. No entanto, existe um grande mercado a ser explorado que é o de consumidores de cidade e bairros periféricos que não são atendidos adequadamente pelas grandes empresas. Tais localidades geralmente tem apenas pequenos “mercadinhos” ou mercearias deixando de ser um nicho interessante para o grande empreendedor.

O mercado de ervas e temperos orgânicos mostra-se atualmente com uma taxa média de crescimento em torno de 30% anuais. A taxa de crescimento do mercado convencional é de 2% ao ano.Localização

A definição da localização do empreendimento deverá basear-se na formatação que o empreendedor queira e espera dar a sua empresa de fabricação de temperos secos, tanto no que tange a volume de produção quanto a sua forma de atuação perante o públicoconsumidor.

Deve-se aliar a facilidade de identificação da empresa pelos consumidores, o acesso ao local, a agilidade nos deslocamentos de suaequipe na distribuição das entregas aos pontos de vendas ou mesmo diretamente para os consumidores individuais e a oferta deestacionamento para a clientela.

O empreendedor deverá procurar o órgão específico da Prefeitura Municipal visando levantar a possibilidade de instalar esse tipo deempresa na localidade escolhida. Isto se faz necessário uma vez que normalmente todos os municípios brasileiros têm o Plano Diretor

Page 3: tempero seco

Urbano – PDU, no qual é definido que tipo de negócio pode ou não ser instalado em determinadas áreas, bairros, etc.

Page 4: tempero seco

Ao definir o imóvel para instalação da empresa de fabricação de temperos secos deverá optar por um espaço bem localizado e de fácilacesso, que tenha uma fachada bem elaborada, transformando-se em um chamariz para os possíveis consumidores.Exigências legais específicas

O empreendedor de uma empresa de fabricação de temperos secos deverá cumprir algumas exigências iniciais e somente poderá seestabelecer depois de cumpridas, quais sejam:

Etapas do Registro

1ª Etapa:

a) Registro da empresa nos seguintes órgãos:

-Junta Comercial;-Secretaria da Receita Federal (CNPJ);-Secretaria Estadual de Fazenda;-Prefeitura do Município para obter o alvará de funcionamento;-Enquadramento na Entidade Sindical Patronal (empresa ficará obrigada a recolher por ocasião da constituição e até o dia 31 dejaneiro de cada ano, a Contribuição Sindical Patronal);-Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal no sistema “Conectividade Social – INSS/FGTS”.-Corpo de Bombeiros Militar.

b) Visita a prefeitura da cidade onde pretende montar a sua empresa de fabricação de temperos secos para fazer a consulta de local e emissão das certidões de Uso do Solo e Número Oficial.

2ª Etapa

Page 5: tempero seco

a) Antes de iniciar a produção o empreendedor deverá obter o Alvará de licença sanitária.

Para obter essa licença o estabelecimento deve estar adequado às exigências do Código Sanitário (especificações legais sobre ascondições físicas).

O empreendedor deverá atentar que em âmbito federal a fiscalização cabe a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, estadual e municipal fica a cargo da Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde, respectivamente.

Os produtos deverão ser registrados junto ao Ministério da Agricultura e Abastecimento, bem como receber autorização físico-sanitária do Ministério da Saúde via ANVISA.

O estabelecimento produtor deve adequar-se às exigências do Código Sanitário (especificações legais sobre as condições físicas) para obter o Alvará de Licença Sanitária. Em âmbito federal a fiscalização cabe a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, estadual e municipal fica a cargo das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde.

Além do processo de registro legal da empresa, o empreendedor deverá atentar ainda a algumas legislações específicas, conformesegue:

a) Resolução da Diretoria Colegiada - RDC 276, de 22 de setembro de 2005, diz sobre as disposições do “REGULAMENTO TÉCNICO PARA ESPECIARIAS, TEMPEROS E MOLHOS”.

b) Lei Federal nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977 - Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências.

c) Lei Federal nº. 7.967/89. Dispõe sobre o valor das multas por infração à legislação sanitária, altera a Lei nº. 6.437, de 20 de agostode 1977, e dá outras providências.

