TEMATEMA

PRONERAPRONERAPrograma Nacional de Educação na Reforma

Agrária

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃOCONTEXTUALIZAÇÃO

O que é o PRONERA?

Porque surgiu e quando?

Quem são os sujeitos?

Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária

ACAMPAMENTO X ASSENTAMENTO

Acampamento - O lugar de organização e aglutinação de um grupo "sem terra“;

Assentamento -É o espaço reconhecido pelo governo como área apropriada para a reforma agrária, onde as famílias antes acampadas são assentadas;

Vale lembrar que: COM OCUPAÇÕES E ACAMPAMENTOS FAZEM-SE ASSENTAMENTOS, MAS NÃO REFORMA AGRÁRIA.

Missão:

Atuar no Brasil como instrumento de democratização do conhecimento no campo, promovendo o desenvolvimento das áreas da reforma agrária, garantindo o acesso aos acampados e assentados à educação formal em todos os seus níveis, utilizando metodologias voltadas para a especificidade do campo e que contribua para a promoção do desenvolvimento sustentável.

Objetivos:

-Fortalecer o mundo rural como território de vida em todas as suas dimensões: econômicas, sociais, ambientais, políticas, culturais e éticas;

-Garantir à população excluída do direito à educação, condições de alfabetizar-se, de dar continuidade aos estudos até chegar ao nível de graduação e pós-graduação em diversas áreas do conhecimento;

Objetivos:

-Garantir formação continuada e escolaridade média e superior aos educadores/as de jovens e adultos e do ensino fundamental e médio nas áreas da Reforma Agrária;

-Organizar, produzir e editar os materiais didáticos-pedagógicos necessários á execução do programa;

- Promover e realizar encontros, seminários, estudos e pesquisas em âmbito regional, nacional e internacional que fortaleçam a Educação do Campo.

2. PRINCÍPIOS:2. PRINCÍPIOS:Político-pedagógicos- Inclusão social- Participação comunitária- Interação / parceria - Multiplicação do saber

Operacional e metodológico:

-Parceria é condição primordial para a implementação do programa e seus projetos;

- Gestão participativa - Direção Executiva - Comissão Pedagógica Nacional - Colegiado Executivo Estadual- Construção coletiva.

Pressupostos teórico-metodológicos:

Concebida nos princípios da educação popular enquanto um

processo de diálogo, ação-reflexão-ação e transdisciplinaridade,

norteada por:

- Luta social na construção de um outro projeto de sociedade;

- Prática social como fio condutor do processo educativo;

- Construção e organização coletiva do conhecimento;

- Trabalho como princípio educativo;

- Respeito e valorização à pessoa e aos seus saberes.

3. OPERACIONALIZAÇÃO E PARCERIAS:3. OPERACIONALIZAÇÃO E PARCERIAS:

• A partir de uma gestão descentralizada e participativa;

• Associado de forma estratégica ao desenvolvimento territorial para

contribuir com a melhoria das condições de vida da população

acampada e ou assentada;

• Compreende a especificidades do modo de vida do povo do campo

na maneira de se relacionar com o tempo, o espaço, o meio ambiente,

de organizar a família, a comunidade, o trabalho, a educação e o

lazer;

• Permite a construção de uma identidade política, cultural e social

própria;

3. OPERACIONALIZAÇÃO E PARCERIAS:3. OPERACIONALIZAÇÃO E PARCERIAS:

• Co-participação das forças sociais:

- Superintendências Regionais do INCRA;

- Movimentos sociais e sindicais de trabalhadores/as rurais;

- Instituições públicas de ensino e pesquisa;

- Instituições comunitárias de ensino sem fins lucrativos;

- Governos Federal, estaduais e municipais.

4. PROJETOS IMPLEMENTADOS:4. PROJETOS IMPLEMENTADOS:• Alfabetização e escolarização de jovens e adultos no ensino fundamental e capacitação e escolaridade de educadores/as para o ensino fundamental em áreas da reforma Agrária;

• Formação continuada e escolaridade de professores/as de áreas da Reforma Agrária - nível médio norma ou em nível superior por meio das licenciaturas;

• Formação profissional conjugada com a escolaridade em nível médio por meio de cursos de educação profissional de nível técnico ou superior em diferentes áreas do conhecimento voltados para a promoção do desenvolvimento sustentável no campo.

