tecnologias da informaÇÃo e da comunicaÇÃo (tics) · desde o início da civilização, todas as...

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TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (TICs) NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: GÊNERO DISCURSIVO

DIGITAL

CURITIBA

2011

SUMÁRIO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ...............................................................................3

APRESENTAÇÃO..................................................................................................4

1. SOBRE A TECNOLOGIA E AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E

DA COMUNICAÇÃO (TICs)....................................................................................6

1.1. As novas tecnologias da informação e da comunicação (tics) e o ensino

de língua portuguesa.............................................................................................7

2.AS DIRETRIZES CURRICULARES E AS NOVAS TICs ....................................8

3. SOBRE O AMBIENTE VIRTUAL........................................................................9

3.1. O gênero discursivo digital ..........................................................................9

3.2. Sobre o hipertexto.........................................................................................13

4. O PROFESSOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS..............................................14

4.1.Atividades/técnicas........................................................................................15

REFERÊNCIAS......................................................................................................15

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Antonia Aparecida Soria Garcia

Área PDE: Língua Portuguesa

NRE: Curitiba

Professor Orientador: Profª Ms. Cristian Pagoto

IES vinculada: Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá -

FAFIPAR

Escola de Implementação: Colégio Estadual João de Oliveira Franco

Público objeto da intervenção: Professores de Língua Portuguesa

4

APRESENTAÇÃO

Este trabalho trata das Tecnologias da Informação e da Comunicação

(TICs) na Língua Portuguesa, considerando os gêneros discursivos contidos na

mídia digital.

As transformações tecnológicas influem diretamente no cotidiano dos

indivíduos, principalmente, no que se refere às Tecnologias da Informação e da

Comunicação, que possibilitam o compartilhamento de informações e interações

imediatas que, por sua vez, influem diretamente na educação.

Neste contexto mundial de novas tecnologias que possibilitam o surgimento

dos gêneros discursivos eletrônicos, estão inseridos os profissionais da educação

e os alunos, sendo que estes últimos já praticam a leitura e a escrita nos meios

tecnológicos de comunicação. Aos professores, por sua vez, compete a

incorporação das TIC(s), participando do processo de construção dos

conhecimentos nessa esfera de comunicação.

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica da Língua Portuguesa,

considerando o contexto do discurso digital, dispõe que o trabalho com a

disciplina considerará os gêneros discursivos que circulam socialmente,

contemplando como conteúdo básico a esfera social de circulação midiática,

tendo como gêneros discursivos blog, e-mail, chat, e outros, os quais ocorrem no

âmbito das tecnologias da informação e da comunicação.

Os professores, ao tomarem conhecimento das tecnologias midiáticas,

podem auxiliar, direcionar e possibilitar a análise dos conhecimentos apropriados

pelos alunos, contribuindo assim, para a crítica às contradições sociais, políticas e

econômicas existentes na sociedade em que vive, transformando a realidade

social.

Deste modo, pretende-se propiciar aos professores uma reflexão sobre as

novas tecnologias da informação e da comunicação e como estas podem ser

utilizadas no ensino da Língua Portuguesa, considerando que constituem campo

privilegiado para o exercício da escrita.

Quanto aos objetivos específicos, pretende-se:

5

- reflexão com os professores de Língua Portuguesa sobre as várias

tecnologias da informação e da informação, com enfoque no gênero discursivo

digital;

- verificar se estão sendo utilizadas ou não e quais os motivos da não

utilização;

- subsidiar os professores quanto à utilização das TIC(s).

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1. SOBRE A TECNOLOGIA E AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E

DA COMUNICAÇÃO (TICs)

A tecnologia não constitui privilégio dos tempos atuais, existe há milênios,

desde que o ser humano passou a empregar os recursos existentes na natureza.

