telhado1

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1 ESTRUTURAS DE TELHADOS E CARREGAMENTOS 1. TELHADOS Os telhados compõem-se de duas partes principais: COBERTURA: material resistente a intempéries, à ação do vento e impermeável. ARMAÇÃO: conjunto de elementos estruturais para sustentação da cobertura (tesouras, terças, caibros, ripas e contraventamento). A armação é geralmente executada em madeira, aço, alumínio ou concreto armado. 2. ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO TELHADO ARMAÇÃO PRINCIPAL: Tesoura – viga principal, treliçada ou não, responsável por transferir o carregamento do telhado aos pilares ou paredes da edificação. Suas partes componentes são denominadas: Banzo Superior: S Banzo Inferior: I Verticais: V Diagonais: D Nó ou Junta: N (ponto de interseção das barras. Painel: p (distância entre dois nós) Altura: h Vão: L Inclinação da Tesoura: α Terças (T) – vigas apoiadas sobre as tesouras e que transferem as cargas das telhas para as tesouras. Dependendo do tipo de telha utilizado, é necessária uma estrutura de sustentação secundária para transferir as cargas das telhas para as terças. VIGAMENTO SECUNDÁRIO: Caibros: C (vigas paralelas às tesouras e responsáveis por levar as cargas das ripas para as terças) Ripas R (vigas paralelas às terças onde se apoiam as telhas). S I V D T C R L p h α

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Cálculo de telhado de madeira - Prof. Virgínia

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  • 1

    ESTRUTURAS DE TELHADOS E CARREGAMENTOS

    1. TELHADOS

    Os telhados compem-se de duas partes principais:

    COBERTURA: material resistente a intempries, ao do vento e impermevel.

    ARMAO: conjunto de elementos estruturais para sustentao da cobertura (tesouras, teras, caibros, ripas econtraventamento). A armao geralmente executada em madeira, ao, alumnio ou concreto armado.

    2. ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO TELHADO

    ARMAO PRINCIPAL:

    Tesoura viga principal, treliada ou no, responsvel por transferir o carregamento do telhado aos pilares ouparedes da edificao. Suas partes componentes so denominadas:

    Banzo Superior: S

    Banzo Inferior: I

    Verticais: V

    Diagonais: D

    N ou Junta: N (ponto de interseo das barras.

    Painel: p (distncia entre dois ns)

    Altura: h

    Vo: L

    Inclinao da Tesoura:

    Teras (T) vigas apoiadas sobre as tesouras e que transferem as cargas das telhas para as tesouras.

    Dependendo do tipo de telha utilizado, necessria uma estrutura de sustentao secundria para transferir ascargas das telhas para as teras.

    VIGAMENTO SECUNDRIO:

    Caibros: C (vigas paralelas s tesouras e responsveis por levar as cargas das ripas para asteras)

    Ripas R (vigas paralelas s teras onde se apoiam as telhas).

    n

    S

    I

    V

    D

    TC

    R

    L

    p

    h

  • 2

    Telhas de fibrocimento, alumnio ou PVC dispensam a utilizao de ripas e caibros, apoiando-se diretamentenas teras.

    Pea Bitola Comprimento

    Ripas: 1,5 x 1,5 cm 440 cm (mdio)

    Caibros 5 x 6 cm de 200 a 400 cm

    Teras 6 x 12 cm 500 cm (mdio)

    6 x 16 cm 500 cm (mdio)

    Tbuas 2,6 x 16 cm 400 cm (mdio)

    2,6 x 23 cm 400 cm

    1,3 x 31 cm 400 cm

    (a) (b)

    Exemplos de estruturas de telhados: (a) telhas cermicas (com vigamento secundrio); (b) telhas defibrocimento (sem vigamento secundrio)

    3. CONTRAVENTAMENTOS

    Os contraventamentos so estruturas secundrias destinadas a impedir a movimentao das tesouras e terasnos diversos planos de atuao das cargas por insuficincia da vinculao entre si dos diversos componentesda estrutura, dando ao conjunto rigidez espacial. O contraventamento tambm empregado para reduzircomprimentos de flambagem de peas comprimidas.