Page 6: tempero seco

d) Portaria nº. 326/SVS/MS/97. Aprova o Regulamento Técnico. Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. As legislações abaixo são assuntos correlacionados direta ouindiretamente sobre a produção de temperos secos

e) Decreto nº. 55.871, de 26 de março de 1965.

f) Decreto nº. 50.040, de 24 de janeiro de 1961.

g) Decreto nº. 691, de 13 de março de 1962.

h) Decreto-lei nº. 986, de 21 de outubro de 1969.

i) Resolução nº. 4, de 24 de novembro de 1988.

j) Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990. (Código de Defesa do Consumidor).

k) Portaria nº. 1.428, de 26 de novembro de 1993.

l) Portaria nº. 326, de 30 de julho de 1997.

m) Portaria nº. 27, de 13 de janeiro de 1998.

n) Portaria nº. 29, de 13 de janeiro de 1998.

o) Resolução nº. 16, de 30 de abril de 1999.

p) Resolução nº. 17, de 30 de abril de 1999.

q) Resolução nº. 382, de 05 de agosto de 1999.

r) Resolução nº. 386, de 05 de agosto de 1999.

s) Resolução nº. 22, de 15 de março de 2000.

t) Resolução nº. 23, de 15 de março de 2000.

u) Resolução RDC nº. 1, de 02 de janeiro de 2001.

v) Resolução RDC nº. 12, de 02 de janeiro de 2001.

w) Resolução RDC nº. 234, de 19 de agosto de 2002.

x) Resolução RDC nº. 259, de 20 de setembro de 2002.

y) Resolução RDC nº. 275, de 21 de outubro de 2002.

z) Lei nº. 10.674, de 16 de maio de 2003.

aa) Resolução RDC nº. 175, de 08 de julho de 2003.

bb) Resolução RDC nº. 359, de 23 de dezembro de 2003.

Page 7: tempero seco

cc) Resolução RDC nº. 360, de 23 de dezembro de 2003.Estrutura

A estrutura mínima para a instalação de uma empresa de fabricação de temperos secos irá girar em torno de 30m2, mas para estar instalada adequadamente seria bastante interessante um espaço em torno de 160m2, de preferência em forma de galpão, pois simplifica a divisão dos ambientes requeridos para esse tipo de empreendimento, conforme segue:

1) Recepção e exposição dos produtos industrializados na empresa;

2) Local para preparação dos temperos;

3) Vestiário, onde o funcionário responsável pela fabricação deve se higienizar e paramentar adequadamente para adentrar a linha deprodução;

4) Escritório;

5) Estoque de matéria-prima;

6) Estoque de produtos acabados.

Todos os espaços indicados acima devem ser dotados de lay-out adequado, respeitando a facilidade de movimentação dos funcionáriose clientes.Os ambientes - área de estocagem dos produtos acabados, linha de produção, área de exposição, expedição- devem serintegrados.

A área de produção deve estar sempre visível, porém impedindo a entrada pessoas não envolvidas na linha de produção para evitarpossíveis contaminações durante o manuseio da matéria-prima, produção ou embalagem.Pessoal

Page 8: tempero seco

O quadro de pessoal de irá variar de acordo com o tamanho do empreendimento e o nível de capacidade de fabricação. Pode-se iniciaras atividades operacionais com um número aproximado de 4 (quatro) empregados:

• 1 – Auxiliar administrativo, que será responsável pela parte de recepção e serviços de escritório;

• 2 – Na área de fabricação de temperos, esses profissionais além de atuarem na linha de produção também deverão ser os responsáveis para fazer a higienização da área produtiva da empresa;

• 1 – Entregador, que tenha Carta de motorista e de motociclista. Além desse quadro fixo a empresa poderá contar com um númerovariável de vendedores autônomos, caso esta seja a intenção do empreendedor.