Segundo Kenski:

É muito difícil aceitar que apenas o atual momento em que vivemos possa ser chamado de “era tecnológica”. Na verdade, desde o início da civilização, todas as eras correspondem ao predomínio de um determinado tipo de tecnologia. Todas as eras foram, portanto, cada uma à sua maneira, “eras tecnológicas”. Assim tivemos a Idade da Pedra, do Bronze... até chegarmos ao momento tecnológico atual (KENSKI, 2003, p. 19).

Ocorre que houve um extraordinário avanço das tecnologias em geral.

Entre elas, as tecnologias da informação e da comunicação, que conforme

Kenski, (2003, p. 25), “interferem em nosso modo de pensar, sentir, agir, de nos

relacionarmos socialmente e adquirirmos conhecimento”.

Na época atual, a técnica é uma das dimensões fundamentais onde está em jogo a transformação do mundo humano por ele mesmo. A incidência cada vez mais pregnante das realidades tecnoeconômicas sobre todos os aspectos da vida social, e também os deslocamentos menos visíveis que ocorrem na esfera intelectual obrigam-nos a reconhecer a técnica como um dos mais importantes temas filosóficos e políticos de nosso tempo (LÉVY, 1993, p. 7).

Conforme Coscarelli (2006, p. 51), o termo “tecnologia da informação não é

necessariamente, sinônimo de computador (hardware e software). Todavia, o

computador pode ser considerado o principal representante dessa tecnologia”,

sendo “que a informática é a última, até a data, dessas grandes invenções que

têm ritmado o desenvolvimento da espécie humana, reorganizando sua cultura e

atribuindo-lhe nova temporalidade”, conforme Lévy, citado por Marques Neto

(2006, p. 52)1.

1 LÉVY, Pierre. A máquina universo: criação, cognição e cultura informática. Porto Alegre:

ArtMed, 1998.

7

Essas novas tecnologias incidem diretamente na educação, pois

possibilitam, segundo Kenski (2003, p. 138), “novas formas de leitura e seus

desdobramentos vão exigir metodologias e ações radicalmente novas e

diferenciadas de ensino”.

Nesse contexto, os meios de comunicação e interação mediada por computadores e redes são uma grande promessa, além de uma tendência para a criação de novas formas de ensinar e também como auxílio ao aprendizado, em modalidades de ensino a distância, mas, indispensavelmente, também em modalidades presenciais (SOUZA, 2006, p. 107).

1.1 As novas tecnologias da informação e da comunicação (tics) e o ensino

de língua portuguesa

Com referência especificamente à Língua Portuguesa, percebe-se que com

a rápida disseminação das tecnologias da informação e da comunicação, os

alunos têm contato com os gêneros discursivos digitais, utilizando a escrita

nesses meios.

Assim como o homem, para escrever e ler textos, inventou/criou discursivamente os sistemas de escrita (pictóricos, ideográficos e alfabéticos) e diversos recursos editoriais; assim como os escritores de romances, contos, novelas, poemas inventaram recursos de escritura para criar seu discurso estético; como os produtores de histórias em quadrinhos e de tirinhas buscaram outros recursos gráficos, além do sistema de escritura, assim também os internautas estão revolucionando a escrita no ciberespaço, seja como sistema seja como processo discursivo em gêneros textuais emergentes (COSTA, 2009, p. 24).

Para Bakhtin, o discurso constitui a interação entre sujeitos, ligado a cada

esfera social:

Todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem. Compreende-se perfeitamente que o caráter e as formas desse uso sejam tão multiformes quanto os campos da atividade humana, o que, é claro, não contradiz a unidade nacional de um a língua. O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo de atividade humana. Esses enunciados refletem as condições específicas e as finalidades de cada referido campo não só por seu conteúdo (temático) e pelo estilo de linguagem, ou seja, pela seleção de

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recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua mas, acima de tudo, por sua construção composicional. Todos esses três elementos – o conteúdo temático, o estilo, a construção composicional estão indissoluvelmente ligados no todo do enunciado e são igualmente determinados pela especificidade de um determinado campo da comunicação. Evidentemente, cada enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros discursivos (BAKHTIN, 2010, p. 261).

