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(83) 3322.3222 [email protected] www.conapesc.com.br TECNOLOGIA DE PRODUTOS LÁCTEOS CAPRINOS COM ÊNFASE NA ELABORAÇÃO DE IOGURTES PROBIÓTICOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA Jéssica Lima de Morais (1) 1- Aluna de doutorado do programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal da Paraíba, [email protected] Resumo: A utilização do leite caprino para produção de leites fermentados tais como a produção de iogurte caprino com o acréscimo de culturas probióticas pode vir a agregar valor funcional ao produto pode potencializar os efeitos benéficos à saúde e, desta forma, a procura deste produto pelo consumidor. O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de realizar uma revisão bibliográfica na literatura sobre as tecnologias para elaboração de produtos lácteos caprinos com ênfase na elaboração de iogurtes e leites fermentados e adição de probióticos. Para tanto foi realizada uma revisão de literatura onde foram utilizadas as bases de dados LILACS, MEDLINE, SCIENSE DIRECT, SCIELO E PUBMED a fim de identificar artigos científicos publicados no período de 2008 a 2018. A busca nas fontes supracitadas foi realizada tendo como termos indexadores "leite caprino" AND "tecnologia de produtos lácteos", e seus correspondentes em inglês " goat milk" AND " dairy technology ". Observou-se que a maioria dos estudos demonstra que benefícios do leite de cabra podem ainda ser aprimorados através do uso do leite como um veículo para o desenvolvimento de probióticos. Pode-se inferir então que a produção de iogurte de leite de cabra e de outros tipos de leite fermentado no Brasil ainda ocorre de forma artesanal e de baixa escala. Algumas pesquisas mostram o potencial da produção de iogurte de leite de cabra apresentando características únicas e direcionando a atenção para o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para o setor da caprinocultura. Palavras-chave: alimentos funcionais, tecnologia de produtos lácteos, características sensoriais. INTRODUÇÃO O leite de vaca se apresenta como a principal matéria prima para elaboração de derivados lácteos. Porém, os crescentes problemas originados por alergia em alguns consumidores ao leite bovino trazem o leite de cabra como fonte alimentar alternativa, apresentando resultados positivos. O leite caprino é conhecido como um alimento completo para a nutrição humana, rico em proteínas de alto valor biológico, ácidos graxos essenciais, assim como, vitaminas e minerais (SILANIKOVE et al., 2010; MACEDO JUNIOR et al., 2015). A partir do leite caprino podem ser obtidos produtos como queijos, bebidas lácteas e diferentes tipos de leites fermentados, a citar o iogurte, utilizando-se de processos simples e acessíveis aos pequenos produtores, sendo essa uma alternativa para o aproveitamento, agregação de valor e o aumento no consumo de produtos de origem caprina (SANTOS et al., 2011). O iogurte é produzido pela fermentação da lactose em ácido láctico por bactérias ácido láticas, tais como Streptococcus salivarius subsp. thermophillus e Lactobacillus delbrueckii subsp.

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TECNOLOGIA DE PRODUTOS LÁCTEOS CAPRINOS COM ÊNFASE

NA ELABORAÇÃO DE IOGURTES PROBIÓTICOS: UMA REVISÃO

DA LITERATURA

Jéssica Lima de Morais (1)

1- Aluna de doutorado do programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da

Universidade Federal da Paraíba, [email protected]

Resumo: A utilização do leite caprino para produção de leites fermentados tais como a produção de

iogurte caprino com o acréscimo de culturas probióticas pode vir a agregar valor funcional ao produto

pode potencializar os efeitos benéficos à saúde e, desta forma, a procura deste produto pelo

consumidor. O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de realizar uma revisão bibliográfica

na literatura sobre as tecnologias para elaboração de produtos lácteos caprinos com ênfase na

elaboração de iogurtes e leites fermentados e adição de probióticos. Para tanto foi realizada uma

revisão de literatura onde foram utilizadas as bases de dados LILACS, MEDLINE, SCIENSE

DIRECT, SCIELO E PUBMED a fim de identificar artigos científicos publicados no período de 2008

a 2018. A busca nas fontes supracitadas foi realizada tendo como termos indexadores "leite caprino"

AND "tecnologia de produtos lácteos", e seus correspondentes em inglês " goat milk" AND " dairy

technology ". Observou-se que a maioria dos estudos demonstra que benefícios do leite de cabra

podem ainda ser aprimorados através do uso do leite como um veículo para o desenvolvimento de

probióticos. Pode-se inferir então que a produção de iogurte de leite de cabra e de outros tipos de leite

fermentado no Brasil ainda ocorre de forma artesanal e de baixa escala. Algumas pesquisas mostram o

potencial da produção de iogurte de leite de cabra apresentando características únicas e direcionando a

atenção para o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para o setor da caprinocultura.