Caso o empresário entenda como importante, será interessante a contratação um gestor profissional para comandar a empresa, poisassim o empreendedor terá mais tempo para fazer a alta gestão de seu empreendimento tanto na parte de fabricação quanto na comercial.Equipamentos

Os equipamentos necessários para a montagem de uma empresa de porte médio são os seguintes:

Assim os principais equipamentos são:

1. Equipamento da área industrial:

Moedora;Pilão;Saquinhos;Rotuladora;Seladora;Estufas;Balanças;Utensílio de cozinha (faca, colheres, espátula);

2. Materiais para escritório:MesaCadeiraComputadorImpressoraFaxTelefoneMatéria Prima / Mercadoria

São vários os produtos que podem ser utilizados em uma fábrica de temperos que podem variar nas aplicações sendo que certos produtos se aplicam a culinária e outros para fins medicinais, cita-se abaixo alguns itens que se utilizam na fabricação de temperos:

a) Coentro: O coentro poderá ser preparado e embalado sob a forma de grão ou em pó. Tem o aroma muito agradável e diversas aplicações na cozinha. É utilizado para pães, no preparo de picles ou nos presuntos e assados de porco.

b) Cravo: O cravo é um botão de flor que não desabrochou, proveniente de uma árvore das Ilhas

Page 9: tempero seco

Molucas, nas Índias Ocidentais.Aromático e picante poderá ser preparado para comercialização tanto em pó quanto na forma original.

c) Canela: As principais formas de industrialização são em pau (pequenos pedaços) ou em pó, tem uma gama ampla de aplicações. Por exemplo, pode ser usado em bebidas quentes ou frias, doces e até nas carnes.

d) Noz Moscada: Sua forma natural e a de uma semente, similar a um caroço e precisa ser ralada para ser usada. Em pó ou semente, serve para doces, bebidas à base de chocolate, carnes, legumes e frutas assadas e cozidas.

e) Pimenta-do-Reino: A forma de industrialização tanto pode ser em grãos quanto em pó. Em grãos, a pimenta-do-reino, também conhecida como pimenta-preta, é reservada para conservas, já a em pó tem uma infinidade de uso. É uma especiaria muito procurada e bastante cultivada no Brasil.

f) Pimenta Branca: Embora se origine da mesma planta que produz a pimenta-preta, a pimenta-branca não é tão picante como a preta. As formas de ser ofertado ao mercado é em pó ou em sementes. Sua utilização é bastante ampla, sendo usada em pratos de coloraçãoclaras, tanto como tempero quanto como um objeto decorativo. Serve para maioneses, peixes, molhos brancos, sopas claras e no tempero de saladas.

g) Açafrão: Sua forma de industrialização normalmente é em pó. Seu uso é bastante antigo, podendo ser considerado como um velhotempero de aroma suave, delicado e que dá coloração amarela aos pratos que recebem sua aplicação. Antigamente o açafrão não podia faltar nos doces e bolos, aos quais emprestava seu agradável e convidativo matiz. O uso de açafrão normalmente ocorre em bolos, pães, peixe, crustáceo, risoto e frango.Organização do processo produtivo

O empreendecor deve adequar a matéria-prima principal beneficiada segundo os preceitos legais requeridos pelos órgãos fiscalizadores, em especial a ANVISA.

Page 10: tempero seco

No contexto geral a fabricação de temperos secos pode-se distinguir em três processos básicos, quais sejam: - secagem, moagem eembalagem. Assim descreve-se abaixo o processo produtivo.

1ª Parte

Antes de se iniciar a secagem, deve-se separar a matéria-prima para obter um rigoroso controle do que vai ser industrializado. A matéria-prima passa obrigatoriamente por um processo de “limpeza” para deixá-la totalmente livre de insetos, terra, ervas diversas e outros materiais estranhos.