2. AS DIRETRIZES CURRICULARES E AS NOVAS TICS

De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais:

Os sujeitos da Educação Básica, crianças, jovens e adultos, em geral, oriundos das classes assalariadas, urbanas ou rurais, de diversas regiões e com diferentes origens étnicas e culturas (FRIGOTTO, 2004), devem ter acesso ao conhecimento produzido pela humanidade que, na escola, é veiculado pelos conteúdos das disciplinas escolares (Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica. 2008, p. 14)

O referido documento discorre ainda, sobre o currículo vinculado a várias

teorias, tais como academicismo e cientificismo, às subjetividades e experiências

vividas pelo aluno e ao currículo vinculado às teorias críticas, dando-se

preferência à teoria crítica, onde as disciplinas são trabalhadas em uma

concepção histórica e crítica.

Segundo Gonzalez (2005, p. 70), “os alunos devem ter a capacidade de

produzir conhecimentos, analisar e posicionar-se criticamente diante de situações

concretas que se lhes apresentem”.

Assim, entende-se que os conhecimentos, ao serem apropriados pelos

alunos, devem contribuir para a crítica às contradições sociais, políticas e

econômicas existentes em nossa sociedade, fazendo do aluno um sujeito

transformador da realidade social em que vive.

Nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa, o

conteúdo estruturante da disciplina consiste na linguagem como prática que

9

ocorre nas diversas esferas sociais, por meio dos gêneros discursivos, sendo o

gênero discursivo digital, uma dessas instâncias.

Assim, conclui-se que a utilização das tecnologias da informação e da

comunicação como recurso pedagógico, possibilita aos alunos o acesso ao saber

historicamente construído, dentro de um dos contextos de gênero discursivo

vivenciado pelos alunos, a esfera de circulação midiática, encontrando-se em

conformidade com o contido nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica.

3. SOBRE O AMBIENTE VIRTUAL

As novas tecnologias comunicacionais permitiram a geração de novos ambientes,

tais como a internet e a web (world wide web), que possibilitaram o surgimento de vários

gêneros, pois nesses ambientes ocorrem vários formatos de experimentações.

3.1. O gênero discursivo digital

A mídia virtual tem como característica a escrita, dependendo

completamente desta. “O fato inconteste é que a internet e todos os gêneros a ela

ligados são eventos textuais fundamentalmente baseados na escrita.”

(MARCUSCHI, 2010, p. 22).

Nesse contexto de tecnologia digital, emergem novos gêneros, que são

muito variados, no entanto, a maioria deles tem contrapartes semelhantes na

oralidade e na escrita.

Não existem levantamentos exatos da quantidade de gêneros identificados

na mídia digital, assim, Marcuschi lista uma amostra, mas podem existir outros

gêneros, pois o ambiente virtual está em constante transformação.

Marcuschi (2010) apresenta quadro demonstrativo dos gêneros

emergentes e sua contraparte, estabelecendo uma comparação entre os gêneros

novos e antigos.

Gêneros textuais emergentes na mídia virtual e suas contrapartes em

gêneros preexistentes (MARCUSCHI, 2010, p. 37).

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Gêneros emergentes Gêneros já existentes

1 E-mail Carta pessoal/bilhete/correio

2 Chat em aberto Conversações (em grupos abertos?)

3 Chat reservado Conversações duais (casuais)

4 Chat ICQ (agendado) Encontros pessoais (agendados?)

5 Chat em salas privadas Conversações (fechadas?)

6 Entrevista com convidado Entrevista com pessoa convidada

7 E-mail educacional (aula por e-mail) Aulas por correspondência

8 Aula-chat (aulas virtuais) Aulas presenciais

9 Videoconferência interativa Reunião de grupo/conferência/debate

10 Lista de discussão Circulares/séries de circulares (?)

11 Endereço eletrônico Endereço postal

12 Blog Diário pessoal, anotações, agendas

(Fonte: MARCUSHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital. In: MARCUSCHI, Luiz Antônio: XAVIER, Antonio Carlos (Orgs.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentidos) Segundo Marcuschi (2010), torna-se impossível analisar todos os gêneros

surgidos na esfera digital, razão pela qual, se limita a indicações sumárias de

alguns dos gêneros digitais mais importantes, considerando o processo contínuo

de surgimento de novos gêneros dentro da mídia digital.