Palavras-chave: alimentos funcionais, tecnologia de produtos lácteos, características sensoriais.

INTRODUÇÃO

O leite de vaca se apresenta como a principal matéria prima para elaboração de

derivados lácteos. Porém, os crescentes problemas originados por alergia em alguns

consumidores ao leite bovino trazem o leite de cabra como fonte alimentar alternativa,

apresentando resultados positivos. O leite caprino é conhecido como um alimento completo

para a nutrição humana, rico em proteínas de alto valor biológico, ácidos graxos essenciais,

assim como, vitaminas e minerais (SILANIKOVE et al., 2010; MACEDO JUNIOR et al.,

2015).

A partir do leite caprino podem ser obtidos produtos como queijos, bebidas lácteas e

diferentes tipos de leites fermentados, a citar o iogurte, utilizando-se de processos simples e

acessíveis aos pequenos produtores, sendo essa uma alternativa para o aproveitamento,

agregação de valor e o aumento no consumo de produtos de origem caprina (SANTOS et al.,

2011). O iogurte é produzido pela fermentação da lactose em ácido láctico por bactérias ácido

láticas, tais como Streptococcus salivarius subsp.

thermophillus e Lactobacillus delbrueckii subsp.

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bulgaricus. As ações sinérgicas destas duas bactérias contribuem para a textura específica,

composição e propriedades sensoriais do fermentado (SUMARMONO; SULISTYOWATI;

SOENARTO, 2015).

Com o intuito de melhorar as características nutricionais, tecnológicas e trazer

benefícios à saúde, o iogurte pode ser adicionado de probióticos como os Lactobacillus

acidophilus, Lactobacillus casei, bifidobactérias, ou suas combinações. Os probióticos são

micro-organismos vivos que, quando ingeridos em quantidades adequadas, cuminam em um

efeito benéfico à saúde do consumidor (FAO/WHO, 2002); podendo ser citados no tratamento

de distúrbios gastrintestinais (diarreia, doença inflamatória do intestino, diarreia do viajante),

para o alívio de queixas causadas pela intolerância à lactose, redução da concentração de

enzimas de promoção de câncer e/ou metabólitos, normalização do transito intestinal e

constipação; sendo antialérgico e contribuindo no aumento da resposta imune (ADAM et al.,

2012; LEE et al., 2014; MATSUMOTO et al., 2012; ZHAO et al., 2015) .

O produto classificado como probiótico deve ser seguro e conter os micro-organismos

em número adequado para o consumo. Para isso, as estirpes selecionadas devem ser

adequadas ao processamento tecnológico em grande escala, com a capacidade de sobreviver e

conservar sua função durante a produção e armazenamento (TRIPATHI; GIRI, 2014).

Alimentos adicionados de probióticos devem manter uma sobrevivência da bactéria em níveis

que variam de 106 a 107 unidades formadoras de colônias por mililitro ou grama (UFC/mL ou

g), no momento do consumo para que possa ser garantido o efeito da cepa (MADUREIRA et

al., 2011).

O potencial econômico do leite caprino, além do desenvolvimento de produtos

sensorialmente novos, repercutindo na aceitabilidade do consumidor, não tem sido

devidamente explorado. Como também pesquisas relacionadas ao estudo da tecnologia de

fabricação de produtos lácteos caprinos bem como de técnicas que melhorem as

características sensoriais, e aumentem o potencial funcional destes produtos, são escassas.

Desta forma, pesquisas cientificas devem estar voltadas ao estudo de fatores e problemáticas

que contribuam para o avanço deste tema o que repercutirá na agregação de valor ao leite

caprino fortalecendo a cadeia produtiva e a competitividade no mercado de laticínios e

fomentará a literatura científica sobre o tema.