Esse processo é extremamente importante para garantir também que a matéria-prima seja classificada de acordo com a sua qualidade- por exemplo:Superior , média, inferior, etc..

Na seqüência passa-se para o processo de secagem. Deve-se verificar as condições internas da estufa, validar se está totalmente limpa e com a assepsia adequada, se não tem entrada de luz e avaliar se está na temperatura ideal para a erva que será colocado no processo de secagem.

Existem alguns níveis de temperatura que normalmente são requeridos na aplicação do processo de secagem, conforme abaixo:

a) Folhas e Flores – temperatura ideal para secagem é de 35ºC;b) Plantas não aromáticas – a temperatura será de 40ºC;c) Outros tipos de matéria-prima – normalmente estará na faixa de 65ºC.

No processamento de ervas e outras matérias-primas envolvidas na produção de temperos secos, pode ser utilizado a secagem via estufa. A secagem natural não é muito utilizada devido ao grande tempo demandado nesse processo e também pelo aumento expressivo de cuidados que deverá ser adotado, já que a exposição torna a matéria-prima mais suscetível a contaminação.

2ª Parte

Executado a tarefa de secagem, passa-se então para a transformação das diversas matérias-primas em produtos, em sua concepção para embalagem. Assim nessa etapa os produtos serão moídos ou socados, segundo o que requer a de preparação de ervas em temperos.

Após o processo de transformação: - moer ou socar, conforme o caso, deverá ser analisado o produto final, visando certificar que o produto moído está na textura requerida para o caso de moagem, e se os que foram socados em pilão também apresentam a condição esperada para a obtenção de um produto totalmente uniforme.

3ª Parte

Concluído a 2ª Parte, passa-se então para a última parte que é a embalagem. Nessa fase os produtos moídos, socados em pilão ou emgrãos serão embalados, selados e rotulados. Sendo obrigatório a indicação em rótulo de algumas informações exigidas em Lei, quaissejam:

a) No rótulo do condimento vegetal, deve constar a denominação da especiaria, seguida da forma de apresentação;

b) Ainda deve fazer constar no rótulo a denominação "Condimento preparado", podendo acrescentar

Page 11: tempero seco

um nome de fantasia, seguido das especiarias empregadas;

c) Os rótulos dos condimentos mistos devem trazer os nomes das especiarias empregadas. É obrigatória a declaração do teor de amido adicionado;

d) Deverá obrigatoriamente constar no rótulo da data de fabricação, data de validade, número do lote de fabricação, ingredientes, peso bruto e peso líquido e o preço.

Page 12: tempero seco

Automação

O nível de automação não é tão expressivo. Isto porque o processo produtivo é bastante simples e pode ser manual.O ideal é que oempreendedor invista em automação visando dinamizar toda a sua área de fabricação, estocagem e também para o controle da áreaadministrativa, financeira, comercial e operacional.

Inicialmente com três microcomputadores será possível viabilizar uma gestão automatizada.Para esse processo o ideal é ter um software para auxiliar na gestão.Caso o empreendedor queira deixar esta opção para um segundo momento será necessário a execuçãoprovisóriados controles em planilhas eletrônicas construídas segundo as necessidades e expectativas do empreendedor.

Futuramente será necessário identificar no mercado um sistema integrado capaz de auxiliar em todo o processo administrativo,financeiro, comercial e operacional. O processo de escolha do sistema poderá ser apoiado por profissionais qualificados visando à definição de um software ERP que possibilite a gestão integrada da empresa em todas as suas áreas, inclusive que viabilize o controle de custos de produção, visando melhorar o resultado operacional da empresa.Canais de distribuição

A empresa de fabricação de temperos secos tem como canais de distribuição os pontos de revendas para seus produtos, por exemplo:mercearias, supermercados, açougues, padarias, dentre outros. Além desses pontos, a empresa deverá atuar como ponto de venda direta em seu próprio local de fabricação, via fone com entregas em domicílio ou de porta em porta.

