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Tema de redação: o valor da vida humana no mundo contemporâneo Texto 1 Um clima de comoção e revolta marcou nessa semana o enterro da menina Emanuelly Vitória Fernandes, de 5 anos. Essa foi a sexta morte confirmada desde que duas barragens da mineradora Samarco se romperam, no último dia 5, causando uma onda de destruição no vilarejo de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana (MG). Dois corpos seguem sem identificação. O ambientalista e membro do Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas (Fonasc) Gustavo Gazzinelli esteve no local depois do episódio e agora se concentra na articulação de movimentos para discutir a reação perante os fatos. Ele ressalta que a fiscalização das barragens sempre deixou a desejar, uma vez que a vistoria, na prática, fica a cargo das próprias empresas. E essa falta de controle traz uma série de riscos. Segundo ele, as barragens já demonstraram que são perigosas e inseguras para a população. “As empresas que causam os impactos é que fazem o monitoramento das estruturas. Muitas informações são filtradas pela mineradora, já que não quer que os impactos que ela promove sejam de conhecimento público. Tem mil formas de escamotear isso e o Estado adotou uma postura de acreditar nelas”, enfatiza. A tensão está ainda maior desde que foi informado que a barragem Germano – localizada no mesmo complexo de Fundão e Santarém, as outras duas que foram rompidas – está tendo que passar por um reforço. Conforme foi apurado, as paredes estão trincadas e há ameaça de uma nova ruptura. O isolamento na área, que antes era de um raio de 3 quilômetros, passou para 10 quilômetros e moradores de regiões vizinhas a Bento Rodrigues estão sendo obrigados a deixar o lugar. No mesmo dia em que o desastre aconteceu, o Ministério Público instaurou um inquérito para investigação das

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Tema de redação: o valor da vida humana no mundo contemporâneo

Texto 1Um clima de comoção e revolta marcou nessa semana o enterro da menina Emanuelly Vitória Fernandes, de 5 anos. Essa foi a sexta morte confirmada desde que duas barragens da mineradora Samarco se romperam, no último dia 5, causando uma onda de destruição no vilarejo de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana (MG). Dois corpos seguem sem identificação.O ambientalista e membro do Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas (Fonasc) Gustavo Gazzinelli esteve no local depois do episódio e agora se concentra na articulação de movimentos para discutir a reação perante os fatos. Ele ressalta que a fiscalização das barragens sempre deixou a desejar, uma vez que a vistoria, na prática, fica a cargo das próprias empresas.E essa falta de controle traz uma série de riscos. Segundo ele, as barragens já demonstraram que são perigosas e inseguras para a população. “As empresas que causam os impactos é que fazem o monitoramento das estruturas. Muitas informações são filtradas pela mineradora, já que não quer que os impactos que ela promove sejam de conhecimento público. Tem mil formas de escamotear isso e o Estado adotou uma postura de acreditar nelas”, enfatiza.A tensão está ainda maior desde que foi informado que a barragem Germano – localizada no mesmo complexo de Fundão e Santarém, as outras duas que foram rompidas – está tendo que passar por um reforço. Conforme foi apurado, as paredes estão trincadas e há ameaça de uma nova ruptura. O isolamento na área, que antes era de um raio de 3 quilômetros, passou para 10 quilômetros e moradores de regiões vizinhas a Bento Rodrigues estão sendo obrigados a deixar o lugar.No mesmo dia em que o desastre aconteceu, o Ministério Público instaurou um inquérito para investigação das causas. A apuração deve ser concluída em um mês. Entre as hipóteses, será avaliado se as condições exigidas à Samarco no licenciamento das barragens vinham sendo cumpridas. A explosão de uma mina momentos antes e um tremor de terra sentido na região também são considerados, além da possível influência de obras realizadas no local.Em nota, a empresa afirmou que está mobilizando todos os esforços necessários para reduzir os danos ambientais e priorizar o atendimento aos atingidos, disponibilizando água, cestas básicas, itens de higiene pessoal, material e equipamentos de limpeza e caminhões-pipa.