Com base nesta perspectiva, a presente proposta de pesquisa é relevante também,

tendo em vista a disponibilização de informações científicas acerca do potencial probiótico

dessa matriz alimentar durante o armazenamento,

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tema pouco estudado em produtos caprinos com estas peculiaridades. Sendo assim, os

objetivos desta pesquisa foram realizar uma literatura sobre as tecnologias para elaboração de

produtos lácteos caprinos com ênfase nos processos fermentativos e adição de probióticos.

METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão de literatura onde foram utilizadas as bases de dados

LILACS, MEDLINE, SCIENSE DIRECT, SCIELO E PUBMED a fim de identificar artigos

científicos publicados no período de 2008 a 2018. A busca nas fontes supracitadas foi

realizada tendo como termo indexador "leite caprino" AND "tecnologia de produtos lácteos",

e seu correspondente em inglês " goat milk" AND " dairy technology ". As publicações

foram pré-selecionadas pelos títulos, os quais deveriam conter como primeiro critério o termo

completo e/ou referências a composição nutricional de produtos lacteos obtidos a partir de

leite caprino/tecnologia aplicadas a elaboração de leites fermentados ou utilização de leite

caprino na elaboração de produtos lácteos e no caso dos artigos acompanhada da leitura dos

resumos disponíveis.

Foram incluídas publicações em inglês e português que atenderem aos critérios de se

tratar de uma pesquisa, um estudo de utilização de novas tecnologias na produção de produtos

lácteos de origem caprina; de apresentar como metodologia a descrição, aplicação dessas

novas tecnologias, utilização de leite caprino no desenvolvimento de novos produtos e

utilização de probióticos na elaboração dos mesmos. Em seguida foram excluídos artigos

repetidos em diferentes bases de dados. Foi realizada então uma pesquisa complementar no

portal de periódicos da Capes e nas referências dos artigos selecionados com intuito de

ampliar o campo empírico a ser analisado, e incluíram-se publicações que atendiam aos

critérios supracitados. Ao final, foram selecionados artigos resultantes das pesquisas nas bases

e da pesquisa complementar para compor esta revisão.

A análise do material empírico selecionado tomou como referência a categorização

dos estudos de acordo com o tipo do estudo e objetivos, local de realização da pesquisa, ano

de publicação, as revistas nas quais foram veiculados, metodologias utilizadas e principais

resultados encontrados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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IOGURTE

O termo “iogurte” vem da palavra “jugurt” e recebe, de acordo com as regiões do

mundo, várias denominações, destacando-se como importante alimento da dieta, com alta

digestibilidade e características de aroma e sabor agradáveis. O iogurte está presente na dieta

alimentar humana desde os tempos remotos, quando a fermentação era utilizada como forma

de preservação do leite. Considerando a crescente importância que o iogurte vem assumindo

no mercado nacional, inúmeras pesquisas têm sido executadas para melhoria da qualidade

(RAMOS et al., 2009).

Os primeiros iogurtes comerciais foram produzidos na França e Espanha em 1920 e

nos Estados Unidos em 1940. Contudo, somente a partir de 1960 é que houve um aumento do

consumo deste produto, devido a melhorias nas técnicas de processamento, qualidade

nutritiva e da função terapêutica (MARTIN, 2011).

O iogurte é uma forma indireta de consumo do leite e se constitui de uma fonte de

proteínas, cálcio e fósforo, o consumo deste alimento traz benefícios ao organismo facilitando

a ação das proteínas e enzimas digestivas, melhorando a absorção do cálcio, fósforo e ferro,

além de ser fonte de galactose, importante na síntese de tecidos nervosos cerebrosídeos em

crianças (ROBIM, 2011). Responsável pela cremosidade e maciez dos alimentos, a gordura

presente neste alimento contribui para a aparência, palatabilidade e lubrificação além de

aumentar a sensação de saciedade durante as refeições (CASTRO, 2002).