A formação dos canais de distribuição exigirá do proprietário um esforço expressivo para conquistar novos pontos de vendas para seuempreendimento. Será necessário investir nessa área, seja com a “oferta de bônus” para os proprietários ou disponibilizando “displays”estilizados com a marca da empresa nos possíveis pontos de vendas para acondicionarem exclusivamente as embalagens dos temperos de sua marca para comercialização. O próprio empresário deverá tratar de negociar estes “incentivos” com os donos dos pontos de vendas.Investimentos

Investimento em maquinário necessário a estruturação de uma empresa de fabricação de temperos secos:

Área de produção:

1. Moedora – 10 = R$ 600,002. Pilão – 5 = R$ 600,003. Saquinhos p/embalagem – 400 = R$ 300,004. Rotuladora – 5 = R$ 450,005. Seladora – 5 = R$ 625,006. Estufas – 3 = R$ 2.145,007. Balanças – 2 = R$ 1.000,008. Utensílio de cozinha (faca, colheres, espátula) – variado a quantidade, mas o investimento será de aproximadamente – R$ 200,00.Total Equipamentos................................... R$ 5.920,00

Page 13: tempero seco

MOBILIÁRIO PARA A ÁREA ADMINISTRATIVA/OPERACIONAL

Page 14: tempero seco

1. Microcomputador – 2 = R$ 2.600,002. Impressora laser – 1 = R$ 600,003. Mesa - 2 = R$ 500,004. Cadeira – 6 = R$ 720,005. Fax – 1 = R$ 450,006. Telefone – 4 = R$ 200,00Total mobiliário.................. R$ 5.070,00TOTAL DE EQUIPAMENTOS/MOBILIÁRIO = R$ 10.990,00.

ADEQUAÇÃO DO IMÓVEL

Para este segmento empresarial o ideal é que o espaço escolhido seja na forma de galpão, já que existe a necessidade de diversos espaços a serem utilizado tanto na etapa pré-industrial, quanto industrial, bem como de embalagem e armazenamento de matéria-prima, produto semi-acabado e produto acabado.

O custo de adequação será bastante variável, pois dependerá de como será encontrada a estrutura atual, as condições das instalaçõeselétricas, hidráulicas, área de escritório, dentre outros espaços, mas estima-se algo em torno de R$ 5.000,00 à R$ 10.000,00.Capital de giro

Capital de giro é um montante de recursos financeiros que a empresa precisa manter para garantir a dinâmica do seu processo de negócio.

O capital de giro precisa de controle permanente, pois tem a função de minimizar o impacto das mudanças no ambiente de negócios onde a empresa atua.

Page 15: tempero seco

O desafio da gestão do capital de giro deve-se, principalmente, à ocorrência dos fatores a seguir:

-Variação dos diversos custos absorvidos pela empresa;-Aumento de despesas financeiras, em decorrência das instabilidades desse mercado;-Baixo volume de vendas;-Aumento dos índices de inadimplência;-Pagamento das parcelas de possíveis financiamentos;-Altos níveis de estoques.

O empreendedor deverá ter um controle orçamentário rígido de forma a não consumir recursos sem previsão.

O empresário deve evitar a retirada de valores além do pró-labore estipulado, pois no início todo o recurso que entrar na empresa neladeverá permanecer, possibilitando o crescimento e a expansão do negócio. Dessa forma a empresa poderá alcançar mais rapidamentesua auto-sustentação, reduzindo as necessidades de capital de giro e agregando maior valor ao novo negócio.

O empreendedor deve realizar um levantamento criterioso da Necessidade de Capital de Giro que seu empreendimento irá requererem um determinado período devendo ser considerado uma relação percentual da ordem de cerca de 70% do montante investido naestruturação da empresa.