E-mails (mensagens eletrônicas): correio eletrônico com formas de

produção típicas e já padronizadas, e está hoje entre os mais praticados na

escrita. Surgiu como um serviço (eletronic mail), e derivou em um gênero.

Frequentemente, é comparado a uma carta, um bilhete ou um recado.

Apresenta um cabeçalho, e pode apresentar anexos. Geralmente, o e-mail

contém endereço do remetente; data e hora; endereço do receptor; possibilidade

de cópias; assunto; corpo da mensagem, com ou sem vocativo, texto e

assinatura; possibilidade de anexar documentos; inserção de carinhas, desenhos

e até mesmo voz.

Os e-mails também podem apresentar a estrutura de um bilhete.

Chats (bate-papos) em salas abertas: surgiram na Finlândia, em 1988, e

tratava-se de um programa para comunicação restrita, tornando-se em menos de

uma década um dos gêneros mais praticados na esfera digital.

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Esses bate-papos iniciam-se pela escolha da sala de acordo com os

interesses específicos, ocorrendo em seguida a escolha de um apelido, que

possibilita o anonimato. Esses apelidos mostram nomes ligados à tecnologia,

sexo, fauna, flora, a personalidades famosas, e outros e merecem um estudo

específico, pois expõe uma face escondida da sociedade atual, que é reprimida e

acaba aparecendo nessa salas de bate-papo.

Existe total liberdade quanto aos aspectos linguísticos, é uma linguagem

bastante livre e ainda, apresentam recursos operacionais, como seleção de

parceiros, envio de sons especiais, envio de caretas/imagens, remessa de

música, fotos, sistema de alerta, entre outros.

Embora sejam escritas, são produções síncronas (ocorrem em tempo real,

on-line), no entanto, pode existir a possibilidade da não sincronia, por motivo de

interação com vários parceiros ou demora na resposta.

Numa sala de bate-papo, a participação não é centrada no indivíduo e nas

relações interpessoais, mas no grupo, tratando-se assim de uma relação

hiperpessoal. Caso a relação se torne mais interpessoal, surge outro gênero, o

chat reservado.

Chat reservado: Possui as mesmas características dos bate-papos, no

entanto, os indivíduos interagem de forma particular, escolhendo o parceiro e

isolando-se na sala, que permanece com os mesmos recursos, ficando presentes

somente duas pessoas que interagem reservadamente.

Este gênero apresenta semelhança com a conversação face a face, sendo

o gênero mais praticado atualmente, já que propicia um conhecimento mais

aprofundado e tranquilidade aos sujeitos envolvidos na conversação.

O bate-papo ICQ ( agendado): Nesse programa, há a possibilidade de

criar uma lista de amigos, caracterizando interações mais personalizadas,

assemelhando-se a uma chamada telefônica. Um dos aspectos do ICQ é a

possibilidade da visualização das digitações dos participantes, se estes assim o

desejarem. Assim, não há a necessidade de enviar o texto, pois o mesmo está

sendo visualizado pelos participantes.

Chats em salas privadas: Este gênero não é muito diferente dos

anteriores, porém, têm uma característica bem peculiar: somente possuem

acesso a esse bate-papo duas pessoas que se comunicam, e não há a

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possibilidade de nenhum acesso por parte de outras pessoas. Geralmente, os

participantes são desconhecidos e utilizam pseudônimos e conversam sobre

temas bem específicos.

Entrevista com convidado: Uma das características principais é a figura

do mediador que não aparece e seleciona as perguntas que podem ou não ser

respondidas. É similar a um chat aberto, porém, somente o entrevistado

responde.