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(Catástrofe em Mariana: A culpa é de quem? Extraído e adaptado de http://www.revistaforum.com.br/semanal/catastrofe-em-mariana-culpa-e-de-quem/)

Texto 02

Texto 03Embora ainda não haja um número exato de mortos no massacre de Paris, a polícia francesa informa que cerca de cento e cinquenta pessoas foram executadas dentro da casa de shows ‘Bataclan’, onde ocorria um show de uma banda de rock famosa dos Estados Unidos. Ainda não se sabe se os integrantes dessa banda estão entre os mortos. Algumas pessoas foram resgatadas pela polícia e três terroristas foram mortos.Segundo um jornalista que sobreviveu ao ataque no Bataclan, os terroristas adentraram o local com os rostos descobertos, recarregaram as armas na frente de todos e continuaram atirando. A CNN noticiou que os radicais islâmicos utilizaram fuzis de fabricação russa (AK-47). Recentemente um jornalista que sobreviveu a dez dias com o EI contou que eles pretendem fazer um ataque nuclear e que autoridades haviam interceptado a compra de material radioativo entre eles e russos.

(Estado Islâmico mata 150 pessoas em casa de show ‘Bataclan’. Extraído e adaptado de http://br.blastingnews.com/mundo/2015/11/estado-islamico-mata-150-pessoas-em-casa-de-show-

bataclan-00652489.html).

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Selfie em velório de Campos gera indignação nas redes sociaisAutorretratos foram feitos ao lado do caixão e com pessoas próximas do ex-governador

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RIO - Entre os mais de 100 mil que foram ao velório de Eduardo Campos, no Palácio das Princesas, alguns aproveitaram o momento para tirarem uma selfie na cerimônia e despertaram a indignação de internautas nas redes sociais.

“Gente, que falta de respeito é esse? Tem gente tirando selfie no velório de Eduardo Campos!”, escreveu Alcielly Barbosa no Twitter.

A iniciativa foi vista como um desrespeito pela maioria dos internautas. Para o psicólogo Alexandre Mosso, é complicado avaliar este tipo de comportamento.

— O luto é pessoal. Cada pessoa enfrenta de maneira diferente e não se pode julgar isso. O que não pode acontecer é a invasão do luto do outro por qualquer motivo. Pedir uma foto com uma pessoa próxima ao falecido, neste momento, é uma violação — afirma Mosso.

Sobre o registro de uma mulher tirando um autorretrato ao lado do caixão de Campos que foi criticada nas redes sociais, o psicólogo afirma que existe uma necessidade de registrar presença e compartilhar com amigos que é prejudicial.

— Não posso avaliar as motivações desta pessoa especificamente. Mas o que ocorre hoje é quase um egoísmo. As pessoas esquecem que uma atitude delas pode ser mal vista por aqueles que estão em luto naquele momento — afirma.

http://oglobo.globo.com/brasil/selfie-em-velorio-de-campos-gera-indignacao-nas-redes-sociais-13635476

Mulher espancada após boatos em rede social morre em Guarujá, SPEla foi agredida após ser acusada de praticar magia negra com crianças.

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Mulher morreu após ser espancada em Guarujá(Foto: Arquivo Pessoal)

A dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, morreu na manhã desta segunda-feira (5), dois dias após ter sido espancada por dezenas de moradores de Guarujá, no litoral de São Paulo. Segundo a família, ela foi agredida a partir de um boato gerado por uma página em uma rede social que afirmava que a dona de casa sequestrava crianças para utilizá-las em rituais de magia negra.De acordo com familiares de Fabiane, após as agressões, ela sofreu traumatismo craniano e foi internada em estado crítico no Hospital Santo Amaro, também em Guarujá. Minutos após a agressão, a Polícia Militar chegou a isolar o corpo de Fabiane acreditando que ela estava morta após o espancamento. Na manhã desta segunda-feira, porém, a família recebeu a informação de que Fabiane não resistiu aos ferimentos e morreu.O espancamento aconteceu no bairro Morrinhos no início da noite deste sábado (3). A mulher foi amarrada e agredida e, segundo testemunhas que acompanharam a agressão, os moradores afirmavam que a mulher havia sequestrado uma criança para realizar trabalhos de magia negra. O caso foi registrado na Delegacia Sede de Guarujá, onde será investigado. Até o momento, ninguém foi preso. A polícia está analisando as imagens da agressão e busca identificar os envolvidos no caso.

http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-espancada-apos-boatos-em-rede-social-morre-em-guaruja-sp.html

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Morte do garoto Bernardo: quais os limites da crueldade humana?