Ressalta-se que se o empresário for um empreendedor pró-ativo o tempo de retorno desse segmento empresarial poderá estar sendoatingido no intervalo entre o longo e médio prazo, pois se trata de uma empresa que atua em um mercado de pouca concorrência direta. No entanto, vale ressaltar, que as empresas que estão estabelecidas e atuam nesse segmento normalmente são grandes corporações, o que pode dificultar o nível de penetração no mercado.

Page 16: tempero seco

Custos

São todos os gastos realizados na produção de um bem ou serviço e que serão incorporados posteriormente no preço dos produtos ouserviços prestados, como: aluguel, água, luz, salários, honorários profissionais, despesas de vendas, matéria-prima e insumos consumidos no processo de produção, depreciação de maquinário e instalações.

O cuidado na administração e redução de todos os custos envolvidos na compra, produção e venda de produtos ou serviços que compõem o negócio, indica que o empreendedor poderá ter sucesso ou insucesso, na medida em que encarar como ponto fundamental a redução de desperdícios, a compra pelo melhor preço e o controle de todas as despesas internas. Quanto menores os custos, maior a chance de ganhar no resultado final do negócio.

Os custos para abrir uma empresa de fabricação de temperos secos devem ser estimados considerando os itens abaixo:

1. Salários, comissões (caso tenha vendedores internos e/ou externos) e encargos;2. Tributos, impostos, contribuições e taxas;3. Aluguel, taxa de condomínio, segurança;4. Água, Luz, Telefone e acesso a internet;5. Produtos para higiene e limpeza da empresa e funcionários;6. Fardamento para paramentar os funcionário envolvidos na produção de temperos;7. Recursos para manutenções corretivas;8. Valores para quitar possíveis financiamentos de máquinas e construções;9. Assessoria contábil;10. Propaganda e Publicidade da empresa;11. Aquisição de matéria-prima base para produção de temperos;12. Despesas com vendas;13. Despesas com estocagem e transporte.

O empreendedor de caso entenda que seja interessante disponibilizar “displays estilizados” nos pontos de venda, deverá computar como custo a aquisição desses mostruários e ainda os gastos relativos à reposição de estoques. Provavelmente haverá desembolso de “bônus” para os proprietários dos pontos de venda para manter exclusividade ou mesmo tê-los como revendedores de seu produto.

Os custos indicados serão bastantes variáveis, pois os “bônus” variam de região para região.Diversificação / Agregação de valor

Nesse segmento de mercado diversificar é o ponto delimitador da barreira entre ser um empresário comum ou de sucesso, já que oprocesso de inovar na forma de produzir o tempero seco manterá a empresa em constante evidência junto ao consumidor.

O empreendedor deverá estar sempre atento à possibilidade de descobrir novos temperos ou misturas de ervas que traduzam emnovos sabores, buscando assim “sugerir” aos consumidores “outras expectativas de consumo” .

Ressalta-se que o empresário deverá buscar manter em sua linha de produção a maior variedade possível de temperos secos, visandoatender vários tipos de cliente.

Page 17: tempero seco

Com a tendência mundial de preservação ambiental, o empreendedor deverá inserir-se nesse mercado visando à valorização dos recursos naturais, já que a sua matéria-prima – ervas – deverá ser adquirida preferencialmente de produtores que respeitem o meio ambiente e se possível que produzam produtos cultivados na concepção de – plantio orgânico. Os rótulos deverão conter essa informação. Isto com certeza será um importante “ingrediente” de comercialização dos temperos produzidos na empresa.

Outro ponto a ser a ser incrementado na agregação de valor de seus produtos é, por exemplo, incluir em cada embalagem, pelo menos uma receita de consumo/aplicação diferente por cada lote produzido.Divulgação

A divulgação de uma empresa de fabricação de temperos deverá seguir os conceitos tradicionais de divulgação existentes no mercado,via os meios de comunicação como, por exemplo: Rádio, outdoors, internet, jornais e revistas especializadas.