    Considerando-se o exemplo de uma estante de metal, percebe-se que ela apresenta baixa resistncia adeformaes devidas a cargas horizontais em funo da fraca eficincia da vinculao de seus componentes(em geral, ligaes parafusadas projetadas apenas para resistir a cargas verticais). A adio de barras depequena seo (ou cabos) em X no plano onde ocorre o movimento aumenta consideravelmente a rigidez doconjunto a esses movimentos.

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    Em estruturas de telhados, recomenda-se a utilizao dos seguintes contraventamentos:

    CONTRAVENTAMENTO VERTICAL: estrutura plana vertical formada por barras cruzadas, dispostasperpendicularmente ao plano das tesouras. Do sustentao para foras que atuam em seu plano, travando astesouras de maneira a impedir sua rotao e deslocamento, principalmente contra a ao do vento, comotambm sendo elemento de vinculao do banzo inferior contra a flambagem lateral.

    Muitas vezes so utilizadas mos-francesas nas teras para aliviar os esforos de flexo, funcionando tambmpara reduzir os comprimento de flambagem e como contraventamento, travando os ns inferiores da tesouraquanto flambagem lateral.

    Mo-Francesa

    Tera

    Tesoura

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    CONTRAVENTAMENTO HORIZONTAL: estrutura formada por barras tracionadas colocadas no plano abaixoda cobertura para amarrao do conjunto formado pelas tesouras e teras. Servem para transferir a ao dovento atuando em uma direo oblqua edificao para as tesouras e o contraventamento vertical.

    4. CARGAS

    Em telhados devem ser considerados os seguintes carregamentos

    CARGAS ACIDENTAIS

    A NBR 6120/80 especifica no item 2.2.1.4 que todo elemento isolado de cobertura (teras, caibros e barras dobanzo superior das trelias) deve ser projetado para receber uma carga de 1kN em sua posio maisdesfavorvel, alm da carga permanente. Essa carga deve ser considerada na determinao da resistncia dapea isolada, e no do telhado como um todo, pois a inteno da norma que no haja ruptura local de umcomponente quando ocorrer a manuteno do telhado (peso de pessoas sobre o mesmo).

    Alm disso, a Tabela 2, item 15, especifica uma carga acidental de 0,5 kN/m2 em forros sem acesso de pessoas(previso de carga quando da manuteno).

    A bibliografia indica a utilizao de uma carga acidental de 0,15 kN/m2 sobre a cobertura em edifcios depequeno porte, prevendo a sobrecarga que o acmulo de poeira e gua da chuva possam provocar sobre otelhado. Alm disso, em zonas siderrgicas, recomenda-se adoo de uma carga de 0,5 kN/m2 em coberturasde galpes, pelo acmulo de poeira em suspenso nessas regies.

    Em zonas onde h ocorrncia de neve, recomenda-se:

    0,75 kN/m2 20o

    0,75.cos kN/m2 > 20o

    0 kN/m2 > 60o

    CARGAS PERMANENTES

    As cargas permanentes podem ser obtidas a partir dos pesos especficos dos materiais de construo, contidosna NBR 6120/80, Tabela 1.

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    usual a obteno de composies de cargas por m2 de superfcie do telhado. A obteno das cargascorrespondentes por m2 de projeo feita por:

    cos

    igg = , a inclinao do telhado

    TELHAS gi kN/m2

    Fibrocimento 0,23Marselha / Francesa 0,50Colonial paulista 0,95Alumnio 0,04PVC 0,03Ao zincado 0,13Concreto leve 0,54Fibra de vidro 0,02Fibrocimento 6 mm 0,17Fibrocimento 8 mm 0,23

    FORROS g ou gi kN/m2

    Gesso 0,20 a 0,27Eucatex 0,035PVC Rgido 0,051Pinho do Paran 0,045Fibrocimento 0,15Estuque (tela argamassada) 0,55

    ESTRUTURA SECUNDRIA (MADEIRA) g ou gi kN/m2

    Ripas e caibros 0,07Estrutura de sustentao do forro, em madeira 0,10 a 0,15

    ESTRUTURA PRINCIPAL (MADEIRA) g kN/m2

    Teras : telha Marselha, vo mximo 300 cm 0,06Teras : telha Colonial, vo mximo 250 cm 0,08Teras : telha Fibrocimento, vo mximo 400 cm 0,045Tesoura e contraventamento vo L 0,0245(1+0,33L)

    1 m

    1 m

    cos

    g

    gi