E-mails educacionais (aulas virtuais por e-mail): este gênero é muito

utilizado na EaD. Nas aulas por e-mail não há necessidade de que todos os

alunos estejam na sala, uma vez que cada aluno determina o horário e o ritmo da

aprendizagem, havendo assim, uma flexibilização do tempo e do espaço. Desta

maneira, o aluno torna-se mais responsável pelo processo ensino-aprendizagem.

Cada aluno pode escrever seu e-mail, expondo dúvidas, ler os e-mails

coletivos ou a ele endereçados, ou ainda, acessar os materiais disponibilizados na

rede.

Aulas-chats (o chat educacional): os participantes se conhecem e são

identificados por seus nomes e não por apelidos, e a entrada nesse ambiente se

restringe aos alunos. Esse gênero apresenta como característica a estrutura

instrucional, é síncrono (ou seja, as participações ocorrem on-line) e o professor

desempenha o papel de instrutor ou dirimidor de dúvidas. Aos participantes são

oportunizados turnos para a interação, sendo que ao professor é destinado o

maior número de turno, uma vez que terá que responder várias perguntas de

diferentes alunos.

Videoconferência interativa: este gênero guarda semelhança com os

bate-papos com convidados, contudo, apresentam tema e tempo de realização.

São síncronos e utilizados com a finalidade de trabalho.

Listas de discussão: São muito comuns nas comunidades acadêmicas e

também fora dela. Apresentam finalidades diversas, formadas por grupos

definidos, utilizando o e-mail para os contatos.

Os temas não são fixos, mas obedecem a uma sinopse geral de temas que

são tratados pelos participantes dessas listas. Existe a figura do moderador ou

webmaster que realiza a separação e direciona as mensagens que não se

coadunam com a lista. As listas de discussão apresentam como característica a

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veiculação de informações ao grupo, embora ocorram mensagens que não sejam

adequadas à finalidade do grupo.

Endereço eletrônico: Identifica o indivíduo em todas as comunicações

eletrônicas. Possuem semelhança com o endereço do envelope de carta, uma vez

que está sempre presente nos e-mails.

A relação com os endereços postais varia muito com referência ao nome

do usuário, que pode ser representado por uma sigla ou o nome pessoal. Uma

mesma pessoa pode apresentar vários endereços eletrônicos.

Blogs: são muito conhecidos, similares a um diário pessoal, uma vez que

nos blogs constam anotações em ordem cronológica. A linguagem empregada é

informal, com a possibilidade de inserção de textos, de fotos e de músicas,

podendo ser atualizado com facilidade. Apresentam também, a característica da

interatividade, pois podem ser postados comentários.

Os blogs tiveram desenvolvimento muito semelhante ao da home page,

que não constitui um gênero, segundo Marcuschi (2010).

3.2. Sobre o hipertexto

Entre as grandes inovações que impactam na educação, sendo um dos

exemplos, o hipertexto, que transforma profundamente o ato de ler, pois une

escrita, imagem, som, hiperlinks, tornando a leitura interativa e rápida. Para Levy:

O hipertexto é dinâmico, está perpetuamente em movimento com um ou dois cliques, obedecendo por assim dizer ao dedo e ao olho, ele mostra ao leitor uma de suas faces, depois outra, um certo detalhe ampliado, uma estrutura complexa esquematizada. Ele se redobra e desdobra à vontade, muda de forma, se multiplica, se corta e se cola outra vez de outra forma. Não é apenas uma rede de microtextos, mas sim uma grande rede de metatexto de geometria variável, com gavetas, com dobras. Um parágrafo pode aparecer ou desaparecer sob uma palavra, três capítulos sob uma palavra do parágrafo, um pequeno ensaio sob uma das palavras destes capítulos, e assim virtualmente sem fim, de fundo falso em fundo falso (LÉVY, 2003, p. 41).

Lembramos que de acordo com Marcuschi (2010), o hipertexto não pode

ser tratado como um gênero, mas sim como um modo de produção textual,

surgido no ambiente digital.