A maioria desses meios de comunicação apresenta um custo bastante expressivo, por isso o empresário deverá se esforçar ao máximo para colocar sua empresa na maior quantidade de pontos de distribuição possíveis.

O empresário da área de fabricação de temperos deve estar sempre atento ao processo de vincular o seu produto à saúde de seusconsumidores, exaltando cada vez mais a qualidade na produção e a pureza de seu produto e ainda o fato de estar atuando rigorosamente dentro das normas requeridas para esse segmento.

O principal canal de divulgação é a propaganda do boca a boca. As donas de casa ou mesmo os chefe de cozinhas, que são osconsumidores, tanto falarão bem de seu produto ou não.Informações Fiscais e Tributárias

O segmento de fábrica de temperos secos, assim entendida a fabricação de especiarias, molhos, temperos e condimentos, poderáoptar pelo SIMPLES Nacional - Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelasMicroempresas e Empresas de Pequeno Porte, instituído pela Lei Complementar nº 123/2006, caso a receita bruta de sua atividade nãoultrapassar R$ 240.000,00 (microempresa) ou R$ 2.400.000,00 (empresa de pequeno porte) e respeitando os demais requisitosprevistos na Lei.

Nesse regime, o empreendedor poderá recolher os seguintes tributos e contribuições, por meio de apenas um documento fiscal – o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional):

-IRPJ (imposto de renda da pessoa jurídica);-CSLL (contribuição social sobre o lucro);-PIS (programa de integração social);-COFINS (contribuição para o financiamento da seguridade social);-ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços);-IPI (imposto sobre produtos industrializados);-INSS (contribuição para a seguridade social).

Page 18: tempero seco

Conforme o Anexo II da referida Lei Complementar nº 123/2006, as alíquotas do SIMPLES Nacional, para esse ramo de atividade, vão de 4,5% até 12,11%, dependendo da receita bruta auferida pelo negócio. No caso de início de atividade no próprio ano-calendário da opção pelo SIMPLES Nacional, para efeito de determinação da alíquota no primeiro mês de atividade, o empreendedor utilizará, como receita bruta total acumulada, a receita do próprio mês de apuração multiplicada por 12 (doze).

Se o Estado em que o empreendedor estiver exercendo a atividade conceder benefícios de isenção e/ou substituição tributária para oICMS, a alíquota poderá ser reduzida conforme o caso. Na esfera Federal poderá ocorrer redução quando se tratar de PIS e/ou COFINS (Resolução nº 05/2007, do Comitê Gestor de Tributação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte).

Essa opção de tributação poderá ser amplamente vantajosa para o segmento de fábrica de temperos secos, motivo pelo qual sugerimosuma avaliação cuidadosa do regime de tributação apresentado. Orienta-se ao empreendedor que atente ao tópico Exigências legaisespecificas, que inclui as normas e regulamentos que devem ser atendidos para operacionalização dessa atividade.Glossário

Características organolépticas: propriedades que possuem os corpos ou substâncias de impressionar os sentidos e influenciar no sabor de alimentos e bebidas.

Especiarias: qualquer produto de origem vegetal, aromático (cravo, canela, pimenta, noz-moscada, etc.) usado para condimentar e outemperar alimentos, bebidas e outros alimentos.

Page 19: tempero seco

Extrato Etéreo: Extrato feito de éter, utilizado na transformação de ervas em condimentos e temperos.

Matiz: coloração especial aplicada em diversos alimentos, por intermédio de temperos e condimentos.

Nau: antigo navio redondo, tanto na forma do casco quanto no velame, de grande tamanho, com acastelamentos na proa e na popa, muito utilizado na época das grandes descobertas.

Páprica: espécie de tempero vermelho produzido a partir do pimentão.

Substâncias Sápidas: substâncias saborosas, que tem relação direta com o sabor das ervas e seu resultado nos temperos e condimentos.

