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Tema de pesquisa:
CULTURA DE UM PAÍS COMUNISTA ATRAVÉS DAS REDES SOCIAIS: UM ESTUDO SOBRE LIBERDADE DE EXPRESSÃO EM
CUBA
Reportagem:
Edição do dia 22/02/201323/02/2013 00h25 - Atualizado em 23/02/2013 00h25
Yoani Sánchez critica manifestantes políticos em entrevistaBlogueira diz que não esperava virulência e fanatismo no Brasil.Yoani diz que, depois do fim do regime, pretende trabalhar como jornalista.
William WaackSão Paulo, SP
A blogueira cubana Yoani Sánchez encerrou a visita a São Paulo criticando
grupos políticos que, seguindo a palavra de ordem de Havana, a
hostilizaram em vários momentos. Ela concedeu uma entrevista nesta
sexta-feira (22) ao Jornal da Globo.
Tem as perguntas que valem milhões e as perguntas que se fazem milhões.
Yoani começou pela dúvida de milhões. Quando termina o comunismo em
Cuba? "É a grande pergunta que se fazem 11 milhões de cubanos", disse
Yoani, que arriscou um prognóstico: o comunismo em Cuba acaba, nas
palavras dela, quando Fidel e o irmão Raúl Castro pararem de respirar.
“Pois respirar, em Cuba, é fazer política”, acrescenta. "Quando alguém se
levanta de manhã e opina sobre o clima, na realidade, está fazendo política,
pois é uma sociedade muito polarizada, muito politizada", disse.
Tudo o que ela fez no Brasil também acabou sendo política. Foi hostilizada
por grupos ligados a partidos de esquerda, em cenas de agressividade e
intolerância que os blogs oficiais em Cuba já antecipavam.
O que não esperava, disse Yoani, era a virulência e o fanatismo. “O que não
entendo muito bem é porque boicotam o lançamento de livros, não me
deixam falar, violam minha liberdade de expressão”, afirmou.
Em parte, a visita de Yoani ao Brasil, para lançamento de seu livro "De
Cuba, com carinho", virou embate entre figuras da base governista e
políticos da oposição, que não só a levaram ao Congresso, mas, no caso de
São Paulo, a trataram com a deferência normalmente dedicada a figuras
políticas de projeção internacional.
Olhar para Yoani é lembrar o que já aconteceu em outros países que
deixaram de ser comunistas, como a Polônia, onde o primeiro chefe de
governo não-comunista foi um intelectual católico, ou República Tcheca,
que elegeu um dramaturgo e escritor, perseguido pelos comunistas, como
presidente.
Yoani diz que, depois do comunismo em Cuba, pretende trabalhar como
jornalista, dirigindo uma grande redação. Apoiada, diz ela, em novas
tecnologias de comunicação que já ajudam, dentro de Cuba, a denunciar
violações de direitos humanos e a convocar pessoas a protestos.
Mas não tem mesmo ambições políticas na Cuba após a solução biológica?
“Falta-me cinismo”, respondeu.