Homicídio de menino gaúcho por injeção letal aplicada pela madrasta novamente suscita debate acerca da violência. Busca desenfreada pelo dinheiro e bens materiais pode transformar mulheres e homens em monstrosFrederico Vitor

Bernardo Boldrin, 11 anos, foi morto por injeção letal e teve o corpo enterrado perto de um rio | Foto: Reprodução

Quanto vale a vida de uma criança e qual é o limite da crueldade humana? Talvez os algozes da morte de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, vítima de um crime chocante que abalou o Brasil, podem responder tais indagações. O garoto Bernardo desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, no município gaúcho de Três Passos, na região Noroeste do Rio Grande do Sul. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini, 36 anos, para comprar uma TV.Na noite de segunda-feira, dia 14, entretanto, o corpo do menino foi encontrado na zona rural do município de Frederico Westphalen, enterrado às margens de um rio, em um saco plástico. Segundo a Polícia Civil gaúcha, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal. A polícia prendeu o médico Leandro Boldrini, que tem uma clínica particular em Três Passos e atua no hospital do município, a madrasta do garoto e a assistente social Edelvânia Wirganovicz, 40 anos.Segundo o que noticiou a imprensa gaúcha, as investigações da polícia levaram a constatação de que Leandro Boldrini e a mulher atuaram como mentores do crime e na ocultação do cadáver. Além

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de planejar uma história fictícia acerca do desaparecimento do garoto Bernardo para se livrar da acusação, o médico teria auxiliado na compra de Midazolam, um forte sedativo que se aplicado em grandes doses pode causar inconsciência. Graciele Ugulini seria uma das mentoras e teria atuado na ocultação do cadáver, juntamente com Edelvânia Wirganovicz.Uma das linhas de apuração conduzida pela polícia aponta questões econômicas como possível motivação para o crime. A madrasta teria transferido bens após o assassinato do menino e até durante o período em que já estava presa. Em depoimento gravado que foi ao ar em um programa televisivo, Edelvânia, que demonstrava extrema frieza, disse que, após o crime, ganhou R$ 6 mil de Graciele, de um total previsto de R$ 20 mil, em notas de 50 e 100 reais. O advogado da avó de Bernardo considera essas movimentações suspeitas e, segundo ele, a conclusão a que se pode chegar é que o crime teve como motivações o dinheiro, ganância e questões patrimoniais.

http://www.jornalopcao.com.br/reportagens/morte-garoto-bernardo-quais-os-limites-da-crueldade-humana-11093/

Uma vela para DarioDalton Trevisan

Dario vem apressado, guarda-chuva no braço esquerdo. Assim que dobra a esquina, diminui o passo até parar, encosta-se a uma parede. Por ela escorrega, senta-se na calçada, ainda úmida de chuva. Descansa na pedra o cachimbo. 

Dois ou três passantes à sua volta indagam se não está bem. Dario abre a boca, move os lábios, não se ouve resposta. O senhor gordo, de branco, diz que deve sofrer de ataque. 

Ele reclina-se mais um pouco, estendido na calçada, e o cachimbo apagou. O rapaz de bigode pede aos outros se afastem e o deixem respirar. Abre-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja feio, bolhas de espuma surgem no canto da boca. 

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Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua conversam de uma porta a outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo repete que Dario sentou-se na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o guardachuva na parede. Ma não se vê guarda-chuva ou cachimbo a seu lado. 

A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagará a corrida? Concordam chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede - não tem os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata. 

Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobrem o rosto, sem que façam um gesto para espantá-las. 

Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso. 

Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade, sinal de nascença. O endereço na carteira é de outra cidade. 

Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as calçadas: é a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no corpo de Dario, pisoteado dezessete vezes. 

O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá-lo - os bolsos vazios. Resta na mão esquerda a aliança de ouro, que ele próprio - quando vivo - só destacava molhando no sabonete. A polícia decide chamar o rabecão. 

A última boca repete - Ele morreu, ele morreu. A gente começa a se dispersar. Dario levou duas horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que alcançam vê-lo, todo o ar de um defunto. 

Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça.

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Cruza as mãos no peito. Não consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos. 

Um menino de cor e descalço vem com uma vela, que acende ao lado do cadáver. Parece morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva. 

Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se às primeiras gotas da chuva, que volta a cair.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

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A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: O valor da vida humana no mundo contemporâneo. Sua redação deve apresentar proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.. Seu texto deve:

1. Ter entre 25 e 30 linhas.2. Na introdução fazer citação do texto de Trevisan

relacionando-o com o problema em questão/sua opinião/ tese sobre o tema.

3. No D1, apresentar a(s) causa(s) do problema; 4. No D2, explore as consequências. Relacione á sua

discussão um fragmento da música de João Bosco.5. Dê duas sugestões, uma a curto outra a longo

prazo, para resolver o problema. Deixe claro quem proverá a solução e como ela ocorrerá (praticidade).