Dentre as proteínas que constituem o iogurte a caseína é responsável pela formação do

gel, decorrente da atividade de bactérias lácticas (MATHIAS, 2011). A fosfoproteína presente

no leite forma complexos com o cálcio, constituindo estruturas chamadas micelas, com cargas

negativas devido ao grupo fosfato. A acidificação ocorrida promove neutralização das cargas

e precipitação da caseína atingindo seu ponto isoelétrico, que correspondente ao pH de 4,6

(MATHIAS, 2011). Os lipídios estão presentes na forma de glóbulos de diversos tamanhos

que se encontram em suspensão na fase aquosa. Os glóbulos são compostos por triglicerídeos

e cada um deles é envolvido por uma camada formada por um componente de gordura,

denominado fosfolipídio (LONGO, 2006).

O consumo de iogurtes está fortemente relacionado à imagem de alimentação saudável,

razão pela qual se faz necessário o desenvolvimento de novas tecnologias de elaboração e

processamento buscando não apenas atender aos

quesitos de segurança alimentar mas também a

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melhoria da qualidade sensorial e funcional desses produtos. O leite de cabra é

comprovadamente um alimento de melhor disponibilidade de nutrientes, quando comparado

ao leite de vaca porém sua aceitação ainda traz receio, em virtude do aspecto de odor

característico. A produção de iogurte de leite de cabra no Brasil ainda ocorre de forma

artesanal e de baixa escala. Algumas pesquisas mostram o potencial da produção de iogurte de

leite de cabra apresentando características únicas e direcionando a atenção para o

desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para o setor da caprinocultura e não somente a

extensão de procedimentos utilizados para derivados de leite de vaca (PEREIRA et al., 2009).

Araújo et al. (2012) desenvolveram e avaliaram o iogurte de leite de cabra sabor

maracujá, com o objetivo de unir as características nutricionais e terapêuticas do iogurte com

os benefícios causados pelo leite caprino. Na análise sensorial com uso da escala hedônica, o

produto obteve boa aceitação, mantendo-se entre os termos “gostei muito” e “gostei

moderadamente”.

Mundim (2008) observou, em estudo sobre a elaboração de iogurte funcional com leite

de cabra saborizado com frutos do cerrado (araticum, cagaita e pequi) e suplementado com

inulina, que a elaboração deste tipo de produto sinaliza uma atividade de potencial uma vez

que, aliada ao poder antioxidante dos frutos do cerrado, a inulina caracteriza o produto como

alimento funcional, além de torná-lo uma alternativa de fonte de renda para os produtores.

Alves et al. (2009) elaboraram um frozen yogurt utilizando leite de cabra com adição de

culturas probióticas e prebiótico e enfatizaram a viabilidade da produção deste alimento com

base na qualidade físico-química e microbiológica observada, bem como a boa aceitação

sensorial quanto aos diversos parâmetros surgindo como alternativa para a indústria laticinista

haja vista que apresenta custo reduzido em relação aos demais produtos do gênero, além do

apelo probiótico.

Queiroga et al. (2011) elaboraram um iogurte caprino com adição de geleia de frutas

tropicais e observaram que o iogurte elaborado apresentou boa aceitação sensorial e intenção

de compra, como também, apresentaram boa qualidade microbiológica indicando idoneidade

ao consumo e enfatizaram que a elaboração de iogurte natural e com frutas regionais

representa uma alternativa viável para o incremento do setor lácteo caprino, podendo

contribuir para o fortalecimento deste segmento na agroindústria regional.

PROBIÓTICOS

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São considerados probióticos aqueles que quando administrados em quantidades

adequadas são capazes de melhorar o equilíbrio microbiano intestinal e afetam positivamente

a saúde do hospedeiro (FAO/WHO, 2002; BRASIL, 2002). Para apresentarem alegações de

propriedade funcional e, ou, de saúde, tanto os alimentos como as substâncias bioativas e

probióticos isolados devem ser, obrigatoriamente, registrados junto ao órgão competente. O

conteúdo da propaganda desses produtos não pode ser diferente em seu significado, daquele

aprovado para a rotulagem. As alegações devem ainda, estar em consonância com as

diretrizes da política pública de saúde.