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4. O PROFESSOR E AS NOVAS TECNOLOGIAS

Entretanto, a utilização pedagógica das Tecnologias da Informação e da

Comunicação não substituirá a ação da escola no processo ensino-aprendizagem,

uma vez que:

A escola continuará durante muito tempo dependendo da sala de aula, do quadro-negro, dos cadernos. Mas as mudanças tecnológicas terão um impacto cada vez maior na educação escolar e na vida cotidiana. Os professores não podem mais ignorar a televisão, o vídeo, o cinema, o computador, o telefone, o fax, que são veículos de informação, de comunicação, de aprendizagem, de lazer, porque há tempos o professor e o livro didático deixaram de ser as únicas fontes de conhecimento. Ou seja, professores, alunos, pais, todos precisamos aprender a ler sons, imagens, movimentos e a lidar com eles (LIBÂNEO, 2010, p. 40).

Nesse novo contexto, conforme Kenski, o professor encontra um espaço

educacional radicalmente diferente no meio digital, e para que se incorpore à sua

prática profissional torna-se necessária uma transformação na percepção do que

é aprender e ensinar e nas formas de utilização dos textos no âmbito das novas

tecnologias.

No entanto, cabe lembrar o importante papel do professor no uso das

novas tecnologias, pois conforme Libâneo (2010, p. 67), “a utilização pedagógica

das tecnologias da informação pode trazer efeitos cognitivos relevantes, mas

estes porém não podem ser atribuídos somente a essas tecnologias”.

O ensino mediado pelas tecnologias digitais não prescindirá do professor,

uma vez que:

A utilização do ambiente digital em situações de aprendizagem não exclui, porém, a ação docente. Ao contrário “professores continuarão a ser valorizados por suas habilidades de administrar o desenvolvimento do processo da educação, e não mais por servirem como fonte de informação” (NOBLITT citado por KENSKI, 2003, p. 137).

O papel do professor com o uso dessas tecnologias não diminui, ao

contrário:

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Em um mundo que muda rapidamente, o professor deve auxiliar seus alunos a analisar criticamente as situações complexas e inesperadas informadas pelas mídias, a desenvolver suas criatividades; a utilizar outros tipos de “racionalidades”; a imaginação criadora, a sensibilidade táctil, visual e auditiva, entre outras (KENSKI, 2003, p. 89).

4.1. Atividades/técnicas

- Aplicação de questionário para verificar se as TICs estão sendo utilizadas

ou não e quais os motivos da não utilização;

- tabulação dos resultados;

- estudo dos conteúdos referentes às Tecnologias da Informação e da

Comunicação (TICs), referentes ao gênero discursivo midiático;

- oficina de trabalho, com a finalidade de desenvolver Blog, que constituirá

recurso pedagógico importante para o desenvolvimento de atividades

relacionadas à esfera digital.

- avaliação dos professores referentes à importância da aplicação das TICs

na disciplina de Língua Portuguesa.

REFERÊNCIAS

1 BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010. 2 COSTA, Sérgio Roberto. Minidicionário do discurso eletrônico-digital. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. 3 GONZALEZ, Mathias. Fundamentos da tutoria em educação a distância. São Paulo: Avercamp, 2005. 4 KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas: Papirus, 2003.

Para chegar a lugares onde ainda não estivemos, É preciso ousar passar por caminhos que ainda não trilhamos.

Gandhi

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5 LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993. 6 LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? 12. ed. São Paulo: Cortez, 2010. 7 MARCUSHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital. In: MARCUSCHI, Luiz Antônio: XAVIER, Antonio Carlos (Orgs.). .Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentidos. 3. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2010. 8 MARQUES NETO, Humberto Torres. A tecnologia da informação na escola. In: COSCARELLI, Carla Viana (Org.). Novas tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. 9 PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes curriculares da educação básica: língua portuguesa. Curitiba, 2008. 10 SOUZA, Renato Rocha. Aprendizagem colaborativa em comunidades virtuais: o caso das listas de discussão. In: COSCARELLI, Carla Viana (Org.). Novas tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.