Tubérculo: espécime de caule curto e grosso, rico em substâncias nutritivas. Pode ser definido pelo engrossamento mais ou menosgloboso em qualquer parte de uma planta, com tecidos de reserva.Dicas do Negócio

O candidato a empresário no segmento de fabricação de temperos deve entrar nesse negócio consciente de que terá que estar presentetempo integral.

O empresário também deverá integrar a gestão das diversas áreas da empresa principalmente no início das atividades do novo empreendimento, tanto na parte comercial, quanto operacional e na gestão financeira do negócio.

Será necessário contar com o apoio de um químico respeitado e com amplos conhecimentos técnicos e científicos sobre análise de ervas, sua aplicabilidade, visando produzir temperos puro e altamente adequado para consumo humano.

O consumo e a procura por sabores diversificados por parte dos consumidores estão crescendo e abrindo oportunidades de negóciospara agricultores na área de ervas e empresários de transformação dessas ervas em temperos e condimentos.

-Para que a linha de temperos se qualifique e mantenha-se no mercado é preciso ter em mente que se deve partir do tradicional, ou seja,começar a produzir temperos partindo de ervas de procura garantida, como o manjericão, para massas; alecrim para carnes; e hortelã, usada até no chá, pimenta-do-reino, dentre outros. Só depois disso deve-se incrementar a sua linha de produção com algumas ervas mais incomuns e até mesmo exóticas como o estragão e a segurelha.Características específicas do empreendedor

O empreendedor que iniciar uma empresa de fabricação de temperos secos, deve ter algumas características básicas, tais como:

1. Ter conhecimento específico sobre produção e plantio de ervas e período de colheita e outras variações;

2. Estar amparado nas tendências de mercado e estar preparado para ultrapassar as possíveis sazonalidades de plantio e colheita das ervas aplicadas na produção de temperos e condimentos;

Page 20: tempero seco

3. Ser uma pessoa que sempre busca melhorar o nível de seu negócio, tanto com a participação em cursos específicos sobre fabricação de temperos, feiras de alimentos, conservação adequada de temperos, condimentos e das ervas in natura, quanto de gestão empresarial, pois não basta ter conhecimento de fabricação de temperos secos é necessário também estar preparado para gerir o seu empreendimento;

4. Ter habilidade no tratamento com pessoas tanto com seus colaboradores quanto com clientes, fornecedores, enfim com todosque de forma direta ou indireta tenha ligação com a empresa;

5. Ser empreendedor com visão prospectiva, atuando com antecipação de tendências, ter visão de futuro no que tange o interesse eexpectativa de mercado e dos consumidores, além de estar sempre antenado com as inovações tecnológicas e de mercado.;

6. Além destas características acima listadas o empresário de uma empresa de fabricação de temperos secos tem que ser uma pessoaextremamente criativa, sempre com capacidade de criar formas inovadoras de produção e comercial, tendo como foco e objetivo deestar sempre a frente de seus concorrentes.Bibliografia Complementar

REVISTA GLOBO RURAL. Disponível em: <http://globorural.globo.com>. Acesso em: 05 fevereiro 2008.

EMPREGA BRASIL. Disponível em: <http://www.empregabrasil.org.br>. Acesso em 05 fevereiro 2008.

CERTTO RECEITAS ESPECIAIS. Disponível em: <http://www.certto.com.br/culinaria/Tempe...>. Acesso em: 05fevereiro 2008.

JORNAL O MOSSOROENSE. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/omossoroense/>. Acesso em: 05 fevereiro2008.

NORMAS TÉCNICAS ESPECIAIS PARA CONDIMENTOS OU TEMPEROS. Disponível em: <http://www.engetecno.com.br/legislacao/t...>. Acesso em: 08 fevereiro 2008.

MINISTÉRIO DE ECONOMIA Y PRODUCCION. Secretaria de Comercio Interior da Argentina. Disponível em: <http://www.puntofocal.gov.ar>. Acesso em: 08 fevereiro 2008.