Para serem denominados probióticos, os microrganismos não devem ser patogênicos e

causar efeitos colaterais, serem benéficos sobre o hospedeiro e capazes de sobreviver através

do trato gastrointestinal. No caso de formulação alimentar, os microrganismos devem ser

estáveis durante a vida de prateleira do produto, conter o número de células viáveis para

conferir os benefícios esperados e ser compatível com o produto, mantendo as características

sensoriais desejadas (COLLADO et al., 2009). Na forma liofilizada ou em leite fermentado, o

número de células viáveis se mantém estável (ROCHET et al., 2008) e a sua adição em leite

desnatado ou em água parece não apresentar diferença com relação à contagem de bactérias

fecais (VARCOE et al., 2002).

As dosagens de probióticos utilizadas nos estudos variam de 2 x 107 UFC/dia a 3,2 x

1012 UFC/dia, sem efeitos adversos (XIAO et al., 2006; KALLIOMAKI et al., 2003;

GIONCHETTI et al., 2007). Entretanto, não existem recomendações uniformes de dosagem

para probióticos (WALLACE et al., 2011).

Alguns autores relatam ainda que possíveis mecanismos de ação dos probióticos são

justificados pela competição por sítios de adesão formando uma barreira física contra agentes

patogênicos (LAZADO et al., 2011), competição por nutrientes impedindo a colonização de

outros micro-organismos, inativação das toxinas e seus receptores e pela estimulação da

fagocitose e das respostas imunológicas específicas e inespecíficas contra agentes patogênicos

(SILVA et al., 2004; MATSUMOTO et al., 2005). Além da produção de substâncias

antibacterianas, que tem ação bacteriostática ou bactericida em relação às bactérias

patogênicas (LIMA et al., 2007).

A interação entre os micro-organismos e o hospedeiro pode ocorrer a partir da adesão

à mucosa e células epiteliais, o que estimula a secreção de muco e a produção de mucina,

reforçando a barreira intestinal (COLLADO et al., 2009). A introdução de bactérias

probióticas em produtos lácteos fermentados constitui

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uma alternativa tecnológica que atende às exigências do consumidor atual, cuja tendência é

buscar produtos inovadores, diferenciados na textura, que promovam o bem-estar e tragam

benefícios à saúde (ARAÚJO et al., 2010).

Com o intuito de proporcionar efeitos benéficos, os probióticos são utilizados para

prevenir e tratar uma ampla variedade de patologias. Tendo mais evidencia no tratamento de

distúrbios gastrintestinais (diarreia, doença inflamatória do intestino, diarreia do viajante),

para alívio de queixas causadas pela intolerância à lactose, a redução da concentração de

enzimas de promoção de câncer e/ou metabolitos, normalização do transito intestinal e

melhoria do quadro de constipação; antialérgico e aumento da resposta imune (SILANIKOVE

et al., 2010, ADAM et al., 2012; LEE et al., 2014; MATSUMOTO et al., 2012; ZHAO et

al., 2015).

A disponibilidade das culturas probióticas para uso em alimentos, geralmente, é na

forma seca ou congelada, que pode ser adicionada com o intuito industrial ou doméstico.

Podem ser consumidas em suplementos dietéticos na forma de pó, capsula ou comprimidos;

ou em produtos alimentícios fermentados ou não (TRIPATHI; GIRI, 2014).

Para serem utilizadas em produtos alimentícios, as cepas devem ser de origem

humana, não patogênicas e sobreviver ao trânsito gastrointestinal. O produto com probiótico

deve ser seguro e conter os micro-organismos em número adequado para o consumo. Para

isso, as estirpes selecionadas devem ser adequadas ao processamento tecnológico em grande

escala, com a capacidade de sobreviver e conservar sua função durante a produção e

armazenamento (TRIPATHI; GIRI, 2014).

Para que os benefícios à saúde produzidos por bactérias probióticas sejam obtidos, é

necessária a ingestão de uma dose diária de 108 a 1010 UFC/g ou mL de alimento (REID et al.,

2003). Assim, considerando um consumo de produtos lácteos de 100 g, estes devem conter

pelo menos 106 a 107 UFC/g de bactérias probióticas viáveis no momento da compra do

produto e dentro do seu prazo de validade (ANVISA, 2007; MARUYAMA et al., 2006;

VINDEROLA; RENHEIMER, 2000).