5. AÇÕES DESENVOLVIDAS:5. AÇÕES DESENVOLVIDAS:

• Realizar práticas e reflexões teóricas da Educação do campo, tendo como fundamento a formação humana como condição primordial para protagonizarem suas histórias;

• Alfabetizar e escolarizar jovens adultos nos dois segmentos do ensino fundamental;

• Capacitar pedagogicamente e escolarizar educadores/as no ensino fundamental para que venham atuar como agentes multiplicadores nas áreas da Reforma Agrária;

• Formar e escolarizar os coordenadores locais para atuarem como agentes sociais multiplicadores e organizadores de atividades educativas comunitárias.

6. ETAPAS DOS PROCESSOS DIDÁTICO-6. ETAPAS DOS PROCESSOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS:PEDAGÓGICOS:

• Investigação dos grandes temas geradores que mobilizem a comunidade ou o grupo e que podem ser transformados também em eixos temáticos estruturadores do currículo;

• Contextualização crítica dos temas geradores identificados, com foco em uma abordagem histórica, relacional e problematizadora da realidade;

• Processos de aprendizagem-ensino que se vinculem a ações concretas de superação das situações-limite o grupo.

7. FUNDAMENTOS LEGAIS:7. FUNDAMENTOS LEGAIS:• Constituição Federal

No artigo 205, afirma-se: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família.”O artigo que detalha o Direito à Educação é o 208, formulado nos seguintes termos: O dever do Estado para com a educação será efetivado mediante a garantia de:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; [...]V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;

• LDB

Artigo 37, § 1º - "Os Sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames".

A LDB também garante no seu artigo 81, a organização de experiências alternativas em nível de cursos ou estabelecimentos de ensino; e quanto à oferta de educação básica para o meio rural, garante em seu artigo 28: -Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:

I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural; II - organização escolar própria, incluindo a adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas; III - adequação ao trabalho na zona rural.

8. DESAFIOS:8. DESAFIOS:• Os conflitos entre os poderes locais: sociedade civil e governo;

• Proibição (junho 2008) de pagamento das bolsas aos professores e alunos;

• Paralisação de alguns cursos devido ao corte das bolsas;

• Corte do orçamento do programa em 2009;

• Suspensão da execução dos cursos via convênios e adoção da licitação;

• Não atendimento aos movimentos sociais e a desconsideração de toda a trajetória das instituições de ensino superior;

• Anulação de convênios entre INCRA e universidades;• Fragilidade nas parcerias estabelecidas;

Alteração dos índices de produtividade para fins da reforma agrária, desencadeou a criação da CPI das fontes de financiamento às ações do MST;

• Postura da burguesia brasileira em não admitir que o conhecimento seja acessível aos pobres.

Criminalização do MST;Medidas legislativas e jurídicas anulando turmas especiais para os filhos de assentados da reforma agrária e de escolas itinerantes nos acampamentos do MST;Perseguição aos advogados populares e de movimentos sociais;

9. PERSPECTIVAS:9. PERSPECTIVAS:• A recomposição do orçamento do PRONERA;

• A regularização do pagamento de coordenadores/as e

professores/as que trabalham nos cursos nas universidades;

• Retomada da parceria para novos cursos, através de convênios e

destaques orçamentários;

• Demanda de uma mobilização social para além dos “sem terras”

em prol da implementação do programa embasada nos princípios

que inspirou sua criação.

•Incorporação da carga horária dos professores que atuam no

PRONERA na planilha da universidade.

REFERÊNCIASREFERÊNCIASBRASIL.Ministério do Desenvolvimento Agrário. Pronera: Manual de Operações.Brasília:MDA,2004

DUARTE, C.S. A constitucionalidade do direito à educação dos povos do campo. In: FERNANDES, B.M. Et al( Orgs.). Educação do campo: políticas publicas e educação.Brasilia:INCRA:MDA,2008.

LIMA, R.A.; PEREIRA, A.F. SILVA, J.W.B. PRONERA: construindo o respeito pela educação campesina. Disponível em <http://www.alasru.org/cdalasru2006/21%20GT%20Jos%C3%A9%20Wellington%20Barbosa%20da%20Silva,%20Adriana%20Freire%20Pereira,%20Rejane%20Alves%20de%20Lima.pdf > Acessado em: Jan/2010.