Muitos fatores podem influenciar a viabilidade dos micro-organismos probióticos em

produtos alimentícios durante a produção, processamento e armazenamento. Dentre esses

fatores estão as características da matriz alimentar onde foi inoculado (pH, acidez titulável,

oxigênio molecular, atividade de água, presença de sal, açúcar e produtos químicos como

peróxido de hidrogênio, bacteriocinas, aromatizante artificial e corantes); parâmetros de

processamento (tratamento térmico, temperatura de

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incubação, taxa de arrefecimento do produto, materiais de embalagem e métodos de

armazenamento e escala de produção); e parâmetros microbiológicos (estirpes de probióticos,

taxa e proporção de inoculação) (TRIPATHI; GIRI, 2014).

Os laticínios são os produtos mais utilizados para veicular os probióticos, sendo

utilizados no mercado há muitos anos e bem aceitos pelos consumidores (GRASSO et al.,

2014). As bactérias ácido lácticas (BAL) são utilizadas para a produção de alimentos

fermentados derivados de vegetais e animais e são habitantes naturais do trato gastrointestinal

humano. Estes micro-organismos tem o crescimento caracterizado pela rápida acidificação do

meio e elevado fluxo de carbonos, pois convertem os hidratos de carbono em ácido lático, e

em alguns casos promovem uma mistura de ácidos (DERRIEN; VAN, 2015).

Dentre os micro-organismos mais utilizados como suplementos probióticos estão os

Lactobacillus e Bifidobacterium, pois eles têm apresentado efeito protetor no trato

gastrintestinal humano (RANADHEERA et al., 2012; SILVA, 2013). O êxito da adição de

probióticos nos alimentos depende da capacidade em fornecer um número viável de cepas que

modificaram, beneficamente, a microflora do intestino do hospedeiro (SHORI, 2015).

Algumas bactérias probióticas têm demonstrado melhorar a digestão da lactose por

meio da liberação de β-galactosidase. Sintomas relacionados à intolerância à lactose como dor

de estômago, flatulência, diarreia e constipação têm diminuído ou mantidos inalterados pela

ingestão de L. acidophilus LA-5. Estudos in vitro demonstraram que LA-5 melhora a

fermentação da lactose, diminuindo a concentração deste açúcar e aumentando a atividade da

β-galactosidase em meios suplementados com este micro-organismo (LEE; SALMINEN,

2009).

A viabilidade de L. acidophilus no estudo conduzido por Ranadheera et al. (2012) foi

mais satisfatório na presença de suco de fruta, visto que a acidez destas pareceu favorecer a

viabilidade dos lactobacilos, com números mais elevados do micro-organismo. O mesmo

grupo de pesquisadores testou a influência do Lactobacillus acidophilus, Bifidobacterium

animalis subsp. lactis e Propionibacterium jensenii nas propriedades físico-químicas e

microbianas de bebida láctea fermentada feita com leite de cabra, e perceberam que as co-

culturas promoveram modificações nas propriedades físico-químicas e microbianas, mas não

execeram atividade positiva nas respostas sensoriais (RANADHEERA et al., 2016).

CONCLUSÃO

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No que se refere ao leite de cabra os estudos demonstram que é um alimento de melhor

disponibilidade de nutrientes, quando comparado ao leite de vaca porém sua aceitação ainda

traz receio, em virtude do aspecto de odor característico. A produção de iogurte de leite de

cabra e de outros tipos de leite fermentado no Brasil ainda ocorre de forma artesanal e de

baixa escala. Algumas pesquisas mostram o potencial da produção de iogurte de leite de cabra

apresentando características únicas e direcionando a atenção para o desenvolvimento de novas

tecnologias voltadas para o setor da caprinocultura e não somente a extensão de

procedimentos utilizados para derivados de leite de vaca.

Com relação aos principais probióticos utilizados na elaboração de produtos lácteos

caprinos, pode-se inferir que o emprego de bactérias láticas em alimentos é de longa data e a

maioria das cepas empregadas são consideradas micro-organismos comensais, sem potencial

patogênico. Dentre os diversos gêneros que integram o grupo de micro-organismos

probióticos, destacam-se o Bifidobacterium e o Lactobacillus em especial o Lactobacillus

acidophilus.

REFERÊNCIAS

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BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº

2, de 07 de janeiro de 2002. Aprova o Regulamento Técnico de Substâncias Bioativas e

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